Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Diversos artigos relacionados à nutrição esportiva, estética e empreendedorismo. coordenador: PÓS GRADUAÇÃO 100% ONLINE TURMA 4 esperaespera plenitudeeducacao.com.br @aplenitude revistadigital.plenitudeeducacao.com.br Rodolfo Peres Canva Editor Chefe Imagens Alunos e Professores da Pós Graduação em Nutrição Esportiva e Estética e Pós Graduação em Nutrição Clínica Integrativa Conteúdos Diretor de Edição João Pinheiro Coordenador da Pós Graduação em Nutrição Esportiva e Estética | Nutrição Integrativa - Grupo Plenitude Educação. Na edição 9 da Revista #goaheadnutrition apresento um artigo sobre um exercício que sempre faço nas aulas inaugurais da nossa Pós Graduação. Onde você deseja estar profissionalmente daqui 10 anos? Sem dúvida, quando sabemos onde queremos chegar, a busca pelos objetivos se torna muito mais eficiente. Antes de sair desenfreadamente aceitando todas as oportunidades que aparecem, recomendo primeiro se questionar quanto a isso! Na matéria de capa do mês de novembro, a nutricionista Caroline Gioia, apresenta a relação entre câncer de próstata e nutrição. Já ouviu falar em crononutrição? Você pode até não saber, mas seu organismo conhece perfeitamente. Nosso professor Valentim Magalhães faz uma abordagem incrível sobre o assunto. Dúvidas a respeito de L-theanina? Essa substância vem sendo amplamente estudada quanto a seus aspectos clínicos e a nutricionista Luciane Mourisue traz o que existe de mais atual sobre sua suplementação e uso por meio de chás. Nos últimos anos, diversas atualizações sobre a Tríade da mulher atleta tem surgido. A nutricionista Natália Oliveira nos traz todas as atualizações sobre esse assunto tão importante na nutrição esportiva. Nossa população está envelhecendo, sendo que em breve termos mais idosos do que adolescentes e crianças no Brasil. Portanto, estudar o processo de envelhecimento é fundamental! A nutricionista Andressa Aguiar, nos traz uma excelente abordagem sobre sarcopenia. Considerando a nutrição estética, a nutricionista e farmacêutica Laisa Rocha apresenta uma abordagem geral sobre prevenção e tratamento de celulites. Dúvidas no manejo alimentar do paciente diabético ou do renal crônico? Nessa edição temos um artigo sobre cada uma dessas patologias tão prevalentes. Respectivamente, com autoria dos nutricionistas Susilane Araújo e João Pinheiro. Sem contar com a coluna mensal sobre empreendedorismo, do diretor da Plenitude Educação, Renato Augusto. Como sempre, a revista está imperdível. Uma maneira prazerosa, fácil e gratuita de você se atualizar com os profissionais (alunos e professores), das Pós Graduações em Nutrição Esportiva e Estética e Nutrição Integrativa da Plenitude Educação. Quer fazer parte desse time? Inicie uma nova fase em sua vida profissional e venha estudar conosco! Forte abraço e Boa Leitura. Rodolfo Peres. 22 16 10 06 26 31 32 Onde você deseja estar daqui 10 anos? Aspectos dietéticos na prevenção do Câncer de Próstata. Tríade da Mulher Atleta. Contagem de carboidratos no manejo do diabetes mellitus I. Efeitos da L-Teanina como fator antiansiedade, antriestresse e na qualidade do sono. Receita: Cookie Proteico. Nutrição e Ritmo Biológico. Relação da Sarcopenia e envelhecimento. Nutrição e Lipodistrofia Ginóide (Celulite). Papel da Nutrição na Doença Renal Crônica (DRC). Livros que não são sobre nutrição, mas que todo nutricionista deveria ler. 37 44 50 60 1010Onde você desejaestar daqui a 10anos? ANOSANOS ARTIGO “Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.” - Lewis Carrol 06GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. nde você quer chegar? Qual o tamanho do seu sonho? É possível? Qual o caminho que você precisar percorrer? E talvez a pergunta mais difícil de todas: o que você vai precisar abrir mão para conquistar o que deseja? Sabendo disso, realmente está disposto a percorrer esse caminho? O ARTIGO Seja na vida acadêmica, profissional, esportiva, pessoal, quando não sabemos o que queremos, corremos um grande risco de ter no futuro algo que não desejamos. Seja assumir uma profissão apenas porque a família orientou; assumir um casamento quando seu sonho é passar a vida viajando pelo mundo, sem maiores responsabilidades, ou o contrário, sonhar em construir uma família, mas sair viajando pelo mundo sem destino; buscar um concurso público pensando apenas na estabilidade financeira, quando na verdade você deseja ter seu próprio negócio; seguir uma profissão simplesmente porque ela está na moda; tentar replicar a carreira de alguém que você admira sem considerar suas próprias vocações; entre inúmeras outras possibilidades. O principal questionamento sempre será: o que você realmente quer para você? Se hoje você tem 20 anos, como quer estar com 30 anos? Trabalhando com o que? Em que lugar? Casado (a)? Com filhos? Com qual situação financeira? Se você tem 40 anos, deseja continuar onde está? Esse lugar pode ser bem confortável, inclusive, pode ser onde você queria estar quando tinha 20 anos, mas é nele que quer continuar. Você pode desejar uma vida totalmente diferente. E aí? Vale a pena sair da zona de conforto para buscar novos sonhos ou é melhor deixar tudo como está? A escolha sempre vai ser sua, e as consequências também! Você pode estar pensando que planejar o futuro é impossível, pois imprevistos acontecem. Você recebe a proposta que tanto sonhou para morar no Canadá, justamente quando está perdidamente apaixonado por alguém que não pode ir com você por N motivos. Isso sem contar as gestações inesperadas, doenças, crises econômicas, pandemias, etc. Mas garanto que se você realmente souber onde quer chegar, vai ter pensado também em como lidar com os imprevistos e saber o que fazer nessas situações. Planejar o futuro é mais do que apenas imaginar o que você quer conquistar, mas agir no presente. 07GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. ARTIGO Quanto mais alto for o objetivo, provavelmente, mais tempo vai levar para alcançálo. E no intervalo, entre e a idealização e a realização, inúmeras tentações/oportunidades também irão aparecer. Imagine que você deseja um determinado concurso público, mas, após dois anos de tentativas frustradas, percebe que está preparado para passar em outro concurso, que não é bem o que você queria, mas pode proporcionar uma carreira confortável. E aí? Prefere desistir do seu verdadeiro objetivo, que talvez seria conquistado daqui a quatro ou cinco anos, para assumir logo um outro cargo? 08GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Com este artigo não quero simplesmente dizer que o certo é nunca desistir, mas, se for desistir, é preciso ter ciência daquilo que está fazendo, avaliando os prós e os contras da decisão. Estamos vivendo uma situação atípica, onde uma pandemia mundial interferiu na vida de todos. Mas independentemente disso, o tempo todo cada um vive seus próprios problemas, muitas vezes maiores do que a pandemia. Seja a luta contra alguma doença grave, dificuldades socioeconômicas, problemas familiares, etc. Todas essas situações exigem esforços que podem atrapalhar, mas de maneira alguma podem tirar o seu foco daquilo que sonhou. Ao assumir a coordenação de duas pós graduações na Plenitude Educação, tive que reduzir consideravelmente o tempo que antes dedicava a cursos, palestras e principalmente ao consultório, para direcionar meu foco nessa nova etapa da minha carreira. Não posso ficar dividido entre atender, dar aulas, coordenar o curso e acreditar que tudo será perfeito. Hoje, posso garantir que 80% do meu tempo é dedicado ao trabalho com a Plenitude e, provavelmente, esse percentual vai chegar a 100% a partir do próximo ano. Desde 2013 venho me programando para fazer essa transição. No momento certo, sem relutar, fui abrindo mão das outras atividades para me dedicar quase exclusivamente a esse projeto. Algo que só foi possível por uma mudança no meu modelo mental, ao longo de anos. Como meu objetivo era oferecer uma pós-graduação de excelência, a melhor do Brasil, para de fato contribuirna formação profissional de quem estava ingressando no mercado de trabalho, sabia desde o início que necessitaria de uma dedicação praticamente exclusiva. E foi com muito planejamento que consegui, em 2019, tornar o meu sonho possível. Não existe sucesso do dia para a noite. Esse exercício de visualizar o futuro eu faço desde o Ensino Médio. Fiz um teste de habilidades na escola e fui orientado a cursar Engenharia Civil. Me imaginei como engenheiro. Não me agradou. E comecei a me imaginar trabalhando em diversas áreas promissoras. Nada me parecia interessante. Quando me imaginei sendo nutricionista dentro de uma academia de ginástica, meus olhos brilharam. A partir daí passei a correr atrás desse futuro. O sonho idealizado quando eu tinha 16 anos, foi conquistado quando eu tinha 22 anos. Anos depois, comecei a sonhar em ter um consultório próprio. Ainda na faculdade, já queria palestrar pelo Brasil, escrever livros e morar em São Paulo. Cada um desses objetivos foi sendo conquistado, mas sempre com anos de distância entre a idealização e a concretização. Nada aconteceu por acaso e nem foi fácil. Ninguém bateu na minha porta. Eu simplesmente fui atrás. Algo que gosto de fazer nas aulas inaugurais de cada turma é pedir para que os alunos escrevam seus principais objetivos e, diariamente, os mentalize com toda energia. Não, essa prática não vai fazer os seus sonhos se realizarem como mágica, mas vai ajudar quando estiver com preguiça para estudar, pode evitar que você seja displicente em um atendimento ou protelar a leitura de artigos, enfim, pensar duas vezes antes de se render às inúmeras situações que podem afastá- lo do seu objetivo. ARTIGO 09GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Profissionalmente falando, eu sempre conquistei o que desejei. Nada veio fácil, mas lá no começo, ainda estudante, eu já sabia onde queria chegar e direcionei minha energia para isso. Hoje, minha meta é tornar as pós-graduações que eu coordeno referências absolutas, não apenas no Brasil, mas também no exterior. Estar ao lado dos melhores professores e ver os alunos terem sucesso, se tornando professores conosco. Afinal, o sucesso do aluno é o sucesso do professor. Se você ainda não é nosso aluno ou não teve essa aula comigo, convido-o a fazer esse exercício a partir de hoje. Afinal, de nada adianta ter um carro com a mais alta tecnologia e potência, se você não sabe para onde vai. Se você pode sonhar, então você pode fazer! Sucesso a todos! #goaheadnutrition ARTIGO 10GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. câncer de próstata (CaP) é o segundo câncer mais incidente entre os homens, e ocupa a sexta posição entre as causas de morte por câncer. Pode se manifestar na forma indolente, com crescimento lento e assintomático por toda a vida, ou agressivo, progredindo rapidamente para doença avançada e muitas vezes metastática podendo levar à morte (3). O ARTIGO Na última década o número de casos vem aumentando em todo o mundo, fato que pode estar associado à melhoria dos programas de rastreamento, evolução dos exames e aumento na expectativa de vida, visto que cerca de 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos. A transição nutricional também é apontada como uma possível responsável por esse aumento (1,2). Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para 2020 foram estimados 65.840 novos casos e 15.576 de mortes decorrentes da doença (7). Apesar da etiologia ainda permanecer obscura, os fatores de risco são bem estabelecidos, sendo os principais: idade, etnia, história familiar da doença e alguns fatores genéticos, mas podemos ainda encontrar de forma robusta na literatura científica, a relação do surgimento da doença com aspectos nutricionais e obesidade, sendo o último sobretudo associado ao risco agressivo deste câncer (2,11). Do aspecto epidemiológico, há uma variação geográfica da incidência, o que também pode estar associado ao estilo de vida característico de cada região (1). Populações que apresentam alta ingestão de gordura saturada e carnes vermelhas parecem apresentar um risco aumentado de CaP em comparação com as populações com baixa ingestão desses (15). Cinco estudos, sendo quatro coortes (EPIC- Norfolk, EPIC-Oxford, NSHD e Whitehall II) e um ensaio clínico randomizado (ProtecT), foram compilados a fim de analisar a associação de fatores dietéticos e o aparecimento do CaP. Compuseram essa amostra, 1.717 homens com diagnóstico de câncer de próstata e 3.528 controles compatíveis, porém, sem a doença. Nesse trabalho não foi encontrada associação a nenhum dos 37 componentes dietéticos examinados e o aumento da incidência (1). Em contrapartida, estudos epidemiológicos que investigaram o risco de câncer de próstata avançado, apresentaram associação positiva com o consumo habitual de dieta rica em gordura saturada, cálcio e carnes bem passadas. Um ponto que poderia explicar os resultados contraditórios dos estudos de casocontrole e de coorte, é que o câncer de próstata assintomático e o agressivo apresentam etiologias diferentes, e boa parte dos estudos apresentam poucos ou nenhum caso de tumores avançados em suas amostras (2,17) 11GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Obesidade ARTIGO Evidências sugerem que a obesidade estaria associada ao maior número de casos de câncer de próstata agressivo, piores respostas ao tratamento cirúrgico e radioterápico, além de maior frequência de complicações. Esses achados, em partes, podem estar relacionados aos níveis de PSA naturalmente reduzidos em homens obesos, o que leva, em muitos casos, à uma detecção tardia, embora os dados na literatura ainda sejam conflitantes (11,16). 12GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Evidências sugerem que a obesidade estaria associada ao maior número de casos de câncer de próstata agressivo, piores respostas ao tratamento cirúrgico e radioterápico, além de maior frequência de complicações. Esses achados, em partes, podem estar relacionados aos níveis de PSA naturalmente reduzidos em homens obesos, o que leva, em muitos casos, à uma detecção tardia, embora os dados na literatura ainda sejam conflitantes (11,16). Outro ponto relevante nessa associação é que aqueles que apresentam baixos níveis de testosterona tendem a desenvolver a forma mais agressiva da doença, e a obesidade pode levar à diminuição dos níveis de hormônio androgênio, que também desempenham papel importante no crescimento e desenvolvimento normal da próstata (13). Por último, sabe-se que a obesidade é caracterizada por um estado de inflamação crônica de baixo grau, onde há níveis séricos diminuídos de adiponectina, que apresenta efeitos amplamente antitumorais. Portanto, até o momento não há consenso da relação com o aumento da incidência, mas sugere-se que ela está associada à doença agressiva avançada (14) Consumo de carne e associação com a incidência Grandes estudos de coorte têm sugerido que o alto consumo de carneteria influência na incidência de CaP, embora ainda sem consenso da quantidade que apresentaria tal efeito (8). Os principais compostos estudados e atrelados a esta influência são: as heterocíclicas, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e os compostos nitrosos, onde os 2 primeiros são produzidos através do cozimento em alta temperatura, e o último encontrado nas carnes processadas. Ambos já conhecidos como potenciais carcinógenos (5,17). Os principais compostos estudados e atrelados a esta influência são: as heterocíclicas, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e os compostos nitrosos, onde os 2 primeiros são produzidos através do cozimento em alta temperatura, e o último encontrado nas carnes processadas. Ambos já conhecidos como potenciais carcinógenos (5,17). ARTIGO Cross e colaboradores, não observaram associação entre os níveis mais altos de carne vermelha / processada e câncer de próstata. Seu estudo prospectivo contou com mais de 17.000 casos de câncer de próstata extraídos da coorte National Institutes of Health (NIH)-AARPque avaliou aproximadamente 500.000 pessoas com idade entre 50–71 anos (9). 13GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Emboraos resultados desse estudo tenham apresentado ligeira relação entre o consumo elevado de carne vermelha e processada e o estágio avançado da doença, os testes de tendência não foram significativos (9). A partir da mesma coorte, foi realizado outro estudo, desta vez investigando de forma mais especifica os mecanismos relacionados à carne e a associação com a incidência, foram incluídos 10.313 casos de câncer de próstata, onde destes 1.102 participantes apresentavam doença avançada. No entanto, os pesquisadores não foram capazes de separar os efeitos de cada um dos compostos relacionados à carne, uma vez que eles são altamente correlacionados. Porém, ao contrário do estudo citado anteriormente, os autores deste, concluíram que o consumo de carne vermelha e processada foi associado a riscos aumentados de câncer de próstata total e avançado (10). Comparando os resultados dos dois estudos apresentados, e adicionando o fato de ambos terem sido elaborados a partir da mesma coorte, reforça a ideia de que estudos adicionais focados nos possíveis mecanismos subjacentes são necessários para delimitar tais associações. Licopeno Em relação ao aspecto protetor, as diretrizes do American Institute for Cancer Research / World Cancer Research Fund (AICR / WCRF) apontam que o licopeno, um carotenoide encontrado no tomate, mamão, goiaba vermelha, pitanga e melancia, teria relação inversa entre o consumo e o risco deste câncer (1,7). Porém, se torna importante salientar que vários fatores podem interferir na biodisponibilidade dos carotenóides, como o próprio calor do cozimento, que parece aumentar a absorção de licopeno, quando comparado ao consumo dos tomates em sua forma crua. Além disso, outros fatores também podem afetar tal biodisponibilidade, como é o caso da quantidade de gordura da refeição, a luteína, o betacaroteno e algumas fibras, como a pectina (7). Em uma revisão realizada em 2007, de 13 estudos observacionais, concluiu que até o momento as evidências para apoiar o consumo de tomate e suplementação de licopeno com o único objetivo de diminuir o risco de câncer de próstata são limitadas (18). ARTIGO Chen et al., em seu artigo publicado em 2013, sugeriu que o tomate pode exercer um papel modesto na prevenção do câncer de próstata, não havendo ainda consenso de uma dose/efeito, fazendo-se necessárias mais pesquisas para determinar o tipo e a quantidade de tomate e seu real potencial na prevenção (19). 14GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Cálcio e fósforo O consumo de produtos lácteos é associado a uma maior incidência de câncer de próstata, o que sugere que o cálcio possa ser o composto relativo à esta associação, embora o fósforo, também encontrado nestes alimentos, possa estar igualmente atrelado, de forma independente (1,4). Um dos mecanismos biológicos que explicaria tal relação é a desregulação da 1,25 di-hidroxivitamina (1,25D), a forma ativa da vitamina D, visto que esta é rigidamente controlada pelos níveis séricos de cálcio e fósforo. A 1,25D desempenha um papel importante na carcinogênese, através da inibição do crescimento e proliferação das células cancerígenas (5). Wilson e colaboradores, em sua coorte, acompanharam durante 24 anos, 5.861 casos de câncer de próstata, com coleta dietética prospectiva, a fim de identificar incidência de câncer, metástases e mortalidade, chegaram à conclusão que o consumo de fósforo está associado a uma maior incidência de câncer de próstata em estágio clinicamente avançado, independente da ingestão de cálcio (4). Já em relação ao cálcio, foi observado uma associação apenas em doses muito elevadas e dependentes da ingestão de fósforo, porém os autores sugerem que os achados sejam interpretados com cautela e novos estudos sejam realizados com o objetivo de determinar uma dose ideal de ingestão de cálcio para homens, assim como também descrito por Rodriguez e colaboradores (5). É importante salientar que o consumo de cálcio é recomendado para prevenir a osteoporose e diminuir o risco de câncer de cólon na mesma população, por este motivo a exclusão não deve ser incentivada (4,17). Considerações finais Com base na vasta pesquisa e evidência disponíveis da possível relação do consumo alimentar com maiores incidência de CaP, mostra-se necessária a conscientização dos nutricionistas e profissionais da saúde, a fim de levar à população conhecimento da importância de se manter hábito de vida saudáveis. Faz-se também importante, mais estudos na área de prevenção do câncer de próstata, com o objetivo de determinar recomendações cada vez mais precisas e individualizadas. 1) Lane, J A et al. “Prostate cancer risk related to foods, food groups, macronutrients and micronutrients derived from the UK Dietary Cohort Consortium food diaries.” European journal of clinical nutrition vol. 71,2 (2017): 274-283. 2) Gathirua-Mwangi, Wambui G, and Jianjun Zhang. “Dietary factors and risk for advanced prostate cancer.” European journal of cancer prevention: the official journal of the European Cancer Prevention Organisation (ECP) vol. 23,2 (2014): 96-109. 3) Brassell, Stephen A et al. “Prostate cancer in men 70 years old or older, indolent or aggressive: clinicopathological analysis and outcomes.” The Journal of urology vol. 185,1 (2011): 132-7 4) Wilson, Kathryn M et al. “Calcium and phosphorus intake and prostate cancer risk: a 24-y follow-up study.” The American journal of clinical nutrition vol. 101,1 (2015): 173-83. 5) Rodriguez, Carmen, et al. "Calcium, dairy products, and risk of prostate cancer in a prospective cohort of United States men." Cancer Epidemiology and Prevention Biomarkers 12.7 (2003): 597-603. 6) INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Tipos de câncer. [Brasília, DF]: Câncer de próstata - versão para Profissionais de Saúde. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de cancer/cancer-de-prostata/profissional- desaude 7) Moritz, Bettina, and Vera Lúcia Cardoso Tramonte. "Biodisponibilidade do licopeno." Revista de Nutrição 19.2 (2006): 265-273. 8) Alexander, Dominik D et al. “A review and meta-analysis of prospective studies of red and processed meat intake and prostate cancer.” Nutrition journal vol. 9 50. 2 Nov. 2010. 9) Cross, Amanda J et al. “A prospective study of red and processed meat intake in relation to cancer risk.” PLoS medicine vol. 4,12 (2007): e325. 10) Sinha, Rashmi et al. “Meat and meat-related compounds and risk of prostate cancer in a large prospective cohort study in the United States.” American journal of epidemiology vol. 170,9 (2009): 1165-77. 11) Allott, Emma H et al. “Obesidade e câncer de próstata: pesando as evidências.” European urology vol. 63,5 (2013): 800-9 12) Freedland, Stephen J et al. “Carbohydrate restriction, prostate cancer growth, and the insulin-like growth factor axis.” The Prostate vol. 68,1 (2008): 11-9 13) Schnoeller, Thomas et al. “Circulating free testosterone is an independent predictor of advanced disease in patients with clinically localized prostate cancer.” World journal of urology vol. 31,2 (2013): 253-9. 14) Li, Haojie et al. “Um estudo prospectivo de 25 anos das concentrações de adiponectina e leptina no plasma e risco e sobrevivência ao câncer de próstata.” Clinical Chemistry vol. 56,1 (2010): 34-43. 15) Bylsma, Lauren C, and Dominik D Alexander. “A review and meta-analysis of prospective studies of red and processed meat, meat cooking methods, heme ron, heterocyclic amines and prostate cancer.” Nutrition journal vol. 14 125. 21 Dec. 2015 16) Renehan, Andrew G et al. “Body-mass index and incidence of cancer: a systematic review and meta-analysis of prospective observational studies.” Lancet (London, England) vol. 371,9612 (2008): 569-78. 17) Mandair, Dalvinder et al. “Câncer de próstata e a influência de fatores e suplementos dietéticos: uma revisão sistemática.” Nutrição e metabolismo vol. 11 30. 16 de junho de 2014. 18) Kavanaugh, Claudine J et al. “The U.S. Food and Drug Administration's evidence-based review for qualified health claims: tomatoes,lycopene, and cancer.” Journal of the National Cancer Institute vol. 99,14 (2007): 1074-85. 19) Chen, Jinyao et al. “Lycopene/tomato consumption and the risk of prostate cancer: a systematic review and meta-analysis of prospective studies.” Journal of nutritional science and vitaminology vol. 59,3 (2013): 213-23. ARTIGO 15GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Referências: ARTIGO 16GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. os últimos anos houve um grande avanço no papel da mulher na sociedade, dentre esses progressos, está a permissão da participação da mulher em esportes competitivos, embora ainda haja muitas adversidades [1]. A ciência, como parte desse avanço, contribui com descobertas e melhorias para o mundo feminino, assim surgiu a Tríade da Mulher Atleta. N ARTIGO Em 1997, a American College of Sports Medicine (ACSM) definiu a Tríade como 3 condições inter- relacionadas: amenorreia, osteoporose e distúrbio alimentar [2]. Posteriormente, com mais estudos, percebeu-se que a definição de tríade e os critérios de inclusão eram muito restritos, e muitas mulheres com os sinais e sintomas não eram identificadas. [3] Dessa forma, ficou entendido que cada componente dessa tríade existe em um espectro, renomeados de função menstrual, densidade mineral óssea e disponibilidade energética, e a atleta pode ir da saúde à doença em cada componente [4,5]. 17GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Cada componente da tríade funciona em um espectro que são ligados entre si. Na extremidade com condições ideais, a correta disponibilidade de energia promove o desenvolvimento ósseo indiretamente, preservando a eumenorreia e a produção de estrogênio, que restringe a reabsorção óssea, e diretamente estimulando a produção de hormônios que promovem a formação óssea. No outro extremo, está a condição pouco saudável de atletas que apresentam baixa disponibilidade de energia, que prejudica o desenvolvimento ósseo indiretamente, ao induzir amenorreia e diminuir a produção de estrogênio, e diretamente ao suprimir os hormônios que promovem a formação óssea [5]. Embora a prevalência da Tríade seja baixa (em torno de 0 a 1,3%), ela aumenta quando se apresenta um ou dois aspectos, variando de 16 a 60% e de 2,7 a 27%, respectivamente [6,7,8]. A existência da tríade é generalizada com a prevalência variando por esporte. Os esportes com alto gasto energético, físico magro, e/ou componentes estéticos carregam as maiores incidências da tríade [9,10]. DISPONIBILIDADE ENERGÉTICA O primeiro componente e o que tem influência sobre os outros dois é obtido pela ingestão de energia na dieta menos o gasto de energia do exercício, dividido pela massa livre de gordura (kg). A disponibilidade de energia é a quantidade de energia da dieta restante para outras funções após o treinamento de exercício. Alguns atletas reduzem a disponibilidade de energia aumentando o que é gasto no exercício mais do que a ingestão de energia. Outros causam essa baixa ao reduzirem a ingestão de energia mais do que o gasto com exercícios [5]. Quando a disponibilidade energética é muito baixa, os mecanismos fisiológicos reduzem a quantidade usada para suas funções, afim de restaurar o equilíbrio energética. Essa compensação tende ocorrer e promover a sobrevivência, mas prejudica a saúde. ARTIGO 18GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Segundo a Declaração de Consenso da Tríade de Atletas Femininos [10] existem quatro caminhos para a baixa Disponibilidade Energética: Comer Transtornado; Transtorno alimentar clínico; Perda de peso intencional sem distúrbios alimentares; Alimentação insuficiente de forma não intencional Os distúrbios alimentares sustentam uma grande proporção dos casos estudados de baixa disponibilidade de energia [9]. A prevalência de transtornos alimentares observados em adolescentes e jovens atletas do sexo feminino varia de 18 a 35% [7,11,12]. A avaliação do balanço energético real é difícil e cara de calcular e, infelizmente, não há diretrizes padronizadas para determinar a disponibilidade de energia [13]. Os recordatórios dietéticos e energéticos são os instrumentos mais acessíveis para avaliação. Também são utilizados os sinais físicos de baixa disponibilidade energética: bradicardias, evidencias de desidratação e lanugo (pelos claros e curtos) nas extremidades [7,9]. E triagens para diagnósticos de TAs. Uma abordagem prática no tratamento para lidar com o balanço energético negativo é implementar um plano alimentar que aumente o consumo de energia atual em ∼300–600 kcal/dia e abordar práticas relacionadas à energia distribuída ao longo do dia e em torno das sessões de treinamento, composição alimentar e estresse relacionado à alimentação [9]. A redução no volume de treinamento de um dia por semana também é recomendada para atingir as melhorias necessárias no peso e balanço energético [4]. Também é necessário o tratamento multidisciplinar para os TAs, quando estiverem presentes. FUNÇÃO MENSTRUAL A Disponibilidade Energética tem influência sobre os outros dois componentes da tríade, portanto, pode causar disfunção menstrual, se a disponibilidade estiver baixa. Os espectros da disfunção menstrual associada à Tríade vão de anovulação e disfunção lútea até amenorreia e oligomenorreia [4]. Em um estudo realizado com 423 atletas americanas com média de idade de 15.7 anos, 20,1% apresentavam disfunções menstruais e as atletas que manifestavam distúrbios alimentares tinham duas vezes mais chances de apresentar oligo/amenorreia também [11]. Fisiologicamente, a redução na disponibilidade de energia pode interromper a pulsatilidade do LH, afetando o sistema hipotalâmico na produção do hormônio liberador de gonadotrofinas, que pode alterar o ciclo menstrual, isso é conhecido como Amenorreia Hipotalâmica Funcional (FHA) [9]. Para fazer o diagnóstico de FHA, é importante descartar outras causas secundárias de amenorreia como gravidez, síndrome do ovário policístico (SOP), hipertireoidismo, doenças renais ou hepáticas e uso de alguns tratamentos medicamentosos [4]. ARTIGO 19GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. As disfunções menstruais podem criar uma percepção alterada de autonormalidade, uma vez que elas podem considerar a amenorreia como um sinal de que estão “em forma” [7]. Também podem levar à condições emocionais como ansiedade ao confundir a concepção, gravidez inesperada, bem como a uma data de gravidez imprecisa, uma vez que a ovulação pode estar presente ou ser retomada antes da menstruação, se ocorrer o tratamento adequado [9]. Para diagnóstico dos distúrbios menstruais, sobretudo da FHA, deve incluir na avaliação uma história menstrual avaliando a idade da menarca, a regularidade da menstruação, o uso de medicamentos, a presença de outros problemas de saúde e uma história menstrual familiar. Pesquisas que buscam estratégias de tratamento para disfunção menstrual associada à baixa disponibilidade energética em atletas universitárias, o ganho de peso é o mais forte preditor de recuperação das funções menstruais normais [14,15,16]. O tempo para a retomada da menstruação varia de acordo com a gravidade da deficiência energética e a duração da disfunção menstrual [9]. DENSIDADE MINERAL ÓSSEA O terceiro componente da tríade, afetado diretamente e indiretamente pela baixa disponibilidade energética. O espectro da densidade mineral óssea vai de boa saúde óssea até osteoporose. A resistência óssea e o risco de fratura dependem da densidade e da estrutura interna do osso e da qualidade da proteína óssea, o que pode explicar porque uma pessoa sofre fraturas e outra com a mesma densidade mineral óssea (DMO) não [5]. O exame físico inclui avaliação da antropometria, estágio puberal e outras causas secundárias de amenorreia. A avaliação laboratorial de hemoglobina, hormônio luteinizante, hormônio folículo estimulante, prolactina, estradiol, T4, hormônio estimulador da tireoide, gravidez e perfil androgênico podem ser indicados [9]. ARTIGO 20GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. A alimentação adequada e exercícios com levantamento de peso podem influenciar positivamentenesse quesito para que, no final da adolescência, quase 90% da massa óssea do adulto já esteja formada, além dos fatores ambientais e genéticos que também influenciam na DMO [7]. Um estudo realizado com 311 atletas adolescentes dos Estados Unidos atletas adolescentes do sexo feminino com distúrbios alimentares tinham duas vezes mais chances de apresentar lesões durante a temporada do que atletas com comportamentos alimentares normais [17]. Em atletas com baixa disponibilidade energética, distúrbios alimentares ou amenorreia de mais de 6 meses, a DMO deve ser medida por densitometria por dupla emissão de raio-x (DEXA). [9] A avaliação da concentração de 25-hidroxivitamina D é útil em atletas que apresentam componentes da tríade [4]. As estratégias de ganho de peso, com ou sem a retomada subsequente da menstruação, restauram a formação e reabsorção óssea e melhora a DMO. No entanto, a recuperação total pode não ser viável, pois a microarquitetura óssea também está prejudicada. A dieta do atleta deve incluir 1500 mg/dia de cálcio por meio de fontes dietéticas com suplementação, se necessário. A recomendação é manter os níveis de vitamina D [25 (OH) D] no sangue acima de 32–50 ng/mL, com 1.500–2000 UI/dia de vitamina D. Além do cálcio e da vitamina D, outras vitaminas e minerais são conhecidos por desempenhar um papel na saúde óssea (vitaminas B, vitamina K e ferro), ressaltando assim a importância de uma alimentação balanceada [4]. CONCLUSÃO Além de refinar o checklist dos fatores de risco e melhorar o diagnóstico, intervir por meio da educação apresenta valor potencial na prevenção de patologias alimentares [10]. Redução da ênfase no peso, enfatizando nutrição e saúde como forma de melhorar o desempenho; desenvolvimento de metas realistas; incentivo e apoio ao tratamento adequado, oportuno e eficaz; educação da equipe de saúde na prevenção, detecção e tratamento da deficiência relativa de energia; mudanças de regras para tratar de questões relacionadas ao peso no esporte; e delineamento de diretrizes específicas para o esporte mais explícitas [9,10]. Hoje em dia, fala-se que o fenômeno clínico não é uma tríade, mas sim uma síndrome resultante da deficiência de energia relativa que afeta muitos aspectos da função fisiológica, incluindo taxa metabólica, função menstrual, saúde óssea, imunidade, síntese de proteínas, saúde cardiovascular e psicológica. Além disso, é evidente que a deficiência relativa de energia também afeta os homens [9]. Mais estudos são necessários para compreender melhor as consequências da deficiência de energia e melhores formas de diagnóstico e tratamento. 1. Leitão Marcelo Bichels, et al . Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde na mulher. Rev Bras Med Esporte [Internet]. 2000 Dec [cited 2020 Oct 20] ; 6( 6 ): 215- 220, https://doi.org/10.1590/S1517 86922000000600001. 2. Otis CL, Drinkwater B, Johnson M, Loucks A, Wilmore J. American College of Sports Medicine position stand. The Female Athlete Triad. Med Sci Sports Exerc. 1997 May;29(5):i-ix. doi: 10.1097/00005768- 199705000-00037. PMID: 9140913. 3. Matzkin E, Curry EJ, Whitlock K. Female Athlete Triad: Past, Present, and Future. J Am Acad Orthop Surg. 2015 Jul;23(7):424-32. doi: 10.5435/JAAOS-D- 14-00168. PMID: 26111876.. 4. Weiss Kelly AK, Hecht S, AAP COUNCIL ON SPORTS MEDICINE AND FITNESS. The Female Athlete Triad. Pediatrics. 2016;137(6):e20160922 5. Nattiv A, Loucks AB, Manore MM, Sanborn CF, Sundgot-Borgen J, Warren MP; American College of Sports Medicine. American College of Sports Medicine position stand. The female athlete triad. Med Sci Sports Exerc. 2007 Oct;39(10):1867-82. doi: 10.1249/mss.0b013e318149f111. PMID: 17909417. 6. Javed A, Tebben PJ, Fischer PR, Lteif AN. Female athlete triad and its components: toward improved screening and management. Mayo Clin Proc. 2013 Sep;88(9):996-1009. doi: 10.1016/j.mayocp.2013.07.001. PMID: 24001492.. 7. Thein-Nissenbaum J, Hammer E. Treatment strategies for the female athlete triad in the adolescent athlete: current perspectives. Open Access J Sports Med. 2017 Apr 4;8:85-95. doi: 10.2147/OAJSM.S100026. PMID: 28435337; PMCID: PMC5388220. 11. Nichols JF, Rauh MJ, Barrack MT, Barkai HS, Pernick Y. Disordered eating and menstrual irregularity in high school athletes in lean-build and nonlean- build sports. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2007 Aug;17(4):364- 77. doi: 10.1123/ijsnem.17.4.364. PMID: 17962711. 12. Nichols JF, Rauh MJ, Lawson MJ, Ji M, Barkai HS. Prevalence of the female athlete triad syndrome among high school athletes. Arch Pediatr Adolesc Med. 2006 Feb;160(2):137-42. doi: 10.1001/archpedi.160.2.137. PMID: 16461868. 13. De Souza MJ, Nattiv A, Joy E, Misra M, Williams NI, Mallinson RJ, Gibbs JC, Olmsted M, Goolsby M, Matheson G; Expert Panel. 2014 Female Athlete Triad Coalition Consensus Statement on Treatment and Return to Play of the Female Athlete Triad: 1st International Conference held in San Francisco, California, May 2012 and 2nd International Conference held in Indianapolis, Indiana, May 2013. Br J Sports Med. 2014 Feb;48(4):289. doi: 10.1136/bjsports- 2013-093218. PMID: 24463911 14. Fredericson M, Kent K. Normalization of bone density in a previously amenorrheic runner with osteoporosis. Med Sci Sports Exerc. 2005 Sep;37(9):1481-6. doi: 10.1249/01.mss.0000177561.95201.8f. PMID: 16177598. 15. Arends JC, Cheung MY, Barrack MT, Nattiv A. Restoration of menses with nonpharmacologic therapy in college athletes with menstrual disturbances: a 5-year retrospective study. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2012 Apr;22(2):98- 108. doi: 10.1123/ijsnem.22.2.98. PMID: 22465870. 16. Mallinson RJ, Williams NI, Olmsted MP, Scheid JL, Riddle ES, De Souza MJ. A case report of recovery of menstrual function following a nutritional intervention in two exercising women with amenorrhea of varying duration. J Int Soc Sports Nutr. 2013 Aug 2;10:34. doi: 10.1186/1550-2783-10-34. PMID: 23914797; PMCID: PMC3750722. 17. Thein-Nissenbaum JM, Rauh MJ, Carr KE, Loud KJ, McGuine TA. Associations between disordered eating, menstrual dysfunction, and musculoskeletal injury among high school athletes. J Orthop Sports Phys Ther. 2011 Feb;41(2):60-9. doi: 10.2519/jospt.2011.3312. Epub 2011 Jan 5. PMID: 21212503. ARTIGO 21GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Para, assim, o conhecimento ser bastante difundido no meio esportivo e trabalhar com a prevenção e o tratamento precoce. REFERÊNCIAS 8. Schtscherbyna A, Soares EA, de Oliveira FP, Ribeiro BG. Female athlete Triad in elite swimmers of the city of Rio de Janeiro, Brazil. Nutrition. 2009 Jun;25(6):634-9. doi: 10.1016/j.nut.2008.11.029. Epub 2009 Feb 20. PMID: 19230616. 9. Mountjoy M, Sundgot-Borgen J, Burke L, Carter S, Constantini N, Lebrun C, Meyer N, Sherman R, Steffen K, Budgett R, Ljungqvist A. The IOC consensus statement: beyond the Female Athlete Triad--Relative Energy Deficiency in Sport (RED-S). Br J Sports Med. 2014 Apr;48(7):491-7. doi: 10.1136/bjsports- 2014-093502. PMID: 24620037. 10. Williams NI, Statuta SM, Austin A. Female Athlete Triad: Future Directions for Energy Availability and Eating Disorder Research and Practice. Clin Sports Med. 2017 Oct;36(4):671-686. doi: 10.1016/j.csm.2017.05.003. Epub 2017 Jul 10. PMID: 28886821; PMCID: PMC5657497 ARTIGO 22GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente da destruição das células beta pancreáticas com consequente deficiência absoluta na secreção de insulina. Dessa forma, o tratamento medicamentoso depende de doses diária desse hormônio. O ARTIGO Modificações no estilo de vida são necessárias para o gerenciamento do diabetes, afim de conter a progressão e complicações metabólicas relacionadas à doença. Um dos pilares do tratamento do DM1 é o cuidado nutricional; no entanto, a adesão a dieta é um grande desafio (ADA, 2019). A contagem de carboidratosé a estratégia nutricional mais consolidada para o controle glicêmico. Ela possibilita maior flexibilidade na ingestão alimentar, reduz as variações glicêmicas (ADA, 2017; SBD, 2019) e, consequentemente, melhora o controle metabólico e a qualidade de vida dos indivíduos com DM1 (SON et al., 2014). Essa estratégia parte da premissa de que 100% do carboidrato ingerido é convertido em glicose em um período de 15 minutos a 2 horas. Assim, o foco é dado ao total de carboidratos consumidos por refeição, visto que esse macronutriente é o que impacta na glicemia pós prandial. (SBD, 2019). A contagem de carboidratos permite ao indivíduos com DM1 ajustar as unidades de insulinas rápida e ultra rápida, de acordo com o total de carboidratos que será consumido nas refeições, visando simular o perfil de secreção fisiológico de insulina e diminuir a glicose plasmática pós prandial sem aumentar o risco de hipoglicemia (HOME, 2012). A contagem de carboidratos permite ao indivíduos com DM1 ajustar as unidades de insulinas rápida e ultra rápida, de acordo com o total de carboidratos que será consumido nas refeições, visando simular o perfil de secreção fisiológico de insulina e diminuir a glicose plasmática pós prandial sem aumentar o risco de hipoglicemia (HOME, 2012). Dois métodos de contagem de carboidratos são amplamente utilizados: a lista de equivalente e a soma por gramas. Na lista de equivalente, trocas, substitutos ou escolhas, os alimentos são separados por grupos e porções, e cada equivalente corresponde a uma porção de 15 gramas. Nesse método, são estimuladas trocas no mesmo grupo, porém, pode haver trocas entre os grupos. Esse método é considerado mais prático, porém menos preciso (SACHS et al., 2009). 23GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Já na contagem por gramas, a quantidade total de carboidratos por refeição é obtida a partir da soma dos carboidratos de cada alimento que será consumido. Esse método oferece informações mais precisas, uma vez que os alimentos são pesados ou medidos, considerando informações nutricionais de tabelas de composição e rótulos de alimentos (SACHS et al., 2009). ARTIGO 24GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. A escolha pelo método deve ser feita em conjunto entre o paciente, médico e nutricionista, levando em consideração fatores como preferência, aderência, entendimento do método, entre outros. Ao iniciar a contagem de carboidratos, é indispensável que o indivíduo com DM1 conheça e entenda alguns conceitos envolvidos nessa terapia nutricional. A começar pelo fator de sensibilidade, que representa o quanto uma unidade de insulina rápida e ultrarrápida é capaz de reduzir o valor da glicemia. No início do tratamento, pode-se utilizar as “regras do 1.800 e 1.500” de acordo com a insulina utilizada. Caso o paciente utilize a insulina ultrarrápida, divide-se 1.800 pelo total de insulina diária (basal + ultrarrápida). No entanto, se a insulina utilizada for a rápida, divide-se 1.500 também pelo total de insulina diária (basal + rápida) (SACHS et al., 2009). A quantidade de insulina utilizada para cobrir os gramas de carboidratos da refeição a ser ingerida, é denominada “bolus de alimentação”. Como regra geral, em adultos, 1 unidade de insulina é capaz de cobrir 15 gramas de carboidratos. Já para crianças e adolescentes, essa relação insulina/carboidrato é de 1 unidade de insulina para 20-30 gramas de carboidratos (SACHS et al., 2009). Ainda pode ser necessário realizar o “bolus de correção” para a refeição. Esse bolus é a quantidade de insulina necessária para corrigir a glicemia caso ela esteja acima da meta pré-prandial. É calculado subtraindo-se o valor da meta glicêmica do valor da glicemia capilar do momento, e dividindo-se o resultado pelo fator de sensibilidade. Porém, se o indivíduo estiver euglicêmico antes da refeição, ou seja, com a glicemia dentro da metapreviamente estipulada, não será necessário fazer a correção e a insulina em bolus cobrirá apenas os carboidratos da refeição (SBD, 2019). É importante ressaltar que todas essas regras funcionam como um “start” e devem ser avaliadas e adequadas individualmente, considerando a sensibilidade à insulina, meta glicêmica, horário do dia, fases de crescimento, peso corporal, presença de atividade física, uso de medicamentos, entre outros. Periodicamente, a Sociedade Brasileira de Diabetes publica o “Manual Oficial de Contagem de Carboidratos” para auxiliar tanto os profissionais como indivíduos com DM1 a utilizar essa estratégia nutricional (SANTOS et al., 2016). ARTIGO 25GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. A contagem de carboidratos é um método com grande eficácia no controle glicêmico, mas deve ser inserida dentro do contexto de uma alimentação saudável, seguindo as recomendações diárias de macro e micronutrientes. Antes de iniciar essa estratégia, o paciente deve consultar o médico endocrinologista e o nutricionista responsável pelo tratamento. Ao iniciar o método, o indivíduo com DM1 deve fazer a automonitorização, medir a glicemia antes e 2h após as refeições, anotar e fazer um diário alimentar, levando-o sempre às consultas. Essas condutas favorecem a avaliação da contagem de carboidrato e sua adequação, afim de melhorar o controle glicêmico e metabólico do paciente com DM1. REFERÊNCIAS ADA - American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes— 2017. Diabetes care, v. 40, n. 1, p. 5–26, 2017. ADA - American Diabetes Association. Lifestyle management: Standards of medical care in diabetesd - 2019. Diabetes Care, v. 42, n. January, p. S46–S60, 2019. HOME, P. D. The pharmacokinetics and pharmacodynamics of rapid-acting insulin analogues and their clinical consequences. Diabetes, Obesity and Metabolism, v. 14, n. 9, p. 780–788, 2012. SACHS, A. et al. Manual Oficial de Contagem de Carboidratos para Profissionais da Saúde. Sociedade Brasileira de Diabetes, p. 1–66, 2009. SANTOS, A. G. O. et al. Manual de Contagem de Carboidratos para Pessoas Com Diabetes. Sociedade Brasileira de Diabetes, n. 5, p. 1–110, 2016. SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. L-TEANINAL-TEANINA ARTIGO 26GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. L-teanina (γ-glutamil-L-etilamida) é um aminoácido não proteico comumente encontrado nas folhas do chá verde (Camellia sinensis). Descoberto em 1949, pelo japonês, Yajiro Sakato, esse aminoácido é solúvel em água e sua hidrolise acontece nos rins em ácido glutâmico, em etilamina pela enzima glutaminase e sua absorção ocorre no intestino delgado. A ARTIGO A substância está presente em cerca de 2% do peso seco do chá e 50% dos aminoácidos. Além da L- teanina, componentes como polifenóis, ácidos orgânicos, outros aminoácidos, vitaminas, minerais e pigmentos fazem parte da composição do chá verde (HENRIQUEZ et al., 2013); (UNO, 1999). Figura 1. Estrutura química da Teanina e do Ácido Glutâmico: A L-teanina sob o efeito da luz solar é convertida em algumas classes de polifenóis, por conta disso, alguns produtores realizam o cultivo da erva na ausência de luz solar com intuito de preservar o aminoácido e preservar o sabor, uma vez que a teanina é responsável por promover o sabor ao chá (JUNENA, 1999). Efeitos da L-teanina chá é uma bebida muito antiga e muito consumida no mudo todo. Além de delicioso, possibilita a hidratação, apresenta um efeito aquecedor e relaxante, desse modo, associa-se o consumo dessa bebida com a boa saúde. Ainda que as catequinas e a cafeína sejam os compostos bioativos dos chás mais destacados na literatura, a L-teanina representa um papel especial na saúde e no bom funcionamento do organismo humano. Estudos apontam que, além dos efeitos no combate ao estresse e bem estar, a L-teanina tem relação com a regulação da pressão arterial, na prevenção de doenças cardiovasculares, na perda de peso, na imunoproteção e até mesmo como atividade anticâncer (JUNENA, 1999); (LIU, 2009); (YOKOGOSHI, 1998). As recomendações diárias da administração de L- teanina são de até 1200 mg, embora não tenham estudosque apontem os efeitos tóxicos do componente. A recomendação máxima foi determinada pela Food and Drug Administration (FDA) e não foram relatadas até o presente momento reações adversas e interações medicamentos com a utilização do aminoácido (FREITAS, 2013). 27GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. De acordo com Yokogoshi et al. (1998), a teanina é capaz de aumentar não apenas o triptofano, um aminoácido percursor da serotonina, como também possui a capacidade de aumentar a própria serotonina. A descoberta foi realizada através de estudos que apontaram mudanças em áreas específicas do cérebro. ARTIGO 28GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Em roedores a L-teanina obteve uma ação neuroprotetora e de aprimoramento na função cognitiva em diversos estudos. O neurotransmissor Ácido gama-aminobutírico (GABA) apresentou uma possível elevação em sua concentração a partir da administração de L-teanina em um estudo realizado em ratos (PRADEEP, 2006). Visto que os níveis de dopamina e serotonina tem relação com a atenção, com o aprendizado e com a memória, e os efeitos da L-teanina podem mediar as concentrações dessas substâncias no cérebro. É relevante o levantamento de mais pesquisas experimentais em humanos relacionadas à administração de teanina e seu efeito ansiolítico. Em humanos, foi relatado que L-teanina pode desempenhar um papel nas tarefas atencionais, como fornecer benefícios especiais sobre o estado mental. No entanto, estudos investigam os efeitos terapêuticos da administração do componente e suas respostas curativas. Foi observado o efeito anti-estresse da L-teanina com a administração de 200 mg / dia administrado de uma a duas vezes ao dia, houve uma melhora na atenção (Sharma, 2017). Um ensaio clínico randomizado controlado por placebo de Hidese, (2019) examinou sintomas relacionados ao estresse e funções cognitivas simultaneamente em indivíduos saudáveis adultos e concluiu que os sintomas relacionados ao estresse (ou seja, os escores de pressão, ansiedade e sono) diminuíram e a função cognitiva melhorou após duas semanas de administração de L-teanina. A redução dos problemas de qualidade do sono foi maior com a administração de L-teanina comparada a administração de placebo, enquanto a fluência verbal, especialmente a fluência das letras, foi melhorada com L-teanina entre indivíduos que apresentaram desempenho relativamente baixo no pré-tratamento. Além disso, o estudo relata que a administração de L-teanina foi segura, bem cumprida e que, portanto, a L-teanina pode ser um nutracêutico adequado em ambientes normais para população saudável. Esse ensaio apresentou algumas limitações gerando possíveis vieses, como, por exemplo: número de participantes (30); o estágio do transtorno; o local do ensaio uma vez que os indivíduos foram submetidos ao experimento em ambientes do mundo real, com fatores que podem envolver, consumo de chá verde ou de outro tipo, a ingestão de medicamentos, a dieta, a ingestão de nutrientes e o tipo de trabalho realizado. ARTIGO 29GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Uma revisão analisou 49 estudos de intervenção com objetivo de pesquisar sobre os efeitos psicoativos agudos da cafeína, L-teanina e epigalocatequina galato (EGCG) em diferentes dimensões do humor e do desempenho cognitivo. Os efeitos significativos já ocorreram com baixas doses de 40 mg. Contudo, a L-teanina isoladamente a partir de 200mg/dia apresentou uma melhora no relaxamento, na tensão e na calma auto-relatados (DIETZ, 2017). O estudo de Rao; Ozeki; Juneja, (2015) investigou a relação do sono e concluiu que com a utilização de 200mg/dia de L-teanina, beneficiou no relaxamento, modulou neurotransmissores, inibiu neurônios excitatórios e melhorou a qualidade do sono em homens, mulheres e crianças, reduzindo a quantidade de episódios de despertar ao longo da noite. Esses efeitos oferecem muitos benefícios, visto que a má qualidade de sono durante a noite muitas vezes causa sonolência durante o dia, um fator que afeta o desempenho no trabalho e até pode causar a acidentes de trânsito e de trabalho. O estudo reforça ainda que a L-teanina não é um sedativo indutor de sono, todavia seu efeito pode auxiliar na qualidade do sono (RAO; OZEKI; JUNEJA, 2015). CONSIDERAÇÕES FINAIS Sintomas relacionados ao estresse, bem como depressão, ansiedade, noites mal dormidas comprometem consideravelmente o cotidiano do indivíduo. Inúmeros estudos já mostraram que a suplementação de L-teanina é segura e pode promover muitos efeitos benéficos relacionados com a melhora na qualidade do sono, com a diminuição dos distúrbios na latência do sono e melhora nos sintomas depressivos, ansiedade e deficiências cognitivas. No entanto, mais estudos experimentais em humanos são necessários para consolidar efeitos mais específicos. Os estudos revisados apresentaram evidências de que a L-teanina aparenta ser um nutracêutico adequado para determinada população em certas condições, contudo, os efeitos desejados não podem ser atribuídos unicamente ao constituinte de uma substância. Para o tratamento de sintomas associados aos transtornos de estresse deve-se considerar o apoio médico, psicoterápico, mudanças na alimentação, no estilo de vida entre outros. ARTIGO 30GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGONETTI V. et al. Novel Therapeutic Approach for the Management of Mood Disorders: In Vivo and In Vitro Effect of a Combination of L-Theanine, Melissaofficinalis L. and Magnolia officinalis Rehder & E.H. Wilson. Nutrients. 2020. DIETZ C, DEKKER M. Effect of Green Tea Phytochemicals on Mood and Cognition. Curr Pharm Des. 2017. FREITAS, F.F. Avaliação dos Efeitos psicofisiológocos da L-Teanina em modelo de ansiedade em humanos. Dissertação (Mestrado em Ciências da Nutrição) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 2013. HENRIQUEZ-AEDO, KAREM; VEGA H, MARIO; ARANDA B, MARIO. Evaluation of tea functionality: determination of l-theanine content in green and black teas by liquid chromatography. J. Chil. Chem. Soc., Concepción , v. 58, n. 4, p. 2168-2171, dic. 2013. HIDESE, S. et al. Effects of L-Theanine Administration on Stress Related Symptoms and Cognitive Functions in Healthy Adults: A Randomized Controlled Trial. Nutrientes. 2019. HIDESE S. et al. Effects of chronic l-theanine administration in patients with major depressive disorder: an open-label study. Acta Neuropsychiatr. 2017. JUNEJA, L. R. et al. L- theanine: a unique amino acid of green tea and is relaxation effect in humans. Trends in food Science & Technology, 1999. LEWIS, A. Problem presented by the ambíguos word “anxiety” as used in psychopathology. In: The late4r papers of sir Aubrey Lewis. Oxford University Press, 1979. LIU, Q. et al. Effects of theanine on growth of human lung câncer and leucemia cells as well as migration and invasion of human lung cancer cells. Cytotechnology. V.59, 2009. LYON MR, KAPOOR MP, JUNEJA LR. The effects of L-theanine (Suntheanine®) on objective sleep quality in boys with attention deficit hyperactivity disorder (ADHD): a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Altern Med Rev. 2011. Rao TP, Ozeki M, Juneja LR. In Search of a Safe Natural Sleep Aid. J Am Coll Nutr. 2015;34(5):436-47. doi: 10.1080/07315724.2014.926153. Epub 2015. RIBEIRO, Hellany Karolliny Pinho et al . Transtornos de ansiedade como causa de afastamentos laborais. Rev. bras. saúde ocup., São Paulo , v. 44, e1, 2019 SAKATO Y. The chemical constituents of tea: III. A new amide theanine. Nippon Nogeikagaku Kaishi 1949. SARRIS J. ET AL. L-theanine in the adjunctive treatment of generalized anxiety disorder: A double-blind, randomised, placebo-controlled trial. J Psychiatr Res. 2019. Sharma, E .; Joshi, R .; Gulati, A. L -theanine: Um integrante sui generis surpreendente no chá. Food Chem. 2018, 242, 601–610, doi: 10.1016 / j.foodchem.2017. UNNO T, SUZUKI Y, KAKUDA T, et al. Metabolism of theanine, a gammaglutamylethylamide, in rats. J Agric Food Chem 1999. World Health Organization. International Labour Organization.Mental health and work: impact, issues and good practices. Geneva: WHO; 2000. YOKOGOSHI, H.; KOBAYASHI, M. Hypotensive effect of ƴ-glutamylmethylamide in spontaneously hypertensive rats. Life Science. V. 62, 1998. MODO DE PREPARO: - Pré-aqueça o forno em 180°; - Em um recipiente misture bem a pasta de amendoim, o leite em pó, o whey e o leite líquido; - Caso a mistura fique muito firme, vá adicionando 1 colher de sopa por vez até atingir a consistência desejada (usei no total 5); - Adicione o chocolate picado na massa e misture novamente; - Com ajuda de uma colher, modele a massa no tamanho desejado em uma assadeira forrada com papel manteiga ou untada com manteiga (eu usei aqueles tapetinhos de silicone); - Adicione mais alguns pedacinhos de chocolate por cima de cada cookie; - Leve ao forno por 10-15 minutos e está pronto! Ps. O cookie assa muito rápido, mas não fica dourado em cima! Então cuidado para não deixar muito tempo no forno, pois fica bem duro. 31GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. RECEITA INGREDIENTES: - 1 scoop de whey sabor baunilha (28g) - 1 colher de sopa de pasta de amendoim (25g); - 2 colheres de sopa de leite em pó desnatado (30g); - 5 colheres de sopa de leite líquido desnatado (70ml); - 2 quadradinhos de chocolate amargo picado. ARTIGO 32GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. maior parte da nossa evolução genética aconteceu em um cenário onde os seres humanos viviam em cavernas e se alimentavam do que encontravam e do que conseguiam caçar. Durante a maior parte da existência da nossa espécie não existia luz artificial e, portanto, todo o contato do ser humano com a iluminação era proveniente da luz solar. Evoluímos expostos ao ciclo ambiental de claro e escuro e, por isso, nossos processos internos oscilam adaptados a ele. De forma simples: estamos programados para realizar atividades e se alimentar durante o dia e repousar e dormir durante a noite. A palavra “circadiano” se deriva do latim e significa “cerca de um dia”, fazendo referência ao ritmo ambiental. Muitos processos fisiológicos e comportamentais dos seres humanos demonstram ter ritmos circadianos, incluindo regulação da temperatura corporal, cognição, humor e produção e liberação de hormônios, como cortisol e melatonina. É importante ressaltar que o ciclo circadiano biológico não tem necessariamente a duração exata de 24 horas, podendo correr um pouco além disso se existirem estímulos. O sono, a atividade física, a alimentação e a exposição a luz são alguns dos determinantes das oscilações circadianas internas, capazes de as aproximar ou afastar do ciclo externo de 24 horas. Esses sinais ambientais, chamados Zeitgebers, fornecem informações de ajuste para o sistema circadiano, sincronizando os ritmos biológicos (1,2). O desalinhamento circadiano refere-se à perturbação do ciclo interno em relação ao ciclo ambiental de luz. Insônia, dificuldade em acordar pela manhã e sonolência durante o dia são sintomas típicos e imediatos do desalinhamento circadiano. No entanto, as consequências fisiológicas e psicológicas são muito mais amplas e incluem mudanças nos padrões de alimentação, função metabólica e maior risco de doenças (3). O desalinhamento circadiano ocorre em muitos cenários, sendo alguns transitórios, como viagens que incluem mudança de fuso horário, ou crônicos, como alteração no padrão de horários aos finais de semana (jet lag social) ou no trabalho (shift work) (3). 33GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. ARTIGO O ritmo atual da nossa sociedade tem se tornado cada vez mais intenso, exigindo que algumas atividades ocorram durante todo o período de 24 horas, o que aumenta a demanda de trabalhadores em turnos. Esse tipo de ocupação, conhecida também como Shift Work, engloba tanto o trabalho permanente em horário noturno como o em turnos alternados, caracterizando qualquer trabalhador fora do horário comercial comum (entre 9 da manhã e 5 da tarde). Quando exposto a essa condição, o indivíduo precisa estar acordado em oposição ao ciclo circadiano construído evolutivamente para o ser humano (4). Portanto, modificar seus horários de sono e de alimentação os coloca em uma condição de desalinhamento circadiano4 ou disrupção circadiana (3). Horários alterados de sono e de alimentação podem causar distúrbios no balanço hormonal, como da leptina e grelina, reguladores chave de saciedade e fome que possuem variações circadianas ao longo do dia (4). Estudos científicos indicam que os trabalhadores em turno apresentam risco aumentado para diabetes (devido provavelmente à um metabolismo alterado da glicose), síndrome metabólica, obesidade, câncer e doenças cardiovascular (4), sendo quanto maior o período de exposição a uma rotina de trabalho noturna, maior o risco associado (5). Essas observações fizeram com que a maior organização mundial de pesquisa sobre câncer (IARC – OMS) classificasse esse tipo de ocupação como potencialmente carcinogênica para seres humanos. Quando estudado em laboratórios, o desalinhamento circadiano demonstrou causar diversas alterações em parâmetros bioquímicos e fisiológicos (6,7), como alteração gasto energético, o padrão de utilização de gorduras e carboidratos (8), a regulação hormonal (9), a pressão arterial e diversos marcadores inflamatórios (10). Evidências científicas indicam que comer em sincronia com os ritmos circadianos parece reduzir o peso corporal e melhorar significativamente a saúde metabólica. A abordagem prática referente ao antigo ditado popular "comer o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um pobre" foi testada no âmbito científico. Nesse estudo foi observado que mulheres que comeram mais durante o café da manhã e menos a noite perderam 5,1 kg mais peso em um período de 12 semanas do que as que ingeriram as calorias em um padrão oposto. Além disso, o grupo que ingeriu mais calorias no café da manhã teve maior redução da circunferência da cintura, da glicemia de jejum, da insulina, HOMA-IR e de níveis médios de triglicérides. 34GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. ARTIGO Da mesma forma, a média diária de glicose, insulina e grelina foram significativamente menores, enquanto a saciedade foi significativamente maior no grupo que ingeriu a maior quantidade de calorias no café da manhã. Mesmo apenas um dia pulando essa refeição teve um efeito deletério na expressão de genes que controlam o relógio biológico e o controle glicêmico em outro estudo (11). Consumir o café da manhã é uma estratégia importante no alinhamento dos genes circadianos, principalmente quando também se deseja o controle glicêmico no diabetes tipo 2. Além disso, o relógio circadiano também regula a pressão arterial e a atividade cardiovascular e, portanto, o momento da refeição pode ter influências importantes em diversas complicações crônicas da obesidade e do diabetes. Um estudo também mostrou que mulheres que almoçaram 16:30 (comparado ao grupo que almoçou 13:00) tiveram menor tolerância a glicose (12). Priorizar a ingestão de alimentos e as atividades durante o dia e reservar o período noturno para um sono de qualidade é determinante para regular os relógios biológicos internos ao ciclo circadiano ambiental. Se expor a luz natural na parte da manhã; evitar telas com luz artificial, grandes refeições e cafeína a noite; e tomar chás relaxantes, priorizando um ambiente calmo e tranquilo para dormir são alternativas simples e eficientes para manter a sincronia dos relógios biológicos, provendo saúde e qualidade de vida a curto e longo prazo. ARTIGO 35GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. 1. Quante, M. et al. Zeitgebers and their association with rest-activity patterns. Chronobiol. Int. 36, 203–213 (2019). 2. Vetter, C. Circadian disruption: What do we actually mean? Eur. J. Neurosci. 1– 20 (2018). doi:10.1111/ejn.14255 3. Baron, K. G. & Reid, K. J. Circadian Misalignment and Health. Int Rev Psychiatry. 26, 139–154 (2014). 4. James, S. M., Honn, K. A., Gaddameedhi, S. & Van Dongen, H. P. A. Shift Work: Disrupted Circadian Rhythms and Sleep—Implications for Health and Well-being. Curr. Sleep Med. Reports 3, 104–112 (2017). 5. Ward, E. M. et al. Carcinogenicity of night shift work. Lancet Oncol. 1–2 (2019). doi:10.1016/S1470-2045(19)30455-3 6. Chellappa, S. L., Morris, C. J. & Scheer, F. A. J. L. Effects of circadian misalignment on cognition in chronic shift workers. Sci. Rep. 9, 1–9 (2019). 7. Grimaldi, D., Carter, J. R., Cauter, E. Van & Leproult, R. Adverse impact of sleep restriction and circadian misalignment on autonomic function in healthy young adults Daniela. 344, 1173–1178 (2015). 8. McHill, A. W. et al. Impact of circadian misalignment on energy metabolism during simulated nightshift work. Proc. Natl. Acad. Sci. 111, 17302–17307 (2014). 9. Scheer, F. A. J. L., Hilton, M. F., Mantzoros, C. S. & Shea, S. A. Adverse metabolic and cardiovascular consequences of circadian misalignment. Proc. Natl. Acad. Sci. 106, 4453–4458 (2009). 10. Morris, C. J., Purvis, T. E., Hu, K. & Scheer, F. A. J. L. Circadian misalignment increases cardiovascular disease risk factors in humans. Proc. Natl. Acad. Sci. 113, E1402–E1411 (2016). 11. Jakubowicz, D. et al. Influences of breakfast on clock gene expression and postprandial glycemia in healthy individuals and individuals with diabetes: A randomized clinical trial. Diabetes Care 40, 1573–1579 (2017). 12. Bandín, C. et al. Meal timing affects glucose tolerance, substrate oxidation and circadian-related variables: A randomized, crossover trial. Int. J. Obes. 39, 828–833 (2015). Referências Bibliográficas: ARTIGO 36GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. sarcosarco peniapenia ARTIGO 37GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. sarcopenia é definida como perda progressiva de força, massa muscular e desempenho. Podemos classificar em primária, que ocorre decorrente ao envelhecimento, e secundária, devido aos fatores multifatoriais, como: sedentarismo, dieta abaixo do ideal, doenças crônicas, certos tratamentos farmacológicos, ou repouso por longos períodos, como os acamados, por exemplo. ARTIGO A perda da massa muscular pode ser considerada um processo normal do envelhecimento, mas a sarcopenia não. Ela pode trazer inúmeros malefícios à saúde, como: incapacidade funcional, fragilidade, aumento no risco de quedas, redução da qualidade de vida, dependência de cuidadores e, como consequência, elevar os custos de hospitalizações e do Sistema de Saúde. A perda da massa muscular pode ser considerada um processo normal do envelhecimento, mas a sarcopenia não. Ela pode trazer inúmeros malefícios à saúde, como: incapacidade funcional, fragilidade, aumento no risco de quedas, redução da qualidade de vida, dependência de cuidadores e, como consequência, elevar os custos de hospitalizações e do Sistema de Saúde. A prevalência varia de acordo com a idade, acometendo 13-24% dos indivíduos, entre 65-70 anos, e mais de 50% na população acima de 80 anos, principalmente idosos do sexo masculino. De acordo com o consenso europeu de sarcopenia (EWGSOP – European Working Group on Sarcopenia), alguns protocolos podem ser implementados para a determinação da presença de sarcopenia, como mostra na Figura 1 e também avaliar sua intensidade (Figura 2) De acordo com o consenso europeu de sarcopenia (EWGSOP – European Working Group on Sarcopenia), alguns protocolos podem ser implementados para a determinação da presença de sarcopenia, como mostra na Figura 1 e também avaliar sua intensidade (Figura 2) De acordo com o consenso europeu de sarcopenia (EWGSOP – European Working Group on Sarcopenia), alguns protocolos podem ser implementados para a determinação da presença de sarcopenia, como mostra na Figura 1 e também avaliar sua intensidade (Figura 2) 38GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Figura 1 – Adaptado – Cruz-Jentoft (2010) ARTIGO Figura 2 – Estágios da sarcopenia de acordo com EWGSOP Em 2018, houve uma nova atualização do consenso (EWGSOP2), com nova nomenclatura, dividida em: risco de sarcopenia, provável sarcopenia, sarcopenia e sarcopenia grave. O questionário SARC-F (Figura 3) é utilizado para identificar o risco de sarcopenia. A provável sarcopenia é identificada com força muscular diminuída. O diagnóstico é confirmado quando há uma qualidade ou quantidade muscular reduzida e, por fim, quando há uma soma dos critérios acima, agregado ao baixo desempenho físico, a sarcopenia é classificada como grave. Indivíduos que têm a somatória igual ou superior a 4 desse questionário, são classificados como risco de sarcopenia. Proteínas Observa-se que a população idosa apresenta inadequações nutricionais. Em sua maioria, apresentam déficits na ingestão calórica, proteica, de vitaminas e minerais. Estudos afirmam que 15% dos indivíduos, com mais de 60 anos, consomem menos que 75% das suas necessidades diárias de proteínas e essa ingestão inadequada é um problema para o desenvolvimento da sarcopenia. Recentemente, dois estudos de consenso (ESPEN) e o grupo de estudo PROT-AGE afirmaram que a tradicional RDA de proteínas para adultos (0,8g/kg de peso) não era eficaz para pessoas mais velhas. Indivíduos acima de 65 anos ou mais precisam de uma quantidade maior para ativar a síntese de proteínas musculares, em comparação aos jovens. No entanto, eles precisam de mais proteínas para compensar as condições inflamatórias e catabólicas associadas às doenças crônicas. Tanto a ESPEN, quanto o grupo de estudo PROT-AGE, sugere de 1,0 – 1,2g/kg de peso de proteínas, para idosos saudáveis, como mostra na Figura 4, porém, indivíduos com problemas renais, que não estejam em diálise, devem limitar sua ingestão a 0,8g/kg de peso. 39GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. ARTIGO 40GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Figura 3 – Recomendação Proteica dos Idosos. Foto adaptada: BAUER et al. 2013. A relação dos aminoácidos na prevenção e tratamento da sarcopenia. Os aminoácidos essenciais, em particular a leucina, são estímulos anabólicos marcantes. A leucina é um farmaconutriente na prevenção e tratamento de quadros clínicos, como a sarcopenia nos idosos. Suas fontes alimentares são: carnes magras, feijão, lentilha e laticínios. A suplementação com proteínas em pó ou aminoácidos essenciais (10- 15g) e leucina (mínimo 3g) pode auxiliar na superação da resistência anabólica nos indivíduos mais velhos. Principalmente se estiver associada com exercícios físicos regulares. Isso auxiliaria na promoção do ganho de massa e força muscular, além de melhorar o desempenho físico em idosos. A suplementação de Creatina em indivíduos sarcopênicos A creatina tem um efeito neuroprotetor e auxilia na melhora da sarcopenia. Uma intervenção nutricional mostrou eficácia na suplementação e um papel anti-sarcopênico. Noventa e cinco por cento (95%) da creatina é armazenada no músculo esquelético, enquanto o restante é encontrado no cérebro, fígado, rins e testículo. Suas principais fontes alimentares são carnes, peixes (frutos do mar) e aves e, em pequenas quantidades, nas plantas. A maior parte da creatina intramuscular é encontrada nas fibras musculares tipo II, porém, com o passar do tempo, as fibras vão diminuindo na quantidade e no tamanho e há uma ingestão alimentar diminuída, na qual a suplementação torna-se necessária. Foram realizadas três meta-análises que mostraram maior efeito da suplementação de creatina durante o treinamento de resistência, e resultou em maiores ganhos de massa muscular, força nos membros superiores e inferiores, e no desempenho físico, em uma amostra contendo mais de 1000 indivíduos, com idade acima de 45 anos. A suplementação traz um efeito positivo também em indivíduos na pós-menopausa e em indivíduos com Diabetes Mellitus II, onde houve um aumento maior no conteúdo do GLUT-4 da membrana. ARTIGO 41GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. No entanto, a suplementação deve ocorrer de forma contínua, ou seja, mesmo nos dias sem treino, de 3 – 5g/dia, para auxiliar no ganho de massa muscular. Além da suplementação, vale ressaltar a importância da hidratação estar adequada (30 – 40 mL/Kg de peso). Alterações hormonais No processo de envelhecimento ocorrem diversasalterações hormonais, ocasionando baixa formação óssea e menor reabsorção. Nos homens, o nível sérico de testosterona e androgênios adrenais sofre redução, principalmente após a oitava década de vida, podendo ocorrer em 40- 90% dos idosos nessa faixa etária, diminuindo a síntese de proteínas e o recrutamento de fibras. Nas mulheres, devido à menopausa, uma deficiência na disponibilidade e eficácia de estrogênio pode ser um fator de aceleração na perda de massa magra. Além disso, há uma diminuição na taxa metabólica de repouso, atividade física e massa muscular, e um aumento da massa de gordura, relação cintura-quadril e níveis de insulina em jejum. A importância dos exercícios físicos A inatividade física é uma das principais causas da sarcopenia. O exercício físico é eficaz para melhorar a massa muscular, força e desempenho físico. Ele aperfeiçoa os parâmetros de funcionamento físico, como força, velocidade de marcha, equilíbrio e capacidade aeróbica, além de tudo, melhora a composição corporal. A combinação de intervenções nutricionais e exercícios físicos atua sinergicamente para melhorar a saúde muscular, sendo portanto, a principal estratégia na prevenção e tratamento da sarcopenia. ARTIGO 42GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Como já mencionando, a combinação de proteína/aminoácido, associado ao exercício físico, mostrou aumentar o anabolismo proteico no músculo, e trouxe benefício tanto aos jovens quanto às pessoas mais velhas. No entanto, a ingestão de proteínas deve ocorrer em pelo menos 4 refeições do dia, sendo que uma delas deve acontecer até 2-3 horas após o treinamento. A sarcopenia quando presente e não tratada, implica no aumento de comorbidades clínicas, dentre as quais fazem parte, o aumento das taxas infecciosas, na redução da capacidade funcional, no balanço nitrogenado negativo e aumento da mortalidade. Conclusão Ao envelhecer, surgem diversas alterações hormonais, tanto no sexo masculino quanto no sexo feminino, e vários estudos confirmam o efeito positivo da ingestão adequada de proteínas e suplementação de creatina, aliada aos exercícios físicos frequentes e à hidratação adequada, para aumento de massa magra. Essas medidas são efetivas na prevenção e tratamento dessa condição clínica. Referências: 1.VISSER M., SCHAAP L. A. Consequences of sarcopenia. Clin Geriatr Med, 27, 387-99, 2011. 2.LANDI F., LIPEROTI, R., RUSSO A., GIOVANNINI, S., TOSATO, M, BARILLARO, C., et al. Association of anorexia with sarcopenia in a community-dwelling elderly population: results from the ilSIRENTE study. Eur J Clin Nutr , 52:1261-8, 2013. 3.LANG T., STREEPER T., CAYTHON P., BALDWIN, K., TAAFFE D. R., HARRIS T. Sarcopenia: etiology, clinical consequences, intervention, and assessment. Osteoporos Int ,21, 543-59, 2010. 4. BAUMGARTNER R.N., KOEHLER K.M., GALLAGHER D., ROMERO L., HEYMSFIELD S.B., ROSS R.R., et al. Epidemiology of sarcopenia among the elderly in New Mexico. Am J Epidemiol, 63, 147:755, 1988. 5. VERAS R.P. Estratégias para o enfrentamento das doenças crônicas: um modelo em que todos ganham. Rev Bras Geriatr Gerontol ,86, 14- 779, 2011. 6. JANSSEN I., SHEPARD D.S., Katzmarzyk PT, Roubenoff R. The healthcare costs of sarcopenia in the United States. J Am Geriatr Soc, 5, 52-80, 2004. 7. PADDON-JONES, D., SHORT, K.R., Campbell WW, et al. Role of dietary protein in the sarcopenia of aging. Am J Clin Nutr, 87,1562S–6S, 2008. 8. SAYER, A.A., SYDDALL H., MARTIN H., et al. The developmental origins of sarcopenia. J Nutr Health Aging, 12,427–32, 2008. 9. CRUZ-JENTOFT A.J., et al. European Working Group on Sarcopenia in Older People. Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis: Report of the European Working Group on Sarcopenia in Older People. Age Ageing. Jul;39(4):412-23, 2010. 10. BEAUDART C., MCCLOSKEY E., BRUYERE O., CESARI M., ROLLAND Y, RIZZOLI R., et al. Sarcopenia in daily practice: assessment and management. BMC Geriatr, 16(1):170, 2016. 11. SHIOZU H., HIGASHIJIMA, M., KOGA T. Association of sarcopenia with swallowing problems, related to nutrition and activities of daily living of elderly individuals. J Phys Ther Sci. , 27(2):393-6, 2015. 12. CRUZ-JENTOFT A.J., BAHAT G., BAUER J., BOIRIE Y., BRUYERE O., CEDERHOLM T., et al.; Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing, 48(1):16-31, 2019. 13. BARBOSA-SILVA T.G., BIELEMANN R.M., GONZALEZ M.C., MENEZES A.M. Prevalence of sarcopenia among community-dwelling elderly of a medium- sized South American city: results of the COMO VAI? study. J Cachexia Sarcopenia Muscle, 7(2):136-43, 2016. 14. MORLEY J.E. Anorexia, sarcopenia, and aging. Nutrition.,17(7–8):660–663, 2001. 15. ROUBENOFF R. Sarcopenia and its implications for the elderly. Eur J Clin Nutr, 54 (Suppl 3):S40–S4, 2000. 16. BAUER J., BIOLO G., CEDERHOLM T., CESARI M., CRUZ-JENTOFT A.J.,MORLEY J.E.,PHILLIPS S.,SIEBER C.,STEHLE P.,TETA D. et al. Evidence- Based Recommendations for Optimal Dietary Protein Intake in Older People: A Position Paper From the PROT-AGE Study Group. J. Am. Med. Dir. Assoc, 14, 542–559, 2013. 17. DEUTZ N.E.P., BAUER, J.M., BARAZZONI R., BIOLO G., BOIRIE Y., BOSY- WESTPHAL, A.; CEDERHOLM, T.,CRUZ-JENTOFT, A.J., KRZNARIC Z., NAIR, K.S., et al. Protein intake and exercise for optimal muscle function with aging: Recommendations from the ESPEN Expert Group. Clin. Nutr, 33, 929–936, 2014. 18. WHO/FAO/UNU. Protein and Amino Acid Requirements in Human Nutrition; Report of a Joint WHO/FAO/UNU Expert Consultation; WHO: Geneva, Switzerland, 2007. 19. GRAY-DONALDO K., ST-ARNAUD-McKENZIE, D., GAUFREAU P.,MORAIS J.A., SHATENSTEIN B.,PAYETTE H. Protein intake protects against weight loss in healthy community-dwelling older adults. J. Nutr, 144, 321–326, 2014. 20. BURD N.A., GORISSEN S.H., VAN LOON L.J. Anabolic Resistance of Muscle Protein Synthesis with Aging. Exerc. Sport Sci. Rev, 41, 169–173, 2013. 21. KOOPMAN R., WALRAND S.; BEELEN M., GIJSEN A.P., KIES A.K., BOIRIE Y.; SARIS W.H.M.,VAN LOON L.J.C. Dietary Protein Digestion and Absorption Rates and the Subsequent Postprandial Muscle Protein Synthetic Response Do Not Differ between Young and Elderly Men. J. Nutr.,139, 1707–1713, 2009. 22. WALRAND S., GUILLET C., SALLES J., CANO N., BOIRIE Y. Physiopathological Mechanism of Sarcopenia. Clin. Geriatr. Med., 27, 365–385, 2011. 23. ANTHONY J.C. ANTHONY T.G., KIMBALL S.R., JEFFERSON L.S. Signaling pathways involved in translational control of protein synthesis in skeletal muscle by leucine. J. Nutr., 131, 856S–860S, 2011 24. KATSANOS C.S., KOBAYASHI H., SHEFFIELD-MOORE M., AARSLAND A., WOLFE R.R. Aging is associated with diminished accretion of muscle. proteins after the ingestion of a small bolus of essential amino acids. Am. J. Clin. Nutr., 82, 1065–1073, 2005. ARTIGO 43GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. Nutrição E LIPODISTROFIA GINÓIDE CELULITECELULITE 44GO A HEAD NUTRITION | 9ªed. ARTIGO om a crescente valorização da saúde e da beleza, surgiram vários estudos que visam comprovar os melhores métodos de emagrecimento e de estética corporal como os que reduzem a celulite, presente em 80% a 90% das mulheres pós-púberes, e que é considerada uma das imperfeições estéticas mais intoleráveis. ARTIGO A lipodistrofia ginoide (celulite) ocorre em uma das camadas da pele denominada hipoderme, também conhecida como tecido subcutâneo, a camada mais profunda da pele, onde se encontram os adipócitos. A celulite é diferente da obesidade generalizada, na qual os adipócitos sofrem hipertrofia e hiperplasia. A celulite é caracterizada por grandes adipócitos metabolicamente estáveis, limitados às áreas inferiores do corpo, como por exemplo, pelve, coxas e abdômen (Quatresooz et al., 2006). Embora a celulite esteja frequentemente presente em pessoas saudáveis e não obesas, ela é exacerbada pelo sobrepeso. Os
Compartilhar