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Introdução aos Polímeros

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POLÍMEROS 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 DEFINIÇÃO 
O que é um polímero? Esta pergunta, que é muito pertinente hoje, diz respeito a 
substâncias que são tão difundidas em nossa vida cotidiana, que teríamos dificuldade 
em evitá-las. 
Um polímero é “uma molécula grande construída a partir de muitas unidades 
estruturais menores chamadas monómeros, ligadas covalentemente em qualquer 
padrão concebível.” (COWIE; ARRIGHI, 2007). 
Outra forma de explicar o que é polímero, mas de forma mais resumida, é 
utilizar a definição da IUPAC de 1996, que diz polímeros são: “substâncias compostas 
por macromoléculas”. IUPAC (1996) 
Seu nome vem do grego e significa “muitas partes” (poli – muitas, mero – 
partes). Possuem várias aplicações no nosso dia-a-dia indo de pisos, perfis, dutos até a 
indústria automotiva e componentes elétricos. 
1.2. NOMENCLATURA 
As normas internacionais publicadas pelo IUPAC indicam que o princípio geral 
para nomear os polímeros é utilizando-se o prefixo poli-, seguido da unidade estrutural 
repetitiva que define ao polímero, escrita entre parêntese. IUPAC (2002). Por exemplo: 
Poli (tio-1,4-fenileno). 
Porém, não costumam ser usadas para polímeros de estrutura mais simples e de 
uso comum, principalmente porque esses polímeros foram inventados antes que se 
publicassem as primeiras normas da IUPAC, em 1952, e por isso seus nomes 
tradicionais já haviam sido popularizados. 
Na prática, os polímeros de uso comum costumam ser denominados das 
seguintes maneiras: 
Prefixo poli- seguido do monômero de onde obtém o polímero. Esta convenção é 
distinta da convenção da IUPAC porque o monômero nem sempre coincide com a UER, 
e utiliza uma denominação sem uso de parêntese e, em muitos casos, seguindo uma 
nomenclatura "tradicional". Exemplo: polietileno em vez de "poli (metileno)"; 
poliestireno em vez de "poli(1-feniletileno)". 
Para copolímeros, costumam-se listar simplesmente os monômeros que os 
formam: Precedidos da palavra "goma" (se é um elastômero), ou "resina" (se é um 
plástico). Exemplos: goma estireno-butadieno; resina fenol-formaldeído. 
É frequente também o uso indevido de marcas comerciais como sinônimos de 
polímeros, independentemente da empresa que o fabrique. Exemplos: Nylon para 
poliamida, Teflon para politetrafluoeretileno, Neopreno para policloropreno, Isopor para 
poliestireno. 
1.3. PROPRIEDADES 
Cada material pode ser classificado de acordo com uma série de atributos, 
chamados propriedades, que serão importantes na escolha do material a ser utilizado em 
um processo. Algumas dessas propriedades padrão são: módulo, resistência, dureza, 
condutividade térmica e elétrica, entre outras. (KOPPERSCHMIDT, 2015) 
1.3.1. PROPRIEDADES GERAIS 
 - Baixa densidade: 0,9 – 1,5 g/cm³. (CARAM, 2017) 
 - Resistentes à rotura e ao desgaste; 
 - Elevada processabilidade e facilmente moldáveis, isto é, a facilidade de 
converter o material numa determinada forma; 
 - Resistente à ação dos agentes atmosféricos, não quebram, não formam 
pontes e não estilhaçam; 
 - Podem ser altamente elásticos; 
 - Peso reduzido (São mais leves que os metais e que o vidro); 
 - Lubrificação – são materiais de baixo atrito; 
 - Isolação – tem excelentes propriedades de isolamento elétrico e acústico; 
 - Baixo custo de produção; 
 - Possibilidade de serem usados no fabrico de peças nas mais variadas 
formas, tamanhos e cores. 
Apesar destas vantagens, os polímeros causam problemas ecológicos, pois não 
se decompõem por si só na natureza, podendo causar acidentes se lançados à água dos 
mares, rios ou lagos. A grande maioria dos polímeros tem suas propriedades altamente 
sensíveis à taxa de deformação, à temperatura e à natureza química do ambiente. 
(KOPPERSCHMIDT, 2015). 
2. HISTÓRICO 
Hoje, o conceito de polímero é universalmente aceito pelos cientistas, mas nem 
sempre foi assim. Na verdade, o antagonismo inicial que rodeava essa ideia de que 
moléculas muito largas, unidas covalentemente, poderiam existir estava profundamente 
assentada e muito difícil de dissipar. 
Em 1861, o escocês Thomas Graham distinguiu-se entre substâncias cristaloides 
que poderiam difundir-se facilmente quando em solução, e coloides (ou substâncias 
semelhantes a glúten) que se recusavam a cristalizar, apresentavam altas viscosidades 
em solução e eram difundidas lentamente, quando dissolvidas em líquidos. Ele explicou 
essa diferença de comportamento ao assumir que os cristaloides eram partículas 
pequenas, enquanto o coloide era composto de partículas grandes. 
Isso foi aceitável para a maioria dos cientistas, mas o desacordo tornou-se 
aparente quando houve tentativas de análise adicional no nível molecular. A ideia de 
polímeros era essencial se massas de partículas de 6500 e 10
5
, que tinham sido 
calculadas de medições do ebullioscopic e crioscópico de partículas de borracha em 
solução, fossem explicadas em acordo com a abordagem física. 
Os cientistas eram tão fechados, acreditando que apenas pequenas partículas 
poderiam existir como entidades químicas, que a possibilidade de formar longas cadeias 
como mostrado na Figura abaixo, como uma forma alternativa de explicar as altas 
massas molares não parecia ter sido considerada seriamente. 
 
 Em 1927, o químico orgânico Hermann Staudinger (construindo em 
observações através do químico inglês Pickles) iniciou a convencer outros químicos, 
embora lentamente, que substâncias coloidais como borracha, amido, e celulose eram, 
na verdade, longas, lineares, filiformes de comprimento variável, compostos de 
pequenas unidades moleculares definidas, ligadas covalentemente a outra para formar 
macromoléculas. 
2.1. USO AO LONGO DO TEMPO 
Pode parecer que os polímeros são algo recente, graças ao uso intensivo dos 
mesmos após a Revolução Industrial, e o entendimento e reconhecimento pela academia 
científica apenas na década de 1920. Entretanto, eles têm sido usados desde a 
Antiguidade Clássica (GORNI, 2003). Vejamos a evolução da utilização de materiais 
poliméricos ao longo do tempo: 
 1000 a. C – Os chineses descobrem o verniz extraído de uma árvore (Rhus 
vernicflua), aplicado na forma de revestimentos impermeáveis e duráveis. Foi 
usado em móveis domésticos até a década de 50. 
 800 d. C – Surgimento da gutta-percha, uma resina natural presente na casca das 
árvores da Malaia. 
 1550 – Primeira menção a borracha natural feita por Valdes após uma expedição 
à América Central. Os nativos usavam como artigos esportivos impermeáveis há 
milhares de anos. 
 1596 - John Huyglen von Linschoeten relata usos da goma laca após uma visita 
à Índia. 
 1650 - John Tradescant introduz o uso da gutta percha no Ocidente após suas 
viagens para coleta de plantas no Oriente. Esse material foi usado para fabricar 
desde mangueiras de jardim até móveis, tendo sido substituído como 
revestimento de cabos submarinos na década de 1940. 
 1770 - Priestley atribui o nome de rubber à borracha, uma vez que ela consegue 
remover marcas em um papel (em inglês, "to rub" significa raspar, rasurar). 
 1835 - Regnault relata a produção, até então inédita, de cloreto de vinila, 
monômero do P.V.C. 
 1839 - Charles Goodyear descobre a vulcanização, processo que consiste na 
adição de enxofre à borracha natural, tornando-a mais forte e resiliente. Isso 
viabilizou seu uso como importante material de engenharia. Descoberta, em 
laboratório, do poliestireno. Contudo não havia condições plenas para sua 
fabricação na época. 
 1845 - Robert William Thompson inventa o pneu de borracha. 
 1909 - Hermann Staudinger inicia o desenvolvimento da borrachasintética 
(isopreno). 
 1912 - Ostromislensky, na Rússia, patenteia um processo de polimerização do 
cloreto de vinila, obtendo-se PVC. Contudo, a decomposição do polímero 
durante o processo inviabiliza seu desenvolvimento comercial. Fritz Klatte 
patenteia um método para a produção de seu monômero, cloreto de vinila; ele 
logra polimerizá-lo em PVC, mas essa resina ainda teria de esperar até a década 
de 1930 para ser produzida em escala comercial. 
 1933 - Descoberta do processo de polimerização do processo de polimerização 
sob alta pressão do polietileno. Pesquisadores da I.C.I. (R. Hill e J.W.C. 
Crawford) iniciam o desenvolvimento do poli(metil metacrilato) - PMMA, que 
seria mais tarde comercializado com os nomes comerciais de lucite, plexiglas, 
acrílico, etc. 
 1938 - Roy Plunkett (Du Pont) descobre acidentalmente o teflon ou PTFE - 
poli(tetrafluoretileno). Ele constatou que um cilindro cheio desse gás estava, na 
verdade, vazio. Ao cortá-lo, verificou-se a presença de um resíduo branco em 
seu interior. 
 1958 – No Brasil entra em operação a Union Carbide, em Cubatão SP, 
produzindo polietileno de baixa densidade. 
 1990 - Começa a era dos plásticos biodegradáveis: a Warner Lambert 
desenvolve o Novon, resina a base de amido; a I.C.I. lança o Biopol. (GORNI, 
2003) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A imagem abaixo mostra a cronologia de forma mais resumida: 
 
Fonte: http://www.ufrgs.br/lapol/materias_primas/v_51.html Todos direitos reservados a 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 
3. CLASSIFICAÇÃO 
 Quanto à origem: 
- Naturais: São aqueles adquiridos da natureza, onde não há nenhuma 
fabricação ou manufatura feita pelo homem. Exemplos: Látex e Madeira 
 
Estrutura da Celulose, um polímero natural presente na madeira. Fonte: 
http://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-celulose.htm 
- Sintéticos: São aqueles fabricados pelo homem, seja em indústrias ou em 
laboratórios. Exemplos: Poliestireno, PVC, polietileno, etc... 
 
Poliestireno, também chamado de Isopor. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Polystyrene.svg 
 
 Quanto ao número de monômeros: 
- Homopolímeros: Polímero composto por um só monômero, durante a 
polimerização. Exemplos: PVC. 
 
Arranjo homopolímero de policloreto de vinila. Cada bola no diagrama da estrutura 
molecular representa uma unidade de repetição de cloreto de vinila, como mostrado na 
fórmula da estrutura química. Fonte: https://www.britannica.com/science/homopolymer 
- Copolímeros: São polímeros formados por mais de um tipo de monômero. 
(FOGAÇA, 2017). Exemplos: Borrachas sintéticas, como ABS, Buna-N e Buna-
S. 
 
Acrilonitrila butadieno estireno (ABS). Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:ABS_resin_formula.PNG 
 Quanto ao tipo de cadeia: 
- Cadeias lineares: Quando a molécula é um encadeamento linear de átomos. 
Os polímeros lineares dão origem a materiais termoplásticos, isto é, plásticos 
que podem ser amolecidos pelo calor quantas vezes quisermos e, ao resfriarem, 
voltam a apresentar as mesmas propriedades iniciais. Exemplo: Polietileno. 
(MUNDO VESTIBULAR, 2017). 
 
Polietileno. Fonte: http://pasquimico.blogspot.com.br/2012/06/ 
- Ligações cruzadas: Quando cadeias poliméricas lineares ou ramificadas são 
interligadas por ligações covalentes. Esse processo de interligação é conhecido 
como crosslinking ou reticulação. Por causa da ligação cruzada, a cadeia 
polimérica perde a sua fluidez e, como resultado, deixa de ser moldada. Tais 
polímeros são denominados de termorrígidos. Exemplo: Poliisopreno (Borracha 
Vulcanizada). 
 
Poliisopreno. Fonte: https://ctborracha.com/?page_id=514 
 
- Ramificadas na cadeia linear básica: Possuem pequenos ramos ligados à 
cadeia principal do polímero. Falando de forma figurada, seria como pequenas 
linhas amarradas à cadeia principal, neste caso, ao longo do comprimento da 
corda. Exemplo: Poliacetato de vinila (PVA) 
 
Poliacetato de vinila (PVA). Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/10516078/ 
- Tridimensionais: Quando a macromolécula se desenvolve em todas as 
direções, isto é, há ligações entre cadeias adjacentes, através de átomos 
localizados ao longo da cadeia. (MUNDO VESTIBULAR, 2017). 
 Quanto ao tipo de polimerização: 
- Polímeros de adição: Formados a partir de um único monômero, através de 
uma reação de adição. As substâncias usadas na geração de polímeros 
manifestam de forma obrigatória uma ligação dupla entre os carbonos. 
Exemplos: Politetrafluoretileno (teflon); policianeto de vinila (poliacrilonitrila); 
poliacetato de vinila (PVA). 
 
Politetrafluoretileno (Teflon). Fonte: https://www.ulsinc.com/materials/teflon 
- Polímeros de condensação: Ao contrário dos polímeros de adição, os 
polímeros de condensação são formados pela reação de monômeros diferentes. 
Visto que são diferentes, os monômeros devem apresentar grupos funcionais 
distintos também e não é necessária a dupla ligação entre carbonos. Exemplos: 
Poliéster tergal, Poliamida Kevlar, Silicone, Poliéster PET, etc... (FOGAÇA, 
2017). 
 
Poliamida Kevlar. Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/quimica/polimero-prova-bala-
kevlar.html 
 Quanto à organização da cadeia polimérica 
- Amorfo: Polímeros amorfos não possuem nenhum grau de organização de sua 
cadeias. (OLIVEIRA; GOMES, 2013). Exemplos: poli(metacrilato de metilo) e 
poliestireno. 
 
Poli(metacrialato de metilo) (PMMA) visto por microscópio. Fonte: 
http://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2014/ra/c4ra01894j/unauth#!divAbstract 
- Semicristalino: Polímeros em que parte das cadeias poliméricas se organizam. 
(ENGENHARIA DE MATERIAIS, 2017). Possui cristais, mas não é totalmente 
cristalino. Exemplos: Polietileno e polipropileno. 
 
Polipropileno visto por microscópio. Fonte: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-14282004000400010 
4. POLIMERIZAÇÃO 
A reação que dá origem a um polímero é denominada reação de polimerização, 
em que a molécula inicial (monômero) se agrupa sucessivamente com outras, 
produzindo o polímero. 
Os processos de polimerização foram divididos por Flory (1953) e Carothers 
(Mark 1940), em dois grupos: polimerização por condensação e polimerização por 
adição; em outras palavras: reação gradual e reação em cadeia. (BILLMEYER, 1984). 
Na formação de polímeros, a Condensação ou reação gradual ocorre entre duas 
moléculas polifuncionais para produzir uma molécula polifuncional maior, com a 
eliminação de sub-produtos como a água. A polimerização por adição ou reação em 
cadeia envolve reações nas quais o transportador de corrente pode ser um íon ou uma 
substância reativa com um elétron não emparelhado chamado: radical livre. 
 
Polimerização por adição 
 
Polimerização por condensação 
As técnicas de polimerização podem ser distribuídas em dois tipos de sistema: 
homogêneo e heterogêneo. Esses dois grupos representam condições atuantes bem 
diferentes, tanto a nível de laboratório quanto escala industrial. As técnicas que 
empregam o sistema homogêneo são: 
 Polimerização em Massa (ou Bloco); 
 Polimerização em Solução 
As técnicas que empregam o sistema heterogêneo são: 
 Polimerização em emulsão; 
 Polimerização em suspensão; 
 Polimerização interfacial 
 Polimerização em fase gasosa. 
 
Nota: Pedro Henrique pesquise sobre essas polimerizações 
Nota: Vídeo explicando sobre polimerização: https://youtu.be/4A3xpXAGlGA 
5. ESFORÇOS MECÂNICOS E ENSAIOS 
Os polímeros constantemente são submetidos a forças que podem ser aplicadas 
através como tração (tensile), compressão (compression),flexão (bending), 
cisalhamento (shear) e torção (torsion). A fim de quantificar estas forças, diversos 
ensaios mecânicos podem ser realizados, fornecendo informações valiosas sobre as 
propriedades dos materiais analisados. 
5.1. TRAÇÃO 
A resistência à tração de um material indica quanto estresse proveniente de 
alongamento o material suportará antes da falha. Isto é muito importante em aplicações 
que dependem da resistência física ou da durabilidade de um polímero. Em geral, a 
resistência à tração aumenta com o comprimento da cadeia polimérica e a reticulação 
das cadeias poliméricas. A resistência à tração de um material pode ser quantificada 
com o ensaio de tração (Norma ASTM-D638). 
5.1.1. PROCEDIMENTO DO ENSAIO DE TRAÇÃO 
O ensaio de tração geralmente é realizado na máquina universal, que tem este 
nome porque se presta à realização de diversos tipos de ensaios. Analise 
cuidadosamente a ilustração a seguir, que mostra os componentes básicos de uma 
máquina universal de ensaios. 
 
A máquina de tração é hidráulica, movida pela pressão de óleo, e está ligada a um 
dinamômetro que mede a força aplicada ao corpo de prova. Fonte: 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAIBYAC/ensaio-tracao 
Fixa-se o corpo de prova na máquina por suas extremidades, numa posição que 
permite ao equipamento aplicar-lhe uma força axial para fora, de modo a aumentar seu 
comprimento. Normalmente utilizam-se corpos de prova de seção circular ou de seção 
retangular, dependendo da forma e tamanho do produto acabado do qual foram 
retirados, como mostram as ilustrações a seguir. 
 
A parte útil do corpo de prova, identificada no desenho anterior por Lo, é a 
região onde são feitas as medidas das propriedades mecânicas do material. As cabeças 
são as regiões extremas, que servem para fixar o corpo de prova à máquina de modo que 
a força de tração atuante seja axial. 
O primeiro procedimento consiste em identificar o material do corpo de prova. 
Corpos de prova podem ser obtidos a partir da matéria-prima ou de partes específicas do 
produto acabado. 
Depois, deve-se medir o diâmetro do corpo de prova em dois pontos no 
comprimento da parte útil, utilizando um micrômetro, e calcular a média. Por fim, deve-
se riscar o corpo de prova, isto é, traçar as divisões no comprimento útil. Num corpo de 
prova de 50 mm de comprimento, as marcações devem ser feitas de 5 em 5 milímetros. 
Assim preparado, o corpo de prova estará pronto para ser fixado à máquina de ensaio. 
Nos resultados ensaio de tração, obtém-se o gráfico tensão-deformação, no qual 
é possível analisar o comportamento do material ao longo do ensaio. Do início do 
ensaio, até a ruptura, os materiais geralmente passam pelas seguintes etapas: 
 Tensão máxima de tração; 
 Tensão de escoamento; 
 Tensão de ruptura; 
 Região de encruamento; 
 Região de "estricção"; 
 
Gráfico de Tensão-deformação para Polímeros. Fonte: 
https://pt.slideshare.net/felipecrosa9/aula-6-propriedades-mecnicas 
5.2. FLEXÃO 
. A resistência à flexão de um material indica o quanto um corpo de prova 
consegue flexionar antes de deformar ou romper. A resistência à flexão pode ser 
quantificada através do ensaio de flexão (Norma ASTM-D790). 
5.2.1. PROCEDIMENTO DO ENSAIO DE FLEXÃO 
O ensaio de flexão consiste na aplicação de uma carga crescente em 
determinados pontos de uma barra, medindo o valor da carga versus a deformação 
máxima. 
Existem dois tipos principais de ensaios: 
 Ensaio de flexão em três pontos; 
 Ensaio de flexão em quatro pontos; 
 
Ensaio de Flexão em 3 pontos 
 
Ensaio de Flexão em 4 pontos 
Recomenda-se o corpo-de-prova possuir a forma retangular, a relação 
comprimento/espessura não ser menor que 15 e a relação largura/espessura não ser 
maior que 10. 
As propriedades obtidas no ensaio de flexão são: 
 Módulo de ruptura na flexão; 
 Módulo de elasticidade; 
 Módulo de resiliência; 
 Módulo de tenacidade; 
5.3. TORÇÃO 
A torção é um esforço mecânico aplicado em sentido de rotação. A resistência à 
torção pode ser quantificada através do ensaio de torção (Norma ASTM-E58883) e é 
usado na mecânica do material para se medir o quanto pode se dobrar o material até que 
quebre ou rache. Essa pressão que é aplicada é chamada de torque. 
5.3.1. PROCEDIMENTO DO ENSAIO DE TORÇÃO 
Quando é necessário verificar o comportamento de materiais, utilizam-se corpos 
de prova. Para melhor precisão do ensaio, empregam-se corpos de prova de seção 
circular cheia ou vazada, isto é, barras ou tubos. Estes últimos devem ter um mandril 
interno para impedir amassamentos pelas garras do aparelho de ensaio. 
Em casos especiais pode-se usar outras seções. Normalmente as dimensões não 
são padronizadas, pois raramente se escolhe este ensaio como critério de qualidade de 
um material, a não ser em situações especiais, como para verificar os efeitos de vários 
tipos de tratamentos térmicos em aços, principalmente naqueles em que a superfície do 
corpo de prova ou da peça é a mais atingida. 
Entretanto, o comprimento e o diâmetro do corpo de prova devem ser tais que 
permitam as medições de momentos e ângulos de torção com precisão e também que 
não dificultem o engastamento nas garras da máquina de ensaio. 
Por outro lado, também é muito importante uma centragem precisa do corpo de 
prova na máquina de ensaio, porque a força deve ser aplicada no centro do corpo de 
prova. 
O ensaio de torção é realizado em equipamento específico: a máquina de torção. 
 
Máquina do Ensaio de Torção 
Esta máquina possui duas cabeças às quais o corpo de prova é fixado. Uma das 
cabeças é giratória e aplica ao corpo de prova o momento de torção. A outra está ligada 
a um pêndulo que indica, numa escala, o valor do momento aplicado ao corpo de prova. 
O aspecto das fraturas varia conforme o corpo de prova seja feito de material 
dúctil ou frágil. Os corpos de provas de materiais dúcteis apresentam uma fratura 
segundo um plano perpendicular ao seu eixo longitudinal. 
Para materiais frágeis, a fratura se dá segundo uma superfície não plana, mas que 
corta o eixo longitudinal segundo uma linha que, projetada num plano paralelo ao eixo, 
forma 45º aproximadamente com o mesmo (fratura helicoidal). 
 
Nota: Vídeos explicando o Ensaio de Torção: https://youtu.be/QqdXNZXhGZI 
Vídeo 2:https://www.youtube.com/watch?v=wPcJ4Wqe4L 
 
6. POLÍMEROS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Nas últimas décadas, os polímeros têm sido cada vez mais solicitados na 
Construção Civil, e de forma concomitante, a eficiência desses materiais está invadindo 
os projetos de edifícios, buscando substituir materiais considerados até então, de maior 
nobreza como o aço, a madeira, o barro e o concreto na execução das obras. 
Para ter-se ideia da importância dos polímeros (plásticos) na construção civil, 
estes materiais detêm seu segundo maior mercado neste setor, perdendo apenas para o 
de embalagens, quanto à utilização como matéria-prima. Os polímeros desempenham 
um papel de importância crescente na construção civil, quer quantitativa quer 
qualitativamente. 
Os materiais plásticos têm um leque vasto de aplicações, por exemplo, o 
revestimento de pavimentos, acabamento interior de paredes, canalizações, artigos 
sanitários, colas e mastiques, estores, corrimãos, acessórios de iluminação, puxadores, 
fechos, caixilharias ou em cofragens. (SIMPÓSIO EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 
2013). 
6.1. PRINCIPAIS APLICAÇÕES DOS POLÍMEROS NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
6.1.1. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS 
A qualidade das instalações hidráulicas prediais, no seu conceito mais amplo, é 
fundamental para a qualidade da edificação como um todo. O usuário final deseja que a 
instalaçãohidráulica predial possa suprir as suas necessidades com baixo custo, 
durabilidade, manutenção fácil e barata. Por outro lado, o construtor ou o empreendedor 
de uma edificação deve procurar componentes e sistemas com qualidade, baixo custo, 
facilidade de execução e também de manutenção. (Manual OPP/TRIKEM, 1998, p. 08). 
Os polímeros podem ser usados para instalações prediais de água, esgoto 
sanitário e captação e condução de águas pluviais. Em instalações hidráulicas prediais 
de água, há uma utilização cada vez maior dos seus componentes produzidos em 
polímeros. No caso do PVC (poli cloreto de vinila), segundo o manual TRIKEM 
(1988), é utilizado basicamente para a condução ou manuseio de água à temperatura 
ambiente e no caso da condução de água quente são indicadas às tubulações de CPVC 
(poli cloreto de vinila clorado), semelhante ao PVC, porém com maior estabilidade 
emrelação à água quente. 
As tubulações baseadas em PVC são indicadas para aplicações em edificações 
residenciais, comerciais e industriais. 
Segundo ACETOZE (1996), e VANDERGORIN (1987) as características dos 
componentes, em PVC, são que estes possuem juntas estanques (soldadas ou 
rosqueadas), tem menor custo de material e de mão-de-obra em relação aos materiais 
tradicionalmente utilizados, são resistentes à corrosão, a lisura das paredes internas 
resulta em maior velocidade do fluxo e menos formação de depósito, não são 
condutores de eletricidade, coeficiente de expansão térmica muito maior que outros 
matérias, são praticamente imunes ao ataque de bactérias e fungos, possuem densidade 
menor que materiais tradicionais como cerâmica e ferro galvanizado. 
 
Tubo marrom de PVC 
6.1.2. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
Dentre os componentes elétricos, podem ser citados os eletrodutos para a 
passagem de fios e cabos, internamente às paredes das construções; perfis para 
instalações elétricas aparentes; fios e cabos com isolamento; e componentes terminais 
da instalação (caixas, espelhos, tomadas, interruptores e outros). Estes componentes 
elétricos são bastante difundidos por permitir um bom isolamento elétrico e por 
minimizar os efeitos de curto circuito originados dos fios descascados. Há ainda, os 
dutos e subdutos responsáveis pela passagem de calor. 
Os polímeros mais largamente empregados para confecção destes materiais são: 
PVC (poli cloreto de vinila), PS (poliestireno), PE (polietileno), PP (polipropileno), 
PPO (polióxifenileno) e o PCTFE (politrifluorcloroetileno). O PVC é o único polímero 
aplicado na produção de todos os componentes elétricos; enquanto que o PS é aplicado 
com maior constância em cabos elétricos; o PE e PP em isolamento de cabos elétricos; o 
PPO em relés e interruptores e o PCTFE em diversos componentes para equipamentos 
elétricos. 
Os fios são filamentos formados por um condutor e os cabos, formados por 
vários condutores. No caso destes componentes em PVC, podem ser utilizados em 
instalações elétricas, telefônicas, antenas de televisão e FM, localizados em edificações 
residenciais, comerciais e industriais e subestações transformadoras. 
Os eletrodutos poliméricos são destinados ao alojamento e proteção dos fios 
elétricos e podem ser rígidos ou flexíveis e possuem em comum a elevada resistência à 
compressão, o que permite que sejam embutidos em lajes, paredes e pisos. 
Os dutos e subdutos de PVC são utilizados em instalações subterrâneas de redes 
elétricas e de telefonia, ou seja, têm a função de proteger cabos e fibras óticas. 
Conforme já mencionado existem ainda outros componentes como os relés e 
interruptores normalmente confeccionados em PPO. 
 
Relé e Eletroduto, respectivamente. 
6.1.3. FECHAMENTO DE FACHADAS – ESQUADRIAS E 
PORTAS 
Os perfis de esquadrias de PVC foram lançados na Alemanha entre 1955 e 1960 
e atualmente representam uma parcela significativa das esquadrias vendidas nos 
mercados europeu e americano. 
As primeiras tentativas de produção e comercialização de esquadrias sintéticas, 
no Brasil, datam de meados da década de setenta quando ainda se importava o PVC, e a 
partir de 1979 inicia-se no Brasil a produção, em maior escala, das esquadrias de PVC, 
basicamente com tecnologia alemã e austríaca. 
Atualmente o PVC domina 50% do mercado de esquadrias da Europa e supera 
os 30% nos EUA, sendo que no Brasil permanece estacionado na casa dos 5%. Segundo 
os fabricantes de esquadria de PVC a construção, em geral, vai demorar mais alguns 
anos até assimilar os benefícios desta tecnologia por dois motivos básicos: excesso de 
tradicionalismo e desconhecimento quanto à redução no consumo de energia elétrica, 
proporcionado pelo uso do PVC. 
A implantação de janelas de PVC no projeto e construção de edifícios tem sido 
realizada obedecendo a certas exigências da qualidade como segurança, habitabilidade, 
durabilidade e qualidade dos dispositivos complementares. Ao se comparar o custo de 
esquadrias fabricadas com materiais distintos, no caso o PVC e o alumínio, deve-se 
considerar determinados aspectos como o desempenho da esquadria; se a esquadria é 
fornecida com vidro e persiana; o custo de instalação da esquadria e do vidro, entre 
outros aspectos. 
A fabricação das portas de PVC baseia-se na mesma formulação utilizada para a 
fabricação de janelas em PVC rígido. Atualmente a porta sanfonada em PVC rígido é 
um produto bem sucedido devido à sua facilidade de limpeza, instalação e 
funcionamento, cujas funções são dividir e decorar os ambientes. Quando recolhidas 
ocupam pouco espaço e podem ser instaladas em paredes que já receberam acabamento. 
 
Porta de PVC. Fonte: http://www.forrovend.com.br/distribuidor/portas-pvc-12 
 
6.1.4. PISOS, REVESTIMENTOS E FORROS 
Os pisos vinílicos são materiais produzidos a partir do PVC e apresentados no 
mercado através de placas, pisos semiflexíveis ou mantas que são adaptados para 
aplicação em qualquer ambiente interno como residências. 
De acordo com SIMÕES E LEITE (1997), o piso vinílico é composto por resina 
de PVC ou de copolímeros de cloreto de vinila ou ambos, plastificantes, estabilizantes, 
aditivos, cargas inertes e pigmentos. No caso das mantas flexíveis pode haver a 
associação das mesmas a uma manta de fibra de vidro, que aumenta a estabilidade 
dimensional do produto. 
Os pisos vinílicos podem apresentar as características interessantes, tais como: 
oferecem facilidade, economia e rapidez na sua aplicação, são versáteis, podendo ser 
aplicados em diferentes ambientes, resistência comprovada com relação à dureza e 
impacto, boa resistência a agentes químicos com bases, sais e ácidos. 
O forro pode ser descrito como uma barreira utilizada no interior das 
edificações, entre a cobertura e os ambientes, com uma diversidade de funções como 
acabamento interior, isolamento térmico, absorções sonoras, delimitação espacial e 
ocultação de redes de instalação. 
Os painéis mais utilizados são os de gesso, fibras vegetais, resinas sintéticas 
(principalmente PVC e acrílico), de madeira e de metal. Entre as propriedades dos 
polímeros utilizados na confecção de painéis para forro de teto podemos destacar a 
instalação mais limpa e eficiente, a facilidade de limpeza, a baixa densidade, o ótimo 
isolamento acústico e elétrico, e um bom desempenho térmico devido às cavidades 
internas que formam vazios de ar. 
 
Piso vinilíco. Fonte: http://facilfazer.com/piso-vinilico-instalacao-5-passos/ 
 
Forro de PVC 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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