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1 2 SUMÁRIO HISTÓRIA DA PROFISSÃO ........................................................................ 3 IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO ................................................................ 5 CONTROLE DE ACESSO ........................................................................... 5 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA .......................................................... 7 SISTEMAS DE SEGURANÇA ................................................................... 11 CONTROLE DE VEÍCULOS ...................................................................... 13 CONTROLE DE VISITANTES ................................................................... 16 CONTROLE DE FUNCIONÁRIOS ............................................................ 18 CONTROLE DE FORNECEDORES .......................................................... 19 CONTROLE DE CHAVES ......................................................................... 20 CONTROLE DE CORRESPONDÊNCIAS ................................................. 21 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA...................................................... 24 FORMAS QUE OS BANDIDOS COSTUMAM ADENTRAR EM CONDOMÍNIOS ......................................................................................... 26 DISFARCES MAIS USADOS PELOS BANDIDOS ................................... 27 DICAS PARA PORTARIA E ADMINISTRAÇÃO ....................................... 33 DICAS QUE O PORTEIRO/VIGIA DEVE PASSAR AOS MORADORES, PARA QUE ELES CONTRIBUAM COM A SEGURANÇA DO CONDOMÍNIO ........................................................................................... 37 VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIOS .................................................................... 39 VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS .................................................. 40 CRIMES QUE PODEM OCORRER DENTRO DO CONDOMÍNIO ............ 43 3 HISTÓRIA DA PROFISSÃO Porteiro, também encarregado de portaria, é a designação da profissão onde o trabalhador deve ficar na entrada de um estabelecimento para proteger a entrada indevida de estranhos. Este local é designado como portaria. Em tempos da monarquia de Portugal e Brasil, chegaram a existir despachos públicos dos reis para louvar esta função quando ao serviço da Casa Real. Este profissional vigia dependências, áreas públicas e privadas, com a finalidade de prevenir, controlar e combater delitos como roubos, porte ilícito de armas e munições, e outras irregularidades. Estes trabalhadores zelam pela segurança das pessoas, do patrimônio e pelo cumprimento das leis e regulamentos. Recepcionam e controlam a movimentação de pessoas em áreas de acesso livre e restrito. Fiscalizam pessoas, cargas e patrimônio. Escoltam pessoas e mercadorias. Controlam objetos e cargas, vigiam parques e reservas florestais, combatendo inclusive focos de incêndio. Comunicam-se via rádio ou telefone e prestam informações ao público e aos órgãos competentes. Na França, é muito usado o termo concierge para designar uma pessoa responsável por uma casa, o que corresponderia antes ao zelador. A designação também é usada para uma pessoa, encarregada de orientar os hóspedes de um hotel e também prestar informações sobre os mais variados aspectos da cidade que está sendo visitada pelos hóspedes. A função do concierge é justamente orientar os hóspedes para lhes proporcionar uma estada agradável e bem sucedida na cidade visitada. E em Portugal, porteiro é uma profissão regulamentada. O dia 9 de junho foi declarado o Dia do Porteiro. E o Dia Nacional do Vigilante é 20 de Junho. De acordo com o Ministério do Trabalho, as funções de Porteiros e Vigias 4 de estabelecimentos comerciais, bem como fábricas, armazéns, supermercados, edifícios públicos, privados e quaisquer outros tipos de estabelecimentos, inspecionando-os sistematicamente e fiscalizando suas dependências para evitar incêndios, roubos, entrada de pessoas estranhas e outras anormalidades. Os porteiros controlam o fluxo de pessoas, identificando, orientando e encaminhando-as para os lugares desejados. São também responsáveis por receber hóspedes em hotéis, acompanham pessoas e mercadorias, além de realizar manutenções simples nos locais A função de porteiro e vigia de condomínio são bem similares. Os próprios empregadores já restringem o trabalho de porteiro ao ambiente da portaria e o vigia, fica sendo responsável pela ronda. Ambos tomam conta do estabelecimento, controlam a entrada de pessoas e veículos. Exercem funções básicas de orientações, não sendo responsáveis por intervenções de segurança, já que nenhuma dessas funções requer treinamento armado ou cursos específicos para a função na área. A diferença entre porteiro, vigia e vigilante se baseiam no ponto de vista técnico. No caso específico do vigilante, requer treinamento e licença para o porte de armas, com previsão na Lei 7.102/83, que é endereçada a estabelecimentos financeiros como bancos, por exemplo, ou qualquer outro local onde são guardados valores ou grande movimentação de numerário. A profissão exige, além de um bom atendimento, muita atenção. Por isso, o vigia, assim como o porteiro, devem permanecer sempre em alerta. Isso significa que o profissional dessa categoria precisa ter a capacidade de reconhecer as situações ou condições que possam configurar riscos ao patrimônio público ou privado e, principalmente, resguardar a segurança das pessoas. 5 IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO A função do porteiro e vigia é uma das mais importantes para qualquer condomínio. Apesar de a tecnologia ter transformado as portarias, a figura do porteiro ainda é imprescindível, justamente para identificar as possíveis falhas eletrônicas que podem acontecer. Mas não é só isso, o porteiro também é parte do cartão de visitas do condomínio e o principal responsável por ajudar os condôminos no dia-a-dia ao receber correspondências e controlar quem entre e sai do local. Contudo, há várias outras tarefas que um porteiro deve desempenhar. Por isso, é fundamental saber como treiná-lo e prepará-lo para o funcionamento pleno do prédio. O porteiro é o profissional que controla a entrada e a saída das pessoas, cuida das correspondências e dos bens do condomínio. Não é um profissional que necessita de treinamento para executar um trabalho de segurança. Contudo, seu papel é fundamental para este assunto, pois é ele quem vai cuidar do trânsito de pessoas na entrada. Principalmente em condomínios grandes, onde há muito movimento, o porteiro é importantíssimo para garantir que estranhos não entrem nas áreas comuns e, posteriormente, nas habitações. CONTROLE DE ACESSO O porteiro e vigia é responsável por toda a gestão do controle de acesso externo ao empreendimento. Seu posto fica localizado fora do condomínio, de onde ele encaminha, identifica e orienta as pessoas. No entanto, se alguma dúvida ocorrer em relação à 6 identificação dos visitantes, o controlador destina o visitante para o balcão da portaria, onde serão dadas as devidas instruções. O profissional deve controlar como vigia: A entrada e saída do público interno e externo e de veículos e visitantes, em toda a área sob sua responsabilidade; Controlar o movimento de pessoas em todo o perímetro de acesso; Observar e conter aglomeração de pessoas estranhas nos locais de acesso sob sua responsabilidade; Zelar pela qualidade dos serviços prestados e cumprir as regras determinadas pela administração. Muitos condomínios residenciais e empresariais exigem que o porteiro tenha experiência na função. As empresas de terceirização que empregam os porteiros também preferem contratar profissionais com curso de formação de porteiro, dando novos treinamentos sempre que necessário para o terceirizado. O porteiro executa todos os serviços relacionados à portaria, como recepção e distribuição de correspondências, atendimento do público interno e externo, fiscalização de pessoas circulantes no ambiente e fiscalização de entrada e saída de pessoas, bem como: Fazer rondas no edifício, zelar pelos equipamentos de incêndio, dentre outros; Conhecer todas as normas de segurança do condomínio; Averiguar se portas e portões estão sempre fechados; Transmitir e cumprir as ordens do zelador; Atendimento de interfone e identificação dos entregadores; Seguir à risca o protocolo de entrada e saída de pessoas e de equipamentos para manutenção; 7 Zelar pela ordem e respeito entre os usuários e ocupantes de unidades autônomas; Informar o zelador sobre todas as reclamações ocorridas durante seu horário de expediente. O porteiro é o profissional que garante o acesso seguro de visitantes e moradores de um condomínio. Ele é a primeira impressão do estabelecimento ou condomínio. Esse colaborador precisa estar atento ao uso das áreas comuns a fim de zelar pelo espaço. Por exemplo, observando e controlando o uso correto de elevadores, evitando sobrecargas ou uso indevido. Também é função do porteiro e vigia realizar um cadastro de pessoas que entram no condomínio a trabalho, pessoas que são visitas regulares, conhecer os condôminos e inquilinos. Para assegurar a proteção do espaço, é importante que o porteiro possua conhecimento minucioso das normas de segurança do condomínio, ter domínio no manejo de equipamentos, fazer rondas no prédio com o intuito de verificar se portas e portões estão fechados, se há alguém que não deveria estar naquele espaço ou se há o acontecimento de alguma infração ou incidente. É determinante que o profissional da portaria seja responsável e atento, já que é preciso ter boa memória para memorizar a face das pessoas que moram no condomínio, visitam ou prestam serviços naquele lugar. É também responsável pela segurança do prédio, por isso precisa ser de confiança e possuir a responsabilidade necessária para realizar o trabalho. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA A tecnologia oferece muitas opções aos porteiros e vigias para organizar o controle de acesso e a segurança do prédio. A portaria virtual (com abertura dos portões por um funcionário remoto) ou a automatizada, com intervenção somente do morador, é um dos pontos cruciais para a segurança. Segurança é sempre um assunto em alta, afinal, é preciso se proteger da violência e crimes frequentes nas grandes cidades. Para diminuir os riscos de sinistro, muitos equipamentos de segurança foram desenvolvidos. Eles ajudam a combater, ou ao 8 menos reduzir, os riscos de virar alvo da criminalidade. Câmeras de vigilância Como não poderia deixar de ser, as câmeras de vigilância são unanimidade quando o assunto é segurança residencial. Essa ferramenta é a mais buscada, pois seus efeitos são comprovadamente satisfatórios. Com o monitoramento constante, as câmeras de vigilância possuem efeito inibidor de atividades ilícitas. Isto é, a presença destes equipamentos faz com que os suspeitos pensem duas vezes antes de cometer algum ato criminoso. Além disso, é possível monitorar os entornos do condomínio através das câmeras, o que permite uma visão privilegiada do local para evitar riscos à saúde e ao patrimônio, sendo imprescindível para o porteiro e vigia. É importante se atentar que, para mais proteção, as câmeras instaladas devem contar com sensores infravermelho e tecnologia que permitam capturar as imagens em ambientes com pouca ou nenhuma iluminação. As imagens, inclusive, devem ser gravadas e armazenadas, com um sistema de backup remoto, utilizando a nuvem, para que no caso de invasão, os criminosos não possam se apropriar dos registros de imagem, possibilitando a identificação para uma investigação policial. Normalmente as câmeras de vigilância são instaladas nas entradas dos condomínios e também em regiões vulneráveis, como a garagem ou os fundos. No entanto, para maior segurança e qualidade no serviço, é fundamental realizar um planejamento para que não existam pontos cegos. 9 Sistema de alarme Outro bom recurso para auxiliar na segurança patrimonial é o uso de um sistema de alarme. Ele é composto por uma rede de sensores que ficam espalhados estrategicamente pela residência/condomínio e auxilia na detecção de movimento. Neste caso, é mais indicado a condomínios compostos por casas. Assim como as câmeras de vigilância, os sistemas de alarme possuem uma variedade de sensores e componentes eletrônicos apropriados para cada situação. Os sensores ativos, por exemplo, usam um sistema com infravermelho para criar uma espécie de cerca que protege a casa. Nele, uma unidade receptora e uma unidade emissora são colocadas distantes uma da outra, criando um feixe de luz infravermelho entre elas. Caso essa luz seja interrompida, a central será acionada. O lado negativo deste recurso, é que a interrupção da luz acidental ainda dispara o alarme. Este problema pode ser corrigido pelo uso de sistemas mais sofisticados que detectam os falsos disparos. Existe também outro tipo de sistema de alarme que utiliza sensores de movimento baseado em ondas de ultrassom. As ondas são usadas para identificar se há um movimento específico em determinada área e, quando ativado, o sistema se encarrega de acionar a central. Sinais são disparados através da linha telefônica ou de uma linha de celular backup para a central remota que recebe e trata esses disparos (portaria), para que o vigia do local possa tomar as devidas providências. Utilizar estes sensores junto às câmeras de vigilância e monitoramento garante mais proteção ao condomínio e possibilita ao profissional ter uma cobertura maior sobre todas as áreas do condomínio, além de fornecer mais segurança aos moradores. Cercas elétricas e segurança perimetral As cercas elétricas também se tornaram um recurso popular para combater invasões. Com custos de implementação e manutenção relativamente baixos, surgem como boa opção para coibir a presença de criminosos. Além disso, é possível atrelar as cercas elétricas ao sistema de alarme e quando um fio ou sistema for 10 danificado, pode-se emitir um alerta para portaria. No entanto, não é recomendado o uso deste recurso em locais com muita vegetação, uma vez que a queda de galhos de árvores, por exemplo, pode danificar a estrutura do sistema ocasionando o disparo de um falso alarme. A segurança perimetral é algo que merece bastante atenção, pois quando existem vulnerabilidades, os criminosos se aproveitam e invadem com facilidade os condomínios residenciais. Botão do pânico O botão do pânico é um dispositivo para combater as invasões domiciliares. Ele é instalado dentro das casas em um local discreto e escondido em que apenas o morador tenha acesso. É indicada a instalação nas casas que são pertencentes a condomínios. Ao pressionar este botão, o sistema emite sinais de alarme silenciosos para o vigia ou para a empresa de segurança e monitoramento que deve entrar em ação rapidamente para garantir a segurança dos moradores que estão sob ataque dos criminosos. Os botões de pânico para emergência normalmente ficam dentro da casa em locais discretos. Fechaduras digitais e inteligentes As fechaduras digitais e inteligentes trouxeram praticidade para o acesso de ambientes e ainda se mostraram uma maneira segura de decidir quem deve permanecer do lado de fora. Desde os modelos tradicionais, que utilizam senhas, até os recursos que utilizam o acesso biométrico, as fechaduras são uma adição importante nos sistemas de segurança residenciais e patrimoniais. 11 Com os novos modelos é possível rastrear quem entra e sai dos lugares, verificar se você se esqueceu a porta destrancada e trancá-la a partir do seu celular com o aplicativo ou até mesmo abri-la por comandos de voz. É fundamental instalar nas portas e portões externos fechaduras resistentes ao arrombamento. Muitas vezes, percebendo a vulnerabilidade da fechadura externa, os criminosos se aproveitam da situação e entram no imóvel facilmente. SISTEMAS DE SEGURANÇA A proteção de um condomínio envolve diversas práticas e rotinas, que devem ser tomadas tanto por moradores, quanto por funcionários. Estas ações auxiliam para manter as pessoas envolvidas em segurança e atuam diariamente para reduzir os riscos existentes. Neste universo, os sistemas de segurança para condomínio são excelentes opções para a manutenção da segurança do local, além de contribuir para a maior valorização do imóvel e a redução dos custos com o condomínio. O porteiro e vigia é a pessoa responsável por fazer a gestão e zelar pelo correto funcionamento do prédio. A ele cabe também garantir uma estrutura qualificada e eficiente de segurança para o condomínio. Enquanto isso, cabe aos moradores, seguirem as regras e manter políticas de boa convivência. E todos devem cuidar da segurança do condomínio. A segurança do condomínio depende desta ação conjunta, e de uma rotina que deve estar entre as prioridades de todos, sem exceções. O que inclui moradores, síndicos, porteiro, vigia e demais funcionários. Algumas áreas, por serem alvos fáceis, merecem maior atenção e o uso de equipamentos de segurança para promoverem uma proteção efetiva. Segundo especialistas no assunto, a maior parte das invasões ocorre nos acessos das garagens e dos pedestres. Por isso, a recomendação é que estas áreas sejam monitoradas e concentrem os melhores equipamentos. O ideal é que as imagens sejam gravadas em sistema digital e dispor de backups de segurança. As prioridades devem estar nas áreas de acesso (portaria, entradas e saídas das garagens) e nas áreas de maior concentração de pessoas (como o hall social, as 12 escadas, no trajeto até as garagens, elevadores, etc.). Também é possível criar nestes espaços anéis de segurança para evitar que os condomínios sejam invadidos. Assim, se uma das barreiras for quebrada, outros sistemas protetivos estarão apostos. Para a definição dos sistemas de segurança para condomínios, deve-se contar com empresas especializadas para fazer esta checagem, além da capacitação do porteiro e vigia, que é imprescindível. Não é apenas uma questão de tecnologia, mas sim todo o contexto da situação que deve ser analisado. O melhor sistema não deve ser definido pelo preço e nem tão somente pela modernidade que ele apresenta. Deve ser escolhido de acordo com as características que melhor se adequam ao condomínio em questão, suas funções e as necessidades do local e dos moradores. Recomenda-se, para isso, que a empresa contratada avalie o tamanho do condomínio, o número de apartamentos e toda a estrutura disponível no local. A empresa de segurança deve-se atentar às barreiras perimetrais do condomínio, conferir a altura do muro, a presença ou não de cercas elétricas, concertinas, sensores de presença e outros detalhes que podem tornar-se pontos críticos para a segurança do local. Neste caso, algumas medidas podem ser adotadas, entre elas a inclusão de sistemas eletrônicos de segurança, como alarmes, circuitos fechados de TV, cercas elétricas, controles de acesso, entre outros. Além de barreiras físicas e eletrônicas é importante também adotar políticas internas e procedimentos de segurança para garantir que processos, pessoas e equipamentos estejam sincronizados e a favor da segurança. Além de contar com sistemas de segurança para condomínios, para garantir a proteção destes locais é preciso fazer testes periódicos de todos os equipamentos e processos. E 13 isso inclui os sistemas de iluminação, alarmes, câmeras, portões, e outros pontos. Um detalhe importante é também a sinalização do condomínio. Deve-se avisar sobre a presença de câmeras, cercas elétricas, etc., para evitar riscos de acidentes para moradores e funcionários. As atualizações desses equipamentos são necessárias e devem ser frequentes para manterem-se atualizadas e assim, garantir o conforto, a segurança e o bem estar dos moradores. Ter um sistema de controle de acesso é primordial para garantir a segurança de um condomínio. Quando gestores, porteiro, vigia e moradores têm conhecimento e controle sobre o que acontece dentro e fora dos limites do condomínio, o risco de ocorrerem situações que ameacem a integridade do patrimônio e, principalmente, dos moradores cai drasticamente. No dia-a-dia de um condomínio residencial, muitas pessoas circulam pelas áreas comuns, desde moradores e visitantes até entregadores de delivery e prestadores de serviço de reparo, então, é imprescindível ter meios para gerenciar toda essa movimentação, evitando situações indesejadas. CONTROLE DE VEÍCULOS O controle de acesso veicular é uma das principais preocupações dos condomínios atualmente. Pessoas mal intencionadas, que querem invadir casas e apartamentos, veem na garagem desprotegida uma boa oportunidade de entrar. Isto tem levado o síndico a procurar alternativas para realizar esse controle de forma mais eficaz. Independentemente de ser um condomínio residencial ou comercial, as soluções 14 precisam, sobretudo, garantir a proteção dos condôminos e aumentar a eficácia da administração como um todo. De olho neste problema, o mercado de segurança tratou de criar diversas soluções, como biometria, senhas e cartões codificados. É importante utilizar um sistema de controle de acesso veicular, para garantir a tranquilidade dos condôminos, e é uma tarefa que pode fazer com que a gestão seja pautada por eficácia, além de haver um monitoramento eficiente na portaria. Diariamente, é comum notícias sobre quadrilhas que invadem condomínios se passando por parentes de condôminos ou por prestadores de serviço. Por esse motivo, implantar um registro e cadastro das entradas e saídas facilita a manutenção da segurança. Os sistemas têm o objetivo de gerenciar o fluxo de visitantes e prestadores de serviço, bom como a entrada, tempo de permanência e saída de todos os moradores ou colaboradores. Controle de acesso veicular por biometria Atualmente, o controle de acesso por biometria é um dos mais procurados para condomínios residenciais e comerciais. Uma das principais vantagens no uso de controle de acesso por biometria é poder limitar o tempo de permanência de visitantes ou prestadores de serviço no condomínio. Isto porque, na entrada, dependendo do que o prestador de serviço ou visitante for fazer, já pode ser estipulado o tempo em que vai permanecer dentro do condomínio e que áreas vai ocupar. Se o condomínio dispõe de vagas de garagens para visitantes e prestadores de serviços, ao se cadastrar biometricamente na entrada, já se sabe que o prestador ou visitante vai ocupar determinada vaga, com previsão do horário de saída. Caso não retorne no horário previsto, cabe ao porteiro e vigia verificar o que está ocorrendo. Da mesma forma, se as dependências do condomínio são protegidas por acesso biométrico, o visitante ou prestador não conseguirá acessar outra área, a não ser aquela para a qual foi liberada pelo porteiro no momento de sua entrada. O controle de acesso biométrico também pode ser utilizado com cartão codificado de proximidade e digitação de senha. Três sistemas em um que garantem a proteção eficiente dos moradores e colaboradores dos condomínios. O sistema de biometria permite o cadastro de todos os dedos das pessoas que vão utilizá-lo e é uma das formas de controle mais eficazes, pois garante a segurança e 15 facilita o controle de fluxo de pessoas que não fazem parte do condomínio. Controle de acesso veicular por TAGs Esse tipo de controle de acesso veicular é bastante semelhante ao sistema utilizado na cobrança automática de pedágios (Sem Parar e ConectCar, por exemplo). Cada veículo possui uma tag fixada no para-brisa. Ao entrar ou sair, o código da tag é decodificado por uma espécie de scanner, registrando o horário de entrada e saída do veículo. A garagem apenas se abre quando as informações são conferidas e confirmadas. Controle de acesso veicular por RFID Nesse tipo de controle de acesso veicular, a leitura é feita por rádio frequência. Assim, todas as vezes que o veículo do condômino ou colaborador da empresa se aproxima por cerca de oito metros de onde se encontra a antena RFID, a leitura de seus dados é realizada. 16 O portão ou a cancela da garagem somente são abertos após a confirmação do cadastro, ou seja, se as informações contidas no cadastro do veículo forem as mesmas. A tecnologia RFID também pode ser utilizada por meio de chaveiro para entrada e saída por portões de pedestres. Ao aproximar o chaveiro no leitor instalado no portão, os dados do morador ou colaborador são decodificados e a entrada é permitida. Controle de acesso veicular por LPR (License Plate Recognition) A tecnologia LPR (Reconhecimento Automático de Placas de Automóveis, traduzido) é mais um sistema de controle de acesso para condomínios. Esse sistema utiliza um módulo eletrônico que reconhece caracteres automaticamente por meio de sensores ópticos para as placas dos veículos. O LPR, na verdade, faz uma checagem dupla, pois autentica antes a placa do veículo e, depois, fica apto para receber os comandos dos controles remotos. Assim, se a placa do veículo não estiver cadastrada no condomínio, mesmo que o condutor esteja com o controle remoto não conseguirá abrir o portão. Promover a segurança e tranquilidade em seu ambiente residencial ou de trabalho é essencial para que as pessoas que moram ou visitam o local frequentemente se sintam protegidas e confiantes com a gestão do condomínio. Por isso, como profissional que atua na segurança e acesso (porteiro e vigia), avalie sempre se o seu condomínio está em dia com as mais eficazes soluções em proteção, tanto para o acesso de pedestres, quanto para o acesso de veículos. CONTROLE DE VISITANTES A maior vantagem de morar em um condomínio é a segurança. Em um mundo cada vez mais perigoso e violento, saber que sua residência está protegida é um alívio. Embora haja muitos protocolos cansativos para receber pessoas, atender às exigências de segurança traz benefícios a todos. Mas, além de uma boa conduta dos moradores para adentrar convidados, um bom controle de visitantes é fundamental para evitar golpistas. 17 Ao escolher morar em um condomínio, um dos maiores pesos a ser considerado é saber que apenas pessoas permitidas podem frequentar aquele local. Assim, você fica tranquilo, pois pessoas maliciosas não têm acesso direto à sua residência. No entanto, para que isso de fato aconteça, a portaria deve ser bem controlada e é nesse quesito que a profissão do porteiro e vigia é imprescindível. Nos dias de hoje, surgem novos golpes a todo momento. Há pessoas que se passam por parentes de condôminos, dizem que já estão com chave do morador e convencem a controladoria de acesso a permitir sua entrada. Sem um controle eficiente, situações como essa passam despercebidas e expõem o local a riscos. Para evitar tais incidentes, é possível adotar métodos que garantam a eficiência da filtragem pelo porteiro, já na portaria. A identificação é a primeira etapa. O visitante, sem adentrar a portaria deve se identificar. Para isso, deve informar qual é o seu nome, o objetivo para o qual deseja adentrar ao condomínio, em qual apartamento vai e qual o nome do morador responsável. A tecnologia é para ajudar, então o uso de um sistema para condomínios ajuda muito nessa rotina de segurança, pois nele o morador registra quem são as pessoas que possuem algum tipo de autorização para entrar na sua unidade. O uso do sistema também traz mais agilidade no cadastro de visitantes, facilitando o porteiro. Depois de saber os dados, é hora de checá-los. O porteiro deve interfonar para o apartamento solicitado e contatar o responsável citado. Após passar todas as informações do visitante, o condômino deve confirmar se realmente está esperando pelo convidado ou se é um intruso indesejado. Se o morador autorizar a entrada, o convidado pode adentrar as áreas do condomínio. No entanto, se o dono da residência não confirmar a entrada, o solicitante deve ser barrado pelo porteiro e vigia. O controlador (porteiro e vigia) de acesso pode sugerir que ele entre em contato por meios particulares com o residente e peça para que o mesmo o busque na portaria. Em condomínios que se utilizam de tecnologia, o controle pode ser ainda mais rigoroso. Um ótimo exemplo são as portarias remotas, onde o porteiro vê o local de um outro lugar, apenas por câmeras de segurança. Neste caso, ele não pode ser coagido por uso de armas. Controlando todo o espaço através das câmeras de vigilância, apenas libera entrada após contatar o morador. 18 O controle de visitantes garante o bem-estar de todos os que vivem no condomínio. Quando é feito corretamente, o local não fica exposto a riscos iminentes de um desconhecido circulando pela área. Com essas etapas simples, é possível evitar situações de perigo e estar preparado para pessoas que tentam aplicar golpes ou assaltos. CONTROLE DE FUNCIONÁRIOS A gestão de funcionários no condomínio é um assunto de extrema importância. Ela deve ser feita com muito cuidado pelo síndico para que se evitem transtornos posteriores. Para realizar um bom gerenciamento, o síndico precisa ter conhecimento sobre muitos pontos. Além de compreender a importância de uma boa gestão de funcionários no condomínio, o síndico deve saber as medidas para executá-la. Os principais pontos incluem definir as atribuições de cada funcionário, boa comunicação, cumprimento das regras legais, uso de tecnologia, dentre outros. Não se podem deixar de lado as partes práticas, como saber quem são todos os funcionários, escalas de trabalho e a situação de funcionários terceirizados. Isso cabe não somente ao síndico, mas também ao porteiro ou vigia, visto que é esse profissional que é responsável por controlar o acesso desses colaboradores ao condomínio. Portanto, é de suma importância que o porteiro conheça os demais funcionários do condomínio, saiba seus horários de trabalho, e conheça também os funcionários terceirizados, para dessa forma, impedir que uma pessoa não vinculada ao condomínio, se passe por funcionário e adentre o mesmo. Cabe ao porteiro também realizar a identificação desses prestadores de serviços terceirizados, para isso deve ser seguido uma espécie de roteiro, conforme segue: 19 Deve ser feito uma identificação visual do prestador de serviço (fornecedor); Esse fornecedor deve ser cumprimentado com cordialidade pelo porteiro ou vigia; Deve ser solicitado com educação um documento com foto ou outro documento que comprove que o mesmo está prestando serviços para uma empresa que atua na manutenção do condomínio; Durante o processo de identificação, os portões devem permanecer fechados; A pessoa deverá aguardar do lado de fora do condomínio ou em local apropriado, até ter a liberação do porteiro para adentrar ao condomínio; Deve ser feito contato com o condômino ou com o síndico para verificar se o prestador de serviço é esperado; Se houver dúvidas sobre a presença do prestador de serviço, deve ser solicitada a presença do condômino contratante do serviço até a portaria para identificá-lo pessoalmente; Sendo autorizada a entrada da pessoa, seus dados e horários de entrada e saída devem ser registrados pelo porteiro ou vigia, no sistema de controle de acesso, formulário ou livro, conforme o sistema utilizado no pelo condomínio; O prestador de serviços deve receber um crachá de identificação; Na saída, o crachá de identificação deve ser recolhido pelo porteiro; O condomínio deverá ter um horário predeterminado para a autorização de entrada de prestadores de serviço, evitando-se horários noturnos. CONTROLE DE FORNECEDORES É necessário ter um cadastro com todos os fornecedores, transparente e organizado. Isso vai auxiliar muito o trabalho do porteiro e vigia. Troca ou substituição de profissional também é algo que pode afetar o porteiro e vigia, pois cada pessoa se organiza de uma forma, e o mesmo acontece com os porteiros. É muito difícil para o novo profissional dar continuidade a tudo que o antigo fazia, pois os registros e contatos dos fornecedores ficam anotados em locais privados, como celular, por exemplo. Desse modo, ter um banco de fornecedores disponível para todo o conselho é fundamental para a continuidade do trabalho. Uma das soluções é a utilização de um software de gestão de condomínio com essa 20 funcionalidade. A seguir, veremos passos que auxiliam na organização dos fornecedores, visto que muitas vezes o porteiro é responsável pela manutenção do condomínio e precisa acionar profissionais específicos para deixar o condomínio em perfeito estado. Organização: ter um local específico para armazenar o contato desses fornecedores é fundamental para a organização. Além do nome da empresa e do contato, é necessário explicitar quem é o contato do condomínio na empresa e para qual setor do prédio ela presta serviço. Assim, não haverá nenhuma dúvida no momento em que forem contratar o responsável pela manutenção da piscina, por exemplo. Histórico: manter uma relação atualizada de fornecedores gera um histórico dos serviços prestados ao condomínio. Dessa forma, é possível saber com precisão qual empresa foi responsável por um eventual erro, por exemplo. Transparência: se ocorrer algum problema no condomínio enquanto o síndico está fora, o porteiro ou vigia, ou ainda os membros do conselho terão que entrar em contato com o fornecedor responsável por aquela situação. Se não houver uma lista de fornecedores disponível para todo o conselho, a agilidade para solucionar o problema será comprometida. CONTROLE DE CHAVES As chaves do condomínio são itens que merecem atenção especial, inclusive em tempos de férias e veraneio. Por questão de segurança e agilidade, é imprescindível saber com quem estão as cópias e como fazer para entrar em locais de acesso restrito. É importante que esse tipo de informação fique disponível para os moradores, inclusive aos novos condôminos. A organização das chaves depende de cada regimento, normalmente ficam com o porteiro e vigia, ou ainda com o síndico. 21 Dicas importantes: Não guardar os molhos de chaves próximos a janelas, pois facilita a ação de alguém com más intenções; Usar capa identificadora de chaves para agilizar a localização de chaves específicas; O ideal é que as cópias das chaves do painel central de energia elétrica fiquem com o síndico, porteiro e vigia. Além disso, quem tem a posse das chaves deve acompanhar moradores ou funcionários de empresas prestadoras de serviço na hora do procedimento; Novos moradores vez ou outra precisam das chaves para instalações de antenas, por exemplo. Ao recepcioná-los no prédio, o porteiro pode também repassar as informações sobre quem são os portadores das chaves e como fazer para solicitá-las. CONTROLE DE CORRESPONDÊNCIAS A correspondência ainda é uma grande parte da nossa vida em sociedade. É pelo correio que, muitas vezes, chegam contas, extratos, avisos e compras realizadas pela internet. Diversos itens importantes que devem ser entregues o mais rápido possível aos seus destinatários. 22 Daí a necessidade de que o condomínio seja rápido e certeiro na entrega e distribuição da correspondência para os moradores. Afinal, ninguém quer perder um prazo de pagamento de um boleto, ou pior, saber que um cartão, por exemplo, já foi entregue, mas está perdido dentro do condomínio. Geralmente, o correio entrega a correspondência de uma só vez, uma vez por dia, no condomínio. Em empreendimentos menores, é comum que a divisão e distribuição de cartas sejam feitas pelo porteiro. Estima-se que em um condomínio de pequeno porte essa tarefa tome cerca de uma a duas horas diárias do profissional. É importante que as regras estejam estabelecidas no regimento interno do condomínio, e que qualquer alteração seja votada em assembleia. Em condomínios maiores, geralmente, as cartas comuns são destinadas pelo porteiro aos escaninhos de cada unidade. Então, quando desejarem, os moradores podem ir ao local e retirar sua correspondência. Caso a carta seja registrada, ou um telegrama ou citação judicial, o trâmite é diferente. O ideal é que o profissional de portaria faça uma lista com as correspondências desse tipo, com protocolo, e que os moradores assinem ao receber o material, que, portanto, deve ser entregue em mãos, seja na unidade ou na portaria. Esse tipo de livro de controle e protocolo de recebimento pode ser facilmente encontrado em papelarias. Em condomínios de grande porte o volume de correspondências é enorme, e o grau de exigência é o mesmo: o esperado é que as cartas cheguem às caixas dos moradores no mesmo dia. Para se ter uma ideia, em um condomínio com cinco torres e aproximadamente 300 unidades, o volume diário de correspondências pode chegar até 1.500 cartas. Nesse tipo de cenário, seria irreal pensar que o porteiro, sozinho, conseguisse fazer a separação desse material e ainda cuidar de todas as outras tarefas de sua função. Por isso, em grandes empreendimentos, o ideal é haver um funcionário encarregado apenas dessa função. 23 Além de haver pelo menos uma pessoa destacada apenas para isso, é importante que haja um local destinado para a triagem da correspondência, evitando assim que o material seja perdido ou extraviado. Depois de organizadas, as cartas devem então ser encaminhadas aos escaninhos de cada morador. No caso das cartas que necessitam de assinatura, a logística é a mesma que em condomínios menores. As mesmas devem ser protocoladas e entregues, mediante assinatura no ato do recebimento. Assim, fica mais fácil controlar o que foi entregue de mais importante, além de ser uma segurança a mais para os responsáveis pela organização do material. Em alguns condomínios mais novos, o trabalho de separação e organização de correspondência não é feito internamente. Isso porque o próprio carteiro consegue entregar as cartas destinadas àquele condomínio, quando o mesmo conta com uma caixa de correspondência. Há condomínios que conseguem fazer essa adaptação em sua estrutura, justamente para agilizar a entrega do material no condomínio. Em alguns casos, há espaço até para revistas. Apenas os jornais é que são entregues na portaria e encaminhados para as unidades, por serem mais volumosos. As cartas que necessitem de assinatura também devem ser entregues ao profissional da portaria, com protocolo. Deixar de receber uma carta por falta de atenção dos funcionários do condomínio é algo extremamente complicado. Nessa situação, o normal é que isso aconteça no máximo duas vezes por ano, em um residencial de médio porte. Se a situação começar a se tornar corriqueira, vale conversar com os funcionários da área e tentar descobrir se há algo de diferente acontecendo, ou se o volume de trabalho aumentou de repente, e com isso, o ritmo de trabalho aumentou muito. Oferecer reciclagem também pode ser uma alternativa aos funcionários da área para melhorar o desempenho. Sempre que houver um extravio, o morador em questão deve registrar sua queixa no livro de ocorrências, além de conversar com o porteiro. Assim, ficam todos cientes do acontecido, além do morador que ficou sem sua correspondência ter um registro por 24 escrito da situação. Vale lembrar que o condomínio, e por consequência, o síndico e o porteiro, são responsáveis pela entrega correta de correspondência aos moradores, que, caso se sintam lesados por uma perda ou extravio de cartas ou entregas, podem acionar o condomínio judicialmente. Sempre visando a prevenção de uma ação judicial, as administradoras de condomínios recomendam que as correspondências estejam sempre em nome do proprietário da unidade, mas aos cuidados do morador, isso vale para boletos, comunicados, multas, advertências e até recibos. Esse cuidado é importante para que o condomínio tenha duas certezas: que essas correspondências estão chegando ao proprietário e que o condomínio tem como comprovar que elas foram enviadas. Essa questão é importante porque ações judiciais relacionadas a apartamentos alugados responsabilizam o dono do imóvel em possíveis condenações, e não o inquilino, mesmo que a ação se refira a responsabilidades do morador, como o pagamento da taxa condominial, por exemplo. Uma dica interessante é manter o endereço do proprietário sempre atualizado e mandar essas correspondências para o dono e para o inquilino. Mesmo se solicitada pelo proprietário, não é recomendada a alteração do nome do destinatário. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA Os procedimentos mais utilizados na portaria de um condomínio são exatamente os indispensáveis para que a ordem e a segurança sejam mantidas, de forma que pessoas, bens e patrimônios estejam seguros. São diversos os procedimentos adotados pelo porteiro e vigia. Por isso, é necessária a realização de treinamento e capacitação profissional dos vigias e porteiros para que erros sejam evitados ao máximo e eles sejam capazes de realizar o controle, a fiscalização e a promoção da ordem do local. As medidas tomadas são divididas em estáticas e dinâmicas. As estáticas são as que utilizam barreiras e equipamentos para a inibição da ação criminosa, as dinâmicas são as que utilizam a inteligência do vigia. 25 A seguir os principais pontos a serem seguidos para manter-se a segurança do condomínio: Proteção de entradas não permitidas: por chamarem muita atenção, as entradas não permitidas são os alvos mais visados por invasores, sendo evitadas por criminosos. Por isso, o maior erro do porteiro e vigia é não se atentar para a audácia desses invasores, mantendo-se sempre alerta em qualquer circunstância; Proteção de entradas permitidas: as entradas de livre acesso são denominadas de portaria e são pontos fixos de vigias e/ou porteiros. Justamente por possuir livre acesso, merecem todo o cuidado. Para manter a ordem nas entradas permitidas, é preciso que o vigia tenha raciocínio rápido, organização, dinâmica e boa capacidade de comunicação; Controle de acesso: para o controle de acesso de pessoas, o vigia precisa seguir uma série de procedimentos para garantir a segurança de todos que passam pelo local; Controle do acesso de materiais: o controle de tudo que entra e sai do condomínio/empresa deve ser feito de maneira rígida, para a prevenção de acidentes, de perdas ou até mesmo objetos suspeitos que podem causar danos ao patrimônio e às pessoas; Controle de acesso de veículos: é de extrema importância a implantação de um controle de acesso de veículos. Muitos locais pecam nesse ponto, se preocupando apenas com o controle de acesso de pessoas, dando brechas para a atuação de criminosos. Torna-se mais eficaz com o auxílio de câmeras e outras tecnologias, além do treinamento constante de pessoal. Todos esses procedimentos são feitos de forma preventiva, para que não haja margem para a ação criminosa e para a insegurança. Os profissionais (porteiro e vigia) devem ficar muito atentos para que enxerguem as situações com olhar crítico e muita atenção. De fato, cada local, seja um condomínio ou uma empresa, possui seus pontos de vulnerabilidade. 26 FORMAS QUE OS BANDIDOS COSTUMAM ADENTRAR EM CONDOMÍNIOS Na hora de escolher um lugar para morar, os condomínios residenciais entram na cabeça das pessoas como uma alternativa segura e eficiente para fugir da violência presente nas cidades brasileiras. Entretanto, quadrilhas especializadas em assaltos nesses locais são cada vez mais comuns e aproveitam falhas de segurança já existentes para invadir condomínios para realizar seus crimes. estudar o funcionamento dos possíveis locais de roubos alguns dias antes do crime, a fim de descobrir pontos fracos de acesso ao condomínio. Locais sem sistema de segurança ou com poucos cuidados com segurança especializada costumam ser um prato cheio para esse tipo de infração. A seguir, os comportamentos mais comuns utilizados pelos invasores acessarem o local em que cometerão seu crime: Pular muros ou cercas em locais vulneráveis, fora da visibilidade de porteiros e/ou vigias; Enganar o porteiro e entrar como prestador de serviço (eletricista, encanador, entregador de pizza, entre outros); Distrair o porteiro e entrar como um falso morador; Clonar o controle remoto da garagem ou portão; Entrar logo atrás de um carro de um morador do condomínio; Entrar como passageiros de veículos de entrega que entram ao condomínio; Render um morador. Por esses fatores que treinamentos são fundamentais para os funcionários terem mais segurança na hora de fazer uma abordagem. O porteiro e vigia também precisa ter confiança de que seguindo os procedimentos de segurança não vai ser chamada a atenção por ter deixado alguém esperando pela confirmação do morador, por exemplo, e por esse motivo é que deve haver a conscientização dos moradores: reforço em assembleias e via comunicados sobre a importância do cumprimento de regras de segurança já estabelecidas. 27 Além de que os funcionários precisam ter conhecimento, e buscar o aperfeiçoamento constante. Porteiros, vigias e outros trabalhadores necessitam de treinamento para evitar falhas em procedimentos de identificação e liberação de acesso ao condomínio. Portaria remota Justamente por se ter procedimentos mais rígidos, a portaria remota pode ser uma forma de coibir ações citadas anteriormente. O controlador de acesso remoto sabe que está sendo gravado o tempo todo. Não vai autorizar a entrada de alguém por pressão, ou só porque acha que se parece com um morador. Vale salientar que a solução de portaria remota não é melhor que a orgânica em todos os casos. Se o condomínio realmente treinar os funcionários de portaria a cada três meses, oferecer uma boa tecnologia e portaria blindada, não deixa nada a desejar para os moradores em termos de segurança. DISFARCES MAIS USADOS PELOS BANDIDOS Disfarçado de morador Os bandidos tentam entrar no condomínio vestidos como os moradores se vestem. O porteiro ou vigia não deve ter medo de barrar um morador caso tenha dúvidas sobre a identidade do mesmo. 28 Jovens e adolescentes Ações criminosas envolvendo jovens são cada vez mais recorrentes. O porteiro pode liberá-los achando que moram no condomínio. Então, não importa se são jovens ou adolescentes, todos devem ser autorizados por moradores para entrar no condomínio. Funcionário de concessionárias, dos Correios, telefonia, entre outros. Alegam ter de fazer reparos dentro de algumas unidades, ou no caso do carteiro, ter de entregar em mãos a correspondência, nesses casos o vigia deve pedir crachá com foto e caso o morador não esteja, ligar na empresa para conferir se aquela pessoa realmente é funcionário. Oficial de justiça ou advogado: Procuram forçar a entrada no condomínio sem se identificar, ou apresentando documentos e identidades falsos. O porteiro não deve mudar os procedimentos de segurança de acordo com a aparente autoridade de quem quer que seja. Deve sempre manter seu protocolo de segurança. 29 Autorizado pelo telefone Alguém, se passando por morador, autoriza a entrada de um terceiro pelo telefone. O porteiro deve ter uma relação com os telefones de todos os moradores. Só após falar com o morador pelo contato da portaria deve-se liberar a entrada. Outra possibilidade é a comunicação por WhatsApp. Falso policial Homens chegam trajados com roupas da polícia e exigem entrar no condomínio, às vezes com carros adesivados que imitam os da polícia. Não deixar ninguém entrar sem ser autorizado, mesmo que seja policial. A polícia não pode invadir o condomínio sem um mandato de busca e apreensão, por exemplo. Carro clonado do morador Usam carro com as mesmas características de um morador para entrar no condomínio. Embicam o carro e, por conhecer o carro, o porteiro abre a garagem. Só abrir se o morador sair do carro ou mostrar o rosto e se identificar. Ideal é ter câmeras que focalizem o rosto do motorista ao chegar. 30 Falsa grávida Mulher se passando por grávida finge estar passando mal. Companheiro pede para usar o telefone da portaria para ligar para médico. O porteiro pode ligar ele mesmo para uma ambulância, caso veja que o caso é grave. Mas não deve sair da portaria e nem deixar ninguém entrar no condomínio. Mulher bonita Mulher bonita e vestida de maneira provocante chega de noite, geralmente para visitar um morador solteiro. Pede para não deve ser extremamente cauteloso e não deixar ninguém entrar. O porteiro não deve mudar os procedimentos de segurança, jamais. Corretor de imóveis Bem vestido, em geral num grupo de dois ou três, apresenta-se como corretor de imóveis e diz que vai visitar determinado apartamento. Confirmar se o morador requisitou a presença do corretor. Se não, não permitir a entrada. Portanto, porteiros e vigias não devem deixar desconhecidos entrarem, mesmo que estejam "bem vestidos". Agente de fiscalização da dengue Geralmente, dois ou três homens com coletes e uma maleta de plástico dizem que são funcionários da prefeitura ou terceirizados. Pedir documentos e crachás com fotos. 31 Porteiro deve ligar para a prefeitura e não para número que constar no crachá. Menino assaltado Menino pede para usar o telefone para ligar para o pai. Porteiro pode ligar ele mesmo para o pai da criança, de dentro da portaria. Não deve, porém, dar o telefone para o menino e nem deixá-lo entrar no condomínio. Entregador de encomendas Pode ser de pizza, flores, cestas de café da manhã, entre outros. Este pode agir de duas formas diferentes: 1. Diz que vai subir em determinada unidade para entregar; 2. Chama o condômino ou um empregado para receber rendendo-o assim que a porta é aberta. O porteiro ou vigia não deve permitir a subida de entregadores às unidades, em nenhuma hipótese. Antes de abrir o portão para receber a encomenda, o porteiro deve confirmar se o respectivo condômino o aguarda. No caso de flores e presentes surpresa, o melhor é que o próprio porteiro receba. O ideal é instalar um "passador" de encomendas, para não abrir o portão nestes casos. O "bem vestido" Homem de terno entra a pé pela garagem quando um morador chega com seu carro, ou simplesmente pede para abrir a porta pela entrada de pedestres e muitas vezes o 32 porteiro não desconfia de nada porque o homem está bem vestido. Logo em seguida, é rendido pelo invasor que o obriga a abrir o portão para seus comparsas. Nesses casos, o porteiro não deve mudar os procedimentos de segurança de acordo com as vestimentas das pessoas ou aparência de status social. Como já citado anteriormente em outras situações. O Aproveita-se da entrada de uma pessoa no prédio para "pegar uma carona" no portão aberto dos pedestres. Para não despertar suspeitas, diz alguma coisa para a pessoa que está entrando, parecendo ao porteiro que ambos se conhecem. Outra vez, vale a atenção do porteiro. Se ficar na dúvida se conhece ou não a pessoa que entrou, deve abordá-la e perguntar para que unidade se dirige e não deve deixar que dois visitantes distintos entrem simultaneamente. De carro Embicam o carro na garagem e buzinam, c que entram na garagem. O porteiro deve ser extremamente rigoroso na identificação do carro e do motorista. Jamais abrir o portão para veículos que não se identificam devidamente. 33 DICAS PARA PORTARIA E ADMINISTRAÇÃO Dica 1 Momento perigoso: Entrada de visitantes. Atitude errada: 1. O Porteiro não identifica corretamente o visitante. 2. Porteiro libera a entrada de visitante sem solicitar autorização do morador. Atitude correta: O porteiro deve pedir o RG do visitante, registrar o apartamento que está indo, avisar o morador e somente depois da autorização liberar a entrada. Dica 2 Momento perigoso: Entrega de encomendas para condôminos. Atitude errada: Porteiro abre o portão para o entregador. Atitude correta: O ideal é que o condomínio tenha um passa volumes. O morador ou o porteiro/vigia deve retirar suas encomendas não tendo em nenhum momento contato direto com o entregador. O portão deve permanecer o tempo todo fechado. 34 Dica 3 Momento perigoso: Mudanças. Atitude errada: Permitir mudanças que não foram previamente avisadas e manter o portão aberto durante o processo. Atitude correta: As mudanças devem ser previamente agendadas com o porteiro/vigia para que medidas de segurança possam ser tomadas. Durante a mudança os portões devem ficar fechados, abrindo somente o tempo necessário para carga e descarga. O certo é que se agende apenas uma mudança por dia. Dica 4 Momento perigoso: Liberação de funcionários e prestadores de serviço particulares (ex.: empregadas domésticas) fora do horário de trabalho. Atitude errada: O porteiro, por conhecer a pessoa, libera a entrada de funcionários e colaboradores mesmo fora do seu horário habitual de trabalho. Atitude correta: O porteiro deve pedir autorização aos responsáveis antes de liberar a entrada de colaboradores e empregados domésticos. Por exemplo, a faxineira faz faxina de terça e quinta-feira no período da manhã, mas aparece na quarta-feira à tarde: o correto é o porteiro consultar o morador, e só liberar a entrada após autorização deste. Dica 5 Momento perigoso: Liberação de funcionários e prestadores de serviço acompanhados por estranhos (empregada doméstica e sobrinha, por exemplo). Atitude errada: O porteiro, por conhecer a pessoa, libera a entrada de funcionários e colaboradores, mesmo que acompanhados. Atitude correta: O porteiro deve sempre impedir a entrada de outros funcionários, do condomínio ou particulares, se os mesmos estiverem acompanhados. No caso de funcionários do condomínio, é necessário que o síndico, administração ou zelador 35 autorizem essa entrada. No caso de empregados domésticos, deve-se pedir autorização ao morador e só então permitir a entrada. Dica 6 Momento perigoso: Horários de limpeza e retirada de lixo. Atitude errada: O porteiro permite que o portão fique aberto para facilitar o trabalho dos profissionais da limpeza. Atitude correta: O portão deve permanecer fechado e só ser aberto no momento em que o funcionário da limpeza passar. O porteiro ou vigia deve ficar vigiando a operação do lado de dentro (porteiro, se for possível visualização da guarita). Dica 7 Momento perigoso: Limpeza da calçada. Atitude errada: O portão fica aberto. Atitude correta: Caso o funcionário precise limpar a calçada do condomínio, o portão ficará fechado e somente será aberto quando o funcionário entrar definitivamente. Dica 8 Momento perigoso: Admissão de funcionários. Atitude errada: Administradora/Condomínio contrata funcionários sem prévia verificação dos mesmos e não passa treinamento adequado. Atitude correta: Toda contratação de funcionários deve ser precedida de levantamentos dos dados pessoais do candidato, incluindo antecedentes criminais. Dica 9 Momento perigoso: Identificação dos veículos e seus condutores. Atitude errada: O porteiro libera a entrada de veículos sem verificar se há autorização 36 para tanto e quem é o condutor. Atitude correta: O porteiro deve sempre verificar o veículo e principalmente o condutor. Veículos estranhos só poderão ser liberados com autorização do síndico/administrador ou do morador responsável. Pessoas estranhas, mesmo que dirigindo veículos de moradores, devem ser anunciadas e sua entrada só poderá ser liberada após a autorização do morador. Dica 10 Momento perigoso: Festas e eventos. Atitude errada: O porteiro libera a entrada de convidados sem anunciar ou consultar a lista de convidados. Atitude correta: No caso de festas e eventos, o morador deve providenciar uma lista com os nomes dos convidados e deixar na portaria a lista. Caso contrário, o porteiro deve anunciar cada convidado que chegar e não deve liberar a entrada antes da autorização do morador. Dica 11 Momento perigoso: Guardar chaves dos apartamentos e veículos na portaria. Atitude errada: O porteiro permite que moradores deixem chaves na portaria para serem entregues a familiares e/ou empregados. Essa atitude só facilita a ação de marginais, facilitando a entrada dos mesmos nas unidades e o furto de veículos. Atitude correta: As chaves dos apartamentos e veículos nunca devem ser deixadas na portaria. Só podem se tiver um local seguro e específico para isso dentro da portaria. 37 DICAS QUE O PORTEIRO/VIGIA DEVE PASSAR AOS MORADORES, PARA QUE ELES CONTRIBUAM COM A SEGURANÇA DO CONDOMÍNIO Dica 1 Momento perigoso: Entrando no condomínio com veículo ou a pé. Atitude errada: Entrar no condomínio sem prestar atenção no que está acontecendo em volta. Não prestar atenção se existem outras pessoas tentando entrar junto (com o morador). Atitude correta: Ao chegar, prestar atenção se não existem pessoas paradas junto ao portão. Se ficar inseguro, com dúvida, não entrar. Dar uma volta no quarteirão e analisar melhor a situação. Se a dúvida persistir, entrar em contato com a portaria pra saber se está tudo bem. O mesmo procedimento é válido caso haja um carro com passageiros parados, ou se um carro tentar entrar junto no condomínio. Ao abrir o portão, ter atenção a toda a movimentação ao redor para que não haja supresa por alguém que entrou no condomínio, aproveitando o portão aberto. O porteiro pode achar que pode ser acompanhante e não abordá-lo. Fechar o portão deixando a pessoa do lado de fora não é falta de educação, e sim medida preventiva de segurança. Dica 2 Momento perigoso: Contratação de empregados domésticos e prestadores de serviço. Atitude errada: Contratar somente por indicação, sem verificar a documentação do mesmo. Permitir que o prestador de serviço leve pessoas estranhas sem seu consentimento, como ajudantes, etc. Atitude correta: A simples indicação de um amigo ou parente não é suficiente na hora de contratar uma pessoa que terá acesso a residência. Sempre pedir documentação e verificar os antecedentes criminais antes da contratação. 38 Dica 3 Momento perigoso: A campainha toca sem anúncio prévio por interfone. Atitude errada: Manter a porta do apartamento destrancada ou abri-la sem prévia identificação. Atitude correta: Morador não abrir a porta do seu apartamento sem antes identificar através do olho mágico quem está do lado de fora. Orientar filhos e também empregados a nunca abrirem a porta caso a pessoa não tenha sido devidamente anunciada pelo interfone, mesmo que seja um funcionário do condomínio. Dica 4 Momento perigoso: Informações que vazam através de funcionários particulares ou do condomínio. Atitude errada: Permitir que empregados tenham acesso a informações pessoais da família. Atitude correta: Evitar comentar situação financeira. Não falar sobre valores gastos em comentar inocentemente com um parente, um amigo ou no ônibus de volta pra casa. Dica 5 Momento perigoso: Festas e eventos. Atitude errada: Autorizar a entrada de todos que chegarem à portaria informando que vão à festa ou evento. Atitude correta: Sempre que realizar festas ou qualquer outro evento, confeccionar uma lista com o nome e sobrenome de todos os convidados e deixar na portaria. Avisar os convidados sobre os procedimentos de segurança, assim não haverá constrangimento. 39 Dica 6 Momento perigoso: Mudanças. Atitude errada: Não avisar o condomínio sobre mudanças. Atitude correta: Em caso de mudança, avisar sobre a data e empresa que realizará a mudança, tanto para o condomínio que está deixando quanto o condomínio para onde estará se mudando. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIOS O crime de violação de domicílio, previsto no Artigo 150 do Código Penal, consiste em crime de mera conduta, pelo qual o sujeito ativo entra ou permanece, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências, cuja pena constitui detenção, de um a três meses, ou multa. Quanto ao elemento subjetivo do tipo penal, tem-se que será o dolo, pois o crime será praticado de modo consciente e direcionado ao atingimento da finalidade, pelas seguintes formas: I. Clandestinamente: o agente ingressa ou permanece em casa alheia ou em suas dependências sem que o morador perceba. II. Astuciosamente: o agente induz o morador a erro para obter seu consentimento em entrar ou permanecer na casa ou em suas dependências. III. Contra a vontade do morador: o agente usando-se de violência ou grave ameaça entra ou permanece na casa ou em suas dependências. 40 Qualifica-se o crime de violação de domicílio, elevando-se os patamares da pena para seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 150 do Código Penal, se o crime for cometido durante a noite, ou em lugar ermo (desabitado), ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas. Por seu turno, constitui causa especial de aumento da pena do crime de violação de domicílio, aumentando-se de um terço, se o fato for cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. Não constituirá crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; ou a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Deve-se atentar a definição legal trazida pelo Código Penal acerca da expressão casa, compreendendo-se qualquer compartimento habitado; aposento ocupado de habitação coletiva; ou compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. Excluindo de tal compreensão a hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do nº II do parágrafo (§) anterior; taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero, nos termos dos §§ 4º e 5º do artigo 150 do Código Penal, respectivamente. VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS Muitas vezes, não se dá a devida atenção a esse assunto, mas é muito importante estar atento as correspondências e conferir se as mesmas não estão violadas no ato da entrega, para não ser responsabilizado posteriormente. O correio entrega para o porteiro/vigia, que distribui para os apartamentos ou coloca nas caixas apropriadas. Mas, na prática, não é tão simples assim. Mesmo porque há uma lei (6.538/1978) que dispõe sobre serviços postais. 41 Diz o A os porteiros, zeladores ou empregados são credenciados a receber objetos de correspondência endereçados a qualquer de suas unidades, respondendo pelo seu O Artigo 151 do Código Penal também trata do assunto, abrir indevidamente correspondência fechada dirigida a outra pessoa acarreta pena de um a seis meses de detenção ou multa, mesma pena para quem se apossa de correspondência alheia, a sonega ou destrói. Lembrando que esse crime só se penaliza por representação, ou seja, o reclamante deve proceder a queixa-crime, e não apenas o boletim de ocorrência. O porteiro pode assinar as cartas com AR (Aviso de Recebimento). Mas não pode quando se tratar de serviço de entrega do tipo mãos próprias, ou seja, que deve ser entregue na mão do destinatário. O condomínio deve organizar o recebimento de correspondências e sua distribuição interna. Passando do portão, diz a lei, a responsabilidade é do condomínio. Mas, não há obrigação de entregar na porta do morador. Porém, devem ser estabelecidas regras. Por exemplo, registrar internamente o recebimento de telegramas ou ARs. E qualquer alteração nos procedimentos deve ser aprovada em assembléia. A inviolabilidade e o sigilo da correspondência são direitos assegurados pela Constituição (cf. art. 5º, inc. XII, CF/88). Porém, como nenhuma liberdade individual é absoluta, faz-se necessário esclarecer que, a depender do interesse público e da garantia da segurança e da paz social, ao Poder Público é permitido devassar correspondências alheias. Historicamente, a fiscalização de correspondência sempre foi um artifício adotado pelo 42 Estado para a manutenção da paz pública. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, as cartas provenientes dos Países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) eram abertas e fiscalizadas pelos demais países europeus. O mesmo era feito pelo governo alemão, com relação às cartas provenientes dos países aliados. Já aqui no Brasil, vale mencionar que nenhuma carta/remessa postal entra ou sai de um presídio sem que seja previamente analisada por funcionários da administração penitenciária. Nesse caso, a abertura de correspondência alheia visa coibir a entrada e saída de materiais ilícitos (armas, telefones celulares, drogas, etc.) ou mensagens que possam colocar em risco a segurança. Excluindo essa e algumas poucas situações excepcionais, a regra é que todo e qualquer cidadão (bem como as pessoas jurídicas) tem, de fato, direito ao sigilo da correspondência. Na ocorrência de afronta indevida a essa garantia constitucional, o Direito Penal poderá ser adotado para reprimir tais condutas. O crime de violação de correspondência está ar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem. Pena: detenção de 1 a 6 meses, ou multa). Nesse caso, o infrator atua movido pela manifesta vontade de devassar o sigilo da correspondência endereçada a outrem. O legislador brasileiro também considera criminosa a conduta tanto daquele que se apossa indevidamente de correspondência alheia (ainda que aberta) quanto de quem a sonega ou a destrói (art. 151, §1º, inc. I do Código Penal). Vale notar que o legislador incluiu na redação daqueles tipos penais um advérbio de modo, qual seja, justifica pelo fato de que existem circunstâncias que podem justificar a violação de correspondência e, nesse caso, como a violação não considerado atípico. O Código Penal traz, ainda, um crime específico para a chamada correspondência comercial (art. 152). Nesse caso, o crime é praticado apenas pelo sócio condição, , as penas são mais altas, com detenção de 3 meses a 2 43 previstas em nosso Código Penal são consideradas como delitos de pequeno potencial ofensivo. De toda forma, o Código Penal não deixa dúvidas de que realmente considera criminosa abre correspondência alheia. Apenas fundadas e sérias razões de segurança e/ou interesse público podem, eventualmente, justificar a quebra dessa garantia constitucional. CRIMES QUE PODEM OCORRER DENTRO DO CONDOMÍNIO A seguir, alguns crimes que porteiro e vigia deve ficar atento, e percebendo qualquer ato que levante suspeita de algum dos crimes abaixo, o mesmo deve prontamente acionar a polícia, para coibir os marginais. A seguir, os conceitos desses crimes e também a sua legislação: Receptação; Assédio; Racismo; Cárcere privado; Roubo; Furto. 44 Receptação A receptação, delito dos mais importantes do título dos crimes contra o patrimônio, está descrita no art. 180 do Código Penal e subdivide-se em dolosa e culposa. A receptação dolosa, por sua vez, possui as seguintes figuras: Simples, que pode ser própria ou imprópria: Qualificada; Majorada; Privilegiada. A receptação é um crime acessório, uma vez que constitui pressuposto indispensável de sua existência a ocorrência de um crime anterior. Ocorre, por exemplo, quando alguém compra um celular roubado no comércio popular. A receptação é crime contra o patrimônio, assim, quem adquire, por exemplo, objeto produto de peculato (crime contra a Administração Pública) comete receptação. É crime de ação múltipla porque contém várias condutas típicas. Quando um delito possui essa característica haverá crime único se mais de uma conduta típica for cometida em relação ao mesmo objeto material. Assim, se uma pessoa adquire um objeto roubado e depois o transporta de um local a outro, comete crime único de receptação. Para que a receptação exista é necessário que o agente queira obter alguma vantagem para si ou para outrem. Veja-se, entretanto, que, se o sujeito visa 45 beneficiar o próprio autor do crime antecedente, responde pelo crime de favorecimento real (art. 349 do Código Penal). Assédio Quando se fala em assédio, muitas vezes a primeira imagem que vem à cabeça de muita gente é a de um desconhecido importunando uma mulher na rua. Mas essa situação e esse conceito é somente uma das formas de assédio. Assédio pode ser uma série de comportamentos que incomodam, importunam, humilham ou perseguem uma pessoa ou grupo específico. O assédio pode se manifestar de muitas formas, algumas mais explícitas e outras mais veladas. 46 Assédio Sexual O assédio sexual é um tipo de violência que se caracteriza por qualquer ação ou comportamento sexual que acontece sem o consentimento da outra pessoa. Esse tipo de assédio engloba uma série de comportamentos, que vão desde o contato físico até um comentário com conotação sexual. No Brasil, o Decreto-Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001, acrescenta o artigo nº 216-A ao Código Penal Brasileiro, apresenta o seguinte texto: "Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." Em teoria, a pena para a quem infringe esta lei e comete assédio sexual é a detenção que pode variar entre 1 e 2 anos. Assédio Moral No caso do assédio moral, a violência é contra a dignidade do cidadão que passa por algum tipo de humilhação. A maioria dos casos de assédio moral acontece no ambiente de trabalho, em situações nas quais o funcionário é exposto constantemente à humilhação por parte de seus patrões ou até mesmo de outros funcionários. No Brasil, não há uma lei específica que caracterize o assédio moral e nem o assédio moral no trabalho, mas situações que se encaixam nesse tipo de assédio são enquadrados como crime de danos morais. Assédio Verbal Esse tipo de assédio pode acontecer em diversos contextos e pode envolver tanto pessoas próximas, quanto completos desconhecidos. Ele se caracteriza por atos em que ocorrem xingamentos, vaias, ridicularização, insultos, provocações ou ameaças contra uma pessoa. O assédio verbal é considerado um delito no Brasil, protegido pela lei de injúria. A pessoa que sofre esse tipo de assédio pode ser indenizada por Danos Morais. 47 Então trazendo para o cotidiano da profissão de porteiro ou vigia, o profissional deve ficar atento, se ver no condomínio alguma forma de assédio, deve tomar as medidas cabíveis (acionando a polícia) e auxiliar a pessoa que sofreu o assédio. E até para sua defesa no dia a dia, visto que pode ocorrer por exemplo, uma situação de assédio verbal ao barrar uma pessoa na portaria. Racismo O Racismo é a crença em que uma raça, etnia ou certas características físicas sejam superiores a outras. O racismo pode se manifestar tanto em nível individual, como em nível institucional, através de políticas como a escravidão, o apartheid, o holocausto, dentre outros. Embora o racismo associe-se ao preconceito contra os negros, ele pode se manifestar contra qualquer raça ou etnia, sejam asiáticos, indígenas, etc. Convém lembrar que a prática do racismo, no Brasil, é considerado um crime inafiançável, com pena de até 3 anos de prisão. Racismo Individual O racismo individual é expresso em atitudes discriminatórias individuais, através de estereótipos, insultos e rejeição a uma pessoa que não possua as mesmas características étnicas que a sua. 48 Racismo Institucional O racismo institucional é aquele exercido pelas instituições, como o Estado, a Igreja, as empresas privadas e públicas, no qual certos grupos étnicos, como negros ou índios, são marginalizados e rejeitados, seja direta ou indiretamente. Um dos maiores exemplos foi o apartheid, na África do Sul, quando os negros estavam proibidos de frequentar os mesmos lugares que os brancos. Igualmente, nos Estados Unidos, havia leis desse tipo, que impediam os negros de estudarem nas mesmas escolas que os brancos, por exemplo. O racismo deve ser combatido diariamente, primeiro em atitudes individuais e depois, de forma social. Valorizar e incentivar comportamentos respeitosos e sem preconceito em relação a diversidade étnico-racial. E presenciando ou sofrendo situações de racismo, denuncie. Cárcere privado Trata-se de crime contra a liberdade pessoal, previsto no Artigo 148 do Código Penal, cujo objetivo é garantir a livre locomoção das pessoas. O mencionado artigo descreve a conduta criminosa como o ato de privar alguém de sua liberdade através de sequestro ou cárcere privado. A expressão cárcere privado decorre do verbo encarcerar, que significa deter, ou prender alguém indevidamente e contra sua vontade.No crime de cárcere privado, a vítima quase não tem como se locomover, sua liberdade fica restrita a um pequeno espaço físico, como um quarto ou um banheiro. 49 A pena prevista é de 1 a 3 anos de reclusão. Todavia, a pena aumenta para 2 a 5 anos nos seguintes casos: privação de liberdade maior do que 15 dias, crime com finalidade sexual e, ainda, se as vítimas se enquadram nos seguintes casos: pais, filhos, esposo ou convivente do criminoso, pessoa idosa, pessoa indevidamente internada em casa de saúde ou hospital. A aumento de pena é ainda maior, de 2 a 8 anos, caso a vítima sofra dano físico ou moral em razão do confinamento. O mesmo artigo prevê o crime de sequestro, muito similar ao crime de cárcere. O que difere um do outro é o espaço do confinamento. No sequestro, o espaço é mais amplo e permite mais movimentação da vítima. Sempre que houver suspeita de cárcere privado, deve ser realizada denúncia aos órgãos responsáveis, para investigarem, e tomarem as medidas necessárias. 50 Roubo A seguir, será abordado o crime de roubo e as alterações trazidas pela Lei 13.654/2018. O roubo está previsto no Título II da parte especial do Código Penal que trata dos crimes contra o patrimônio. Seu fundamento constitucional está no artigo 5º caput da Constituição Federal. Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à Esta figura criminosa abrange o roubo simples (que pode ser próprio ou impróprio), causas de aumento e qualificadoras. A seguir a tabela que resume o artigo 157. Art. 157, caput Roubo simples próprio Reclusão 4 a 8 anos + multa Art. 157, §1º Roubo simples impróprio Reclusão 4 a 8 anos + multa Art. 157, §2º Roubo majorado Aumento 1/3 até 1/2 Art. 157, §2º-A Lei13.654/18 Roubo majorado Aumento 2/3 Art. 157, §3º Inciso I Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave Reclusão 7 a 18 anos + multa Art. 157, §3º Inciso II Roubo qualificado pelo resultado morte/latrocínio Reclusão 20 a 30 anos + multa Fonte: Canal Ciências Criminais. A configuração do crime de roubo exige a presença de algumas elementares do 51 furto como: a) Subtração como conduta típica; b) Coisa móvel como objeto material; c) A circunstância de a coisa ser alheia como elemento normativo; d) A finalidade de assenhoramento definitivo, para si ou para terceiro, como elemento subjetivo. Em sua essência, o roubo seria uma espécie de furto cometido com violência ou grave ameaça, sendo um crime complexo porque atinge mais de um bem jurídico (patrimônio e incolumidade física ou a liberdade individual) resultando da fusão de dois crimes: furto + lesão corporal leve ou crime de ameaça. A simulação de arma de fogo (esconder uma das mãos no bolso ou arma de brinquedo) constitui a grave ameaça, já que possui poder intimidatório sobre a vítima. A violência é o emprego de força física ou a prática de ato agressivo. Exemplo: agarrar a vítima, agredi-la com socos e chutes, derrubá-la no chão, desferir puladas, etc. Cabe lembrar que a violência precisa ser necessariamente contra a pessoa, e não contra coisas. A violência presumida é aquela onde a vítima não pode, por qualquer causa, (substância que faz a vítima dormir) para desacordar a vítima e levar seus pertences. O agente que droga a vítima e subtrai o celular quando esta está desacordada não pratica furto e sim roubo.
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