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8- Ciclos Biogeoquímicos - texto complementar referente às Aulas 11 e 12 (2)

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Rodrigues, D. 2019. Uma visão geral sobre os ciclos biogeoquímicos. UFRJ, Departamento de Ecologia. Disponível em 
http://graduacao.cederj.edu.br/ava/login/index.php 
UMA VISÃO GERAL SOBRE OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 
Daniela Rodrigues 
Departamento de Ecologia, UFRJ 
 
Continuamente, parte da matéria circula na natureza e parte fica estocada em reservatórios, gerando os 
ciclos biogeoquímicos. Alguns reservatórios ocorrem na atmosfera (carbono na forma do dióxido de carbono, 
nitrogênio como gás nitrogênio), outros nas rochas que compõem a litosfera (cálcio na forma de carbonato de 
cálcio, potássio na forma de feldspato), bem como nas águas que compõem a hidrosfera (fósforo na forma de 
fosfato, entre outros). Os reservatórios podem ser de grande escala temporal (a matéria fica por muito tempo 
neste reservatório) e pequena escala temporal (a matéria sai do reservatório mais rapidamente quando 
comparada com os reservatórios de grande escala, através de processos diversos). 
A matéria pode sofrer ciclagem em diferentes escalas espaciais, dependendo das rotas do ciclo em 
questão. Por exemplo, o fósforo pode sofrer ciclagem completa em um lago, enquanto que o carbono e o 
nitrogênio, por fazerem parte da atmosfera, sofrem ciclagem em uma maior escala espacial. Isto também faz o 
fósforo um ciclo lento comparado àqueles cujos reservatórios encontram-se na atmosfera, como o nitrogênio e o 
carbono. Em adição, os ciclos podem ser considerados abertos – quando o elemento em questão dificilmente 
retornará ao reservatório de origem, como no caso o fósforo que flui das rochas para as águas – ou fechado. 
Neste último caso, ciclos com reservatórios atmosféricos e grande participação da biota, como o nitrogênio, 
constitui um exemplo. 
No caso do ciclo do carbono, o dióxido de carbono é um composto de grande importância, onde o 
mesmo encontra-se em grandes quantidades nas plantas. Anualmente, estima-se que as plantas removem cerca 
de 1/7 do dióxido de carbono da atmosfera no processo fotossintético. Entretanto, no processo de respiração e 
decomposição dos organismos, ocorre um retorno deste composto à atmosfera. No ciclo do nitrogênio, ressalta-
se a importância das algas azuis, bactérias livres e também aquelas associadas às leguminosas, as quais 
captam o nitrogênio atmosférico e o convertem a uma forma passível de utilização pelas plantas. O consumo das 
plantas pelos animais, por sua vez, torna o nitrogênio disponível para estes consumidores. 
O ciclo do enxofre, mais do que qualquer outro ciclo, é profundamente influenciado por ações antrópicas 
como a queima de combustíveis fósseis, onde cerca de 160 por cento do nível de emissões deste elemento é 
produzida por meio de ações do homem. Esta emissão leva ao problema relativo às chuvas ácidas, as quais 
ocorrem em escala global. Outro ciclo que sofre grande influência de fatores tanto naturais quanto antrópicos é o 
ciclo do carbono. Erupções vulcânicas, mudanças sazonais em ambientes temperados, incêndios e a queima de 
combustíveis fósseis aumentam a concentração de dióxido de carbono na atmosfera. O ciclo do nitrogênio 
também tem sido alterado pelo homem através da industrialização deste elemento via uso de fertilizantes na 
agricultura, o que causa um aumento nos níveis de nitrogênio nos solos e nas águas das zonas agrícolas. Ainda, 
o ciclo do fósforo tem sido alterado por ações antrópicas em decorrência da pesca em ambientes marinhos, a 
qual transfere anualmente cerca de 50 teragramas de fósforo do mar para o meio terrestre. Em suma, mudanças 
geradas pelo homem podem afetar os ciclos de absolutamente todos os elementos de forma dramática. 
 
Bibliografia Consultada: 
 
Begon, M., Harper, J.L. & Townsend, C.R. 2007. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4
a
 ed. Porto Alegre, 
Artmed Editora. 752p. 
Stiling, P. 1999. Ecology: theories and applications. 3
a
 ed. Prentice Hall, New Jersey. 638p.

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