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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 
1.1 Linguagem e comunicação 
Apresentamos a seguir alguns conceitos que julgamos fundamental que você os assimile 
e entenda. 
Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a 
comunicação e a interação entre as pessoas. Há outras concepções de linguagem que 
você pode pesquisar para ampliar o seu conceito. 
 Língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também, 
semânticas e fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou fala) se revela. 
Martinet (1978) foi um dos primeiros linguistas a apresentar uma distinção clara 
entre língua e linguagem. Segundo ele, a linguagem designa propriamente a 
faculdade de que os homens dispõem para se compreenderem por meio de 
signos vocais. 
 Dialetos são variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, 
de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (ex.: 
gíria). 
 Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo 
com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. O 
que não podemos perder de vista é que nenhuma variação linguística é melhor 
que a outra, pois elas servem a suas comunidades e ao contexto no qual os 
interlocutores estão inseridos. 
 Norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social. 
 Norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão. 
Comunicação 
A comunicação, do ponto de vista da linguística, nada mais é do que a interação entre 
um determinado grupo que usa a mesma língua ou o mesmo dialeto; tendo em vista a 
diversidade linguística e a heterogeneidade no discurso, faz-se necessário adequá-lo 
estrategicamente para que o fenômeno da comunicação se processe devidamente. 
Dessa forma, comunicação e linguagem se relacionam, uma vez que só há comunicação 
por meio da linguagem, e esta última se realiza na língua, como infraestrutura (base 
ortográfica), dentro de uma dada sociedade. Ou seja, “se preestabelece num sistema 
convencional de signos e regras presentes em um dado grupo social por meio do seu 
código. Sendo alicerce nessa interação social intercomunicativa” (BARROS, 1991, 25). 
A linguagem é a capacidade do homem de comunicar-se por meio de um sistema de 
signos, a língua. 
Língua 
A língua é o laço que une e integra os indivíduos num mesmo universo, e é ela que dá 
acesso à vida cultural na sociedade. É um sistema de signos, um conjunto organizado de 
elementos representativos convencionados por indivíduos e utilizados por membros de 
um mesmo grupo social. 
Observe a afirmação de um estudioso dessa área: Enquanto a linguagem abrange um 
conjunto multiforme de fatores físicos, fisiológicos e psíquicos, a língua aparece como 
uma totalidade uniforme, um sistema específico de signos com uma função social 
predominante: a comunicação (BORBA, 1998, p. 45). 
A língua(gem) é, antes de tudo, uma atividade do sujeito, um lugar de interação entre os 
membros de uma sociedade e seu conceito é bastante abrangente, pois engloba todas as 
manifestações realizadas pela fala. Para Bourdieu (1998, p. 81): A linguagem é de modo 
mais geral, às representações, uma eficácia propriamente simbólica de construção da 
realidade [...] – ao estruturar a percepção que os agentes sociais têm do mundo social, a 
nomeação contribui para construir a estrutura desse mundo, de uma maneira tanto mais 
profunda quanto mais amplamente reconhecida (isto é, autorizada). 
Nessa perspectiva, a partir dessa relação interdiscursiva o sujeito social (homem) tem a 
necessidade de nomear o mundo que o rodeia, ou seja, uma luta simbólica ritualizada 
como prática social – de que esse homem transforma e é transformado constantemente. 
1.2 Níveis de linguagem 
O objetivo principal do estudo dos níveis de fala é encaminhar o estudante a reconhecer 
as diferenças entre a linguagem padrão e a linguagem coloquial, para que possa 
selecionar o registro adequado nas mais diferentes situações de comunicação. 
 
A fim de entendermos os diferentes níveis de linguagem e suas mudanças, temos de 
recorrer à sociolinguística, que é o ramo da linguística que tem como foco de estudos a 
relação direta entre língua e sociedade. 
 
O domínio dos diferentes níveis de linguagem propicia oportunidades mais efetivas ao 
falante, de promover a adequação da sua linguagem às exigências do contexto social e, 
dessa forma, estabelecer uma comunicação mais eficiente e aumentar seu nível de 
compreensão, interação e interlocução nas várias instâncias sociais nas quais estará 
inserido. 
O Emissor e o receptor 
O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quanto escrita, a um 
receptor. O receptor recebe a mensagem e, geralmente, dá uma resposta ao emissor. 
Essa resposta, no caso de uma conversa entre duas pessoas, se manifesta quando o 
receptor diz palavras tais como: "sim... estou entendendo", etc., muito comum em 
conversas telefônicas. 
A necessidade de resposta faz parte do processo de comunicação entre os seres 
humanos. Quando uma pessoa envia a mensagem e não recebe a resposta do receptor, o 
processo de comunicação não se completa. 
Para que a comunicação se processe, são necessários alguns elementos que, segundo 
denominação de Jakobson (2005), seriam: 
 Fonte ou emissor é quem elabora e transmite a mensagem; 
 Receptor ou destinatário é aquele que recebe a mensagem; 
 Mensagem é tudo aquilo que o emissor transmite ao receptor, é o objeto da 
comunicação; 
 Referente é o assunto da comunicação, o conteúdo da mensagem; 
 Canal é o meio físico, o veículo através do qual a mensagem é levada do 
emissor ao receptor; 
 Código é o conjunto de signos e suas regras de comunicação. 
 
Figura 1 - Caminho da mensagem 
Descrição da imagem: Fluxograma que apresenta o caminho de uma mensagem. Ela inicia pelo emissor (emotiva), que transmite 
uma mensagem (poética), que está ligada a um referente (referencial) a um código (metalinguística) e a um canal (fática). A 
mensagem vai para o receptor (conativa). 
Funções da linguagem 
 Função referencial: no processo comunicativo, predomina o assunto ao qual a 
mensagem faz referência. Nos textos jornalístico, técnicos e científicos destaca-
se essa função, pois buscam transmitir uma informação objetiva. Vejamos os 
exemplos em cada função. 
 Função emotiva: com essa função o emissor objetiva suscitar emoções, 
opiniões. Ela se destaca nas correspondências pessoais, em diários, discursos de 
formatura etc. 
 Função conativa: seu uso objetiva persuadir o receptor da mensagem, seduzi-lo. 
Essa função é muito presente em mensagens publicitárias. 
 Função fática: visa estabelecer uma relação com o emissor para verificar se a 
mensagem está sendo transmitida, ou para prolongar ou cessar uma mensagem. 
Quando atendemos uma chamada telefônica e dizemos ‘Alô’ ou perguntamos, 
em meio ao discurso, ao receptor ‘Você está entendendo?’, utilizamos da 
linguagem com essa função. 
 Função metalinguística: consiste em usar a linguagem, a língua, para falar dela 
mesma, tornando-se seu próprio referente. Os dicionários e os textos que 
estudam e interpretam outros textos são exemplos do emprego da linguagem 
com essa função. 
 Função poética: objetiva expressar sentimentos, descrições, visões de mundo, 
em textos que exploram a sonoridade, o ritmo, ou seja, novas possibilidades de 
combinação dos signos linguísticos. Predomina em textos literários, publicitários 
e em letras de música. 
1.3 Vídeo: funções da linguagem 
Olá, pessoal, tudo bom? Sou o professor Fábio D’Ávila e hoje vamos então para nossa 12ª e 
última aula de revisão de Língua Portuguesa. Lembre-se de acompanhar essa aula com o 
material didático no aulalivre.net. 
Nosso último assunto, então, refere-se a funções da linguagem. O que são as funções da 
linguagem? Não confundam com figuras de linguagem. Funções da linguagemsão os 
elementos que constituem um processo comunicativo. Quais são os elementos que 
constituem esse processo comunicativo? O emissor que transmite a mensagem, o receptor 
que recebe essa mensagem, o referente que é a informação, a mensagem, o canal de 
comunicação e o código utilizado para estabelecer essa mensagem. 
Vamos analisar cada um desses elementos. Por quê? Porque cada uma das funções da 
linguagem vai se centrar num desses elementos comunicativos e vamos avaliar quando um e 
quando o outro predomina no texto. 
A primeira das funções da linguagem é a função emotiva ou expressiva. Função emotiva ou 
expressiva centra-se no emissor, quem transmite essa mensagem. Quem transmite essa 
mensagem vai manifestar opiniões e/ou sentimentos, ou seja, ao ler uma poesia lírica, por 
exemplo, podemos dizer que ali temos a função emotiva de linguagem. Quando, por exemplo, 
nós fazemos uma redação no vestibular, a gente até pode achar que não está com a função 
emotiva ali. Lembre-se função emotiva vincula-se à manifestação do sujeito, manifestação da 
subjetividade. Se você manifesta sua opinião na redação, o que a gente tem ali também é a 
função emotiva ou expressiva da linguagem. Percebam ainda um detalhe: quando eu observo 
uma função da linguagem não significa que as outras não existam. Significa que aquela ali, em 
razão da forma com que aparece, é predominante. Então eu posso dizer que numa poesia lírica 
a função expressiva ou emotiva pode ser a função predominante. Eu posso dizer que quando 
eu construo meu argumento manifestando a minha opinião, neste momento em que eu 
manifesto a minha opinião, eu tenho ali a função emotiva ou expressiva se manifestando em 
maior grau. 
Além da função emotiva ou expressiva, nós temos a função referencial. A função referencial 
centra-se no conteúdo. Observem: a informação objetiva. Significa que a função referencial 
não tem manifestação do sujeito no que tange a que eu não manifesto opinião. Quando, por 
exemplo, um de vocês me pergunta o endereço da minha casa e eu passo o endereço da 
minha casa, eu não estou manifestando opinião, eu estou só dando uma informação objetiva. 
Tenho aí uma função referencial. Quando eu leio uma placa com o nome de uma rua, aquilo ali 
também é função referencial. Vejam que o nome é bem claro: é um ponto de referência, ou 
seja, quando eu uso um ponto de referência porque aquele ponto de referência me informa 
alguma coisa. Quando eu estou lendo o jornal, vejo, por exemplo, um anúncio de óbito ou a 
informação acerca da previsão do tempo, tudo ali não há a manifestação de opinião, apenas 
conteúdo informacional. Em razão disso, temos a função referencial. Vejam que na função 
emotiva eu manifesto opinião, na função referencial eu informo. Vocês podem estar 
pensando: bom, mas eu manifesto minha opinião na redação e eu também dou uma série de 
informações para esclarecimento. Pois bem, na redação de vocês, há tanto a função 
referencial quanto a função emotiva ou expressiva. Todavia, num outro exemplo, se eu tenho 
uma receita de bolo, eis que eu não manifesto minha opinião. Ali temos só a função 
referencial. E uma questão de prova interessantíssima. Eles colocam por vezes cartazes com 
anúncios de campanhas de prevenção. Por exemplo, cartaz para a prevenção da H1N1 ou 
cartazes que ensinam como fazer determinado procedimento de higiene ou que médico 
procurar quando tiver determinados sintomas. Observem que aí também não se manifesta 
opinião, simplesmente se forma o que deve ser feito. Função referencial predomina. 
Além da função referencial, temos a função conativa ou apelativa. Não é conotativa, pessoal, é 
função conativa ou apelativa. Nesse caso, ela vai se centrar no receptor. Quem é um receptor? 
O receptor é quem recebe a mensagem. Observem só, serve para o convencimento. Na prova 
muitas vezes colocam o termo persuasão, ou seja, ela é utilizada para convencer aquele que 
me escuta, aquele que me lê. Muito comum é aparecer um tipo de questão na prova com uma 
propaganda. Uma propaganda sempre terá a função conativa e apelativa como elemento 
predominante. Por quê? Porque essa propaganda sempre visa a fazer com que nós 
consumamos aquele produto. Ou seja, se aparece uma propaganda, tem função apelativa. 
Outro caso, também não precisa ser simplesmente um elemento de publicidade. Campanhas 
como doação de sangue, ora, estão tentando fazer com que nós doemos sangue. Vejam ali 
também vai predominar a função conativa ou apelativa. Além disso, outra característica 
essencial, lembrem-se, anotem isso: o uso de verbos no imperativo. Compre, doa, faça. Verbos 
no imperativo caracterizam de forma claríssima a função conativa ou apelativa da linguagem. 
Além dessa função da linguagem, temos a função fática. Olha lá. A função fática é a função que 
se centra no canal de comunicação. Temos dois canais de comunicação bem básicos: o ar, 
quando a gente fala, e a folha de papel, quando a gente escreve um texto. Para que serve a 
função tática? Para a manutenção desse canal de comunicação, a abertura desse canal de 
comunicação e o fechamento desse canal de comunicação. Como ele funciona? Por exemplo, 
se eu cumprimento alguém, eu abri um canal de comunicação entre mim e essa pessoa, ou 
seja, ali a função fática começou a acontecer. Nós vamos conversando, a função tática se 
mantém. A gente se despede, a função fática terminou. Mas enquanto a gente se comunica, é 
função fática? Não, a função é só entorno de tudo isso. Eu posso estar manifestado uma 
opinião, eu posso estar tentando convencer essa pessoa. Eu terei outras funções da linguagem 
presentes neste caso. Todavia, elas não existiriam se não houvesse o canal de comunicação. 
Algumas provas cobram da seguinte maneira. Afirmam que essa função serve para a 
verificação do canal de comunicação. O que é a verificação do canal de comunicação? É testar 
o canal de comunicação. Quando eu digo “oi”, eu estou verificando se alguém vai me 
cumprimentar. Se eu perguntei “alguém aí?, eu também estou testando. Ou até mesmo antes 
de um show, quando o roadie fala “teste, teste, 1, 2, 3, testando”, isso é a abertura do canal de 
comunicação. Todos, sem perceber, estão se utilizando da função tática. E na minha redação? 
Essa eu não uso na minha redação. Clara que usa. O que é introdução? Abertura do canal de 
comunicação. O que é o desenvolvimento? Manutenção desse canal de comunicação. E o que 
é a conclusão? É o fechamento desse canal. Ou seja, é inevitável. Essa função da linguagem 
está presente constantemente nos nossos processos comunicativos. 
Outra função da linguagem, a penúltima, é a função metalinguística. Vamos parar para pensar 
o seguinte. Vamos pegar uns exemplos que vocês estudam em casa. Por exemplo, ao ler Carlos 
Drummond de Andrade, quando vocês leem Procura da Poesia, observem que Drummond está 
na própria poesia tratando da poesia. Eis que temos a poesia da poesia, a metapoesia. Quando 
vocês estão lendo a Hora da Estrela, de Clarice Lispector, por exemplo, o narrador Rodrigo 
S.M. trata da sua própria narrativa. Temos ali a narrativa da narrativa, ou seja, a metanarrativa. 
Ora, o que é a função metalinguística? É aquela função da linguagem que se centra no código, 
ou seja, eu me utilizo do código para explicar o próprio código. Para ser mais claro, quando 
vocês vão no dicionário, pegam o dicionário e olham lá um determinado verbete, o sentido de 
uma determinada palavra, por exemplo, “correção”. Vocês vão ver o conceito: ato ou efeito de 
corrigir. Percebam o seguinte, “correção” é um termo que está escrito na língua portuguesa, o 
nosso código e “ato ou efeito de corrigir”, que é a sua explicação, também está utilizando o 
mesmo código, a língua portuguesa. Ou seja, utilizamos o código para explicar o próprio 
código. Quando vocês estão numa conversa e o amigo de vocês fala alguma coisa e vocês não 
entendem o que exatamente ele quis dizer, o que vocês falam?Tudo bem, o que você está 
querendo dizer com isso? Logo depois o colega vai fazer o quê? Com outras palavras, dizer a 
mesma coisa que ele acabou de falar. Significa que aí o processo metalinguístico está 
acontecendo porque com o próprio código, a língua portuguesa, ele vai explicar algo que antes 
falou com a língua portuguesa. Percebam então que a metalinguagem é utilizada o tempo 
todo. Quando vocês explicam para alguém o sentido de uma palavra, quando vocês explicam 
para alguém algum conceito, tudo isso é uma metalinguagem. É muito comum nas provas eles 
colocarem como exemplo o dicionário. Outras vezes, cabe também na própria propaganda. 
Houve já uma prova do Enem, a prova do Enem de 2011, que tinha, por exemplo, um texto do 
Conar, que é a agência reguladora da propaganda. Observem que o Conar estava fazendo uma 
propaganda de si mesmo, e o Conar é uma agência reguladora de propaganda. Ou seja, ele 
fazia uma propaganda acerca da própria propaganda. Eis que se manifesta de novo a 
metalinguagem. E na minha redação? Isso eu não uso. Claro que se utiliza da metalinguagem. 
No momento em que vocês devem explicar um determinado conceito ou o sentido de 
determinado termo, a metalinguagem está se manifestando. Ou seja, de novo, a gente vai usar 
metalinguagem, a gente vai usar a função fática, a função referencial, a função conativa, a 
função emotiva, todas elas junta. Eu tenho que cuidar na prova qual é a função da linguagem 
predominante. Vamos então a nossa última função da linguagem, que é a função poética. E 
percam as ilusões, função poética não é só na poesia. Naturalmente eu vou ter a função 
poética na poesia, mas não é uma regra. Observem, há uma diferença essencial entre poesia e 
poema. Poesia é o conteúdo, poema é a forma. Ora, se eu escrevo um poema, e o seu 
conteúdo é uma receita de bolo, eu não tenho a função poética, eu tenho ali a função 
referencial. Muitas narrativas apresentam poesia. Por exemplo, textos do João Guimarães 
Rosa são pura poesia, ou seja, é poesia em prosa. Poesia é conteúdo, poema é a forma. Separe 
bem isso. Significa então que eu posso ter a função poética em qualquer tipo de texto. Na 
minha dissertação, lá na hora de fazer a redação, eu também terei a função poética. Por quê? 
O que é a função poética, pessoal? É a função da linguagem que se centra na mensagem. Olha 
só, ela se preocupa com uma forma de transmissão da mensagem. Como assim? Vamos parar 
primeiro para pensar na literatura. Ora um dos temas mais recorrentes na literatura ocidental 
há pelo menos 2.500 anos é o amor. Quantos poetas e quantos narradores não falaram do 
amor? No entanto, nenhum tratou do amor da mesma forma. E até mesmo se chegassem 
muito próximos a algo parecido eles ainda assim não se expressavam da mesma maneira. Ou 
seja, a função poética está funcionando. Por quê? Porque cada um se expressa da sua forma. 
Vamos a um exemplo mais cotidiano nosso. Na hora de a gente fazer um simulado de redação, 
na hora de escrever uma redação em casa, na hora de fazer a redação do vestibular, ora, não 
há milhares de outros candidatos e estudantes que estão fazendo aquele mesmo tema? Há. 
No entanto, nenhum deles vai escrever a mesma redação. Todavia, todos escreverão sobre o 
mesmo tema. O que está agindo aí? A função poética de linguagem. Por quê? Porque cada um 
utilizará a sua forma de manifestação de ideias e de manifestação expressiva para demonstrar 
o seu pensamento. Ou seja, a função poética serve para fazer com que o texto fique único, 
diferente de todos os demais. Pois bem, pessoal, revisamos então funções da linguagem, 
vimos o papel de cada uma delas e encerramos aqui a nossa revisão. Completamos, então, a 
nossa 12ª aula, espero que vocês tenham gostado. E espero que continuem estudando, se 
desenvolvendo em língua portuguesa, praticando texto, exercitando com questões objetivas, 
utilizando o nosso material no aulalivre.net e boa prova a todos vocês. Até uma próxima, 
tchau! Siga ao aulalivre.net nas redes sociais e fique por dentro de tudo que acontece em 
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1.4 Elementos da língua portuguesa 
A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a 
fonética, a morfologia, a semântica, e a sintaxe. 
 A fonética que estuda os sons da fala. 
 A morfologia estuda a forma das palavras, ou seja, a representação gráfica, o 
vocábulo. 
 A semântica preocupa-se não só com a representação gráfica do vocábulo, mas 
com seu significado. Portanto, é um campo da gramática que estuda a palavra, 
não apenas o vocábulo. 
 A sintaxe é o campo da gramática que estuda a unidade linguística em seu 
contexto oracional, ou seja, estuda os termos que compõem uma oração. A 
oração, em Língua Portuguesa, basicamente pode ter sujeito, terá sempre um 
predicado, e pode ter ou não complementos. 
Pode-se dizer, então, que a fonética e a morfologia tratam cada qual de um dos 
aspectos dos vocábulos, a semântica trata do significado que determinada palavra 
assume e a sintaxe trata da colocação dos termos nas orações, encarregando-se a 
fonética de estudar os sons das palavras. 
Quem deseja escrever bem, deve respeitar as normas da variante padrão, empregar sua 
criatividade e ter ciência de que um texto é muito mais do que a soma ou justaposição 
de orações. É antes uma unidade de sentido, coesa e bem articulada acima de tudo. 
1.5 Interpretação e intelecção 
No decorrer de nossa trajetória escolar, da mesma forma que fomos convidados a 
produzir textos, também o fomos para interpretá-los. E a concepção de interpretação 
textual que embasava os exercícios propostos em muitos casos era ou é errônea. Na 
maioria das vezes, fomos ensinados que interpretar é descobrir o que o emissor/autor do 
texto quis ou quer dizer, e as atividades para alcançarmos essa proposta de aula 
propunham a mera transcrição de dados do texto para um questionário. Quem nunca 
realizou uma interpretação de texto cujos questionamentos eram “Quem é o autor do 
texto”? “O que o autor quis dizer no texto”? As respostas a esses questionamentos 
muitas vezes não correspondiam ao que realmente é interpretar um texto. 
 
Interpretação 
Interpretar não é afirmar, pressupor, deduzir o que o autor/emissor quis dizer, mas 
estabelecer relações, levantar hipóteses e comprová-las no texto. Cabe ao receptor 
levantar os implícitos e pressupostos da mensagem, sempre ancorado no texto. 
 
Intelecção 
A intelecção é entender e compreender as reais intenções do emissor em relação à 
mensagem. É retirar do texto o que está explícito e claro. A exemplo, se o emissor 
expõe em um texto que é favorável ao aborto, na intelecção desse texto o receptor deve 
descrever o que está explícito, ou seja, mesmo o receptor não concordando com as 
ideias do autor/emissor, não se pode deduzir, ou achar que essa não era a ideia principal 
do texto, simplesmente porque o receptor não é favorável a tais ideias. Assim, a 
intelecção não admite o uso de termos como “o autor quis dizer”, mas sim de termos 
que demonstrem, afirmem o que realmente está explícito na mensagem/texto/ discurso. 
No processo de leitura, é importante que haja interação entre o emissor e o receptor da 
mensagem, mediada pelo texto, de modo que haja compreensão e interpretação da 
mensagem. 
1.7 Frase, oração e período 
Vamos conhecer mais sobre frase, oração e período: 
 Frase é todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação. 
Pode ser nominal ou verbal. 
 Oração é um enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução 
verbal. Ex: A menina sujou seu vestido. 
 Período constitui-se de uma ou mais orações. Pode ser simples ou composto. 
o Período simples: A menina ofereceu um livro a Joana. 
o Período composto: O povo anseia que haja uma eleição justa, pois a 
última obviamente não o foi. 
Oi, eu sou a professora Letícia, professorade português aqui do Curso Online Gratuito e do 
canal Português com Letícia, o meu canal em que eu posto aula semanalmente. Então, se você 
ainda não conhece o Português com Letícia, dá uma passadinha lá, o link vai estar aqui na 
descrição. 
Hoje eu vou falar com você um pouquinho sobre frase, oração e período. Como que eu faço 
para diferenciar o que é frase, o que é oração e o que é período. Primeiro vou contar para você 
que frase é tudo aquilo, todo enunciado que tem sentido completo, com ou sem verbo, 
independentemente da presença de um verbo. Portanto, eu tenho uma frase nominal, quando 
não tem verbo, e frase verbal, quando é o enunciado que tenha um verbo. Já uma oração 
necessariamente tem que ter um verbo ou locução verbal. Numa oração, eu tenho um verbo 
ou locução verbal. O período pode ser período simples ou período composto. Sempre quando 
eu for classificar um período, olho desde o começo da frase, ou seja, desde a letra maiúscula 
até o ponto final. Isso é o período. Se esse período tiver mais de uma oração, ele é um período 
composto. Se tiver só uma oração, ou seja, um único verbo, é período simples. 
 Eu coloquei aqui para você uma tabelinha para ficar mais claro. Nessa tabelinha tem a frase 
nominal, a frase verbal, a oração, o período simples e o período composto. 
Veja: a frase nominal não tem verbo. 
Eu coloquei aqui: Que chuva! 
Quando você ouve a frase “Que chuva!”, você consegue entender o que essa frase quer dizer. 
Quer dizer que está chovendo muito. Então “Que chuva!” é uma frase nominal, que tem 
sentido completo, não tem verbo. Por isso é uma frase nominal. 
Já a frase verbal tem que ter pelo menos um verbo. Todas essas frases que eu coloquei aqui 
embaixo são frases verbais: 
Chove forte em São Paulo. 
Está chovendo forte em São Paulo. 
Choveu forte em São Paulo, e o trânsito parou. 
Cada um desses períodos são frases verbais porque tem verbo. 
Oração: oração é uma frase verbal, mas cada oração tem apenas um verbo ou locução verbal. 
Oração é uma frase verbal em que as palavras se organizam em torno de um verbo ou de uma 
locução verbal. Veja os exemplos: 
Chove forte em São Paulo. 
Ou: 
Está chovendo forte em São Paulo. 
Eu fiz questão de colocar esses dois exemplos com um único verbo. Em “Chove forte em São 
Paulo” tenho aí uma única oração. Eu coloquei também embaixo “Está chovendo forte em São 
Paulo”, porque eu tenho aí uma locução verbal “está chovendo”. Quando tenho locução 
verbal, nesse caso são dois verbos, o verbo principal e o verbo auxiliar, eu conto como apenas 
um verbo. Portanto, uma única oração. 
Já disse para vocês que a oração tem um verbo ou locução verbal. No caso um verbo “Chove 
forte em São Paulo” ou locução verbal “Está chovendo forte em São Paulo”. Ainda que tenha 
dois verbos eu conto como apenas um verbo, portanto, uma oração. Aí você me pergunta: 
professora por que aquele outro exemplo você não colocou na oração “Choveu forte em São 
Paulo, e o trânsito parou”. Eu não coloquei esse outro exemplo na coluna da oração porque 
aqui tenho duas orações: “Choveu forte em São Paulo” é uma oração e “o trânsito parou” é 
outra oração. Por isso, eu não coloquei esse exemplo, que tem duas orações, nessa coluna de 
oração. 
Certo? Vamos lá! Período: período vai desde a letra maiúscula, ou seja, desde o começo da 
frase até o ponto o final. Se esse período tiver apenas um verbo ou locução verbal quer dizer 
que esse período só tem uma oração e eu chamo, portanto, de período simples. No caso 
“Chove forte em São Paulo” é um período, porque vai desde a letra maiúscula até o ponto 
final, e é um período simples, porque eu tenho apenas um verbo. “Está chovendo forte em São 
Paulo” também é um período simples, porque eu tenho aí uma locução verbal, que são dois 
verbos que expressam uma única ação, por isso uma locução verbal e eu considero como 
apenas um verbo, apenas uma oração. Já o período composto apresenta mais de uma oração, 
ou seja, mais de um verbo. Aí sim eu coloquei o exemplo “Choveu forte em São Paulo, e o 
trânsito parou”. É um período composto porque nessa mesma frase, desde a letra maiúscula 
até o ponto final, eu tenho duas orações, dois verbos: “Choveu forte em São Paulo” é uma 
oração e “o trânsito parou” é outra oração, portanto trata-se de um período composto. 
Eu espero que tenha ficado claro. Se você gostou dessa aula, deixe um like. Se você ficou com 
alguma dúvida, deixe nos comentários. 
Lá no Português com a Letícia tem uma aula completinha sobre frase, oração e período. Então 
se você quiser esclarecer mais alguma questão, vai lá no Português com Letícia. Eu espero que 
tenha gostado da aula de hoje. Um beijo e até a próxima! Tchau, tchau! 
O Parágrafo: unidade de composição 
O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, 
em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, 
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. 
1.8 Coesão e coerência 
Coesão: ou unidade, consiste no resultado do emprego correto dos termos conectivos da 
linguagem, o que permite expressar uma ideia de cada vez, omitindo o desnecessário e 
prendendo-se às relações existentes entre a ideia principal e as secundárias. Tal 
resultado em muito se deve ao correto emprego do tópico frasal. 
Produzir um texto coeso significa organizar as ideias, de forma que haja concordância, 
relação entre os diversos elementos que constituem um texto. 
Dentre os mecanismos de coesão, podemos citar: concordância verbal e nominal, 
regência verbal, colocação pronominal, retomadas por pronomes ou sinônimos, conexão 
oracional etc. Assim, escrever de forma coesa é atentar aos detalhes de um texto, 
articular as partes que o compõem, tornando-o compreensivo ao receptor. 
Exemplo: 
Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque 
consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém, o ministro da Agricultura 
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma 
Agrária pretende assentar milhares de sem-terra (BELLEZI, 2007). 
 
Coerência: valendo-nos da definição primariamente apresentada para coerência (a 
ligação perfeitamente inteligível das partes de um texto com o seu todo), podemos 
auferir que esta consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica e de 
acordo com um plano definido. 
A coerência significa a ligação lógica e harmoniosa da linguagem, ou seja, o sentido do 
texto deve estar claro e ordenado. Na produção de um texto coerente, deve-se considerar 
também o público a que se destina a mensagem e o gênero textual que será utilizado 
como instrumento para transmiti-la. As ideias, os argumentos utilizados em um texto 
coerente, não podem se contradizer. 
Exemplo: 
E agora, José? 
A festa acabou, 
a luz apagou, 
o povo sumiu, 
a noite esfriou, 
e agora, José? 
e agora, você? 
você que é sem nome, 
que zomba dos outros, 
você que faz versos, 
que ama, protesta? 
e agora, José? [...] 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
Observe como ao longo das estrofes há uma sucessão lógica de fatos que nos dão a 
exata ideia do processo de desagregação social do qual José é vítima. A esse 
enquadramento dá-se o nome de coerência textual. Assim, a consistência das ideias 
apresentadas é fator fundamental para garantir um texto coerente. Logo, produzir um 
texto coeso e coerente é dar sentido a ele, é fazê-lo significar a mensagem que se deseja 
transmitir. 
 
Dessa forma, ao produzir textos coesos, devemos observar se há sentido entre as ideias 
do texto e se essas mesmas ideias não se contradizem. Devemos atentar para não 
repetirmos questões já abordadas anteriormente, ou seja, devemos evitar repetição de 
ideias e termos. 
Coesão e coerência andam juntas. 
Tudo bom com vocês? Hoje nós vamos para esta dica rápida sobre coesão e coerência. 
Primeira coisa, gente, saber diferenciar o que sãoessas duas palavrinhas. Primeiro, o 
que é a coesão? Coesão é como eu uno as palavras, como eu retomo termos dentro do 
meu parágrafo. Então quando eu falo da coesão, estou falando de algo menor. É como 
que eu uni, como que eu retomei, como que eu liguei as ideias dentro do parágrafo. E eu 
vou mostrar um exemplo disso para vocês. Já a coerência ela é um pouco mais ampla. 
Quando a gente fala de coerência, nós estamos falando, por exemplo, do texto. Se no 
parágrafo um, você fala sobre problemas da questão da saúde pública no Brasil, a 
problemática da saúde pública no Brasil, no parágrafo 2, você tem que continuar sobre 
este assunto, as problemáticas da saúde pública no Brasil, No parágrafo 3, você tem que 
continuar falando sobre as problemáticas da saúde pública no Brasil. Se, no parágrafo 4, 
você resolve falar sobre como os churros são gostosos, e no parágrafo 5, você retoma a 
problemática da saúde no Brasil, você percebe que aquilo ali ficou incoerente. Então a 
coerência é mais ampla, é como que todas as ideias do texto estão conectadas, como que 
todos os parágrafos estão conectados. Já a coesão trabalha o sentido dentro do próprio 
parágrafo. Dá uma olhadinha aqui no exemplo que eu coloquei para vocês: 
“Na época, não conseguimos desvendar os mistérios que compunham o caso dos jovens 
condenados. Entretanto, a justiça se mostrou falha ao não realizar uma investigação 
mais efetiva acerca da conduta destes jovens”. 
Beleza, parágrafo simples, tudo bonitinho, tudo no lugar. Eu quero chamar a atenção de 
vocês para esta conjunção aqui (entretanto). Mas, porém, entretanto, todavia, contudo. 
Nós temos aqui uma conjunção adversativa. Quando nós estamos falando de coesão e 
coerência, nós temos que prestar atenção no uso dos pronomes, advérbios, preposições e 
conjunções. Porque a conjunção, por exemplo, vou falar da conjunção especificamente, 
ela serve para unir frases e orações, estabelecendo relação de sentido entre elas. Então 
eu uni este período (“Na época, não conseguimos desvendar os mistérios que 
compunham o caso dos jovens condenados”) a este segundo período (“a justiça se 
mostrou falha ao não realizar uma investigação mais efetiva acerca da conduta destes 
jovens”) por meio de uma conjunção adversativa (“entretanto”). Então eu viro para você 
e fala assim: Eu vou à festa. Todo mundo entendeu, certo? Então eu falo assim: Meu pai 
estará na festa. Você entendeu o que eu quis dizer? Sim, professora entendi o que você 
quis dizer. Agora eu falo: Eu vou à festa e meu pai estará na festa. Então “e” é uma 
conjunção aditiva, que adiciona informações. Eu vou à festa e meu pai estará na festa e 
estaremos juntos na festa e não poderei aprontar na festa. Certo? Agora eu falo assim: 
Eu vou à festa, mas meu pai estará na festa. Eu mudei somente a conjunção. Agora eu 
coloquei uma conjunção adversativa. Então existe uma oposição “Eu vou à festa, mas, 
porém, entretanto, todavia, contudo, como meu pai estará na festa não poderei aprontar 
na festa, não é mesmo? É mesmo! “Eu vou à festa porque meu pai estará na festa”. 
Agora eu estou chegando à causa de eu ir à festa. Então eu não mudei as orações, não 
mudei as frases, eu mudei simplesmente a palavrinha que une uma à outra e alterei 
completamente o sentido daquilo que eu queria dizer. Vocês estão sacando, gente? Ah, 
professora, é verdade. Por isso que às vezes o professor marca lá ou a gente faz no 
vestibular uma prova de concurso genérico e aí tem um desconto por causa da coesão e 
da coerência. Às vezes nós não unimos muito bem as palavras, nós não escolhemos bem 
o pronome, a conjunção, a preposição, e isso acaba deturpando, gerando um efeito de 
sentido contrário ou errado. Deu para entender? 
Então na hora de revisar, nós temos que prestar muita atenção nisso daqui. Dica extra: 
tente escrever suas frases e orações sempre na ordem direta. O que é ordem direta? Eu 
vou marcar aqui: sujeito + verbo + complemento. Ao invés de dizer “Bonita ela é”, diz 
“Ela é bonita”. Fica muito mais fácil, muito mais direto, muito mais objetivo para o seu 
leitor. 
Beleza, gente? Se você quiser acompanhar a gente, entre lá nas nossas redes sociais, no 
nosso site, que tem um curso completo disponível para você. Tanto o curso de vídeo 
aulas completas quanto a correção de redação. Não deixa de me seguir lá no Instagram, 
que eu passo muitas dicas também. Tá bom? Um beijo carinhoso para você, até a 
próxima dica! Tchau! 
 
1.9 Estrutura do texto 
O leitor de uma redação deve poder detectar, claramente, três partes: a introdução, o 
desenvolvimento e a conclusão. 
O texto da redação deve ter a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Isto facilita 
o trabalho de quem se habilita a escrever, especialmente uma redação como a que é 
solicitada para ingresso na universidade ou num processo de seleção para quem pleiteia 
um emprego. 
A figura acima apresenta as três partes de uma redação, que são elementos primordiais 
para o trabalho inicial de quem escreve. É partindo do conhecimento das partes que 
compõem o texto de uma redação que se pode planejar aquilo que se vai escrever. O 
processo de planejamento começa com a escolha do tema sobre o qual se vai escrever. 
Outro fator de sucesso para uma boa redação é que se faça uma pesquisa sobre o 
assunto, lendo o maior número possível de textos sobre o tema que será abordado no 
processo de uma nova escrita. Garcia (1985) diz que aprender a escrever bem é, antes de 
tudo, aprender a pensar. No fundo, quer dizer que o escritor deve aprender a organizar 
as ideias e a planejar o que vai escrever, para que no momento da escrita as palavras 
obedeçam a uma lógica e possam conduzir o leitor até o final do texto, com pleno 
entendimento de tudo o que foi dito. 
É importante lembrar que os textos literários possuem a especial licença para provocar 
suspense e, às vezes, demandar outras leituras para uma compreensão mais ampla. 
Assim, existe um jogo de palavras, muitas vezes travestidas de seu sentido denotativo, 
ganhando, pois, um sentido novo e especial dentro do texto, ou seja, um sentido 
conotativo, uma nova roupagem um papel diferente do que comumente possuem. 
Podemos dizer que, na linguagem literária, as palavras usam máscaras temporárias e 
específicas para um determinado contexto literário; portanto seu sentido está 
intimamente ligado a esse contexto. 
1.10 Forma e contéudo 
A separação entre forma e conteúdo nos livros didáticos tem o único fim de facilitar o 
aprendizado. No entanto, forma e conteúdo vivem intimamente ligados. 
 
Podemos dizer que a forma é o modo que você usa para pôr suas sensações, seus 
pensamentos e suas opiniões num papel, compondo o que chamamos de texto. A forma 
é algo pessoal, é o "jeito" que cada um tem de escrever. Poderia ser chamada de estilo, 
pois a forma se caracteriza pelas palavras escolhidas (vocabulário), as conjunções e 
preposições (conectivos), os tempos verbais e os sinais de pontuação. 
 
Esses símbolos formam o código (a Língua Portuguesa) e são tomados por empréstimo 
para as pessoas se expressarem. Se todas as pessoas fizessem o mesmo "empréstimo" 
dos símbolos do código, na mesma sequência, com o mesmo sentido, etc., os textos 
escritos em qualquer lugar seriam todos iguais. Portanto, a forma é o modo particular 
que cada autor escolhe para expressar suas ideias. 
 
O conteúdo é o assunto sobre o qual se vai escrever. Suponhamos que você seja 
solicitado a redigir um texto sobre o calor. Você teria que saber o que é, onde, como e 
por que ocorre o fenômeno, enumerando, ainda, as causas, consequências e exemplos, 
bem como os fatos complementares. 
Percebemos, então, que os conteúdos (assuntos) podem ser os mesmos para várias 
redações. No entanto, mudará a forma como cada pessoa irá tratá-lo em seu texto. Neste 
caso você teria dois tipos de escolha de palavras para dois gêneros de textos diferentes. 
Um texto ficcional, literário, noqual as palavras teriam um sentido mais conotativo e 
dois textos técnicos: um descritivo e outro dissertativo, ambos de natureza informativa 
nos quais as palavras estariam em seu sentido denotativo e referencial. 
Gênero textual 
O gênero textual é a realização concreta dos tipos textuais, uma vez que a comunicação 
por meio dos diversos gêneros é que ordena as atividades comunicativas, ou seja, 
narramos, descrevemos, dissertamos a todo instante, porém de diferentes formas, à 
medida que nosso contexto discursivo nos solicita. 
 
Nessa perspectiva, tanto o funcionamento de um automóvel quanto o de uma 
experiência de química recorrem à descrição, mas pertencem a gêneros diferentes, o 
primeiro resultará num manual técnico, próprio à indústria e ao comércio, o segundo, 
num relatório científico, muito comum na escola. Essa necessidade de definir gêneros 
textuais surge quando precisamos escrever para alguma repartição pública, por exemplo, 
logo temos que escolher dentre vários gêneros textuais. Caso se trate do gênero jurídico, 
produziremos pareceres, laudos, requerimentos etc. Produzindo textos do gênero 
jornalístico, podemos optar pelos subgêneros: entrevista, editorial, artigo de opinião etc. 
Marcuschi (2008) os caracteriza como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos 
e plásticos. Surgem emparelhados às necessidades e atividades socioculturais, bem 
como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se 
considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedades 
anteriores à da era digital. 
 
Na próxima aula vamos tratar mais detalhadamente de algumas dessas tipologias 
textuais que serão corriqueiras ao longo do curso e da sua vida pessoal e profissional. 
1.11 Pontuação 
Vírgula ( , ) 
Seu uso se dá nos seguintes casos: 
 Nas datas. Ex. Cacoal, 23 de junho de 2013. 
 Após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase. Ex. 
Você gostou do jantar? – Sim, eu adorei! 
 Após a saudação em correspondências. Ex. Atenciosamente, 
 Para separar termos de uma mesma função sintática. Ex. A casa tem três quartos, dois 
banheiros, três salas e um quintal. 
 Para destacar elementos intercalados, como: 
o Uma conjunção. Ex. Estudamos bastante, logo, merecemos férias! 
o Um adjunto. adverbial Ex. Estas crianças, com certeza, serão aprovadas. 
o Um vocativo. Ex. Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado. 
o Um aposto. Ex. Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular. 
o Uma expressão explicativa. Ex. O amor, isto é, o mais forte e sublime dos 
sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus 
 Para destacar os objetos pleonásticos. Ex. As provas, eu as corrigi hoje. 
 Para separar orações intercaladas. Ex. Felicidade, já dizia minha mãe, é amar e ser 
amado. 
 Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas 
orações alternativas. Ex. Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio. Vá 
devagar, que o caminho é perigoso. Estude muito, pois será recompensado. As pessoas 
ora dançavam, ora ouviam música. 
 Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes 
da oração principal). Ex. Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Quando 
voltei, soube que precisava estudar para a prova. 
 Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex. A incrível professora, 
que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo. 
Ponto e vírgula ( ; ) 
 Usado para marcar uma pausa mais longa, ou seja, é um sinal de pontuação que está 
entre a vírgula e o ponto final. 
 Utiliza-se para marcar itens de uma enumeração. Ex. O portfólio conta com os 
seguintes documentos; 
 Separar orações coordenadas que já possuem vírgulas. Ex. Após a realização da prova, 
35 alunos foram aprovados; 5 alunos, não. 
Ponto ( . ) 
 Usa-se o ponto para encerrar uma frase, período, oração declarativa. Ex. Vitor é uma 
criança muito feliz. 
Ponto de interrogação ( ? ) 
Empregado após uma pergunta direta. Ex. Você está compreendendo as aulas de 
português? 
Ponto de exclamação ( ! ) 
Para indicar surpresa, espanto, estados emotivos, chamamento. Ex. Vamos continuar 
nossa jornada! 
Dois pontos ( : ) 
 Usados para iniciar citações. Ex. Já dizia o ditado: filho de peixe, peixinho é. 
 Marcar falas em um diálogo. Ex. A mãe encheu os olhos de lágrimas e disse: - Minha 
filha, eu te amo! 
 Iniciar uma enumeração. Ex. O portfólio conta com os seguintes documentos: 
memorandos 
Aspas ( “ ” ) 
 Empregam-se para marcar citações. Ex. “Vivemos em um país democrático”, destacou 
a presidente. 
 Destacar palavras estrangeiras, gírias. Ex. O “show” foi maravilhoso! 
 Destacar nomes de livros. Ex. O livro “Dom Casmurro” de Machado de Assis é uma 
importante obra da literatura brasileira. 
1.12 Concordância 
Sintaxe é o estudo das regras que regem a construção de frases nas línguas naturais. A 
sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases 
no discurso orais e escritos, incluindo a sua relação lógica entre as múltiplas 
combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível. Logo, 
a concordância é o mecanismo através do qual as palavras alteram suas terminações 
para se adequarem harmonicamente umas as outras na frase. Assim, sintaxe de 
concordância é a harmonia de flexão das palavras de uma frase, e esta se divide em dois 
tipos principais: a concordância nominal e a concordância verbal. 
O que devemos levar em consideração no aprendizado da sintaxe de concordância é sua 
empregabilidade em situações significativas e reais de uso, ou seja, tanto na oralidade 
quanto na escrita. Vejamos alguns exemplos que, corriqueiramente, podem acontecer, 
principalmente a partir da concordância. Observe os exemplos a seguir, nos quais os 
termos destacados estão errados. 
Em entrevista de emprego: 
 Ex. Estou quite com o serviço militar. / Estou quites com o serviço militar. 
 Estou meio nervosa. / Estou meia nervosa 
O que é concordância nominal? 
É a concordância em gênero e número do adjetivo, artigo, numeral e pronome com o 
substantivo a que se refere. 
Ex.: Veja este carro quebrado. 
Vendo moto e carro usados. 
Tabela 1 - Regras especiais de concordância nominal 
REGRAS ESPECIAIS 
Casos Normas Exemplos 
Adjetivo posposto a dois ou 
mais substantivos 
O adjetivo fica no plural ou concorda 
com o substantivo mais próximo 
Comprei abacaxi e 
melancia maduros. 
Comprei abacaxi e 
melancia madura. 
Adjetivo anteposto a dois 
ou mais substantivos 
O adjetivo concorda com o 
substantivo mais próximo 
Na sala, havia lindas 
fotografias e desenhos. 
Na sala, havia lindos 
desenhos e fotografias. 
 
 Se os substantivos pospostos forem sinônimos, o adjetivo deve concordar com o mais 
próximo. 
Ex.: Cuidava dos doentes com carinho e ternura exemplar. 
 
 
 Se os substantivos pospostos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural. 
Ex.: A torcida vibrava com os talentosos Zico e Sócrates. 
Tabela 2 - Regras especiais de concordância nominal 
 
LEMBRETE 
Caso Norma Exemplos 
LEMBRETE 
Obrigado 
Concordam com a palavra a que 
se referem. 
Ou com o gênero e número do 
emissor. 
Muito obrigado, disse Cristian. 
Muito obrigada, disse Ingrid. 
Muito obrigada! (Emissor do gênero 
feminino.) 
Próprio/mesmo 
Ele próprio/mesmo fez o trabalho. 
Ela própria/mesma fez o trabalho. 
Eu mesma fiz o trabalho. (Emissor do 
gênero feminino.) 
Anexo 
O documento segue anexo. 
A carta segue anexa. 
Quite 
Estou quite com meus credores. 
Estamos quites com nossos credores. 
Meio 
Maria comeu meia jaca e ficou meio 
enjoada. 
 Anexo precedido da preposição “em” fica invariável. 
Exemplos: Ex.: A fotografia vai em anexo. O livro segue em anexo. 
Tabela 3 - Regras especiais de concordância nominal 
 
LEMBRETE 
Casos Normas Exemplos 
Bastante 
Seadjetivo, é variável. 
Se advérbio é invariável. 
Aprendemos bastantes (adj.) 
novidades hoje. Nossas aulas são 
bastante (adv.) interessantes. 
Possível 
Com a expressão o mais...possível, 
deve-se fazer a variação de acordo 
com o artigo que a precede. 
Vencia obstáculos o mais difíceis 
possível. 
Vencia obstáculos os mais difíceis 
possíveis. 
Menos Advérbio, portanto, invariável. 
Há menos alunas do que 
prevíamos. 
É proibido / É 
necessário / É 
bom 
Essas expressões ficam invariáveis 
quando o sujeito não vem 
acompanhado de artigo ou pronome. 
É proibido entrada de animais. 
Dedicação é necessário ao 
candidato. 
LEMBRETE 
Água é bom para a saúde. 
Mas: 
É proibida a entrada de animais. 
A dedicação é necessária ao 
candidato. 
Esta água é boa para a saúde. 
 
O que é concordância verbal? 
 
 Na concordância verbal, o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. 
Ex: Nós vamos à praia. Paula vai ao supermercado. 
 
 
Tabela 4 - Regras especiais de concordância verbal 
REGRAS ESPECIAIS 
Casos Normas Exemplos 
O sujeito coletivo no 
singular + substantivo 
plural. 
O verbo pode ficar no singular ou 
no plural. 
Um grupo de garotos 
começou o tumulto. 
Um grupo de garotos 
começaram o tumulto. 
O sujeito é pronome de 
tratamento. 
O verbo é empregado na 3ª 
pessoa. 
Vossa Excelência conhece 
bem este caso. 
Vossas Excelências ouvirão 
toda a verdade. 
A maioria de, a metade 
de, parte de + substantivo 
plural. 
O verbo pode ficar no singular ou 
concordar com o substantivo 
plural. 
A maioria dos brasileiros vive 
na pobreza. 
A maioria dos brasileiros 
vivem na pobreza. (Forma 
desprestigiada.) 
*Porcentagens 
O verbo pode concordar com o 
numeral ou com o substantivo a 
que a porcentagem se refere. 
40% da população apoiam a 
política econômica. 
40% da população apoia a 
política econômica. 
REGRAS ESPECIAIS 
90% dos alunos foram 
aprovados. 
*Sujeito composto 
anteposto ao verbo 
O verbo fica no plural. 
O cão e o gato dormiam lado 
a lado. 
Sujeito composto 
posposto ao verbo 
O verbo fica no plural ou 
concorda com o núcleo mais 
próximo. 
Viajaram a mãe e a filha. 
Viajou a mãe e a filha. 
*Pessoas gramaticais 
diferentes 
O verbo vai para o plural, 
observando-se que a 1ª pessoa 
prevalece sobre a 2ª e 3ª. 
Tu, eu e meus filhos 
partiremos hoje. 
Sujeito composto 
resumido por palavra ou 
expressões no singular 
O verbo fica no singular 
O frio, a fome, o cansaço, 
nada o impediu de terminar a 
jornada. 
Concordância do verbo 
ser: 
 Quando o sujeito 
é nome de pessoa 
e o predicativo é 
nome de coisa. 
 Nas indicações de 
horas, datas, 
distâncias. 
 Nas expressões: é 
muito/ é pouco/ é 
bastante / é 
menos 
 O verbo fica no singular. 
(sujeito sempre prevalece 
sobre objeto ou 
abstração.). 
 A concordância se fará 
com a expressão 
numérica. 
 Concordam com o 
predicativo do sujeito 
 Vitor era as alegrias 
da casa. 
 Manuel era só 
lamúrias. 
 Hoje são 17 de 
dezembro. 
 Daqui ao shopping 
são três quilômetros. 
 Cem metros é muito. 
 Dois reais é pouco. 
 Dez quilos é 
suficiente. 
*Verbo com índice de 
indeterminação do 
sujeito. 
Verbo acompanhado de partícula 
se ficará obrigatoriamente no 
singular, caso se trate de verbo 
intransitivo ou transitivo indireto. 
Precisa-se de digitadores. 
Vive-se bem aqui. 
Voz passiva sintética. 
Verbo transitivo direto 
acompanhado de pronome 
apassivador se concorda com 
sujeito. 
Vende-se galinha. (Uma 
galinha é vendida.) 
Vendem-se galinhas. 
(Galinhas são vendidas.) 
Verbos impessoais Os verbos fazer e haver quando 
indicarem passagem de tempo. 
Faz um ano que ele se 
mudou. 
Faz dez anos que ele se 
mudou. 
REGRAS ESPECIAIS 
Em formas compostas, o verbo 
auxiliar também será impessoal. 
Deverá fazer dez anos que ele 
se mudou. 
Havia meses que o dólar se 
desvalorizava. 
O verbo haver, na acepção de 
existir. 
Há poucas ofertas de 
emprego nesta época. (MAS 
Existem poucas ofertas de 
emprego nesta época.) 
Verbos que indicam fenômeno da 
natureza: chover, nevar, trovejar 
etc. 
Choveu meses nas regiões 
serranas. 
 
1.14 O ato de escrever 
Considerando que o redator só alcança o objetivo de produzir resposta, tornar comum 
suas ideias e persuadir se estiver usando um código conhecido do leitor, que é seu 
receptor, e que em certas circunstâncias a redação é feita para satisfazer necessidades 
curriculares, a pessoa que escreve uma redação escolar ou de vestibular, por exemplo, 
não pode esquecer que os examinadores estarão sempre levando em conta os 
conhecimentos básicos de Língua Portuguesa, bem como a clareza de raciocínio, 
demonstrada no modo como a redação é estruturada. 
De forma simplificada, isso significa que toda boa redação deve ter começo, meio e fim. 
Cada uma dessas partes deve ter ligação com a parte anterior, para dar unidade (coesão) 
ao texto. Não se deve esquecer que o emissor codifica a mensagem que será enviada ao 
receptor e que este, ao recebê-la, inicia o processo de decodificação, interpretando-a. 
Por isso, é fundamental que os códigos utilizados pelo emissor sejam conhecidos do 
receptor. No caso de uma redação, o código (a Língua Portuguesa) deve ser entendido 
por todos os que escrevem e leem. Daí, ser uma necessidade básica de quem escreve ter 
conhecimentos da Língua Portuguesa. 
Tipologia textual 
A tipologia textual indica a forma como o sujeito da escrita apreende o objeto do qual 
está tratando, essa forma pode ser influenciada pelo próprio objeto. Uma corrida ou 
partida de futebol encaminham uma narração, um acidente requer uma descrição, a 
defesa de uma postura origina uma dissertação. A divisão tipológica de construção 
textual em Narração, Descrição e Dissertação nos possibilita, como emissor da 
mensagem/texto, estabelecer a finalidade, o objetivo da mensagem. 
Você se lembra de que em nossa trajetória escolar produzíamos textos narrativos, 
descritivos e dissertativos? O tema de redação “Minhas férias”, que acompanhou muitos 
de nós nas primeiras séries escolares, contemplou a narração, a descrição e a 
dissertação. Hoje necessitamos trabalhar com textos diferentes de uma redação escolar. 
Além disso, há três tipos de redação: a dissertação, a narração e a descrição. Essa 
divisão é meramente didática, pois, em um texto, um único autor pode usar os três tipos 
de redação, se julgar que os três gêneros facultam-lhe uma forma mais clara e eficiente 
para o que ele quer comunicar. Dificilmente serão encontrados textos puramente 
dissertativos, narrativos ou descritivos. 
1.15 Texto narrativo, descritivo e dissertativo 
Texto narrativo 
Narração é uma redação por meio da qual se escreve uma história, uma piada, um conto, 
uma novela ou qualquer outro tipo de texto que tenha dois elementos essenciais: ação e 
personagem. Quando se trata de uma narração literária, tentar narrar algo de maneira 
diferente do que as pessoas costumam imaginar é o primeiro passo para quem pensa em 
"escrever bem". 
 
Quem escreve não deve esquecer que "escrever bem" é fazer boas escolhas, ter boas 
ideias, é dedicar atenção no trato dos padrões linguísticos já apontados aqui, é ser 
criativo procurando sempre ser entendido pelas pessoas que estão lendo o texto escrito. 
Lembramos, ainda, que você deve considerar os componentes básicos da narração, já 
comentados neste caderno, pois eles o auxiliarão a obter sucesso na escrita de sua 
narrativa. 
 
Assim, será sempre importante que as narrativas respondam às seguintes questões: 
 QUEM? A resposta a esta pergunta aponta o personagem ou os personagens da 
narração. 
 O QUÊ? Conduz ao fato central; é o que se pode chamar de "fio condutor". É como se 
fosse a estrutura do enredo (assunto). Na narração, poderíamos simplificar e dizer que 
se trata do conteúdo. 
 QUANDO? É o tempo em que os fatos narradosocorreram. 
 ONDE? Marca o espaço, o local onde os fatos ocorreram ou estão ocorrendo. 
 COMO? O enredo, ou seja, o conteúdo baseia-se nas respostas a essa pergunta. 
 POR QUÊ? As razões, os motivos, as causas que levaram ao fato que se está narrando. 
 
Como podemos ver, a narração carrega, em si, uma ideia de ação, de movimento. É como se 
quem narra estivesse acompanhando os fatos no exato momento em que se desenrolam. O 
narrador seria, pois, uma espécie de testemunha ocular do que está acontecendo, enquanto 
narra. 
Ao contarmos um fato na forma oral ou escrita, estamos simplesmente narrando, 
assumindo a função de narrador. Narrar é encadear fatos em uma sequência lógica, as 
personagens da narração transitam em um determinado espaço e tempo cronológico. Ao 
construirmos uma narrativa, devemos considerar que há diferenciações entre a narrativa 
oral e a escrita. Em uma narrativa escrita, temos que levar em consideração que há um 
código linguístico a ser seguido, ou seja, nossa língua possui formas e regras 
estabelecidas. 
 
Exemplo: 
O Coveiro 
 
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na 
distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não 
conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém 
atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, 
desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o 
silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som 
humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só 
pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro 
gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que 
havia: O que é que há? 
O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível! 
Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra 
de cima de você, meu pobre mortinho! E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo 
cuidadosamente. 
(Millôr Fernandes) 
 
Texto dissertativo 
Todos nós, em algum momento, já fomos solicitados a dissertar, e em muitos desses 
momentos não tínhamos clareza do que isso significava. Ao colocar no papel nossas 
ideias e pensamentos, estamos dissertando, ou seja, expondo aquilo que pensamos. 
Assim, dissertar ou produzir um texto dissertativo é explicar, avaliar, classificar, 
apresentar ideias sobre um determinado assunto, porém essas ideias devem estar 
fundamentadas, por isso temos os textos dissertativo-argumentativos. Nesses textos 
prevalece o poder de persuasão do emissor, o qual apresenta exemplos, demonstra e 
comprova fatos a fim de convencer o receptor/leitor das ideias expostas. Um texto 
dissertativo não se confunde com um texto narrativo ou descritivo, à medida que nesses 
dois últimos tipos textuais, pessoas, objetos e situações constituem-se os temas. 
Agora pense em ARGUMENTAR e CONVENCER. A vida cotidiana traz 
constantemente a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões e pontos de 
vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma nova 
forma de pensar. Em todas essas situações e em muitas outras, utiliza-se a linguagem 
para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da 
apresentação de ideias, dados e conceitos, chegar a conclusões. 
Em suma, dissertar ou escrever uma dissertação implica apresentar uma discussão de 
ideias, oferecer argumentação e organização do pensamento, expor a defesa de pontos 
de vista, oferecer a descoberta de soluções. É, portanto, necessário que se tenha 
conhecimento sobre o assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição 
diante dele. 
Nas dissertações aceita-se o uso do plural majestático, ou seja, o uso da primeira pessoa 
do plural, e, modernamente, passou-se a aceitar o uso da primeira pessoa do singular. 
Mas, se você optar pela primeira pessoa do singular, evite "aparecer" no texto, usando 
inteligentemente essa escolha como um instrumento argumentativo, fazendo parecer ao 
leitor que as ideias expostas por você são de aceitação universal. 
A dissertação expõe ideias, defende opiniões, apresenta reflexões sobre essas pessoas, 
objetos, situações, sobre fatos concretos etc. Logo, há também uma estrutura que 
organiza a produção de textos dissertativos: a introdução, o desenvolvimento e a 
conclusão. 
 
Vamos identificar os elementos que compõem essa estrutura? 
 Introdução: é o início do texto. É a exposição do assunto ou tema que será tratado, 
desenvolvido e concluído ao longo da redação. Ela pode ser iniciada por uma citação, 
por uma afirmativa ou até mesmo por um questionamento, a fim de despertar o 
interesse do leitor. 
 Desenvolvimento: é o desenrolar do assunto, a parte em que as ideias, as 
informações, os conceitos e os argumentos serão desenvolvidos progressivamente. 
 Conclusão: é a parte final do texto. Uma avaliação final do assunto, um fechamento, 
em que o assunto é retomado para ser concluído. 
Exemplo: 
Sem limites 
 
Não há limites para o imaginário humano. Mesmo em condições adversas, o homem é capaz 
de criar representações da realidade, seja com a intenção de mudar uma situação vigente, seja 
para sair da rotina monótona do cotidiano ou fugir de uma realidade hostil à vida. Essas 
imagens exercem um importante papel na alma humana e vão muito além da conotação 
recreativa, elas formam a esperança e, em alguns casos, podem determinar a sobrevivência do 
indivíduo. 
No filme “A vida é bela”, cujo contexto é o da Segunda Guerra Mundial, um homem, 
prisioneiro em um campo de concentração, tece uma gama de imagens positivas e divertidas 
para que seu filho, uma criança, pense estar em meio a uma brincadeira. Nesse caso, a fuga da 
realidade por meio da inventividade humana, significou o alheamento do indivíduo, mas isso 
lhe garantiu a sobrevivência, pois o garoto resiste até o fim para que possa receber sua 
recompensa. 
No filme “O náufrago”, o personagem interpretado por Tom Hanks imagina uma bola falante 
dotada de pensamento, a qual foi dada o nome de Wilson. Essa criação do náufrago evitou que 
a solidão o levasse à loucura e ao suicídio até ser resgatado. Ambos os exemplos dados são 
substituições da realidade por imagens, visando o “eu”, assim como ocorre na sociedade atual, 
em que o individuo cresce, a competição acirra-se e cria-se uma realidade hostil; a fuga torna-
se uma questão de sobrevivência. 
Luther King, ao proferir a frase “I have a dream”, referia-se à imagem criada por ele de um 
mundo melhor, em que o convívio entre brancos e negos fosse pacífico. A realidade, 
entretanto, era marcada por um verdadeiro apartheid, ataques de organizações como a ku 
klux klan, numa espécie de caça às bruxas. Após King, muito da intolerância diminuiu. 
A imagem criada por um homem salvou o coletivo. Dessa forma, nem somente para fugir da 
realidade servem as imagens. Elas exercem papel fundamental na transformação do mundo, o 
qual de hostil pode tornar-se melhor, como o conseguido por King. 
Fonte: letrasmundosaber.logspot.com/2008/12/texto-dissertativo-argumentativo.html 
 
Elaborar textos dissertativos é uma atividade em que você deve considerar os objetivos do seu 
texto e a quem se destina, pois devemos escrever para responder indagações, 
questionamentos e posicionamentos que objetivamos inicialmente alcançar. 
 
Texto descritivo 
Enquanto, por meio da dissertação, quem escreve defende uma ideia e se posiciona a 
respeito do assunto sobre o qual escolheu dissertar, em uma descrição, a ênfase 
objetivará com maior detalhe descrever objetos, ambientes, estado de espírito, etc. 
O importante da descrição é que quem escreve consiga fazercom que o leitor entenda 
claramente aquilo que é descrito. Lembramos que outro fator importante na descrição é 
que o redator tenta apenas descrever algo, sem tomar partido, sem se envolver, apenas 
descrevendo de modo distanciado o que está observando. Descrever é representar 
verbalmente algo ou alguém, a partir de um ponto de vista. 
Enfatizamos, ainda, que a descrição "pura" não existe e que descrever é colocar no 
papel as características de objetos, de imagens, de locais, de pessoas, da forma mais 
próxima possível do real para, assim, o leitor ser capaz de reconstruir o que foi descrito. 
É como se o tempo não existisse e o leitor mergulhasse no assunto com a sensação de 
que a descrição é atual, não importando o tempo a que ela remete ou em que foi escrita. 
Exemplo: 
Às 7h30min da manhã, o escritório está vazio; às 8h00, recebe os primeiros funcionários; às 
10h00 é uma verdadeira feira [...] (nesse caso, há narrativa, pois há transformação temporal; 
os fatos apresentados distribuem-se entre 7h30min e 10h00) (MEDEIROS, 2000, p. 135). 
 
Medeiros (2000, p 135) informa que as etapas para construção de um processo descritivo são: 
 Pesquisa e seleção dos dados a serem apresentados; 
 Rascunhar o que se escreve; 
 Correção – revisão e redação final. 
O texto descritivo tem como característica principal a exatidão da comunicação, pois 
seu objetivo é esclarecer, informar, comunicar. 
1.16 Redação científica 
Ao longo do tempo, percebemos que a falta de conhecimento linguístico e de normas 
que possam facilitar a vida dos alunos, professores e pesquisadores na elaboração dos 
seus trabalhos é uma constante quando se trabalha a língua como pressuposto 
científico. 
Sendo assim, o principal objetivo da redação científica é fazer com que os trabalhos 
comumente realizados em cursos que você realiza sejam feitos por meio da pesquisa e 
dos seus embasamentos técnico-científicos, bem como sociais. Para Medeiros (1997, p. 
12), apud Câmara Jr. (1978, p. 58): “A leitura exige objetivo preestabelecido, análise, 
síntese, reflexão, aplicação do que se leu”. 
Ou seja, “Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que quer escrever”. No 
curso que está realizando e diante dos textos das aulas, acreditamos que você já 
percebeu que “A leitura exige objetivo preestabelecido, análise, síntese, reflexão, 
aplicação do que se leu” (MEDEIROS, 1997, p. 12) e temos que concordar com Câmara 
Jr. (1978) quando ele afirma que não é possível escrever bem quando não se sabe 
exatamente o que se pretende escrever. 
 
Fichamento 
O fichamento é um processo utilizado para elaborar fichas de leitura na qual devem 
constar as informações mais relevantes de um texto lido. São anotações que servirão 
posteriormente para consulta, na elaboração do seu trabalho. Lembramos que 
fichamento não é um resumo, mas sim um apontamento das principais ideias contidas 
num artigo ou obra lida. É válido ressaltar que o fichamento, segundo Medeiros (1997, 
p. 93), é precedido por uma leitura que atenta para o texto. Assim teremos: fichas de 
comentário, citação direta, resumo e crítica/analítica. A diferença entre os vários tipos 
de fichas é só o seu texto. As fichas compreendem o cabeçalho, referências 
bibliográficas, corpo da ficha e local onde se encontra a obra. O cabeçalho engloba 
título genérico ou específico e letra indicativa da sequência das fichas, se for utilizar 
mais de uma. 
 
Resumo 
É a captação da ideia maior do texto, o ponto central. A norma NBR 6028:1990 define 
resumo como “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto”. Segundo 
Medeiros (1997, p. 142), resumo é "uma apresentação sucinta, compacta dos pontos 
mais importantes de um texto". 
Resenha 
Para Andrade (1995, p. 60), apud Medeiros (1997, p.132), a resenha é um tipo de 
trabalho que “exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras 
obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de 
valor”. Logo, observamos a resenha com algumas condições estruturais: delimitação, 
análise textual, temática, interpretativa, problematização e síntese pessoal. 
Segundo Santos (2001), as partes essenciais de uma resenha são: identificação da obra 
(referência bibliográfica), credenciais do autor, conteúdo (resumo da obra/digesto), a 
crítica e a indicação do resenhista. A resenha não é um resumo. Medeiros afirma que 
enquanto o resumo não aceita o juízo valorativo, o comentário e a crítica à resenha 
exige esse elemento. 
Para estruturar uma resenha deve-se compor os seguintes itens: referências 
bibliográficas, credenciais do autor, resumo da obra (digesto), apreciação (crítica do 
resenhista) e indicações do resenhista. 
O estudo dessa tipologia é uma necessidade prática, que atende ao desempenho dos 
trabalhos técnicos voltados às áreas comerciais, administrativas e financeiras, 
lembrando que redigir é aprender manusear a língua (viva) como essência material na 
linguagem, seja técnica ou científica. 
 
1.17 Textos técnicos e de instrução 
Mensagem eletrônica (e-mail) 
As mensagens eletrônicas, que também podem ter cunho técnico-administrativo, estão 
sendo muito usadas atualmente, e a celeridade de sua circulação requer cuidados quando 
utilizadas para fins profissionais. O emissor da mensagem deve atentar para sua clareza, 
coerência e coesão, não se esquecendo do uso de uma linguagem padrão, formal, uma 
vez que nas mensagens eletrônicas institucionais e profissionais não cabem 
abreviaturas, gírias, linguagem coloquial, tal qual usamos em mensagens eletrônicas 
pessoais. 
Convocação 
A convocação é uma produção textual utilizada para convocar, chamar, convidar 
alguém para uma reunião, encontro. É necessário especificar o local, a hora, a data e o 
objetivo da convocação, a exemplo da pauta de uma reunião ou assembleia. 
Ata 
É um texto elaborado a partir de relatos, fatos, deliberações ocorridos em uma reunião, 
encontro, assembleia. Suas principais características são: 
 Texto constituído sem parágrafos, emendas ou rasuras, uma vez que a ata é um 
documento, não se admitindo modificações posteriores. Caso seja necessária alguma 
alteração, deve-se usar a expressão “Em tempo:”, com a anuência do presidente; 
 Números são grafados por extenso; 
 O texto poderá ser manuscrito em livro próprio para este fim ou digitado, este último 
com numeração para cada ata; 
 A ata deverá ser assinada, obrigatoriamente, pelo presidente da reunião e pelo 
secretário desta. Poderá ser assinada pelos demais presentes à reunião, desde que 
necessário; 
 Obrigatoriamente, o texto/ata deverá conter dia, mês, ano e hora da reunião, grafados 
por extenso; local da reunião; relação nominal dos presentes à reunião; pauta (ordem 
do dia) e o fecho da ata 
Memorando 
É um documento que objetiva a comunicação interna entre setores ou departamentos de 
uma mesma instituição ou empresa. A celeridade da comunicação é uma característica 
dessa redação. Sua estrutura consiste em: 
 Destinatário (nome ou cargo/função) 
 Emissor (nome ou cargo/função) 
 Assunto: sobre o que o memorando está tratando 
 Data 
 Mensagem em si 
 Fechamento 
 Assinatura 
Requerimento 
É um texto produzido com a finalidade de solicitar, requerer algo dentro de uma mesma 
instituição pública ou privada. Esse documento é elaborado quando se tem a presunção 
de que a solicitação tem amparo legal. Como exemplo, tomemos a solicitação, via 
requerimento, da licença-maternidade. 
Declaração 
É um documento em que se declara, conceitua, ou explica algo a alguém. Quando 
queremos comprovar que estamos estudando em determinada instituição, por exemplo, 
solicitamos da secretaria escolar uma declaração de que estamos matriculados. 
Procuração 
Documento utilizado para que uma pessoa represente outra, legalmente. Nesse 
documento, delimitamos ou constituímos amplos poderes, ou seja, delegamos poderes 
aoprocurador para realizar atos quando estiver nos representando. A procuração pode 
ser simples, redigida de próprio punho ou digitada, ou ainda feita em cartório, também 
conhecida como procuração pública. É importante ressaltar que a procuração, tal qual a 
ata, deve ser redigida sem parágrafos, uma vez que não são permitidas emendas ou 
rasuras. Ela só terá validade se a assinatura for reconhecida em cartório. Isso vale para 
os dois tipos de procuração, a simples e a pública. 
Ofício 
Documento de uso exclusivo de órgãos públicos, uma vez que os assuntos tratados 
nesse documento são sempre oficiais, logo ele pode ser emitido somente por órgãos 
públicos, porém o destinatário poderá ser a própria administração pública ou 
empresa/instituição particular. Por se tratar de um documento oficial, deve ser redigido 
em papel timbrado. Instituições ou empresas particulares utilizam a carta comercial para 
se comunicarem com outras empresas ou com a administração pública, uma vez que não 
podem utilizar o ofício. 
Relatório administrativo 
Com o intuito de comunicar algo a alguém, o relatório administrativo é um relato, 
opinião/ponto de vista do autor acerca de fato, ação ou ocorrência administrativa. Sua 
organização consiste em introdução do assunto, desenvolvimento minucioso das 
ideias/fatos/ocorrências elencadas na introdução e conclusão do que foi exposto, com 
possíveis recomendações. 
1.18 Formas de discurso 
Discurso direto 
É aquele em que o autor reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. 
Podemos enumerar algumas características do discurso direto: 
 Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros; 
 Uso, especificamente para introduzir os diálogos, dos seguintes sinais de pontuação: 
dois-pontos e travessão. 
Como exemplo de discurso direto, observe o trecho abaixo retirado do livro Contos da 
Floresta: 
"Então o velho falou para a velha: 
- Não sei por que todos foram embora, mas não vamos sair daqui. Esse é nosso lugar e 
onde morreremos, quando chegar nossa hora. 
- Sim, meu velho, você tem razão, nada nos fará sair daqui." 
 Yaguarê Yamã - Contos da floresta 
 
Discurso indireto 
É aquele em que o narrador reproduz com suas próprias palavras aquilo que escutou de outra 
pessoa ou leu sobre ela. No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação que 
introduzem o diálogo e usamos conjunções: que, se, como, etc. 
 
Agora perceba como ficaria o mesmo texto, visto no exemplo interior, caso o discurso fosse 
indireto: 
"O velho falou para a velha que não sabia por que todos tinham ido embora, mas não queria 
sair de lá. Disse que aquele era o lugar deles, onde morreriam quando chegasse a hora. A 
velha concordou dizendo que nada faria eles saírem de lá.". 
 
Discurso indireto livre 
É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de 
orações. 
1.19 Vídeo: tipologia textual 
Agora que você já conhece as formas de discurso e modelos de escrita, chegou a hora de 
explorar um pouco mais sobre os diferentes tipos de texto. Para isso, assista ao vídeo a 
seguir, nele são apresentadas e exemplificadas as duas tipologias textuais (expositiva e 
injuntiva), assim como suas definições e subclassificações. 
Olá, estudantes, sejam bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de redação aqui do 
aulalivre.net. Eu sou professora Aline e o nosso tema de hoje serão tipos textuais, 
alguns tipos de textos que nós vamos conhecer na aula de hoje. 
 
Bom, o primeiro tipo de texto será o texto expositivo. O próprio nome já vai nos dizer a 
que ele se destina: a expor. É um texto que informa o receptor de temas de interesse, 
tentando responder a um “o quê?”, “como?”, “por quê?”. Também apresenta uma série 
de ideias que esclarece ou explica conceitos e argumentos. Nós temos aí como principal 
característica desse tipo de texto, o expositivo, a informação. É um texto e que nos 
informar sobre algum aspecto. 
 
Para explicar, o emitente deve considerar alguns aspectos essenciais. Então, como 
produzir esse tipo de texto? Nós temos que observar: 
 A natureza da informação ou mensagem, ou seja, que conhecimento e 
informação nós vamos transmitir. 
 O tipo de receptor, quem é que vai ler esse texto, qual será o leitor do meu texto. 
 Objetividade. Tenho que ser objetivo ao escrever, as ideias têm que ser escritas 
de forma clara. 
 Lacuna de conhecimento entre o emissor e o receptor, ou seja, eu tenho que 
observar a distância, se algumas informações daquele texto vão estar completas 
ou não para que meu leitor possa entender perfeitamente a informação que eu 
quero passar. 
 Temos também que observar a questão da coerência e coesão, que nós já vimos 
aí nos elementos da aula anterior. Coerência seria a questão de nós não nos 
contradizermos, nós falarmos de forma coerente, ou seja, termos ali um discurso 
que se completa ao longo da fala ou ao longo da escrita. E também a coesão, que 
são aquelas palavras, conectivos, preposições, que ajudam a fazer a ligação entre 
palavras, orações. 
 Bem, esse tipo de texto, o texto expositivo, eles são característicos da ciência, 
jornalismo, negócios, artigos, relatórios, resumos, etc. Então, são textos que são 
utilizados, em sua maioria, por esses aspectos. 
 Eles podem cobrir vários temas, tais como descobertas, notícias, eventos 
especiais, personalidades ,evolução da tecnologia, da medicina, ou seja, os 
veículos que podem conter esse tipo de texto podem ser a internet, pode ser 
revistas, jornais, enfim, são amplos os veículos que abarcam esse tipo de texto. 
Vamos ver a estrutura geral. Esse texto possui uma introdução. Nesta introdução, vai 
responder “como?”, que fato é esse que eu quero mostrar. No desenvolvimento, nós 
vamos esclarecer, explicar, exemplificar este fato e vamos responder “por quê?”, por 
que aconteceu isso. E a conclusão será a parte final, vou recapitular o tema, você pode 
apresentar recomendações ou pedidos. Vamos pensar numa notícia. Como seria essa 
introdução? Nós vamos responder as perguntas iniciais: que fato aconteceu?, o que nós 
vamos noticiar?, quando?, onde? Ali no desenvolvimento, nós vamos explicar mais 
detalhadamente aquele fato, em que circunstâncias, as possíveis causas, consequências. 
E na conclusão, podemos finalizar, trazendo como está sendo estudado esse caso, o que 
já foi concluído, qual o prosseguimento que estão dando para as ações daquela notícia. 
Temos aqui recursos linguísticos também que estão presentes nos textos expositivos. 
Nós temos: 
 Presença de frases explicativas. 
 Vocábulo claro e específico. 
 Tempo presente do indicativo. 
 Consideração do tipo de receptor e a situação comunicativa. 
 A incorporação de palavras distintas. 
 Descrição de recursos para facilitar a explicação do assunto. 
Bom, exemplo de textos dispositivos. Nós podemos ter: um aviso, uma receita, a 
descrição de um objeto ou pessoa, um relatório, uma notícia. São variados os textos 
expositivos. Vejamos aqui o exemplo de um aviso, que é um texto que às vezes é pouco 
comum para algumas pessoas. Como fazer um aviso? Nós temos aqui um exemplo: 
(símbolo da instituição) 
Fundação Alcântara Machado Avisonº 123/00 
Concurso Vestibular 2009 
A Comissão Permanente do Vestibular da Fundação Alcântara Machado solicita que 
todos os candidatos compareçam aos locais de prova com 1 (uma) hora de antecedência 
para o início das provas. 
Rio de Janeiro, 24 de julho de 2009. 
(Assinatura do presidente da comissão) 
Em cima, no primeiro momento, nós temos o símbolo da instituição, a logomarca ou 
logotipo. Aqui nós temos apresentação, Fundação Alcântara Machado, aviso número e o 
assunto, que é o concurso vestibular. Neste caso, que nós temos o corpo do aviso, ou 
seja, o texto, aquilo que quero avisar. Neste caso, ele está solicitando aos candidatos que 
compareceram aos locais de prova com

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