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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 1.1 Linguagem e comunicação Apresentamos a seguir alguns conceitos que julgamos fundamental que você os assimile e entenda. Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Há outras concepções de linguagem que você pode pesquisar para ampliar o seu conceito. Língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também, semânticas e fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou fala) se revela. Martinet (1978) foi um dos primeiros linguistas a apresentar uma distinção clara entre língua e linguagem. Segundo ele, a linguagem designa propriamente a faculdade de que os homens dispõem para se compreenderem por meio de signos vocais. Dialetos são variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (ex.: gíria). Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. O que não podemos perder de vista é que nenhuma variação linguística é melhor que a outra, pois elas servem a suas comunidades e ao contexto no qual os interlocutores estão inseridos. Norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social. Norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão. Comunicação A comunicação, do ponto de vista da linguística, nada mais é do que a interação entre um determinado grupo que usa a mesma língua ou o mesmo dialeto; tendo em vista a diversidade linguística e a heterogeneidade no discurso, faz-se necessário adequá-lo estrategicamente para que o fenômeno da comunicação se processe devidamente. Dessa forma, comunicação e linguagem se relacionam, uma vez que só há comunicação por meio da linguagem, e esta última se realiza na língua, como infraestrutura (base ortográfica), dentro de uma dada sociedade. Ou seja, “se preestabelece num sistema convencional de signos e regras presentes em um dado grupo social por meio do seu código. Sendo alicerce nessa interação social intercomunicativa” (BARROS, 1991, 25). A linguagem é a capacidade do homem de comunicar-se por meio de um sistema de signos, a língua. Língua A língua é o laço que une e integra os indivíduos num mesmo universo, e é ela que dá acesso à vida cultural na sociedade. É um sistema de signos, um conjunto organizado de elementos representativos convencionados por indivíduos e utilizados por membros de um mesmo grupo social. Observe a afirmação de um estudioso dessa área: Enquanto a linguagem abrange um conjunto multiforme de fatores físicos, fisiológicos e psíquicos, a língua aparece como uma totalidade uniforme, um sistema específico de signos com uma função social predominante: a comunicação (BORBA, 1998, p. 45). A língua(gem) é, antes de tudo, uma atividade do sujeito, um lugar de interação entre os membros de uma sociedade e seu conceito é bastante abrangente, pois engloba todas as manifestações realizadas pela fala. Para Bourdieu (1998, p. 81): A linguagem é de modo mais geral, às representações, uma eficácia propriamente simbólica de construção da realidade [...] – ao estruturar a percepção que os agentes sociais têm do mundo social, a nomeação contribui para construir a estrutura desse mundo, de uma maneira tanto mais profunda quanto mais amplamente reconhecida (isto é, autorizada). Nessa perspectiva, a partir dessa relação interdiscursiva o sujeito social (homem) tem a necessidade de nomear o mundo que o rodeia, ou seja, uma luta simbólica ritualizada como prática social – de que esse homem transforma e é transformado constantemente. 1.2 Níveis de linguagem O objetivo principal do estudo dos níveis de fala é encaminhar o estudante a reconhecer as diferenças entre a linguagem padrão e a linguagem coloquial, para que possa selecionar o registro adequado nas mais diferentes situações de comunicação. A fim de entendermos os diferentes níveis de linguagem e suas mudanças, temos de recorrer à sociolinguística, que é o ramo da linguística que tem como foco de estudos a relação direta entre língua e sociedade. O domínio dos diferentes níveis de linguagem propicia oportunidades mais efetivas ao falante, de promover a adequação da sua linguagem às exigências do contexto social e, dessa forma, estabelecer uma comunicação mais eficiente e aumentar seu nível de compreensão, interação e interlocução nas várias instâncias sociais nas quais estará inserido. O Emissor e o receptor O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quanto escrita, a um receptor. O receptor recebe a mensagem e, geralmente, dá uma resposta ao emissor. Essa resposta, no caso de uma conversa entre duas pessoas, se manifesta quando o receptor diz palavras tais como: "sim... estou entendendo", etc., muito comum em conversas telefônicas. A necessidade de resposta faz parte do processo de comunicação entre os seres humanos. Quando uma pessoa envia a mensagem e não recebe a resposta do receptor, o processo de comunicação não se completa. Para que a comunicação se processe, são necessários alguns elementos que, segundo denominação de Jakobson (2005), seriam: Fonte ou emissor é quem elabora e transmite a mensagem; Receptor ou destinatário é aquele que recebe a mensagem; Mensagem é tudo aquilo que o emissor transmite ao receptor, é o objeto da comunicação; Referente é o assunto da comunicação, o conteúdo da mensagem; Canal é o meio físico, o veículo através do qual a mensagem é levada do emissor ao receptor; Código é o conjunto de signos e suas regras de comunicação. Figura 1 - Caminho da mensagem Descrição da imagem: Fluxograma que apresenta o caminho de uma mensagem. Ela inicia pelo emissor (emotiva), que transmite uma mensagem (poética), que está ligada a um referente (referencial) a um código (metalinguística) e a um canal (fática). A mensagem vai para o receptor (conativa). Funções da linguagem Função referencial: no processo comunicativo, predomina o assunto ao qual a mensagem faz referência. Nos textos jornalístico, técnicos e científicos destaca- se essa função, pois buscam transmitir uma informação objetiva. Vejamos os exemplos em cada função. Função emotiva: com essa função o emissor objetiva suscitar emoções, opiniões. Ela se destaca nas correspondências pessoais, em diários, discursos de formatura etc. Função conativa: seu uso objetiva persuadir o receptor da mensagem, seduzi-lo. Essa função é muito presente em mensagens publicitárias. Função fática: visa estabelecer uma relação com o emissor para verificar se a mensagem está sendo transmitida, ou para prolongar ou cessar uma mensagem. Quando atendemos uma chamada telefônica e dizemos ‘Alô’ ou perguntamos, em meio ao discurso, ao receptor ‘Você está entendendo?’, utilizamos da linguagem com essa função. Função metalinguística: consiste em usar a linguagem, a língua, para falar dela mesma, tornando-se seu próprio referente. Os dicionários e os textos que estudam e interpretam outros textos são exemplos do emprego da linguagem com essa função. Função poética: objetiva expressar sentimentos, descrições, visões de mundo, em textos que exploram a sonoridade, o ritmo, ou seja, novas possibilidades de combinação dos signos linguísticos. Predomina em textos literários, publicitários e em letras de música. 1.3 Vídeo: funções da linguagem Olá, pessoal, tudo bom? Sou o professor Fábio D’Ávila e hoje vamos então para nossa 12ª e última aula de revisão de Língua Portuguesa. Lembre-se de acompanhar essa aula com o material didático no aulalivre.net. Nosso último assunto, então, refere-se a funções da linguagem. O que são as funções da linguagem? Não confundam com figuras de linguagem. Funções da linguagemsão os elementos que constituem um processo comunicativo. Quais são os elementos que constituem esse processo comunicativo? O emissor que transmite a mensagem, o receptor que recebe essa mensagem, o referente que é a informação, a mensagem, o canal de comunicação e o código utilizado para estabelecer essa mensagem. Vamos analisar cada um desses elementos. Por quê? Porque cada uma das funções da linguagem vai se centrar num desses elementos comunicativos e vamos avaliar quando um e quando o outro predomina no texto. A primeira das funções da linguagem é a função emotiva ou expressiva. Função emotiva ou expressiva centra-se no emissor, quem transmite essa mensagem. Quem transmite essa mensagem vai manifestar opiniões e/ou sentimentos, ou seja, ao ler uma poesia lírica, por exemplo, podemos dizer que ali temos a função emotiva de linguagem. Quando, por exemplo, nós fazemos uma redação no vestibular, a gente até pode achar que não está com a função emotiva ali. Lembre-se função emotiva vincula-se à manifestação do sujeito, manifestação da subjetividade. Se você manifesta sua opinião na redação, o que a gente tem ali também é a função emotiva ou expressiva da linguagem. Percebam ainda um detalhe: quando eu observo uma função da linguagem não significa que as outras não existam. Significa que aquela ali, em razão da forma com que aparece, é predominante. Então eu posso dizer que numa poesia lírica a função expressiva ou emotiva pode ser a função predominante. Eu posso dizer que quando eu construo meu argumento manifestando a minha opinião, neste momento em que eu manifesto a minha opinião, eu tenho ali a função emotiva ou expressiva se manifestando em maior grau. Além da função emotiva ou expressiva, nós temos a função referencial. A função referencial centra-se no conteúdo. Observem: a informação objetiva. Significa que a função referencial não tem manifestação do sujeito no que tange a que eu não manifesto opinião. Quando, por exemplo, um de vocês me pergunta o endereço da minha casa e eu passo o endereço da minha casa, eu não estou manifestando opinião, eu estou só dando uma informação objetiva. Tenho aí uma função referencial. Quando eu leio uma placa com o nome de uma rua, aquilo ali também é função referencial. Vejam que o nome é bem claro: é um ponto de referência, ou seja, quando eu uso um ponto de referência porque aquele ponto de referência me informa alguma coisa. Quando eu estou lendo o jornal, vejo, por exemplo, um anúncio de óbito ou a informação acerca da previsão do tempo, tudo ali não há a manifestação de opinião, apenas conteúdo informacional. Em razão disso, temos a função referencial. Vejam que na função emotiva eu manifesto opinião, na função referencial eu informo. Vocês podem estar pensando: bom, mas eu manifesto minha opinião na redação e eu também dou uma série de informações para esclarecimento. Pois bem, na redação de vocês, há tanto a função referencial quanto a função emotiva ou expressiva. Todavia, num outro exemplo, se eu tenho uma receita de bolo, eis que eu não manifesto minha opinião. Ali temos só a função referencial. E uma questão de prova interessantíssima. Eles colocam por vezes cartazes com anúncios de campanhas de prevenção. Por exemplo, cartaz para a prevenção da H1N1 ou cartazes que ensinam como fazer determinado procedimento de higiene ou que médico procurar quando tiver determinados sintomas. Observem que aí também não se manifesta opinião, simplesmente se forma o que deve ser feito. Função referencial predomina. Além da função referencial, temos a função conativa ou apelativa. Não é conotativa, pessoal, é função conativa ou apelativa. Nesse caso, ela vai se centrar no receptor. Quem é um receptor? O receptor é quem recebe a mensagem. Observem só, serve para o convencimento. Na prova muitas vezes colocam o termo persuasão, ou seja, ela é utilizada para convencer aquele que me escuta, aquele que me lê. Muito comum é aparecer um tipo de questão na prova com uma propaganda. Uma propaganda sempre terá a função conativa e apelativa como elemento predominante. Por quê? Porque essa propaganda sempre visa a fazer com que nós consumamos aquele produto. Ou seja, se aparece uma propaganda, tem função apelativa. Outro caso, também não precisa ser simplesmente um elemento de publicidade. Campanhas como doação de sangue, ora, estão tentando fazer com que nós doemos sangue. Vejam ali também vai predominar a função conativa ou apelativa. Além disso, outra característica essencial, lembrem-se, anotem isso: o uso de verbos no imperativo. Compre, doa, faça. Verbos no imperativo caracterizam de forma claríssima a função conativa ou apelativa da linguagem. Além dessa função da linguagem, temos a função fática. Olha lá. A função fática é a função que se centra no canal de comunicação. Temos dois canais de comunicação bem básicos: o ar, quando a gente fala, e a folha de papel, quando a gente escreve um texto. Para que serve a função tática? Para a manutenção desse canal de comunicação, a abertura desse canal de comunicação e o fechamento desse canal de comunicação. Como ele funciona? Por exemplo, se eu cumprimento alguém, eu abri um canal de comunicação entre mim e essa pessoa, ou seja, ali a função fática começou a acontecer. Nós vamos conversando, a função tática se mantém. A gente se despede, a função fática terminou. Mas enquanto a gente se comunica, é função fática? Não, a função é só entorno de tudo isso. Eu posso estar manifestado uma opinião, eu posso estar tentando convencer essa pessoa. Eu terei outras funções da linguagem presentes neste caso. Todavia, elas não existiriam se não houvesse o canal de comunicação. Algumas provas cobram da seguinte maneira. Afirmam que essa função serve para a verificação do canal de comunicação. O que é a verificação do canal de comunicação? É testar o canal de comunicação. Quando eu digo “oi”, eu estou verificando se alguém vai me cumprimentar. Se eu perguntei “alguém aí?, eu também estou testando. Ou até mesmo antes de um show, quando o roadie fala “teste, teste, 1, 2, 3, testando”, isso é a abertura do canal de comunicação. Todos, sem perceber, estão se utilizando da função tática. E na minha redação? Essa eu não uso na minha redação. Clara que usa. O que é introdução? Abertura do canal de comunicação. O que é o desenvolvimento? Manutenção desse canal de comunicação. E o que é a conclusão? É o fechamento desse canal. Ou seja, é inevitável. Essa função da linguagem está presente constantemente nos nossos processos comunicativos. Outra função da linguagem, a penúltima, é a função metalinguística. Vamos parar para pensar o seguinte. Vamos pegar uns exemplos que vocês estudam em casa. Por exemplo, ao ler Carlos Drummond de Andrade, quando vocês leem Procura da Poesia, observem que Drummond está na própria poesia tratando da poesia. Eis que temos a poesia da poesia, a metapoesia. Quando vocês estão lendo a Hora da Estrela, de Clarice Lispector, por exemplo, o narrador Rodrigo S.M. trata da sua própria narrativa. Temos ali a narrativa da narrativa, ou seja, a metanarrativa. Ora, o que é a função metalinguística? É aquela função da linguagem que se centra no código, ou seja, eu me utilizo do código para explicar o próprio código. Para ser mais claro, quando vocês vão no dicionário, pegam o dicionário e olham lá um determinado verbete, o sentido de uma determinada palavra, por exemplo, “correção”. Vocês vão ver o conceito: ato ou efeito de corrigir. Percebam o seguinte, “correção” é um termo que está escrito na língua portuguesa, o nosso código e “ato ou efeito de corrigir”, que é a sua explicação, também está utilizando o mesmo código, a língua portuguesa. Ou seja, utilizamos o código para explicar o próprio código. Quando vocês estão numa conversa e o amigo de vocês fala alguma coisa e vocês não entendem o que exatamente ele quis dizer, o que vocês falam?Tudo bem, o que você está querendo dizer com isso? Logo depois o colega vai fazer o quê? Com outras palavras, dizer a mesma coisa que ele acabou de falar. Significa que aí o processo metalinguístico está acontecendo porque com o próprio código, a língua portuguesa, ele vai explicar algo que antes falou com a língua portuguesa. Percebam então que a metalinguagem é utilizada o tempo todo. Quando vocês explicam para alguém o sentido de uma palavra, quando vocês explicam para alguém algum conceito, tudo isso é uma metalinguagem. É muito comum nas provas eles colocarem como exemplo o dicionário. Outras vezes, cabe também na própria propaganda. Houve já uma prova do Enem, a prova do Enem de 2011, que tinha, por exemplo, um texto do Conar, que é a agência reguladora da propaganda. Observem que o Conar estava fazendo uma propaganda de si mesmo, e o Conar é uma agência reguladora de propaganda. Ou seja, ele fazia uma propaganda acerca da própria propaganda. Eis que se manifesta de novo a metalinguagem. E na minha redação? Isso eu não uso. Claro que se utiliza da metalinguagem. No momento em que vocês devem explicar um determinado conceito ou o sentido de determinado termo, a metalinguagem está se manifestando. Ou seja, de novo, a gente vai usar metalinguagem, a gente vai usar a função fática, a função referencial, a função conativa, a função emotiva, todas elas junta. Eu tenho que cuidar na prova qual é a função da linguagem predominante. Vamos então a nossa última função da linguagem, que é a função poética. E percam as ilusões, função poética não é só na poesia. Naturalmente eu vou ter a função poética na poesia, mas não é uma regra. Observem, há uma diferença essencial entre poesia e poema. Poesia é o conteúdo, poema é a forma. Ora, se eu escrevo um poema, e o seu conteúdo é uma receita de bolo, eu não tenho a função poética, eu tenho ali a função referencial. Muitas narrativas apresentam poesia. Por exemplo, textos do João Guimarães Rosa são pura poesia, ou seja, é poesia em prosa. Poesia é conteúdo, poema é a forma. Separe bem isso. Significa então que eu posso ter a função poética em qualquer tipo de texto. Na minha dissertação, lá na hora de fazer a redação, eu também terei a função poética. Por quê? O que é a função poética, pessoal? É a função da linguagem que se centra na mensagem. Olha só, ela se preocupa com uma forma de transmissão da mensagem. Como assim? Vamos parar primeiro para pensar na literatura. Ora um dos temas mais recorrentes na literatura ocidental há pelo menos 2.500 anos é o amor. Quantos poetas e quantos narradores não falaram do amor? No entanto, nenhum tratou do amor da mesma forma. E até mesmo se chegassem muito próximos a algo parecido eles ainda assim não se expressavam da mesma maneira. Ou seja, a função poética está funcionando. Por quê? Porque cada um se expressa da sua forma. Vamos a um exemplo mais cotidiano nosso. Na hora de a gente fazer um simulado de redação, na hora de escrever uma redação em casa, na hora de fazer a redação do vestibular, ora, não há milhares de outros candidatos e estudantes que estão fazendo aquele mesmo tema? Há. No entanto, nenhum deles vai escrever a mesma redação. Todavia, todos escreverão sobre o mesmo tema. O que está agindo aí? A função poética de linguagem. Por quê? Porque cada um utilizará a sua forma de manifestação de ideias e de manifestação expressiva para demonstrar o seu pensamento. Ou seja, a função poética serve para fazer com que o texto fique único, diferente de todos os demais. Pois bem, pessoal, revisamos então funções da linguagem, vimos o papel de cada uma delas e encerramos aqui a nossa revisão. Completamos, então, a nossa 12ª aula, espero que vocês tenham gostado. E espero que continuem estudando, se desenvolvendo em língua portuguesa, praticando texto, exercitando com questões objetivas, utilizando o nosso material no aulalivre.net e boa prova a todos vocês. Até uma próxima, tchau! Siga ao aulalivre.net nas redes sociais e fique por dentro de tudo que acontece em nossos cursos: YouTube, Twitter e Facebook. aulalivre.net. Seu portal de cursos grátis. 1.4 Elementos da língua portuguesa A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a fonética, a morfologia, a semântica, e a sintaxe. A fonética que estuda os sons da fala. A morfologia estuda a forma das palavras, ou seja, a representação gráfica, o vocábulo. A semântica preocupa-se não só com a representação gráfica do vocábulo, mas com seu significado. Portanto, é um campo da gramática que estuda a palavra, não apenas o vocábulo. A sintaxe é o campo da gramática que estuda a unidade linguística em seu contexto oracional, ou seja, estuda os termos que compõem uma oração. A oração, em Língua Portuguesa, basicamente pode ter sujeito, terá sempre um predicado, e pode ter ou não complementos. Pode-se dizer, então, que a fonética e a morfologia tratam cada qual de um dos aspectos dos vocábulos, a semântica trata do significado que determinada palavra assume e a sintaxe trata da colocação dos termos nas orações, encarregando-se a fonética de estudar os sons das palavras. Quem deseja escrever bem, deve respeitar as normas da variante padrão, empregar sua criatividade e ter ciência de que um texto é muito mais do que a soma ou justaposição de orações. É antes uma unidade de sentido, coesa e bem articulada acima de tudo. 1.5 Interpretação e intelecção No decorrer de nossa trajetória escolar, da mesma forma que fomos convidados a produzir textos, também o fomos para interpretá-los. E a concepção de interpretação textual que embasava os exercícios propostos em muitos casos era ou é errônea. Na maioria das vezes, fomos ensinados que interpretar é descobrir o que o emissor/autor do texto quis ou quer dizer, e as atividades para alcançarmos essa proposta de aula propunham a mera transcrição de dados do texto para um questionário. Quem nunca realizou uma interpretação de texto cujos questionamentos eram “Quem é o autor do texto”? “O que o autor quis dizer no texto”? As respostas a esses questionamentos muitas vezes não correspondiam ao que realmente é interpretar um texto. Interpretação Interpretar não é afirmar, pressupor, deduzir o que o autor/emissor quis dizer, mas estabelecer relações, levantar hipóteses e comprová-las no texto. Cabe ao receptor levantar os implícitos e pressupostos da mensagem, sempre ancorado no texto. Intelecção A intelecção é entender e compreender as reais intenções do emissor em relação à mensagem. É retirar do texto o que está explícito e claro. A exemplo, se o emissor expõe em um texto que é favorável ao aborto, na intelecção desse texto o receptor deve descrever o que está explícito, ou seja, mesmo o receptor não concordando com as ideias do autor/emissor, não se pode deduzir, ou achar que essa não era a ideia principal do texto, simplesmente porque o receptor não é favorável a tais ideias. Assim, a intelecção não admite o uso de termos como “o autor quis dizer”, mas sim de termos que demonstrem, afirmem o que realmente está explícito na mensagem/texto/ discurso. No processo de leitura, é importante que haja interação entre o emissor e o receptor da mensagem, mediada pelo texto, de modo que haja compreensão e interpretação da mensagem. 1.7 Frase, oração e período Vamos conhecer mais sobre frase, oração e período: Frase é todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação. Pode ser nominal ou verbal. Oração é um enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução verbal. Ex: A menina sujou seu vestido. Período constitui-se de uma ou mais orações. Pode ser simples ou composto. o Período simples: A menina ofereceu um livro a Joana. o Período composto: O povo anseia que haja uma eleição justa, pois a última obviamente não o foi. Oi, eu sou a professora Letícia, professorade português aqui do Curso Online Gratuito e do canal Português com Letícia, o meu canal em que eu posto aula semanalmente. Então, se você ainda não conhece o Português com Letícia, dá uma passadinha lá, o link vai estar aqui na descrição. Hoje eu vou falar com você um pouquinho sobre frase, oração e período. Como que eu faço para diferenciar o que é frase, o que é oração e o que é período. Primeiro vou contar para você que frase é tudo aquilo, todo enunciado que tem sentido completo, com ou sem verbo, independentemente da presença de um verbo. Portanto, eu tenho uma frase nominal, quando não tem verbo, e frase verbal, quando é o enunciado que tenha um verbo. Já uma oração necessariamente tem que ter um verbo ou locução verbal. Numa oração, eu tenho um verbo ou locução verbal. O período pode ser período simples ou período composto. Sempre quando eu for classificar um período, olho desde o começo da frase, ou seja, desde a letra maiúscula até o ponto final. Isso é o período. Se esse período tiver mais de uma oração, ele é um período composto. Se tiver só uma oração, ou seja, um único verbo, é período simples. Eu coloquei aqui para você uma tabelinha para ficar mais claro. Nessa tabelinha tem a frase nominal, a frase verbal, a oração, o período simples e o período composto. Veja: a frase nominal não tem verbo. Eu coloquei aqui: Que chuva! Quando você ouve a frase “Que chuva!”, você consegue entender o que essa frase quer dizer. Quer dizer que está chovendo muito. Então “Que chuva!” é uma frase nominal, que tem sentido completo, não tem verbo. Por isso é uma frase nominal. Já a frase verbal tem que ter pelo menos um verbo. Todas essas frases que eu coloquei aqui embaixo são frases verbais: Chove forte em São Paulo. Está chovendo forte em São Paulo. Choveu forte em São Paulo, e o trânsito parou. Cada um desses períodos são frases verbais porque tem verbo. Oração: oração é uma frase verbal, mas cada oração tem apenas um verbo ou locução verbal. Oração é uma frase verbal em que as palavras se organizam em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Veja os exemplos: Chove forte em São Paulo. Ou: Está chovendo forte em São Paulo. Eu fiz questão de colocar esses dois exemplos com um único verbo. Em “Chove forte em São Paulo” tenho aí uma única oração. Eu coloquei também embaixo “Está chovendo forte em São Paulo”, porque eu tenho aí uma locução verbal “está chovendo”. Quando tenho locução verbal, nesse caso são dois verbos, o verbo principal e o verbo auxiliar, eu conto como apenas um verbo. Portanto, uma única oração. Já disse para vocês que a oração tem um verbo ou locução verbal. No caso um verbo “Chove forte em São Paulo” ou locução verbal “Está chovendo forte em São Paulo”. Ainda que tenha dois verbos eu conto como apenas um verbo, portanto, uma oração. Aí você me pergunta: professora por que aquele outro exemplo você não colocou na oração “Choveu forte em São Paulo, e o trânsito parou”. Eu não coloquei esse outro exemplo na coluna da oração porque aqui tenho duas orações: “Choveu forte em São Paulo” é uma oração e “o trânsito parou” é outra oração. Por isso, eu não coloquei esse exemplo, que tem duas orações, nessa coluna de oração. Certo? Vamos lá! Período: período vai desde a letra maiúscula, ou seja, desde o começo da frase até o ponto o final. Se esse período tiver apenas um verbo ou locução verbal quer dizer que esse período só tem uma oração e eu chamo, portanto, de período simples. No caso “Chove forte em São Paulo” é um período, porque vai desde a letra maiúscula até o ponto final, e é um período simples, porque eu tenho apenas um verbo. “Está chovendo forte em São Paulo” também é um período simples, porque eu tenho aí uma locução verbal, que são dois verbos que expressam uma única ação, por isso uma locução verbal e eu considero como apenas um verbo, apenas uma oração. Já o período composto apresenta mais de uma oração, ou seja, mais de um verbo. Aí sim eu coloquei o exemplo “Choveu forte em São Paulo, e o trânsito parou”. É um período composto porque nessa mesma frase, desde a letra maiúscula até o ponto final, eu tenho duas orações, dois verbos: “Choveu forte em São Paulo” é uma oração e “o trânsito parou” é outra oração, portanto trata-se de um período composto. Eu espero que tenha ficado claro. Se você gostou dessa aula, deixe um like. Se você ficou com alguma dúvida, deixe nos comentários. Lá no Português com a Letícia tem uma aula completinha sobre frase, oração e período. Então se você quiser esclarecer mais alguma questão, vai lá no Português com Letícia. Eu espero que tenha gostado da aula de hoje. Um beijo e até a próxima! Tchau, tchau! O Parágrafo: unidade de composição O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. 1.8 Coesão e coerência Coesão: ou unidade, consiste no resultado do emprego correto dos termos conectivos da linguagem, o que permite expressar uma ideia de cada vez, omitindo o desnecessário e prendendo-se às relações existentes entre a ideia principal e as secundárias. Tal resultado em muito se deve ao correto emprego do tópico frasal. Produzir um texto coeso significa organizar as ideias, de forma que haja concordância, relação entre os diversos elementos que constituem um texto. Dentre os mecanismos de coesão, podemos citar: concordância verbal e nominal, regência verbal, colocação pronominal, retomadas por pronomes ou sinônimos, conexão oracional etc. Assim, escrever de forma coesa é atentar aos detalhes de um texto, articular as partes que o compõem, tornando-o compreensivo ao receptor. Exemplo: Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém, o ministro da Agricultura considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra (BELLEZI, 2007). Coerência: valendo-nos da definição primariamente apresentada para coerência (a ligação perfeitamente inteligível das partes de um texto com o seu todo), podemos auferir que esta consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica e de acordo com um plano definido. A coerência significa a ligação lógica e harmoniosa da linguagem, ou seja, o sentido do texto deve estar claro e ordenado. Na produção de um texto coerente, deve-se considerar também o público a que se destina a mensagem e o gênero textual que será utilizado como instrumento para transmiti-la. As ideias, os argumentos utilizados em um texto coerente, não podem se contradizer. Exemplo: E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? [...] (Carlos Drummond de Andrade) Observe como ao longo das estrofes há uma sucessão lógica de fatos que nos dão a exata ideia do processo de desagregação social do qual José é vítima. A esse enquadramento dá-se o nome de coerência textual. Assim, a consistência das ideias apresentadas é fator fundamental para garantir um texto coerente. Logo, produzir um texto coeso e coerente é dar sentido a ele, é fazê-lo significar a mensagem que se deseja transmitir. Dessa forma, ao produzir textos coesos, devemos observar se há sentido entre as ideias do texto e se essas mesmas ideias não se contradizem. Devemos atentar para não repetirmos questões já abordadas anteriormente, ou seja, devemos evitar repetição de ideias e termos. Coesão e coerência andam juntas. Tudo bom com vocês? Hoje nós vamos para esta dica rápida sobre coesão e coerência. Primeira coisa, gente, saber diferenciar o que sãoessas duas palavrinhas. Primeiro, o que é a coesão? Coesão é como eu uno as palavras, como eu retomo termos dentro do meu parágrafo. Então quando eu falo da coesão, estou falando de algo menor. É como que eu uni, como que eu retomei, como que eu liguei as ideias dentro do parágrafo. E eu vou mostrar um exemplo disso para vocês. Já a coerência ela é um pouco mais ampla. Quando a gente fala de coerência, nós estamos falando, por exemplo, do texto. Se no parágrafo um, você fala sobre problemas da questão da saúde pública no Brasil, a problemática da saúde pública no Brasil, no parágrafo 2, você tem que continuar sobre este assunto, as problemáticas da saúde pública no Brasil, No parágrafo 3, você tem que continuar falando sobre as problemáticas da saúde pública no Brasil. Se, no parágrafo 4, você resolve falar sobre como os churros são gostosos, e no parágrafo 5, você retoma a problemática da saúde no Brasil, você percebe que aquilo ali ficou incoerente. Então a coerência é mais ampla, é como que todas as ideias do texto estão conectadas, como que todos os parágrafos estão conectados. Já a coesão trabalha o sentido dentro do próprio parágrafo. Dá uma olhadinha aqui no exemplo que eu coloquei para vocês: “Na época, não conseguimos desvendar os mistérios que compunham o caso dos jovens condenados. Entretanto, a justiça se mostrou falha ao não realizar uma investigação mais efetiva acerca da conduta destes jovens”. Beleza, parágrafo simples, tudo bonitinho, tudo no lugar. Eu quero chamar a atenção de vocês para esta conjunção aqui (entretanto). Mas, porém, entretanto, todavia, contudo. Nós temos aqui uma conjunção adversativa. Quando nós estamos falando de coesão e coerência, nós temos que prestar atenção no uso dos pronomes, advérbios, preposições e conjunções. Porque a conjunção, por exemplo, vou falar da conjunção especificamente, ela serve para unir frases e orações, estabelecendo relação de sentido entre elas. Então eu uni este período (“Na época, não conseguimos desvendar os mistérios que compunham o caso dos jovens condenados”) a este segundo período (“a justiça se mostrou falha ao não realizar uma investigação mais efetiva acerca da conduta destes jovens”) por meio de uma conjunção adversativa (“entretanto”). Então eu viro para você e fala assim: Eu vou à festa. Todo mundo entendeu, certo? Então eu falo assim: Meu pai estará na festa. Você entendeu o que eu quis dizer? Sim, professora entendi o que você quis dizer. Agora eu falo: Eu vou à festa e meu pai estará na festa. Então “e” é uma conjunção aditiva, que adiciona informações. Eu vou à festa e meu pai estará na festa e estaremos juntos na festa e não poderei aprontar na festa. Certo? Agora eu falo assim: Eu vou à festa, mas meu pai estará na festa. Eu mudei somente a conjunção. Agora eu coloquei uma conjunção adversativa. Então existe uma oposição “Eu vou à festa, mas, porém, entretanto, todavia, contudo, como meu pai estará na festa não poderei aprontar na festa, não é mesmo? É mesmo! “Eu vou à festa porque meu pai estará na festa”. Agora eu estou chegando à causa de eu ir à festa. Então eu não mudei as orações, não mudei as frases, eu mudei simplesmente a palavrinha que une uma à outra e alterei completamente o sentido daquilo que eu queria dizer. Vocês estão sacando, gente? Ah, professora, é verdade. Por isso que às vezes o professor marca lá ou a gente faz no vestibular uma prova de concurso genérico e aí tem um desconto por causa da coesão e da coerência. Às vezes nós não unimos muito bem as palavras, nós não escolhemos bem o pronome, a conjunção, a preposição, e isso acaba deturpando, gerando um efeito de sentido contrário ou errado. Deu para entender? Então na hora de revisar, nós temos que prestar muita atenção nisso daqui. Dica extra: tente escrever suas frases e orações sempre na ordem direta. O que é ordem direta? Eu vou marcar aqui: sujeito + verbo + complemento. Ao invés de dizer “Bonita ela é”, diz “Ela é bonita”. Fica muito mais fácil, muito mais direto, muito mais objetivo para o seu leitor. Beleza, gente? Se você quiser acompanhar a gente, entre lá nas nossas redes sociais, no nosso site, que tem um curso completo disponível para você. Tanto o curso de vídeo aulas completas quanto a correção de redação. Não deixa de me seguir lá no Instagram, que eu passo muitas dicas também. Tá bom? Um beijo carinhoso para você, até a próxima dica! Tchau! 1.9 Estrutura do texto O leitor de uma redação deve poder detectar, claramente, três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. O texto da redação deve ter a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Isto facilita o trabalho de quem se habilita a escrever, especialmente uma redação como a que é solicitada para ingresso na universidade ou num processo de seleção para quem pleiteia um emprego. A figura acima apresenta as três partes de uma redação, que são elementos primordiais para o trabalho inicial de quem escreve. É partindo do conhecimento das partes que compõem o texto de uma redação que se pode planejar aquilo que se vai escrever. O processo de planejamento começa com a escolha do tema sobre o qual se vai escrever. Outro fator de sucesso para uma boa redação é que se faça uma pesquisa sobre o assunto, lendo o maior número possível de textos sobre o tema que será abordado no processo de uma nova escrita. Garcia (1985) diz que aprender a escrever bem é, antes de tudo, aprender a pensar. No fundo, quer dizer que o escritor deve aprender a organizar as ideias e a planejar o que vai escrever, para que no momento da escrita as palavras obedeçam a uma lógica e possam conduzir o leitor até o final do texto, com pleno entendimento de tudo o que foi dito. É importante lembrar que os textos literários possuem a especial licença para provocar suspense e, às vezes, demandar outras leituras para uma compreensão mais ampla. Assim, existe um jogo de palavras, muitas vezes travestidas de seu sentido denotativo, ganhando, pois, um sentido novo e especial dentro do texto, ou seja, um sentido conotativo, uma nova roupagem um papel diferente do que comumente possuem. Podemos dizer que, na linguagem literária, as palavras usam máscaras temporárias e específicas para um determinado contexto literário; portanto seu sentido está intimamente ligado a esse contexto. 1.10 Forma e contéudo A separação entre forma e conteúdo nos livros didáticos tem o único fim de facilitar o aprendizado. No entanto, forma e conteúdo vivem intimamente ligados. Podemos dizer que a forma é o modo que você usa para pôr suas sensações, seus pensamentos e suas opiniões num papel, compondo o que chamamos de texto. A forma é algo pessoal, é o "jeito" que cada um tem de escrever. Poderia ser chamada de estilo, pois a forma se caracteriza pelas palavras escolhidas (vocabulário), as conjunções e preposições (conectivos), os tempos verbais e os sinais de pontuação. Esses símbolos formam o código (a Língua Portuguesa) e são tomados por empréstimo para as pessoas se expressarem. Se todas as pessoas fizessem o mesmo "empréstimo" dos símbolos do código, na mesma sequência, com o mesmo sentido, etc., os textos escritos em qualquer lugar seriam todos iguais. Portanto, a forma é o modo particular que cada autor escolhe para expressar suas ideias. O conteúdo é o assunto sobre o qual se vai escrever. Suponhamos que você seja solicitado a redigir um texto sobre o calor. Você teria que saber o que é, onde, como e por que ocorre o fenômeno, enumerando, ainda, as causas, consequências e exemplos, bem como os fatos complementares. Percebemos, então, que os conteúdos (assuntos) podem ser os mesmos para várias redações. No entanto, mudará a forma como cada pessoa irá tratá-lo em seu texto. Neste caso você teria dois tipos de escolha de palavras para dois gêneros de textos diferentes. Um texto ficcional, literário, noqual as palavras teriam um sentido mais conotativo e dois textos técnicos: um descritivo e outro dissertativo, ambos de natureza informativa nos quais as palavras estariam em seu sentido denotativo e referencial. Gênero textual O gênero textual é a realização concreta dos tipos textuais, uma vez que a comunicação por meio dos diversos gêneros é que ordena as atividades comunicativas, ou seja, narramos, descrevemos, dissertamos a todo instante, porém de diferentes formas, à medida que nosso contexto discursivo nos solicita. Nessa perspectiva, tanto o funcionamento de um automóvel quanto o de uma experiência de química recorrem à descrição, mas pertencem a gêneros diferentes, o primeiro resultará num manual técnico, próprio à indústria e ao comércio, o segundo, num relatório científico, muito comum na escola. Essa necessidade de definir gêneros textuais surge quando precisamos escrever para alguma repartição pública, por exemplo, logo temos que escolher dentre vários gêneros textuais. Caso se trate do gênero jurídico, produziremos pareceres, laudos, requerimentos etc. Produzindo textos do gênero jornalístico, podemos optar pelos subgêneros: entrevista, editorial, artigo de opinião etc. Marcuschi (2008) os caracteriza como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Surgem emparelhados às necessidades e atividades socioculturais, bem como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedades anteriores à da era digital. Na próxima aula vamos tratar mais detalhadamente de algumas dessas tipologias textuais que serão corriqueiras ao longo do curso e da sua vida pessoal e profissional. 1.11 Pontuação Vírgula ( , ) Seu uso se dá nos seguintes casos: Nas datas. Ex. Cacoal, 23 de junho de 2013. Após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase. Ex. Você gostou do jantar? – Sim, eu adorei! Após a saudação em correspondências. Ex. Atenciosamente, Para separar termos de uma mesma função sintática. Ex. A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal. Para destacar elementos intercalados, como: o Uma conjunção. Ex. Estudamos bastante, logo, merecemos férias! o Um adjunto. adverbial Ex. Estas crianças, com certeza, serão aprovadas. o Um vocativo. Ex. Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado. o Um aposto. Ex. Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular. o Uma expressão explicativa. Ex. O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus Para destacar os objetos pleonásticos. Ex. As provas, eu as corrigi hoje. Para separar orações intercaladas. Ex. Felicidade, já dizia minha mãe, é amar e ser amado. Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas. Ex. Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio. Vá devagar, que o caminho é perigoso. Estude muito, pois será recompensado. As pessoas ora dançavam, ora ouviam música. Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal). Ex. Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Quando voltei, soube que precisava estudar para a prova. Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex. A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo. Ponto e vírgula ( ; ) Usado para marcar uma pausa mais longa, ou seja, é um sinal de pontuação que está entre a vírgula e o ponto final. Utiliza-se para marcar itens de uma enumeração. Ex. O portfólio conta com os seguintes documentos; Separar orações coordenadas que já possuem vírgulas. Ex. Após a realização da prova, 35 alunos foram aprovados; 5 alunos, não. Ponto ( . ) Usa-se o ponto para encerrar uma frase, período, oração declarativa. Ex. Vitor é uma criança muito feliz. Ponto de interrogação ( ? ) Empregado após uma pergunta direta. Ex. Você está compreendendo as aulas de português? Ponto de exclamação ( ! ) Para indicar surpresa, espanto, estados emotivos, chamamento. Ex. Vamos continuar nossa jornada! Dois pontos ( : ) Usados para iniciar citações. Ex. Já dizia o ditado: filho de peixe, peixinho é. Marcar falas em um diálogo. Ex. A mãe encheu os olhos de lágrimas e disse: - Minha filha, eu te amo! Iniciar uma enumeração. Ex. O portfólio conta com os seguintes documentos: memorandos Aspas ( “ ” ) Empregam-se para marcar citações. Ex. “Vivemos em um país democrático”, destacou a presidente. Destacar palavras estrangeiras, gírias. Ex. O “show” foi maravilhoso! Destacar nomes de livros. Ex. O livro “Dom Casmurro” de Machado de Assis é uma importante obra da literatura brasileira. 1.12 Concordância Sintaxe é o estudo das regras que regem a construção de frases nas línguas naturais. A sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no discurso orais e escritos, incluindo a sua relação lógica entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível. Logo, a concordância é o mecanismo através do qual as palavras alteram suas terminações para se adequarem harmonicamente umas as outras na frase. Assim, sintaxe de concordância é a harmonia de flexão das palavras de uma frase, e esta se divide em dois tipos principais: a concordância nominal e a concordância verbal. O que devemos levar em consideração no aprendizado da sintaxe de concordância é sua empregabilidade em situações significativas e reais de uso, ou seja, tanto na oralidade quanto na escrita. Vejamos alguns exemplos que, corriqueiramente, podem acontecer, principalmente a partir da concordância. Observe os exemplos a seguir, nos quais os termos destacados estão errados. Em entrevista de emprego: Ex. Estou quite com o serviço militar. / Estou quites com o serviço militar. Estou meio nervosa. / Estou meia nervosa O que é concordância nominal? É a concordância em gênero e número do adjetivo, artigo, numeral e pronome com o substantivo a que se refere. Ex.: Veja este carro quebrado. Vendo moto e carro usados. Tabela 1 - Regras especiais de concordância nominal REGRAS ESPECIAIS Casos Normas Exemplos Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos O adjetivo fica no plural ou concorda com o substantivo mais próximo Comprei abacaxi e melancia maduros. Comprei abacaxi e melancia madura. Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo Na sala, havia lindas fotografias e desenhos. Na sala, havia lindos desenhos e fotografias. Se os substantivos pospostos forem sinônimos, o adjetivo deve concordar com o mais próximo. Ex.: Cuidava dos doentes com carinho e ternura exemplar. Se os substantivos pospostos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural. Ex.: A torcida vibrava com os talentosos Zico e Sócrates. Tabela 2 - Regras especiais de concordância nominal LEMBRETE Caso Norma Exemplos LEMBRETE Obrigado Concordam com a palavra a que se referem. Ou com o gênero e número do emissor. Muito obrigado, disse Cristian. Muito obrigada, disse Ingrid. Muito obrigada! (Emissor do gênero feminino.) Próprio/mesmo Ele próprio/mesmo fez o trabalho. Ela própria/mesma fez o trabalho. Eu mesma fiz o trabalho. (Emissor do gênero feminino.) Anexo O documento segue anexo. A carta segue anexa. Quite Estou quite com meus credores. Estamos quites com nossos credores. Meio Maria comeu meia jaca e ficou meio enjoada. Anexo precedido da preposição “em” fica invariável. Exemplos: Ex.: A fotografia vai em anexo. O livro segue em anexo. Tabela 3 - Regras especiais de concordância nominal LEMBRETE Casos Normas Exemplos Bastante Seadjetivo, é variável. Se advérbio é invariável. Aprendemos bastantes (adj.) novidades hoje. Nossas aulas são bastante (adv.) interessantes. Possível Com a expressão o mais...possível, deve-se fazer a variação de acordo com o artigo que a precede. Vencia obstáculos o mais difíceis possível. Vencia obstáculos os mais difíceis possíveis. Menos Advérbio, portanto, invariável. Há menos alunas do que prevíamos. É proibido / É necessário / É bom Essas expressões ficam invariáveis quando o sujeito não vem acompanhado de artigo ou pronome. É proibido entrada de animais. Dedicação é necessário ao candidato. LEMBRETE Água é bom para a saúde. Mas: É proibida a entrada de animais. A dedicação é necessária ao candidato. Esta água é boa para a saúde. O que é concordância verbal? Na concordância verbal, o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Ex: Nós vamos à praia. Paula vai ao supermercado. Tabela 4 - Regras especiais de concordância verbal REGRAS ESPECIAIS Casos Normas Exemplos O sujeito coletivo no singular + substantivo plural. O verbo pode ficar no singular ou no plural. Um grupo de garotos começou o tumulto. Um grupo de garotos começaram o tumulto. O sujeito é pronome de tratamento. O verbo é empregado na 3ª pessoa. Vossa Excelência conhece bem este caso. Vossas Excelências ouvirão toda a verdade. A maioria de, a metade de, parte de + substantivo plural. O verbo pode ficar no singular ou concordar com o substantivo plural. A maioria dos brasileiros vive na pobreza. A maioria dos brasileiros vivem na pobreza. (Forma desprestigiada.) *Porcentagens O verbo pode concordar com o numeral ou com o substantivo a que a porcentagem se refere. 40% da população apoiam a política econômica. 40% da população apoia a política econômica. REGRAS ESPECIAIS 90% dos alunos foram aprovados. *Sujeito composto anteposto ao verbo O verbo fica no plural. O cão e o gato dormiam lado a lado. Sujeito composto posposto ao verbo O verbo fica no plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Viajaram a mãe e a filha. Viajou a mãe e a filha. *Pessoas gramaticais diferentes O verbo vai para o plural, observando-se que a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e 3ª. Tu, eu e meus filhos partiremos hoje. Sujeito composto resumido por palavra ou expressões no singular O verbo fica no singular O frio, a fome, o cansaço, nada o impediu de terminar a jornada. Concordância do verbo ser: Quando o sujeito é nome de pessoa e o predicativo é nome de coisa. Nas indicações de horas, datas, distâncias. Nas expressões: é muito/ é pouco/ é bastante / é menos O verbo fica no singular. (sujeito sempre prevalece sobre objeto ou abstração.). A concordância se fará com a expressão numérica. Concordam com o predicativo do sujeito Vitor era as alegrias da casa. Manuel era só lamúrias. Hoje são 17 de dezembro. Daqui ao shopping são três quilômetros. Cem metros é muito. Dois reais é pouco. Dez quilos é suficiente. *Verbo com índice de indeterminação do sujeito. Verbo acompanhado de partícula se ficará obrigatoriamente no singular, caso se trate de verbo intransitivo ou transitivo indireto. Precisa-se de digitadores. Vive-se bem aqui. Voz passiva sintética. Verbo transitivo direto acompanhado de pronome apassivador se concorda com sujeito. Vende-se galinha. (Uma galinha é vendida.) Vendem-se galinhas. (Galinhas são vendidas.) Verbos impessoais Os verbos fazer e haver quando indicarem passagem de tempo. Faz um ano que ele se mudou. Faz dez anos que ele se mudou. REGRAS ESPECIAIS Em formas compostas, o verbo auxiliar também será impessoal. Deverá fazer dez anos que ele se mudou. Havia meses que o dólar se desvalorizava. O verbo haver, na acepção de existir. Há poucas ofertas de emprego nesta época. (MAS Existem poucas ofertas de emprego nesta época.) Verbos que indicam fenômeno da natureza: chover, nevar, trovejar etc. Choveu meses nas regiões serranas. 1.14 O ato de escrever Considerando que o redator só alcança o objetivo de produzir resposta, tornar comum suas ideias e persuadir se estiver usando um código conhecido do leitor, que é seu receptor, e que em certas circunstâncias a redação é feita para satisfazer necessidades curriculares, a pessoa que escreve uma redação escolar ou de vestibular, por exemplo, não pode esquecer que os examinadores estarão sempre levando em conta os conhecimentos básicos de Língua Portuguesa, bem como a clareza de raciocínio, demonstrada no modo como a redação é estruturada. De forma simplificada, isso significa que toda boa redação deve ter começo, meio e fim. Cada uma dessas partes deve ter ligação com a parte anterior, para dar unidade (coesão) ao texto. Não se deve esquecer que o emissor codifica a mensagem que será enviada ao receptor e que este, ao recebê-la, inicia o processo de decodificação, interpretando-a. Por isso, é fundamental que os códigos utilizados pelo emissor sejam conhecidos do receptor. No caso de uma redação, o código (a Língua Portuguesa) deve ser entendido por todos os que escrevem e leem. Daí, ser uma necessidade básica de quem escreve ter conhecimentos da Língua Portuguesa. Tipologia textual A tipologia textual indica a forma como o sujeito da escrita apreende o objeto do qual está tratando, essa forma pode ser influenciada pelo próprio objeto. Uma corrida ou partida de futebol encaminham uma narração, um acidente requer uma descrição, a defesa de uma postura origina uma dissertação. A divisão tipológica de construção textual em Narração, Descrição e Dissertação nos possibilita, como emissor da mensagem/texto, estabelecer a finalidade, o objetivo da mensagem. Você se lembra de que em nossa trajetória escolar produzíamos textos narrativos, descritivos e dissertativos? O tema de redação “Minhas férias”, que acompanhou muitos de nós nas primeiras séries escolares, contemplou a narração, a descrição e a dissertação. Hoje necessitamos trabalhar com textos diferentes de uma redação escolar. Além disso, há três tipos de redação: a dissertação, a narração e a descrição. Essa divisão é meramente didática, pois, em um texto, um único autor pode usar os três tipos de redação, se julgar que os três gêneros facultam-lhe uma forma mais clara e eficiente para o que ele quer comunicar. Dificilmente serão encontrados textos puramente dissertativos, narrativos ou descritivos. 1.15 Texto narrativo, descritivo e dissertativo Texto narrativo Narração é uma redação por meio da qual se escreve uma história, uma piada, um conto, uma novela ou qualquer outro tipo de texto que tenha dois elementos essenciais: ação e personagem. Quando se trata de uma narração literária, tentar narrar algo de maneira diferente do que as pessoas costumam imaginar é o primeiro passo para quem pensa em "escrever bem". Quem escreve não deve esquecer que "escrever bem" é fazer boas escolhas, ter boas ideias, é dedicar atenção no trato dos padrões linguísticos já apontados aqui, é ser criativo procurando sempre ser entendido pelas pessoas que estão lendo o texto escrito. Lembramos, ainda, que você deve considerar os componentes básicos da narração, já comentados neste caderno, pois eles o auxiliarão a obter sucesso na escrita de sua narrativa. Assim, será sempre importante que as narrativas respondam às seguintes questões: QUEM? A resposta a esta pergunta aponta o personagem ou os personagens da narração. O QUÊ? Conduz ao fato central; é o que se pode chamar de "fio condutor". É como se fosse a estrutura do enredo (assunto). Na narração, poderíamos simplificar e dizer que se trata do conteúdo. QUANDO? É o tempo em que os fatos narradosocorreram. ONDE? Marca o espaço, o local onde os fatos ocorreram ou estão ocorrendo. COMO? O enredo, ou seja, o conteúdo baseia-se nas respostas a essa pergunta. POR QUÊ? As razões, os motivos, as causas que levaram ao fato que se está narrando. Como podemos ver, a narração carrega, em si, uma ideia de ação, de movimento. É como se quem narra estivesse acompanhando os fatos no exato momento em que se desenrolam. O narrador seria, pois, uma espécie de testemunha ocular do que está acontecendo, enquanto narra. Ao contarmos um fato na forma oral ou escrita, estamos simplesmente narrando, assumindo a função de narrador. Narrar é encadear fatos em uma sequência lógica, as personagens da narração transitam em um determinado espaço e tempo cronológico. Ao construirmos uma narrativa, devemos considerar que há diferenciações entre a narrativa oral e a escrita. Em uma narrativa escrita, temos que levar em consideração que há um código linguístico a ser seguido, ou seja, nossa língua possui formas e regras estabelecidas. Exemplo: O Coveiro Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: O que é que há? O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível! Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho! E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente. (Millôr Fernandes) Texto dissertativo Todos nós, em algum momento, já fomos solicitados a dissertar, e em muitos desses momentos não tínhamos clareza do que isso significava. Ao colocar no papel nossas ideias e pensamentos, estamos dissertando, ou seja, expondo aquilo que pensamos. Assim, dissertar ou produzir um texto dissertativo é explicar, avaliar, classificar, apresentar ideias sobre um determinado assunto, porém essas ideias devem estar fundamentadas, por isso temos os textos dissertativo-argumentativos. Nesses textos prevalece o poder de persuasão do emissor, o qual apresenta exemplos, demonstra e comprova fatos a fim de convencer o receptor/leitor das ideias expostas. Um texto dissertativo não se confunde com um texto narrativo ou descritivo, à medida que nesses dois últimos tipos textuais, pessoas, objetos e situações constituem-se os temas. Agora pense em ARGUMENTAR e CONVENCER. A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma nova forma de pensar. Em todas essas situações e em muitas outras, utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação de ideias, dados e conceitos, chegar a conclusões. Em suma, dissertar ou escrever uma dissertação implica apresentar uma discussão de ideias, oferecer argumentação e organização do pensamento, expor a defesa de pontos de vista, oferecer a descoberta de soluções. É, portanto, necessário que se tenha conhecimento sobre o assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante dele. Nas dissertações aceita-se o uso do plural majestático, ou seja, o uso da primeira pessoa do plural, e, modernamente, passou-se a aceitar o uso da primeira pessoa do singular. Mas, se você optar pela primeira pessoa do singular, evite "aparecer" no texto, usando inteligentemente essa escolha como um instrumento argumentativo, fazendo parecer ao leitor que as ideias expostas por você são de aceitação universal. A dissertação expõe ideias, defende opiniões, apresenta reflexões sobre essas pessoas, objetos, situações, sobre fatos concretos etc. Logo, há também uma estrutura que organiza a produção de textos dissertativos: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos identificar os elementos que compõem essa estrutura? Introdução: é o início do texto. É a exposição do assunto ou tema que será tratado, desenvolvido e concluído ao longo da redação. Ela pode ser iniciada por uma citação, por uma afirmativa ou até mesmo por um questionamento, a fim de despertar o interesse do leitor. Desenvolvimento: é o desenrolar do assunto, a parte em que as ideias, as informações, os conceitos e os argumentos serão desenvolvidos progressivamente. Conclusão: é a parte final do texto. Uma avaliação final do assunto, um fechamento, em que o assunto é retomado para ser concluído. Exemplo: Sem limites Não há limites para o imaginário humano. Mesmo em condições adversas, o homem é capaz de criar representações da realidade, seja com a intenção de mudar uma situação vigente, seja para sair da rotina monótona do cotidiano ou fugir de uma realidade hostil à vida. Essas imagens exercem um importante papel na alma humana e vão muito além da conotação recreativa, elas formam a esperança e, em alguns casos, podem determinar a sobrevivência do indivíduo. No filme “A vida é bela”, cujo contexto é o da Segunda Guerra Mundial, um homem, prisioneiro em um campo de concentração, tece uma gama de imagens positivas e divertidas para que seu filho, uma criança, pense estar em meio a uma brincadeira. Nesse caso, a fuga da realidade por meio da inventividade humana, significou o alheamento do indivíduo, mas isso lhe garantiu a sobrevivência, pois o garoto resiste até o fim para que possa receber sua recompensa. No filme “O náufrago”, o personagem interpretado por Tom Hanks imagina uma bola falante dotada de pensamento, a qual foi dada o nome de Wilson. Essa criação do náufrago evitou que a solidão o levasse à loucura e ao suicídio até ser resgatado. Ambos os exemplos dados são substituições da realidade por imagens, visando o “eu”, assim como ocorre na sociedade atual, em que o individuo cresce, a competição acirra-se e cria-se uma realidade hostil; a fuga torna- se uma questão de sobrevivência. Luther King, ao proferir a frase “I have a dream”, referia-se à imagem criada por ele de um mundo melhor, em que o convívio entre brancos e negos fosse pacífico. A realidade, entretanto, era marcada por um verdadeiro apartheid, ataques de organizações como a ku klux klan, numa espécie de caça às bruxas. Após King, muito da intolerância diminuiu. A imagem criada por um homem salvou o coletivo. Dessa forma, nem somente para fugir da realidade servem as imagens. Elas exercem papel fundamental na transformação do mundo, o qual de hostil pode tornar-se melhor, como o conseguido por King. Fonte: letrasmundosaber.logspot.com/2008/12/texto-dissertativo-argumentativo.html Elaborar textos dissertativos é uma atividade em que você deve considerar os objetivos do seu texto e a quem se destina, pois devemos escrever para responder indagações, questionamentos e posicionamentos que objetivamos inicialmente alcançar. Texto descritivo Enquanto, por meio da dissertação, quem escreve defende uma ideia e se posiciona a respeito do assunto sobre o qual escolheu dissertar, em uma descrição, a ênfase objetivará com maior detalhe descrever objetos, ambientes, estado de espírito, etc. O importante da descrição é que quem escreve consiga fazercom que o leitor entenda claramente aquilo que é descrito. Lembramos que outro fator importante na descrição é que o redator tenta apenas descrever algo, sem tomar partido, sem se envolver, apenas descrevendo de modo distanciado o que está observando. Descrever é representar verbalmente algo ou alguém, a partir de um ponto de vista. Enfatizamos, ainda, que a descrição "pura" não existe e que descrever é colocar no papel as características de objetos, de imagens, de locais, de pessoas, da forma mais próxima possível do real para, assim, o leitor ser capaz de reconstruir o que foi descrito. É como se o tempo não existisse e o leitor mergulhasse no assunto com a sensação de que a descrição é atual, não importando o tempo a que ela remete ou em que foi escrita. Exemplo: Às 7h30min da manhã, o escritório está vazio; às 8h00, recebe os primeiros funcionários; às 10h00 é uma verdadeira feira [...] (nesse caso, há narrativa, pois há transformação temporal; os fatos apresentados distribuem-se entre 7h30min e 10h00) (MEDEIROS, 2000, p. 135). Medeiros (2000, p 135) informa que as etapas para construção de um processo descritivo são: Pesquisa e seleção dos dados a serem apresentados; Rascunhar o que se escreve; Correção – revisão e redação final. O texto descritivo tem como característica principal a exatidão da comunicação, pois seu objetivo é esclarecer, informar, comunicar. 1.16 Redação científica Ao longo do tempo, percebemos que a falta de conhecimento linguístico e de normas que possam facilitar a vida dos alunos, professores e pesquisadores na elaboração dos seus trabalhos é uma constante quando se trabalha a língua como pressuposto científico. Sendo assim, o principal objetivo da redação científica é fazer com que os trabalhos comumente realizados em cursos que você realiza sejam feitos por meio da pesquisa e dos seus embasamentos técnico-científicos, bem como sociais. Para Medeiros (1997, p. 12), apud Câmara Jr. (1978, p. 58): “A leitura exige objetivo preestabelecido, análise, síntese, reflexão, aplicação do que se leu”. Ou seja, “Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que quer escrever”. No curso que está realizando e diante dos textos das aulas, acreditamos que você já percebeu que “A leitura exige objetivo preestabelecido, análise, síntese, reflexão, aplicação do que se leu” (MEDEIROS, 1997, p. 12) e temos que concordar com Câmara Jr. (1978) quando ele afirma que não é possível escrever bem quando não se sabe exatamente o que se pretende escrever. Fichamento O fichamento é um processo utilizado para elaborar fichas de leitura na qual devem constar as informações mais relevantes de um texto lido. São anotações que servirão posteriormente para consulta, na elaboração do seu trabalho. Lembramos que fichamento não é um resumo, mas sim um apontamento das principais ideias contidas num artigo ou obra lida. É válido ressaltar que o fichamento, segundo Medeiros (1997, p. 93), é precedido por uma leitura que atenta para o texto. Assim teremos: fichas de comentário, citação direta, resumo e crítica/analítica. A diferença entre os vários tipos de fichas é só o seu texto. As fichas compreendem o cabeçalho, referências bibliográficas, corpo da ficha e local onde se encontra a obra. O cabeçalho engloba título genérico ou específico e letra indicativa da sequência das fichas, se for utilizar mais de uma. Resumo É a captação da ideia maior do texto, o ponto central. A norma NBR 6028:1990 define resumo como “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto”. Segundo Medeiros (1997, p. 142), resumo é "uma apresentação sucinta, compacta dos pontos mais importantes de um texto". Resenha Para Andrade (1995, p. 60), apud Medeiros (1997, p.132), a resenha é um tipo de trabalho que “exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de valor”. Logo, observamos a resenha com algumas condições estruturais: delimitação, análise textual, temática, interpretativa, problematização e síntese pessoal. Segundo Santos (2001), as partes essenciais de uma resenha são: identificação da obra (referência bibliográfica), credenciais do autor, conteúdo (resumo da obra/digesto), a crítica e a indicação do resenhista. A resenha não é um resumo. Medeiros afirma que enquanto o resumo não aceita o juízo valorativo, o comentário e a crítica à resenha exige esse elemento. Para estruturar uma resenha deve-se compor os seguintes itens: referências bibliográficas, credenciais do autor, resumo da obra (digesto), apreciação (crítica do resenhista) e indicações do resenhista. O estudo dessa tipologia é uma necessidade prática, que atende ao desempenho dos trabalhos técnicos voltados às áreas comerciais, administrativas e financeiras, lembrando que redigir é aprender manusear a língua (viva) como essência material na linguagem, seja técnica ou científica. 1.17 Textos técnicos e de instrução Mensagem eletrônica (e-mail) As mensagens eletrônicas, que também podem ter cunho técnico-administrativo, estão sendo muito usadas atualmente, e a celeridade de sua circulação requer cuidados quando utilizadas para fins profissionais. O emissor da mensagem deve atentar para sua clareza, coerência e coesão, não se esquecendo do uso de uma linguagem padrão, formal, uma vez que nas mensagens eletrônicas institucionais e profissionais não cabem abreviaturas, gírias, linguagem coloquial, tal qual usamos em mensagens eletrônicas pessoais. Convocação A convocação é uma produção textual utilizada para convocar, chamar, convidar alguém para uma reunião, encontro. É necessário especificar o local, a hora, a data e o objetivo da convocação, a exemplo da pauta de uma reunião ou assembleia. Ata É um texto elaborado a partir de relatos, fatos, deliberações ocorridos em uma reunião, encontro, assembleia. Suas principais características são: Texto constituído sem parágrafos, emendas ou rasuras, uma vez que a ata é um documento, não se admitindo modificações posteriores. Caso seja necessária alguma alteração, deve-se usar a expressão “Em tempo:”, com a anuência do presidente; Números são grafados por extenso; O texto poderá ser manuscrito em livro próprio para este fim ou digitado, este último com numeração para cada ata; A ata deverá ser assinada, obrigatoriamente, pelo presidente da reunião e pelo secretário desta. Poderá ser assinada pelos demais presentes à reunião, desde que necessário; Obrigatoriamente, o texto/ata deverá conter dia, mês, ano e hora da reunião, grafados por extenso; local da reunião; relação nominal dos presentes à reunião; pauta (ordem do dia) e o fecho da ata Memorando É um documento que objetiva a comunicação interna entre setores ou departamentos de uma mesma instituição ou empresa. A celeridade da comunicação é uma característica dessa redação. Sua estrutura consiste em: Destinatário (nome ou cargo/função) Emissor (nome ou cargo/função) Assunto: sobre o que o memorando está tratando Data Mensagem em si Fechamento Assinatura Requerimento É um texto produzido com a finalidade de solicitar, requerer algo dentro de uma mesma instituição pública ou privada. Esse documento é elaborado quando se tem a presunção de que a solicitação tem amparo legal. Como exemplo, tomemos a solicitação, via requerimento, da licença-maternidade. Declaração É um documento em que se declara, conceitua, ou explica algo a alguém. Quando queremos comprovar que estamos estudando em determinada instituição, por exemplo, solicitamos da secretaria escolar uma declaração de que estamos matriculados. Procuração Documento utilizado para que uma pessoa represente outra, legalmente. Nesse documento, delimitamos ou constituímos amplos poderes, ou seja, delegamos poderes aoprocurador para realizar atos quando estiver nos representando. A procuração pode ser simples, redigida de próprio punho ou digitada, ou ainda feita em cartório, também conhecida como procuração pública. É importante ressaltar que a procuração, tal qual a ata, deve ser redigida sem parágrafos, uma vez que não são permitidas emendas ou rasuras. Ela só terá validade se a assinatura for reconhecida em cartório. Isso vale para os dois tipos de procuração, a simples e a pública. Ofício Documento de uso exclusivo de órgãos públicos, uma vez que os assuntos tratados nesse documento são sempre oficiais, logo ele pode ser emitido somente por órgãos públicos, porém o destinatário poderá ser a própria administração pública ou empresa/instituição particular. Por se tratar de um documento oficial, deve ser redigido em papel timbrado. Instituições ou empresas particulares utilizam a carta comercial para se comunicarem com outras empresas ou com a administração pública, uma vez que não podem utilizar o ofício. Relatório administrativo Com o intuito de comunicar algo a alguém, o relatório administrativo é um relato, opinião/ponto de vista do autor acerca de fato, ação ou ocorrência administrativa. Sua organização consiste em introdução do assunto, desenvolvimento minucioso das ideias/fatos/ocorrências elencadas na introdução e conclusão do que foi exposto, com possíveis recomendações. 1.18 Formas de discurso Discurso direto É aquele em que o autor reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. Podemos enumerar algumas características do discurso direto: Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros; Uso, especificamente para introduzir os diálogos, dos seguintes sinais de pontuação: dois-pontos e travessão. Como exemplo de discurso direto, observe o trecho abaixo retirado do livro Contos da Floresta: "Então o velho falou para a velha: - Não sei por que todos foram embora, mas não vamos sair daqui. Esse é nosso lugar e onde morreremos, quando chegar nossa hora. - Sim, meu velho, você tem razão, nada nos fará sair daqui." Yaguarê Yamã - Contos da floresta Discurso indireto É aquele em que o narrador reproduz com suas próprias palavras aquilo que escutou de outra pessoa ou leu sobre ela. No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação que introduzem o diálogo e usamos conjunções: que, se, como, etc. Agora perceba como ficaria o mesmo texto, visto no exemplo interior, caso o discurso fosse indireto: "O velho falou para a velha que não sabia por que todos tinham ido embora, mas não queria sair de lá. Disse que aquele era o lugar deles, onde morreriam quando chegasse a hora. A velha concordou dizendo que nada faria eles saírem de lá.". Discurso indireto livre É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações. 1.19 Vídeo: tipologia textual Agora que você já conhece as formas de discurso e modelos de escrita, chegou a hora de explorar um pouco mais sobre os diferentes tipos de texto. Para isso, assista ao vídeo a seguir, nele são apresentadas e exemplificadas as duas tipologias textuais (expositiva e injuntiva), assim como suas definições e subclassificações. Olá, estudantes, sejam bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de redação aqui do aulalivre.net. Eu sou professora Aline e o nosso tema de hoje serão tipos textuais, alguns tipos de textos que nós vamos conhecer na aula de hoje. Bom, o primeiro tipo de texto será o texto expositivo. O próprio nome já vai nos dizer a que ele se destina: a expor. É um texto que informa o receptor de temas de interesse, tentando responder a um “o quê?”, “como?”, “por quê?”. Também apresenta uma série de ideias que esclarece ou explica conceitos e argumentos. Nós temos aí como principal característica desse tipo de texto, o expositivo, a informação. É um texto e que nos informar sobre algum aspecto. Para explicar, o emitente deve considerar alguns aspectos essenciais. Então, como produzir esse tipo de texto? Nós temos que observar: A natureza da informação ou mensagem, ou seja, que conhecimento e informação nós vamos transmitir. O tipo de receptor, quem é que vai ler esse texto, qual será o leitor do meu texto. Objetividade. Tenho que ser objetivo ao escrever, as ideias têm que ser escritas de forma clara. Lacuna de conhecimento entre o emissor e o receptor, ou seja, eu tenho que observar a distância, se algumas informações daquele texto vão estar completas ou não para que meu leitor possa entender perfeitamente a informação que eu quero passar. Temos também que observar a questão da coerência e coesão, que nós já vimos aí nos elementos da aula anterior. Coerência seria a questão de nós não nos contradizermos, nós falarmos de forma coerente, ou seja, termos ali um discurso que se completa ao longo da fala ou ao longo da escrita. E também a coesão, que são aquelas palavras, conectivos, preposições, que ajudam a fazer a ligação entre palavras, orações. Bem, esse tipo de texto, o texto expositivo, eles são característicos da ciência, jornalismo, negócios, artigos, relatórios, resumos, etc. Então, são textos que são utilizados, em sua maioria, por esses aspectos. Eles podem cobrir vários temas, tais como descobertas, notícias, eventos especiais, personalidades ,evolução da tecnologia, da medicina, ou seja, os veículos que podem conter esse tipo de texto podem ser a internet, pode ser revistas, jornais, enfim, são amplos os veículos que abarcam esse tipo de texto. Vamos ver a estrutura geral. Esse texto possui uma introdução. Nesta introdução, vai responder “como?”, que fato é esse que eu quero mostrar. No desenvolvimento, nós vamos esclarecer, explicar, exemplificar este fato e vamos responder “por quê?”, por que aconteceu isso. E a conclusão será a parte final, vou recapitular o tema, você pode apresentar recomendações ou pedidos. Vamos pensar numa notícia. Como seria essa introdução? Nós vamos responder as perguntas iniciais: que fato aconteceu?, o que nós vamos noticiar?, quando?, onde? Ali no desenvolvimento, nós vamos explicar mais detalhadamente aquele fato, em que circunstâncias, as possíveis causas, consequências. E na conclusão, podemos finalizar, trazendo como está sendo estudado esse caso, o que já foi concluído, qual o prosseguimento que estão dando para as ações daquela notícia. Temos aqui recursos linguísticos também que estão presentes nos textos expositivos. Nós temos: Presença de frases explicativas. Vocábulo claro e específico. Tempo presente do indicativo. Consideração do tipo de receptor e a situação comunicativa. A incorporação de palavras distintas. Descrição de recursos para facilitar a explicação do assunto. Bom, exemplo de textos dispositivos. Nós podemos ter: um aviso, uma receita, a descrição de um objeto ou pessoa, um relatório, uma notícia. São variados os textos expositivos. Vejamos aqui o exemplo de um aviso, que é um texto que às vezes é pouco comum para algumas pessoas. Como fazer um aviso? Nós temos aqui um exemplo: (símbolo da instituição) Fundação Alcântara Machado Avisonº 123/00 Concurso Vestibular 2009 A Comissão Permanente do Vestibular da Fundação Alcântara Machado solicita que todos os candidatos compareçam aos locais de prova com 1 (uma) hora de antecedência para o início das provas. Rio de Janeiro, 24 de julho de 2009. (Assinatura do presidente da comissão) Em cima, no primeiro momento, nós temos o símbolo da instituição, a logomarca ou logotipo. Aqui nós temos apresentação, Fundação Alcântara Machado, aviso número e o assunto, que é o concurso vestibular. Neste caso, que nós temos o corpo do aviso, ou seja, o texto, aquilo que quero avisar. Neste caso, ele está solicitando aos candidatos que compareceram aos locais de prova com
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