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RESUMO ESTATUTO DO DESARMAMENTO LEI N° 10

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DIREITO PENAL V 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI N° 10.826/03
1. ASPECTOS GERAIS DA LEI N° 10.826/03
• Resultado do referendo: 63% da população votou favoravelmente ao comércio de armas de fogo.
• Política de desarmamento da população civil.
• (Des)proporcionalidade das penas – a pena de um crime de perigo (simplesmente ter a arma) é maior que a de um homicídio culposo e chega perto da de homicídio doloso. 
• Mais armas, menos crimes? Armar a população diminuiria os crimes? 
• SINARM (Sistema Nacional de Armas) > Ministério da Justiça > Polícia Federal: armas de uso permitido. Esse sistema é responsável pelo cadastro das armas de uso permitido. Concessão do registro, autorização de compra, controlar com quem está a arma e etc. 
• SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas) > Ministério da Defesa > Comando do Exército: registro das armas de uso restrito – armas das forças armadas. 
Há uma norma que obriga esses dois sistemas a se comunicarem, está ocorrendo um conflito nessa comunicação, nessa troca de dados. 
• Autorização de compra de arma de fogo: ter 25 anos de idade ou mais > outras (arts. 4° e 28 da Lei n° 10.826/03 c.c. art. 12 do Dec. n° 9.847/19). Exceções a compra para menores de 25 anos, artigo 28. 
• Certificado de registro de arma de fogo: depois de comprada a arma precisa do CR, é o documento que vai dar direito de ter a arma em casa e não para sair com ela por ai. 
• Guia de trânsito: arma desmontada, desmuniciada e acondicionada no porta-malas do veículo. Vide Dec. n° 9.847/19 – não autoriza a sair por ai com a arma, apenas autoriza a levar a arma do ponto A ao ponto B, exemplo, sair do clube de tiro para sua casa, do armeiro para sua. O mínimo que alei exige é que esteja desmuniciada, mas é mais seguro estar desmontada. 
Art. 51. [...]
§ 3º A guia de trânsito de que trata o § 1o autorizará tão-somente o transporte da arma, devidamente desmuniciada e acondicionada de maneira que seu uso não possa ser imediato, limitado para o percurso nela autorizado.
 Porte de arma de fogo: autorização precária (embriaguez, por exemplo), revogável, intransferível e territorialmente limitada. Especifica a característica da arma que pode ser portada e que é o sujeito beneficiado por essa autorização. Porte é levar a arma consigo, geralmente pessoas relacionadas a segurança pública, o porte é mais restrito que a posse (que é só em casa ou seu estabelecimento comercial). 
 Bem jurídico tutelado: segurança e paz públicas (incolumidade pública). 
 Competência para julgamento: vide Súmulas 122 e 147 do STJ – geralmente justiça estadual, federal se for trafico internacional de armas, ou fato cometido por funcionário público e etc. 
2. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO (ART. 12)
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Trata do de posse, não porte, se está com a arma no carro é porto artigo 14. 
2.1. ASPECTOS GERAIS 
 Competência: via de regra a competência para esses crimes de porte e posse é estadual, exceto se o crime for praticado por funcionário público federal e o crime se dê por razão da sua função. 
 (Des)necessidade da realização de exame de corpo de delito (art. 158 do CPP): há possibilidade desse exame ser suprido por prova testemunhal (art. 167 do CPP). Entendimento jurisprudencial: inversão do ônus da prova (quem terá que comprovar que não estava com arma é o investigado). Exemplo: vizinho filma o outro vizinho com uma arma, sem que ele tenha autorização, o testemunho do vizinho pode tornar desnecessário o exame. 
2.2. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
a) Objetividade jurídica: doutrina divergem, alguns falam que é segurança pública e paz pública, outros dizem ser a incolumidade pública 
b) Objeto material: como definir o que é arma de fogo de uso permitido. Critério: art. 2°, I, do Dec. n° 9.847/19. O objeto material é a arma de fogo, a munição e o acessório de uso permitido (tudo aquilo que potencializa o uso da arma de fogo – uma mira, silenciador). 
Alterações recentes no decreto delimitou as armas de uso permitido, antes era por exclusão (é permitido o que não é proibido), agora o decreto é mais restrito, dá mais segurança jurídica, mas caso haja lacuna pode deixar algumas situações impunes (mesma coisa no caso de drogas que não constam na lista da ANVISA – sujeito não responde). 
 Arma de fogo desmuniciada: fato típico, crime de perigo, não interessa se está com bala ou sem bala. Se fosse uma caixa de bala sem arma também é igualmente típico. 
 Arma de fogo defeituosa: defeito crônico, fato atípico, pois não tem chance de gerar perigo a ninguém – ineficácia absoluta do meio. 
 Arma de fogo desmontada: fato típico, é uma arma de fogo que funciona, causa perigo. 
 Arma de brinquedo: o art. 26 da Lei n° 10.826/03 proíbe comercio de arma de brinquedo, mas não impõe sanção. Fato atípico, não causa perigo. 
c) Tipo objetivo:
· Residência e suas dependências: art. 4°, §1°, do Dec. n° 9.847/19; não está falando necessariamente na casa, pode ser no jardim etc. 
· Titular ou responsável: art. 4°, §1°, do Dec. n° 9.847/19; dono da empresa – contrato social, responsável gerente 
· Área rural: art. 5°, §5°, da Lei n° 10.826/03.a extensão é de toda propriedade rural. 
d) Tipo subjetivo: dolo, crime não pode ser punível a título de culpa, crime doloso. 
· O projétil utilizado em obra de arte ou em um colar descaracteriza a natureza do delito? Mesma que a munição seja ilegal o entendimento que o fato é atípico, pois demonstra que não tem o dolo de realizar atividade de perigo, apesar d aporte desses projeteis serem ilegais. 
e) Elemento normativo do tipo: “em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Tem que possuir em desacordo com regularização legal ou determinação legal para caracterizar o crime. 
f) Elementos modais (espaciais): residência, dependências e local de trabalho.
g) Sujeito ativo: comum / próprio (Quem é o titular ou responsável pelo estabelecimento ou empresa?). Primeira parte do artigo - para ter uma arma ilegal na sua residência o crime é comum (qualquer pessoa); segunda parte - agora ter a arma em uma empresa esse crime é próprio, precisa que seja titular ou responsável. Exemplo: professor leva arma para faculdade, não responde pelo artigo 12, pois ele não é o responsável pela instituição, não é o gestor, o professor responderia pelo art. 14. É um crime Unissubjetivo (aquele que pode ser praticado apenas por uma pessoa, pode ser praticado por mais também). 
h) Sujeito passivo: crime vago, pois não tem uma personalidade jurídica determinada, aqui é a sociedade, coletividade. 
i) Consumação: mera conduta e permanente. Mera conduta, pois não prevejo o resultado e permanente (possuir arma ilegal por 3 anos – em qualquer momento é flagrante delito, e o prazo prescricional começa a correr a partir do término da permanência). 
j) Tentativa: crime plurissubsistente, ou seja, sua conduta é fracionada em dois ou mais atos, esse crime admite tentativa. 
k) Crime de perigo abstrato: perigo presumido, não precisa nem comprovar 
l) Norma penal em branco: heterogenia – precisa ser complementada por ato normativo de fonte provinda do poder executivo 
m) Entrega espontânea e extinção da punibilidade: art. 32 da Lei n° 10.826/03. Não extingue a punibilidade do porte, mas tão somente da posse. Estratégia inteligente para quem quer se livrar de um problema criminal. Antes de entregar, retirar a guia de trânsito, para levar a arma. 
n) Posse de arma e violência doméstica: art. 22, I, da Lei n° 11.340/06. O delgado da delegacia da mulher verifica se o agressor tem posse de arma, caso tenha ele notifica o juiz, e o juiz cautelosamente pode suspender essa posse; se mesmo assim ele continuar com arma ele incorre nesse crime. 
2.3. QUESTÕESCOMPLEMENTARES ACERCA DO ART. 12 
 O agente pode adquirir munição de calibre diferente daquele que consta da autorização? Não, é fato típico (a não ser que seja por erro – erro de tipo) 
 E se o sujeito possuir mais de uma arma de fogo no mesmo contexto? Sujeito que comprou 3 armas de fogo ilegais responderá por um crime só, pois está no mesmo contexto, um crime só 
E se uma delas for de uso restrito? 2 dessas 3 armas é de uso permitido, e 1 é de uso restrito – como esse sujeito responderá? Por um crime, art. 12 ou 16, ou pelos dois crimes? Por um crime, a situação de perigo continua sendo uma só, e o bem protegido nos dois artigos é o mesmo, nesse caso aplica-se a pena do artigo 16, a mais grave. 
 O que acontece se sujeito ativo souber que receptou a arma que possui? Sujeito compra arma que sabe que é furtada – responde por receptação e posse de arma ilegal? Responde pelos dois crimes em concurso material, bens jurídicos diferentes. 
 O agente que mantém a arma na residência de sua amante deve responder por algum crime? Sim, mas não se enquadra no artigo 12, a casa da amante não é a residência dele, responderá pelo artigo 14, posse. A amante poderia responder por porte, caso saiba que a arma está lá. Se a arma estive na casa da esposa titular enquadraria no artigo 12. 
 O que acontece se o prazo do registro expirar e o agente ainda assim mantiver a arma em sua casa? Trata-se de um fato tipicamente penal ou de um mero ilícito administrativo? O entendimento da jurisprudência e tribunais superiores é de que o sujeito que já teve registro, autorização, está apto para ter a arma e o mero atraso no prazo no registro é uma inflação administrativa. 
OBS.: O registro deverá ser renovado a cada 10 anos de acordo com o art. 3°, §10, do Dec. n° 9.845/19 
 O agente que tem o certificado de registro pode portá-la ostensivamente dentro de sua casa? Divergência. Tem autorização para ter a arma dentro de casa, mas não significa que possa ficar ostentando a arma dentro de casa, a finalidade é de defesa pessoal, deve ficar guardada em lugar seguro. Legalmente não gera problemas, mas é falta de bom senso. 
 Como interpretar as expressões “local de trabalho” com relação aos vendedores ambulantes e aos caminhoneiros? Não dá para se aplicar, se o caminhoneiro for pego com arma no caminho é considerado porte, artigo 14. 
 E se o agente possuir munição desacompanhada de uma arma de fogo? Fato típico, artigo 12
 A posse de um único cartucho (munição) e a aplicação do princípio da insignificância (o tipo penal fala em munição, no singular). Divergência. Os tribunais superiores vêm aplicando o princípio da insignificância. 
3. OMISSÃO DE CAUTELA (ART. 13) 
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: - aqui não fala de munição, fala de arma de fogo 
3.1. ASPECTOS GERAIS
 Tipo penal culposo: a pessoa pratica por negligência 
 Crime de menor potencial ofensivo: a pena máxima é de dois anos, 
 Competência: competência é do JECRIM 
 Benefícios penais e processuais: Os benefícios penais e processuais cabíveis neste caso, são os prescritos na Lei n. 9099/95, isto é, a transação penal e o benéfico da suspensão condicional do processo. O acordo de não persecução penal não é possível, já que se admite a transação penal, e um dos requisitos para o oferecimento do acordo é o não cabimento da transação. 
3.2. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
a) Objetividade jurídica: crime pluriofensivo (mais de um bem jurídico) – dois bens jurídicos protegidos a cal umidade pública e a integridade pessoal do menor ou doente mental 
b) Objeto material: só a arma de fogo, não entra munição e acessório 
· E se a arma for “legalizada”? é um fato típico, não faz diferença a arma ser legal ou ilegal. 
· E se o menor se apoderar de uma munição? Agora se for uma caixinha de balas é fato atípico, pois munição não está previsto no tipo penal
c) Tipo objetivo: “deixar”. Condução omissa, negligente 
d) Tipo subjetivo: culpa. Se entregar a arma para criança é outro crime, aqui se trata de crime culposo. 
· E se ficar comprovado que o possuidor da arma agiu de maneira diligente e zelosa? Ex.: acondicionar arma e munição em lugares distintos e fora do alcance normal de um menor. O sujeito nesse caso não responderá pelo crime, pois não houve negligência, foram tomadas as cautelas (ex. criança que é muito esperta, mesmo tomando todas as cautelas ela encontra a arma). O pai foi zeloso, não negligente, o fato é atípico. 
f) Sujeito ativo: crime próprio – final do artigo, sujeito precisa ser proprietário ou possuir da arma, é uma característica que quem pratica esse crime precisa ser. 
g) Sujeito passivo: crime vago – sujeito passivo é a sociedade 
· Há necessidade que exista vínculo entre o proprietário da arma e o menor? Não, pode ser o filho do vizinho.
· E se uma pessoa maior, embora inexperiente no manejo da arma, tiver acesso a este objeto? Fato atípico, primeiro não é menor de 18 anos e nem doente menor. 
h) Consumação: E se o possuidor for negligente e ainda assim o menor não se apoderar da arma? O fato é atípico, o tipo penal prevê o resultado, a consumação ocorre com o apoderamento da arma, se não se apoderar não se consuma. 
i) Tentativa: em crime culposo? Não existe tentativa em crime culposo 
3.3. QUESTÕES COMPLEMENTARES ACERCA DO (ARTIGO 13, CAPUT) 
 E se a criança se apoderar de 2 armas, uma de uso permitido e outra de uso restrito? Crime único, uma situação de perigo só. 
 É possível o concurso do art. 13 com o art. 12? Sim, por exemplo, sujeito já tinha a arma ilegal, e depois a criança se apoderou da arma – dois crimes, momentos de consumação diferentes, o art. 12 já estava consumado antes da criança se apoderar. 
 Como deve responder o possuidor caso o menor que se apoderou da arma acabe se matando acidentalmente? Responderá apenas pelo homicídio, pois o crime de homicídio é crime de dano, e do artigo 13 é crime de perigo – crime de perigo existe para que o dano não acontece, se o dano já aconteceu não faz sentido punir o perigo, o crime de dano (homicídio) absolve o crime de perigo (crime de cautela). 
4. OMISSÃO DE COMUNICAÇÃO DE PERDA OU SUBTRAÇÃO DE ARMA DE FOGO (ARTIGO 13, PARÁGRAFO ÚNICO) 
a) Objetividade jurídica: tutela a veracidade dos cadastros do SINARM – sistema nacional de armas. 
	
b) Sujeito ativo: crime próprio (vide art. 7° da Lei n° 10.826/03). Não é qualquer pessoa que pode praticá-lo, é proprietário e diretor de empresa de segurança, que demande por uso de armas. 
c) Sujeito passivo: coletividade, sistema de cadastro errado prejudica toda a sociedade, é nosso interesse que o sistema funcione. 
d) Tipo objetivo: é necessário registra a ocorrência e, também, comunicar à Polícia Federal? Tipo penal exige que ele tenha duas atitudes, então se ele deixa de fazer uma delas, formalmente o fato é típico 
e) Tipo subjetivo: o caput é um crime culposo, o parágrafo é um crime doloso, só se configura se tiver dolo. 
f) Classificação: crime omissivo próprio “deixar” – não puni a ação, puni a omissão. 
g) Consumação: crime a prazo, se consuma quando o prazo espira – 24 horas a partir do crime. O razoável seria a partir do momento 
h) Tentativa: não é possível, pois é um crime omissivo próprio – ou você se omite ou não se omite, e além disso é um crime a prazo
5. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO (ARTIGO 14) 
- sair com a arma é porte, posse é ter em casa (casa da amante é porte, por que não é residência dele; levar arma ao serviço é porte, pra ser posse sujeito teria que ser proprietário ou gerente. 
5.1. ASPECTOS GERAIS
 O porte é excepcional: art. 6° da Lei n° 10.826/03 (“É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional”). A regra é que as pessoas não podem portar arma 
 Arma de uso permitido: art. 2°, I, do Dec. n° 9.847/19. 
 Interessados no porte: art. 10 da Lei n° 10.826/03. 
 Porte compartilhado:coautoria. 
 Causa de aumento: art. 20 da Lei n° 10.826/03 (membros das forças armadas, proprietários de empresas de segurança, membros de entidades desportivas e reincidentes específicos). 
5.2. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
a) Objetividade jurídica: segurança pública, paz pública e para alguns a incolumidade pública 
b) Objeto material: arma, munição e acessório de uso permitido 
c) Tipo objetivo: tipo misto alternativo – se no mesmo contexto e mesmo objeto material o sujeito praticar mais de um verbo será um crime só. 
d) Tipo subjetivo: o crime é doloso, não tem figura culposa. 
e) Elemento normativo do tipo: “sem autorização E em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. 
· A ausência de autorização implica logicamente estar em desacordo com determinação legal.
Não configura delito: 
· Sujeito que porta arma de fogo (tendo autorização de porte) em locais públicos; 
· Sujeito que tem autorização para portar, mas não traz consigo o documento que comprova tal direito; 
· Sujeito que porta arma de fogo (tendo autorização de porte) estando embriagado. 
f) Sujeito ativo: qualquer pessoa, mas tem causa de aumento caso seja um sujeito específico: 
· Causa de aumento (art. 20, I): integrante da força ou empresa de segurança
· Causa de aumento (art. 20, II: reincidente específico em crimes dessa natureza
g) sujeito passivo: a coletividade
h) Classificação: crime de ação múltipla. 
 
i) Consumação: sujeito pego em flagrante delito a qualquer momento 
j) Tentativa: é possível, crime plurissubisistente. 
k) Porte de arma e violência doméstica: art. 22, I, da Lei n° 11.340/06 – suspende o porte de arma. 
l) Perda automática do porte: caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas, art. 10, §2°, da Lei n° 10.826/03. 
m) Cassação da autorização: inobservância das regras previstas no art. 20 do Dec. n° 9.847/19 (“adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em decorrência de eventos de qualquer natureza”). 
5.3. QUESTÕES COMPLEMENTARES ACERCA DO ART. 14 
 O que acontece se o prazo autorização de porte expirar e o agente ainda assim portar a arma fora de sua residência? Fato típico. 
 O crime previsto no art. 14 é inafiançável? Vide parágrafo único do mesmo artigo. Vide ADIn 3.112.é previsto que é inafiançável, mas essa norma foi considera inconstitucional pelo supremo por comparar um crime de perigo a crimes gravíssimos, como estupro, por exemplo. 
5. DISPARO DE ARMA DE FOGO (ART. 15) 
5.1. ASPECTOS GERAIS
 Subsidiariedade expressa – caso esse disparo cause um homicídio, a pessoa responderá pelo homicídio e não pelo disparo de fogo. 
 Crime de perigo abstrato. 
 Causa de aumento: art. 20 da Lei n° 10.826/03 (membros das forças armadas, proprietários de empresas de segurança, membros de entidades desportivas e reincidentes específicos).
 O registro ou porte autoriza a realização de disparos? Não
5.2. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
a) Objetividade jurídica: segurança pública, paz pública e para alguns incolumidade pública 
b) Objeto material: não faz distinção entre arma de uso permitido ou restrito. 
c) Tipo objetivo:
· Em lugar habitado ou em suas adjacências; 
+ 
· Em via pública ou em direção a ela. 
Exemplo fornecido por Rios Gonçalves: “se uma cidade ou vila tiver sido totalmente evacuada [...] para a futura instalação de uma hidrelétrica e, depois disso, alguém efetuar disparos no meio de uma das ruas, o fato será atípico, porque, apesar de ter ocorrido em via pública, o local não é habitado”.
Fato típico – a casa não deixa de ser uma casa habitada por razão de os vizinhos estarem ausentes no momento do disparo. 
d) Tipo subjetivo: dolo (direto ou eventual). 
e) sujeito ativo: qualquer pessoa
· Causa de aumento (art. 20, I): integrante da força ou empresa de segurança
· Causa de aumento (art. 20, II: reincidente específico em crimes dessa natureza
f) sujeito passivo: a coletividade
g) Consumação: instantânea – com o disparo 
h) Tentativa: crime plurissubisistente. Ex.: o “picote”. 
5.3. QUESTÕES COMPLEMENTARES ACERCA DO ART. 15 
 E se o delito fim for menos grave (em termos de pena) que o delito meio (disparo)? Ex.: tentativa de lesão corporal (art. 129 do CP) – doutrina majoritária entende que nesse caso não poderia um crime mais leve absorver o crime mais grave (crime fim – crime meio), o sujeito teria que responder pelo disparo. Mas o tipo peal não especifica que o crime fim deve ser mais grave, então o certo seria responder pelo crime fim (lesão corporal) independentemente de ser ou não mais leve. 
 O disparo em lugar deserto é conduta típica ou atípica? Atípica, lugar decerto sozinha. 
 O disparo acidental é conduta típica ou atípica? Atípica 
 A deflagração de mais de um projétil num mesmo contexto importa em concurso de crimes? No mesmo contexto é um crime só. 
 O sujeito que dispara uma arma que possui ou porta ilegalmente provoca o concurso de crimes? Antes do disparo o crime do artigo 12 já estava consumado, após do disparo consumiu o outro crime, então haverá o concurso (se pega a arma exclusivamente para atirar é um crime só, mas caso tenha posse é concurso). 
 Como deve responder o agente que utilizou efetivamente a arma em um roubo? É necessária a realização de exame de corpo de delito na arma? Não haveria bis in idem? Se o sujeito já tinha a posse ilegal da arma antes do roubo são dois crimes, se ele pegou a arma exclusivamente para praticar o roubo é um crime só. O entendimento que prevalece é que é possível fazer substituição do exame de corpo de delito por testemunha. Não haverá bis in idem
 Como deve responder o agente que utilizou efetivamente a arma em um homicídio? Utilizou a arma exclusivamente no homicídio responde apenas por homicídio, se já tinha posse anterior responde por dois crimes – disparo e homicídio 
 E se o sujeito matar alguém em legítima defesa utilizando-se de uma arma que possuía irregularmente em sua residência anteriormente? Pelo homicídio não responderá pois está em legítima defesa, também não responde pelo disparo, pois foi necessário para a legitima defesa. Deve responder pelo crime que já havia consumado, a posse ilegal. 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO (PARTE 2) – LEI N° 10.826/03
1. POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO (ARTIGO 16)
Não faz diferença em termos de tipificação, se o sujeito tem uma arma de uso restrito na sua casa, trabalho ou carro, pois tanto a porte como ou posse da arma de uso restrito recai no artigo 16. Diferente de arma de uso permitido, que se eu tiver em casa respondo pelo artigo 12, e se transportar no carro responde pelo artigo 14. O artigo 16 une o porte e a posse. 
1.1. ASPECTOS GERAIS
• Trata-se de um crime hediondo? Vide art. 1°, parágrafo único, inciso II, da Lei n° 8.072/90. A partir do dia 23 de janeiro de 2020 entrou em vigor a nova redação da Lei 8072, fizeram um manipulação dos dois testos (crimes hediondos – ficou uso proibido, e estatuto do desarmamento – ficou uso restrito), o artigo 16 continua como crime hediondo, mas só se for arma de uso PROIBIDO . A lei retroage, nesse aspecto a lei é benéfica, então hoje em dia se um sujeito entrega uma arma para uma criança não é mais crime hediondo. Só é hediondo se a arma for de uso proibido. 
• O juiz pode conceder liberdade provisória a alguém que pratica o crime descrito no artigo 16 da Lei n° 10.826/03? Vide art. 21 da Lei n° 10.826/03. Sim, pode. Até janeiro era liberdade provisória sem fiança porque era crime hediondo, agora pode ser afiançável 
1.2. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
a) Objetividade jurídica: a incolumidade pública, segurança pública, paz pública 
b) Objeto material: arma, munição e acessório de uso restrito 
✓ Uso restrito: art. 2°, II, do Decreto n° 9.847/19.
✓ E se for de uso proibido? Vide art. 16, §2°, da Lei n° 10.826/03. Uso proibido, objeto comum que simula uma arma de fogo – o enquadramentonão é no caput, mas sim no § 2º, crime hediondo. 
✓ Uso proibido (vedação total): art. 2°, III, do Decreto n° 9.847/19. Não tem qualquer possibilidade de um sujeito ter autorização para ter uma arma de uso proibido. 
c) Tipo objetivo: os verbos do tipo penal
d) Tipo subjetivo: o dolo, trata-se de um crime doloso (todas as figuras do artigo). 
e) Elemento normativo do tipo:
✓ Quem autoriza a aquisição de armas de uso restrito? Vide art. 27 da Lei n° 10.826/03.
✓ “Sem autorização E em desacordo com determinação legal ou regulamentar” – conjunção aditiva, então para o sujeito praticar esse crime ele precisa estar sem autorização e estar em desacordo com determinação. Caso ele tenha autorização, mas esteja em desacordo (levar arma para locais públicos) não se configura crime. 
✓ Sujeito que porta arma de fogo (tendo autorização de porte) em locais públicos;
✓ Sujeito que tem autorização para portar, mas não traz consigo o documento que comprova tal direito;
✓ Sujeito que porta arma de fogo estando embriagado
f) Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa pode realizar. 
✓ Causa de aumento (art. 20, I): integrante da força ou empresa de segurança; 
✓ Causa de aumento (art. 20, II): reincidente específico em crimes dessa natureza. 
g) Sujeito passivo: coletividade 
h) Classificação: perigo abstrato (perigo presumido), mera conduta (resultado não precisa acontecer), tipo misto cumulativo (sujeito no mesmo contexto praticar mais de um verbo, responsabilizado por um único crime)
i) Consumação: prática de um dos verbos 
j) Tentativa: é possível, crime plurissubisistente. 
1.3. QUESTÕES COMPLEMENTARES ACERCA DO ART. 16 
• O porte de munição ou acessório de uso proibido constitui crime hediondo? Vide art. 1°, parágrafo único, inciso II, da Lei n° 8.072/90. O artigo só fala sobre arma, não se refere a munição e acessório de uso proibido, isso causa questionamentos. Existem dois entendimentos: primeira uma benéfica ao réu, se esta escrito só arma é porque munição e acessório não entram como crime hediondo; e a segunda corrente entende que constitui crime hediondo, pois como está usando o nome iuris (indica que se trata de tal artigo) – nesse caso tem a indicação do artigo 16 que contém munição e acessório. 
2. FIGURAS EQUIPARADAS (INCISOS DO ART. 16) 
• Tratam-se de tipos penais autônomos. 
• Podem provocar concurso de crimes entre o caput e os incisos. Também é possível existir concurso entre os incisos e outros artigos da lei. 
2.1. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE NUMERAÇÃO DE ARMA DE FOGO (I) 
• Objeto jurídico: veracidade do cadastro de armas, pois afeta a fiscalização e o controle das armas de fogo pelo Estado. Supressão é apagar o número, e alteração é alterar o número da arma de fogo
• Pune-se o responsável pela supressão ou alteração. 
• Abrange armas de uso permitido e restrito. 
• O sujeito que porta ou tem a posse de uma arma adulterada deverá responder pelo crime descrito no art. 16, §1°, IV, da Lei n° 10.826/03. 
2.2. MODIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE ARMA DE FOGO (II)
• Espécie de fraude processual.
• Ofende a administração da Justiça – fraudando uma investigação. 
• Pune-se o responsável pela modificação.
• Dolo geral (1ª parte) / Dolo específico (2ª parte):
• 1ª parte: arma de uso permitido.
• 2ª parte: arma de uso permitido ou restrito.
• O sujeito que porta ou tem a posse de uma arma adulterada que se tornou equivalente a uma arma de uso restrito deverá responder pelo crime descrito no art. 16, caput, da Lei n° 10.826/03.
• O sujeito que porta ou tem a posse de uma arma adulterada que se tornou equivalente a uma arma de uso proibido deverá responder pelo crime descrito no art. 16, §2°, da Lei n° 10.826/03.
2.3. POSSE ILEGAL DE ARTEFATO EXPLOSIVO OU INCENDIÁRIO (III)
• Conflito com o art. 253 do CP: parcialmente derrogado. Permanece vigente com relação a gases tóxicos ou asfixiantes e substâncias explosivas. Mas no que se refere a artefato explosivo ou incendiário é inciso III. 
• Elemento normativo do tipo: “sem autorização OU em desacordo com determinação legal ou regulamentar”: a conjunção é alternativa - as vezes o sujeito tem autorização do uso do explosivo, mas as vezes o utiliza de forma inadequada, em desacordo com a regulamentação, irá configurar o crime do mesmo jeito. 
• Posse ilegal de explosivo x terrorismo: Vide Lei n° 13.260/16.
• Posse ilegal de explosivo x Lei de Segurança Nacional: Vide art. 20 da Lei n° 7.170/83.
• E se o artefato incendiário resultar em incêndio (perigo concreto, com elevado e indeterminado número de pessoas expostas)? Vide art. 250 do CP
2.4. POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO ADULTERADA (IV)
• O sujeito que produziu a alteração na arma deve responder por este delito?
• Demanda interpretação analógica. O que é isso?
• Haverá concurso de crimes se o sujeito portar ilegalmente uma arma com a numeração regular e outra com a numeração raspada?
• E se a arma é de fabricação caseira, logo, desprovida de numeração, o fato será atípico?
2.5. VENDA DE ARMA DE FOGO A CRIANÇA OU ADOLESCENTE (V)
• Conflito aparente de normas: art. 242 do ECA. Como devo aplicar este dispositivo?
• E se o vendedor for enganado acerca da idade do menor? Responderá criminalmente pelo artigo 14, exclui o dolo do artigo 16, V, mas não exclui o dolo do artigo 14 – vender arma ilegal. 
2.6. PRODUÇÃO, RECARREGAMENTO OU RECICLAGEM DE MUNIÇÃO (VI)
• Elemento normativo do tipo: “sem autorização legal”. Não fala em regulamentar. 
3. COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO (ART. 17)
3.1. ASPECTOS GERAIS
• Trata-se de um crime hediondo? Vide art. 1°, parágrafo único, inciso III, da Lei n° 8.072/90. Passou a se considerar esse crime como hediondo. 
• O juiz pode conceder liberdade provisória a alguém que pratica o crime descrito no artigo 17 da Lei n° 10.826/03? Vide art. 21 da Lei n° 10.826/03. Sim pode conceder. 
3.2. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
a) Objetividade jurídica: incolumidade pública, paz pública. 
b) Objeto material: arma, munição e acessório. 
✓ O tipo não faz distinção entre armas de uso permitido, restrito ou proibido.
✓ Porém, incidirá causa de aumento de pena (metade) caso a arma, munição ou acessório sejam de uso proibido ou restrito.
c) Tipo subjetivo:
d) Elemento normativo do tipo:
✓ “Sem autorização OU em desacordo com determinação legal OU regulamentar”.
✓ Determinação legal: art. 4° da Lei n° 10.826/03:
✓ §2° A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.
✓ §4° A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
✓ Determinação regulamentar: art. 5° do Decreto n° 9.847/19:
✓ §1° Os produtores e os importadores de armas de fogo informarão à Polícia Federal, no prazo de quarenta e oito horas, para fins de cadastro no Sinarm, quando da saída do estoque, relação das armas produzidas e importadas, com as informações a que se refere o inciso I do caput e os dados dos adquirentes.
✓ §2° As empresas autorizadas pelo Comando do Exército a comercializar armas de fogo, munições e acessórios encaminharão as informações a que se referem os incisos I e II do caput à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, para fins de cadastro e registro da arma de fogo, da munição ou do acessório no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, no prazo de quarenta e oito horas, contado da data de efetivação da venda.
e) Sujeito ativo: crime próprio (no caput).
✓ Causa de aumento (art. 20, I): integrante da força ou empresa de segurança;
✓ Causa de aumento (art. 20, II): reincidente específico em crimes dessa natureza.
f) Sujeito passivo: coletividade 
g) Classificação: mera conduta, perigo abstrato, tipo misto alternativo.
h) Consumação: consumação de um dos verbos 
i) Tentativa: é possível 
3.3. COMÉRCIO IRREGULAR OU CLANDESTINO (ART. 17, §1°) 
• Crime comum. 
• Pode ser exercido na residência. 
3.4. FIGURA EQUIPARADA. INOVAÇÃO!!! (ART.17, §2°) 
• Parágrafo incluído pela Lei n° 13.964/19. 
• Finalidade: evitar a alegação de crime impossível (art. 17 do CP). 
• Não seria o caso de um flagrante provocado? Há discussão sobre o assunto. 
• A permanência anterior justifica o flagrante? 
• Nesse caso, como fica a Súmula 145 do STF? 
4. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO (ART. 18) 
4.1. ASPECTOS GERAIS 
• Trata-se de um crime hediondo? Vide art. 1°, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.072/90. Sim 
• O juiz pode conceder liberdade provisória a alguém que pratica o crime descrito no artigo 18 da Lei n° 10.826/03? Vide art. 21 da Lei n° 10.826/03. Esse crime é inafiançável 
4.2. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
a) Objetividade jurídica: segurança pública, paz pública, incolumidade pública 
b) Objeto material: arma de fogo, munição ou acessório – não define se tipo permitido, restrito ou proibido 
✓ O tipo não faz distinção entre armas de uso permitido, restrito ou proibido. 
✓ Porém, incidirá causa de aumento de pena (metade) caso a arma, munição ou acessório sejam de uso proibido ou restrito.
c) Tipo subjetivo: só pode se configurar esse crime se for conduta dolosa. Se desfigurar conduta dolosa o fato é atípico. 
d) Elemento normativo do tipo: não tem a questão de “em desacordo com regulamentação” 
✓ “Sem autorização da autoridade competente”.
e) Sujeito ativo: crime comum 
✓ Causa de aumento (art. 20, I): integrante da força ou empresa de segurança;
✓ Causa de aumento (art. 20, II): reincidente específico em crimes dessa natureza.
f) Sujeito passivo: coletividade
g) Classificação: mera conduta (não precisa de resultado para consumar), perigo abstrato (talvez não ocorra o dano), tipo misto alternativo (se o sujeito pratica mais de um conduta sobre o mesmo contexto e tipo material pratica um crime só. 
h) Consumação: praticou um verbo do tipo penal 
i) Tentativa: é possível. 
4.3. FIGURA EQUIPARADA. INOVAÇÃO!!! (ART. 18, PARÁGRAFO ÚNICO)
• Parágrafo incluído pela Lei n° 13.964/19.
• Finalidade: evitar a alegação de crime impossível (art. 17 do CP).
• Não seria o caso de um flagrante provocado?
• A permanência anterior justifica o flagrante?
• Nesse caso, como fica a Súmula 145 do STF? Considera crime impossível estimular uma pessoa não criminosa a praticar um crime. Agora se ele já tinha praticado um crime, não faz diferença, já está consumado.

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