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HISTÓRICO Tudo começou com Thomas Adison (1855) em que ele irá descrever uma doença que destruía o parênquima das glândulas supra-renais. Mais adiante o Browm-Séquard (1856) vai pegar animais, vão tirar essa adrenal e essa redução vai levar o indivíduo ao choque por conta do estresse. A doença de Adisson tem vários sintomas como: PA, redução de sódio e máculas melanoticas. Mais adiante (1936), Cushing vai descrever uma síndrome aonde o individuo tinha uma hiper secreção de ACTH que leva a um excesso de produção de corticoide que vai desenvolver o quadro de “síndrome de Cushing”. GLICOCORTICÓIDES SINTÉTICOS – HISTÓRICO Os hormônios sintéticos eles vão aparecer em 1949, Hench e Cols são os primeiros a usar cortisona terapeuticamente para a artrite reumatóide. A partir dessa data temos uma grande quantidade composta de glicocorticóides. O uso mostrou-se eficaz no tratamento de amplo-aspectro de doenças não endócrinas. Um ano depois Kench, Kendall e Reichstein (1950) – ganharam o premio nobel de medicina pela descoberta e uso dos corticosteróides na artrite. REVISÃO ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS SUPRA-RENAIS OU ADRENAIS -As adrenais estão localizadas nos polos superiores de cada rim. -Divisões: zona externa (córtex) e intermediária (medula), na medula temos a produção de adrenalina e noradrenalina e no córtex temos a produção de hormônios aldosterona na parte mais externa, na intermediaria cortisol e junto a medula os hormônios sexuais. -Então vemos que a camada glomerulosa tem a produção do aldosterona que vamos chamar de mineralocorticóide. -A camada fasciculada que é a zona de produção do cortisol e a zona reticular que é a produção de hormônios sexuais. EIXO HIPOTÁLAMO - HIPÓFISE - ADRENAL Captamos estímulos do ambiente que são captados pelo córtex e vão ativar o hipotálamo que vai produzir um fator liberador de corticotrofina chamado de CRF, esse CFR vai atuar na adeno hipófise e vai produzir ACTH que atua na adrenal (fasciculada) e vai produzir o cortisol. De acordo com o horário do dia temos mais ou menos cortisol. RITMO DE SECREÇÃO DO CORTISOL Padrão temporal normal de secreção do ACTH e Cortisol: É um gráfico que temos um ciclo de 24h que podemos chamar de Ciclo circadiano de produção de corticosteróides. A partir de 18h temos uma queda do nível de cortisol como ele é anti- inflamatório/analgésico/imunossupressor e no início da tarde temos uma maior dor aumentada, febre aumente... As piores dores a partir de 4h da manhã em que os níveis são baixos. HORMÔNIOS DO CÓRTEX ADRENAL Os corticosteróides constituem três grupos ou famílias de hormônio: • Glicocorticóides: cortisol ou hidrocortisona • Mineralocorticoide: aldosterona • Esteróides sexuais: andrógenos (DHEA) e estrógenos. De onde vem o cortisol? Tanto o aldosterona, cortisol e os hormônios sexuais tem uma base comum: molécula de pregnenolona. E todos vem do colesterol (LDL) o próprio fígado fabrica o colesterol para a produção de todos esses hormônios. GLICOCORTICÓIDES SINTÉTICOS Os sintéticos que são os prescritos nas clinicas medicas e odontológicas. São alterações estruturais na molécula do esteróide que afetam sua biodisponibilidade, incluindo: • Absorção gastrintestinal ou parenteral • Meia vida plasmática e metabolismo hepático, adiposo e nos tecidos-alvo. • Habilidade de interagir com o receptor GC e modular a transcrição dos genes GC-responsivos. ESTRUTURA MOLECULAR DE ALGUNS CORTICOSTERÓIDES O cortisol endógeno e cada bolinha dessa azul são alterações da indústria farmacêutica. Qual a diferença do cortisona para o cortisol? O radical cetona no carbono 11. Transporte e Circulação dos glicocorticóides sintéticos: >Maioria liga-se minimamente à CBG (proteína plasmática – gubulina fixadora de cortisol). >Ligam-se preferencialmente à albumina. >Circulam principalmente na forma livre (não ligados). MECANISMO DE AÇÃO ESTERÓIDE É um mecanismo lento. Vai se ligar a um receptor intracelular que muda de conformação, perde uma parte chamada de proteína do choque térmico (HST 90) e esse complexo vai entrar no núcleo na cromatina e vai identificar a sequencia de bases, vai ativar uma RNA polimerase que vai fazer a transcrição. O RNA mensageiro vai sair do núcleo, vai entrar nos ribossomos e vai fazer a tradução para uma molécula de proteína e essa proteína que vai dar o efeito (inflamatório, imunossupressor). INIBIÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS Um outro mecanismo do glicocorticóide, como eles atuam: -No processo inflamatório ele precisa de citocinas, para produção de citocinas precisa ativar o fator de transcrição para fazer essa transcrição de moléculas de citocinas pró inflamatórias que vem do RNA mensageiro. Quando existe o glicocortícoide o receptor ele se liga ao fator de transcrição diminuindo o rna mensageiro das citocinas pró inflamatórias, resultado: eu não tenho citocinas pró inflamatória, logo não tenho a atividade inflamatória. E vou ter redução de: dor, calor, edema... que são os sinais cardinais da inflamação. Como é que o glicocorticóide vai atuar na resposta vascular? Vai permitir o aumento da vasodilatação e da permeabilidade. A vasodilatação e a permeabilidade são dependentes da citocina, glicosanoides, histaminas e etc... Quando o clicocorticóide está presente vai inibir esses mediadores a ação. Como é que o glicocorticóide vai atuar na resposta celular da inflamação? A quimiotaxia é dependente de fatores exógenos (bactérias ou endógenos) e essas moléculas vão fazer processo de quimiotaxia, saída de leucócitos para o local da injúria. Quando os glicocorticóides estão prescritos, tem a redução desses fatores endógenos e redução de quimiotaxia, ou seja, redução celular e vascular, no processo de inibição. Processo da cascata do ácido araquidônico Glicocorticóides CG vão inibir a fosfolipase 1 via proteína chamada lipocortina. Então o glicocorticoide inibindo a fosfolipase, vai inibir a cascata de ácido araquidônico de um lado e vai inibir a cascata das COX 2, que vamos ter a redução das prostaglandinas. Então glicocorticóides reduz leucotrienos e prostaglandinas. Redução de mediadores do processo de inflamação. METABOLISMO DO CORTISOL ♦ Taxa de secreção diária do cortisol em adultos normais: 10+/- mg/24h (4,5 – 15,5 mg/24h) ♦ Taxa de excreção diária do cortisol livre urinário (não metabolizado): 26 +/- mg(mc)/24 hs (12 – 40 mg/24hs) CORTICOTERAPIA SISTÊMICA Metabolismo de Fármacos Meia-vida plasmática: >tempo necessário para reduzir em 50% os níveis plasmáticos iniciais de um fármaco. Meia-vida biológica: >tempo necessário para um órgão ou tecido eliminar 50% de uma substância radioativa administrada. Corresponde ao tempo de disponibilidade do fármaco ao nível do tecido, e reflete a duração da sua ação ou efeito terapêutico. Os glicocorticóides são divididos de acordo com sua meia vida biológica: -Curta -Intermediária -Prolongada (efeitos são baseados na duração da supressão do ACTH após dose única de composto) (observar a meia vida de cada) A dexametasona bem mais potente que o cortisol. PARTE 2 CORTICOTERAPIA SISTÊMICA INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Reações e processos alérgicos: Asma Dermatite de contato Picada de insetos(abelhas) Rinite alérgica Edema angioneurótico Doença do soro Reação a drogas Urticária Doenças Vasculares e do Colágeno: >Arterite de células gigantes >Arterite temporal >Polimialgia reumática >Polimiosite >Lúpus eritematoso reumatóide >Artrite >Síndromes mistas do tecido conectivo O glicocorticoíde nessas doenças possui um papel imunossupressor importante.No lúpus, é uma droga que salva a vida do indivíduo, as doses são maciças. Doenças oftalmológicas: >Uveíte aguda >Conjuntivite alérgica >Coroidite >Neutrite óptica/retrobulbar São inflamações e essa droga tem um papel anti-inflamatório poderoso. Doenças pulmonares: >Asma brônquica >Pneumonia aspirativa >Prevenção da síndrome do desconforto respiratório da criança >Sarcoidose Doenças dermatológicas: >Dermatite atópica >Dermatite seborrêica >Micose fungóide >Líquen simples crônico(neurodermatite localizada) >Dermatoses >Pênfigo >Xerose No pênfigo e líquen tem que ter cuidado por conta dos efeitos colaterais. Doenças neurológicas: >Edema cerebral >Esclerose múltipla No edema as doses são altíssimas. Doenças renais e Transplantes de órgãos: >Síndrome nefrótico >Prevenção e tratamento da rejeição (imunossupressão) Ajuda no início logo do processo e depois ficam apenas com os imunossupressores. Doenças infecciosas: >Septicemia por gram-negativos >Ocasionalmente útil na supressão da inflamação excessiva de alguns processos infecciosos. Doenças hematológicas: >Anemia hemolítica adquirida >Anemia hemolítica autoimune >Púrpura alérgica aguda >Púrpura trombocitopênica idiopática >Leucemia >Mieloma múltiplo Doenças gastrintestinais: >Doença inflamatória do intestino >Sprue não tropical >Necrose hepática subaguda Doenças osteo-articulares: >Artristes >Bursites >Teno-sinovites OUTRAS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS (EM DOENÇAS NÃO ENDÓCRINAS) ♦ Supressão das reações hospedeiro x enxerto, nos casos de transplantes de órgãos ou tecidos. ♦ Doenças neoplásicas do sistema linfóide: linfomas e leucemias (em associação com a quimioterapia apropriada) Efeitos da Corticoterapia Sistêmica O uso terapêutico prolongado de glicocorticóides resulta em: ➢ Efeitos colaterais sistêmicos ➢ Supressão do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal (HHA) – Vai ocorrer se tiver um uso intenso – esses pacientes são de risco. EFEITOS DO TRATAMENTO PROLONGADO: *Sistema músculo-esquelético: Osteoporose(reduz a aborsão do cálcio e aumenta a excreção), fraturas ósseas, fraqueza(perda de fibras estriadas tipo 2), miopatia, atrofia muscular(perda de massa muscular) próximal *Disfunção Hipofisária/Gonadal: Alterações menstruais(altera todo o processo do metabolismo do colesterol), diminuição da libido, impotência, hipotiroidismo, interrupção do crescimento e nanismo (crianças) *Sistema endócrino-metabólico: ▪ Supressão do eixo HHA ▪ Interrupção do crescimento ▪ Intolerância aos carboidratos (resistência a insulina, diabetes mellitus) – Um paciente que é diabético tem piora na diabete. ▪ Estigmas cushingóides (fáceis em lua- cheia, pletora facial(bochecha vermelha), obesidade central, giba(gordura atras do pescoço), acne, pele fina e frágil, estrias violáceas) ▪ Irregularidade menstrual, impotência ▪ Hipocalemia(redução do potássio), alcalose metabólica Causados por uso prolongado Sistema Gastrintestinal: ♦ Irritação gástrica, úlcera péptica ♦ Pancreatite aguda (rara) ♦ Infiltração gordurosa do fígado e hepatomegalia (rara) CORTICÓIDE ENGORDA? Sim, essa irritação gástrica dá uma certa sensação de fome. Sistema Hematopoiético: ▪ Leucocitose (com neutrofilia) ▪ Linfocitopenia ▪ Eosinopenia diminuição =penia ▪ Monocitopenia Sistema Imunológico: ▪ Supressão da hipersensibilidade tardia ▪ Supressão da resposta antigênica primária ▪ Supressão da função dos linfócitos T helper 1; predominância dos T helper 2 Sistema Músculo-Esquelético: ▪ Osteoporose e fraturas espontâneas ▪ Necrose asséptica de cabeça de fêmur e úmero ▪ Miopatia Sistema Oftálmico: ▪ Catarata subcapsular posterior (comum em crianças) ▪ Aumento da pressão intraocular ▪ Glaucoma Doenças Neuropsiquiátricas (SNC): ▪ Distúrbios do sono e insônia ▪ Euforia e depressão ▪ Mania e psicose ▪ Pseudotumor cerebral (aumento benigno da pressão intracraniana) ▪ “Dependência aos glicocorticóides” Sistema Renal: ▪ Nefrolitíase ▪ Uricosúria Sistema Cardiovascular: ▪ Hipertensão arterial ▪ Infarto do miocárdio (raro) ▪ Acidente Vascular Cerebral (raro) Interações Medicamentosas Efeito dos GCs sobre níveis sanguíneos de outras drogas Níveis estão diminuídos: Aspirina Isoniazida Insulina Hipoglicemiantes orais Anticoagulantes coumarínicos Aspirina e anticoagulantes geralmente tomam pacientes que tiveram trombos, AVC, infarto. Esses pacientes tem suscetibilidade a trombos e a glicorticóide aumenta as plaquetas. Insulina e hipoglicemiantes quem toma é diabético então os GCs aumenta a glicemia. Níveis estão aumentados: Ciclosporina Ciclofosfamida DROGA EFEITO Anfotericina B Hipocalemia Diuréticos depletivos de potásisio Hipocalemia Digitálicos Toxicidade digitálica Vacinas com vírus Infecções generalizadas Reações alérgicas graves / atenuados Hormônio do crescimento Inibição do efeito
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