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Artigo 1_Iniciacao de um Projeto.pdf Iniciação de um Projeto (Universidade Federal de Pernambuco) A iniciação é o processo de autorização formal que um novo projeto ou da próxima fase de um projeto existente que deve continuar. A iniciação formal liga o projeto com o trabalho em execução na organização. Em algumas organizações um projeto é formalmente iniciado somente depois da conclusão da avaliação das necessidades, de um estudo de viabilidade, de um plano preliminar ou de qualquer outra forma equivalente de análise que foi iniciada separadamente. Alguns tipos de projetos, especialmente projetos de serviços internos e projetos para o desenvolvimento de novos produtos, são iniciados informalmente e alguma quantidade limitada de trabalho é feita para assegurar as aprovações necessárias para a iniciação formal. Os projetos são, tipicamente, autorizados como resultado de uma ou mais das seguintes situações: Uma demanda de mercado (por exemplo, uma companhia automobilística autoriza um projeto para construir carros com maior economia de combustível em resposta a uma escassez crônica de gasolina). Uma necessidade do negócio (por exemplo, uma companhia de treinamento autoriza um projeto para criar um novo curso para incrementar as receitas). Um pedido (uma exigência) de cliente (por exemplo, uma empresa pública de energia elétrica autoriza um projeto para construção de uma nova subestação para servir um novo parque industrial). Um avanço tecnológico (por exemplo, uma firma eletrônica autoriza um novo projeto para desenvolver um jogo para vídeo após avanços nos tipos de memórias dos computadores). Uma exigência legal (por exemplo, um fabricante de tintas autoriza um projeto para estabelecer orientações para manuseio de materiais tóxicos). Uma necessidade social (por exemplo, uma ONG, num país em desenvolvimento, autoriza um projeto para fornecer estações de tratamento de água e educação sanitária para populações de baixa renda sujeitas a altas taxas de cólera). Esses estímulos podem ser, também, chamados de problemas, oportunidades ou exigências do negócio. O tema central de todos esses termos é que a gerência deve, geralmente, tomar a decisão sobre como responder. Entradas .1 Descrição do produto .2 Plano estratégico .3 Critérios para seleção do projeto Técnicas & Ferramentas .1 Métodos de seleção do projeto .2 Avaliação especializada oooooooooooooooooooooooooo Saídas .1 Project charter .2 Gerente do projeto identificado e designado .3 Restrições .4 Informações históricas oooooooooooooooooooooooooo oooooooooooooooooooooooooo oooooooooooooooooooooooooo .4 Premissas oooooooooooooooooooooooooo Entradas para a Iniciação .1 Descrição do produto. A descrição do produto documenta as características do produto ou serviço que o projeto está incumbido de criar. A descrição do produto deverá ter, geralmente, menos detalhes nas fases iniciais e mais detalhes nas fases finais, conforme as características do produto são progressivamente elaboradas. A descrição do produto pode, também, documentar a relação entre o produto ou o serviço em criação e a necessidade do negócio ou outro estímulo que originaram o projeto (veja lista acima). Como as formas e conteúdo do produto podem variar, elas devem sempre ser detalhadas o suficiente para apoiar o planejamentos final do projeto. Vários projetos envolvem uma organização (a vendedora) trabalhando contratada por outra organização (a compradora). Nessas circunstâncias, a descrição inicial do produto é, usualmente, provida pela organização compradora. .2 Plano estratégico. Todos os projetos devem ser apoio para os objetivos estratégicos das organizações – o plano estratégico da organização deve ser considerado como um fator na tomada de decisões do projeto. .3 Critérios de seleção do projeto. Os critérios de seleção do projeto são, tipicamente, definidos de acordo com o valor do produto do projeto e podem cobrir toda extensão de possíveis interesses das gerências (retorno financeiro, fatia de mercado, percepções públicas etc). .4 Informações históricas. As informações históricas, tanto dos resultados das tomadas de decisões de projetos anteriores quanto do desempenho de projetos anteriores, devem ser considerados enquanto essas estiverem disponíveis. Quando a iniciação envolve aprovação para a próxima fase do projeto, informações dos resultados das fases anteriores são, freqüentemente, críticas. 2 Técnicas e Ferramentas para a Iniciação .1 Métodos de seleção do projeto. Os métodos de seleção de projetos envolvem a medição do seu valor ou da sua atratividade para o dono do projeto. Eles incluem considerar o critério de decisão (critérios múltiplos, se usados, devem ser combinados numa única função de valor) e os meios para cálculo de valores sob incerteza. Estes dois componentes são conhecidos como modelo de decisão e método de cálculo. A seleção do projeto também se aplica para escolha dos meios alternativos para executar o projeto. As ferramentas de otimização podem ser usadas para pesquisar a combinação ótima das variáveis de decisão.Os métodos de seleção do projeto, geralmente, recaem em uma das duas categorias principais [2]: Método de mensuração do benefício – abordagens comparativas, modelos de pontuação, contribuição dos benefícios ou modelos econômicos. Métodos de otimização restrita – modelos matemáticos usando algoritmos de programação linear, não linear, dinâmico, integral e multi-objetivos. Estes métodos são freqüentemente referenciados como modelos de decisão. Modelos de decisão incluem técnicas genéricas (Árvore de Decisão, Escolha Forçada e outras) assim como técnicas específicas (Processo de Análise Hierárquica, Análise de Estrutura Lógica e outras). Aplicar critérios complexos na seleção de projetos em um modelo sofisticado é freqüentemente tratada como uma fase separada do projeto. .2 Avaliação especializada. Uma avaliação especializada é, freqüentemente, requerida para avaliar as entradas desse processo. Tal habilidade pode ser provida por um grupo ou indivíduo com conhecimento especializado ou treinamento, e está disponível em várias fontes, por exemplo: Outras unidades dentro da organização. Consultores. Partes envolvidas, incluindo clientes. Associações profissionais e técnicas. Grupos industriais. 3 Saídas para a Iniciação .1 Project charter. O project charter é um documento que reconhece formalmente a existência do projeto. Ele deve conter, seja diretamente ou através de referência a outros documentos: As necessidades de negócio que o projeto está incumbido de tratar. A descrição do produto O project charter deve ser emitido por um gerente externo ao projeto e em um nível apropriado às necessidades do projeto. Ele fornece autoridade ao gerente do projeto para usar recursos organizacionais nas atividades do projeto. Quando um projeto é regido por um contrato, o contrato assinado servirá, geralmente, como o project charter para o vendedor. Artigo 2_Gerenciamento de Portfolio com Foco na selecao de proj.pdf Gerenciamento de Portfólio com Foco na Seleção de Projetos Adler Diniz de Souza 1,2, Ana Regina Rocha1, Gleison Santos1, Reinaldo Cabral1, Mariano Montoni1, Tiago Vinicius P. C.2, Douglas B. Alexandre2 1 COPPE/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro Programa de Engenharia de Sistemas e Computação Av. Horácio Macedo, 2030, Prédio do Centro de Tecnologia, Bloco H, Sala 319 Caixa Postal 68511 – CEP 21941-914 – Rio de Janeiro, RJ 2 SWFactory Consultoria e Sistemas Ltda. Rua Santana, 179 salas 306 e 308 - Centro CEP 37200-000 - Lavras MG {adler, tvinicius, douglas}@swfactory.com.br, {darocha, gleison, reinaldo, mmontoni}@cos.ufrj.br Resumo: Diversos estudos indicam que a estratégia de negócio de uma organização de software pode ser alcançada ou ligada à gerência de portfólio através da seleção dos projetos adequados dentro do processo de alinhamento estratégico definido. Assim um processo de seleção de oportunidades que leve em consideração os benefícios e riscos, o alinhamento estratégico e o balanceamento dos projetos, pode maximizar o retorno sobre os investimentos e as chances de alcance dos objetivos e metas previstos no planejamento estratégico. Este trabalho apresenta uma abordagem para gerência de portfólio, cujo foco principal é a seleção de projetos. 1. Introdução Organizações que primam pela excelência e qualidade dos seus produtos, muitas vezes, direcionam sua existência à declaração de sua missão. A definição dessa missão representa indica onde a empresa deseja se posicionar no mercado no futuro. Tentando alcançá-la, boa parte do tempo e do orçamento são gastos no desenvolvimento de um planejamento estratégico que reflita a missão da empresa. Esse planejamento estratégico define, entre outros aspectos, quais os objetivos de curto, médio e longo prazo que estão alinhados à missão. Esses objetivos são, então, desdobrados em metas, também de curto, médio e longo prazo. A definição desses objetivos e metas, somada à indicação de estratégias para seu alcance através da execução de projetos constitui o planejamento estratégico da organização. Entretanto, um dos grandes obstáculos que se opõe à execução dos projetos são as restrições de recursos das organizações no que se refere a recursos humanos e a recursos financeiros e de tempo. Ou seja, não é possível executar todos os projetos candidatos a compor o portfólio de projetos da organização, sendo necessária a seleção dos projetos que trazem maior retorno. Este artigo propõe uma abordagem para gerência de portfólio, que utiliza várias técnicas e ferramentas para seleção de projetos, através da avaliação de seus benefícios, riscos, alinhamento estratégico e balanceamento. Serão destacadas as fases anteriores à aprovação dos projetos, ou seja, a seleção de oportunidades. O artigo está organizado da seguinte forma: a Seção 2 descreve o referencial teórico utilizado para elaboração da proposta, a Seção 3 descreve a abordagem metodológica para gerenciamento de portfólio e, por fim, as conclusões do trabalho e perspectivas para trabalhos futuros são apresentadas na Seção 4. 2. Planejamento Estratégico e Gerência de Portfólio Diversos estudos indicam que a estratégia de negócio pode ser alcançada ou ligada à gerência de portfólio através da seleção e execução dos projetos adequados dentro do processo de alinhamento estratégico (SRIVANNABOON, 2006). Dessa forma, é importante definir os conceitos de Projeto, Gerência de Projetos, Portfólio e Gerência de Portfólio. 2.1 Projetos e Gerência de Projetos Várias são as definições de projetos que podem ser encontradas na literatura, por exemplo: • Clifford et al. (2000) definem projeto como um complexo e não-rotineiro esforço único limitado por tempo, orçamento, recursos e especificações de desempenho para atender a um objetivo ou meta definidos pelo cliente. • Segundo o RCB [Santos et al., 2005], projeto é um conjunto único de atividades coordenadas, com datas de início e fim bem definidas, empreendidas por um indivíduo ou organização para alcançar objetivos específicos dentro de um calendário determinado com parâmetros de custos e de desempenho. O fato de um projeto existir com o intuito de atender a objetivos ou metas permite que ele seja utilizado como um mecanismo para operacionalização do planejamento estratégico da organização. Entretanto, o alcance desses objetivos está ligado à gerência do projeto que se propôs a alcançá-lo. Dessa forma, podemos definir Gerência de Projetos como: • O planejamento, programação e controle de uma série de tarefas integradas de forma a atingir, com êxito, os objetivos do projeto para benefício dos envolvidos [Kerzner, 2002]; ou • A aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto com o objetivo de atender as suas necessidades [PMI, 2004]. O uso de ferramentas e técnicas para gerência de projetos vem sendo amplamente difundido há anos por vários guias de gerência de projetos como o Project Management Body of Knowledge – PMBOK, pela International Project Management Association - IPMA, além de metodologias como o PRojects IN Controlled Environments - PRINCE2, dentre outros. Isso, de certa forma, pode ser considerado uma razão para que a taxa de sucesso em projetos venha crescendo a cada ano conforme relatórios do Standish Group [STANDISH GROUP, 2005]. Dessa maneira, a gerência de projetos se apresenta como um mecanismo facilitador do alcance do sucesso dos projetos. Entretanto, um dos grandes obstáculos que se opõe à execução dos projetos são as restrições de recursos das organizações no que se refere a recursos humanos, financeiros e de tempo, ou seja, não é possível executar todos os projetos candidatos a compor o portfólio, sendo necessária a seleção dos que trazem maior retorno. Em um cenário ideal onde a empresa tenha recursos para executar todos os projetos candidatos a atender um determinado conjunto de metas e objetivos, todos seriam atendidos. Entretanto, essa não é a realidade da grande maioria das empresas e a execução dos projetos é limitada por questões relacionadas a tempo, orçamento e recursos, dentre outras restrições, forçando-as a limitar também o número de projetos executados ao mesmo tempo, como mostra a Figura 1. Assim, um novo desafio tem surgido para as organizações: avaliar, priorizar e selecionar os projetos candidatos a atender determinados objetivos, de forma alinhada à estratégia organizacional, criando uma ponte entre as atividades estratégicas, táticas e operacionais. Figura 1– Realização dos objetivos e metas através de projetos e as restrições organizacionais. Adaptado de (Yelin, 2006) 2.1 Portfólio e Gerência de Portfólio Segundo o PMI (2004), Portfólio é uma coleção de projetos, programas, portfólios e outros trabalhos que são agrupados para facilitar a gerência efetiva do trabalho e o alcance dos objetivos estratégicos de negócio. Um portfólio inclui a identificação, categorização, avaliação, seleção, priorização, autorização, gerência e controle dos projetos, programas e outros trabalhos relacionados, baseados em seu alinhamento e contribuição aos objetivos e estratégias da organização [PMI, 2004]. A Gerência de Portfólio é a gerência centralizada de um ou mais portfólios. A gerência de portfólio se propõe a selecionar os projetos que mais contribuem para o alcance dos objetivos estratégicos com ferramentas e técnicas que permitem a identificação, categorização, avaliação, seleção e priorização dos projetos candidatos a compor o portfólio da empresa. Além disso, a gerência de portfólio também trata do monitoramento e controle dos projetos, decidindo quais devem continuar e quais devem deixar o portfólio. 3. Abordagem para Gerência de Portfólio Essa seção descreve a abordagem proposta para a gerência de portfólio, dando ênfase às fases que antecedem a aprovação dos projetos, ou seja, as fases “Definir gerência estratégica de portfólio”, “Identificar e categorizar componentes” e “Selecionar componentes (Decisões táticas de portfólio)” da Figura 2. A abordagem proposta é composta por 5 fases, conforme ilustra a Figura 3: (i) definir gerência estratégica de portfólio; (ii) identificar e categorizar componentes; (iii) selecionar componentes (decisões táticas de portfólio); (iv) manter pipeline; e (v) entregar benefícios. A seguir são descritas as três primeiras fases da abordagem por serem o foco desse trabalho. Serão apresentados os principais objetivos e os resultados esperados com a execução de cada fase e das etapas que as constituem. Figura 2 – Visão geral da abordagem para gerência de portfólio • Primeira Fase: Definir Gerência Estratégica de Portfólio O principal objetivo dessa fase é estabelecer critérios claros de governança do portfólio, ou seja, a estratégia da organização. Essa fase pode ser executada em duas situações distintas: (i) quando o portfólio é estabelecido e a estratégia de gerência do portfólio deve ser estabelecida ou (ii) quando alguma decisão estratégica é tomada e os critérios de governança do portfólio devem ser revistos. Quando isso ocorre é necessário realizar mudanças estratégicas, que implica a rever o planejamento estratégico e as regras de governanças definidas na fase “Definir Gerência Estratégica de Portfólio”. Isso implicará na necessidade de Realinhar/Rebalancear Portfólio, ou seja, rever os componentes do portfólio. Os principais resultados esperados dessa fase são: (i) um mapa de investimento desejado com um conjunto de áreas de investimento ou categorias de investimento dos projetos com o respectivo percentual de investimento desejado: (ii) um conjunto de objetivos e metas de curto, médio e longo prazos; e (iii) um conjunto de critérios de avaliação dos projetos, com seus respectivos pesos, chamados na estratégia de categorias de benefícios padrão e de benefícios padrão. • Segunda Fase: Identificar e Categorizar Componentes O principal objetivo dessa fase é coletar informações básicas sobre os componentes candidatos a compor o portfólio para posterior avaliação. Essa fase é executada sempre que um novo componente for candidato a compor o portfólio. Outros objetivos dessa fase são: (i) categorizar componente (projeto, programa ou atividade operacional) e sua área de negócio; (ii) descrever o componente e seus principais objetivos; e (iii) estimar em alto nível o custo, esforço e os recursos necessários para desenvolvimento do componente. Os principais resultados esperados dessa fase são: (i) informações básicas e refinadas do projeto, tais como: descrição sucinta do problema a ser resolvido, título do componente, gerente responsável pelo projeto, além do orçamento, recursos e cronograma estimados; (ii) projetos classificados segundo as áreas e subáreas de investimentos cadastradas na fase anterior de forma que esta categorização seja utilizada para balanceamento dos projetos selecionados; (iii) projetos relacionados aos objetivos e metas para que este relacionamento seja utilizado como um dos critérios de seleção e, posteriormente, alimente os relatórios de alcance das metas para a alta direção da organização. • Terceira Fase: Selecionar Componentes (Decisões Táticas de Portfólio) O principal objetivo dessa fase é obter a pontuação dos benefícios padrão e riscos do componente candidato. Assim como a fase anterior, essa fase é executada sempre que surgir um novo candidato a compor o portfólio da empresa. Outros objetivos dessa fase são: (i) classificar os projetos segundo os seus benefícios por áreas de investimento utilizando BSC (avaliação); (ii) classificar projetos segundo os riscos de atingir os benefícios esperados utilizando BSC (avaliação); (iii) selecionar projetos alinhados para a etapa de balanceamento; (iv) balancear investimentos por áreas, subáreas de negócios e realizar simulações (análise de cenários E SE) de investimentos; e (v) aprovar projetos alinhados e balanceados para o pipeline. Os principais resultados esperados dessa fase são projetos devidamente pontuados segundo os seus benefícios padrão e riscos. Com base na pontuação atribuída pelo gerente de portfólio, o projeto será classificado em relação aos demais projetos candidatos a compor o portfólio segundo seus benefícios e riscos, como pode ser visto na Figura 3. Outro objetivo esperado dessa fase é o balanceamento do portfólio através da aprovação dos projetos entre as áreas de investimento cadastradas na primeira fase. Os projetos que forem selecionados pela sua pontuação e exposição aos riscos serão agora aprovados ou rejeitados. Em caso de aprovação, haverá o aumento dos investimentos em determinadas áreas de investimento, conforme sugere a Figura 4. Figura 3 – Seleção dos projetos através da análise dos benefícios e riscos dos projetos Figura 4 – Balanceamento dos investimentos 4. Conclusão Este artigo descreveu uma abordagem para gerência de portfólio. Essa abordagem está sendo utilizada em uma empresa de médio porte com o objetivo de se ter uma primeira avaliação de sua utilidade e viabilidade de uso. Com os resultados desta experiência inicial de utilização, a abordagem está sendo revista e refinada. Acredita-se que o uso dessa abordagem, com a definição de critérios básicos e claros de governança nas fases iniciais do ciclo de vida, possa minimizar a aprovação de projetos não alinhados às estratégias organizacionais e evitar disputas políticas para a aprovação de projetos de baixa relevância para o alcance dos objetivos da organização. A identificação das áreas e subáreas de investimento desejadas permite a obtenção de um mapa de investimento estratégico, possibilitando que a empresa invista a quantidade desejada de recursos nos projetos que estão mais alinhados ao planejamento estratégico. Evita-se, assim, um crescimento desordenado da organização, o que conseqüentemente pode acarretar na perda de fatias de mercado já conquistadas e que são de importância estratégica para seu sucesso. A determinação do mapa de investimento permite, também, a visualização de maneira gráfica do balanceamento de projetos entre as áreas, o que é essencial para minimização dos riscos. A determinação de categorias de benefícios padrão tem permitido a realização de uma avaliação igualitária, justa e tem minimizado o viés presente na seleção de novos componentes, garantindo que os componentes selecionados sejam os que potencialmente trarão maiores benefícios à organização. O uso de ferramentas gráficas como o gráfico de radar e o diagrama de quatro quadrantes é importante para facilitar a escolha do projeto de maior retorno e menor risco para a etapa de balanceamento. A sobreposição dos gráficos de bolha que representam o mapa de investimento estratégico desejado e o mapa de investimento estratégico atual permite a análise de cenários e o melhor balanceamento dos investimentos. A utilização dessa abordagem sem o uso de um apoio ferramental é muito custosa, exigindo a elaboração de diversos artefatos (tais como gráficos, planilhas e documentos) que depois de gerados seriam usados em várias atividades de fases distintas. Assim sendo, conforme ilustrado nas figuras 4 e 5, uma ferramenta de apoio está sendo desenvolvida no contexto da Estação Taba (Montoni et al., 2007). Essa abordagem é parcialmente aderente ao processo de Gerência de Portfólio, definida na nova versão da norma ISO/IEC 12207 (ISO/IEC, 2008). Como o MPS BR mantém compatibilidade com a ISO/IEC 12207, espera-se que a abordagem também seja aderente ao processo correspondente do MPS BR. 6. Referências CRAWFORD, F GRAY & ERIK W. LARSON, Project Management - The Managerial Process, 2000. CRAWFORD, J. K. The Strategic Project Office: A Guide to Improving Organizational Performance. New York: Marcel Dekker Inc, 2002. KENDALL, G. I. and COLLINS, S. C., Advanced Project Portfolio Management and the PMO Multiplying ROI at Warp Speed, 2003. MONTONI, M. et al., 2006, Taba Workstation: Supporting Software Process Deployment Based on CMMI and MR-MPS.BR. 7 th International Conference on Product-Focused Software Process Improvement, Springer Verlag, 249-262 HARVEY A. LEVINE – Project Portfolio Management: A pratical guide to Selecting Projects, Managing Portfolios, and Maximizing Benefits, 2006. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project management body of knowledge (PMBOK Guide) - Third Edition. Newtown Square, PA: Project Management Institute Inc., 2004. PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. The Standard for Portfólio Management, 2006. - Third Edition. Newtown Square, PA: Project Management Institute Inc., 2004. SANTOS, J. A., CARVALHO, H. G., CARVALHO, N. P., “RCB - Referencial Brasileiro de Competências em Gerenciamento de Projetos”. Tradução e adaptação do International Competence Baseline (ICB-IPMA). Editores: J. Amaro dos Santos, Hélio Gomes de Carvalho e Nuno Ponces de Carvalho. Versão 1.1 – Janeiro 2005. R.G. Cooper Product Leadership: Pathways to Profitable Inovation, 2005. STANDISH GROUP - 1st Intl. IEEE Symp. on Requirements Engineering, Jan. The Standish Group, "Software Chaos", http://www.standishgroup.com/chaos.html , 1995. BONHAM, S. S., IT Project Portfólio Management, 2005. KERZNER, H. Strategic Planning for a Project Office. Project Management Journal, v. 34, n. 2, p.13-25 ,2003. ISO/IEC, 2008, "Systems and software engineering – Software life cycle processes", The International Organization for Standardization and the International Electrotechnical Commission, v. ISO/IEC 12207:2008. Artigo 3_Como Apresentar e Aprovar um Projeto.pdf Como Apresentar e Aprovar um Projeto Reinaldo Polito Aprendemos cedo que em Roma devemos agir como os romanos. A aplicação dessa velha e sábia filosofia dos nossos avós cai como uma luva no momento de apresentar um projeto, pois com essa capacidade de adaptação as chances de que ele seja aprovado aumentam consideravelmente. O caminho é simples. Basta fazer a lição de casa e analisar bem quais são as expectativas que as pessoas têm com relação ao projeto e se preparar para dançar de acordo com a música. Para esclarecer melhor, vamos supor que você tenha grana sobrando e que um banco proponha uma aplicação para o seu rico dinheirinho. Se você é tipo pé no chão, que vai ao cassino e põe uma ficha no preto e outra no vermelho para ter risco zero, qual seria sua atitude se o gerente da instituição financeira insistisse em lhe oferecer negócios que envolvessem ações, ou outros produtos de risco? Mesmo a proposta sendo boa, com esse perfil conservador, é quase certo que depois de saber que haveria chances de ganhar, mas também de perder, diria com toda convicção: obrigado, mas me inclua fora dessa. Por outro lado, se você tiver estilo mais arrojado e gostar de viver perigosamente, ainda que a operação parecesse vantajosa, fugiria das propostas que ele fizesse sobre fundos de renda fixa como o diabo foge da cruz. Para a apresentação de um projeto, os aspectos a serem considerados são os mesmos. Se desejar que sua proposta seja bem-sucedida, você deverá dirigir os argumentos em direção às aspirações e às características dos ouvintes. Portanto, ao se preparar para defender um projeto, o primeiro passo é descobrir que vantagens poderiam interessar aos responsáveis pela sua aprovação e elaborar a exposição nesse sentido. Observe que estou me referindo às vantagens que poderiam interessar aos responsáveis pela aprovação, pois de nada adiantaria ser uma vantagem se o ouvinte não estivesse tão interessado nela. Vamos supor que o projeto seja destinado à área industrial, e que os diretores estejam interessados em acabar com as paralisações da linha de produção por causa dos freqüentes gargalhos no acabamento. Nessa circunstância, a introdução que serviria como chave de ouro para abrir o apetite dos ouvintes seria esclarecer logo nas primeiras palavras que a sua proposta visa o rápido escoamento da produção. Entretanto, se o interesse dos ouvintes fosse diferente, como, por exemplo, conquistar num prazo mais curto maior fatia do mercado pelo aprimoramento da qualidade do produto, ao revelar que essa será a grande finalidade do projeto, suas palavras soariam como música aos ouvidos da platéia. Fica claro que para fisgar o interesse dos ouvintes na apresentação de um projeto e deixá-los atentos até o final, você deve usar as primeiras palavras para mostrar que as vantagens da implementação da sua proposta vão ao encontro das expectativas deles. Por isso empenhe-se em descobrir quais os benefícios que irão interessar mais aos ouvintes e inicie falando sobre eles para que as pessoas fiquem mais receptivas desde o princípio. Polito, quer dizer que vale até enganar um pouquinho? Em nenhuma hipótese. Tenha muito cuidado. Você só poderá fazer promessas sobre as vantagens do projeto se elas forem verdadeiras. Caso contrário, além de frustrar as expectativas dos ouvintes e criar resistências às suas idéias, correrá sério risco de comprometer sua reputação. Além disso, durante toda a exposição, você deverá lançar mão de argumentos que comprovem a veracidade da existência das vantagens prometidas desde o início. Pode ser também que as suas sugestões firam os interesses de algumas pessoas. O que não é tão incomum no mundo corporativo. Neste caso, acautele-se para não tentar fazer com que sua opinião prevaleça logo no princípio. Por mais divergentes que sejam as opiniões, com certeza você irá encontrar vários pontos coincidentes entre sua forma de pensar e a dos ouvintes. Em momentos como esse, comece falando sobre esses pontos comuns até que as pessoas sejam levadas a deduzir que vocês pensam da mesma maneira. A partir daí elas se desarmarão, passarão a ouvi-lo sem resistências e você terá muito mais chances de conquistá-las. Só depois de ter construído esse campo de neutralidade é que poderá dizer o que realmente deseja.Também nesse caso, não concorde com os ouvintes apenas por concordar. Por mais opostas que sejam suas trincheiras, sempre existirão pontos de convergência verdadeiros. Tenha cuidado para não demonstrar que concordou com as pessoas apenas como um ardil pra conquistá-las. Se essa artimanha for descoberta, você talvez tenha que dar adeus à vitória do seu projeto. A não ser que você seja muito conhecido no ramo em que atua, ou fale para pessoas com as quais trabalha na mesma empresa, não parta da pressuposição de que todos conhecem sua autoridade para apresentar o projeto. Para quebrar a resistência dos ouvintes com relação a você, porque não confiam na sua autoridade sobre o assunto, comente com sutileza sobre outros projetos que desenvolveu, ou empreendimentos de que tenha participado. Ao tomar conhecimento da sua experiência, naturalmente ficarão mais receptivos. Tomando esses cuidados, suas chances de ver seu projeto aprovado serão maiores.
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