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Revista março_2019

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Prévia do material em texto

NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 1
CLÍNICA
USO DE ALIMENTOS 
FODMAPS NO TRATAMENTO 
DA SÍNDROME DO 
INTESTINO IRRITÁVEL
FUNCIONAIS
ALIMENTOS FUNCIONAIS 
E FITOTERÁPICOS 
NA LIPODISTROFIA 
GINÓIDE
ELABORAÇÃO DE RECEITAS 
SUSTENTÁVEIS PARA O CARDÁPIO 
DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA 
PERMANÊNCIA EM MACEIÓ-AL
R$30,00 - março 2019 
Ano 9
Número 49
Edição Digital
São Paulo
ESPORTE | GASTRONOMIA | SAÚDE PÚBLICA | FOOD | PEDIATRIA
ISSN 2236-1022 A REVISTA DOS MELHORES PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO
www.nutricaoempauta.com.br
+ 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 20192
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C E N T R O U N I V E R S I T Á R I O 
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0300 017 8585
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 3
editorial 
por Sibele B. Agostini
Elaboração de Receitas Sustentáveis 
para o Cardápio de uma Instituição 
de Longa Permanência em Maceió-AL
 Os idosos constituem uma parte da população 
que mais aumenta em todo mundo. No Brasil, um novo 
processo de transição demográfica vem se formando de 
maneira rápida e acentuada. Considerando que não há 
o hábito de reaproveitar os alimentos nas instituições de 
longa permanência (ILPI), pressupõem que os motivos 
são o desconhecimento de informação a cerca deste as-
sunto por parte dos responsáveis e dos manipuladores de 
alimentos, ficando limitados a realizar as mesmas prepa-
rações levando a monotonia do cardápio e ao aumento 
de produção dos resíduos que poderiam ser aproveitados. 
Com isso, o presente estudo teve como objetivo elaborar 
receitas sustentáveis aumentando assim o valor nutricio-
nal e promovendo um cardápio mais atrativo e diversifi-
cado para os idosos. 
 
 Prepare-se para o Mega Evento Nutrição 2019, 
englobando o 20o Congresso Internacional de Nutrição, 
Longevidade e Qualidade de Vida, 20o Congresso Inter-
nacional de Gastronomia e Nutrição, 7o Congresso Mul-
tidisciplinar de Nutrição Esportiva, 15o Fórum Nacional 
de Nutrição, 14o Simpósio Internacional da American 
Academy of Nutrition and Dietetics (USA), 12o Sim-
pósio Internacional da Nutrition Society (United King-
dom), 12o Simpósio Internacional do Le Cordon Bleu 
(França), 20a Exposição de Produtos e Serviços em Nu-
trição e Alimentação, dentre outros, que será realizado 
em São Paulo em agosto de 2019 e já conta com parcerias 
com as principais entidades internacionais e nacionais 
do setor.
 E também o 15o Fórum Nacional de Nutrição 
2019, que está sendo realizado nas principais capitais do 
Brasil.
Dra. Sibele B. Agostini
CRN 1066 – 3a Região
Aproveite as informações científicas
atualizadas desta edição da revista
Nutrição em Pauta.
Boa leitura!
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 20194
Assine: (11) 5041.9321
assinaturas@nutricaoempauta.com.br
FALE CONOSCO: (11) 5041.9321 
contato@nutricaoempauta.com.br
www.nutricaoempauta.com.br
A REVISTA DOS MELHORES PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO
ISSN 2236-1022
Ano 9 - número 49 - março 2019 - edição digital
Publicação Bimestral da Nutrição em Pauta Ltda ME - Atualização Científca em Nutrição - R. Republica do
Iraque, 1329 cj 11 - Campo Belo - São Paulo - SP - Brasil - Tel 55 11 5041-9321
nucleo@nutricaoempauta.com.br - www.nutricaoempauta.com.br
Editora Científica
Diretor
Dra. Sibele B. Agostini | redacao@nutricaoempauta.com.br
Cláudio G. Agostini Jr. | diretoria@nutricaoempauta.com.br
Conselho Científico Prof. Dra. Andréa Ramalho (UFRJ/RJ),Prof. Dra. Avany Fernandes Pereira (UFRJ/RJ), Prof. Dra. Claudia 
Cople (UERJ/RJ), Prof. Dr. Dan Waitzberg (FMUSP/SP), Prof. Dra. Eliane de Abreu – (UFRJ/RJ), Prof. Dra. 
Fernanda Lorenzi Lazarim (UNICAMP/SP), Prof. Dra. Flávia Meyer (UFRGS/RS), Prof. Dra. Josefna Bres-
san (UFV/MG), Prof. Dra. Joy Dauncey (Cambridge/UK), Prof. Dra. Lilian Cuppari (UNIFESP/SP), Prof. 
Dra. Marcia Regina Vitolo (UNISINOS/RS), Prof. Dra. Maria Margareth Veloso Naves (UFG/GO), Prof. Dr. 
Mauro Fisberg (UNIFESP/SP), Prof. Dr. Melvin Williams (Maryland/USA) , Prof. Dra. Mirtes Stancanelli 
(UNICAMP/ SP), Prof. Dra. Nailza Maestá (UNESP/SP), Prof. Dra. Nelzir Trindade Reis (UVA/RJ), Prof. 
Dr. Ricardo Coelho (UNIUBE/MG), Prof. Dr. Roberto Carlos Burini (FMUNESP/SP), Prof. Dra. Rossana 
Pacheco da Costa Proença (UFSC/SC), Prof. Dra. Sonia Tucunduva Phillipi (USP/SP), Prof. Tereza Helena
Macedo da Costa (UnB/DF), Prof. Dra. Tais Borges Cesar (FCF-UNESP/SP).
Consultor de Gastronomia
Colaboradores
Chef Patrick Martin - Le Cordon Bleu Brasil
Chef Fabiana B. Agostini
Fotógrafo
Assinaturas
Indexação
Editoração Eletrônica
Alexandre Agostini
assinaturas@nutricaoempauta.com.br
A revista Nutrição em Pauta está indexada na Base de Dados PERI da ESALQ/USP
Ydea Solutions
Produzida em março de 2019
 nesta edição
Março 2019
5. Elaboração de Receitas Sustentáveis para o Cardápio de 
uma Instituição de Longa Permanência em Maceió-AL
10. Uso de Alimentos FODMAPS no Tratamento da Síndro-
me do Intestino Irritável
19. Associação do Sobrepeso e Obesidade com Desenvolvi-
mento de Câncer de Mama: Revisão Narrativa
24. Guia de Orientações Dietéticas para Nutricionistas no 
Acompanhamento de Autistas
30. Projeto arquitetônico sob a óptica do nutricionista para 
construção de uma unidade de alimentação e nutrição em 
uma instituição de longa permanência para idosos
35. Temperatura na Cocção e Distribuição de Preparações 
Proteicas em uma Unidade de Alimentação e Nutrição
40. Alimentos Funcionais e Fitoterápicos na Lipodistrofia 
Ginóide
46. Uma Nova Tabela de Fatores de Correção para Hortifrú-
tis
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 5
matéria de capa Development of Sustainable Recipest 
To the Menu of an Institution of Long 
Permanence In Maceió-AL
Elaboração de Receitas Sustentáveis 
para o Cardápio de uma Instituição 
de Longa Permanência em Maceió-AL
RESUMO: Considerando que não há o hábito de reapro-
veitar os alimentos nas instituições de longa permanên-
cia (ILPI), pressupõem que os motivos são o desconheci-
mento de informação a cerca deste assunto por parte dos 
responsáveis e dos manipuladores de alimentos, ficando 
limitados a realizar as mesmas preparações levando a mo-
notonia do cardápio e ao aumento de produção dos resí-
duos que poderiam ser aproveitados. Com isso, o presente 
estudo teve como objetivo elaborar receitas sustentáveis 
aumentando assim o valor nutricional e promovendo um 
cardápio mais atrativo e diversificado para os idosos. Se 
trata de um estudo observacional intervencionista, desen-
volvido em uma UAN de uma ILPI, onde foram elabo-
radas 05 receitas sustentáveis: bolo de banana, sorvete de 
banana, doce da casca da melancia, pudim de pão e torta 
de arroz. Para elaboração das receitas sustentáveis foram 
utilizadas fichas técnicas de preparação. Foi calculado o 
valor energético e composição química dos macronu-
trientes. Todas as receitas foram incluídas nos lanches do 
cardápio, e durante a implantação destes foi observado 
que não ocorriam sobras nos pratos dos idosos, caracte-
rizando uma excelente aceitação. As receitas elaboradas 
foram de suma importância na estimulação da prática de 
reaproveitamento, reduzindo os resíduos alimentares ge-
rados no local, e contribuindo para diversificar o cardápio 
da Instituição, aumentando o valor nutricional sem com-
prometer o custo. 
ABSTRACT: Whereas there is the habit of reusing the food in 
long-stay institutions (ILPI), assume that the reasons are the lack 
of information about this subject on the part of the responsible and 
of food handlers, gettinglimited to perform the same preparations 
leading to monotony of menu and increased production of waste 
that could be used. With that, the present study had as objective to 
draw up sustainable revenue thus increasing the nutritional value 
and promoting a more attractive and diverse menu for the elderly. 
This is an observational study interventionist, developed in a UAN a 
ILPI, where 05 sustainable recipes were made: banana cake, banana 
ice cream, watermelon rind, sweet bread pudding and rice cake. For 
preparation, sustainable revenues were used sheets of preparation. It 
was calculated the amount of energy and chemical composition of 
macronutrients. All the recipes were included in snacks on the menu, 
and during deployment of these noted that don’t occur in the elderly 
remains, featuring an excellent acceptance. The recipes prepared were 
of paramount importance in stimulating practice of reusing, reducing 
food waste generated on site, and helping to diversify the menu of the 
institution, increasing the nutritional value without compromising the 
cost.
. . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
 
 Os idosos constituem uma parte da população 
que mais aumenta em todo mundo. No Brasil, um novo 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 20196
Elaboração de Receitas Sustentáveis para 
o Cardápio de uma Instituição de Longa 
Permanência em Maceió-AL
processo de transição demográfica vem se formando de 
maneira rápida e acentuada. No passar dos anos está ha-
vendo uma mudança na faixa etária, iniciada em 2000 
com 13,9 milhões. E segundo as projeções, em 2020 se 
elevará para 28 milhões, está ocorrendo um aumento da 
expectativa de vida (HOTT; PIRES, 2011). 
 Considerando as mudanças e dilemas sociais, so-
mada ao aumento do número de idosos, a demanda por 
instituições que prestem atendimento a esse público vem 
crescendo constantemente e as instituições de Longa Per-
manência para Idosos (ILPI) surge como uma alternati-
va para idosos que perderam o vínculo familiar (ROSA, 
2010). 
 Porém, a ida para a instituição impõe alterações 
na rotina diária, sobretudo na área da alimentação, que 
acarreta em modificações de hábitos alimentares, pois 
muitas vezes precisam de preparações individualizadas, e 
nas ILPI isto pode não ocorrer, e consequentemente fra-
gilizar a saúde destes indivíduos (SANTELLE; LEVEFRE; 
CERVATO, 2007).
 A população idosa é particularmente susceptí-
vel a problemas nutricionais devido a fatores relaciona-
dos com as alterações fisiológicas e sociais, ocorrência de 
doença crônica, polifarmácia, problemas na alimentação 
(comprometimento da mastigação e deglutição), depres-
são e alterações da mobilidade com dependência funcio-
nal. (ACUÑA; CRUZ, 2004).
 Considerando que não há o hábito de reaprovei-
tar os alimentos nas instituições de longa permanência 
(ILPI), pressupõem que os motivos são o desconheci-
mento de informação a cerca deste assunto por parte dos 
responsáveis e dos manipuladores de alimentos, ficando 
limitados a realizar as mesmas preparações levando a mo-
notonia do cardápio e ao aumento de produção dos re-
síduos que poderiam ser aproveitados (MULLER, 2008).
Através do aproveitamento das partes comumente inuti-
lizadas, é possível não só alimentar um número maior de 
pessoas, mas também reduzir as deficiências nutricionais 
que possam existir, uma vez que, boa parte dos alimentos 
desperdiçados contém nutrientes com alto valor nutricio-
nal (LAURINDO; RIBEIRO, 2014).
 O aproveitamento integral dos alimentos é uma 
forma de auxiliar na oferta de preparações de partes não 
convencionais de alimentos, que são diariamente descar-
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 7
matéria de capa 
tadas, enriquecendo o valor nutricional das mesmas, além 
de promover uma diminuição significativa no volume de 
resíduos gerados diariamente (CARDOSO, et al., 2015). 
Portanto o objetivo deste estudo foi elaborar receitas sus-
tentáveis para o cardápio de uma instituição de longa 
permanência em Maceió/AL, tanto para reaproveitar os 
alimentos como para inserir novas preparações.
. . . . . . . . . . . . . . . . . Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 O presente trabalho é um estudo observacional 
intervencionista, desenvolvido em uma UAN de uma ins-
tituição de longa permanência localizada em Maceió-AL, 
no primeiro semestre de 2018. Incialmente foi observado 
o cardápio servido na instituição, e os alimentos que se 
deterioravam com mais facilidade, devido a deficiência 
estrutural no armazenamento, onde estes poderiam ser 
reaproveitados.
 Após a elaboração da listagem dos alimentos 
oriundos de doações e que são adquiridos pelo local, 
foram realizadas pesquisas de receitas com alimentos 
reaproveitáveis em livros físicos e sites na internet, para 
elaboração de preparações de acordo com a realidade do 
local. 
 Posteriormente foi solicitado aos manipuladores 
de alimentos que fossem separados cascas de frutas, pães 
adormecidos e sobras de arroz branco. Foram elaboradas 
05 receitas práticas e sustentáveis: bolo de banana, sorve-
te de banana, doce da casca da melancia, pudim de pão 
e torta de arroz. Para elaboração das receitas sustentáveis 
foram utilizadas fichas técnicas de preparação, com os se-
guintes indicadores de alimentos: peso bruto, peso líqui-
do, fator de correção, medidas caseiras e quantidade total. 
Para pesagem dos alimentos foi utilizada uma balança di-
gital Filizona® com capacidade para 10 kg. Foi calculado 
o valor energético e composição química dos macronu-
trientes de cada receita. 
. . . . . . . . . . Resultado e Discussão . . . . . . . . . . .
 Na época da realização do trabalho tinham 51 
idosos na instituição. São servidas diariamente 06 refei-
ções: desjejum, colação, almoço, lanche da tarde e jantar, 
possui um cardápio popular, composto por um tipo de sa-
lada crua, duas opções de prato principal (carne de boi e 
frango ou peixe e frango ou carne e fígado) e acompanha-
mentos (arroz, feijão, macarrão e farofa), uma sobremesa 
(fruta) e um sabor de refresco. 
 Observou-se que eram servidas preparações re-
petitivas, o que contribuía para uma grande monotonia 
alimentar, também foi analisado que na elaboração do 
cardápio não é aplicado o conceito de pratos “coloridos 
e saudáveis”. A monotonia do cardápio acabava gerando 
rejeição por parte dos idosos. Foi verificado que princi-
palmente no almoço, alguns não consumiam a proteína, e 
esta não era substituída por outra opção, ficando o idoso 
sem o aporte de calorias e nutrientes adequados, que é tão 
importante nessa faixa etária. 
 Portanto apresentar novas preparações no car-
dápio, oriundas de alimentos que seriam descartados, foi 
considerada uma ótima opção, pois iria aumentar a varie-
dade de preparações sem comprometer o custo. Na Tabela 
1. Pode-se observar os valores das porções e da composi-
ção nutricional das cinco receitas sustentáveis elaboradas 
no presente estudo.
 Na Tabela 1, pode-se observar que as prepara-
ções do doce e do pudim apresentaram os maiores valores 
Development of Sustainable Recipest 
To the Menu of an Institution of Long 
Permanence In Maceió-AL
TABELA 1. Valores das porções, valor calórico total e macronutrientes das receitas sustentáveis elabo-
radas em uma instituição de longa permanência.
RECEITAS PORÇÃO(g)
COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL
Calorias (Kcal) Carboidratos (g) Proteínas (g) Lipídeos (g)
1. Torta de Arroz 30 56,95 10,47 2,06 0,75
2. Bolo de banana 63 91,61 10,51 2,99 8,55
3. Sorvete de banana 50 50,89 10,01 1,24 0,64
4. Doce de melancia 56 134,2 33,28 0,03 0,1
5. Pudim de pão 43 117,36 12,78 5,56 4,88
Fonte: dados da pesquisa.
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 20198
Elaboração de Receitas Sustentáveis para 
o Cardápio de uma Instituição de Longa 
Permanência em Maceió-AL
 A melancia era consumida diariamente, o que re-
sultava em quantidades excessivas de casca de melancia 
descartada, portanto foi elaborado o doce com o intuito 
de melhorar o aporte calórico utilizando umapreparação 
alternativa de baixo custo. A melancia é considerada uma 
ótima fonte de vitaminas B, especialmente B1 e B6, po-
tássio e magnésio. (PORTELA, 2009). Embora descarta-
das, as cascas de frutas e vegetais em sua grande maioria 
possuem inúmeras características nutricionais importan-
tes, segundo (GUIMARÃES et al. 2010), a parte branca 
(entrecasca) da melancia destaca-se por possuir valores 
expressivos de minerais e fibra alimentar.
 Nas receitas que utilizavam farinha de trigo como 
a torta de arroz e o bolo de banana, foi utilizado a aveia 
como forma de substituição ou substituição parcial da 
farinha de trigo. O objetivo foi tornar a preparação mais 
nutritiva e maior quantidade de fibras, que serve para au-
xiliar no trânsito intestinal. As fibras são partes comes-
tíveis que incluem polissacarídeos, oligossacarídeos, lig-
nina e substâncias ligadas à planta, que são encontradas 
em frutas como a laranja, goiaba, maçã e cereais integrais 
como a aveia e linhaça. A fibra na dieta promove efeitos 
fisiológicos benéficos, como a laxação, e/ou atenuação do 
colesterol do sangue e/ou diminuição da glicose no san-
gue (STENANELLO; ROSA, 2012).
 Um bom estado nutricional, com fornecimento 
adequado de energia, proteínas, vitaminas e minerais é de 
extrema importância para que o idoso resista às doenças 
crônicas e debilitantes e possa manter a saúde e sua inde-
pendência (CAMARGO, 2013). Vale salientar que todas 
as receitas elaboradas foram incluídas nos lanches do car-
dápio, e durante a distribuição destes foi observado que 
não ocorriam sobras nos pratos dos idosos, caracterizan-
do uma excelente aceitação.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . C onclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 
 As receitas elaboradas foram de suma importância 
na estimulação da prática de reaproveitamento, reduzindo 
os resíduos alimentares gerados no local, e contribuindo 
para diversificar o cardápio da Instituição, aumentando o 
valor nutricional sem comprometer o custo. Desta forma 
sugere-se que sejam realizadas novas preparações com o 
objetivo de extrair o máximo o aproveitamento integral 
dos alimentos que são utilizados diariamente na institui-
de calorias, onde já era esperado pelo fato de ser adicio-
nado o açúcar como ingrediente. Com exceção do doce, 
todas as outras receitas apresentaram bons valores para a 
quantidade de proteína, sobressaindo-se o pudim, pois o 
mesmo levava leite e ovos na sua preparação. Nos idosos 
a síntese proteica é até 20% menor que nos adultos jovens. 
Além disso existe menor eficiência na absorção. Para con-
trariar o desenvolvimento de sarcopenia e osteoporose e 
compensar a pior eficiência de absorção (CANNELLA; 
SAVINA; DOMINI, 2009).
 O leite contém cálcio e este ajuda na prevenção 
da osteoporose e osteopenia, além de manter o ritmo car-
díaco, participando também da saúde do cérebro fazendo 
com que os neurotransmissores funcionem de maneira 
adequada e com isso os estímulos neurológicos aconte-
çam normalmente. O zinco ajuda a manter a imunidade 
do idoso pois tem ação antioxidante. Já o potássio auxilia 
na redução dos níveis de sódio no organismo, diminuin-
do o risco de hipertensão arterial e derrame, além de ser 
eficiente no combate a constipação (ARAÚJO, 2011).
 A elaboração da receita de torta de arroz teve 
como objetivo utilizar as sobras do almoço, uma vez que 
este alimento era preparado para dietas livres, pastosas e 
brandas. Segundo Walter (2008), diversas são as utilidades 
do arroz, por ser um produto com vitaminas do complexo 
B, proteínas, carboidratos, lipídios, minerais, ácidos fenó-
licos e ácido fítico. 
 A banana prata, por ser de baixo custo e presente 
em todas as épocas do ano, é bastante utilizada na institui-
ção, porém amadurece rapidamente, e caso não seja con-
sumida, se deteriora aceleradamente, portanto a elabora-
ção de um bolo e um sorvete de banana foi uma estratégia 
utilizada para minimizar o descarte destes alimentos. A 
banana é uma fruta rica em fibras, potássio, C e vitami-
nas B1, B2, B6, além dos minerais como magnésio, cobre, 
manganês, cálcio, ferro e ácido fólico. A banana também 
contém compostos antioxidantes como a dopamina e ca-
tequina, e triptofano que atua na produção de serotonina, 
ajudando a relaxar e manter o bom humor (GONÇAL-
VES, 2014).
 Grandes doações de pão são recebidas durante 
toda a semana na instituição, porém o consumo é menor 
do que a quantidade doada, ocorrendo deterioração com 
crescimento fúngico. Com as sobras foi elaborado a recei-
ta de pudim de pão. O pão é uma boa fonte de vitaminas 
B, possuindo também cálcio, magnésio e fósforo. O pão 
contém um bom valor nutritivo, alto índice de carboidra-
tos e proteínas, e pouca gordura (THOMAS; BAECHLE; 
WESTCOTT, 2013).
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 9
Development of Sustainable Recipest 
To the Menu of an Institution of Long 
Permanence In Maceió-AL
matéria de capa 
ção pesquisada.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 
Sobre os autores
 Profa. Eliane Costa Souza - Docente do Centro 
Universitário Cesmac
 Kézia Kewyne Lins da Silva; Rayanne Ribeiro 
Matos - Graduandas do Curso de Nutrição
 Profa. Giane Meyre de Assis Aquilino - Docente 
do Centro Universitário Cesmac
 Profa. Fabiana Melo Palmeira - Docente do Cen-
tro Universitário Cesmac
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
PALAVRAS-CHAVE: Serviços de Saúde para Idosos. Die-
ta Saudável. Nutrientes.
KEYWORDS: Health services for the elderly. Healthy Diet. 
Nutrients.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
RECEBIDO: 26/11/2018 - APROVADO: 10/3/2019
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
REFERÊNCIAS
 ACUÑA, K.; CRUZ, T. R. Avaliação do estado nu-
tricional de adultos e idosos e situação nutricional da po-
pulação brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & 
Metabologia, 48(3): 345-361. 2004.
 ARAÚJO, A.P. Garanta a saúde do idoso com estes 
dez nutrientes. Disponível em: <http://www.minhavida.com.
br/alimentacao/galerias/13928-garanta-a-saude-do-idoso-
-com-estes-10-nutriente 2011> Acesso em: 23 novembro 
2017. 
 CAMARGO LR. Necessidades nutricionais do ido-
so. Revista Nutrociência, p.1-5p, 2013.
 CANNELLA, C.; SAVINA, C.; DOMINI, L.M. Nu-
trition, longevity and behavior. Arch Gerontol Geriatr, Suppl 
1; 19-27. 2009.
 CARDOSO, F. T. et al. Aproveitamento Integral de 
Alimentos e o seu Impacto na Saúde. Sustentabilidade em De-
bate, Brasília, v. 6, n. 3, p. 131-143, set. /dez. 2015.
 GONÇALVES, A.K. Os 10 Benefícios da Banana 
Para Saúde. 2014. Disponível em: https://www.saudedica.
com.br/os-10-beneficios-da-banana-para-saude/ Acesso: 12 
de agosto de 2018.
 GUIMARÃES, R. R. et al. Bolos simples elaborados 
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NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 201910
RESUMO: A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um 
distúrbio gastrointestinal que não tem causa definida. Os 
sintomas são diversos e conforme os critérios de ROMA 
III, pode haver oscilação entre episódios de diarreia e 
constipação, sensação de evacuação incompleta, dor ou 
desconforto abdominal, inchaço, gases. Os sintomas cos-
tumam ser crônicos e não apresentam lesões evidentes 
no cólon. Geralmente os pacientes que apresentam into-
lerâncias ou sensibilidades alimentares podem agravar o 
quadro e os sintomas. Devem ser observados os episódios 
de desconforto que podem ocorrer após as refeições ou a 
ingestão de alguns alimentos com grande quantidade de 
carboidratos de cadeia curta fermentáveis (oligossacarí-
deos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentá-
veis), os FODMAP’s. Através desta pesquisa, foi verifica-
da a melhora dos sintomas com o controle dos alimentos 
ofertados. Por isto é importante o diagnóstico feito pelo 
médico e o tratamento adequado, com uma alimentação 
balanceada, com auxilio de uma Nutricionista.
ABSTRACT: Irritable Bowel Syndrome (IBS) is a gastrointestinal 
disorder that has no definite cause. The symptoms are diverse and 
according to the criteria of ROME III, there may be oscillation 
between episodes of diarrhea and constipation, sensation of 
incomplete evacuation, pain or abdominal discomfort, swelling, gas. 
The symptoms are usually chronic and have no evident lesions in the 
colon. Patients who present with food intolerances or sensitivities 
can generally aggravate the condition and symptoms. The episodes 
of discomfort that may occur after meals or the ingestion of some 
foods with large amounts of fermentable short chain carbohydrates 
(oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides and fermentable 
polyols), the FODMAPs. Through this research, it was verified 
the improvement of the symptoms with the control of the foods offered. 
That is why it is important the diagnosis made by the doctor and 
the appropriate treatment, with a balanced diet, with the help of a 
Nutritionist.
. . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 
 Segundo Bastos (2015) e WGO (2009) a Síndro-
me do Intestino irritável (SII), é um transtorno funcional 
ou uma doença do trato gastrointestinal que acomete o 
funcionamento intestinal habitual, caracterizada por vá-
rios sintomas que podem ser sentidos através de descon-
forto abdominal ou alterações intestinais, com períodos 
alternados entre diarreia e constipação ou misto. Segundo 
Masuy et al. (2017) e Staudacher et al (2011), os FOD-
MAP’s (Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacaríde-
os e Polióis Fermentáveis) são carboidratos de cadeia cur-
ta responsáveis por produzirem gases na região do colon 
intestinal, o que leva ou pode levar ao inchaço e/ou dor ou 
desconforto abdominal, pois através de sua fermentação, 
aumentam o volume de retenção líquidos no interior no 
intestino. 
Uso de Alimentos FODMAPS 
no Tratamento da Síndrome do 
Intestino Irritável
Use of FODMAPS Foods in Treatment of Irritable 
Bowel Syndrome 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 11
clínica 
 Conforme Oliveira (2016) e Catapani (2004), 
mesmo apresentando os sintomas crônicos, não costu-
mam apresentar lesões evidentes no cólon. Segundo Holt-
mann (2016), a SII tem como característica a recorrência 
de desconforto, geralmente melhorando após a evacua-
ção, o diagnóstico deve ser feito com base na exclusão de 
outras patologias intestinais, como doença celíaca, colite, 
doença de Crohn. Sasaki (2003) e Catapani (2004), des-
crevem que há mulheres que investigam alterações gi-
necológicas, pois o desconforto na região pélvica é mais 
acentuado durante o período menstrual. Marsh (2015) e 
Catapani (2004) também relatam que as alterações emo-
cionais podem influenciar na SII, como o estresse, altera-
ções de humor, doenças psiquiátricas e dores na cabeça. 
Também há evidências que os episódios de desconforto 
podem ocorrer após a ingestão de alguns alimentos com 
alta fermentação intestinal ou carboidratos de cadeia cur-
ta fermentáveis, os FODMAP’s. Há relatos que a piora dos 
sintomas e com mais intensidade é no período noturno, 
segundo Catapani (2004) e Bastos (2015). 
 Através da Nutrição, temos pesquisas que justifi-
cam que a alimentação que contêm alimentos com maior 
quantidade de FODMAP’s, os sintomas nos portadores da 
SII são mais intensos, podendo apresentar alguma tole-
rância alimentar conforme o alimento e quantidade inge-
rida, devido a digestão e absorção deles não ocorrer bem 
ou ocorrer parcialmente no intestino delgado, acabam 
aumentando a permeabilidade intestinal de água, provo-
cando dor e desconforto abdominal e a formação de gases, 
conforme descrito por Bastos (2015). 
 Assim nesta revisão de literatura, foram pesqui-
sados, estudos científicos que descrevem que através do 
uso dos alimentos com baixo teor de FODMAP’s há me-
lhora dos sintomas e da importância que estas mudanças 
ocasionam na qualidade de vida dos pacientes. Foram 
usadas como palavras-chave: Síndrome do intestino irri-
tável. Diarreia. Constipação. Oligossacarídeos. Dissacarí-
deos. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 
 Este estudo foi desenvolvido através de revisão de 
literatura, utilizando o método qualitativo, com informa-
ções coletadas em livros, artigos científicos, monografias 
disponíveis em mídia eletrônica. Neste artigo, os dados 
foram coletados em mídia digital e/ou impressa. As fon-
tes destas publicações e materiais pesquisados, foram de 
autores de livros e artigos científicos publicados em sites 
confiáveis e de relevância científica. Através da busca dos 
descritores: Síndrome do Intestino Irritável, Alimentos 
FODMAP’s, diarreia, constipação. Verificando se houve 
comprovação científica desta afirmação, através da com-
paração entre as informações disponibilizadas nas biblio-
grafias, foi pesquisado em língua estrangeira (inglês) e em 
português, a pesquisa foi feita com artigos a partir do ano 
2000. 
 Sendo que os resultados e a discussão dos dados 
que foram apresentados de forma descritiva, conforme as 
literaturas pesquisadas. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 Conforme a Sociedade Brasileira de Nutrição En-
teral e Parenteral (SBNPE), a atração da água que ocorre 
no intestino delgado, através do aumento da osmolarida-
de, e da fermentação dos alimentos ricos em FODMAP’s 
que são fermentados muito rápido, ocorrendo aumento 
de gases e/ou flatulência, distensão e cólica na região ab-
dominal, assim relacionando os sintomas e diagnóstico ao 
consumo deles, representados no grupo dos dissacarídios 
pela lactose, a frutose representa os monossacarídeo, já 
os polióis são representados pelos adoçantes terminados 
pela sigla “ol”, como o sorbitol e manitol. 
 SegundoGearry et al. (2009) e Staudacher et al. 
(2011), o início das pesquisas foi na Austrália, através da 
restrição destes alimentos. Variou num periodo de restri-
ção entre dois dias a quatro semanas e, com a reintrodu-
ção dos alimentos os pacientes pesquisados voltaram a 
apresentar os sintomas. Os primeiros alimentos pesqui-
sados foram a lactose e a frutose e a relação entre o des-
conforto ocasionado em consequencia da ingestão deles. 
Também foi perecebido que a ingestão de outros alimen-
tos como trigo, cebola e alguns legumes, frutose e sorbitol 
(presentes em alimentos como o mel e adoçantes com a 
sigla final “ol”) produzem estes sintomas, em decorrencia 
da fermentação provocada pelas bactérias intestinais e a 
liberação de líquidos pelo processo osmótico ocorrido no 
intestino (ANDRADE, 2014; GEARRY et al., 2009).
 Costa et al. (2018) e a SBNPE sugerem que a re-
dução dos sintomas pode estar relacionada com a retirada 
ou exclusão parcial ou total dos alimentos que pertencem 
Uso de Alimentos FODMAPS no Tratamento da 
Síndrome do Intestino Irritável
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 201912
ao mesmo grupo. Sugerem que a exclusão deve ser feita 
em torno de 6 a 8 semanas, geralmente a redução dos sin-
tomas nestes pacientes é em torno de 75% e, se na reintro-
dução voltarem os sintomas, pode ser classificado como 
SII. Costa et al. (2018) descreve que há alguns alimentos 
que não estão na lista dos já classificados como fermentá-
veis, pois estes ainda estão em avaliação se são de baixo ou 
alto teor de fermentação, mas caso o paciente apresente 
sensibilidade, este deve ser reduzido ou retirado do cardá-
pio. 
 A SBNPE sugere que a reintrodução dos alimen-
tos FODMAP’s deve ser feita de forma gradual, em peque-
nas quantidades, para poder ser avaliado o alimento que 
desperta os sintomas de mal-estar. Também deve avaliar a 
ingestão de fibras insolúveis, de cafeína, de alimentos gor-
durosos e bebida alcoólica, quem pode ser causadores do 
desconforto, deve ser verificado o horário, a quantidade e 
qualidade das refeições que são ingeridas. 
 Conforme Costa et al. (2018) há 2 mecanismos 
que podem originar o desconforto nos pacientes com a 
SII: o primeiro: a “hipótese do intestino delgado”, onde 
através das moléculas osmóticas dos carboidratos, que 
são ativadas e não são absorvidas no lúmen do intestino 
delgado, o provoca o aumento da água no interior do in-
testino delgado e o desconforto é sentido pelos pacientes. 
Esta distensão é provocada pela rapidez com que os ali-
mentos percorrem o trato gastrointestinal, a chegada ao 
intestino, prejudicando a absorção dos nutrientes. A “hi-
pótese do intestino grosso” é o segundo mecanismo, onde 
os FODMAP’s, chegam ao cólon muito rápido, provocan-
do a fermentação por parte das bactérias que habitam o 
intestino, as bactérias colônicas, causando o desconforto 
devido a distensão das paredes do intestino. Costa et al. 
(2018), relatou o grau de sensibilidade de cada indivíduo 
foi avaliado por gastroenterologista e foi enquadrado a 
partir dos critérios de ROMA III, onde foram feitos tes-
tes com a retirada dos alimentos FODMAP’s e, assim foi 
avaliado o efeito da dieta e da restrição, havendo melhora 
significativa dos sintomas nos pacientes portadores da SII 
(37%) e dos pacientes portadores de Doença Inflamatória 
Intestinal (DII) em 24%, pois tornaram-se assintomáticos 
durante o período de restrição dos alimentos inflamató-
rios. O que proporcionou a melhora na qualidade de vida 
destes pacientes. Neste estudo não houve comprovação 
que o glúten e a lactose foram os causadores dos descon-
fortos, e que provavelmente ocorreram por estarem asso-
ciados ao consumo concomitante de alimentos com alto 
teor de FODMAP’s. Halmos (2014) diz que nem sempre 
a exclusão de alimentos como trigo e laticínios tem tido 
Use of FODMAPS Foods in Treatment of Irritable 
Bowel Syndrome 
efeito isolado, devido ao fato de alguns indivíduos terem 
um percentual de tolerância deles, assim este controle 
da ingestão alimentar, deve ser feito conforme o nível de 
aceitação individual.
 Costa et al. (2018) destaca a importância de uma 
dieta adequada para estes pacientes, onde o acompanha-
mento de um nutricionista e fundamental para não ocor-
rem perdas de nutrientes ou a ingestão inadequada de ali-
mentos fonte de cálcio, fibras e carboidratos necessários à 
boa nutrição, além de ajudar na mudança e na adequação 
dos hábitos alimentares, orientando adequação alimentar 
até ser possível verificar qual ou quais alimentos desenca-
deiam os sintomas da SII.
 Conforme Costa et al. (2018) e Andrade et al. 
(2014), a produção do gás metano e liberação da água no 
intestino, que ocorrem devido a fermentação dos FOD-
MAP’s é que seria a responsável pelo desconforto e disten-
são abdominal e sintomas gastrointestinais.
 Para digestão dos carboidratos, estes devem ser 
digeridos por enzimas para serem absorvidos pelo or-
ganismo. Porém quando não há enzima específica para 
digestão e absorção de alguns nutrientes estes passam a 
não ser bem tolerados e acabam causando reações des-
confortáveis na região gastrointestinal. A má digestão dos 
alimentos fonte dos FODMAP’s (frutossacarídeos, oli-
gossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis 
fermentáveis) acaba por causar desconforto como gases, 
diarreia e/ou constipação, cólica nos portadores da Sín-
drome do Intestino Irritável (SII) (MAHAN, 2013). 
 Damião (2001), WGO (2009) e Bastos (2015), 
destacam que conforme os Critérios de Roma III, que se-
guem descritos na íntegra, estabeleceu-se um consenso 
para o diagnóstico da SII, onde são descritos os sintomas 
para estabelecer o provável diagnóstico, que são:
Critérios de Roma III para o Diagnóstico de Desordens 
na SII
C1. Síndrome do intestino irritável 
Os critérios* diagnósticos devem incluir todos os itens a 
seguir:
Dor ou desconforto abdominal recorrente** pelo menos 
3 dias/mês, nos últimos 3 meses, associada com dois ou 
mais dos seguintes: 
1. Melhora com a defecação;
2. Início associado com mudança na frequência das eva-
cuações;
3. Início associado com mudança no formato (aparência) 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 13
das fezes.
* Critérios preenchidos nos últimos 3 meses com início 
dos sintomas pelo menos 6 meses antes do diagnóstico.
** “Desconforto” significa uma sensação desconfortável 
não descrita como dor. Recomenda-se que, para uma 
pessoa possa participar e ser incluída nos protocolos de 
pesquisas de fisiopatologia e em estudos clínicos, tenha 
frequência de dor/desconforto de ao menos 2 dias por se-
mana durante o período de avaliação.
C2. Estufamento / Empachamento funcional 
Os critérios* diagnósticos devem incluir os dois itens a 
seguir: 
1. Sensação recorrente de estufamento/empachamento ou 
distensão visível por pelo menos 3 dias/mês em 3 meses
2. Critérios insuficientes para diagnóstico de dispepsia 
funcional, síndrome do intestino irritável ou outro distúr-
bio gastrointestinal funcional
* Critérios preenchidos nos últimos 3 meses com início 
dos sintomas pelo menos 6 meses antes do diagnóstico.
 Conforme Damião (2001), a Síndrome do In-
testino Irritável acomete cerca de 50% dos pacientes que 
buscam orientação gastroenterológica, mesmo não apre-
sentando lesão no aparelho disgestório, apresentam al-
terações dificuldades na motilidade gástrica e intestinal, 
apresentando dor abdominal, além de intercalar episódios 
que oscilam entre constipação e/ou diarreia. 
 
 Conforme Oliveira (2016), as fezes podem apre-
sentar diferentes características: 
- diarreia: até um terço dos pacientes apresentam fezes 
amolecidas em mais de 25% das evacuações e fezes du-
ras em menos de 25% das evacuações, maioria ocorre em 
homens
- constipação: fezes endurecidas em mais de 25% das eva-
cuações e amolecidas em menos de 25% das evacuações, 
ocorre mais em mulheres
- presença de padrão cíclico ou misto entre as evacuações, 
que oscila entre diarreia e constipação em mais de 25% 
das evacuações. Ocorre geralmente em um terço até a me-
tade dospacientes que apresentam esta oscilação como 
característica no hábito intestinal, além de alternar entre 
os grupos por algum período, que pode variar entre diar-
reia e/ou constipação.
 Oliveira (2016) ainda sub classifica, na prática clí-
nica, conforme os sintomas apresentados onde há variação 
entre a presença de dor e/ou inchaço ou ainda nos fatores 
denominados precipitantes, onde a SII pode ser infecciosa 
que pode ter como causa ou predisposição a ingestão de 
alimentos ou através do estresse do indivíduo. Holtmann 
(2016) destaca que os sintomas podem ser classificados de 
acordo com o padrão das fezes e, que a SII pode ser diag-
nosticada também através dos sintomas aliviados após a 
defecação, cerca de 10% da população apresenta esta do-
ença.
 O tratamento da SII pode ser através de controle 
na ingestão de alimentos e do estresse ou ainda em alguns 
casos, medicamentoso (DAMIÃO et al., 2001). Andrade 
(2014) destaca que o tratamento farmacológico pode ser 
realizado através do uso de laxantes, antiespasmódicos, 
psicotrópicos ou remédios para tratar a depressão e blo-
queadores de canais de cálcio.
 Bastos (2015) e Andrade (2014) destacam que a 
mudança no comportamento alimentar influencia no tra-
tamento da SII e, que este deve ser a primeira medida a ser 
tomada para o tratamento da mesma. Destacam o uso da 
terapia nutricional através do controle de alimentos FOD-
MAPs. Andrade (2014) descreve como pequenas molécu-
las osmoticamente ativas que apresentam dificuldade na 
absorção intestinal onde a microbiota intestinal apresenta 
uma rápida fermentação, isto provocando o desconforto e 
sintomas da SII.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 Na abordagem do uso dos alimentos FODMAP’s 
para o tratamento da Síndrome do Intestino Irritável, se-
gundo Barret e Gibson (2012), a origem do termo FOD-
MAP surgiu a partir do estudo dos alimentos nas décadas 
de 1980 e 1990, começando com a hipótese que alimentos 
fonte carboidratos de cadeia curta que eram mal absorvi-
dos no trato gastrointestinal, como a lactose, a frutose e o 
sorbitol encontrado naturalmente em frutas e/ou adoçan-
tes articiais, frutooligossacarídeos (frutanos) e galactooli-
gossacarídeos (GOS), ocasionavam desconforto abdomi-
nal em pessoas com a síndrome do intestino irritável. As 
primeiras evidências, foram através dos alimentos fonte 
de frutose ou frutanos e lactose, através do método seme-
lhante ao uso de ileostomia, foi percebido que a chegada 
destes alimentos ocasionava um efeito osmótico, aumen-
Uso de Alimentos FODMAPS no Tratamento da 
Síndrome do Intestino Irritável
clínica 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 201914
tando o teor de água na digestão dos alimentos, o que pro-
vavelmente foi tido como a causa de diarreia em algumas 
pessoas. 
 Em 2005, Gibson e Shepherd, relataram que a 
dieta com baixo consumo de alimentos FODMAP’s ti-
nham efeito nos sintomas apresentados pelos portadores 
de SII, que foram restringidos na dieta e constatada me-
lhora dos sintomas. 
 Baptista (2017), destaca que pacientes com sensi-
bilidade ao glúten não-celíaca podem apresentar os mes-
mos sintomas que pacientes celíacos, podendo ocasionar 
a presença de sintomas ou agravamento dos sintomas da 
SII, assim nestes casos, é recomendado fazer a retirada de 
alimentos que contem glúten da dieta destes pacientes, o 
que proporciona a melhora nos sintomas. 
 Troncone (2011) refere que podem haver casos 
em que o paciente apresenta alterações nas imunoglo-
blinas IgA e IgM, tiveram pacientes que apresentaram a 
sorologia negativa das imunoglobulinas e anti-gliadina, 
mesmo não sendo celíacos, assim como casos de altera-
ções no epitélio intestinal devido a sensibilidade ao glú-
ten, alguns pacientes não apresentaram nenhum dos casos 
descritos, e quando consomem glúten, despertam os sin-
tomas da SII, o que faz-se necessária a sua exclusão deste 
da dieta.
 Chumpitazi et al. (2017), destacam que a má ab-
sorção e a fermentação da frutose podem causar descon-
forto psicossocial ou a depressão em adultos portadores 
da SII, devido aos sintomas e desconforto apresentados. 
Conforme estudos, a produção de metano após a ingestão 
de lactulose, que foi analisada através da avaliação do hi-
drogênio expirado, acaba afetando a vida psicossocial do 
indivíduo, principalmente quando consumido com ou-
tros alimentos fonte de alto teor de FODMAP. Também 
foi sendo investigado se ocorria o mesmo com crianças, o 
estudo na análise do hidrogênio respiratório com lactulo-
se não foi conclusivo na alteração psicossocial infância e 
não foi relacionado com a dor abdominal e/ou depressão 
infantil. Porém houve alteração na microbiota intestinal 
das crianças que apresentavam a SII em comparação às 
que não tem a síndrome. 
 Olesen e Gudmand-Hoyer (2000), destacam que 
os oligossacarídeos que são classificados como prebióti-
cos, que trazem benefícios aos serem consumidos, pois 
melhoram as saúde do indivíduo melhorando crescimen-
to bacteriano no intestino. Os frutooligossacarídeos são 
usados na indústria alimentícia, com a alegação de prebi-
óticos, porém estes são laxativos osmóticos, que quando 
chegam ao cólon, são fermentados em ácidos graxos de 
cadeia curta muito rápido, o que acaba ocasionando o au-
mento do peristaltismo e seus efeitos são semelhantes ao 
da lactose em portadores da SII: inchaço, gases, barulhos 
na região abdominal e um padrão irregular das fezes. Por 
isto devem ser usados com restrições ou controle por estes 
pacientes.
 Lomer (2011) e Flora (2006), destacam que a 
anemia e desnutrição podem ser consequências da não 
ingestão de certos alimentos e a adequação na dieta de 
Use of FODMAPS Foods in Treatment of Irritable 
Bowel Syndrome 
Tabela 1 - Os FODMAPs dietéticos, suas fontes comuns na dieta e a fisiologia de sua chegada ao lúmen do 
intestino grosso
Componente Alimentar Forma dietética Fontes / utilizações comuns Digestão e / ou pequena absorção intestinal
Frutose Frutas, mel, xarope de milho (adoçante)
A capacidade de absorção é diminuída 
quando há excesso de glicose - baixa em 30% 
(considerada para absorver má absorção)
Lactose 
Frutanos
Frutooligossacarídeo 
(oligofrutose)
Leite, iogurte, sorvete 
Trigo, cebolas, 
acrescentaram benefícios à 
saúde
Sem absorção na deficiência de lactase
Não hidrolisada no intestino delgado 
adequadas - absorção <5%
Poliois Sorbitol, xilotol, manitol, maltilol
Maçãs, peras, ameixas, 
adoçantes com teor 
reduzido de calorias
Absorção parcial apenas (<20%)
Galactooligossacarídeos Rafinose, estaquiose Legumes, feijão, repolho, couve de Bruxelas, cebola
Em humanos alactosidase tem mínima 
absorção
Outros Polidextrose, isomaltose
Adoçante com valor 
calórico reduzido Absorção parcial apenas (<20%)
Gibson e Shepherd, 2005
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 15
pacientes com intestino irritável e na doença inflamatória 
intestinal, pois o fato de haver alterações nos episódios das 
fezes e as alterações na flora intestinal podem ocasionar 
perdas ou má absorção de nutrientes e, em casos de diar-
reias, podem ocorrer perdas importantes de nutrientes. 
Por isto uma dieta restrita em alimentos pobre em oligo-, 
di-, monossacarídeos e polióis fermentáveis pode aliviar 
os sintomas funcionais e perdas nutricionais. Flora (2006) 
destaca que também pode ser feita adequação do estado 
de saúde através de suplementação e modulação de dietas 
via enteral, se necessário.
 Conforme o Jornal Internacional de Gastroente-
rologia (Cozma-Petruţ - 2017), baseado nas atuais dire-
trizes sobre a SII, foi desenvolvida a Pirâmide Alimentar 
para os portadores de intestino irritável. A pirâmide pos-
Uso de Alimentos FODMAPS no Tratamento da 
Síndrome do Intestino Irritável
clínica 
sui nove níveis onde os alimentos estão organizados de 
acordo com a indicação da ingestão dos alimentos, sendo 
na base, além da indicação de atividade física e ingestão 
de água, os alimentos estão organizados do maiorpara 
menor consumo, indicado no topo. Além de indicar a 
orientação de profissional habilitado para orientação ao 
paciente, onde há orientação sobre a ingestão dos FOD-
MAP’s, ingestão de fibras e probióticos.
 Amarante (2013), destaca que é importante man-
ter o estado nutricional do paciente. Para averiguar o es-
tado nutricional, é recomendado que se faça a avaliação 
corporal e antropométrica, através das pregas cutâneas e 
do índice de massa corporal, conforme preconização da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), para avaliação e 
acompanhamento do estado nutricional dos indivíduos 
Tabela 2 - Alimentos ricos em FODMAP e alimentos alternativos com baixo FODMAP
FODMAP Alimentos com alto teor de FODMAP Alimentos de baixo teor de FODMAP
Oligossacarídeos: 
frutanos e / ou galacto-
-oligossacarídeos
Legumes: alcachofras, aspargos, beterraba, 
couve de Bruxelas, brócolis, repolho, erva-do-
ce, alho, alho-poró, cebolinha, quiabo, cebola, 
ervilhas
Cereais: trigo e centeio quando consumidos 
em grandes quantidades (por exemplo, pão, 
massa, bolachas)
Leguminosas: grão de bico, lentilhas, feijão 
vermelho, feijão cozido
Frutas: melancia, pinha, pêssegos brancos, 
rambutan, caqui
Legumes: cenoura, pepino, batata, pimentão, be-
rinjela, feijão verde, alface, espinafre, cebolinha, 
nabo, abóbora, cebolinha (apenas verde), toma-
te, abobrinha, brotos de bambu, couve chinesa, 
chuchu
Cereais: grãos sem trigo ou farinhas sem trigo 
(ex.: farinha de arroz) e produtos feitos com estes 
(por exemplo, pão, massa, bolachas), trigo verme-
lho, trigo sarraceno, aveia, milho, arroz, quinoa
Leguminosas: grão de bico enlatado
Dissacarídeos: Lactose
Leite (vaca, cabra, ovelha), iogurte, queijos 
macios e frescos (ex.ricota, queijo caseiro), 
sorvete
Leite sem lactose, leite de arroz, leite de amêndoa, 
iogurte sem lactose, queijos duros (por exemplo, 
Cheddar, Parmesão, Suíço, Brie, Camembert), 
manteiga, substitutos de sorvete (por exemplo, 
gelato sem laticínios, sorbet)
Monossacarídeos: 
Frutose
Frutas: maçãs, pêras, pera asiática, nectarina, 
manga, ervilhas, melancia, suco de fruta natu-
ral embalado / industrualizado, frutos secos
Mel
Frutas: banana, mirtilo, toranja, uva, melão, kiwi, 
limão, tangerina, laranja, tangelo, framboesa, 
morango, mamão, carambola, maracujá, melancia, 
jaca. Substitutos do mel: xarope de bordo
Polióis
Edulcorantes: frutose, xarope de milho com 
alto teor de frutose
Frutas: maçãs, damascos, cerejas, lichia, pêra 
asiática, nectarina, pêra, pêssego, ameixa, 
ameixa seca, melancia
Legumes: abacate, couve-flor, cogumelos, 
ervilhas
Adoçantes: sorbitol, manitol, xilitol e outros 
que terminam com “-ol”, isomalte
Adoçantes: açúcar, glicose, adoçantes artificiais 
que não terminam em “-ol”
Frutas: banana, mirtilo, toranja, uva, melão, kiwis, 
limão, limão, tangerina, laranja, framboesa, ma-
mão, carambola, maracujá, melancia, melão, jaca
Edulcorantes: açúcar, glicose, adoçantes artificiais 
que não terminam em “-ol” (por exemplo, sucralo-
se, aspartame)
Fonte: Cozma-Petruţ, et col (WJG - 2017)
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 201916
em estudos populacionais de grande escala e fácil averi-
guação, com baixo custo e ser um método não invasivo, 
onde podem detectados tanto obesidade quanto desnutri-
ção, fornece medidas de gordura corporal através de cir-
cunferências.
 Santos (2015) destaca a importância de uma 
anamnese alimentar realizada pelo profissional Nutricio-
nista, onde é feita a verificação da ingestão alimentar do 
paciente e, através desta anamnese, podemos orientar o 
paciente sobre a ingestão de certos alimentos que podem 
estar influenciando nos sintomas apresentados de des-
conforto abdominal e melhorar a absorção dos nutrien-
tes. Devendo retirar os alimentos irritantes da mucosa, 
alimentos flatulentos, adequar a ingestão de gorduras 
saudáveis e não saturadas, restrição de cafeína e bebidas 
alcoólicas. Adequar a ingestão de água, fibras e adequa-
ção dos macro e micronutrientes evitando a desnutrição e 
desconforto abdominal destes pacientes. 
 Passos (2006), destaca a importância da adequa-
ção do tratamento dos pacientes portadores da SII, que 
deve ser conforme o conhecimento da fisiopatologia da 
doença, que a terapia utilizada vai depender dos sintomas 
e das sua intensidade e periodicidade de sintomas como 
diarreia e constipação, fazendo uso de laxantes e antidiar-
reicos, e do comprometimento funcional que o paciente 
apresenta. Também pode ser aliada à terapia psicológica 
ou psicossocial deste paciente, visto que muitos podem 
apresentar estresse, alterações psicológicas ou comorbida-
des psiquiátricas, nestes casos, pode-se fazer uso de anti-
depressivos e ansiolíticos que são opções terapêuticas que 
auxiliam estes pacientes e que fazem necessário deste tipo 
de medicamento.
 Marques (2012) descreve que pode haver aumen-
to da atividade simpática, devido a uma alteração no siste-
ma nervoso autônomo, o que afeta a motilidade intestinal 
em pacientes com SII. Tem sido pesquisada a ação da se-
rotonina e agentes serotoninérgicos, neurotransmissores 
que atuam nesta função orgânica, havendo a redução em 
casos de constipação e aumento da serotonina em casos 
de SII, o que já tem sido utilizado medicamentos que atu-
am sobre a produção da serotonina em tratamento destes 
pacientes.
. . . . . . . . . . C onsiderações Finais . . . . . . . . . . . .
 A Síndrome do Intestino Irritável é um distúr-
bio do trato gastrointestinal, de causa não específica, que 
causa vários transtornos aos portadores desta alteração 
intestinal, assim é recomendado que os Nutricionistas 
tenham conhecimento sobre os sintomas apresentados 
pelos pacientes, fazendo uma anamnese detalhada sobre 
seus hábitos alimentares e estilo de vida e se não há ou-
tras patologias ou intolerâncias alimentares que possam 
estar associadas ao quadro de saúde, com a finalidade de 
verificar as possíveis causas e tratamentos para facilitar a 
vida social, psicológica, nutricional dos nossos pacientes. 
Caso seja necessário, é recomendado que o paciente faça 
acompanhamento multidisciplinar, para evitar possíveis 
transtornos psicológicos e ter melhor qualidade de vida, 
saúde e social. 
 A orientação da adequação alimentar é muito 
importante para saúde destes pacientes, por isto a impor-
tância desta revisão bibliográfica, onde destaca o uso dos 
alimentos FODMAP’s na dieta dos pacientes portadores 
da Síndrome do Intestino Irritável, onde é fundamental 
incentivar a ingestão, moderação e/ou a exclusão destes 
alimentos. Pois geralmente com a dieta há a redução nos 
quadros de desconforto abdominal e de episódios de diar-
Use of FODMAPS Foods in Treatment of Irritable 
Bowel Syndrome 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 17
reia ou constipação, gases e alterações no estado nutricio-
nal. Também é importante salientar a ingestão de água e 
a prática de atividade física, evitar ambientes e situações 
estressantes. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Sobre os autores
 Dra. Ana Lúcia Czerny - Nutricionistapela UNI-
SINOS. Pós graduação em Nutrição Clínica (UGF); Nu-
trição Esportiva (Unyleya), Nutracêuticos, Nutricosméti-
cos e Alimentos Funcionais (IPGS), Pedagogia (UNISUL). 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
PALAVRAS-CHAVE: : Síndrome do intestino irritável. 
Diarreia. Constipação. Oligossacarídeos. Dissacarídeos.
KEYWORDS: Irritable bowel syndrome. Diarrhea. Consti-
pation. Oligosaccharides. Dissaccharides.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Recebido – 9/11/2018 aprovado – 28/2/2019
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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jul. 2018.
Use of FODMAPS Foods in Treatment of Irritable 
Bowel Syndrome 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 19
RESUMO: O objetivo deste estudo foi analisar na litera-
tura a associação do sobrepeso e da obesidade no desen-
volvimento do câncer de mama. Trata-se de uma revisão 
de literatura do tipo narrativa, de artigos disponíveis nas 
bases de dados Sciencdirect, Biblioteca Virtual em Saú-
de e PubMed, nos idiomas inglês e português. A partir da 
análise dos estudos pode-se verificar que o sobrepeso e a 
obesidade podem promover o desenvolvimento do câncer 
de mama, em vista que o aumento da adiposidade visce-
ral pode causar hiperinsulinemia, resistência à insulina 
e dislipidemia, o que eleva a expressão do receptor GH 
no fígado, o que estimula a elevação dos níveis de IGF-
1 circulante que colabora para desenvolvimento tumoral. 
Além disto, a elevação dos níveis de leptina ocasionada 
pelo excesso de peso favorece o crescimento e desenvolvi-
mento de câncer mamário.
ABSTRACT: The objective of this study was to analyze in the literature 
the association of overweight and obesity in the development of breast 
cancer. This is a literature review of the narrative type, of articles 
available in the databases Sciencdirect, Virtual Health Library 
and PubMed, in the English and Portuguese languages. From the 
analysis of the studies it can be verified that overweight and obesity 
can promote the development of breast cancer, since the increase of 
the visceral adiposity can cause hyperinsulinemia, insulin resistance 
and dyslipidemia, which raises the receptor expression GH in the 
liver, which stimulates the elevation of levels of circulating IGF-1 that 
contributes to tumor development. In addition, the elevation of leptin 
levels caused by excess weight favors the growth and development of 
breast cancer.
. . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 De acordo com Albarello et al. (2012), o câncer 
de mama é resultado do processo de proliferação anormal 
das células que constituem a mama. Trata-se do segundo 
tipo de câncer mais comum no mundo e a principal cau-
sa de morte em mulheres a nível global. Calcula-se que 
no Brasil entre os anos de 2018-2019 sejam notificados 
59.700 novos casos de câncer de mama, com um risco de 
a cada 100 mil mulheres 56,33 possam ter este tipo de cân-
cer (OTANI et al. 2015; BRASIL, 2018). 
 O câncer de mama é ocasionado por múltiplos 
fatores dentre os quais se destacam: a idade, carga gené-
tica, a história familiar, ingestão de bebidas alcoólicas, 
consumo excessivo de gorduras, sedentarismo, exposição 
à radiação ionizante, alta densidade do tecido mamário, 
exposição prolongada aos estrogênios endógenos, obesi-
dade, dentre outros (BRASIL, 2014). Nos últimos anos ob-
servou-se que houve aumento das publicações cientificas 
que associam as alterações na composição corporal com 
a elevação do número de novos casos de câncer de mama 
Associação do Sobrepeso e 
Obesidade com Desenvolvimento de 
Câncer de Mama: Revisão Narrativa
Association of Overweight and Obesity with 
Breast Cancer Development: Narrative Review
esporte 
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 201920
(EICHHOLZER et al., 2013; GALLAGHER; LEROITH, 
2013; PINHEIRO et al., 2014; HAIR et al., 2015).).
 O sobrepeso é definido quando individuo apre-
senta por meio da relação peso/altura2 valores de IMC 
(índice de massa corporal) ≥ a 25 kg/m2. Já a obesida-
de trata-se de uma doença crônica não transmissível 
(DCNT) no qual o principal indicador antropométrico o 
índice de massa corpórea (IMC) ≥30 kg/m², sendo apon-
tada como fator de risco para diversas doenças, principal-
mente quando associado a má alimentação e sedentaris-
mo (WHO, 2000; VASQUES et al., 2010).
 Destaca-se que pessoas com obesidade apresen-
tam um risco de 1,5 a 3,5 vezes mais chances de adquirir 
câncer quando comparado a pessoas com peso adequado 
para estatura (PISCHON; NIMPTSCH, 2015). Conforme 
Wolin; Carson; Colditz (2010) na Europa aproximada-
mente 15 a 45% dos cânceres estão associados ao excesso 
de peso e obesidade, com ênfase nos canceres de endomé-
trio, cólon, rins, adenomas esofágicos, e de mama. Por-
tanto este trabalho teve como principal objetivo analisar 
na literatura a associação do sobrepeso e da obesidade no 
desenvolvimento do câncer de mama. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . .
 
 Este trabalho trata-se de um estudo de revisão 
narrativa, que segundo Vosgerau; Romanowski (2014) é 
composto por uma extensa análise da literatura cientifica 
sobre determinada temática, sem estabelecer um proces-
so metodológico rigoroso e replicável. Este tipo de estudo 
é essencial para obtenção e atualização de conhecimento 
sobre um assunto especifico, pois demostra ideias atuais, 
métodos e subtemas (ELIAS et al., 2012).
 As bases de dados utilizadas para pesquisa foram 
Sciencdirect, Biblioteca Virtual em Saúde, PubMed, no 
qual empregou-se os seguintes descritores: “neoplasias da 
mama”, “obesidade”, “sobrepeso”, nos idiomas português e 
inglês. Foram incluídos estudos originais, revisões siste-
máticas, gratuitos e não gratuitos, completos, com resumo 
na integra. Foram excluídas revisões narrativas, textos de 
sites não científicos, artigos incompletos, em duplicata. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Câncer de mama
 A glândula mamária feminina trata-se de um ór-
gão localizado na parede anterior do tórax, na parte su-
perior e apoia-se sobre o musculo peitoral maior. Possui 
lobos (glândulas que produzem leite), dutos (locais que 
transportam o leite dos lobos ao mamilo) e estomas. O 
câncer de mama surge a partir do crescimento descon-
trolado das células da mama, no qual essa proliferação é 
ocasionada principalmente por fatores genéticos (AME-
RICAN CANCER SOCIETY, 2016). 
 De acordo com Pérez et al. (2011) o câncer de 
mama é uma doença caracterizada principalmente por 
proliferação descontroladas das células da mama, que ori-
gina células com defeitos morfológicos e funcional, que 
são capazes de afetar tecidos adjacentes, por um processo 
conhecido como metástase. 
Epidemiologia do Câncer de Mama
 
 Nos últimos anos observou-se uma elevação pro-
gressiva do número de casos de câncer de mama, em que 
entre os anos de 2009 a 2014 houve um crescimento de 
13,4% deste tipo de câncer em mulheres brasileiras, o que 
correspondeu a um crescimento de 2% ao ano (BRASIL, 
2014). Para o biênio 2018-2019, no Brasil calcula-se que 
possam ser diagnosticados 59.700 novos casos de câncer 
de mama, com um risco de 56,33 casos a cada 100.000 
mulheres, sendo que para região nordeste esse risco é de 
40,36 casos para cada 100.000 mulheres (BRASIL, 2018). 
Etiologia do câncer de mama
 Um dos principais aspectos relacionados ao de-
senvolvimento do câncer de mama é a idade, em vista que 
raramente diagnostica-se um paciente com este tipo de 
câncer com idade inferior a 25 anos, sendo que a partir 
dos 30 anos a incidência aumenta (YOSHINARI et al., 
2017). Os principais fatores indutores são histórico fami-
liar, idade superior a 30 anos, sexo feminino, menarca pre-
coce, menopausa tardia, exposição às radiações ionizan-
tes antes dos 40 anos de idade, reposição hormonal para 
tratamento da menopausa e obesidade (COIMBRA, et al., 
2010; BUSSOLOTTO,et al., 2012; LAUTER, et al., 2014).
 Outros fatores que também estão associados ao 
câncer de mama são alimentação rica em calorias, com 
elevado teor de lipídeos com ênfase nos de origem animal, 
Associação do Sobrepeso e Obesidade com 
Desenvolvimento de Câncer de Mama: 
Revisão Narrativa
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 2019 21
esporte 
sedentarismo, ingestão de bebidas alcoólicas, tabagismo, 
questões socioeconômicos e étnicos, traumas nas glându-
las mamárias, depressão, estresse, densidade elevada da 
mama, primiparidade tardia e nuliparidade, autocuidado 
insuficiente, hiperplasia mamária atípica, patologias be-
nignas da mama (BATISTON, et al., 2011;YOSHINARI et 
al., 2017).
Fisiopatologia do Câncer de Mama
 Segundo Hanahan; Weinberg (2011) durante o 
processo de formação do câncer as células sofrem as se-
guintes etapas: autossuficiência para sinais de crescimen-
tos, insensibilidade à supressores de crescimento, elevada 
capacidade de invasão tecidual e metástase, potencial re-
plicativo infinito, sustentação da angiogênese com intuito 
de nutrir o tumor e evasão da apoptose.
 As modificações genéticas que afetam os genes 
BRCA1 e BRCA2 são as principais causas do desenvol-
vimento do câncer de mama, e neste sentido houve um 
aumento da preocupação entre os pacientes e familiares 
que possuem mutações em um destes genes, em vista que 
é possível identificar alterações genéticas através de méto-
dos preditivos. Mulheres que possuem mutação no gene 
BRCA1 apresentam 65% de chances de adquirir câncer e 
as que possuem no gene BRCA2 45% de possibilidade. A 
literatura classifica estes genes como “genes de susceptibi-
lidade ao câncer de mama” e atuam no reparo, replicação 
e transcrição do DNA (JEMAL et al., 2010).
Sobrepeso e obesidade 
 O sobrepeso é caracterizado pelo excesso de peso 
corporal, diagnosticado pelo Índice de Massa Corporal 
entre 25 a 29,9 Kg/m2. Já a obesidade trata-se de uma pa-
tologia crônica caracterizada pelo acumulo excessivo de 
gordura corporal a um nível elevado que provoque danos 
e/ou comprometimento à saúde do indivíduo. O índice de 
Massa Corporal (IMC) ≥30 kg/m2 é obtido por meio da 
divisão do peso pela altura ao quadrado, é o parâmetro 
antropométrico que determina a obesidade, assim como 
elevação da massa gorda, morbidade, mortalidade, riscos 
de doenças cardiovasculares e câncer (OMS, 2000; TRI-
BESS; VIRTUOSO JUNIOR; PETROSKI, 2010).
Associação entre o sobrepeso e obesidade no desenvol-
vimento do câncer de mama
 Os mecanismos celulares que associam o excesso 
de peso corporal e o câncer são complexos e não estão 
elucidados. Dentre os fatores que favorecem o acometi-
mento por câncer de mama em mulheres obesas desta-
cam-se os hormônios envolvidos na obesidade, fatores 
de crescimento, modulação do balanço energético, vias 
de sinalização e de processo inflamatório, que colaboram 
para a proliferação, diferenciação das células e consequen-
temente progressão do câncer (HARVEY et al 2011).
 O tecido adiposo além da função de depositar 
energia também sintetiza peptídeos, proteínas bioativas 
como TNF- α (tumor necrosis fator alpha), adiponectinas, 
interleucina-6, adipocitocinas e leptinas. As adipocitoci-
nas atuam no controle do consumo alimentar, homeosta-
se energética, sensibilidade a insulina, contudo a síntese 
de algumas citocinas (leptina, fator-1 de insulina, fator 
de crescimento semelhante à insulina) em pessoas obesas 
contribui para a motilidade de células malignas, invasão e 
transição epitelial e mesenquimal assim como maior pos-
sibilidade de metástase (GILBERT et al., 2013).
 Diversas hipóteses têm sido desenvolvidas a fim 
de elucidar a associação da obesidade com câncer de 
mama. Sugere-se que a obesidade agrupada com a síndro-
me metabólica, ocasiona elevação dos níveis de insulina e 
IGF circulantes que são considerados mutagênicos. Outra 
suposição é que a obesidade na pós-menopausa favore-
ce o desenvolvimento do câncer de mama em mulheres 
(HURSTING; BERGER, 2010).
 Segundo Dalamaga (2013) o aumento da adipo-
sidade visceral pode causar hiperinsulinemia, resistência 
à insulina e dislipidemia, o que pode elevar a expressão 
do receptor GH no fígado, o que estimula a elevação dos 
níveis de IGF-1 circulante que colabora para desenvolvi-
mento tumoral.
 Já a leptina trata-se de um hormônio sintetiza-
do pelos adipócitos, que atua na regulação do consumo 
alimentar, por meio do controle de apetite e homeostase 
energética. Este hormônio apresenta ação direta sobre os 
tecidos periféricos e ação indireta nas vias do hipotála-
mo (GAUTRON; ELMQUIST, 2011). Em obesos ocorre 
uma elevada síntese de leptina pelo tecido gorduroso, po-
rém o cérebro não responde a sua sinalização. Diversos 
pesquisadores demonstram que a leptina é um potencial 
mediador do câncer, já que em excesso favorece o desen-
volvimento, progressão de células malignas, por meio dos 
efeitos mitogênicos, pro-inflamatório, e antiapoptótico 
(HARRIS et al., 2011).
 A obesidade está ligada ao risco de câncer de 
mama pós-menopausa, pois tecido adiposo é responsável 
por secretar proteínas que atuam na regulação do peso 
Association of Overweight and Obesity with 
Breast Cancer Development: Narrative Review
NUTRIÇÃO EM PAUTAMARÇO 201922
corporal, favorecendo ao câncer de mama (SEBASTIANI 
et al., 2016). Vários estudos desenvolvidos para averiguar 
a associação do excesso de peso e câncer de mama são 
unanimes em afirmar que o excesso de peso colabora para 
um desfecho desfavorável para câncer de mama (PAPA et 
al., 2013). Cabe ressaltar também que mulheres com ex-
cesso de peso após a menopausa possuem maiores chan-
ces de desenvolver tumores de maior grau, que englobam 
os linfonodos axilares com pior prognóstico, com chances 
de mortalidade de até 30%, contudo em mulheres pré-me-
nopausa, a gordura corporal está associada a prevenção 
do câncer de mama, contudo os mecanismos de ação não 
estão elucidados (PARK et al., 2014). 
 Na revisão realizada por Cleary; Grossmann 
(2009) com intuito de compreender o mecanismo entre 
a obesidade e o processo de tumorigênese mamária, esta-
belecer a relação do estrogênio com obesidade e câncer de 
mama como entidades separadas, concluíram que o fator 
primário da associação entre excesso de peso corporal e o 
surgimento do câncer de mama são os níveis de estrogê-
nio elevado e o aumento de sua síntese. 
 No estudo desenvolvido por Barbosa et al. (2016) 
com a intenção de relacionar os parâmetros de adiposida-
de e proteína C reativa em mulheres com câncer de mama, 
observaram que as mulheres avaliadas apresentavam ele-
vados níveis de adiposidade, os níveis de proteína C reati-
va foi mais elevado em mulheres com câncer, o que ratifi-
ca que no câncer de mama há um processo inflamatório. 
Os autores revelaram que o acúmulo de gordura corporal 
pode colaborar para o desenvolvimento do câncer mamá-
rio.
. . . . . . . . . . C onsiderações Finais . . . . . . . . . . . .
 
 Verificou-se que o sobrepeso e a obesidade são fa-
tores de risco para o desenvolvimento de câncer de mama 
em mulheres, por alterar equilíbrio hormonal, fatores de 
crescimento, modulação do balanço energético, processo 
inflamatório que estimulam o crescimento e desenvolvi-
mento de células cancerígenas. Portanto é essencial o in-
centivo a práticas alimentares saudáveis bem como reali-
zação de exercício físico com intuito de reduzir o número 
de casos de câncer de mama associados ao excesso de peso 
corporal.
 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Sobre os autores
 Dra. Magnólia de Jesus Sousa Magalhães Assun-
ção - Nutricionista. Doutora em Biologia Celular e Mo-
lecular Aplicada à Saúde pela Universidade Luterana do 
Brasil (ULBRA);
 Dra. Irislene Costa Pereira - Nutricionista. Mes-
tranda em Alimentos e Nutrição pela Universidade Fede-
ral do Piauí (UFPI)
 Dra. Amanda Suellenn da Silva Santos Oliveira 
- Nutricionista. Mestranda em Alimentos e

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