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DESCRIÇÃO A compreensão sobre meio ambiente e toda a problemática que envolve o excesso de utilização dos recursos naturais. PROPÓSITO Conhecer os aspectos relativos ao meio ambiente e à sua legislação é importante para que os planejamentos e as práticas do profissional sejam compatíveis com uma atitude de responsabilidade ambiental. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer o conceito de meio ambiente e a importância da sua preservação MÓDULO 2 Reconhecer a legislação ambiental MÓDULO 3 Reconhecer os conceitos de responsabilidade ambiental BEM-VINDO AO ESTUDO DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE MÓDULO 1 Reconhecer o conceito de meio ambiente e a importância da sua preservação CONCEITO DE MEIO AMBIENTE E SUA IMPORTÂNCIA NA PRESERVAÇÃO Meio ambiente é um termo bastante familiar para você, correto? Afinal, constantemente são divulgadas nos veículos de comunicação notícias sobre preservação do meio ambiente para gerações futuras, poluição dos ambientes urbanos, poluição nos mares e desastres ambientais, como o caso de Brumadinho e o desmatamento da Amazônia. Mas, afinal, o que significa meio ambiente? Foto: Shutterstock.com Imagem: Meio ambiente Entre as diversas formas de conceituar meio ambiente (ou ambiente), podemos conceituá-lo como: CONJUNTO DE CONDIÇÕES, LEIS, INFLUÊNCIA E INTERAÇÕES DE ORDEM FÍSICA, QUÍMICA, BIOLÓGICA, SOCIAL, CULTURAL E URBANÍSTICA, QUE PERMITE, ABRIGA E REGE A VIDA EM TODAS AS SUAS FORMAS. Resolução nº 306 de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) Também destacamos a Lei nº 6.938 de 1981 (Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA), segundo a qual meio ambiente é o CONJUNTO DE COMPONENTES FÍSICOS, QUÍMICOS, BIOLÓGICOS E SOCIAIS CAPAZES DE CAUSAR EFEITOS DIRETOS OU INDIRETOS, EM UM PRAZO CURTO OU LONGO, SOBRE OS SERES VIVOS E AS ATIVIDADES HUMANAS. Lei nº 6.938 de 1981 (Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA) Você pode estar se perguntando: Qual é a importância do estudo do meio ambiente? Os problemas causados pela intervenção humana na natureza fazem com que a preservação do meio ambiente seja tema obrigatório. Meio ambiente não é apenas o espaço onde habitam os seres vivos, mas também sua própria condição para a existência de vida no planeta Terra, que é um ecossistema singular do Universo, sendo o único, até onde se sabe, a abrigar vida em abundância. ECOSSISTEMAS SÃO TODAS AS RELAÇÕES OBSERVADAS PELOS ORGANISMOS – E ENTRE ELES – QUE VIVEM EM DETERMINADO LOCAL E INTERAGEM COM SEU MEIO AMBIENTE. De acordo com pesquisadores e cientistas, o ecossistema tem dois componentes básicos: Foto: Shutterstock.com BIÓTICOS Seres vivos, como as plantas, animais e microrganismos. Foto: Shutterstock.com ABIÓTICOS Fatores não vivos, como a luz, a temperatura, os nutrientes, o solo e a água. A alteração de um único fator pode causar modificações em todo o sistema, levando à perda do equilíbrio existente. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Ecossistema aquático RECURSOS NATURAIS Recursos naturais é tudo aquilo que existe na natureza. Entende-se natureza como aquilo que é inato ao espaço terrestre e universal. Está relacionada com o conjunto dos seres vivos e os fenômenos de ocorrência natural, ou seja, sem a intervenção do homem ou de elementos artificiais. Assim, a natureza existe mesmo sem a interferência do ser humano. Brito (2006, p. 72) define recursos naturais como “elementos de que o homem se vale para satisfazer suas necessidades''. Podemos, portanto, concluir que os recursos naturais disponíveis podem ser utilizados pelas diferentes espécies de organismos vivos. Os recursos naturais são: Imagem: Shutterstock.com A ÁGUA Imagem: Shutterstock.com O AR Imagem: Shutterstock.com O SOLO Imagem: Shutterstock.com AS PLANTAS Imagem: Shutterstock.com OS ANIMAIS Imagem: Shutterstock.com OS MINERAIS Se esses elementos forem extraídos de maneira excessiva, será provocado um saldo ecológico negativo, levando em conta a capacidade de regeneração através dos ciclos, afetando as condições de sobrevivência da humanidade e de manutenção da vida no planeta. Os recursos naturais podem ser classificados quanto à sua natureza em: Foto: Shutterstock.com BIOLÓGICOS Vegetais, animais e florestas. Foto: Shutterstock.com HÍDRICOS Lagos, rios, mares e oceanos. Foto: Shutterstock.com MINERAIS Minérios, rochas, areia, argila e carvão. Foto: Shutterstock.com ENERGÉTICOS Luz solar, vento e água. Os recursos naturais também podem ser classificados quanto à sua capacidade de renovação em dois tipos: recursos renováveis e não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles inesgotáveis (como a luz solar e os ventos), ou ainda, aqueles que possuem capacidade de renovação em virtude dos ciclos naturais (ciclos biogeoquímicos), podendo ser recriados ou substituídos pela natureza. EXEMPLO Um exemplo de recurso renovável é a água, que, ao longo de seu ciclo hidrológico, retorna à natureza. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Ciclo da água Já os recursos não renováveis são aqueles que, uma vez utilizados, não podem ser substituídos. Esses recursos, após o uso, não podem ser reciclados e existem em uma quantidade limitada no meio ambiente. EXEMPLO Como exemplo de recurso não renovável pode-se destacar o petróleo no ciclo do carbono. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Ciclo do carbono Atualmente, é clara a percepção de que os recursos naturais são escassos e as necessidades dos seres humanos são extensas. TEMOS, ENTÃO, UMA EQUAÇÃO DIFÍCIL DE EQUILIBRAR: DE UM LADO, ESTÁ UMA POPULAÇÃO CRESCENTE EXIGE MAIS ALIMENTOS, ENERGIA E BEM-ESTAR; DO OUTRO, A NATUREZA, QUE NÃO CONSEGUE SE RENOVAR NA MESMA VELOCIDADE EM QUE UTILIZAMOS SEUS RECURSOS. Em razão desse desequilíbrio, o planeta Terra está passando por mudanças ambientais de grandes dimensões. Isso torna necessário desenvolver consciência ambiental quanto aos riscos e danos causados pela ação antrópica na natureza. Em territórios brasileiros, os problemas ambientais ocorrem desde a época da colonização, com os ciclos econômicos da cana, do café, ouro e de outros elementos. Veja a seguir alguns dos impactos antrópicos sobre a natureza e o meio ambiente atuais. Arraste para os lados Foto: Shutterstock.com A perda da biodiversidade devido ao desmatamento e às queimadas na Amazônia e no Cerrado. Foto: Shutterstock.com A degradação e o esgotamento dos solos em virtude das técnicas de produção por práticas agropecuárias. Foto: Shutterstock.com A escassez da água pela má utilização e gerenciamento das bacias hidrográficas. Foto: Shutterstock.com A contaminação dos corpos hídricos por esgoto sanitário. Foto: Shutterstock.com A má gestão dos resíduos urbanos. Foto: Shutterstock.com A poluição do ar nos grandes centros urbanos. Os impactos ambientais estão diretamente relacionados ao número de pessoas, ao padrão de produção e ao consumo da população mundial. Grandes problemas ambientais ultrapassam as fronteiras nacionais e são tratados de modo global, pois afetam a vida de todos no planeta. Como a população e a economia têm apresentado grande crescimento ao longo dos dois últimos séculos, preservar o meio ambiente é garantir a qualidade de vida de todos os seres vivos do planeta. PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE A partir da publicação do livro Primavera Silenciosa, em 1962, pela bióloga marinha e escritora Rachel Carson, considerada a “mãe do ambientalismo", diversos autores começaram a questionar o impacto de alguns produtos no meio ambiente. O lançamento do referido livro possibilitou o desenvolvimento de vários eventos relacionados à temática ambiental. Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou a Conferência das Nações Unidas, conhecida como Conferência de Estocolmo. Esse foi o primeiro grande evento organizado que visou alertar sobre os impactos decorrentes da ação humana no meio ambiente. Foi um grande marco ambiental. Pelaprimeira vez, os representantes de governos se uniram para discutir a necessidade de medidas efetivas no sentido de organizar as relações entre o homem e o meio ambiente. Foram vários os eventos relacionados à busca de soluções direcionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Vamos destacar alguns deles a seguir: COMISSÃO BRUNDTLAND Em 1983, foi estabelecida a Comissão Brundtland. O Secretário-Geral da ONU convidou a médica Gro Harlem Brundtland, mestre em saúde pública e ex-primeira-ministra da Noruega, para estabelecer e presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente. Essa comissão disponibilizaria um relatório sobre o meio ambiente e a problemática global para o ano 2000 e anos posteriores, incluindo estratégias propostas para o desenvolvimento sustentável. RELATÓRIO NOSSO FUTURO COMUM Em 1987, foi publicado o relatório Nosso Futuro Comum, conhecido como Relatório Brundtland, que traz o conceito de desenvolvimento sustentável para o discurso público. Esse relatório apresentou uma das definições mais difundidas sobre desenvolvimento sustentável que versa sobre o desenvolvimento capaz de satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras. Nele são destacados três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável, que são: proteção ambiental; crescimento econômico; e equidade social. Esses três componentes podem ser apresentados como as dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental. CÚPULA DA TERRA Em 1992, no Rio de Janeiro foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra. O evento contou com participação de 172 países e teve como eixo de discussão o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Do referido evento, resultou a elaboração de diversos documentos e acordos como: Agenda 21 Global: documento de 40 capítulos que contempla as diretrizes para elaboração pelos países participantes de suas Agendas 21 (nacionais, regionais e locais), um novo padrão de “desenvolvimento sustentável”. Convenção sobre Mudanças Climáticas: acordo com objetivo de reduzir a concentração de gases de efeito de estufa na atmosfera. Declaração de Florestas: primeiro documento relativo ao tema florestas de forma universal, cujo objetivo é a conservação, o manejo e o uso sustentável de todos os tipos de florestas. Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: documento que conta com 27 princípios e visa buscar ações para o desenvolvimento sustentável. PROTOCOLO DE KYOTO Em 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, no Japão, que entrou em vigor em 2005. Entre as metas, o protocolo estabelecia a redução de 5,2%, em relação a 1990, na emissão de poluentes, principalmente por parte dos países industrializados, no período compreendido entre 2008 e 2012. RIO+10 Em 2002, realizou-se a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável ou Rio+10, em Johanesburgo, África do Sul. O objetivo foi avaliar os avanços ocorridos desde a Rio 92. Como pontos importantes, destacam-se: (i) um aumento do conhecimento científico. (ii) o fortalecimento das leis destinadas à proteção do meio ambiente na maioria dos países. (iii) o aumento da informação e participação da sociedade. Igualmente, foi proposto um conjunto de programas com objetivo de dar aplicabilidade ao conceito de Produção e Consumo Sustentáveis (PCS), conhecido como Processo de Marrakesh. RIO+20 Em 2012, foi realizada, no Rio de Janeiro, Brasil, a Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+20. O objetivo dessa conferência foi garantir e renovar o compromisso entre os políticos para o desenvolvimento sustentável. Abaixo vamos detalhar um evento recente conhecido como Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável cujos objetivos devem ser alcançados até o ano de 2030. Em 2015, os 193 Estados-membros das Nações Unidas concordaram com um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. O plano ficou conhecido como Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – 16 temáticos e 1 sobre meios de implementação -, bem como 169 metas, que contemplam de forma integrada as três dimensões do desenvolvimento sustentável do Relatório Brundtland. Os ODS são: Imagem: Agenda 2030/agenda2030.org.br Imagem: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Abaixo veja cada um dos objetivos detalhadamente: Imagem: Shutterstock.com 1. ERRADICAÇÃO DA POBREZA “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”. Imagem: Shutterstock.com 2. FOME ZERO E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”. Imagem: Shutterstock.com 3. SAÚDE E BEM-ESTAR “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”. Imagem: Shutterstock.com 4. EDUCAÇÃO DE QUALIDADE “Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Imagem: Shutterstock.com 5. IGUALDADE DE GÊNERO “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”. Imagem: Shutterstock.com 6. ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO “Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e o saneamento para todos”. Imagem: Shutterstock.com 7. ENERGIA LIMPA E ACESSÍVEL “Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”. Imagem: Shutterstock.com 8. TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO “Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos”. Imagem: Shutterstock.com 9. INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA “Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação”. Imagem: Shutterstock.com 10. REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES “Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles”. Imagem: Shutterstock.com 11. CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. Imagem: Shutterstock.com 12. CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”. Imagem: Shutterstock.com 13. AÇÃO CONTRA A MUDANÇA GLOBAL DO CLIMA “Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos”. Imagem: Shutterstock.com 14. VIDA NA ÁGUA “Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”. Imagem: Shutterstock.com 15. VIDA TERRESTRE “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda”. Imagem: Shutterstock.com 16. PAZ, JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES EFICAZES “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”. Imagem: Shutterstock.com 17. PARCERIAS E MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO “Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável”. Nas últimas décadas, o desenvolvimento sustentável (DS) está sendo bastante discutido em todos os países. Os desafios são universais. Nenhum indivíduo, nenhuma organização e nenhum país é capaz de atingir os ODS agindo isoladamente. Por isso, são necessários colaboração e investimento de governos, cidadãos e organizações para seguirmos o que determina a Constituição Federativa de 1988 no artigo 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidadede vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OBSERVE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR. I. COM BASE NA RESOLUÇÃO Nº 306 DE 2002 DO CONAMA, O MEIO AMBIENTE É “O CONJUNTO DE CONDIÇÕES, LEIS, INFLUÊNCIA E INTERAÇÕES DE ORDEM FÍSICA, QUÍMICA, BIOLÓGICA, SOCIAL, CULTURAL E URBANÍSTICA, QUE PERMITE, ABRIGA E REGE A VIDA EM TODAS AS SUAS FORMAS”. II. OS PROBLEMAS AMBIENTAIS AFETAM EXCLUSIVAMENTE A COMUNIDADE LOCAL, NÃO ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS NACIONAIS. III. O RECURSO NATURAL É TUDO AQUILO QUE EXISTE NA NATUREZA E QUE, DE ALGUMA MANEIRA, ESTÁ DISPONÍVEL E PODE SER UTILIZADO PELAS DIFERENTES ESPÉCIES DE ORGANISMOS VIVOS. IV. OS RECURSOS NATURAIS PODEM SER CLASSIFICADOS COMO BIOLÓGICOS, HÍDRICOS, MINERAIS E ENERGÉTICOS. V. OS RECURSOS NÃO RENOVÁVEIS SÃO AQUELES INESGOTÁVEIS, QUE POSSUEM CAPACIDADE DE RENOVAÇÃO EM VIRTUDE DOS CICLOS NATURAIS, PODENDO SER RECRIADOS OU SUBSTITUÍDOS PELA NATUREZA. ESTÁ CORRETO O QUE É AFIRMADO EM: A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I, III e IV. D) II, III e V. E) I, III e V. 2. O RELATÓRIO BRUNDTLAND TRAZ O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. AVALIE AS ASSERÇÕES A SEGUIR E A RELAÇÃO PROPOSTA ENTRE ELAS: I - ENTRE AS METAS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ESTÁ ASSEGURAR PADRÕES DE PRODUÇÃO E DE CONSUMO SUSTENTÁVEIS. PORQUE II - O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SOMENTE EXISTE QUANDO SÃO CUMPRIDOS OS REQUISITOS AMBIENTAIS PARA A CONTINUIDADE, AO LONGO DO TEMPO, DOS PADRÕES DE PRODUÇÃO E DO CONSUMO DESEJADOS; NESSE SENTIDO, OPÕE-SE AO CRESCIMENTO ECONÔMICO PURO E EXCLUSIVO. A RESPEITO DESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA. A) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. B) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. D) As asserções I e II são proposições falsas. E) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. GABARITO 1. Observe as afirmativas a seguir. I. Com base na Resolução nº 306 de 2002 do Conama, o meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. II. Os problemas ambientais afetam exclusivamente a comunidade local, não ultrapassando fronteiras nacionais. III. O recurso natural é tudo aquilo que existe na natureza e que, de alguma maneira, está disponível e pode ser utilizado pelas diferentes espécies de organismos vivos. IV. Os recursos naturais podem ser classificados como biológicos, hídricos, minerais e energéticos. V. Os recursos não renováveis são aqueles inesgotáveis, que possuem capacidade de renovação em virtude dos ciclos naturais, podendo ser recriados ou substituídos pela natureza. Está correto o que é afirmado em: A alternativa "C " está correta. As afirmações I, III e IV estão corretas porque existem várias definições para o meio ambiente, e uma delas é dada pela Resolução nº 306 do Conama. Um grande problema ambiental que ultrapassa fronteiras consiste no uso inadequado dos recursos naturais, isto é, os materiais biológicos, hídricos, minerais e energéticos que se encontram disponíveis nesse ambiente, de forma natural, para uso dos organismos vivos. O consumo sustentável deve levar em conta os ciclos de renovação dos recursos naturais renováveis e considerar que os não renováveis são finitos. A assertiva II está errada porque os problemas ambientais ultrapassam as fronteiras. A assertiva V está incorreta, pois recursos não renováveis não possuem capacidade de renovação em virtude dos ciclos naturais. 2. O relatório Brundtland traz o conceito de desenvolvimento sustentável. Avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I - Entre as metas do desenvolvimento sustentável, está assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. PORQUE II - O desenvolvimento sustentável somente existe quando são cumpridos os requisitos ambientais para a continuidade, ao longo do tempo, dos padrões de produção e do consumo desejados; nesse sentido, opõe-se ao crescimento econômico puro e exclusivo. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. A alternativa "C " está correta. A agenda 2030 da ONU é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade que busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas que dizem respeito ao desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. O desenvolvimento sustentável somente existe quando são cumpridos os requisitos ambientais para a continuidade, ao longo do tempo, dos padrões de produção e do consumo desejados. MÓDULO 2 Reconhecer a legislação ambiental LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Mesmo com todos os eventos em relação à proteção ambiental, ainda se fez necessário utilizar mecanismos, às vezes, coercitivos, na tentativa de harmonizar a relação do homem com o meio ambiente. O primeiro grande marco legal aconteceu em de agosto de 1981, quando foi promulgada a Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Por meio dessa lei, foi criado o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), integrado por um órgão colegiado: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Além disso, foi reconhecida nessa lei a legitimidade do Ministério Público da União para propor ações de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente. SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) foi criado em 1981 com a proposta de organizar e fiscalizar os princípios constitucionalmente previstos pela Lei nº 6.938 (Política Nacional de Meio Ambiente) e das normas instituídas no país. Trata-se da estrutura adotada para a gerenciamento ambiental no Brasil, com o objetivo de melhorar e recuperar a qualidade ambiental no país. RESUMINDO A necessidade da formação do Sisnama aconteceu devido à inevitabilidade de uma estrutura governamental capaz de garantir a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente em todo o nível da federação. O Sisnama é constituído por órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público. Conforme o art. 6º da PNMA (BRASIL, 1981), é estruturado da seguinte maneira: ÓRGÃO SUPERIOR O Conselho de Governo, com a função de assessorar o presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. ÓRGÃO CENTRAL A Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. ÓRGÃOS EXECUTORES O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes), com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências. ÓRGÃOS SECCIONAIS Os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalizaçãode atividades capazes de provocar a degradação ambiental. ÓRGÃOS LOCAIS Os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A instituição do Conama representou um grande avanço, por reunir segmentos representativos dos poderes públicos em seus diferentes níveis, juntamente com delegados de instituições da sociedade civil, para o exercício de funções deliberativas e consultivas em matéria de política ambiental. A Resolução Conama nº 1, de 23 de janeiro de 1986, constituiu um marco da política ambiental brasileira, pela instituição da obrigatoriedade de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e apresentação do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA A introdução da proteção ao meio ambiente na Lei Maior brasileira é um marco histórico de inegável representatividade. Em outubro de 1988, foi promulgada a nossa atual Constituição, que foi a primeira a dedicar um capítulo inteiro às causas ambientais. NESSE CAPÍTULO, FICA ESTABELECIDO QUE “TODOS TÊM DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO, BEM DE USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA”. A Constituição Federal, Capítulo VI, refere-se especificamente ao Meio Ambiente e incorpora algumas disposições da lei federal anterior. Por exemplo, a Lei nº 6.938, tida como um marco na questão ambiental, dando a essa disposição o status constitucional. Abaixo, veja como ocorreu a evolução da legislação ambiental no Brasil. Foto: Tarcisio Schnaider/Shutterstock.com 1989 A Lei nº 7.735 de fevereiro de 1989 criou Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Essa instituição, por meio de políticas públicas ambientais, tem como missão proteger o meio ambiente e assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais, promovendo, assim, o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Nesse mesmo ano, criou- se o programa Nossa Natureza e, no ano seguinte, o Fundo Nacional do Meio Ambiente. 1993 O ano de 1993 marcou a promoção da Secretaria do Meio Ambiente ao patamar de Ministério, tendo suas responsabilidades ampliadas. A legislação ambiental então ganhou força e respeito internacional. Foto: Arthur Matsuo/Shutterstock.com Foto: Diego Grandi/Shutterstock.com 1996 Em 1996, foram criados o Projeto de Conservação e Utilização da Diversidade Biológica Brasileira (Probio) e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). Nos anos que se sucederam, diversos regulamentos, leis, normas e medidas provisórias vieram normatizar as ações ambientais no país, tais como: Lei nº 9.433/97 – Lei dos Recursos Hídricos; Lei nº 9.605/88 – Lei dos Crimes Ambientais; Lei nº 9.795/97 – Lei de Educação Ambiental. A partir de então, passaram a ser protegidos os espaços territoriais, especialmente tutelados pelo poder público, e as áreas de conservação. Com isso, o Brasil passou a ser signatário do que foi definido pela Comissão Mundial de Áreas Protegidas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Em agosto de 2010, foi sancionada a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305), por meio da qual foram reunidos princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos. SAIBA MAIS Essa lei marcou uma nova etapa no sentido da proteção ambiental, pois tem como principal objetivo o incentivo à reciclagem do lixo e o correto manejo de produtos usados e com alto grau de contaminação. Através desta política, foram criados o Sistema Nacional de Informação sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), além do cadastro nacional de operadores de resíduos perigosos. Outro ponto importante abordado nessa lei é a Logística Reversa, que consiste em ações, procedimentos e meios relacionados com a coleta e restituição dos resíduos sólidos aos setores empresariais para reaproveitamento em seu ciclo ou novos ciclos de produção, ou ainda outras destinações ambientalmente adequadas. Em 2012, com a Lei nº 12.651, foi criado o Código Florestal Brasileiro, revogando o de 1965. Foi definido que a proteção do meio ambiente natural é obrigação do proprietário, mediante a manutenção de espaços protegidos de propriedade privada, divididos em Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). Foto: rafapress/Shutterstock.com ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) É uma região protegida, coberta ou não por vegetação nativa. Essa área possui as seguintes funções ambientais: preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade; facilitar o fluxo gênico de fauna e flora; proteger o solo; assegurar o bem-estar das populações humanas. Foto: Shutterstock.com RESERVA LEGAL (RL) É uma área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12. Sua função é assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigar e proteger a fauna silvestre e a flora nativa. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Publicada em de 31 de agosto de 1981, a Lei nº 6.938 dispõe sobre PNMA, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências. Tem por objetivo a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no Brasil, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. A PNMA estabelece diretrizes e instrumentos que orientam as empresas nas melhores práticas para o gerenciamento de atividades que, de algum modo, interfiram no meio ambiente, atendidos os seguintes princípios. PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A Lei Federal nº 6.938 foi determinante na história da legislação ambiental brasileira. Por meio de seus instrumentos apresentados a seguir, foi possível criar mecanismos de defesa e proteção ao meio ambiente. Sendo assim, de acordo com o artigo 2º da PNMA (BRASIL, 1981), são estabelecidos os princípios: Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; Acompanhamento do estado da qualidade ambiental; Recuperação de áreas degradadas; Proteção de áreas ameaçadas de degradação; Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Ainda com base na PNMA (BRASIL, 1981), são estabelecidos conceitos importantes para aplicação da lei e de seus instrumentos. Assim, de acordo com o art. 3º, entende-se por: MEIO AMBIENTE Foto: Shutterstock.com O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL Foto: Shutterstock.com A alteração adversa das características do meio ambiente. POLUIÇÃO Foto: Shutterstock.com A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticasou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; POLUIDOR Foto: Shutterstock.com A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. RECURSOS AMBIENTAIS Foto: Shutterstock.com A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A PNMA tem como finalidade efetivar o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme previsto na Constituição Federativa Brasileira. Também promove o desenvolvimento socioeconômico com a utilização racional dos recursos ambientais. Concluímos, assim, que a PNMA (BRASIL, 1981), possui um objetivo geral, citado no art. 2º da Lei nº 6.938, os objetivos específicos, que estão no art. 4º da lei, o qual visará: À compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. Ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais. Ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais. À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico. À preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida. À imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Em seu art. 9º, a nº Lei 6.938 estabelece os mecanismos que serão utilizados pela Administração pública para que o objetivo de manter a qualidade ambiental seja alcançado. Importante destacar que esses instrumentos foram estabelecidos por meio de Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), também criadas pela lei. Assim, pode-se destacar alguns dos instrumentos de preservação apresentados na Política Nacional do Meio Ambiente como: PADRÕES AMBIENTAIS A lei determina que sejam definidos os padrões ambientais, e que se estabeleçam limites relativos ao uso e manejo de recursos. Esses padrões são ditados pelo Conama. Por exemplo, a Resolução nº 490 estabelece exigências para o controle de emissões de gases poluentes e de ruídos para veículos automotores pesados, já a Resolução nº 491 dispõe sobre padrões de qualidade do ar. ZONEAMENTO AMBIENTAL Princípio que visa à organização territorial, ao planejamento eficiente do uso do solo e à efetiva gestão ambiental. Esse zoneamento pode ser federal, estadual e municipal. O zoneamento também é previsto na Lei nº 10.257/01 (Estatuto das Cidades) e na Constituição Federal. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA) A lei determina que seja realizado um estudo prévio à instalação de um empreendimento ou atividade que gere um impacto ambiental significativo. A avaliação AIA está definida na Resolução Conama nº 237. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) A lei determina que seja realizada uma avaliação ampla e completa dos impactos ambientais e que sejam propostas medidas mitigadoras correspondentes. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) foi instituído através da Resolução Conama nº 1 de 1986. LICENCIAMENTO AMBIENTAL A empresa deve buscar o licenciamento ambiental. O licenciamento é um procedimento administrativo no qual compete ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) a licença e localização, instalação, ampliação e a operação de atividades utilizadoras de recursos ambientais. A Resolução Conama nº 237 de 1997 apresenta uma relação de atividades ou empreendimento sujeitos ao licenciamento ambiental. AUDITORIA AMBIENTAL Determina os critérios de como o processo de verificação nas organizações ocorrerá e se a lei é cumprida. O objetivo da auditoria ambiental é verificar se a conduta ambiental atende a um conjunto de critérios específicos. CRIAÇÃO DE RESERVAS E ESTAÇÕES ECOLÓGICAS As áreas de proteção ambiental e de relevante interesse ecológico determinado pelo poder público. PENALIDADES AO NÃO CUMPRIMENTO DAS CONDUTAS NECESSÁRIAS À PRESERVAÇÃO OU CORREÇÃO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL A Lei nº 9.605 de 1998 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. CADASTRO TÉCNICO FEDERAL Cadastro de atividades potencialmente poluidoras ou que se utilizam de recursos naturais. Vale a pena ressaltar que as leis apresentadas são apenas parte do Direito Ambiental do país, que ainda possui inúmeras outras matérias, como decretos, resoluções e atos normativos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. LEIA AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: I. EM 1988, FOI PROMULGADA A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO NO BRASIL COM UM CAPÍTULO INTEIRO DEDICADO ÀS CAUSAS AMBIENTAIS. II. A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE FOI ESTABELECIDA PELA LEI Nº 6.938 DE 1981, BASEADA NA CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO EM 1972. III. A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1, DE 23 DE JANEIRO DE 1986, CONSTITUIU UM MARCO DA POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA. MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA. A) As afirmativas I e II são falsas e a III é verdadeira. B) A afirmativa I e II são verdadeiras, e a III é falsa. C) A afirmativa II e III são verdadeiras, e a I é falsa. D) As afirmativas I e III são verdadeiras e a II é falsa. E) As afirmativas II e III são falsas, e a I é verdadeira. 2. ASSINALE A SEGUIR A ALTERNATIVA QUE APONTA O(S) PRINCÍPIO(S) CONTIDO(S) NO ARTIGO 2° DA LEI FEDERAL Nº 6.938 DE 1981. A) O estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais. B) Visar à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. C) Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. D) O desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais. E) O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. GABARITO 1. Leia as afirmativas a seguir: I. Em 1988, foi promulgada a primeira Constituição no Brasil com um capítulo inteiro dedicado às causas ambientais. II. A Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecida pela Lei nº 6.938 de 1981, baseada na Conferência de Estocolmo em 1972. III. A Resolução Conama nº 1, de 23 de janeiro de 1986, constituiu um marco da política ambiental brasileira. Marque a alternativa correta. A alternativa "D " está correta. As afirmativas I e III são verdadeiras. A Constituição Federal de 1988 dispensou um capítulo inteiro à proteção do meio ambiente, o capítulo VI do Título VIII, com o artigo 225, seus parágrafos e incisos. Já a Resolução Conama nº 1, de 23 de janeiro de 1986, constituiu um marco da política ambiental brasileira por tratar dos impactos e licenciamento ambiental. A afirmativa II é falsa, pois a Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecida pela Lei nº 6.938 em agosto de 1981. 2. Assinale a seguir a alternativa que aponta o(s) princípio(s) contido(s) no artigo 2° da Lei Federal nº 6.938 de 1981. A alternativa "C " está correta. As alternativas A, D e E são instrumentos da PNMA. A alternativa B é o objetivo da PNMA. O controlee zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras é o quinto princípio listado no artigo 2º da PNMA. MÓDULO 3 Reconhecer os conceitos de responsabilidade ambiental CONCEITOS DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Imagem: Shutterstock.com Imagem: Responsabilidade ambiental. Durante um longo tempo, no Brasil e em outros países, a utilização desenfreada dos recursos naturais era vista como indicativo de progresso. Essa percepção foi mantida até que os problemas referentes à degradação e poluição ambiental apresentassem efeitos diretos sobre o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta. A partir de então, a responsabilidade das pessoas física e jurídica vem ganhando espaço e fazendo parte do cenário mundial. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Responsabilidade ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou empresariais, voltadas para o desenvolvimento sustentável do planeta. Atualmente, a avaliação do desenvolvimento econômico de um país, que leva em conta o seu impacto sobre o meio ambiente e a sociedade, é algo que tem sido discutido praticamente no mundo inteiro. O conceito de responsabilidade socioambiental se tornou o paradigma quase universal para a avaliação dos efeitos ambientais, provocados pela constante busca do crescimento econômico. Segundo Dall´agnol (2005), etimologicamente, o termo responsabilidade deriva de responsável, que se origina do latim responsus, particípio passado do verbo respondere, que significava, na época, responder, afiançar, prometer e pagar. Em um contexto geral, portanto, o termo exprime a obrigação de responder por alguma coisa. É dentro desse contexto que se entende a responsabilidade ambiental, no âmbito jurídico. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, EM SEU ARTIGO 225, AFIRMA QUE “TODOS TÊM O DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO, BEM DE USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA, IMPONDO-SE AO PODER PÚBLICO E À COLETIVIDADE O DEVER DE DEFENDÊ-LO E PRESERVÁ-LO PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES”. Ainda nesse mesmo artigo, a Carta Magna assegura a responsabilidade ambiental, quando coloca que “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. De uma maneira geral, o Direito divide a responsabilidade em duas vertentes, subjetiva e objetiva. SAIBA MAIS A responsabilidade subjetiva está relacionada ao dever de indenizar. Tem como base a associação entre o dano, a relação de causalidade entre o sujeito e o dano e a culpa do agente. A Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938), publicada em 1981, introduziu no sistema jurídico brasileiro a noção de responsabilidade objetiva. Em seu artigo 14, parágrafo 1º, a lei determina que o poluidor seja obrigado a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente ou a terceiros, “independentemente da existência de culpa”. ESSA MUDANÇA FOI MUITO INTERESSANTE, PRINCIPALMENTE PELA CONSTATAÇÃO DE QUE, MUITAS VEZES, É BEM DIFÍCIL APURAR E PROVAR A CULPA, EM ESPECIAL NOS CASOS EM QUE HÁ OMISSÃO. Juridicamente, a infração ambiental pode ter repercussão em três esferas distintas e independentes: administrativa, civil e penal, conforme a natureza da norma em pauta. É a chamada tríplice responsabilidade, tanto para a pessoa física quanto para a jurídica. RESPONSABILIDADE CIVIL Apura-se a responsabilidade para que se possa exigir a reparação civil, uma forma de sanção imposta ao agente ou responsável pelo ato ilícito. É imposta pelo Código Civil a obrigação de o sujeito reparar o dano que causou a outrem, por ação ou omissão. Porém, essa responsabilidade é objetiva. A EXIGÊNCIA DE REPARAÇÃO DO POLUIDOR À VÍTIMA DO DANO AMBIENTAL ACONTECERÁ DESDE QUE SE COMPROVE O NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O DANO AMBIENTAL E A ATIVIDADE OU CONDUTA POLUIDORA, NÃO MAIS SE EXIGINDO A CULPABILIDADE DESSE AGENTE. Existindo um dano ambiental, há o dever de repará-lo. A reparação é composta de dois elementos: Reparação in natura Reparação do estado anterior do bem ambiental afetado. Reparação pecuniária Restituição em dinheiro no valor do bem ambiental afetado. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA Em termos gerais, a responsabilidade administrativa é resultante da infringência de norma da Administração Pública estabelecida em lei, regulamentos ou até mesmo por força contratual, impondo um ônus ao contratado para com qualquer órgão público. Portanto, é importante a verificação de legislação específica nas diferentes esferas de poder, no país. O art. 14 da Lei nº 6.938 de 1981 estabelece as sanções cabíveis àqueles que não cumpram as medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental, sem prejuízo das penalidades fixadas em leis federais, estaduais ou municipais. As sanções podem ser multa, perda ou restrição de incentivos fiscais, perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito ou suspensão de sua atividade. RESPONSABILIDADE PENAL A responsabilidade penal surge com a ocorrência de uma conduta omissiva ou comissiva que, ao violar uma norma de direito penal, pratica crime ou contravenção penal. Mas é bom ter atenção porque os crimes contra o meio ambiente só existem na forma definida pela Lei nº 9.605 (Lei de Crimes Ambientais), publicada em 1998. Esse elemento normativo unificou várias infrações ambientais que estavam dispersas em diversas leis e dispôs sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. SAIBA MAIS Dentro da tríplice responsabilidade, a penal é a única que está calcada na culpabilidade. Desse modo, apenas vão para a prisão as pessoas físicas que são realmente culpadas pelo crime ambiental. RESPONSABILIDADE SOCIAL O cenário atual, em constantes mudanças nas questões ambientais, impõe às organizações o compromisso social em relação à produtividade e à sustentabilidade do planeta e dos negócios. Assim, a responsabilidade social chega às empresas e vem ganhando relevância junto à discussão sobre desenvolvimento sustentável. Por responsabilidade social, entende-se as obrigações empresariais perante a sociedade, podendo ser discriminada em quatro categorias: responsabilidades econômicas, responsabilidade legal, responsabilidades éticas e responsabilidades discricionárias, comumente conhecidas como responsabilidades filantrópicas. Imagem: Carroll, 1991, p.39-48. Imagem: Pirâmide da Responsabilidade Social Corporativa Podemos explicar cada item da pirâmide abaixo, segundo Carroll (1979 apud LOURENÇO; SHRODER, 2003) como: RESPONSABILIDADE ECONÔMICA A base da pirâmide é a responsabilidade econômica. Nessa base, deve ser considerado o fato de que o lucro é a principal razão da existência da empresa, onde sua capacidade produtiva em produtos e/ou serviços está em concordância com a demanda. Assim, a empresa é uma unidade econômica e deve produzir bens e serviços que a sociedade deseja consumir e vendê- los como lucro. RESPONSABILIDADE LEGAL É simplesmente o arcabouço legal. Resume-se em obedecer às leis e está relacionada à concordância da sociedade com o papel produtivo assumido pelas empresas, comprometendo- se a satisfazer as demandas legítimas da sociedade. RESPONSABILIDADES ÉTICAS Por responsabilidades éticas, entende-se fazer o que é certo. Corresponde às atitudes corretas por parte das empresas. A sociedade espera tais atitudes embora não estejam inclusas no arcabouço legal. RESPONSABILIDADE DISCRICIONÁRIA Na quarta dimensão e no topo da pirâmide, encontra-se a responsabilidade discricionária, que preconiza a filantrópica e inclui o arbítrio individual. Representa o desejo comum de que as empresas estejam ativamente envolvidas na plena melhoria do ambiente social em que se encontram. Sua essência está no comprometimento com o bem-estar socialpor meio da filantropia e do envolvimento em projetos voluntários. Cabe ressaltar que a responsabilidade social é diferente de filantropia. Segundo Neto e Froes (2001, p. 26), ações filantrópicas “SÃO PRÁTICAS ONDE EMPRESÁRIOS BEM-SUCEDIDOS DECIDIRAM RETRIBUIR À SOCIEDADE PARTE DOS GANHOS QUE OBTIVERAM”. PORÉM, OS AUTORES DESTACAM QUE “A RESPONSABILIDADE SOCIAL É UM ESTÁGIO MAIS AVANÇADO NO EXERCÍCIO DA CIDADANIA CORPORATIVA” (NETO; FROES, 2001, P. 26). Responsabilidade social (RS) é “O COMPROMISSO QUE UMA ORGANIZAÇÃO DEVE TER PARA COM A SOCIEDADE, EXPRESSO POR MEIO DE ATOS E ATITUDES QUE A AFETEM POSITIVAMENTE, DE MODO AMPLO, OU A ALGUMA COMUNIDADE, DE MODO ESPECÍFICO, AGINDO PROATIVAMENTE E COERENTEMENTE NO QUE TANGE A SEU PAPEL ESPECÍFICO NA SOCIEDADE E A SUA PRESTAÇÃO DE CONTAS PARA COM ELA”. (ASHLEY, 2002, p. 6) Desse modo, a RS, atualmente conhecida como Responsabilidade Social Empresarial (SER) e relacionada com o conceito da sustentabilidade, visa ao gerenciamento através da relação ética e transparente da organização com toda a comunidade com as quais se relaciona. RESUMINDO Pode-se dizer que as categorias da RSE – econômica, legal, ética e discricionária – norteiam a maneira de administrar as questões ou os problemas sociais relacionados à empresa- sociedade. Uma dessas questões refere-se ao meio ambiente. Essa área de interesse tem como objetivo principal mitigar os impactos causados pelas atividades empresariais. Importante destacar o conceito de responsabilidade social pela Norma Brasileira de Responsabilidade Social, NBR 16001, que tem como um dos seus objetivos promover o desenvolvimento sustentável e a transparência das atividades das empresas. VOCÊ SABIA A NBR 16001 foi a primeira regulamentação voltada para a responsabilidade social emitida por um organismo de normalização, fazendo do Brasil um país pioneiro em tratar do assunto. Segundo a norma, entende-se por responsabilidade social a “relação ética e transparente de uma organização com todas as suas partes interessadas visando ao desenvolvimento sustentável”. Ainda de acordo com a NBR 16001, o desenvolvimento sustentável “supre as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras”, tendo a sustentabilidade como resultado nas dimensões ambiental, econômica e social. SAIBA MAIS Essas três dimensões são conhecidas como tripé da sustentabilidade ou Triple Bottom Line (3 Ps - People, Profit, Planet). A sustentabilidade e a responsabilidade social empresarial são conceitos interligados. Sustentabilidade Refere-se ao uso responsável dos fatores ambientais, sociais e econômicos. Responsabilidade social Tem por objetivo básico a promoção da satisfação dos stakeholders e dos stockholders (acionistas) de uma empresa. STAKEHOLDERS Conjunto de pessoas interessadas no desempenho da empresa sob o ponto de vista dos impactos sociais, ambientais e econômicos causados por suas atividades, sejam esses impactos positivos ou negativos. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Tripé da sustentabilidade Mas atenção, o atendimento aos requisitos da norma não significa que a organização é socialmente responsável, e sim que possui um sistema da gestão da responsabilidade social. javascript:void(0) SAIBA MAIS Esse sistema de gestão permite que a organização implemente políticas e objetivos que contemplem a legislação, os compromissos éticos, a preocupação com a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável e a transparência das suas atividades. Em novembro de 2010, em Genebra, na Suíça, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 que também trata da responsabilidade social, em caráter internacional e mais amplo. No Brasil, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo. Enquanto a NBR 16000 trata de um sistema de gestão, a ISO 26000 estabelece diretrizes educacionais, de uso voluntário e sendo orientada para o alcance de resultados. ATENÇÃO Essa norma não visa nem é apropriada a fins de certificação. Conforme o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), a norma ABNT NBR ISO 26000 fornece orientações para todos os tipos de organização, independentemente de seu porte ou localização, sobre: Conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social. Histórico, tendências e características da responsabilidade social. Princípios e práticas relativas à responsabilidade social. Os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social. Integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência. Identificação e engajamento de partes interessadas. Comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes à responsabilidade social. Nesse momento, você pode estar se perguntando: Mas como ter responsabilidade ambiental na prática? São exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental individual: Foto: Shutterstock.com Realizar a reciclagem de lixo (resíduos sólidos). Foto: Shutterstock.com Não jogar óleo de cozinha no sistema de esgoto. Foto: Shutterstock.com Usar a água de forma racional, economizando sempre que possível. Foto: K I Photography / Shutterstock.com Buscar consumir produtos com certificação ambiental e de empresas que respeitem o meio ambiente em seus processos produtivos. Foto: Shutterstock.com Usar transporte individual (carros e motos) só quando necessário, dando prioridade para o transporte coletivo ou bicicleta. Imagem: Shutterstock.com Comprar e usar eletrodomésticos com baixo consumo de energia. Foto: Shutterstock.com Economizar energia elétrica nas tarefas domésticas cotidianas. Foto: Shutterstock.com Evitar o uso de sacolas plásticas nos supermercados. São exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental empresarial: Foto: Shutterstock.com Criar e implantar um sistema de gestão ambiental na empresa. Imagem: Shutterstock.com Tratar e reutilizar a água dentro do processo produtivo. Foto: Shutterstock.com Criar produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental. Foto: Shutterstock.com Dar prioridade ao uso de sistemas de transporte não poluentes ou com baixo índice de poluição, como transporte ferroviário e marítimo. Foto: Tarcisio Schnaider / Shutterstock.com Criar sistema de reciclagem de resíduos sólidos dentro da empresa. Foto: Shutterstock.com Treinar e informar os funcionários sobre a importância da sustentabilidade. Foto: Shutterstock.com Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que também sigam os princípios da responsabilidade ambiental. Foto: Shutterstock.com Dar preferência, sempre que possível, ao uso de fontes de energia limpas e renováveis no processo produtivo. Foto: Shutterstock.com Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente, como, por exemplo, poluição de rios e desmatamento. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OBSERVE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR. I. EM JANEIRO DE 2019, A BARRAGEM DE MINÉRIO DA VALE, LOCALIZADA NO CÓRREGO DO FEIJÃO, SE ROMPEU, OCASIONANDO UM DOS MAIORES DESASTRES SOCIOAMBIENTAIS DA HISTÓRIA DO BRASIL. O ROMPIMENTO DA BARRAGEM SE CONFIGUROU COMO UM DOS MAIORES CRIMES AMBIENTAIS E DE ACIDENTE DE TRABALHO DO PAÍS, TENDO DA VALE A RESPONSABILIDADE DE INDENIZAR E REPARAR TODO O DANO CAUSADO. PORQUE II. O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO IMPÕE ÀQUELE QUE, POR AÇÃO OU OMISSÃO, LESAR DIREITO DE OUTREM, REPARAR O DANO. A RESPEITO DESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA. A) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. D) A asserção I é umaproposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 2. EXAMINE AS ASSERTIVAS ABAIXO. I. A RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA É RESULTANTE DA INFRINGÊNCIA DE NORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTABELECIDA EM LEI, REGULAMENTOS OU ATÉ MESMO POR FORÇA CONTRATUAL. II- A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUANTO À RESPONSABILIDADE POR VIOLAÇÕES ÀS NORMAS AMBIENTAIS, EXIGE QUE HAJA ENQUADRAMENTO EM APENAS UMA ESFERA DO DIREITO: A ADMINISTRATIVA, A CIVIL OU A CRIMINAL. III. DENTRO DA TRÍPLICE RESPONSABILIDADE, A PENAL É A ÚNICA QUE ESTÁ CALCADA NA CULPABILIDADE. ESTÁ CORRETO O QUE SE AFIRMA EM: A) I, somente. B) II, somente. C) III, somente. D) I e III. E) II e III. GABARITO 1. Observe as afirmativas a seguir. I. Em janeiro de 2019, a barragem de minério da Vale, localizada no Córrego do Feijão, se rompeu, ocasionando um dos maiores desastres socioambientais da história do Brasil. O rompimento da barragem se configurou como um dos maiores crimes ambientais e de acidente de trabalho do país, tendo da Vale a responsabilidade de indenizar e reparar todo o dano causado. PORQUE II. O Código Civil Brasileiro impõe àquele que, por ação ou omissão, lesar direito de outrem, reparar o dano. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. A alternativa "C " está correta. Todos os responsáveis, direta ou indiretamente, pelo dano ambiental poderão ser convocados a prestar esclarecimentos para a justiça brasileira ou para órgãos responsáveis. Mesmo sem o cometimento de ato ilícito, é cabível a reparação por dano ambiental, não se admitindo excludentes de responsabilidade. Assim, a responsabilidade civil impõe a obrigação de o sujeito reparar o dano que causou a outrem. 2. Examine as assertivas abaixo. I. A responsabilidade administrativa é resultante da infringência de norma da Administração Pública estabelecida em lei, regulamentos ou até mesmo por força contratual. II- A Constituição Federal, quanto à responsabilidade por violações às normas ambientais, exige que haja enquadramento em apenas uma esfera do Direito: a administrativa, a civil ou a criminal. III. Dentro da Tríplice Responsabilidade, a penal é a única que está calcada na culpabilidade. Está correto o que se afirma em: A alternativa "D " está correta. A responsabilidade administrativa é resultante da infringência de norma da Administração Pública estabelecida em lei, regulamentos ou até mesmo por força contratual. Estabelece sanções cabíveis que podem ser multa, perda ou restrição de incentivos fiscais. Dentro do estabelecido da tríplice responsabilidade, a penal é a única que está calcada na culpabilidade conforme referido no artigo 225 da Constituição Federal e na Lei nº 9.605/98 (Lei de Proteção ao Meio Ambiente), que regulamentou a possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica. Todavia, é possível extrair da Constituição Federal a coexistência de responsabilidade por violações às normas ambientais em três diferentes esferas do Direito: a administrativa, a civil e a criminal. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Aprendemos neste estudo a respeito do meio ambiente, da legislação ambiental, da Política Nacional do Meio Ambiente e da responsabilidade ambiental. Com base nesse aprendizado, concluímos que as questões ambientais se tornam mais relevantes a cada dia e que a responsabilidade ambiental deve ser um compromisso. Essa mudança deve acontecer nas políticas das corporações e na cultura das empresas, pensando sempre na preservação do meio ambiente e no planeta que será deixado para as gerações futuras. Esse é um compromisso individual. É preciso que haja uma mudança de postura dos gestores organizacionais e na forma que esses executam as tarefas diárias, mas é preciso também que haja mudança nos hábitos e nas atitudes de cada indivíduo, para que se possa garantir a continuidade da vida em abundância no planeta. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASHLEY, P. A. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva, 2002. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 1981. BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Educação Ambiental por um Brasil sustentável. Ministério da Educação – MEC. Brasília: MMA, 2018 BRASIL. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2010. BRITO, M. C. A. de. Desenvolvimento compartilhado de reservatórios comuns entre Estados. Rio de Janeiro: E-papers, 2006. CARROLL, A. A Three Dimensional conceptual model of corporate performance. Academy of Management Review, v.4, p. 497-505, 1979. CARROLL, A. B. 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Você será redirecionado para o Painel de legislação, onde encontrará leis e demais atos normativos do ministério. CONTEUDISTA Rosangela Amado Vânia Valéria Ferreira
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