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Artigo Betalanina

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O EFEITO DA BETA-ALANINA NO DESEMPENHO FÍSICO
Liza Correia de Lima¹; Allison Camargo Canoa² 
¹Graduanda em Engenharia Química, Faculdade Integradas Três Lagoas – FITL/AEMS
²Especialista em Engenharia e Gestão da Produção – UNICESUMAR; Docente da Faculdade Integradas de Três Lagoas/MS – FITL/AEMS.
RESUMO 
A beta-alanina (BA) é um aminoácido não essencial que pode ser sintetizado no fígado e obtido da dieta, principalmente de carnes brancas e vermelhas. Aumentou disponibilidade de BA via suplemento alimentar, pode melhorar o desempenho dos atletas. O objetivo deste estudo é realizar uma revisão sobre o uso da suplementação de BA como ajuda ergogênica para melhorar o desempenho e a resistência a fadiga em atletas e não atletas. Para esta revisão, é realizada uma busca em revistas e publicações técnicas na área da saúde, em que se coleta ensaios clínicos randomizados publicados entre 2007 e 2020, selecionando alguns destes, considerando critérios como relevância acadêmica e ano. Em grande parte dos trabalhos selecionados, a população é composto de indivíduos fisicamente ativos, com período de intervenção do suplemente de 5,2 ± 1,8 semanas e a dosagem de 4,8 ± 1,3g/dia. Estes indivíduos são submetidos a testes como lactato sanguíneo, pH, percepção de esforço, potência e capacidade de trabalho no limiar de fadiga. Após a suplementação com BA, não há diferença observada no trabalho total, tempo de desempenho do exercício, oxigênio consumo e tempo de exaustão. A suplementação de BA apresenta indícios de melhora no esforço percebido, em parâmetros bioquímicos relacionados a fadiga muscular.
PALAVRAS CHAVES: beta-alanina; carnosina; fadiga muscular; performance atlética; consumo de oxigênio.
1 INTRODUÇÃO
Os suplementos alimentares têm sido utilizados como auxílio ergogênico na tentativa de aumentar a energia, melhorar a recuperação e modular a composição corporal, visando suprir as necessidades energéticas e melhorar o desempenho. Assim então a beta-alanina (BA) via suplemente alimentar pode melhorar o desempenho físico. A BA é um aminoácido de carnes brancas (aves e peixes) e vermelhas (CABRAL e MINAKAWA, 2020). 
A síntese endógena de BA deriva da degradação das pirimidinas timina, citosina e uracila e seu transporte para o músculo esquelético é dependente das concentrações de sódio e cloreto (CABRAL e MINAKAWA, 2020).
 A entrada de BA nas células pode ser afetada por compostos de estrutura semelhante (glicina, taurina, ácido gama-aminobutírico) que competem pelo mesmo transportador (MAUGHAN et al., 2018). É no músculo esquelético que a BA desempenha seu papel mais importante, como fator intermediário e limitante para a síntese de carnosina. A carnosina é um dipeptídeo, responsável por reduzir a fadiga e amortecer a acidose muscular (HARRIS et al., 2019). 
A síntese de carnosina no músculo esquelético usando histidina e BA é ATP-dependente (Adenosina Trifosfato-Dependente) e é catalisada pela carnosina sintase. Esse processo depende da disponibilidade de BA, desde o transporte do aminoácido para as fibras musculares, ingestão dietética de BA, síntese hepática e atividade da carnosina sintase. A carnosina também pode ser obtida diretamente da dieta, principalmente de carnes e peixes, embora sua biodisponibilidade seja afetada pelo cozimento. No processo digestivo, a carnosina é principalmente convertida em BA e L-histidina pela enzima carnosinase encontrada na mucosa jejunal. Por esta razão, os níveis sanguíneos circulantes de carnosina são relativamente insignificantes. O conteúdo de carnosina no músculo também é influenciado pela contração muscular e aumenta com a tensão muscular (LAGE e SOUZA, 2021).
Fisiologicamente, o aumento da disponibilidade de BA via suplemento alimentar, aliado ao treinamento, pode melhorar o desempenho de atletas que realizam exercícios de alta intensidade, aumentando a capacidade de tamponamento muscular. Diversas doses e protocolos de avaliação de BA têm sido testados em diferentes esportes, e o tempo de suplementação parece variar geralmente entre 4 a 10 semanas e as doses são distribuídas ao longo do dia, tornando o efeito da suplementação de BA no exercício ainda controverso (LAGE e SOUZA, 2021).
Estudos estatísticos indicam que 13,6% da população que ingeriu a suplementação com uma dosagem elevadas a de 800 mg declaram ter tido efeitos colaterais como uma ligeira parestesia nas extremidades das mãos, fazendo com que tivesse que abandonar o uso da suplementação de forma incoerente (FREITAS, 2016). Portanto é notório que os efeitos do BA podem ser controversos e a realização de pesquisas relacionada ao uso da mesma contribuído positivamente para o entendimento do seu desenho.
O uso de BA como um auxílio ergogênico eficiente não pode ser completamente recomendado devido diferenças nas populações estudadas, protocolos de estudo e dosagens de BA. Portanto, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sobre o uso da suplementação de BA como ajuda a melhorar o desempenho e a resistência a fadiga em atletas e não atletas. 
Para construção do presente trabalho, se utilizou ensaios clínicos e ensaios clínicos randomizados (ECRs) em inglês, publicados nos últimos 13 anos, sobre os possíveis efeitos do BA e da carnosina na fadiga e desempenho físico em humanos, presentes em bases de dados da área da saúde com “PubMed” e “Bireme” para os termos “beta-alanina”, “beta-alanina e exercício”, “carnosina” ou “carnosina e exercício” no título. Os resultados do interesse foram diminuição da fadiga muscular e/ou aumento do desempenho; o conteúdo de carnosina muscular não foi considerado como desfecho de interesse. Não foram incluídos estudos inéditos, resumos científicos (publicados ou não publicados), dissertações e teses. Considerou-se como intervenção o uso exclusivo de BA ou carnosina em pelo menos um dos grupos, para avaliar seus efeitos isolados. Na busca inicial pelos termos selecionados, foram identificados mais de 500 artigos e 20 foram selecionados para revisão final. 
O fator de impacto dos periódicos em que os artigos foram publicados variou de 3,056 a 4,278, 62% deles foi superior a 3,5. O tamanho médio da amostra foi de 29,1 ± 14,86 indivíduos, e o tempo médio de intervenção foi de 5,2 ± 1,8 semanas. A principal intervenção foi BA (dose média 5 ± 1,5g), seguida de maltodextrina (9 estudos), dextrose (8 estudos), farinha de arroz (2 estudos) e glicose (1 estudo). Cinquenta e dois por cento dos estudos foram realizados com atletas, especialmente ciclistas, remadores e jogadores de futebol e quarenta e oito porcento com não atletas (principalmente pessoas fisicamente ativas). 
Para uma melhor compreensão dos resultados, eles serão apresentados de formas separadas por interesse. 
2 Diminuição da Fadiga Muscular 
As variáveis ​​foram subdivididas em variáveis ​​bioquímicas e subjetivas, como:
2.1 Concentração de Lactato no Sangue 
Dezesseis estudos investigaram a concentração de lactato no sangue (HLa) e/ou pH (VENDA et al., 2011; TOBIAS et al., 2018; BAGUETE et al., 2019; CHUNG et al., 2016; MAUGHA et al., 2018; KERN et al., 2020; SWEENEY et al., 2018; BRUTO et al., 2015; DERIVA W et al., 2011; FURGÃO et al., 2019; HARRIS et al., 2019; JAGIM AR et al., 2013; MAUGHA et al., 2018; SAUNDERS et al., 2012; PATO et al., 2013; DERIVA C et al., 2019).
A média de idade dos participantes foi de 23,9 ± 3,4 anos, e o tamanho da amostra variou entre 14 e 41 pessoas. O período de intervenção variou de 21 dias a 11 semanas, e uma grande variedade de doses foram administradas, desde doses fixas de 2 - 6,7 g/dia até doses individuais de 65 mg/kg de peso corporal. Glicose, farinha de arroz, dextrose, e maltodextrina foram usados como placebo (PL). Em três estudos os autores também investigaram o efeito do BA combinado com bicarbonato de sódio em comparação com PL (VENDA et al., 2011; TOBIAS et al., 2018; MAUGHA et al., 2018).
Entre todos esses estudos, diferenças significativas entre BA e PL foram relatadas em apenas 2 estudos com diminuição do pH e aumento do HLa no grupo recebendoBA (BAGUETE et al., 2019; CHUNG et al., 2016). No primeiro estudo foi detectada acidose elevada (pH em torno de 7,2) no sexto minuto de exercício de ciclismo a uma intensidade de 50% (BAGUETE et al., 2019). Embora não houvesse efeito de interação significativo entre valores absolutos de pH, uma diferença significativa em A acidose induzida pelo exercício foi encontrada entre os grupos BA e PL (p=0,031). Na BA grupo, o pH diminuiu 0,015 unidades em comparação com os valores basais, enquanto que no PL grupo, uma queda de 0,012 unidade foi observada no mesmo período. No segundo estudo os autores relataram um aumento na razão de concentração de lactato/próton após BA suplementação em comparação com placebo (CHUNG et al., 2016).
 2.2 Avaliações Subjetivas de Esforço e Fadiga
Apenas três artigos realizaram avaliações subjetivas de esforço percebido e fadiga muscular (SAUNDERS et al., 2012; TOBIAS et al., 2018; PATO et al., 2013). O número de participantes variou de 26 a 40, com média de idade de 24,0 ± 2,8 anos. O período de intervenção variou de 3 a 4 semanas; as doses de BA de 4,5 a 6,4 g, e os placebos usados nesses estudos foram a dextrose ou maltodextrina (SAUNDERS et al., 2012).
Em dois estudos, a suplementação com BA obteve diferenças significativas na resultados entre os grupos de estudo (SAUNDERS et al., 2012; TOBIAS et al., 2018). No primeiro, a combinação de sódio bicarbonato e BA resultaram em classificações mais baixas de esforço percebido após o exercício (p = 0,05), e esse efeito não foi alcançado nem pelo BA nem pelo bicarbonato de sódio isoladamente (SAUNDERS et al., 2012). No segundo, a sensação subjetiva de fadiga, expressa em média diária, foi significativamente menor no grupo BA (3,96 ± 0,80) do que no grupo PL (4,55 ± 0,83) (TOBIAS et al., 2018). No terceiro estudo a fadiga subjetiva não foi diferente entre o grupo BA e maltodextrina (PATO et al., 2013).
3 MELHORIA NO DESEMPENHO
 Devido à grande variedade, as variáveis usadas para avaliar o desempenho foram divididas nas etapas de:
3.1 Trabalho Total Realizado
Cinco estudos calcularam o trabalho total realizado (TOBIAS et al., 2018; FURGÃO THIENEN et al., 2019; VENDA et al., 2011; SMITH-RYAN et al., 2019; SWEENEY et al., 2018). O tamanho da amostra variou de 14 a 40 anos, com média de idade de 26 ± 1,7 anos. O período de intervenção variou entre 3 e 4 semanas e doses de BA entre 4,5 e 6,4 g (VENDA et al., 2011). Os efeitos do BA foram comparados com os de PL – maltodextrina ou dextrose. Em nenhum dos estudos houve uma diferença no trabalho total realizado entre o grupo que recebeu BA e o grupo que recebeu PL (TOBIAS et al., 2018).
3.2 Potência
 Onze estudos avaliaram o efeito da suplementação de BA na potência (KERN et al., 2020; SWEENEY et al., 2018; CHUNG et al., 2016; BAGUETE et al., 2019; BRUTO et al., 2015; DERIVA W et al., 2011; FURGÃO THIENEN et al., 2019; HARRIS et al., 2019; JAGIM AR et al., 2013; MAUGHA et al., 2018; SAUNDERS et al., 2012). O tamanho da amostra variou de 14 a 55 indivíduos, com média de idade de 24,6 ± 3,5 anos. O período de intervenção variou de 3 a 8 semanas, e a dose de BA de 1,5 a 6,7g. (KERN et al., 2020). Os placebos utilizados nesses estudos foram farinha de arroz, glicose, maltodextrina ou dextrose. Em um dos estudos os autores também investigaram a combinação de BA e creatinina no poder. A suplementação de BA resultou em efeitos significativamente diferentes, em comparação com placebo, em apenas um estudo. Os autores relataram aumento da potência de pico em 11,4% (intervalo de confiança de 95% de 7,8 - 14,9%, p = 0,0001) e potência média por 5,0% durante o sprint final (intervalo de confiança de 95% de 7,8 – 14,9%, p = 0,0001) após a intervenção (SWEENEY et al., 2018). 
Em um estudo, o pico de potência de saída foi significativamente maior no grupo não treinado, suplementado com BA (p = 0,004), e um tendência para valores aumentados no grupo treinado, suplementado com BA (p = 0,08) comparado com antes da suplementação (CHUNG et al., 2012). Neste estudo, a suplementação de BA também aumento da potência média para o grupo não treinado, suplementado com BA (p = 0,004), e nas séries 1, 2 e 4 para o grupo treinado, suplementado com BA (p ≤ 0,05), comparado com antes da suplementação. 
Em outro estudo a potência associada ao limiar de lactato (Watts) foi significativamente maior no grupo BA após a suplementação (130,0 ± 43,1W) em comparação com antes da suplementação (142,5 ± 42,7W), e no grupo BA-CR (136,9 ± 37,9 e 125,6 ± 36,7W nas condições pós e pré-suplementação, respectivamente) (BAGUETE et al., 2019). 
Os efeitos da suplementação de BA nesses estudos, embora não estatisticamente significativos foram considerados eficazes pelos autores.
3.3 Tempo de Desempenho
Sete estudos avaliaram o efeito da suplementação de BA no exercício (corrida, ciclismo, remo, natação) tempo de desempenho (PATO et al., 2013; KERN et al., 2020; SWEENEY et al., 2018; CHUNG et al., 2016; BAGUETE et al., 2019; BRUTO et al., 2015; DERIVA W et al., 2011). O número de participantes variou de 14 a 41 anos, com média de idade de 24,3 ± 3,6 anos. O período de intervenção variou de 28 dias a 10 semanas, e a dose de BA variou de 6,7 g a 3,8 g. os efeitos do BA foram comparados com os da glicose, dextrose ou maltodextrina sem diferença significativa entre o aminoácido e PL (PATO et al., 2013).
3.4 Consumo de oxigênio (O2)
Oito estudos avaliaram o consumo de oxigênio (JAGIM AR et al., 2013; BRUTO et al., 2015; DERIVA W et al., 2011; FURGÃO THIENEN et al., 2019; HARRIS et al., 2019; PATO et al., 2013; DERIVA C et al., 2019; FREITAS, 2016). O tamanho da amostra variou de 14 a 55 indivíduos, com média de idade de 24 ± 3,7 anos. Período de intervenção variado entre 28 dias e 8 semanas, e a dose BA entre 1,4 e 6,4 g. O PL usado em esses estudos foram farinha de arroz, dextrose ou maltodextrina. Sem diferença foi encontrado entre os grupos BA e PL (JAGIM AR et al., 2013).
No estudo de BRUTO et al. (2015), a suplementação de BA aumentou o máximo consumo de oxigênio (VO2 max) comparado ao período pré-suplementação. Em outro estudo VO2 (L/min) associado ao limiar ventilatório e de lactato (1,74 ± 0,4 e 2,02 ± 0,50 L/min, respectivamente) e VO2 pico associado ao limiar ventilatório (64,7 ± 10,5%) foram significativamente maiores no grupo suplementado com BA e creatinina em comparação com o período pré-suplementação (1,84 ± 0,44 L/min, 2,18 ± 0,42 L/min e 69,8 ± 11,4%, respectivamente). Nesses estudos, embora não estatisticamente significativo, o efeito da suplementação com BA foi considerado eficaz pelos autores
3.5 Tempo até Exaustão (TTE) 
Cinco estudos avaliaram o tempo até a exaustão (TTE) (JAGIM AR et al., 2013; VENDA et al., 2011; SWEENEY et al., 2018; SAUNDERS et al., 2012; KERN et al., 2020). Esses estudos envolveram 20-55 participantes, com idade de 24,3 ± 2,6 anos. O protocolo de intervenção variou de 28 dias a 8 semanas. A dose de BA variou de 3,25 a 6,4g, e os placebos utilizados foram farinha de arroz, dextrose ou maltodextrina. Sem diferença estatisticamente significativa no TTE foi observada entre os grupos BA e PL (JAGIM AR et al., 2013).
No estudo de VENDA et al. (2011), o ETT aumentou significativamente em 12,1% após a suplementação com BA e 16,2% após a suplementação com BA combinado com bicarbonato de sódio, em comparação com antes da suplementação. SWEENEY et al. (2018) também relataram um aumento significativo no ETT (segundos) no grupo suplementado com BA (1117,55 ± 118,98) em relação ao basal (1146,73±110,27). Nesses estudos, embora não estatisticamente significativo, o efeito da suplementação com BA foi considerado eficaz pelos autores.
3.6 Capacidade Física de Trabalho no Início da Fadiga
Dois estudos envolvendo 22 e 55 voluntários, respectivamente, com idade média de 25,9 ± 2 anos examinaram os efeitos da suplementação de BA na fadiga usando a capacidade física de trabalho no início da fadiga. O período de intervenção foi de 4 semanas em ambos os estudos, a dose de BA variou de 3,9 a 5,6 g, e os placebosforam dextrose e maltodextrina (SMITH-RYAN et al., 2019; DERIVA W et al., 2011).
No primeiro estudo os autores também avaliaram os efeitos do BA e da creatina suplementação em comparação com PL (SMITH-RYAN et al., 2019). Houve um efeito significativo de BA suplementação na capacidade de trabalho físico no início da fadiga. Quando ajustado para valores pré-teste, valores pós-teste (em Watts) foram maiores no grupo BA (170,0 ± 15,9 vs 198,8 ± 19,9) em comparação com o grupo PL (215,8 ± 19,0 vs 211,2 ± 23,7). O grupo suplementado com BA e creatinina também apresentou valores mais elevados em relação ao PL grupo (190,7 ± 18,6 vs 214,3 ± 17,1). No outro estudo, um resultado estatisticamente significativo a diferença foi observada após a suplementação de BA (113,64 ± 12,45 Watts) em comparação com valores de pré-suplementação (130,00 ± 12,99 Watts). Da mesma forma que o anterior os resultados, embora a diferença entre os grupos BA e PL não tenha sido estatisticamente significativa, o efeito da suplementação de BA em comparação com a pré-suplementação condições foi considerado eficaz pelos autores (DERIVA W et al., 2011).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Esta revisão teve como objetivo descrever os resultados de ensaios clínicos utilizando BA suplementação como um auxílio ergogênico para melhorar o desempenho e a resistência à fadiga em atletas e não atletas. Poucos dos resultados estudados mostraram uma diferença significativa entre os grupos intervenção (suplementação BA) e PL. Houve, no entanto, um efeito importante da suplementação de BA na comparação intragrupo, ou seja, condição pós-suplementação vs pré-suplementação.
Um número maior de variáveis estudadas nos artigos estava mais relacionado a melhora do desempenho do que a diminuição da fadiga muscular. Além disso, os estudos foram heterogêneos quanto à dose de BA, período de intervenção e protocolo de exercício, o que dificulta a comparação dos resultados.
Achados controversos foram encontrados em relação ao HLa e pH sanguíneos. Enquanto alguns estudos usando a suplementação de BA ou BA mais bicarbonato de sódio mostraram valores significativamente aumentados pós-exercício, outros mostraram uma diminuição no HLa concentrações e pH. O aumento das concentrações de HLa após o bicarbonato de sódio ingestão no período pós-exercício foi relatada. 
Por outro lado, a diminuição da acidose relatada por alguns dos estudos incluídos nesta revisão sistemática pode ser explicada pelo aumento da carnosina muscular, que atua como um tampão fisiológico, em resposta à suplementação de BA.
Em relação à diminuição da fadiga muscular, indicada por uma redução na fadiga em resposta à intervenção, a suplementação de BA, isoladamente ou combinado com bicarbonato de sódio, parece diminuir a percepção de esforço devido ao papel de tamponamento de ambos os compostos. Além disso, o status do treinamento pode afetar a resposta à suplementação de BA. Por exemplo, treinamento de alta intensidade e longo prazo, podem aumentar as concentrações de carnosina muscular e, portanto, nesta condição, o efeito e suplementação de BA nestes níveis de dipeptídeo podem ser atenuados.
De acordo com uma revisão recente da suplementação de BA pela International Society of Sports Nutrition (ISSN), a intervenção melhora o desempenho de exercícios de alta intensidade e curta duração (60-240 segundos) e parece ser segura. Além do papel fisiológico da carnosina na regulação da sensibilidade ao cálcio das células contráteis a liberação do aparelho e do retículo sarcoplasmático de cálcio é bem conhecida. Portanto, o efeito da suplementação de BA na melhoria do desempenho do exercício de alta intensidade pode ser associada a um aumento nos níveis de carnosina muscular e, consequentemente, sensibilidade ao cálcio do aparelho contrátil e produção de força, além de uma redução da fadiga muscular. Além disso, se identificou nesta revisão que os efeitos da suplementação de BA foram principalmente relacionados a doses únicas de BA (4,5g ou 6,4g/dia), com o período de intervenção variando entre 3 e 6 semanas.
Os resultados da suplementação com BA são controversos, com alguns estudos encontrando efeitos significativos enquanto outros não relatam efeitos. Isso pode ser explicado por evidências sobre a capacidade de absorção e utilização de BA pelo músculo esquelético, que varia individualmente. Especula-se que a resposta à suplementação de BA seria semelhante ao da suplementação de creatina, cuja resposta depende de níveis pré-existentes de níveis musculares de creatina, e aproximadamente 20% dos indivíduos não respondem. Isso explicaria, em parte, os resultados controversos sobre os efeitos ergogênicos do BA.
Em estudos que mostraram melhora no desempenho, o período de intervenção variou entre 4 e 8 semanas, e uma dose média de BA de 4,4g (3,2 – 6,4g) por dia foi utilizado, inferiores aos utilizados nos estudos que avaliaram o efeito do BA na fadiga muscular. Os métodos mais utilizados para suplementação de BA foram o incremento de dose ou diminuição da dose. Apenas um estudo foi realizado com mulheres. O esporte estudado foi ciclismo, e os demais estudos foram realizados com voluntários fisicamente ativos.
As descobertas inconsistentes em torno dos estudos nesta revisão podem estar relacionadas a (a) período de suplementação, (b) dosagem, (c) tipo de treinamento físico, (d) participantes status do treinamento, (e) tamanho da amostra, (f) problemas metodológicos dos ECRs. Além disso, os efeitos mais proeminentes da BA foram a modulação do equilíbrio ácido-base muscular e diminuição do esforço percebido.
Evidências atuais indicam que a suplementação de BA leva a melhorias no esforço percebido e parâmetros bioquímicos relacionados à fadiga muscular, particularmente e protocolos usando 4,5 - 6,4g por dia de BA durante 4 semanas. Além disso, o BA parece melhorar desempenho do exercício, especialmente em não atletas. A heterogeneidade de protocolos e a escassez de dados sobre as mulheres sugere a necessidade de mais estudos.
Podemos observar também atualmente empresas como a Growth Supplements estão correlacionando o BA a outras suplementações para gerar um produto que agregue mais em questão de força e fadiga, produto esse que foi lançado recente dando-se ao nome de pré-treino haze hardcore, onde temos a implementação de 5,6g de carboidrato, beta-alanina 2g, arginina 1g, taurina 1g, tirosina 250mg e cafeína 150mg. 
REFERÊNCIAS
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