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HISTORIA DA ARTE E DA ARQUITETURA III-25

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capítulo 1 • 24
Estes argumentos são pertinentes na medida em que no próximo segmento 
discorreremos sobre a Arquitetura Neoclássica, campo do conhecimento humano 
que envolve ao mesmo tempo arte e tecnologia.
Na verdade, contrariamente aos seus princípios iniciais, o neoclassicismo aca-
bou se tornando um estilo cortesão, e em virtude de sua temática estar associada 
com um passado clássico glorioso, foi usado por regimes absolutistas como for-
ma de propaganda de suas imagens e realizações. Independentemente de grandes 
obras que foram realizadas, o estilo foi usado como forma de embelezar palácios da 
nobreza ou da rica burguesia, desvirtuando em parte os propósitos moralizantes 
que deram origem ao movimento.
A fundamentação ética induz à elegante e monumental estética da 
arquitetura neoclássica
Após as revoluções Francesa e Industrial, na mesma onda que inundou a 
Europa de ideais éticos e estéticos, a arquitetura neoclássica também nasceu como 
consequência da necessidade da construção de edificações específicas para abrigar 
novos programas, como: edifícios institucionais, escolas, hospitais etc.
A Arquitetura Neoclássica se consolidou a partir de distintos processos inter-re-
lacionados que transformaram radicalmente a relação entre o homem e a natureza, 
que já em meados do século XVII aumentaram repentinamente a capacidade hu-
mana de controlá-la.
Outra linha desse processo se deveu a uma mudança radical do pensamento 
humano, como forma de suprir as grandes transformações que estavam em curso 
na sociedade, fazendo nascer uma nova formação cultural que também satisfazia 
às necessidades estilísticas da aristocracia decadente e a burguesia ascendente.
Acrescentem-se ainda que a mudança da consciência humana produzisse novos 
campos do conhecimento, que as mudanças tecnológicas levaram à execução de 
uma nova infraestrutura urbana e à exploração de um maior potencial produtivo.7
A Revolução Francesa tem como antecedentes uma revolução social e cultural 
alicerçada na ideologia iluminista, disseminada pelos filósofos e pela Enciclopédia 
desde meados do século XVIII. Influenciada pelas ideias enciclopedistas, a nas-
cente burguesia necessitava de reformas política e econômica, pois se via cerceada 
pelas rígidas estruturas dos antigos regimes absolutistas.
7 ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna: Do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. tradução Denise 
Bottmann e Federico Carotti - 2ª edição: São Paulo : Companhia das Letras, 1992; p. 3.

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