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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO PROF. ME. MATEUS HENRIQUE DE SOUZA Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica: Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Luana Cimatti Zago Silvério Marta Yumi Ando Renata da Rocha Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Aliana de Araujo Camolez © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................5 1. FOGO E INCÊNDIO ..................................................................................................................................................6 1.1 O QUE É O FOGO? ..................................................................................................................................................6 1.2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O FOGO ..............................................................................................................6 1.2.1 COMBUSTÍVEL ...................................................................................................................................................7 1.2.1.1 COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS ..............................................................................................................................8 1.2.1.2 COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS ............................................................................................................................8 1.2.1.3 GASOSOS .........................................................................................................................................................9 1.2.2 COMBURENTE ...................................................................................................................................................9 1.2.3 CALOR .................................................................................................................................................................9 1.2.4 REAÇÃO EM CADEIA .........................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO PROF. ME. MATEUS HENRIQUE DE SOUZA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 4WWW.UNINGA.BR 1.3 PROPAGAÇÃO DO FOGO .......................................................................................................................................9 1.3.1 CONDUÇÃO .........................................................................................................................................................9 1.3.2 CONVECÇÃO .......................................................................................................................................................9 1.3.3 IRRADIAÇÃO ......................................................................................................................................................10 1.4 MEIOS DE EXTINÇÃO DO FOGO .........................................................................................................................10 1.4.1 EXTINÇÃO POR RESFRIAMENTO ....................................................................................................................10 1.4.2 EXTINÇÃO POR ABAFAMENTO ....................................................................................................................... 11 1.4.3 EXTINÇÃO POR ISOLAMENTO ........................................................................................................................ 11 1.4.4 EXTINÇÃO QUÍMICA ........................................................................................................................................ 11 2. CLASSES DE INCÊNDIO ........................................................................................................................................ 11 2.1 CLASSE A .............................................................................................................................................................. 11 2.2 CLASSE B ............................................................................................................................................................. 11 2.3 CLASSE C .............................................................................................................................................................12 2.4 CLASSE D .............................................................................................................................................................12 2.5 CLASSE K .............................................................................................................................................................12 3. PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO ......................................................................................................12 3.1 DEFINIÇÕES DO CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO – CSCIP ...................................12 3.2 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS (NPT)...........................................................13 3.3 ÁREA DE UMA EDIFICAÇÃO ...............................................................................................................................15 3.4 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO À OCUPAÇÃO .......................................15 3.5 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO À SUA ALTURA ........................................................................... 17 3.6 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO À CARGA DE INCÊNDIO...................... 17 3.7 EXIGÊNCIAS PARA AS EDIFICAÇÕES................................................................................................................ 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................21 5WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Toda edi� cação, que tem por função receber pessoas, é obrigada a oferecer segurança contra intempéries e outros fatores que possam prejudicar a vida dos ocupantes, bem como proporcionar conforto aos usuários. Nesse sentido, a edi� cação deve asseverar a segurança contra incêndio e pânico, pois, uma vez que ela passe por essas condições, os seus ocupantes devempossuir a garantia de saída da área de risco de maneira segura. Por isso, é preciso estudar as situações de incêndio e pânico nas edi� cações, de modo que o corpo técnico possa prever tais situações e estabelecer um plano bem estruturado para ser seguido em situações extremas. Talvez uma edi� cação nunca passe por situações como essas, mas, por outro lado, um plano bem elaborado pode salvar vidas. 6WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. FOGO E INCÊNDIO O fogo está presente em praticamente todas as habitações, como uma fonte desejável de calor, meio para o preparo de alimentos etc. Contudo, sabe-se do seu perigo e o que pode acontecer em situações de incêndios. Assim, o motivo para estudar-se sobre esse elemento é a sua potencialidade de destruição. 1.1 O Que é o Fogo? Para que possam ser discutidas todas as orientações quanto aos incêndios e todas as orientações contidas em normas, é necessário esclarecer alguns conceitos básicos, por exemplo, a de� nição de fogo. De modo geral, ele é uma reação química que libera calor e luz. Essa reação decorre de uma mistura de gases que, em geral, são fontes de luz visíveis. Pode ser que haja uma confusão com o termo “gases”, já que, em muitos casos, observa-se o fogo em madeiras, por exemplo. O fato é que esses materiais sólidos, em altas temperaturas, liberam gases, que, juntos com uma situação favorável, geram o fogo. 1.2 Elementos que Compõem o Fogo Como o fogo é fruto de uma reação química, é importante que seja bem entendido o que compõem essa reação. A teoria considera que, em uma mesma reação, o fogo é formado por três elementos fundamentais, sendo eles o combustível, comburente e o calor. Essa de� nição é chamada de “triângulo do fogo”, como apresenta a Figura 1. Antes de esclarecer de maneira mais profunda cada defi ni- ção a respeito da prevenção de incêndio e de pânico, é in- teressante saber sobre a importância de um bom plano de prevenção. A seguir é apresentado um vídeo que destaca algumas tragédias que aconteceram devido aos incêndios. COMBATE e prevenção de incêndio segurança e medicina do trabalho. 2014. Publicado pelo canal Technical Buildings. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=eeStdnAVw_0. Acesso em: 2 out. 2019. 7WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 1 – Triângulo do fogo. Fonte: Simiano e Baumel (2013). Atualmente, tem se discutido que o fogo não é apenas resultado desses três elementos, mas também de uma “reação em cadeia”, dando origem ao “tetraedro do fogo”, conforme mostra a Figura 2. Figura 2 – Tetraedro do fogo. Fonte: Simiano e Baumel (2013). 1.2.1 Combustível O combustível não é, simplesmente, a gasolina ou um outro elemento capaz de mover veículos. Aqui, ele é considerado como toda a substância capaz de ser consumida no processo de combustão, que se divide em três grupos: os combustíveis sólidos, líquidos e gasosos. 8WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2.1.1 Combustíveis sólidos Madeira, papel, algodão etc. são combustíveis considerados sólidos. Quanto maior for a superfície exposta ao calor, mais rápido o material se aquece, até que, consequentemente, surja o fogo. Os combustíveis sólidos possuem menos energia calorí� ca, se comparados aos líquidos e aos gasosos. 1.2.1.2 Combustíveis líquidos Os líquidos in� amáveis possuem propriedades que di� cultam a extinção do fogo. Uma propriedade importante é a solubilidade. Existem materiais, como os derivados do petróleo, que não são solúveis em água. Já o etanol, por exemplo, é um combustível líquido que possui solubilidade em água. Em casos de perigo, é possível que ocorra uma mistura de água e etanol até que este líquido não seja mais considerado in� amável. Outra propriedade relevante é a volatilidade, que é a facilidade que um líquido tem para liberar vapores. Em outras palavras, quanto maior for a volatilidade de um líquido, mais perigo ele oferece com relação ao fogo ou às explosões. De acordo com a volatilidade, os líquidos podem ser divididos nos seguintes grupos: ➢ Líquidos in� amáveis: possuem ponto de fulgor abaixo de 38ºC. Uma característica importante desses líquidos é a densidade. Eles são mais leves que a água, portanto, � utuam sobre ela. Como exemplo, há a gasolina, etanol e acetona. ➢ Líquidos combustíveis: possuem ponto de fulgor acima de 38ºC, como os óleos e a glicerina. De modo geral, os combustíveis líquidos podem apresentar os seguintes pontos de temperatura: • Ponto de fulgor. • Ponto de combustão. • Ponto de ignição. O ponto de fulgor representa a temperatura mínima em que o combustível desprende vapores, os quais se in� amam em contato com a chama, sem continuidade. Já o ponto de combustão representa a temperatura mínima, na qual o combustível desprende vapores que podem in� amar-se em contato com a chama, agora, de forma continua, mantendo a combustão. Por � m, o ponto de ignição representa a temperatura mínima, em que o combustível se in� ama sem o contato com uma chama, bastando apenas o calor e a presença de oxigênio. A gasolina, por exemplo, possui ponto de fulgor igual a -42,8ºC, ponto de combustão igual a -39,8ºC e ponto de ignição igual a 257,2ºC. 9WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2.1.3 Gasosos Como os gases não possuem uma forma de� nida, eles tomam a forma do ambiente em que estão. Gases com densidade maior do que o ar tendem a � car próximos ao solo, como é o caso do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Já os gases que possuem densidade menor do que o ar tendem a � car em posições mais elevadas do ambiente, como é o caso do Gás Natural (GN). Dentre os materiais combustíveis, os gases possuem a maior energia calorí� ca. 1.2.2 Comburente O comburente é um elemento essencial para que haja fogo. O oxigênio é considerado o comburente mais comum, pois está presente em praticamente todos os ambientes. Quando em concentração baixa (inferior a 16%), impossibilita a combustão. Contudo, além do Oxigênio, existem outros gases que podem ser considerados comburentes, dependendo da composição dos elementos que geram o fogo, como o Hidrogênio. 1.2.3 Calor Em resumo, o calor é uma forma de energia. Ele é capaz de fazer com que o fogo se inicie e propague-se. 1.2.4 Reação em cadeia Os combustíveis, o comburente e o calor não são capazes de produzir fogo por si só, pois, para que isso aconteça, é necessário que haja contato e reação em cadeia entre os elementos. 1.3 Propagação do Fogo Em trabalhos de extinção do fogo, é essencial saber de que maneira o fogo pode espalhar- se. Nesse contexto, considera-se que os incêndios possam propagar-se por meio da condução, convecção e irradiação. 1.3.1 Condução A condução é uma forma de propagação por contato direto, de uma molécula para outra. Esse tipo pode ser observado em casos que o fogo consome elemento por elemento, como uma peça de madeira ou papel, até que tudo seja consumido. 1.3.2 Convecção A convecção é um tipo de propagação que ocorre de um ambiente para outro, por intermédio da transferência de calor por massa de ar aquecido. Essa situação pode ser observada em edifícios de múltiplos andares, por exemplo, quando há incêndio em pavimentos inferiores. Após algum tempo, é possível que ocorra a propagação de fogo em pavimentos superiores, sem que haja o contato direto, apenas a movimentação de massas de ar aquecidas. 10WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3.3 Irradiação A irradiação é a transmissão de calor por meio de ondas calorí� cas. Em obras próximas, por exemplo, é possível que o fogo seja propagado de uma onda de calor para outra, que, mesmo sem o contato direto. 1.4 Meios de Extinçãodo Fogo A partir do conhecimento a respeito do fogo, é possível identi� car as formas existentes para extinguir-se os incêndios. Para cada tipo de incêndio, é necessário que seja empregada uma forma especí� ca de extinção, cuja � nalidade é evitar o perigo. Dessa forma, destacam-se os seguintes métodos: • Extinção por resfriamento. • Extinção por abafamento. • Extinção por isolamento. • Extinção química. Figura 3 – Combate a incêndio por hidrante. Fonte: Serviço Público Federal (2018). 1.4.1 Extinção por resfriamento O método de extinção por resfriamento consiste em diminuir a temperatura, para, com isso, diminuir o calor. O objetivo é fazer com que o combustível não gere mais vapores, acabando com o fogo. Para esse meio de extinção, o elemento mais usado é a água. 11WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.4.2 Extinção por abafamento A extinção por abafamento tem por objetivo impedir que o oxigênio (comburente) esteja em contato com o combustível. Nos casos de incêndios alimentados com Oxigênio, a reação pode ser interrompida caso a concentração do comburente seja menor do que 16%. 1.4.3 Extinção por isolamento A extinção por isolamento signi� ca retirar o combustível da reação que produz o fogo, ou seja, considera-se como extinção, a retirada do material que está queimando ou de um material próximo ao fogo que poderá queimar por um dos meios de propagação. 1.4.4 Extinção química A extinção química é a combinação de um componente químico especí� co com o material in� amado, a � m de fazer com que a mistura não seja mais in� amável. Com isso, espera-se que esse meio de extinção não aja diretamente em um elemento do fogo, mas sim na reação em cadeia de modo geral. 2. CLASSES DE INCÊNDIO Para que haja uma extinção rápida e e� ciente de incêndios, é preciso entender as características de cada combustível. Em suma, existem cinco classes de combustíveis reconhecidas: • Classe A – sólidos combustíveis. • Classe B – líquidos e gases combustíveis. • Classe C – materiais energizados. • Classe D – materiais pirofóricos. • Classe K – óleos e gorduras. 2.1 Classe A A Classe A representa os incêndios que ocorrem em materiais � brosos ou sólidos. Esse tipo de incêndio queima devido a um volume tanto em superfície quanto em profundidade. Madeira, papel e tecidos são exemplos desses materiais. Essa classe deixa resíduos (cinzas), e a sua extinção pode ser feita por resfriamento. 2.2 Classe B A Classe B indica incêndio em materiais líquidos e gasosos. É caracterizada por uma queima de superfície, sem resíduos. O GLP e óleos são exemplos dessa classe. A extinção de incêndios desse tipo ocorre por abafamento. 12WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.3 Classe C A Classe C provém de materiais energizados. É caracterizada por apresentar um elevado risco em seu combate. Caso esses materiais estejam desconectados de uma fonte de energia, eles podem ser tratados como Classe A. Exempli� cam essa classe os motores, transformadores e quadros elétricos. A sua extinção pode ser feita por meio de abafamento. Não pode ser utilizada água ou gás carbônico. 2.4 Classe D A Classe D representa os incêndios que ocorrem em materiais pirofóricos. De modo geral, eles emitem forte luz e são difíceis de apagar. Alumínio em pó, potássio e rodas de magnésio compõem essa classe. Nesse caso, a extinção deve ocorrer por abafamento, isto é, não se deve usar água ou espuma. 2.5 Classe K A Classe K envolve os incêndios em óleos e gorduras, decorrentes do cozimento de alimentos. É considerada uma classe de elevado risco. A sua extinção jamais deve ser com água. Essa classe pode reagir perigosamente ao líquido, podendo gerar até explosões. O meio mais indicado para essa classe também é por abafamento. 3. PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO A partir de toda a base acerca de incêndios, classes de incêndio e modos de extinção, é preciso colocar em prática e aplicar tais conceitos nas edi� cações. Para isso, existem as orientações técnicas, propostas pelo Corpo de Bombeiros, em cada região. Nesta apostila serão discutidas as normas aplicadas segundo o Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná. Atualizada de acordo com a última revisão de 2018, a norma é composta pelo Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (CSCIP), Normas de Procedimentos Administrativos (NPA) e pelas Normas de Procedimentos Técnicos (NPT). Além dessas, são oferecidas outras orientações a respeito de projetos, pelo Corpo de Bombeiros. De modo geral, para o desenvolvimento de um plano de prevenção, é necessário observar todas as normas compatíveis à obra. Essa análise pode ser realizada a partir da área, altura e risco, por exemplo. Em todo caso, antes de começar a discussão sobre as normas, é importante apresentar algumas de� nições presentes nos planos de prevenção. 3.1 Definições do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – CSCIP O Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – CSCIP (PARANÁ, 2018) inicia-se pela apresentação de seu objetivo, que é proteger a vida dos ocupantes das edi� cações, em caso de incêndio; di� cultar a propagação do fogo; proporcionar meios de controlar e extinguir o incêndio; dar condições de acesso ao Corpo de Bombeiros.; e possibilitar a continuidade dos serviços nas edi� cações e nas áreas de risco. 13WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Destaca-se algumas de� nições importantes, dispostas pelo CSCIP, como: ➢ Altura da edi� cação: é medida em metros, do piso mais baixo ocupado até o piso do último pavimento. Em outras palavras, é a distância entre o nível de descarga e o piso do último pavimento, ascendente ou descendente. ➢ Área da edi� cação: é a soma da área de uma edi� cação a ser construída, mais a área construída. ➢ Carga de incêndio: é a soma das energias calorí� cas, de possível liberação, em combustão completa, aos materiais, inclusive os de revestimentos de paredes, pisos e teto. ➢ Nível de descarga: é o nível cuja porta externa conduz a um local seguro. ➢ Ocupação principal: é a principal ocupação para a qual a edi� cação foi projetada. 3.2 Introdução às Normas de Procedimentos Técnicos (NPT) Em resumo, cada Norma de Procedimento Técnico (NPT) tem por objetivo a orientação quanto a um aspecto especi� co da edi� cação. Na sequência, serão apresentadas as normas que devem ser procuradas para o desenvolvimento de um plano de prevenção. • NPT 002 - Adaptação às normas de segurança conta incêndio – Edi� cações existentes. • NPT 003 - Terminologia de segurança contra incêndio. • NPT 004 - Símbolos grá� cos para projeto de segurança contra incêndio. • NPT 005 - Segurança contra incêndio – Urbanística. • NPT 006 - Acesso de viatura à edi� cação e às áreas de risco. • NPT 007 - Separação entre edi� cações (Isolamento de riscos). • NPT 008 - Resistência ao fogo dos elementos de construção. O Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (CSCIP) apresenta outras de- fi nições interessantes e úteis para o desenvolvimento de um bom plano contra incêndio e pânico. Todo material está disponível no site do Corpo de Bombeiros do Paraná. Acesse o Código e conheça mais a respeito das defi nições técnicas. PARANÁ. Polícia Militar do Paraná. Comando do Corpo de Bombeiros. Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. 2018. Disponível em: http://www.bombeiros. pr.gov.br/sites/bombeiros/arquivos_restritos/fi les/documento/2018-12/cscip_-_ codigo_de_seguranca_contra_incendio_e_panico_-_dez_2018.pdf. Acesso em: 1 dez. 2019. 14WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA • NPT 009 - Compartimentação Horizontal e Compartimentação Vertical. • NPT 010 - Controle de materiais de acabamento e de revestimento. • NPT 011 - Saídas de emergência. • NPT 012- Centros esportivos e de exibição – requisitos de segurança contra incêndio. • NPT 013 - Pressurização de escada de segurança. • NPT 014 - Carga de incêndio nas edi� cações e em áreas de risco. • NPT 015 - Controle de fumaça. • NPT 016 - Plano de emergência contra incêndio. • NPT 017 - Brigada de incêndio. • NPT 018 - Iluminação de emergência. • NPT 019 - Sistema de detecção e alarme de incêndio. • NPT 020 - Sinalização de emergência. • NPT 021 - Sistema de proteção por extintores de incêndio. • NPT 022 - Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. • NPT 023 - Sistema de chuveiros automáticos. • NPT 024 - Sistema de chuveiros automáticos para áreas de depósitos. • NPT 025 - Segurança contra incêndio para líquidos combustíveis e in� amáveis. • NPT 026 - Sistema � xo de gases para combate a incêndio. • NPT 027 - Unidades de armazenamento e/ou bene� ciamento de produtos agrícolas e insumos. • NPT 028 - Manipulação, armazenamento, comercialização e utilização de gás liquefeito de petróleo (GLP). • NPT 029 - Comercialização, distribuição e utilização de gás natural. • NPT 030 - Fogos de artifício. • NPT 031 - Segurança contra incêndio para heliponto e heliporto. • NPT 032 - Produtos perigosos em edi� cações e áreas de risco. • NPT 033 - Cobertura de sapé, piaçava e similares. • NPT 034 - Hidrante urbano. • NPT 035 - Túnel rodoviário. • NPT 036 - Pátio de contêiner. • NPT 037 - Subestação elétrica. • NPT 038 - Segurança contra incêndio em cozinha pro� ssional. 15WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA • NPT 039 - Estabelecimentos destinados à restrição de liberdade. • NPT 040 - Edi� cações históricas, museus e instituições culturais com acervos museológicos. • NPT 042 - Indústrias de cal. Como é possível observar, a numeração das normas está descontínua, inclusive a última, de 2018, haja vista que algumas alterações foram realizadas. Em todo caso, são essas normas utilizadas atualmente, sendo passíveis de alterações ao longo do tempo. Além disso, toda normativa está disponível no site do próprio Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná. 3.3 Área de uma Edificação Uma análise importante que deve ser feita é a da área das edi� cações. Para a elaboração de um plano de prevenção, a área pode ser considerada um pouco diferente do que realmente é. Dessa maneira, de acordo com o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – CSCIP (PARANÁ, 2018), ao estabelecer a área a ser protegida com medidas de segurança contra incêndios, as seguintes situações podem ser desconsideradas: ➢ Telheiros com lateral aberta, destinados a armazenamento e proteção de utensílios, não ultrapassando 10 m². ➢ Platibandas e beirais com, no máximo, 3 metros de projeção. ➢ Passagens cobertas com largura máxima igual a 3 metros, com laterais abertas. ➢ Coberturas de bombas de combustível, praças de pedágio, terminais de passageiros e quadras poliesportivas, com laterais abertas, desde que não seja usada para outros � ns. ➢ Reservatórios de água. ➢ Piscinas, vestiários, banheiros e outros caracterizados com instalações hidráulicas, como áreas molhadas. ➢ Escadas enclausuradas e antecâmaras. ➢ Dutos de ventilação para saídas de emergência. 3.4 Classificação das Edificações e Áreas de Risco Quanto à Ocupação Com o objetivo de simpli� car e organizar o processo da elaboração de planos de prevenção, o código classi� ca as edi� cações quanto ao seu uso. A norma é dividida em grupos, conforme a ocupação, divisão e a descrição, além de exempli� car tudo em uma tabela (PARANÁ, 2018). Um trecho do documento pode ser visto na Tabela 1. 16WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Tabela 1 – Classi� cação das edi� cações e áreas de risco quanto à ocupação. Fonte: Paraná (2018). A tabela completa possui uma divisão de grupos até a letra M. Tais grupos possuem diversas ocupações, como hospitais, escolas, teatros, entre outros. A partir das diversas análises das normas disponíveis pelo Corpo de Bombeiros, vários estudos surgem a fi m de entender e explicar algumas situações de incên- dios. Na sequência desta apostila, serão apresentadas as medidas de segurança que devem ser adotadas nas edifi cações para evitá-las, mas, para mais informa- ções sobre isso, leia o material de Silva et al. SILVA, A. T. et al. Medidas de prevenção e proteção em casos de incêndios cri- minosos em edifi cações. Revista Brasileira de Criminalística, [s. l.], v. 7, n. 1, p. 32-43, 2018. Disponível em: http://rbc.org.br/ojs/index.php/rbc/article/view/192/ pdf. Acesso em: 15 dez. 2019. 17WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3.5 Classificação da Edificação Quanto à sua Altura A norma classi� ca as edi� cações em tipos enumerados de I a VI, quanto à sua altura. A altura da edi� cação e a área são importantes para a caracterização completa da edi� cação em seu plano de proteção (PARANÁ, 2018). A partir dessas informações, é possível determinar quais são as medidas de segurança que precisam ser adotadas. Como exemplo, seguem, na Tabela 2, as informações de medidas da altura. Tabela 2 – Classi� cação quanto à altura das edi� cações. Fonte: Paraná (2018). 3.6 Classificação das Edificações e Áreas de Risco Quanto à Carga de In- cêndio Como já foi de� nido, a carga de incêndio relaciona-se à energia calorí� ca que determinada ocupação pode liberar. Em outras palavras, a carga de incêndio está diretamente ligada à atividade desenvolvida na edi� cação. Caso uma edi� cação possua ocupações e cargas de incêndio diferentes, deverá multiplicar- se cada área por seu respectivo risco, somar os valores encontrados, dividindo-os pela área total. A partir do resultado, a edi� cação poderá ser classi� cada quanto a sua carga de incêndio. Casos como esse ou outros especí� cos de cada situação, desde que não seja uma edi� cação com apenas uma ocupação, estão presentes no CSCIP (PARANÁ, 2018). Conforme apresenta a Tabela 3, a norma classi� ca as edi� cações, conforme a carga de incêndio, em risco leve, moderado e elevado. Tabela 3 – Carga de incêndio. Fonte: Paraná (2018). 3.7 Exigências Para as Edificações Após realizar a caracterização da edi� cação, ou seja, após identi� car elementos, como a área da obra, a altura e a classi� cação de risco de incêndio, é possível determinar as medidas de segurança que devem ser tomadas em determinada situação. As medidas de segurança podem ser obtidas por meio da Tabela 5 e a Tabela 6, presentes no CSCIP (PARANÁ, 2018). 18WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Neste ponto, nota-se uma diferença importante entre a classi� cação das edi� cações. Para obras com rico leve, área igual ou inferior a 1.500 m² e altura igual ou inferior a 9,0 m, ou, para obras com risco moderado ou elevado, área igual ou inferior a 1.000 m² e altura igual ou inferior a 6,0 m, utiliza-se a Tabela 5 (PARANÁ, 2018), expressa na Tabela 4, a seguir. Já para edi� cações maiores, deverá ser utilizada a Tabela 6 (PARANÁ, 2018), que uma parte é reproduzida na Tabela 5, como segue. Tabela 4 – Exigências para edi� cações, Tabela 5. Fonte: Paraná (2018). Para ter acesso à Tabela 5 e à Tabela 6 do código, que estabelecem as exigências para edifi cações, como citadas no texto, confi ra as páginas 19 a 55 do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. PARANÁ. Polícia Militar do Paraná. Comando do Corpo de Bombeiros. Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. 2018. Disponível em: http://www.bombeiros. pr.gov.br/sites/bombeiros/arquivos_restritos/fi les/documento/2018-12/cscip_-_ codigo_de_seguranca_contra_incendio_e_panico_-_dez_2018.pdf. Acesso em: 1 dez. 2019. 19WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO ADISTÂNCIA A Tabela 6 do CSCIP (PARANÁ, 2018) indica as exigências para edi� cações de maior porte. No código, essa tabela divide-se em outras tabelas, apresentando medidas especi� cas para cada ocupação. Por exemplo, para realizar a análise das medidas de segurança de um hospital (H- 3), cuja área é igual a 2.500 m², é necessário observar a Tabela 6H.2 do CSCIP (PARANÁ, 2018), como apresenta a Tabela 5. Tabela 5 – Exigências para edi� cações do grupo “H” – Divisão “H-3” e “H-4” da Tabela 6. Fonte: Paraná (2018). 20WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Assim como os quadros apresentados, o código aponta todas as outras exigências especí� cas de cada grupo. Em resumo, para conhecer-se as medidas de segurança atribuídas a cada ocupação, deve-se, inicialmente, de� nir a qual grupo a edi� cação estudada pertence, o seu risco, a sua área e a sua altura. A partir daí, é possível identi� car tudo o que é necessário haver em seu plano e no local da obra. Considere uma edifi cação com um risco leve, altura inferior a 9 metros de altura e com uma área igual a 1.501 m². Teoricamente, ela deveria atender as exigências do código, reproduzidas na Tabela 6 (PARANÁ, 2018). Contudo, a própria norma permite certas considerações para que, em determinada faixa, seja possível uti- lizar as determinações da Tabela 5 (PARANÁ, 2018) ou as da Tabela 6 (PARANÁ, 2018), pois uma dessas permissões seria o desconto de algumas áreas frias. Para o caso apresentado, haveria uma fácil solução, mas, quando os casos, mesmo com as permissões da norma, não se enquadram nos limites expostos pela Tabe- la 5 (PARANÁ, 2018), a obra deverá cumprir as exigências de construções maio- res, da Tabela 6 do referido código (PARANÁ, 2018). PARANÁ. Polícia Militar do Paraná. Comando do Corpo de Bombeiros. Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. 2018. Disponível em: http://www.bombeiros. pr.gov.br/sites/bombeiros/arquivos_restritos/fi les/documento/2018-12/cscip_-_ codigo_de_seguranca_contra_incendio_e_panico_-_dez_2018.pdf. Acesso em: 1 dez. 2019. 21WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Após o conhecimento a respeito de fogo e incêndio, foi possível entender as consequências que isso pode trazer a uma edi� cação. O que aconteceria em um edifício comercial, de múltiplos pavimentos, com centenas de pessoas trabalhando, em uma situação de incêndio? Essas pessoas que ocupam o prédio não perceberiam, sequer, o início do incêndio. Muitas vezes, elas sabem da situação apenas quando as chamas já as cercam. Essa situação pode ser a descrição de uma tragédia eminente. Esse exemplo é para que se compreenda a grandeza e a importância de uma orientação correta, em situações de incêndio e pânico. Para isso, existem os planos de prevenção e todos os demais itens para combate. Medidas como extintores, hidrantes, iluminação e saídas de emergência bem dimensionadas e sinalizadas, entre outras são essenciais para que um ambiente possa abrigar pessoas com segurança. Nesse sentido, o assunto estudado nesta apostila tem, justamente, a função de apresentar os procedimentos e técnicas consideradas pelo Corpo de Bombeiros para a elaboração de um plano de emergência contra incêndio e pânico. A Unidade I, portanto, descreve as ocupações de edi� cações e suas considerações, além dos elementos de caracterização da edi� cação, como a área, altura e carga de incêndio. Após essa abordagem inicial, é preciso analisar também as principais normas especi� cas, a � m de moldar o conceito completo de um plano de prevenção. Com isso, será possível detalhar cada elemento necessário à proteção de uma edi� cação. 2222WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................24 1. CONTROLE DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E DE REVESTIMENTO (CMAR) ..............................................25 1.1 DEFINIÇÕES ..........................................................................................................................................................25 1.2 APLICAÇÃO DO CMAR .........................................................................................................................................25 1.3 ORIENTAÇÃO PARA PROJETOS DE PREVENÇÃO .............................................................................................27 2. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ................................................................................................................................... 30 2.1 COMPONENTES DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ............................................................................................ 30 2.2 DIMENSIONAMENTO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ....................................................................................32 2.3 ACESSOS ..............................................................................................................................................................34 2.4 DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS .........................................................................................34 2.5 PORTAS ................................................................................................................................................................36 CONTROLE DE MATERIAIS E SAÍDAS DE EMERGÊNCIA PROF. ME. MATEUS HENRIQUE DE SOUZA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 23WWW.UNINGA.BR 2.6 RAMPAS ...............................................................................................................................................................37 2.7 ESCADAS ..............................................................................................................................................................37 2.7.1 TIPOS DE ESCADAS ......................................................................................................................................... 38 2.8 GUARDA-CORPOS E CORRIMÃOS ....................................................................................................................39 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 40 24WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Em caso de incêndio, alguns materiais que fazem parte da edi� cação podem colaborar para a propagação do fogo e a liberação da fumaça. Dessa maneira, as normas do Corpo de Bombeiros orientam quanto ao uso dos materiais de acabamento e de revestimento. A norma que aborda esse assunto é a NPT 010 - Controle de materiais de acabamento e de revestimento (PARANÁ, 2014a). Por meio dela, é possível conhecer a classi� cação que deve estar em um projeto que contenha materiais de acabamento e de revestimento. Além dos materiais que constituem a edi� cação, dando continuidade à análise das Normas de Procedimento Técnico, a NPT 011 - Saídas de Emergência (PARANÁ, 2014b) trata do assunto sobre as saídas de emergência. De modo geral, elas compõem as rotas de fuga, por onde a população deverá passar até que chegue em um local seguro. Desse modo, a norma orienta, por exemplo, quanto às dimensões das portas, escadas e rampas, a � m de atender a todos com segurança. Ambas as normas discutidas na Unidade II são importantes para o desenvolvimento de um bom plano de emergência. Unidas, cada uma com sua particularidade, elas representam e esclarecem uma mesma situação. 25WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. CONTROLE DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E DE REVESTIMENTO (CMAR) 1.1 DefiniçõesO Controle de materiais de acabamento e de revestimento (CMAR), estabelecido pela NPT - 10, tem por � nalidade estabelecer as condições a serem atendidas pelos materiais de acabamento e de revestimento, empregados nas edi� cações, de modo que, em caso de incêndio, eles impossibilitem ou di� cultem a propagação do fogo e da fumaça. Esse controle é orientado pelo Corpo de Bombeiros, segundo a Norma de Procedimento Técnico 010 – NPT 010 (PARANÁ, 2014a). A NPT 010 - Controle de materiais de acabamento e de revestimento aplica-se em todas as edi� cações e áreas de risco, nas quais são exigidos controles de materiais de acabamento e de revestimento (PARANÁ, 2014a). Essa indicação é apontada pelo Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – CSCIP (PARANÁ, 2018), na Tabela 5 e Tabela 6, como já mencionadas. A respeito desse tema, as principais de� nições são: ➢ Materiais de revestimento: todo material ou conjunto de materiais empregados nas superfícies dos elementos de construção das edi� cações. Os materiais de revestimento, isto é, os pisos, forros e proteções térmicas de elementos estruturais, têm o objetivo de atribuir conforto, durabilidade, além de propostas estéticas. Eles podem ser empregados na parte interior e exterior das obras. ➢ Materiais de acabamento: todo material ou conjunto de materiais utilizados para arremates entre elementos construtivos, como rodapés, mata-juntas, golas etc. ➢ Materiais termoacústicos: todo material cuja � nalidade é de isolação térmica e/ou acústica. 1.2 Aplicação do CMAR Como dito anteriormente, o objetivo do Controle de materiais de acabamento e de revestimento (CMAR) é estabelecer condições padronizadas para que, na ocorrência de incêndios, não haja propagação, nem geração de fumaça (PARANÁ, 2014a), conforme as orientações do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – CSCIP (PARANÁ, 2018). Essa atenção especial aos materiais relaciona-se à ocupação da edi� cação e ao posicionamento dos materiais de acabamento. O CMAR (PARANÁ, 2014a) abrange os seguintes elementos: • Piso. • Paredes e divisórias. • Teto/forro. • Cobertura. 26WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA De modo geral, os materiais de acabamentos para esses � ns devem corresponder à classi� cação estipulada pela norma. Para tanto, cada material é ensaiado, a � m de veri� car-se o seu comportamento diante do fogo. Essa classi� cação é disponibilizada pela própria NPT 010, nas Tabelas do Anexo A. A reproduzida na Tabela 1, que segue, corresponde à Tabela A.1 da NPT 010 (PARANÁ, 2014a). Tabela 1 – Classi� cação dos materiais de revestimentos de piso, Tabela A.1. Fonte: Paraná (2014a). Um exemplo de não aplicação da NPT 010 pode ser observado em um incêndio que ocorreu em 2013, no Rio Grande do Sul. O material presente no ambiente, ao queimar, contribuiu para a propagação do incêndio e a liberação de fumaça tóxica. GRIZOTTI, G. Espuma usada na boate Kiss foi comprada em loja de colchões. G1 Rio Grande do Sul, 2013. Disponível em: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/ noticia/2013/02/espuma-usada-na-boate-kiss-foi-comprada-em-loja-de-colcho- es.html. Acesso em: 5 dez. 2019. 27WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A Tabela 1, então, apresenta a classi� cação dos materiais para acabamento e revestimento de piso. Para os demais materiais, observe o Anexo A da NPT 010 (PARANÁ, 2014a). Ao observar a Tabela 6, presente no CSCIP (PARANÁ, 2018), é possível analisar a classi� cação existente entre os materiais. Com isso, nota-se que a classe pode variar desde materiais incombustíveis, isto é, aqueles que não propagam fogo, nem fumaça, até os materiais combustíveis, com determinado � uxo. Cada dado estipulado nessa classi� cação é fruto de ensaios, os quais caracterizam o material. Assim, quando um dos materiais for empregado, é preciso considerar a classe à qual ele pertence para desenvolver um plano de segurança efetivo. Caso o material do substrato seja combustível, ele também precisa ser ensaiado. Contudo o CMAR não é exigido para as edi� cações com área inferior a 1.000 m² e altura inferior a 9,0 m, nas seguintes divisões: A, C, D, E G, F-9, F-10, H-1, H-4, H-6, I e J. A NPT 010 (PARANÁ, 2014a) orienta quanto aos tipos que podem ser empregados em cada grupo/divisão, conforme Anexo B presente na norma, que estabelece, por exemplo, qual tipo de material de acabamento pode ser usado em paredes, forros e pisos. Cada situação de obra pode ter uma especi� cidade, como apresentada nas notas e observações das tabelas. A Tabela B.1, da NPT 010 (PARANÁ, 2014a), é exibida na Tabela 2, que segue. Tabela 2 – Classe dos materiais a serem utilizados considerando o grupo/divisão da ocupação em função da � nali- dade do material, Tabela B.1. Fonte: Paraná (2014a). 1.3 Orientação Para Projetos de Prevenção No processo de elaboração de um plano de prevenção para os casos que exigem o CMAR, cada tipo de revestimento deve ser identi� cado. Para os elementos apresentados (pisos, teto e paredes), deve haver uma nota que informe à qual classe de material eles pertencem. Essa nota precisa estar em planta baixa e nos cortes. A Figura 1 ilustra uma aplicação de planta baixa. 28WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 1 – Exemplo de aplicação do CMAR (Planta baixa). Fonte: Paraná (2014a). As circulações (corredores) que dão acesso às saídas de emergência enclausura- das devem possuir CMAR Classe I ou Classe II – A, para que haja o menor perigo possível nas rotas de fuga. 29WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A Figura 2 mostra uma situação de corte, em que devem ser apresentados os tipos de materiais. Figura 2 – Exemplo de aplicação CMAR (Corte). Fonte: Paraná (2014a). 30WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Além da apresentação de cada material de acabamento em projeto, deve também ser apresentada uma legenda, a � m de descrever os tipos de CMAR utilizados no plano de prevenção. A Figura 3 exibe um modelo de legenda para constar em um projeto. Figura 3 – Exemplo de aplicação CMAR (Legenda). Fonte: Paraná (2014a). É de responsabilidade do técnico, o controle e a manutenção de materiais de revestimentos em áreas comuns e em locais de reuniões de público. No ato da vistoria, todos os materiais devem estar de acordo com o projeto apresentado, para que uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ligada ao serviço, exista. Quando o material for incombustível (Classe I), não será necessário apresentar a ART relacionada ao emprego de materiais de acabamento e de revestimento. 2. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA As saídas de emergência são elementos fundamentais em uma edi� cação, cujo objetivo, segundo a NPT 011 (PARANÁ, 2016), é estabelecer os requisitos mínimos para o dimensionamento das saídas de emergência, possibilitando que a população abandone a edi� cação em segurança, além de dar acesso para as guarnições de bombeiros, quando chegam para combater o fogo ou para retirar as pessoas, de modo a atender o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PARANÁ, 2018). As edi� cações devem atender as orientações da NPT 011 (PARANÁ, 2016), exceto a divisão F-3 e F-7, com população acima de 2.500 pessoas, que segue as orientações da NPT 012 - Centros esportivos e de exibição – requisitos de segurança contra incêndio (PARANÁ, 2014b). 2.1 Componentes das Saídas de Emergência As saídas de emergência de uma edi� cação podem contemplar os acessos, se houver, as rotas de saídas horizontais, as devidas portas de saída para áreas livres, em edi� cações térreas, escadas, rampas e descarga. A partir da identi� cação desses elementos em uma edi� cação, é necessário de� niro número de pessoas que usará as saídas em casos extremos de incêndio e pânico. Para isso, a NPT 011 (PARANÁ, 2016) indica que essa quantidade deve ser estipulada por cada metro quadrado, em cada divisão. A Tabela 3, reprodução da Tabela 1 da NPT 011 (PARANÁ, 2016), apresenta a população conforme ocupação, bem como os valores para o cálculo do número de passagens. 31WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Tabela 3 – Dados para saídas de emergência, Tabela 1. Fonte: Paraná (2016). Para o cálculo da população, existem notas especi� cas no item 5.3 da NPT 011 (PARANÁ, 2016). Esse item informa que as áreas de banheiros não precisam ser incluídas no cálculo de população. No entanto, as áreas de terrações e sacadas das divisões A, B e H, por exemplo, devem ser consideradas. 32WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.2 Dimensionamento das Saídas de Emergência É de suma importância que a largura das saídas de emergência seja dimensionada em função da população que irá percorrer a saída, em situações de incêndio e pânico. Em casos de mais de um pavimento, as saídas devem considerar todos os pavimentos que houver população, enquanto as escadas e as rampas devem ser dimensionadas de acordo com o pavimento de maior população. Para saber a medida exata a ser executada em uma saída de emergência, a NPT 011 (PARANÁ, 2016) considera o cálculo de um número de unidades de passagem. A largura das saídas (acessos, escadas, rampas, entre outros) deve obedecer a seguinte Equação (1): (1) Em que: N: Número de unidades de passagem (arredondar para número inteiro). P: Número relacionado à população (indicado na Tabela 1 da NPT 011). C: Capacidade da unidade de passagem (indicado na Tabela 1 da NPT 011). A Equação (1) é usada para orientar as dimensões das passagens. O Número de unidades passagens (N) é o resultado desejado para chegar-se a uma medida para uma passagem. A População (P) é proporcional à área da edi� cação por onde as pessoas deverão passar, em casos de incêndio e pânico. Esse valor é indicado na NPT 011 (PARANÁ, 2016), mas pode ser estimado também conforme o layout da edi� cação, mediante aprovação do Corpo de Bombeiros. Por � m, a Capacidade da unidade (C), que está na Tabela 1, exibida pela norma NPT 011 (PARANÁ, 2016) e reproduzida na Tabela 3, do item 2.1 desta Unidade, representa o número de pessoas que passam em uma unidade de passagem, estimado em 0,55 m (largura mínima � xada), por minuto. Já para o cálculo das larguras de saídas, atente-se apenas ao número de unidades de passagem, sem levar em conta, efetivamente, a largura das passagens. Além dos cálculos, deve ser obedecida uma largura mínima de passagem para algumas ocupações. De modo geral, saídas de emergência, escadas, rampas ou descargas de todas as ocupações devem seguir uma largura mínima de 1,20 m. Como exceção, pode-se considerar os seguintes casos: Veja orientações para escapar de um prédio em chamas é um vídeo interessante, apresentado e discutido pelo Corpo de Bombeiros, que faz uma revisão interes- sante do conceito de saídas de emergência VEJA orientações para escapar de um prédio em chamas. 2017. Publicado pelo canal Jornal da Record. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1zt- Go5S18w0. Acesso em: 8 out. 2019. 33WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ➢ 1,65 m (três unidades de passagem de 0,55 m) para escadas, acessos e descarga, em ocupações do grupo H, divisões H-2 e H-3. ➢ 1,65 m (três unidades de passagem de 0,55 m) para rampas, acessos e descarga, em ocupações do grupo H, divisão H-2. ➢ 2,20 m (quatro unidades de passagem de 0,50 m) para rampas, acessos às rampas e descarga das rampas, em ocupações do grupo H, divisão H-3. Uma importante consideração de projeto de saídas de emergência está relacionada às saliências que podem acontecer em obra. Em resumo, as medidas calculadas devem ser livres, descontando saliências de projeções de pilares ou outros obstáculos que possam ocorrer. Tais saliências só podem ocorrer em saídas com dimensões superiores a 1,20 m. A Figura 4 apresenta as orientações da norma quanto às medidas de saídas mínimas e saliências. Figura 4 – Medidas da largura de corredores e passagens. Fonte: Paraná (2016). Quando as pessoas ocupam os espaços internos dos ambientes, é preciso considerar a maneira como as portas abrem e como essa abertura pode atrapalhar uma passagem. Dessa forma, orienta-se que as portas com abertura para dentro nas rotas de saída, em ângulo de 180º, não reduzam a largura da passagem. Mantém-se sempre uma largura de passagem igual ou maior que 1,20 m. A Figura 5 orienta quanto as aberturas de portas em rotas de saída. Figura 5 – Abertura das portas em passagens de saídas de emergência. Fonte: Paraná (2016). 34WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para edi� cações cujas ocupações pertençam às divisões E-6, F-3, F-5, F-6, F-7, F-11 e H-3, com capacidade superior a 200 pessoas, é necessário prever pelo menos duas saídas de emergência, preferivelmente, em paredes diferentes. Essas ocupações podem representar clubes, centros de ensinos e outras edi� cações que se enquadre nas divisões apresentadas. 2.3 Acessos De modo geral, os acessos devem permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes da edi� cação, permanecer desobstruídos em todos os pavimentos, ter pé direito mínimo de 2,50 m, exceto para passagens em obstáculos de vigas ou portas, para as quais a altura mínima é de 2,10 m. Além disso, esses espaços devem ser bem sinalizados e iluminados. 2.4 Distâncias Máximas a Serem Percorridas Ao planejar uma edi� cação, deve-se ponderar a maior distância que uma pessoa dentro desse local possa percorrer, em casos de incêndio e pânico, até um local seguro. Situações de incêndio e pânico sempre são imprevisíveis e podem gerar danos irreparáveis, como é o caso do Museu Nacional, que sofreu um caso de incêndio em 2018, como ilustrado na Figura 6. Em todo caso, as pessoas que usam as edi� cações devem possuir condições seguras para que consigam chegar até um local livre de risco. Figura 6 – Incêndio no Museu Nacional em 2018. Fonte: FASUBRA (2018). A NPT 011 (PARANÁ, 2016) de� ne uma área segura como um espaço livre exterior, área de refúgio, escada comum de saída de emergência, protegida ou à prova de fumaça e área compartimentada (desde que possua uma saída para o espaço livre exterior). 35WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A � m de favorecer a vida dos ocupantes, ao determinar uma distância máxima a ser percorrida em uma edi� cação, realiza-se um acréscimo de risco, caso a fuga seja possível em apenas uma direção, além de um acréscimo de risco em função das características da construção. Por outro lado, considera-se uma redução de risco para casos em que há a proteção de chuveiros automáticos, detectores ou controles de fumaça, bem como a facilidade de saídas de edi� cações térreas. Para a determinação das máximas distâncias a serem percorridas em uma edi� cação, observe a Tabela 2 da NPT 011 (PARANÁ, 2016) que é reproduzida na Tabela 4, como segue. Tabela 4 – Distâncias máximas a serem percorridas. Fonte: Paraná (2016). 36WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A Tabela 4 indica qual é a distância máxima que deve ser percorrida até um local seguro. A primeira coluna indica as divisões das ocupações, a segunda determina qual é a distância referida, se é com relação ao piso de descarga ou se é em outros pavimentos. Além disso, as primeiras linhas das demais colunas apresentam os números de saídas de emergência, caso hajaou não detector de fumaça e chuveiros automáticos. Essa distância é considerada a partir do acesso da porta mais distante, desde que o caminhamento interno até este ponto não ultrapasse 10 metros. 2.5 Portas É comum que, em grande parte das edi� cações, as pessoas estejam em salas com acesso por intermédio de uma porta. De modo geral, quando as salas comportam até 50 pessoas, não é necessário alterar o sentido de abertura da porta devido à emergência, podendo ter abertura para dentro da sala. Contudo, em salas que contêm um total acima dessa quantidade de pessoas, é necessário que as portas abram no sentido de fuga. De acordo com a NPT 011 (PARANÁ, 2016), caso o ambiente possua lotação até 200 pessoas, é possível substituir a porta com abertura para fora por uma porta de correr, desde que ela permaneça aberta durante o funcionamento comercial. Já o dimensionamento da largura das portas pode obedecer ao mesmo processo apresentado para as saídas de emergência. Entretanto, a norma faz algumas considerações: ➢ Vão de 0,80 m equivale a uma unidade de passagem. ➢ Vão de 1,00 m equivale a duas unidades de passagem. ➢ Vão de 1,50 m (duas folhas) equivale a três unidades de passagem. ➢ Vão de 2,00 m (duas folhas) equivale a quatro unidades de passagem. É importante salientar que as portas maiores do que 1,20 m devem possuir duas folhas, enquanto as portas com largura maior do que 2,20 m devem ter uma coluna central. Em diversos casos de edi� cações, é possível notar a presença de portas especiais, do tipo corta-fogo ou dotadas de ferragens antipânico. A Figura 7 apresenta esse tipo de porta. Figura 7 – Porta corta-fogo e barra antipânico. Fonte: TCS Instalações (2019). 37WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A NPT 011 (PARANÁ, 2016) orienta que as portas das antecâmaras das escadas à prova de fumaça e as das paredes corta-fogo devem ser do tipo corta-fogo. As portas das antecâmaras, escadas e outros similares devem ser dotadas de equipamentos mecânicos que mantenham as portas fechadas, mas, em um movimento de fuga, elas possam abrir-se, permitindo a passagem. Um tipo desse equipamento é a barra antipânico, apresentada na Figura 7. Esse mesmo instrumento é usado quando há salas com capacidade superior a 200 pessoas. Nesse caso, as portas que dão acesso a escadas, descargas e similares devem possuir ferragem do tipo antipânico, conforme apresenta a NBR 11785 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1997). Esse tipo de equipamento antipânico pode ser dispensado em casos de portas de acesso principal, desde que o responsável pela edi� cação garanta que essas portas permanecerão abertas durante o seu uso. 2.6 Rampas As rampas são equipamentos indispensáveis para que os desníveis em edi� cações sejam resolvidos. Para a norma referente às saídas de emergência (PARANÁ, 2016), o uso das rampas é obrigatório nos seguintes casos: ➢ Para unir pavimentos de níveis diferentes ao acesso a áreas de refúgio, em edi� cações com ocupações dos grupos H-2 e H-3. ➢ Na descarga e acesso de elevadores de emergência. ➢ Quando a altura a ser vencida não permitir o dimensionamento equilibrado dos degraus de uma escada. ➢ Para unir o nível externo ao nível do saguão térreo. O dimensionamento das larguras de rampas deve obedecer ao mesmo procedimento apresentado anteriormente, por meio de número de unidades de passagem. Além disso, todas as rampas devem conter guardas e corrimãos de acordo com os padrões estabelecidos pela NPT 011 (PARANÁ, 2016). Já a declividade das rampas deve estar de acordo com a NBR 9050 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). 2.7 Escadas Assim como as rampas, toda edi� cação em que se deseje vencer desníveis de pavimentos, por exemplo, necessitará de escadas. De acordo com a NPT 011 (PARANÁ, 2016), as escadas presentes nos edifícios devem ser constituídas de um material estrutural e de compartimentação incombustível, atendendo ainda ao controle de materiais de acabamento e de revestimento (PARANÁ, 2010a). Além disso, devem ser dotadas de corrimão e guarda em seus dois lados. A norma também orienta que as escadas precisam atender a demanda de todos os pavimentos, com acesso à descarga, piso antiderrapante e sinalizações. Quanto à largura, as escadas devem obedecer ao mesmo padrão de cálculo já apresentado, por meio de unidades de passagem, considerando a quantidade de pessoas que irão transitar nela, em casos de emergência. 38WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.7.1 Tipos de escadas Em resumo, os tipos de escadas descritos pelo Corpo de Bombeiros são: • Escada não enclausurada (comum). • Escada enclausurada protegida. • Escada à prova de fumaça. Cada tipo de escada está apresentado na NPT 011 (PARANÁ, 2016). Em todo caso, a determinação de uma escada ocorre em função da ocupação da edi� cação e sua altura. Além disso, a norma apresenta algumas especi� cações para casos especiais. A Tabela 5, a seguir, representa a Tabela 3 da NPT 011 (PARANÁ, 2016). Tabela 5 – Tipos de escadas de emergência, Tabela 3. Fonte: Paraná (2016). 39WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Note que o plano de prevenção, desde a concepção arquitetônica, é um trabalho feito em conjunto, uma vez que a determinação de corredores, tipos de portas, escadas e rampas ocorre já no projeto arquitetônico. 2.8 Guarda-Corpos e Corrimãos Os guarda-corpos e corrimãos devem estar sempre instalados em escadas e rampas. A sua altura deve � car entre 80 e 92 cm do piso. Nada impede que haja outras alturas de corrimãos em certas edi� cações. Em casos especiais, como em escolas infantis, pode haver outras alturas de corrimão, além da principal. Um objetivo do corrimão é auxiliar o uso de escadas e rampas, de modo que possam ser facilmente agarrados. Os corrimãos devem possuir um afastamento mínimo da parede de 40 mm. Além disso, não podem apresentar arestas vivas, tábuas e outros fatores que possam atrapalhar o seu uso. A Figura 8 apresenta um modelo de corrimão, destacado pela norma NPT 011 (PARANÁ, 2016). Figura 8 – Detalhes de guardas e corrimãos. Fonte: Paraná (2016). Em um projeto, considere que as dimensões de escadas, corredores, portas e pas- sagens devem estar de acordo com a Código de Segurança Contra Incêndio e Pâ- nico, norma do Corpo de Bombeiros do Paraná. Sendo assim, em quais situações há responsabilidades de quem elabora o projeto arquitetônico e de quem elabora o plano de prevenção? 40WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, pode-se observar de que maneira o Corpo de Bombeiros interfere e orienta a elaboração de um plano de emergência. Com isso, percebe-se que os materiais de acabamento e as saídas de emergência têm um papel fundamental dentro de uma edi� cação, que pode ser determinante em casos de incêndio. As questões que devem ser levantadas, diante da análise das normas estudadas, são, por exemplo: Este material propaga fogo? Este material libera fumaça? Os corredores suportam a lotação desta edi� cação? Em casos de pânico, tanto os materiais como as saídas de emergência podem gerar ainda mais pânico e consequências? En� m, tudo deve ser cuidadosamente pensado, para que as edi� cações estejam em conformidade com as normas e, por � m, tenham um bom desempenho na segurança de casos extremos. Todo o conteúdo apresentado teve como base as próprias normas do Corpo de Bombeiros, mas é importante lembrar que ainda há elementos especí� cos e particulares para cada situação. Dessa forma, para a realização de um projeto, é preciso compreender e analisar, individualmente, os casos, a partir das informações expressas nas Normas de Procedimento Técnico e no Código de Prevenção Contra Incêndioe Pânico. 4141WWW.UNINGA.BR UNIDADE 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................43 1. ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA .......................................................................................................................... 44 1.1 SISTEMAS PARA ILUMINAÇÃO ......................................................................................................................... 44 1.1.1 GRUPO MOTOGERADOR (GMG)...................................................................................................................... 44 1.1.2 SISTEMA CENTRALIZADO COM BATERIAS ................................................................................................... 44 1.1.3 CONJUNTO DE BLOCOS AUTÔNOMOS .......................................................................................................... 45 1.2 CONSIDERAÇÕES DE PROJETO ........................................................................................................................ 45 2. SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA ......................................................................................................................... 46 2.1 TIPOS DE SINALIZAÇÃO .................................................................................................................................... 46 2.2 PROCEDIMENTOS ..............................................................................................................................................47 2.2.1 PROCEDIMENTOS PARA INSTALAÇÃO DE SINALIZAÇÃO BÁSICA .............................................................47 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA E SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA PROF. ME. MATEUS HENRIQUE DE SOUZA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 42WWW.UNINGA.BR 2.2.2 SINALIZAÇÃO DE PROIBIÇÃO .........................................................................................................................47 2.2.3 SINALIZAÇÃO DE ALERTA .............................................................................................................................. 48 2.2.4 SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO E SALVAMENTO ........................................................................................ 49 2.2.5 SINALIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO ............................................................... 52 2.2.6 PROCEDIMENTOS PARA INSTALAÇÃO DE SINALIZAÇÃO COMPLEMENTAR ...........................................53 2.2.7 SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO CONTINUADA DE ROTAS DE SAÍDA ............................................................53 2.2.8 SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO DE OBSTÁCULOS OU DE RISCOS NAS CIRCULAÇÕES ............................ 54 2.2.9 SINALIZAÇÃO DE MENSAGENS ESCRITAS ESPECÍFICAS ......................................................................... 56 2.2.10 SINALIZAÇÃO DE TUBULAÇÕES HIDRÁULICAS ........................................................................................ 58 3. CRITÉRIOS DE PROJETO ..................................................................................................................................... 59 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................61 43WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Qual é a primeira coisa a fazer quando há um caso de incêndio em uma edi� cação ou outra situação de pânico? É bem provável que seja sair do local o mais rápido possível. Além disso, O que fazer se essa situação ocorrer na falta de luz? Para resolver esses e outros problemas, o Corpo de Bombeiros orienta o uso da iluminação e da sinalização de emergência. Em conformidade com a NPT 011 (PARANÁ, 2016), toda a edi� cação necessita de uma rota de saída, para possibilitar que os ocupantes evacuem o local. Contudo, é imprescindível que essa rota de saída seja bem iluminada e sinalizada, dando condições mínimas de visibilidade. A quantidade de iluminação, distâncias, tipos de iluminação, tipos de sinalização, dimensões de placas entre muitos outros pontos são abordados nas normas NPT 018 (PARANÁ, 2014c) e NPT 020 (PARANÁ, 2014d), que tratam de iluminação de emergência e sinalização de emergência, respectivamente. Cada item desses, e outros, são fundamentais para a elaboração de um bom plano de segurança contra incêndio e pânico. Nesse contexto, esta unidade tem por objetivo apresentar a base teórica das orientações do Corpo de Bombeiros, para que ela seja entendida e aplicada nos projetos e em edi� cações. 44WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA Em casos de incêndio ou de outra emergência que possa ocorrer em uma edi� cação, é possível que o abastecimento de energia elétrica seja interrompido, e os ambientes deixem de ser iluminados. Diante desse cenário, o Corpo de Bombeiros orienta quanto a iluminação de emergência, conforme a Norma de Procedimentos Técnicos – NPT 018 (PARANÁ, 2014c). O objetivo principal da NPT 018 (PARANÁ, 2014c) é � xar condições necessárias para o projeto e para a instalação de sistema de iluminação de emergência, em edi� cações e em áreas de risco. Ela é aplicada para todas as edi� cações que exigem um sistema de iluminação de emergência. 1.1 Sistemas Para Iluminação Para atender a demanda de energia destinada à iluminação, o Corpo de Bombeiros instrui o uso dos seguintes sistemas: • Grupo motogerador (GMG). • Sistema Centralizado com Baterias. • Conjunto de Blocos Autônomos. Na sequência, será descrita a aplicação de cada um desses sistemas. 1.1.1 Grupo motogerador (GMG) Em algumas edi� cações, é possível observar a presença de um sistema gerador de eletricidade, comumente chamado de grupo motogerador. Esse sistema é capaz de fornecer energia elétrica, independentemente da rede de abastecimento externa (concessionária). Para tanto, a NPT 018 (PARANÁ, 2014c) faz algumas considerações quanto ao uso desse sistema. Por exemplo, o acesso controlado desse grupo de geração precisa ser livre e desobstruído, permitindo o acesso desde a área externa da edi� cação até o grupo motogerador. Demais especi� cidades estão descritas no item 5.1 da NPT 018 (PARANÁ, 2014c). 1.1.2 Sistema centralizado com baterias O sistema centralizado com baterias também é uma forma de alimentar a iluminação de emergência de uma edi� cação, quando houver alguma interrupção no fornecimento normal. Para não oferecer risco aos usuários, esse sistema deve � car instalado em local não acessível ao público e bem ventilado. Além disso, de acordo com a NPT 018 (PARANÁ, 2014c), as baterias devem possuir garantia de quatro anos, comprovada pelo fabricante. 45WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.1.3 Conjunto de blocos autônomos O conjunto de blocos autônomos se refere aos sistemas de iluminação de emergência que possuem uma bateria ligada ao próprio sistema de iluminação. A NPT 018 (PARANÁ, 2014c) orienta que as baterias para sistemas autônomos sejam de chumbo-ácido selada ou por níquel- cádmio, isenta de manutenção. 1.2 Considerações de Projeto O sistema de iluminação de emergência tem por � nalidade proporcionar iluminação su� ciente para visibilidade e orientação das rotas de fuga, até que os ocupantes alcancem um local seguro. O sistema � ca conectado a uma rede interna de energia. Quando ocorre a falta de energia, o sistema de iluminação de emergência é automaticamente ligado. A Figura 1 apresenta um sistema de iluminação de emergência. Figura 1 – Iluminação de emergência em funcionamento. Fonte: SOS Alarmes (2019). Após uma breve análise sobre as formas de alimentação das fontesde iluminação, é importante entender como é feito o seu posicionamento e como ocorre o seu funcionamento dentro de uma edi� cação. De modo geral, a NPT 018 (PARANÁ, 2014c) elenca vários pontos especí� cos de cada edi� cação. De acordo com essas considerações gerais, uma primeira análise é feita sobre as tubulações aparentes. De acordo com a norma, toda tubulação aparente deve ser metálica ou em PVC rígido antichama, em conformidade com a NBR 15465 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008). Os pontos de iluminação devem ser posicionados a uma distância máxima da parede de 7,5 metros. Além disso, a distância máxima entre os dois pontos de iluminação não pode ultrapassar 15 metros. Com isso, o ambiente terá condições mínimas de iluminação, possibilitando a fuga segura dos ocupantes. O Corpo de Bombeiros também estabelece um nível mínimo de iluminação. De acordo com a NPT 018 (PARANÁ, 2014c), deve-se garantir um nível mínimo de três lux em locais planos, como corredores e halls, e cinco lux em locais com desnível, como escadas e rampas. Orienta- se também a instalação de uma tomada externa na edi� cação, compatível com a potência da iluminação de um gerador móvel. Todas essas orientações são para que, em caso de emergência, a edi� cação possua condições mínimas para permitir a evacuação da edi� cação com segurança. 46WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Além da NPT 018 (PARANÁ, 2014c), a NPT 011 (PARANÁ, 2016) também esclarece alguns pontos quanto à iluminação de emergência. De acordo com esta norma, as luminárias de emergência localizadas acima das portas de saídas, em ambientes com lotação superior a 100 pessoas, devem ser do tipo balizamento e precisam manter-se acesas durante a utilização do ambiente. Essa orientação vale para as ocupações do tipo F-3, F-5, F-6, F-7, F-10 e F-11. A mesma norma aborda outras orientações para os casos especí� cos de ocupações. Conforme apresenta a norma especí� ca para saídas de emergência, as rotas de fuga devem sempre ser iluminadas, apontando as saídas. 2. SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA Toda edi� cação necessita ser bem sinalizada. A sinalização é um meio muito importante e indispensável para orientar os ocupantes de uma edi� cação. Segundo o Corpo de Bombeiros, por meio da NPT 020 (PARANÁ, 2014d), a sinalização de emergência tem por objetivo � xar as condições exigíveis que devem satisfazer o sistema de sinalização de emergência em edi� cações e em outras áreas de risco. Em consenso com esse objetivo, a sinalização de emergência reduz o risco de ocorrência de incêndio, pois indica os riscos existentes e garante a adoção de medidas cabíveis em casos de emergência, assim como assinala o uso de algum equipamento de combate ou de orientação em uma rota de fuga, por exemplo. Por isso, as edi� cações devem possuir um sistema de sinalização de emergência, exceto as edi� cações de habitações unifamiliares, por meio de uma sinalização de emergência que empregue símbolos, mensagens e cores, podendo ser dividida em tipos de sinalização. 2.1 Tipos de Sinalização A sinalização de emergência pode ser dividida em sinalização básica e em sinalização complementar. A sinalização básica é o conjunto mínimo de sinalização que deve estar presente em uma edi� cação. Ela pode ter função de proibição, alerta, orientação, salvamento, ou ainda de sinalizar um equipamento. Nesse sentido, a sinalização de proibição, como o próprio nome sugere, tem a função de proibir algumas ações, que podem dar início a um incêndio. Uma placa de “proibido fumar”, por exemplo, é um caso de proibição. As placas de alerta têm a � nalidade de alertar os ocupantes sobre a existência de áreas e materiais com potencial de risco de incêndio, explosão, choques etc. Já a sinalização de orientação de salvamento indica as rotas de saída e ações necessárias, como o encaminhamento, escadas, entre outros. Por � m, a sinalização de equipamentos tem o objetivo de mostrar a localização dos equipamentos de combate a incêndio, como o posicionamento de hidrante, extintores, alarmes etc. Por outro lado, a sinalização complementar é considerada o conjunto de faixas de cor ou mensagens, que completam a sinalização básica. Essa sinalização pode indicar uma rota continuada de saída, obstáculos e outros, por meio de faixas de cores, além de informar o público mediante, por exemplo, placas que indiquem as medidas de proteção contra incêndio existentes na edi� cação e lotação, admitidas em locais destinados à reunião de pessoas. Todas estas orientações estão presentes na NPT 010 (PARANÁ, 2014a). 47WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.2 Procedimentos Conforme apresentado, a sinalização de emergência pode ser dividida em sinalização básica e complementar. Para cada um desses tipos de sinalização, é necessária a aplicação de um procedimento especi� co de implantação. 2.2.1 Procedimentos para instalação de sinalização básica A NPT 020 (PARANÁ, 2014d) propõe que as sinalizações sejam instaladas em função de cada edi� cação especí� ca. Em cada edi� cação, é possível observar as formas de sinalização básica: proibição, alerta, orientação, salvamento e, por � m, a sinalização de equipamentos. 2.2.2 Sinalização de proibição A sinalização de proibição é instalada a uma altura de 1,8 metros do chão, em um local visível. As sinalizações devem posicionar-se de modo que todos os ocupantes consigam visualizá- las no ambiente. Além disso, as sinalizações não podem possuir uma distância maior do que 15 metros entre si. O Quadro 1 apresenta os tipos de sinalização de proibição. Para mais informações sobre as sinalizações de emergência e como deve ser a sua aplicação em conformidade com a NBR 10.898, leia a matéria Iluminação de emergência deve atender a NBR 10.898. AMARAL, R. Iluminação de emergência deve atender a NBR 10.898. AECweb Re- vista Digital. 2019. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/ilu- minacao-de-emergencia-deve-atender-a-nbr-10898_8405_10_21. Acesso em: 10 dez. 2019. 48WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Quadro 1 – Sinalização de proibição. Fonte: Paraná (2014d). 2.2.3 Sinalização de alerta As orientações para a implantação da sinalização de alerta devem seguir os mesmos princípios das sinalizações de proibição. Entretanto, orienta-se que elas sejam posicionadas próximas ao local de risco isolado ou distribuídas ao longo da área de risco generalizada. O Quadro 2 apresenta as sinalizações de alerta. 49WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Quadro 2 – Sinalização de alerta. Fonte: Paraná (2014d). 2.2.4 Sinalização de orientação e salvamento Para a sinalização de orientação e salvamento, a NPT 020 (PARANÁ, 2014d) considera que toda alteração de direção, saídas, escadas, entre outros, deve ser sinalizada. Entre essas orientações apresentadas, discute-se algumas a seguir. A sinalização de portas de saída de emergência é posicionada logo acima da abertura da porta, no máximo a 10 cm da verga. Ela também pode ser aplicada diretamente na porta, a uma altura de 1,8 metros do piso acabado, conforme Figura 2. 50WWW.UNINGA.BR PR OT EÇ ÃO C ON TR A IN CÊ ND IO E P ÂN IC O | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 2 – Sinalização de saídas de emergência. Fonte: Paraná (2014d). A sinalização de orientação e salvamento deve ser posicionada ao longo de toda a rota de saída, considerando que a distância do percurso entre qualquer ponto da rota de saída até a sinalização não ultrapasse 15 metros. Além disso, a norma estabelece que essa sinalização precisa ser instalada de modo que, na direção de saída de qualquer ponto, seja possível visualizar o ponto seguinte, em um limite de 30 metros. Ela deve, ainda,
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