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capítulo 5 • 199 projeto de Henri Van de Velde, propôs uma estrutura de concreto composta de quatro pilares e duas vigas gigantescas (lembrando pontes) que sustentam a sala de espetáculos. Outras obras como a Église Notre-Dame du Raincy (1922) em que a estrutura de concreto aparente e os fechamentos laterais com elementos pré-moldados de concreto e vidro dão dignidade ao templo; ou ainda as obras de reconstrução do centro do porto de Le Havre (1945-1964) com a monumental sede da Prefeitura, bem como a emblemática Église Saint-Joseph (1951) [figura 5.4], com sua gigan- tesca torre (em concreto aparente) semelhante a um farol à beira do oceano sim- bolicamente homenageando as vítimas da guerra.219 Associado à rigidez clássica, Perret fez uso do concreto armado como forma de resolver seus problemas construtivos que se apresentaram na época. Abriu ca- minho para que, posteriormente, o concreto armado tivesse um papel fundamen- tal no desenvolvimento da Arquitetura Moderna no século XX (sobremaneira nas mãos de seu discípulo – Le Corbusier), principalmente nos emergentes países da América Latina, como o Brasil, por exemplo. Originário de um bairro de operários de Lyon, da mesma forma que Auguste Perret, Tony Garnier (1869-1948) foi um dos pioneiros do desenvolvimento e da aplicação do concreto armado como possibilidade construtiva e formal bem como da vertente funcionalista na arquitetura. Desde muito jovem, ele foi confrontado com as duras condições sociais de vida dos trabalhadores permanecendo coerente- mente ligado à causa socialista até sua morte. Tanto quanto Perret acreditava numa arquitetura sem rebuscamentos e ex- cessos decorativos, na existência de uma arquitetura que se adaptasse às mudanças dos tempos, mas que também tivesse fundamentos formais imutáveis, na qual houvesse uma harmonia preestabelecida entre herança arquitetônica (clássica) e técnica construtiva (contemporânea). Garnier acreditava que a engenharia e a técnica construtiva com novos tipos de materiais propiciariam qualidade estética à arquitetura contemporânea, com edificações funcionais que valorizassem a au- tenticidade dos materiais. Esses condicionantes e sua paixão pela arquitetura ficam evidentes, ao analisarmos seu percurso profissional, através da realização do proje- to de uma cidade industrial ideal e ainda ao tentar encontrar uma solução para o problema da habitação social. Destacado aluno na Escola de Belas Artes de Lyon e da École des Beaux-Arts de Paris ganhou o “Grand Prix de Rome” – Grande Premio de Roma (1899) destinado aos melhores estudantes de cada ano, propiciava que 219 Disponível em: <http://www.expositionperret.fr/b%C3%A2timents/immeuble-de-la-rue-franklin-text-2/>.
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