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3_ESTATUTO DO DESARMAMENTO

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(
Lei n
º
 
10.826
/
2003
 
–
 
Estatuto do Desarmamento
)
 (
DIREITO
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
PROF.ª
 AMANDA TAVARES BORGES
Contato: 
amanda.tavaresborges033@gmail.com
profa_amanda_tavares
www.linkedin.com/in/
Profa-amanda-tavares-pc2020
 
 
)
MATERIAL DE APOIO – ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10.826/03
Até 1997, as condutas envolvendo arma de fogo no Brasil eram meras contravenções penais. 
Em 1997, surge a lei 9437/97 que transforma essas contravenções em crimes.
Todas as condutas estavam tipificadas no mesmo dispositivo legal (art. 10), sendo punidas com a mesma pena. Isso era violação ao princípio da proporcionalidade: condutas com gravidades diferentes, sendo punidas com a mesma quantidade de pena. Isso também viola o princípio da individualização da pena no plano legislativo.
Essa lei foi revogada pela lei 10.826/03. O Estatuto de Desarmamento atende os princípios da proporcionalidade e da individualização da pena.
Ela disciplina:
	 Art. 12: posse.
 Art. 13: omissão na cautela.
 Art. 14: porte.
 Art. 15: disparo.
 Art. 16: posse ou porte de arma de uso proibido.
 Art. 17: comércio.
 Art. 18: tráfico.
 Art. 20 e 21: causas de aumento
O SINARM
 Fonte: GIRÃO, Marcos. Estatuto do Desarmamento Esquematizado. Estratégia Concursos.
SINARM: o Estatuto manteve o SINARM (Sistema Nacional de armas) que já existia na lei de 1997. Sua competência foi ampliada pelo Estatuto.
O SINARM é um cadastro único de todas as armas que circulam no país. O SINARM é da União, portanto, esse cadastro e o controle de armas no Brasil é federal.
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO: Diante disso, surgiu o entendimento, no TJRJ sustentando que todos os crimes do Estatuto do Desarmamento seriam da JUSTIÇA FEDERAL, pois todos eles ofenderiam interesse da União: controle de armas no país. 
Isso chegou ao STJ, e o STJ disse que os crimes do Estatuto do Desarmamento são da competência da Justiça Estadual (seguem a regra). Só serão de competência da JF, se atingirem interesse direto e específico da União. 
Fundamentos do STJ para chegar a esse entendimento (HC 45845/SC):
1) Os crimes do Estatuto do Desarmamento atingem interesse, apenas, genérico e indireto da União. Não atingem interesse específico e direto da União, que justifique a competência da JF.
2) O bem jurídico protegido nesses crimes é a segurança pública, e esta pertence à coletividade, e não à União. E o que fixa a competência é o bem jurídico protegido.
- ARMAS QUE SÃO CADASTRADAS NO SINARM: Art. 3º do Decreto nº 9.847 de 25 de junho de 2019 – consultar decreto.
Ao SINARM compete (ART. 2º Lei 10.826/03):
        I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;
        II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
        III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
        IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
        V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;
        VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
        VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
        VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade;
        IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
        X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
        XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
        Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.
 Fonte: GIRÃO, Marcos. Estatuto do Desarmamento Esquematizado. Estratégia Concursos.
Do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas – Art. 4º do Decreto nº 9.847, de 25 de junho de 2019
Art. 4º  O Sigma, instituído no âmbito do Comando do Exército do Ministério da Defesa, manterá cadastro nacional das armas de fogo importadas, produzidas e comercializadas no País que não estejam previstas no art. 3º.
§ 1º  O Comando do Exército manterá o registro de proprietários de armas de fogo de competência do Sigma.
§ 2º  Serão cadastradas no Sigma as armas de fogo:
I - institucionais, constantes de registros próprios:
a) das Forças Armadas;
b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito Federal;
c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
II - dos integrantes:
a) das Forças Armadas;
b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito Federal;
c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
III - obsoletas;
IV - das representações diplomáticas; e
V - importadas ou adquiridas no País com a finalidade de servir como instrumento para a realização de testes e avaliações técnicas.
OBSERVAÇÕES:
· O crime de tráfico ilegal de armas (art. 18 do Estatuto) é da JF. É o único crime do Estatuto que é genuinamente da competência da JF.
· Arma raspada atinge diretamente o controle de armas no Brasil. Mas, o STJ decidiu que o fato da arma ser raspada, por si só, não fixa competência da JF. A competência para julgar crimes com arma raspada continua sendo da JE. Nesse sentido STJ HC 59915/RJ, j. 2009.
· Devemos lembrar que os colecionadores e caçadores devem transportar suas armas desmuniciadas, porém uma nova portaria do Exército autorizou o transporte para os atiradores de uma arma municiada.
· Para que os atiradores possam transportar suas armas municiadas, eles devem respeitar os seguintes requisitos: ser uma arma de porte; registrada no acervo de tiro desportivo; e desde que no deslocamento dos locais de guarda até os locais de competição e/ou treinamento.
· Os coquetéis molotov são classificados como artefatos incendiários, por tanto, também se enquadram no artigo 16. O porte de granada configura o tipo penal do artigo 16, porém a granada de gás lacrimogênio e de pimenta não configura tal conduta, conforme o STJ.
- QUEM PODE PORTAR ARMAS?
· FORÇAS ARMADAS
· ORGÃOS DE SEGURANÇA PÚBLICA
· FORÇAS LEGISLATIVAS FEDERAIS
✓ Art. 142 CF/88: As FORÇAS ARMADAS, constituídas pela MARINHA, pelo EXÉRCITO e pela AERONÁUTICA, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se À DEFESA DA PÁTRIA, À GARANTIA DOS PODERES CONSTITUCIONAIS e, por iniciativa de qualquer destes, DA LEI E DA ORDEM.
✓ Art. 144 CF/88: A SEGURANÇA PÚBLICA, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA E DA INCOLUMIDADE DAS PESSOAS E DO PATRIMÔNIO, através dos seguintes órgãos:
I - POLÍCIA FEDERAL;
II - POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL;
III - POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL;
IV - POLÍCIAS CIVIS;
V - POLÍCIAS MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES (Forças Auxiliares).
VI - POLÍCIAS PENAIS FEDERAL, ESTADUAIS E DISTRITAL.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104 de 2019)   § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.Art. 51, IV CF/88. Compete privativamente à CÂMARA DOS DEPUTADOS:
(...)
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, POLÍCIA, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
Art. 52, XIII, CF/88. Compete privativamente ao SENADO FEDERAL
(...)
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, POLÍCIA, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
Obs: Assembleia Legislativa não tem polícia.
DEFINIÇÃO DE ARMA DE FOGO
REGULAMENTO DE PRODUTOS CONTROLADOS (ANTIGO R-105) – DECRETO 10.030 DE 30 DE SETEMBRO DE 2019
Art. 3º.... ANEXO III – Definição de arma de fogo: “arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil.”
REGULAMENTO DE PRODUTOS CONTROLADOS (ANTIGO R-105) – DECRETO 10.030 DE 30 DE SETEMBRO DE 2019
Art. 3º.... ANEXO III – Definição de acessório: “artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma.”
DECRETO 9.847/19
Art. 2º, X – Definição de munição: “cartucho completo ou seus componentes, incluídos o estojo, a espoleta, a carga propulsora, o projétil e a bucha utilizados em armas de fogo;”
CONCEITOS EM TRATADO INTERNACIONAL
DECRETO 5.941/06
Promulga o Protocolo contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, suas Peças, Componentes e Munições, complementando a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Convenção de Palermo), adotado em Nova York, em 31 de maio de 2001.
Art. 3º Para as finalidades deste Protocolo:
(a) “Arma de fogo” significa qualquer arma portátil com cano que dispare, seja projetada para disparar ou possa ser prontamente transformada para disparar bala ou projétil por meio da ação de um explosivo, excluindo-se armas de fogo antigas ou suas réplicas. Armas de fogo antigas e suas réplicas serão definidas de conformidade com o direito interno. Em hipótese nenhuma, entretanto, serão incluídas entre as armas de fogo antigas as armas de fogo fabricadas após 1899;
(b) “Peças e componentes” significam qualquer elemento ou elemento de reposição projetado especificamente para uma arma de fogo e essencial a sua operação, incluindo o cano, carcaça ou coronha, culatra móvel ou tambor, ferrolho ou bloco de culatra e qualquer dispositivo projetado ou adaptado para diminuir o som causado pelo disparo de uma arma de fogo;
(c) “Munições” significa o cartucho completo ou seus componentes, incluindo estojos, espoletas, carga propulsora, balas ou projéteis, que sejam utilizados em uma arma de fogo, contanto que tais componentes sejam eles mesmos sujeitos a autorização no respectivo Estado Parte;
(d) “Fabricação ilícita” significa a fabricação ou montagem de armas de fogo, suas peças e componentes ou munições:
PRODUTOS CONTROLADOS PELO COMANDO DO EXÉRCITO
DECRETO Nº 10.030, DE 30 DE SETEMBRO DE 2019: 
Art. 15. Os PCE são classificados, quanto ao grau de restrição, da seguinte forma:
I - de uso proibido;
II - de uso restrito; ou 
III - de uso permitido.
§ 1º São produtos controlados de uso proibido:
I - os produtos químicos listados na Convenção Internacional sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Estocagem e Uso de Armas Químicas e sobre a Destruição das Armas Químicas Existentes no Mundo, promulgada pelo Decreto nº 2.977, de 1º de março de 1999, e na legislação correlata, quando utilizados para fins de desenvolvimento, de produção, estocagem e uso em armas químicas;
II - as armas de fogo de uso proibido; e
III - as munições de uso proibido.
§ 2º São produtos controlados de uso restrito:
I - armas de fogo de uso restrito;
II - os acessórios de arma de fogo que tenham por objetivo:
a) suprimir ou abrandar o estampido; ou
b) modificar as condições de emprego, conforme regulamentação do Comando do Exército;
III - as munições de uso restrito;
IV - os explosivos, os iniciadores e os acessórios;
V - os veículos automotores com blindagem às munições de uso restrito, conforme estabelecido em norma editada pelo Comando do Exército;
VI - as proteções balísticas contra as munições de uso restrito, conforme estabelecido em norma editada pelo Comando do Exército;
VII - os agentes lacrimogêneos e os seus dispositivos de lançamento;
VIII - os produtos menos-letais;
IX - os fogos de artifício da classe D a que se refere o Decreto-Lei nº 4.238, de 8 de abril de 1942;
X - os equipamentos de visão noturna ou termal de emprego militar ou policial;
XI - os PCE que apresentem particularidades técnicas ou táticas direcionadas exclusivamente ao emprego militar ou policial; e
XII - os redutores de calibre de armas de fogo de emprego finalístico militar ou policial.
§ 3º São produtos controlados de uso permitido os PCE não relacionados nos § 1º e § 2º.
§ 4º A classificação de armas e munições de usos proibido, restrito e permitido é aquela prevista na regulamentação da Lei nº 10.826, de 2003.
REGULAMENTO DA LEI 10.826/03 – DECRETOS:
1º) 9.845/19 (aquisição, o cadastro, o registro e a posse de armas de fogo e de munição);
2º) 9.846/19 (registro, o cadastro e a aquisição de armas e de munições por caçadores, colecionadores e atiradores);
3º) 9.847/19 (aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercialização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas).
Decreto 9.847/19:
I - arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam:
a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
b) portáteis de alma lisa; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas e as semiautomáticas ou de repetição que sejam:     
a) não portáteis;
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
III - arma de fogo de uso proibido:
a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;
IV - munição de uso restrito - as munições que:
a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de porte ou portáteis de alma raiada, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
b) sejam traçantes, perfurantes ou fumígenas;
c) sejam granadas de obuseiro, de canhão, de morteiro, de mão ou de bocal; ou
d) sejam rojões, foguetes, mísseis ou bombas de qualquer natureza;
V - munição de uso proibido - as munições que sejam assim definidas em acordo ou tratado internacional de que a República Federativa do Brasil seja signatária e as munições incendiárias ou químicas; #ABAIXO DESCRITO#
VI - arma de fogo obsoleta - as armas de fogo que não se prestam ao uso efetivo em caráter permanente, em razão de:
a) sua munição e seus elementos de munição não serem mais produzidos; ou
b) sua produçãoou seu modelo ser muito antigo e fora de uso, caracterizada como relíquia ou peça de coleção inerte;
VII - arma de fogo de porte - as armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser disparadas pelo atirador com apenas uma de suas mãos, a exemplo de pistolas, revólveres e garruchas;
VIII - arma de fogo portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportada por uma pessoa, tais como fuzil, carabina e espingarda;
IX - arma de fogo não portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, precisam ser transportadas por mais de uma pessoa, com a utilização de veículos, automotores ou não, ou sejam fixadas em estruturas permanentes;
X - munição - cartucho completo ou seus componentes, incluídos o estojo, a espoleta, a carga propulsora, o projétil e a bucha utilizados em armas de fogo;
XI - cadastro de arma de fogo - inclusão da arma de fogo de produção nacional ou importada em banco de dados, com a descrição de suas características;
XII - registro - matrícula da arma de fogo que esteja vinculada à identificação do respectivo proprietário em banco de dados;
XIII - registros precários - dados referentes ao estoque de armas de fogo, acessórios e munições das empresas autorizadas a comercializá-los; e
XIV - registros próprios - aqueles realizados por órgãos, instituições e corporações em documentos oficiais de caráter permanente.
# MUNIÇÃO DE USO PROIBIDO# (Art. 2º, V, Decreto 9.847/19)
“as munições que sejam assim definidas em acordo ou tratado internacional de que a República Federativa do Brasil seja signatária e as munições incendiárias ou químicas;”
Obs.: São de Direito Internacional Humanitário.
Ex.: Armas Químicas e Biológicas; 
· Convenção de Proibição de Minas, ratificada pelo Brasil em 30 de abril de 1999; 
· Convenção de Ottawa (Decreto 3.128, de 5 de agosto de 1999); 
· Convenção sobre a Proibição ou Limitação do Uso de Certas Armas Convencionais – CCAC (Decreto 2.739/98, de 20 de agosto de 1998); e seus protocolos (I/1980 – fragmentos não detectáveis; II/emendado/1996 – minas e armadilhas; III/1980 – armas incendiárias; IV/1995 – cegantes a laser; V/2003 – munições abandonadas);
· Tratado sobre Comércio de Armas de 03 de junho de 2013, em vigor internacional desde 24/12/2014 (67/154/193 ratificações), aprovado pelo Congresso, pelo Decreto Legislativo nº 8, de 16/02/2018 e
depositado em 14/08/2018 na Secretaria da ONU, porém ainda não há decreto presidencial); Ex.: (Art. 6º do TCA, Transferir arma convencional de ou para país com embargos de armas pelo CSNU) Convenção sobre munições Cluster (Convenção de Oslo – Brasil não faz parte) Registro das Nações Unidas de Armas Convencionais exorta os Estados a informarem sobre suas exportações e importações de armas convencionais, com a finalidade principal de determinar acumulações excessivas ou desestabilizadoras em determinadas regiões.
SISTEMAS DE REGISTRO – Lei 10.826/03
Art. 3º - É OBRIGATÓRIO O REGISTRO DA ARMA DE FOGO NO ÓRGAO COMPETENTE
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
- ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO – SINARM – DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL – SINARM 
- ARMAS DE FOGO DE USO RESTRITO (E PROIBIDO) – SIGMA – COMANDO DO EXÉRCITO – DFPC – DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS.
Art. 4o – REQUISITOS PARA AQUISIÇÃO DE ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO
Art. 4o Para ADQUIRIR arma de fogo de USO PERMITIDO o interessado deverá, ALÉM DE
DECLARAR A EFETIVA NECESSIDADE, atender aos seguintes requisitos:
I - COMPROVAÇÃO DE IDONEIDADE, com a apresentação de CERTIDÕES NEGATIVAS DE ANTECEDENTES CRIMINAIS fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de NÃO ESTAR RESPONDENDO A INQUÉRITO POLICIAL OU A PROCESSO CRIMINAL, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;
II – apresentação de documento comprobatório de OCUPAÇÃO LÍCITA e de RESIDÊNCIA CERTA;
III – comprovação de CAPACIDADE TÉCNICA e de APTIDÃO PSICOLÓGICA para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
O SINARM expedirá AUTORIZAÇÃO DE COMPRA de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, SENDO INTRANSFERÍVEL ESTA AUTORIZAÇÃO.
A expedição da AUTORIZAÇÃO será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 DIAS ÚTEIS, a contar da data do requerimento do interessado.
➢ Estará DISPENSADO das exigências de comprovar APTIDÃO PSICOLÓGICA PARA O MANUSEIO DE ARMA DE FOGO, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de USO PERMITIDO que COMPROVE ESTAR AUTORIZADO A PORTAR ARMA COM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS DAQUELA A SER ADQUIRIDA.
➢ Os integrantes das FORÇAS ARMADAS, das POLÍCIAS FEDERAIS (PF, PRF e PFF), das POLÍCIAS CIVIS (estaduais e do DF) e das FORÇAS AUXILIARES (estaduais e do DF) interessados em adquirir armas de fogo de uso permitido ficam dispensados de comprovar tais requisitos, em seu pedido de aquisição e em cada pedido de renovação de Registro de Arma de Fogo.
➢ A aquisição de MUNIÇÃO somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento.
REGISTRO DE ARMA DE FOGO
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
       § 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
 § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. 
É OBRIGATÓRIO o REGISTRO de arma de fogo no órgão competente.
As armas de fogo de uso RESTRITO serão registradas no COMANDO DO EXÉRCITO, na forma do regulamento desta Lei.
O CERTIFICADO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO expedido pela POLÍCIA FEDERAL, precedido de cadastro no SINARM, tem VALIDADE EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL e autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo EXCLUSIVAMENTE no INTERIOR DE SUA RESIDÊNCIA ou DEPENDÊNCIA desta, ou, ainda, NO SEU LOCAL DE TRABALHO, desde que seja ele o TITULAR OU O RESPONSÁVEL LEGAL PELO ESTABELECIMENTO OU EMPRESA.
✓ TITULAR DO ESTABELECIMENTO OU EMPRESA é todo aquele assim definido em contrato social,
✓ RESPONSÁVEL LEGAL é aquele designado em contrato individual de trabalho, com Poderes de gerência.
Os requisitos para AUTORIZAÇÃO de aquisição de arma de fogo DEVERÃO ser comprovados periodicamente, em período NÃO INFERIOR A 3 (TRÊS) ANOS, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a RENOVAÇÃO do CERTIFICADO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO.
PORTE DE ARMA DE FOGO
Art. 6º - É o proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
➢ os integrantes das Forças Armadas;
➢ os integrantes dos órgãos de segurança pública referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
➢ os integrantes das Guardas Municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 habitantes;
➢ os integrantes das Guardas Municipais dos Municípios com mais de 50.000 e menos de 500.000 habitantes, quando em serviço;
➢ os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI-PR);
➢ os integrantes das Polícias Legislativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
➢ os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
➢ as EMPRESAS de segurança privada e de transporte de valores legalmenteconstituídas;
➢ os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, observando-se, no que couber, a legislação ambiental;
➢ os integrantes das carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.;
➢ os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para USO EXCLUSIVO DE SERVIDORES DE SEUS QUADROS PESSOAIS QUE EFETIVAMENTE ESTEJAM NO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES DE SEGURANÇA, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP.
§5º - Porte de arma de fogo ao residente em área rural – REQUISITOS: residir em área rural, ser maior de 25 anos e comprovar dependência da arma para prover subsistência – categoria caçador de subsistência.
Comentários: Os estados têm competência para legislar sobre a concessão do porte de arma para os casos julgados especiais e como exemplo podemos citar o dos policiais aposentados. A autorização, neste caso, está implícita na Carteira Funcional que o policial recebe ao se aposentar. A exemplo disso, os demais Estados da Federação poderão editar leis nesse sentido. Esse ato governamental justifica plenamente porque os policiais e seus familiares sempre correm risco de vingança da parte de marginais por isso devem portar arma de fogo para sua defesa e de sua família.
É permitido trazer no carro arma registrada? Não é permitido porque o porte de arma está proibido. No art. 5º, o certificado de registro de arma de fogo, com validade em todo o território nacional autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa.
Uma pessoa que possui porte pode portar arma em nome de outra? Não, porque o porte está proibido, respeitando-se as exceções que a lei autoriza. Se for autorizado o porte será pessoal e intransferível, bem como específico para a arma autorizada. 
	Obs.: armas de pressão, airsoft, simulacros e armas de brinquedo não estão abrangidas por este estatuto.
→ A LEI Nº 10.826/03
Art. 35. É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, salvo para determinadas entidades, cuja determinação dependerá de APROVAÇÃO MEDIANTE REFERENDO POPULAR a ser realizado em outubro de 2005.
→ O REFERENDO POPULAR DE 2005
 Por um Brasil sem armas = 36% Pela Legítima Defesa = 64%
AS EMPRESAS QUE COMERCIALIZAM ARMA DE FOGO
→ A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é OBRIGADA a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com TODAS AS CARACTERÍSTICAS da arma e cópia dos documentos previstos .
→ Enquanto essas mercadorias NÃO FOREM VENDIDAS, tais estabelecimentos responderão legalmente por elas as quais ficarão REGISTRADAS COMO DE SUA PROPRIEDADE (art. 4, §4º)
➢ A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições ENTRE PESSOAS FÍSICAS somente será efetivada mediante autorização do SINARM.
DOS CRIMES E DAS PENAS
ART. 12 – POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO
 
	Nesse caso, é posse de arma de fogo de uso permitido.
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
        Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.”
Bem jurídico tutelado: segurança da coletividade.
Sujeito ativo: Há divergência doutrinária.
1ª corrente: crime comum. O sujeito ativo é qualquer pessoa.
2ª corrente: crime próprio. Só pode ter como sujeito ativo o morador da residência ou o responsável legal pelo estabelecimento comercial onde está a arma ilegal.
Sujeito passivo: coletividade. Trata-se de crime vago (não tem vítima determinada).
 	Delmanto fala que o sujeito passivo desse crime também é o Estado, na medida em que o crime compromete o controle de armas no Brasil. 
 	Alguns autores falam que o Estado é vítima em todos os crimes.
Elementos do tipo penal (tipo objetivo):
 	Duas condutas: possuir (estar na posse) ou manter sob sua guarda (reter sob seus cuidados). Na verdade quem tem uma, tem outra, isso é o hábito do legislador de utilizar verbos que significam a mesma coisa.
 	
Objeto material do crime: o nome do crime diz menos que o tipo diz. O objeto material do crime é arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido. 
 	Não é mais, apenas, arma de fogo, mas também os acessórios (objetos que, acoplados à arma, melhoram o seu funcionamento ou eficiência, modifica efeito secundário do tiro ou a aparência da arma). Ex.: Mira a laser. 
Partes da arma desmontada não são acessórios. Não são acessórios, objetos que não melhoram o desempenho da arma. Ex.: Coldre.
 	Também é objeto material do crime a munição. Se tiver somente com munição em casa configura este crime.
 	Mas, todos esses (arma, acessório, munição) têm que ser de uso permitido. Se o autor tem uma pistola 9 mm em casa, comete o crime do art. 16, pois é arma de uso proibido ou restrito. Se a munição for proibida, aplica-se o art. 16 do Estatuto.
 	
Elemento normativo do tipo: em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Para se possuir arma em casa ou trabalho é necessário um registro, expedido pela PF, após prévia autorização do SINARM. 
 	Há três situações:
1)- O indivíduo tem arma em casa registrada na PF, ele tem a posse legal de arma de fogo. 
2)- O indivíduo tem arma em casa registrada na Polícia Civil, com registro antigo que era expedido pelas polícias estaduais (lei 9437/97). Aqui se aplica o art. 5º, §3º do Estatuto. Por esse dispositivo, a pessoa teria até 31/12/2008 para obter o registro federal.
3)- O indivíduo tem arma em casa sem qualquer registro. Aqui se aplica o art. 30 do Estatuto. Também teria que regularizar a situação até 31/12/2008.
A Lei n. 10.826/03 dispôs, em seu art. 32, uma espécie de “anistia”, ou, descriminalização temporária, aos possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas (restrito e permitido), já que poderiam, “no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, entregá-las à Polícia Federal”. 
Depois, prorrogou-se esse prazo de 180 (cento e oitenta) dias, por duas vezes, até a data final de 23/10/05 (Lei n. 11.191/05, art. 1º). 
	O prazo foi ainda prorrogado até 31/12/2009, pela Lei nº 11.922, de 13/04/09 (art. 20), valedo somente para armas de fogo de uso permitido. Essa lei trata de juros e dividendos da CEF, e em seu art. 20 prorroga os prazos do art. 30 e art. 5º, §3º do Estatuto.
 	Portanto, quem está com posse ilegal de arma de fogo não estaria cometendo nenhum crime até 31/12/09. Isso é o que o STF chama de abolitio criminis temporária. A partir de 31/12/09 o fato volta a ser crime. Cuidado: esse prazo só se aplica para POSSE de armas de fogo de uso permitido e não raspadas. Não se aplica às armas de fogo de uso permitido raspadas, tampouco às de uso proibido ou restrito. Esse prazo, até 31/12/09 não se aplica ao PORTE de arma de fogo de uso permitido. É esse prazo que está caindo em concurso. STJ, HC 124.454, j. 04/08/09. Jurisprudência pacífica do STF e do STJ.
 	
Elemento especial do tipo penal: a posse deve ocorrer no interior da casa do infrator, ou no local de trabalho do infrator do qual ele seja proprietário ou responsável legal. Qualquer outro local fora desses configura o porte.
Ex.: O dono do restaurante tem um revólver calibre 38 (sem registro) guardado no balcão. Ele comete posse ilegal de arma de fogo. O garçom que tem um revólver cal. 38(sem registro) guardado no balcão comete porte ilegal de arma de fogo. 
 	“Se eu tenho um revólver cal. 38 guardado em minha casa, sem registro, é posse. Se coloco esse revólver na cintura e saio na calçada, é porte”.
Consumação e tentativa: o crime se consuma no momento em que o agente assume a posse ilegal da arma.
 	A doutrina diz que não é possível a tentativa, por se tratar de crime de mera conduta.
ART. 13 – OMISSÃO DE CAUTELA
 	O caput do artigo não tem nada a ver com o parágrafo único.
Omissão de cautela
        Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Comentário: Trata-se de crime culposo na modalidade de negligência ou imprudência do proprietário da arma em deixá-la às vistas do menor de 18 anos ou de pessoa portadora de deficiência ou permitir que essas pessoas a manuseie. 
Se a arma estiver carregada e disparar ferindo ou matando o menor, ou pessoa portadora de deficiência, o proprietário da arma que negligenciou a sua guarda ou agiu com imprudência entregando-a a uma dessas pessoas, responderá pelo crime. Trata-se do princípio da consumação, que é quando o crime mais grave absorve o menos grave. 
Se não houver a prática de crime mais grave, o agente responderá somente por infração.
A infração não poderá ser apurada pela Lei nº 9.099/95 (sendo passível de multa) tendo em vista que a pena de detenção máxima cominada excede a 1 (um) ano e é cumulativa com a pena de multa, não podendo ser aplicada isoladamente. 
O crime é afiançável, podendo a fiança ser concedida pela autoridade policial.
Bem jurídico imediato: incolumidade pública. 
Bem jurídico mediato: vida e integridade física de menores de 18 anos e pessoas portadoras de deficiência mental. Trata-se de crime de dupla objetividade jurídica: protege dois objetos jurídicos distintos.
Sujeito ativo: só pode ser o proprietário ou possuidor da arma de fogo. É o que tem dever de cautela, é o que tem que observar as cautelas necessárias.
Sujeitos passivos: Primário: coletividade. 
 Secundário: menor e pessoas portadoras de deficiência mental.
 	No caso do menor de 18 anos, não importa se a vítima já adquiriu a maioridade civil. O tipo penal está preocupado com a idade da vítima, não com a capacidade civil dele.
 	O tipo penal pune deixar arma próximo à pessoa portadora de deficiência mental. Obviamente, omitir cautela em relação à pessoa portadora de deficiência física não configura o crime.
 	O tipo penal não exige nenhuma relação (parentesco, v. g.) entre autor e vítima.
Ex.: Policial vai a um churrasco na casa de um amigo, e deixa sua arma próxima ao filho de 12 anos do dono da casa. Entre o policial e a criança não há nenhuma relação, mas há um crime.
Conduta: deixar de observar as cautelas necessárias. Conforme posicionamento unânime da doutrina, trata-se de crime culposo. Deixar de observar as cautelas é negligência, quebra do cuidado objetivo. O tipo penal indica explicitamente uma conduta culposa. 
 	Trata-se de crime omissivo puro, ou omissivo próprio.
Objeto material do crime: arma de fogo. Logo, deixar culposamente acessórios ou munições ao alcance de menores e deficientes mentais é fato atípico. O objeto material é arma de fogo de uso permitido ou proibido. Tanto faz, porque o tipo penal não especifica. 
Ex.: Deixar culposamente um 38 ou uma AR-15 próximo a uma criança entram no mesmo crime. A espécie de arma será considerada na dosagem da pena, pois quanto mais letal a arma, maior é a gravidade do crime.
Elemento normativo: culpa.
QUESTÃO: Aquele que entrega uma arma dolosamente a um menor ou a um doente mental responde por qual crime?
R.: Se for menor de 18 anos, haverá o crime do art. 16, parágrafo único, V o Estatuto. Entregar uma arma dolosamente a um doente mental configura porte ilegal de arma de fogo se for arma permitida (art. 14), se for arma proibida configura o crime do art. 16, ambos do Estatuto.
Consumação e tentativa: a consumação se dá com o mero apoderamento da arma pela vítima. Há divergência, na doutrina, sobre a natureza desse crime: se é formal ou material.
1ª corrente: o crime é material, porque exige o resultado naturalístico, qual seja, o apoderamento da arma pela vítima.
2ª corrente: o crime é formal. O resultado naturalístico não é o apoderamento da arma, embora se consume com o apoderamento. O resultado naturalístico é a efetiva ofensa à vida ou à integridade física da vítima. Trata-se de crime culposo sem resultado naturalístico, o que é exceção no nosso ordenamento. A regra é que o crime seja culposo com resultado naturalístico. Outra exceção seria prescrever medicamentos na lei de drogas, também se consuma com a mera prescrição, logo, é crime culposo sem resultado naturalístico.
 	A tentativa não é possível, porque estamos diante de um crime culposo e omissivo puro. Por esses dois motivos não cabe a tentativa.
 	O cara que deixa a arma próximo da criança ou deficiente, além do crime de omissão, também responde pelo crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo, conforme o caso. Há concurso material de crimes. Os crimes protegem bens jurídicos diferentes.
ART. 13 (…)
        Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Comentário: Trata-se de omissão na comunicação de crime ou de fato relevante que deve ser apurado de imediato, bem como serem tomadas as providências cabíveis pelo órgão competente que é a Polícia Federal. 
A infração é punida com detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa, portanto a pena de detenção é cumulativa com a de multa, não podendo ser aplicada isoladamente.
Em que pese a lei falar em comunicação sobre furto, roubo, extravio de armas, acessórios e munições poderá ser feita também às autoridades policiais estaduais que tomarão as providências cabíveis enviando a ocorrência à Polícia Federal, nos termos do parágrafo em comento.
É verdade que não são todos os municípios que têm sede da Polícia Federal para receber a comunicação sobre os fatos aqui tratados. 
O crime é afiançável, podendo a fiança ser concedida pela autoridade policial. 	
Trata-se de crime autônomo em relação ao caput.
Objeto jurídico: incolumidade pública e o Estado. A falta de comunicação exigida no tipo compromete diretamente o controle de armas. O STJ, mesmo assim, fala que a competência é da Justiça Estudual. 
Sujeito ativo: É crime próprio. Só pode ser cometido pelo proprietário ou diretor responsável por dois tipos de empresa: empresa de segurança ou empresa de transporte de valores.
Sujeitos passivo: coletividade e o Estado.
 
As condutas são duas: deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à PF. O tipo penal impõe um duplo dever de comunicação: o dever de registrar ocorrência policial e o dever de comunicar à PF. Prevalece o entendimento de que a falta de, apenas, uma dessas comunicações já configura o crime, porque o tipo penal exige um duplo dever de comunicação. Ex.: Se registra a ocorrência e não comunica a PF, há o crime. Comunica a PF, mas não faz BO, há o crime.
 	Entendimento minoritário: basta uma só comunicação. A falta de uma comunicação é fato atípico, porque cabe ao Estado manter um cadastro único das armas e integrar a comunicação entre seus órgãos, conforme disposto no Estatuto do Desarmamento. A pessoa não pode ser responsabilizada pela falta de comunicação e integração dos órgãos do Estado.
 	Trata-se de crime omissivo próprio.
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido ou restrito. Tanto faz.
QUESTÃO: E se a arma estiverem situação irregular há o dever de comunicar o extravio, furto ou perda dela?
R: O objeto material desse crime são só armas de fogo em situação regular. Porque se comunicar o extravio de arma irregular, ele está produzindo prova contra si, do crime de porte ou posse ilegal. Ninguém é obrigado a se autoincriminar. 
 	Trata-se de crime doloso. Prevalece o entendimento de que esse crime é punido a título de dolo. Só há crime se o sujeito ativo deixar de fazer as comunicações dolosamente. Não existe crime culposo nessa hipótese. Se a falta de comunicação for culposa, fato atípico. 
Consumação e tentativa: A consumação só se dá 24 horas depois de ocorrido o fato. Porque o indivíduo tem até 24 horas para comunicar. Portanto, estamos diante de um crime a prazo (crime que só se consuma depois de um determinado tempo).
 	Onde está escrito “… depois de ocorrido o fato”, a doutrina diz: “… depois da ciência do fato”. É uma interpretação corretiva do tipo penal. Se uma arma é furtada na sexta-feira, e o responsável legal só fica sabendo do furto na segunda, já se passaram 24 horas do fato. Seria absurdo concluir que esse indivíduo tem que ser punido. Logo, a correção da doutrina é necessária, sob pena de responsabilidade penal objetiva (sem dolo, sem culpa, sem conhecimento do fato).
 	Não existe tentativa nesse crime, por ser crime omissivo puro, omissivo próprio.
ART. 14 – PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
        Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
        Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)”
Comentário: As modalidades: portar, deter e ter em depósito constituem o crime permanente que é aquela cuja consumação se perde no tempo dependente da atividade, ação ou omissão, de quem o pratica, como sucede no cárcere privado. Para isso basta haver denúncia à polícia; ser procedida diligência no local onde está sendo cometida a infração e o agente ser encontrado em poder do objeto que apreendido caracterizará a prova material do crime.
As modalidades: adquirir, fornecer e receber são crimes instantâneos que se consumam no ato em que o agente está se apossando da arma, comprando-a ou trocando-a com outro objeto, quando ele está fornecendo a arma a alguém para ser transacionada ou quando ele a recebe de mãos de qualquer pessoa, para qualquer finalidade.
A lei fala em parte ilegal de arma de fogo, não se referindo a arma branca.
O porte de arma é um ato discricionário da autoridade policial federal e relaciona-se às armas de fogo.
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: coletividade. É crime vago.
Elementos do tipo: é crime de conduta variada (ou crime de conduta múltipla, tipo misto alternativo ou crime plurinuclear). Logo, a prática de várias condutas no mesmo contexto, configura crime único. Não há concurso de crimes, nem formal. 
Ex.: O agente adquire, depois transporta, depois mantém sob sua guarda e por fim mantém em depósito. É um crime só. O número de condutas será considerado na dosagem da pena.
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido (são os mesmos do art. 12, a diferença são as condutas).
Questões polêmicas:
1) É indispensável o exame pericial na arma para comprovação da materialidade delitiva?
R.: Não. O STF e o STJ pacificaram o entendimento de que não há necessidade de exame pericial para comprovar a materialidade delitiva. A perícia não é indispensável. Ainda que não haja laudo, ou que este seja nulo, há possibilidade de reconhecimento do crime. HC 89.509 – STJ, j. 2008. A justificativa é de que se trata de crime de perigo abstrato, logo, dispensa-se o exame de corpo de delito. Não importa se a arma estava ou não apta a disparar. REsp 953.853/RS – 2008. No mesmo sentido RHC 91.553 – STF, j. 23/06/09.
2) Arma de fogo desmuniciada sem condições de pronto municiamento configura crime?
R.: 1ª turma do STF (HC 91.553/DF, j. 23/06/09): arma desmuniciada é crime.
2ª turma do STF (HC 97.811/SP, j. 09/06/09): arma desmuniciada não é crime.
6ª turma do STJ (HC 110.448/SP, j. 18/08/09): arma desmuniciada não é crime.
5ª turma do STJ (HC 122.221/SP, j. 05/05/09): arma desmuniciada é crime.
 	Não há entendimento majoritário. Mas, o julgado da 2ª turma do STF não foi unânime (Joaquim Barbosa e Ellen Gracie entendem que é crime). O da 1ª Turma foi unânime. Se a questão for para o plenário, provavelmente será decidido que é crime.
 	Na doutrina prevalece o entendimento de que arma desmuniciada é crime. Porque se a munição sem arma é crime (Estatuto do Desarmamento), a arma sem munição também o é. 
 	O argumento dos que falam que não é crime é de que o crime não gera perigo concreto a ninguém. Mas isso é uma incoerência, porque esses mesmos falam que o crime é de perigo abstrato ao fundamentar que não precisa de perícia.
3) Porte de munição, sem arma, é crime?
R.: Pelo texto da lei é. STJ também diz que o porte apenas de munição, sem arma, configura crime (REsp 883.824). STF: a questão ainda está sendo discutida. HC 90.075 estava sendo julgado, relatoria de Eros Grau, mas o Min. Peluzo pediu vista.
Elemento subjetivo: dolo.
Consumação e tentativa: A consumação se dá com a prática de qualquer uma das condutas do tipo. A tentativa, em tese, é possível. Ex.: no verbo adquirir.
Parágrafo único: a letra da lei fala que é inafiançável. Mas, esse parágrafo único foi declarado inconstitucional pelo STF, pela ADI 3112-1. Portanto, trata-se de crime afiançável. Pouco importando se a arma está ou não registrada em nome do agente.
 	O STF declarou que é inafiançável porque a proibição de fiança é desproporcional à gravidade do delito nesse caso. Violação ao princípio da razoabilidade.
QUESTÃO: O porte de mais de uma arma configura vários crimes em concurso formal ou crime único?
R.: O porte ilegal simultâneo de várias armas configura crime único. O número de armas será considerado na dosagem da pena.
ART. 15 – DISPARO DE ARMA DE FOGO
Disparo de arma de fogo
        Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
        Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: a coletividade.
Comentário: O disparo de arma de fogo era contravenção penal punida com prisão simples de 1 (um) a 6 (seis) meses de multa; a aplicação da pena era alternativa.
Com o advento da Lei nº 9.437/97, o disparo de arma passou a ser crime punido com reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos cumulativa com a pena de multa, sem prejuízo da pena por eventual crime de contrabando ou descaminho, se a arma de fogo ou acessório fossem de uso proibido ou restrito.
O estatuto do Desarmamento manteve a pena de reclusão para esta modalidade de infração. 
Se do disparo de arma resultar lesão corporal a outrem o infrator responderá pelo crime de lesão corporal culposa na modalidade de imprudência, art. 129, § 6º do CP, punido com detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.
Se o disparo resultar na morte da vítima, o infrator responderá por infração ao art. 121, § 3º do CP (Homicídio culposo) punido com detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, também na modalidade de imprudência.
Se o agente disparar arma em local de grande afluência de pessoas e matar alguém, sem a intenção de praticar aquela ação, responderá por infração do art. 121, “caput” do CP (Homicídio doloso) na modalidade do dolo eventual porque nestecaso assumiu o risco de produzir o resultado.
A pena para essa modalidade de infração é a reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos”.
Objeto jurídico: a incolumidade pública.
Elemento subjetivo: dolo. Não se pune o disparo culposo.
Condutas: o tipo penal diz mais que o nome do crime. Pune mais que o disparo de arma de fogo. São duas condutas típicas: disparar arma de fogo ou acionar munição (deflagrar a munição sem disparar arma de fogo). Inclui o fato de acionar a munição, mas a arma não dispara. A munição picota ou porque é velha, ou porque a arma está com defeito. Não é necessário que a munição dispare, basta que ela seja acionada.
Elemento espacial do tipo: esse crime só ocorre se o disparo ou acionamento ocorrer em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela. Disparar arma ou acionar munição em local ermo ou desabitado não configura esse crime. Se o agente tem porte e registro, e o disparo foi em local ermo, se trata de fato atípico.
 	Esse crime é subsidiário, porque só existe se o disparo não tiver como finalidade a prática de outro crime. É uma subsidiariedade expressa. O tipo penal diz: outro crime. Não diz: outro crime mais grave. A interpretação literal leva à interpretação de o disparo estar afastado quando a intenção for a prática de um crime mais grave ou menos grave que ele. A corrente minoritária faz essa interpretação literal.
 	Doutrina e jurisprudência majoritária: crime de disparo só fica afastado se o disparo tiver a finalidade de um crime mais grave. Se tiver a finalidade de um crime menos grave, o crime menos grave não pode absorver o crime mais grave que é o disparo. Crime menos grave não absorve crime mais grave. Nesse caso, prevalece o crime de disparo ou haverá concurso de crimes.
Ex.: Atira para matar. Só responde pelo homicídio. Atiro no dedo da vítima para causar uma lesão leve: o crime de lesão leve não absorve o disparo. Vai responder pelo disparo e pela lesão leve.
Parágrafo único: a letra da lei fala que é inafiançável. Mas, esse parágrafo único foi declarado inconstitucional pelo STF, pela ADI 3112-1. Portanto, trata-se de crime afiançável.
Consumação se dá com o mero disparo ou acionamento da munição. É crime de perigo abstrato, ou seja, há o crime mesmo que o acionamento ou o disparo não causarem perigo a ninguém.
 	Não confundir: o disparo tem que ser em local habitado ou em via pública, mas não precisa gerar perigo concreto. Ex.: Indivíduo para 2h da manhã em rua vazia e dá um tiro para o alto. É em via pública e em local habitado e não gerou perigo concreto, mesmo assim é crime.
Tentativa é possível: ex. pessoa é segurada antes de efetuar disparo/
 	Dois ou mais disparos configuram crime único. A quantidade de disparos vai ser considerada na dosagem da pena.
	- PARA OS CRIMES DOS ARTIGOS 16, 17 E 18, NÃO ESQUECER QUE AGORA SÃO ETIQUETADOS COMO HEDIONDOS:
Art. 1º, parágrafo único, II, III e IV da Lei 8.072/90: 
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;       (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
ART. 16 – PORTE OU POSSE DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU RESTRITO
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
 	
REDAÇÃO ANTICRIME – PORTE ILEGAL DE USO RESTRITO E PROIBIDO
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
        I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
Comentário: O simples fato de o agente raspar o número, emblema ou qualquer sinal de identificação da arma para torná-la irreconhecível caracteriza o crime doloso que se consuma de imediato, isto é, instantâneo. Trata-se de crime inafiançável, porque a pena é a de reclusão e multa.
        II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
Comentário: O crime é instantâneo, punido a título de dolo, não admitindo a modalidade de culpa e inafiançável, eis que é punido com reclusão, cujo o máximo da pena cominada excede a 3 (três) anos. Ex. modificar arma para proibida: trocar o cano da arma de calibre permitido para calibre proibido.
- Para induzir em erro perito, juiz ou autoridade policial. O crime se consuma mesmo que a autoridade não seja induzida em erro. Ele se consuma com a simples modificação da arma com essa finalidade. Ainda que a autoridade não seja induzida em erro. Ainda que a fraude não dê certo. Cuidado: conflito aparente de normas – se não estivesse no Estatuto, isso configuraria fraude processual do art. 347 do CP. Pelo princípio da especialidade, aplica-se o Estatuto.
        III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
Comentário: Possuir e detiver são modalidades de crime permanente porque a ação se protrai no tempo. Fabricar e empregar caracterizam delito instantâneo porque se consuma de imediato. Se após fabricar o agente mantém o artefato em depósito para uso futuro ou comercialização, desde que para isso não tenha licença e autorização, tornar-se-á em crime permanente enquanto o objeto estiver na posse do agente. Tomar cuidado em prova objetiva: o objeto material do crime, aqui, não é nem arma, nem acessório nem munição. É artefato explosivo (bomba de fabricação caseira) ou incendiário (granada). O crime é inafiançável porque o máximo da pena de reclusão cominada excede a 3 (três) anos.
I ARTEFATO EXPLOSIVO OU INCENDIÁRIO – granadas, bombas diversas, inclusive de fabricação caseira, coquetel molotov; (Anexo III do D. 10.030/19 Explosivo: tipo de matéria que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão e art. 15, §2º, IV  Produto Controlado pelo Exército de uso restrito)
        IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
Comentário: Portar, adquirir, transportar e fornecer são crimes instantâneos. Possuir caracteriza crime permanente. São crimes dolosos não admitindo a modalidade de culpa. O dolo é direto e não admitem a fiança porque são punidos com reclusão, cujo máximo da pena cominada excede a 3 (três) anos.
        V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
Comentário: Esta conduta revogou tacitamente o art. 242 do ECA. Isso é questão de prova. Perguntam qual conduta caracteriza. Antes era ECA, hoje é conduta do Estatuto. Aqui, também tem como objeto material explosivos. Se for fogos de artifício configura crime do ECA. Fogos de artifício não são explosivos. Persiste o ECA no tocante à arma BRANCA.VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
Comentário: A autorização para produzir, recarregar, reciclar munição ou explosivo tem que ser requerida ao Ministério da Guerra (Comando do Exército que é subordinado ao Ministério da Defesa) que tem a missão de fiscalizar sobre material bélico, seja qual for sua natureza. Trata-se de modalidades de crime instantâneo, punível a título de dolo e inafiançável. O crime é de ação pública incondicionada. Não cabe fiança porque o máximo da pena cominada excede a 3 (três) anos.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.       (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 MUDANÇA: Passa a existir qualificadora para porte ou posse de arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido  pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
De acordo com o art. 1º, parágrafo único, II, III e IV da Lei 8.072/90  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) é etiquetado como HEDIONDO.
As condutas equiparadas do art. 16, parágrafo 1º, também o são etiquetados hediondos por interpretação extensiva (possível em norma penal incriminadora), pois, a modificação contempla o art. 16, fazendo parte do artigo seus parágrafos e incisos, sempre interpretados de acordo com o caput.
Embora alguns possam alegar violação ao Princípio da Taxatividade da Norma Penal, para Nucci (Pacote Anticrime Comentado, 2020) não há tal violação, devendo inclusive, além da interpretação extensiva, ser empregada a teleológica, já que não haveria sentido punir só as condutas próprias com maior rigor e arrefecer as condutas que são a elas equiparadas.
ART. 17 – COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
REDAÇÃO ANTICRIME - COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
       Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.     (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
        § 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.    (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
 § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
· 14 verbos. Tipo abrangente “de qualquer forma utilizar”.
· Elementar do tipo: “no exercício de atividade comercial ou industrial”.
· MUDANÇA: Aumento da pena de reclusão de 4 a 8 anos para 6 a 12.
· Criação da nova figura prevista no ordenamento jurídico brasileiro do “agente policial disfarçado”.
Agente policial disfarçado - nova figura prevista no ordenamento jurídico brasileiro: Para Rogério Sanches, à luz das normas contidas na Lei 13.964/2019, pode-se esboçar a definição de agente disfarçado como aquele que, ocultando sua real identidade, posiciona-se com aparência de um cidadão comum (não chega a infiltrar-se no grupo criminoso) e, partir disso, coleta elementos que indiquem a conduta criminosa preexistente do sujeito ativo. 
O agente disfarçado ora em estudo não se insere no seio do ambiente criminoso e tampouco macula a voluntariedade na conduta delitiva do autor dos fatos. 
Verifica tratar-se de outra espécie de técnica especial de investigação e atuação policial, utilizável em situações peculiares e que reclamam uma sofisticação operacional intermediária, situada entre uma simples campana policial e uma infiltração policial/ação controlada. 
Além do relativo grau de expertise, notabilizado pela habilidade de atuar descaracterizado de forma a permitir a coleta de provas do crime e de sua autoria, sem, entretanto, interferir em seu curso causal. Assim, ainda que o agente policial tenha uma pequena participação na cadeia causal da conduta criminosa, resta afastado o crime impossível porque, doravante, a norma penal erigiu como nova hipótese normativa (suporte fático) uma conduta que produz um resultado jurídico bem delimitado, qual seja, a dispersão daqueles produtos ilícitos, independentemente de serem identificadas outras pessoas no negócio. 
Para a validade da atuação do agente disfarçado deve haver a demonstração de provas em grau suficiente a indicar que o autor realizou antes uma conduta criminosa, circunstância objeto da investigação proporcionada pelo disfarce. 
Há, portanto, uma relação utilitarista-consequencial entre esses elementos típicos. A investigação realizada pelo agente disfarçado, em razão da qualificada apreensão de informações proporcionada pelo disfarce, colhe elementos probatórios razoáveis acerca da conduta criminosa preexistente.
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Sujeito ativo: é o comerciante ou industrial legal ou ilegal (clandestino) de armas de fogo, acessórios ou munições. É crime próprio. Esse crime só pode ser cometido quem comercializa ou industrializa isso.
Sujeito passivo: a coletividade.
 	É crime de conduta múltipla ou variada (tipo misto alternativo). Ou seja, a prática de várias condutas, no mesmo contexto fático, configura crime único.
Objeto material do crime: armas de fogo, acessórios ou munição de uso permitido ou proibido, tanto faz. Vender um 38 ou uma AR 15: o crime é o mesmo. Mas, se for arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, haverá uma causa de aumento de pena (art. 19 do Estatuto).
“Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.”
Elemento subjetivo: dolo.
Consumação e tentativa: Consumação se dá com a prática de qualquer uma das condutas do tipo. A tentativa é possível, por exemplo, nas modalidades: montar, receber, adquirir, adulterar, vender.
QUESTÃO: Esse crime é habitual ou não?
R.: Esse crime não é habitual. Logo, a prática de um único ato ilegal já configura o crime, desde que o sujeito ativo seja comerciante ou industrial legal ou ilegal de armas de fogo, acessório ou munição. 
Ex.: Loja legalizada vende 15 armas legais e uma ilegal. Há o crime do art. 17. 
Ex 2.: Dono de restaurante vende sua arma para o cliente. Ele não responde pelo crime do art. 17, porque o dono do restaurante não exerce comércio de armas de fogo.
 	O crime do art. 17 tem que ser praticado por comerciante de armas de fogo. 
No exemplo do dono do restaurante, se vende arma de fogo de uso permitido comete o art. 14, se vende arma de fogo de uso proibido comete o art. 16.
De acordo com o art. 1º, parágrafo único, II, III e IV da Lei 8.072/90  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) é etiquetado como HEDIONDO.
ART. 18 – TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO
Tráfico internacional de arma de fogo
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
REDAÇÃO ANTICRIME - TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
      Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Sujeito ativo: crime comum.
Sujeito passivo: coletividade.
 	Antes do Estatuto do Desarmamento, importar e exportar configurava crime de contrabando do CP. Hoje, pelo princípio da especialidade, é tráfico internacional de arma de fogo.
Consumação: no momento em que o objeto entra ou sai do país. A tentativa é perfeitamente possível.
 	Favorecer entrada ou saída, antes do Estatuto, se essas condutas fossem praticadas por funcionário público, caracterizaria o crime de facilitação de contrabando do CP. Atualmente, essas condutas, praticadas por particulares ou funcionários públicos caracterizam o crime do art. 18 do Estatuto.
Consumação se dá com o simples favorecimento, ainda que o favorecido não consiga entrar ou sair do país com a arma. É crime formal. A tentativa é possível na forma escrita.
Competência para julgar: Justiça Federal.
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição. O tipo penal não especifica, portanto, podem ser de uso permitido ou proibido. Tanto faz. Mas, se for de uso proibido, a pena é aumentada de metade (art. 19).
“Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.”
De acordo com o art. 1º, parágrafo único, II, III e IV da Lei 8.072/90  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) é etiquetado como HEDIONDO.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA CRIADA PELO PACOTE ANTICRIME
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:     (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Ex. Integrantes das forças armadas, integrantes das Polícias, Guardas Civis Municipais, entidades desportivas, empresa de segurança privada e de transporte de valores, etc.
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
O reincidente específico é o sujeito que volta a delinquir em um crime do mesmo gênero que aquele anteriormente condenado já transitado em julgado. Exemplo: já condenado por furto (155, caput, CP), reitera nova conduta após ou durante o cumprimento da pena em novo furto ou crime contra o patrimônio.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1).”
	
O STF entendeu inconstitucional o art. 21, pelo princípio da presunção ou estado de inocência. 
A lei não pode, de antemão, proibir a liberdade provisória. 
Conclusão: todos os dispositivos do Estatuto que proibiam fiança ou liberdade provisória foram declarados inconstitucionais na ADIN 3112-1. Logo, em todos os crimes do Estatuto é cabível fiança e/ou liberdade provisória sem fiança.
QUESTÃO: A venda ilegal de arma de fogo configura qual crime?
- Se for venda entre não comerciantes: art. 14 se for arma permitida, art. 16 se for arma proibida. Nesses dois artigos não tem o verbo vender. Cuidado com isso. O verbo vender está implícito nas condutas fornecer ou ceder.
- Se for venda de arma de fogo, acessório, munição ou explosivo para criança ou adolescente: art. 16, §1º, V; 
- Se for venda por comerciante de arma de fogo: art. 17. Seja a arma permitida ou proibida.
- Se a venda envolver transação internacional: art. 18, seja a arma permitida ou proibida. Ainda que o sujeito ativo seja comerciante de armas.
BANCO NACIONAL DE PERFIS BALÍSTICOS
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. 
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo.
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, estaduais e distritais.
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia criminal.
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e administrativamente.
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal.
SÍNTESE DAS MUDANÇAS DO PACOTE ANTICRIME:
- Foi aumentada a pena do crime de comércio ilegal de armas de fogo e do crime de tráfico internacional de arma de fogo;
- Foi criada uma figura equiparada ao crime de comércio ilegal de arma de fogo e ao tráfico internacional de armas (artigo 17, parágrafo 2º e artigo 18, parágrafo único, ambos da lei 10.826/2003);
- Foi adicionada mais uma causa de aumento de pena no artigo 20 da lei 10.826/2003: o reincidente específico;
- Foi criado o Banco Nacional de Perfis Balísticos.
Obs: novatio legis in pejus, disposições aplicáveis apenas aos crimes cometidos após a vigência da nova lei.
 (
Professora
 A m a n d 
a T
 a v a r e s B o r g e s
) (
Página 
2
www.cers.com.br
)

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