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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS Guilherme Rezende Cardoso – RA 2889053 – Turma: 003108A04 APS – ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DIREITO DO TRABALHO APLICADO Estudo de caso: A empresa Bitcoin Serviços de Informática Ltda contrata seu escritório de advocacia objetivando efetivar o levantamento jurídico trabalhista das pendências que envolvem a empresa considerando a recente reforma da legislação trabalhista. A empresa possui quadro de empregados diretos além de contar com quadro fixo de 80 trabalhadores autônomos, e 20 estagiários assim distribuídos: um diretor, um gerente, quatro assistentes e quatro auxiliares da área administrativa; um diretor, oito supervisores (sendo que um deles exerce as atribuições de gerência), vinte e oito vendedores; 80 representantes comerciais autônomos e dos 20 estagiários, todos subordinados a diretoria comercial. Em levantamento in loco preliminar que restou apresentado a diretoria da empresa foram eleitas as seguintes questões: 1. A empresa não possui qualquer planejamento relacionado a medicina e segurança do trabalho, pois, segundo orientação do Departamento de Recursos Humanos não há risco na atividade desenvolvida. Em relação a medicina do trabalho, a empresa precisa se de prevenir possíveis acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais, independente da atividade desenvolvida pelos trabalhadores. Vejamos a seguir algumas regulamentações obrigatórias para tais prevenções. A NR-7 determina a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO por parte de qualquer empresa que possua no mínimo um funcionário CLT. O PCMSO é um meio de preservação da saúde dos trabalhadores. Conforme o art. 168 da CLT, é obrigatório que o empregador realize periodicamente exame em todos os trabalhadores, inclusive em casos de admissão e demissão. Os dados obtidos pelos exames devem constar no prontuário clínico individual. Tratando-se ainda da prevenção dos trabalhadores, o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é obrigatório e regulamentado pela NR-9 da Portaria 3.214/1978, que visa “à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho” conforme descrito no 9.1.1 do respectivo regulamento. São indicados pelo PPRA o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que tem o objetivo de prevenir, minimizar e/ou eliminar exposições negativas aos trabalhadores. Por fim, temos a NR-5, onde está regulamentada a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, que é formada por trabalhadores e por representantes do empregador, que tem o principal objetivo de prevenir acidentes de trabalho e promover a saúde dos funcionários. 2. A empresa é ré em várias ações objetivando indenizações que apresentam como causa de pedir fática o tratamento vexatório diuturno a que são submetidos os vendedores e representantes comerciais que não alcançam o patamar de metas estabelecidos pelo supervisor que exerce as atribuições de gerência na área comercial, sendo que o Departamento de Recursos Humanos, ao analisar os casos informou a diretoria da empresa que a atitude do supervisor em presentear os vendedores com menor patamar de vendas com uma camiseta com a inscrição “ Sou o Lanterninha do Mês”, não é ofensivo e que todos os vendedores melhoram sua produção nos meses seguintes. A empresa Bitcoin Serviços de Informática Ltda precisa se resguardar, visto que, o tratamento presente na questão aduzida, ao tratar de maneira vexatória diuturno seus funcionários que são submetidos a usar uma camiseta com a inscrição “Sou o Lanterninha do Mês”, está a acarretar assédio moral na relação de trabalho, que excede os limites do aceitável, que acaba causando constrangimentos ao trabalhador. A empresa pode tomar medidas preventivas de modo a evitar o assédio, informando os trabalhadores a respeito do assédio moral; treinando e capacitando os gestores para administrar os conflitos; estabelecendo no Regulamento Interno da empresa os atos caracterizadores do Assédio Moral, bem como, a responsabilização do empregado que violar as regras de empresa. O assédio moral afronta os princípios da dignidade da pessoa humana e da valorização social do trabalho (art. 1º, incisos III e IV da CF/1988). Os funcionários expostos ao assédio moral, poderão estar sujeitos a reparação do dano moral, que tem por objetivo compensar o lesado pelo dano sofrido. 3. Parte dos representantes comerciais são obrigados no comparecimento diário na sede da empresa, em horário determinado pelo diretor comercial, sendo certo que em eventual ausência o dia de trabalho é descontado das comissões no mês de referência, sendo que os demais somente comparecem a empresa para aviamento das necessidades comerciais (entrega de pedidos, recebimento de mostruários e recebimento de comissões), conduta esse aprovada pelo Departamento de Recursos Humanos da empresa. A conduta da empresa em relação aos representantes comerciais que no caso foram descritos como representantes comerciais autônomos está em desconformidade com a Lei 4886/65. Os representantes fazem parte da legislação que regula a profissão os regimentos internos do CONFERE (Conselho Federal dos Representantes) e do CORE (Conselho Estadual dos Representantes). Esse tipo de trabalhador não possui a subordinação, que é um dos requisitos da relação de emprego conforme Art. 3 da CLT. Sendo assim, a atitude do diretor comercial é ilegal, não podendo exigir o comparecimento dos representantes, nem descontar comissões devido à ausência, visto que, eles não estão sujeitos a horários e ordens, os honorários deverão ser pagos pela entrega do resultado final e não pela presença diária na empresa. O aval do departamento de recursos humanos a tais obrigações impostas pelo diretor comercial, futuramente poderá acarretar ações de representantes comerciais, pedindo o vínculo empregatício, gerando prejuízo financeiro a empresa, que será obrigada a pagar todas as verbas rescisórias. 4. Todos os estagiários (cursando Administração de Empresas, Tecnologia da Informação e Direito) são contratados diretamente pela empresa, sem qualquer formalidade efetivada pelo Departamento de Recursos Humanos, a não ser o pagamento de vale transporte e bolsa auxílio e se ativam exclusivamente no recebimento dos pedidos de compras, independentemente da área acadêmica que pertençam e laboram oito horas diários e semanalmente são submetidos a horas extras. O estagiário poderá receber bolsa auxílio e vale transporte não caracterizando vínculo empregatício, porém, o empregador deverá realizar regime legal de contratação, celebrando termo de compromisso de estágio com instituição de ensino superior e o estagiário, exigido pela lei do estagiário Art. 9, I Lei n° 11.788/2008 e a contratação deverá seguir a jornada estabelecida pela lei do estagiário. Conforme o Art. 10, II da Lei nº 11.788: “II- 6 (Seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.” Portanto, a contratação do estagiário em hipótese alguma poderá ultrapassar a jornada de trabalho de 6 horas diárias, logo, não poderá realizar horas extras. Caso haja descumprimento do termo de compromisso de estágio estabelecido por lei, fica caracterizado vínculo empregatício CLT, ficando a empresa Bitcoin Serviços de Informática Ltda sujeita a condenação, onde deverá pagar todas as verbas rescisórias estabelecidas pelo regime da CLT. 5. Um dos assistentes comerciais foi denunciado por um dos clientes em razão de furto de numerário (o cliente apresentouvídeo contendo as filmagens do local onde a conduta restou comprovada), no entanto, o Departamento de Recursos Humanos da empresa desaconselhou a demissão sob alegação do mesmo ser detentor de estabilidade em decorrência de acidente do trabalho, em relação ao qual foi emitida a CAT (comunicação de Acidente do Trabalho) com afastamento médico de 10 dias. O empregado não detém da estabilidade em decorrência do acidente de trabalho, uma vez que o assistente comercial obteve afastamento de apenas 10 dias, não realizando assim, o cumprimento dos dois requisitos que lhe dão direito a tal estabilidade, conforme súmula 378 TST. A Lei nº 8.213/91, dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio- acidente. Súmula 378 TST: II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ 230/TST-SDI-I – Inserida em 20/06/2001). III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei 8.213/1991. Sendo assim, poderá a empresa realizar o desligamento por justa causa pelo furto cometido com provas apresentadas, o qual preenche requisito disposto no Art. 482 da CLT, sendo esse, o ato de improbidade. 6. Os empregados da empresa, com exceção dos Diretores e. gerente e supervisores recebem em média valor de R$ 4.500,00, valor esse fruto do percentual comissional das vendas realizadas, além de valor fixo de R$ 2000,00 o Departamento de Recursos Humanos, orientou a empresa, no sentido que a fixação de pagamento de parcela salarial fixa desonera a empresa de qualquer reflexo ou integração em relação aos valores comissionais. A empresa Bitcoin Serviços de Informática Ltda não pode se abster ao pagamento de qualquer reflexo ou integração em relação a comissão, visto que, o vendedor adquiriu o direito a partir do momento em que a transação foi realizada e consequentemente aceita pela empresa (art. 466 CLT), que não apresentou recusa por escrito dentro do prazo de 10 dias, conforme dispõe o Art. 3° da Lei 3.207/57.
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