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HIDROLOGIA APLICADA INFILTRAÇÃO Prof. MSc. Ana Carolina Assmar BELÉM-PA 2021 FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE ENGENHARIA CIVIL/SANITÁRIA E AMBIENTAL DISCIPLINA: HIDROLOGIA Considerações iniciais 2 • Passagem de água da superfície para o interior do solo. Portanto, é um processo que depende fundamentalmente da água disponível para infiltrar, da natureza do solo, do estado da sua superfície e das quantidades de água e ar, inicialmente presentes no seu interior. • A infiltração é o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais do solo, se move para baixo através dos vazios (capilaridade) pela ação da gravidade, até atingir uma camada impermeável, formando um lençol d’água. Considerações iniciais 3 Este fenômeno é função das características geológicas do solo, do relevo e dos obstáculos oferecidos ao escoamento superficial, notoriamente do tipo e porte da vegetação da área. Considerações iniciais 4 • À medida que a água infiltra pela superfície, as camadas superiores do solo vão se umedecendo de cima para baixo, alterando gradativamente o perfil de umidade. • Com aporte de água, o perfil de umidade tende à saturação em toda a profundidade, sendo a superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar; • Normalmente, a infiltração decorrente de precipitações naturais não é capaz de saturar todo o solo, restringindo-se a saturar, quando consegue, apenas as camadas próximas à superfície, conformando um perfil típico onde o teor de umidade decresce com a profundidade. Considerações iniciais 5 • Quando o aporte de água à superfície cessa, isto é, deixa de haver infiltração, a umidade no interior do solo se redistribui, evoluindo para um perfil de umidade inverso, com menores teores de umidade próximo à superfície e maiores nas camadas mais profundas. • Nem toda umidade é drenada para as camadas mais profundas do solo, já que parte é transferida para a atmosfera por evapotranspiração. Fatores de influência 6 • Umidade do Solo: quanto mais saturado estiver o solo, menor será a infiltração. • Geologia: a granulometria do solo condiciona a sua permeabilidade. • Quanto mais fino for o solo menor será a infiltração. • Ocupação do solo: os processos de urbanização e devastação da vegetação diminuem drasticamente a quantidade de água infiltrada, ocorrendo o contrário com a aplicação de técnicas adequadas de terraceamento (técnica agrícola e geográfica de conservação do solo, destinada ao controle de erosão hídrica) e manejo do solo. Fatores de influência 7 • Topografia: declives acentuados favorecem o escoamento superficial direto, diminuindo a oportunidade de infiltração. • Depressões: a existência de depressões provoca a retenção da água diminuindo a quantidade de escoamento superficial direto. Esta água retida é infiltrada no solo e parte evaporada. A Água no solo controla a geração de escoamento superficial, sendo importante para estudo de cheias e inundações. Importância 8 • Regula a recarga de água subterrâneas; • Controla a produtividade da vegetação, sendo importante para a agricultura; • Regula processos de degradação ambiental, como erosão e transporte de poluentes; • Importante papel em secas, etc. Fases da infiltração (Garcez, 1988) 9 • Fase de Intercâmbio: ocorre na camada superficial do terreno, onde as partículas de água estão sujeitas a retornar à atmosfera, seja devido à aspiração capilar provocada pela evaporação à superfície, seja devido ao fenômeno de transpiração das plantas; • Fase de descida: a ação da gravidade superando a capilaridade, obriga o escoamento descendente da água até atingir a camada impermeável; • Fase de Circulação: saturado o solo, formam-se os lençóis subterrâneos. A água escoa devido à declividade das camadas impermeáveis. Grandezas características 10 CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO • Quantidade de água máxima que um solo, em condições preestabelecidas, pode absorver por unidade de superfície horizontal, durante a unidade de tempo. Pode ser medida pela altura de água que se infiltrou, expressa em mm/h. VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO • É a velocidade média fictícia de escoamento da água através de um solo saturado, considerando-se como seção de escoamento não apenas a soma das seções dos interstícios, mas toda a superfície atuante. • Numericamente, é igual à quantidade de água que passa através da unidade de superfície de material filtrante durante a unidade de tempo. Expressa em m/s; m/dia; mm/s ou em m³/m² dia. Grandezas características 11 DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA • É a distribuição das partículas constitutivas de solos granulares em função das dimensões das mesmas. • Costuma ser representada graficamente pela curva de distribuição granulométrica; em abscissas figuram (em mm), em escala logarítimica, os tamanhos D das partículas granulares (aberturas de peneiras) e, em ordenadas, as porcentagens acumuladas P, das quantidades (em peso) de grãos de tamanhos menores que aqueles indicados nas correspondentes abscissas D. • Diâmetro efetivo é o tamanho D10 igual à dimensão de uma malha que deixa passar 10% em peso do material em exame. Coeficiente de uniformidade é a relação entre o tamanho D60 (correspondente ao P = 60%) e o diâmetro efetivo: D10 / D60. Grandezas características 12 Grandezas características 13 POROSIDADE DO SOLO • É a relação entre o volume de vazios e o volume total do solo; geralmente é expressa em porcentagem. A porosidade está em relação íntima com a granulometria e com a forma dos grãos. COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE • É a velocidade de filtração da água em um solo saturado, quando se tem um escoamento com perda de carga unitária a uma certa temperatura. • Esse coeficiente mede a maior ou menor facilidade que cada solo, quando saturado, oferece ao escoamento da água através de seus interstícios. Ele é expresso em m/dia, cm/s, m³/m² dia. • A permeabilidade depende principalmente da porosidade, granulometria e das formas dos grãos. Grandezas características 14 Grandezas características 15 Grandezas características 16 Tipos de solo 17 Quanto maior a porosidade, o tamanho das partículas ou o estado de fissuração, maior a capacidade de infiltração. • Argilas – diâmetro das partículas = D < 0,002 mm • Siltes – diâmetro das partículas = 0,002 < D < 0,06 mm • Areias – diâmetro das partículas = 0,06 D < 2,00 mm • Pedregulhos – diâmetro das partículas = D > 2,00 mm Parâmetros da relação água-solo 18 POROSIDADE • Chama-se porosidade () a relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume total (V). V ms= Parâmetros da relação água-solo 19 MASSA ESPECÍFICA DO SOLO (ρ) • É a relação entre a massa dos sólidos (ms) e o volume total (V). V ms= Parâmetros da relação água-solo 20 RELAÇÃO DE VAZIOS OU ÍNDICE DE VAZIOS (e) • É a relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume de sólidos (Vs). s v V V e = Parâmetros da relação água-solo 21 GRAU DE SATURAÇÃO (S) • É a relação entre o volume de água (Va) e o volume de vazios (Vv) de uma amostra. v a V V S = Parâmetros da relação água-solo 22 UMIDADE VOLUMÉTRICA () • Chama-se de Umidade () a relação entre o volume de água (Va) e o volume total (V). V Va= Parâmetros da relação água-solo 23 UMIDADE DE SATURAÇÃO (s) • Relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume total (V). == V Vv s Métodos de medição 24 CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO Os principais métodos são: • Método do infiltrômetro de anel • Método do infiltrômetro de sulco • Método do balanço de entrada e saída de água no sulco • Método de irrigação por aspersão em uma pequena área de teste Métodos de medição 25 INFILTRÔMETRO DE ANEL ▪ Consiste de dois anéis concêntricos, um de menor diâmetro, com 25 cm de e outro maior com diâmetro de 50 cm. Ambos com 30cm de altura. ▪ Os anéis devem ser instalados no solo com o auxilio de um macaco hidráulico, pois com o auxílio de uma marreta poderá se comprometer na agitação das partículas do solo. ▪ Coloca-se água, ao mesmo temponos dois anéis. ▪ Geralmente a lâmina de água no cilindro interno é maior que no externo, devido a função do cilindro externo ser apenas de orientação das linhas de corrente. Métodos de medição 26 INFILTRÔMETRO DE ANEL Métodos de medição 27 INFILTRÔMETRO DE ANEL Métodos de medição 28 ▪ E com uma régua graduada acompanha-se a infiltração vertical no cilindro interno para vários intervalos de tempo. ▪ A capacidade de infiltração instantânea é calculada por: t h It = Onde: It é a capacidade de Infiltração instantânea (mm/h) ; ∆h é a variação da lâmina d’água (mm); ∆t é o intervalo de tempo (h); Métodos de medição 29 • O gráfico da capacidade de infiltração é do tipo t x I (Capacidade de Infiltração em função do tempo). Capacidade de Infiltração 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 t (h) I (m m /h ) Onde: It é a capacidade de Infiltração (mm/h) ; t é o tempo (h); Métodos de medição 30 EXERCÍCIO • Calcular a capacidade de infiltração em cada instante e a acumulada para um ensaio a partir dos dados coletados. Métodos de medição 31 • O cálculo dos valores da condutividade hidráulica vertical (Kv) com esse método, considerando a carga variável, sendo determinado pela seguinte equação: Onde: Kv = condutividade hidráulica vertical (m/s); U = fator de conversão de mm/min para m/s = 1/60000; I = profundidade de penetração do anel no solo (mm); Δt = o intervalo de tempo do ensaio (s); h0/ht = razão entre os níveis d'água inicial e final no anel interno Métodos de medição 32 EXERCÍCIO • Calcular a condutividade hidráulica vertical (Kv) de um solo, sabendo-se que os anéis tiveram uma profundidade de penetração de 10 cm no solo. No experimento, em um intervalo de 15 minutos, o nível d’água variou de 15 cm para 3,3 cm.
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