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Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo UNIP - Universidade Paulista Curso de Arquitetura e Urbanismo Prof. Evy Hannes O Código de Hamurábi - 6º rei da Suméria 1750 A.C. e fundador do império babilônico. - 1º código escrito de leis que até então eram passadas de geração em geração por meio da fala. - 282 cláusulas escritas em uma pedra de 2,5 m de altura exposta à população. Hoje está no museu do Louvre em Paris. - A essência do Código de Hamurábi consiste no princípio do “olho por olho, dente por dente”. Detalhe da escrita cuneiforme. Pedra de Hamurábi. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo O Código de Hamurábi Siclo = 6g de prata Sar = 35 m2 228º - Se um arquiteto constrói uma casa para alguém e a leva a execução, deverá receber em pagamento dois siclos, por cada sar de superfície edificada. 229º - Se um arquiteto constrói para alguém e não o faz solidamente e a casa que ele construiu cai e fere de morte o proprietário, esse arquiteto deverá ser morto. 230º - Se fere de morte o filho do proprietário, deverá ser morto o filho do arquiteto. 231º - Se mata um escravo do proprietário ele deverá dar ao proprietário da casa escravo por escravo. 232º - Se destrói bens, deverá indenizar tudo que destruiu e porque não executou solidamente a casa por ele construída, assim que essa é abatida, ele deverá refazer à sua custa a casa abatida. 233º - Se um arquiteto constrói para alguém uma casa e não a leva ao fim, se as paredes são viciosas, o arquiteto deverá à sua custa consolidar as paredes. Detalhe da escrita cuneiforme. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo O TRATADO DE ARQUITEURA DE VITRÚVIUS - O “Tratado de Arquitetura” ou ―De Architectura‖, escrito pelo arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio no séc I AC é o único tratado em arquitetura da antiguidade que Sobreviveu aos nossos dias e tem forte influência sobre textos de arquitetura até hoje. - fornece informações práticas e teóricas sobre a prática da arquitetura e busca a requalificação da profissão. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo O TRATADO DE ARQUITEURA DE VITRÚVIUS No Tratado da Arquitetura são apresentadas diversas considerações sobre a ética profissional ressaltando a importância do conhecimento filosófico (moral): Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo - Ser prestável - Equitativo - Digno de confiança - Não ser avarento - Íntegro - Fiel à palavra dada - Digno - Preservar a sua boa fama - Não ser levado pela cobiça - Não manter o espírito ocupado em honorários O TRATADO DE ARQUITEURA DE VITRÚVIUS - O livro, dividido em dez partes, descreve o ofício do arquiteto, condenando práticas clientelistas e equívocos sobre a arte edificatória. O objetivo primeiro do tratado vitruviano é registrar as matérias essenciais de cada gênero de edificação, detalhando questões de base sobre as diferentes tipologias e exemplificando-as. Livro 1: Sobre os conhecimentos necessários à formação do arquiteto. Livro 2: Sobre os materiais e a arte da construção. Livros 3 e 4: Sobre os edifícios religiosos. Livro 5: Sobre os edifícios públicos. Livro 6: Sobre os edifícios privados. Livro 7: Sobre os acabamentos. Livro 8: Sobre hidráulica e distribuição da água. Livro 9: Sobre valor artes e filosofia. Livro 10: Sobre a participação do arquiteto nas etapas da construção e sobre mecânica e os princípios das máquinas. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo O arquiteto e urbanista, assim como qualquer cidadão, deve respeito à Constituição Federal, Leis Estaduais, Leis Orgânicas dos Municípios e a toda legislação complementar em vigor. Portanto, o profissional está sujeito, à legislação trabalhista, previdenciária, ao Código do Consumidor, ao Código Civil, ao Código Penal, às leis tributárias, bem como à legislação específica. (Lei Nº 12.378/2010 – cria o CAU). Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo Código de Defesa do Consumidor - construção civil e arquitetura - tem como função preservar os direitos do consumidor. - Art. 12°, do CDC: ―O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, (...) respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos‖. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo Código Civil Brasileiro - construção civil e arquitetura A responsabilidade civil por determinada obra, de acordo com o Código Civil Brasileiro, que deve ser seguido pelo profissional, pode ser cobrada pelo prazo de até cinco anos, a contar da data em que a obra foi entregue, em alguns casos, pode estender-se por até vinte anos, se comprovada a culpa do profissional pela ocorrência. Dentro desta responsabilidade pode ser incluso os danos causados aos vizinhos da obra e responsabilidade por danos ocasionados a terceiros. (GARANTIA). Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo Código Penal Brasileiro - construção civil e arquitetura - CORRUPÇÃO ENTRE PARTICULARES - pune com um a quatro anos de prisão a pessoa que “exigir, solicitar, aceitar ou receber vantagem indevida, como empregado ou representante de empresa ou instituição privada, para favorecer a si ou a terceiros, direta ou indiretamente, ou aceitar promessa de vantagem indevida, a fim de realizar ou omitir ato inerente às suas atribuições”. - montar um escritório de arquitetura sem ser arquiteto é uma contravenção e não crime. Mas, se isso gerar dano, é outro delito. E pode se agravar muito. - o artigo 13 do Código Penal fala sobre o crime de omissão: — Se o falso arquiteto faz a planta e a casa cai, matando alguém, então ele vai responder pela contravenção, mas também por homicídio. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo - A Constituição da República Federativa do Brasil (1988) manteve a forma federativa do Estado brasileiro e uma das consequências ou características deste modelo estatal consiste na autonomia dos Entes Federados. Ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios são autônomos entre si, cada qual, portanto, titular de auto-organização, autogoverno e auto-administração, dotados de autonomia legislativa. - Portanto não existe “hierarquia” entre leis federais, estaduais, municipais ou distritais. Para evitar conflitos de normas, a Constituição Federal criou o sistema de repartição de competências legislativas definindo as áreas onde cada ente federativo poderá legislar. -Isso quer dizer que: mesmo os Municípios, último elemento da ―cadeia legislativa‖, podem operar com certa liberdade na criação de suas leis, desde que respeitando a Constituição Federal e normas da União. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo Art. 21. Compete à União: - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; - os portos marítimos, fluviais e lacustres; - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; - diretrizes da política nacional de transportes; Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo Art. 23. É competência comum da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; -promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo - Aos Estados compete adaptar a lei geral (Constituição e leis da União como o Código Florestal e Parcelamento o Solo) às realidades locais, dando cumprimento ao determinado pela Constituição Federal. - Compete aos Municípios: - legislar sobre assuntos de interesse local; - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano – PLANO DIRETOR; - Para as normas gerais de competência da União (Código Florestal e Parcelamento o Solo), os Estados devem complementar, e aos municípios resta somente a competência de interesse local, sendo vedado aos Estados e Municípios contrariar as regras definidas pela União. É um julgado que consolida o princípio da hierarquia das normas, tratando de forma diferenciada a competência dos entes, conferindo solidez as normas federais. (decisão do STF em 2013). Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo - CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988; - LEIS GERAIS DA UNIÃO: Lei de parcelamento do solo urbano; Código Florestal Brasileiro; ANVISA e outras. - ESTATUTO DA CIDADE: Lei Federal n. 10.257/2001; - ESTATUTO DA METRÓPOLE: Lei Federal n. 13.089/2015; - PLANO DIRETOR (Lei Municipal); - OPERAÇÃO URBANA (Lei Municipal). - LEI DE ZONEAMENTO DO SOLO URBANO (Lei Municipal). Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988: CAPÍTULO II - DA POLÍTICA URBANA Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988: CAPÍTULO II - DA POLÍTICA URBANA Art. 182. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios (obrigatório); II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (USUCAPIÃO) § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988: CAPÍTULO VI – DO MEIO AMBIENTE Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo ESTATUTO DA CIDADE: Lei Federal n. 10.257/2001 que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e ―estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.” Regulamenta índices urbanísticos como: direito de preempção, IPTU progressivo, usucapião, outorga onerosa, OPERAÇÕES URBANAS, PLANO DIRETOR, entre outros. -PLANO DIRETOR passa a ser obrigatório para cidades: - com mais de vinte mil habitantes (Constituição); - integrantes de áreas de especial interesse turístico; - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas... - outros (consultar legislação completa). - DEVE SER REVISADO A CADA DEZ ANOS. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo ESTATUTO DA METRÓPOLE: (Lei Federal n. 13.089/2015) - estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das funções públicas em regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, bem como normas gerais sobre o PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO e outros instrumentos de governança interfederativa, observando as normas gerais apontadas pelo ESTATUTO DA CIDADE. – cria as operações urbanas consorciadas interfederativas. -As regiões metropolitanas e as aglomerações urbanas deverão contar com plano de desenvolvimento urbano integrado, aprovado mediante lei estadual. - o Município deverá compatibilizar seu plano diretor com o plano de desenvolvimento urbano integrado, que deverá ser revisto a cada 10 anos. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO - PDE: Previsto na Constituição Federal, é o principal instrumento para o planejamento da cidade, trata de seu desenvolvimento e expansão. Regulamente questões relativas a: - Infraestrutura urbana (rede de transportes, saneamento, serviços públicos etc); - Uso e ocupação do solo; - Macrozoneamento; - Política de desenvolvimento urbano; - Preservaçãoe recuperação ambiental, etc. - Deve promover audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas da comunidade. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo LEGISLAÇÃO DA CATEGORIA: Lei nº 2.848, de 07/12/1940, que institui o Código Penal Brasileiro. Lei nº 4.950-A, de 22/04/1966, que dispõe sobre a remuneração de profissionais diplomados em Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Química e Veterinária. Lei nº 8.078, de 11/09/1990, que estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. Lei nº 8.666, de 21/06/1993, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Lei nº 9.610, de 19/02/1998, que regulamenta os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos. Lei nº 10.406, de 10/01/2002, que institui o Código Civil Brasileiro. Lei nº 11.888, de 24/12/2008, que assegura o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à moradia previsto no art. 6o da Constituição Federal. Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo LEGISLAÇÃO DA CATEGORIA: Lei nº 12.378, de 31/12/2010, que regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal – CAUs e dá outras providências. Lei nº 13.146, de 06/07/2015, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. RESOLUÇÕES CAU/BR Resolução n° 38, de 9 de novembro de 2012: dispõe sobre a fiscalização do cumprimento do Salário Mínimo Profissional do Arquiteto e Urbanista Resolução n° 21, de 5 de abril de 2012: dispõe sobre as atividades e atribuições profissionais do arquiteto e urbanista e dá outras providências Resolução n° 51, de 12 de julho de 2013: dispõe sobre a especificação das atividades, atribuições e campos de atuação privativos dos arquitetos e urbanistas e os que são compartilhados entre estes e os profissionais legalmente habilitados em outras profissões regulamentas. ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo 25/27 ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo 26/27 Principais Normas Técnicas da Construção - SINDUSCON ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL Introdução à legislação em Arquitetura e Urbanismo 27/27
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