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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
1.1 Linguagem e comunicação
Apresentamos a seguir alguns conceitos que julgamos fundamental que você os assimile
e entenda.
Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a
comunicação e a interação entre as pessoas. Há outras concepções de linguagem que
você pode pesquisar para ampliar o seu conceito.
Língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também,
semânticas e fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou fala) se revela.
Martinet (1978) foi um dos primeiros linguistas a apresentar uma distinção clara
entre língua e linguagem. Segundo ele, a linguagem designa propriamente a
faculdade de que os homens dispõem para se compreenderem por meio de
signos vocais.
Dialetos são variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo,
de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (ex.:
gíria).
Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo
com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. O
que não podemos perder de vista é que nenhuma variação linguística é melhor
que a outra, pois elas servem a suas comunidades e ao contexto no qual os
interlocutores estão inseridos.
Norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social.
Norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão.
Comunicação
A comunicação, do ponto de vista da linguística, nada mais é do que a interação entre
um determinado grupo que usa a mesma língua ou o mesmo dialeto; tendo em vista a
diversidade linguística e a heterogeneidade no discurso, faz-se necessário adequá-lo
estrategicamente para que o fenômeno da comunicação se processe devidamente.
Dessa forma, comunicação e linguagem se relacionam, uma vez que só há comunicação
por meio da linguagem, e esta última se realiza na língua, como infraestrutura (base
ortográfica), dentro de uma dada sociedade. Ou seja, “se preestabelece num sistema
convencional de signos e regras presentes em um dado grupo social por meio do seu
código. Sendo alicerce nessa interação social intercomunicativa” (BARROS, 1991, 25).
A linguagem é a capacidade do homem de comunicar-se por meio de um sistema de
signos, a língua.
Língua
A língua é o laço que une e integra os indivíduos num mesmo universo, e é ela que dá
acesso à vida cultural na sociedade. É um sistema de signos, um conjunto organizado de
elementos representativos convencionados por indivíduos e utilizados por membros de
um mesmo grupo social.
Observe a afirmação de um estudioso dessa área: Enquanto a linguagem abrange um
conjunto multiforme de fatores físicos, fisiológicos e psíquicos, a língua aparece como
uma totalidade uniforme, um sistema específico de signos com uma função social
predominante: a comunicação (BORBA, 1998, p. 45).
A língua(gem) é, antes de tudo, uma atividade do sujeito, um lugar de interação entre os
membros de uma sociedade e seu conceito é bastante abrangente, pois engloba todas as
manifestações realizadas pela fala. Para Bourdieu (1998, p. 81): A linguagem é de modo
mais geral, às representações, uma eficácia propriamente simbólica de construção da
realidade [...] – ao estruturar a percepção que os agentes sociais têm do mundo social, a
nomeação contribui para construir a estrutura desse mundo, de uma maneira tanto mais
profunda quanto mais amplamente reconhecida (isto é, autorizada).
Nessa perspectiva, a partir dessa relação interdiscursiva o sujeito social (homem) tem a
necessidade de nomear o mundo que o rodeia, ou seja, uma luta simbólica ritualizada
como prática social – de que esse homem transforma e é transformado constantemente.
1.2 Níveis de linguagem
O objetivo principal do estudo dos níveis de fala é encaminhar o estudante a reconhecer
as diferenças entre a linguagem padrão e a linguagem coloquial, para que possa
selecionar o registro adequado nas mais diferentes situações de comunicação.
A fim de entendermos os diferentes níveis de linguagem e suas mudanças, temos de
recorrer à sociolinguística, que é o ramo da linguística que tem como foco de estudos a
relação direta entre língua e sociedade.
O domínio dos diferentes níveis de linguagem propicia oportunidades mais efetivas ao
falante, de promover a adequação da sua linguagem às exigências do contexto social e,
dessa forma, estabelecer uma comunicação mais eficiente e aumentar seu nível de
compreensão, interação e interlocução nas várias instâncias sociais nas quais estará
inserido.
O Emissor e o receptor
O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quanto escrita, a um
receptor. O receptor recebe a mensagem e, geralmente, dá uma resposta ao emissor.
Essa resposta, no caso de uma conversa entre duas pessoas, se manifesta quando o
receptor diz palavras tais como: "sim... estou entendendo", etc., muito comum em
conversas telefônicas.
A necessidade de resposta faz parte do processo de comunicação entre os seres
humanos. Quando uma pessoa envia a mensagem e não recebe a resposta do receptor, o
processo de comunicação não se completa.
Para que a comunicação se processe, são necessários alguns elementos que, segundo
denominação de Jakobson (2005), seriam:
Fonte ou emissor é quem elabora e transmite a mensagem;
Receptor ou destinatário é aquele que recebe a mensagem;
Mensagem é tudo aquilo que o emissor transmite ao receptor, é o objeto da
comunicação;
Referente é o assunto da comunicação, o conteúdo da mensagem;
Canal é o meio físico, o veículo através do qual a mensagem é levada do
emissor ao receptor;
Código é o conjunto de signos e suas regras de comunicação.
Figura 1 - Caminho da mensagem
Descrição da imagem: Fluxograma que apresenta o caminho de uma mensagem. Ela inicia pelo emissor (emotiva), que transmite
uma mensagem (poética), que está ligada a um referente (referencial) a um código (metalinguística) e a um canal (fática). A
mensagem vai para o receptor (conativa).
Funções da linguagem
Função referencial: no processo comunicativo, predomina o assunto ao qual a
mensagem faz referência. Nos textos jornalístico, técnicos e científicos destaca-
se essa função, pois buscam transmitir uma informação objetiva. Vejamos os
exemplos em cada função.
Função emotiva: com essa função o emissor objetiva suscitar emoções,
opiniões. Ela se destaca nas correspondências pessoais, em diários, discursos de
formatura etc.
Função conativa: seu uso objetiva persuadir o receptor da mensagem, seduzi-lo.
Essa função é muito presente em mensagens publicitárias.
Função fática: visa estabelecer uma relação com o emissor para verificar se a
mensagem está sendo transmitida, ou para prolongar ou cessar uma mensagem.
Quando atendemos uma chamada telefônica e dizemos ‘Alô’ ou perguntamos,
em meio ao discurso, ao receptor ‘Você está entendendo?’, utilizamos da
linguagem com essa função.
Função metalinguística: consiste em usar a linguagem, a língua, para falar dela
mesma, tornando-se seu próprio referente. Os dicionários e os textos que
estudam e interpretam outros textos são exemplos do emprego da linguagem
com essa função.
Função poética: objetiva expressar sentimentos, descrições, visões de mundo,
em textos que exploram a sonoridade, o ritmo, ou seja, novas possibilidades de
combinação dos signos linguísticos. Predomina em textos literários, publicitários
e em letras de música.
1.3 Vídeo: funções da linguagem
Olá, pessoal, tudo bom? Sou o professor Fábio D’Ávila e hoje vamos então para nossa 12ª e
última aula de revisão de Língua Portuguesa. Lembre-se de acompanhar essa aula com o
material didático no aulalivre.net.
Nosso último assunto, então, refere-se a funções da linguagem. O que são as funções da
linguagem? Não confundam com figuras de linguagem. Funções da linguagemsão os
elementos que constituem um processo comunicativo. Quais são os elementos que
constituem esse processo comunicativo? O emissor que transmite a mensagem, o receptor
que recebe essa mensagem, o referente que é a informação, a mensagem, o canal de
comunicação e o código utilizado para estabelecer essa mensagem.
Vamos analisar cada um desses elementos. Por quê? Porque cada uma das funções da
linguagem vai se centrar num desses elementos comunicativos e vamos avaliar quando um e
quando o outro predomina no texto.
A primeira das funções da linguagem é a função emotiva ou expressiva. Função emotiva ou
expressiva centra-se no emissor, quem transmite essa mensagem. Quem transmite essa
mensagem vai manifestar opiniões e/ou sentimentos, ou seja, ao ler uma poesia lírica, por
exemplo, podemos dizer que ali temos a função emotiva de linguagem. Quando, por exemplo,
nós fazemos uma redação no vestibular, a gente até pode achar que não está com a função
emotiva ali. Lembre-se função emotiva vincula-se à manifestação do sujeito, manifestação da
subjetividade. Se você manifesta sua opinião na redação, o que a gente tem ali também é a
função emotiva ou expressiva da linguagem. Percebam ainda um detalhe: quando eu observo
uma função da linguagem não significa que as outras não existam. Significa que aquela ali, em
razão da forma com que aparece, é predominante. Então eu posso dizer que numa poesia lírica
a função expressiva ou emotiva pode ser a função predominante. Eu posso dizer que quando
eu construo meu argumento manifestando a minha opinião, neste momento em que eu
manifesto a minha opinião, eu tenho ali a função emotiva ou expressiva se manifestando em
maior grau.
Além da função emotiva ou expressiva, nós temos a função referencial. A função referencial
centra-se no conteúdo. Observem: a informação objetiva. Significa que a função referencial
não tem manifestação do sujeito no que tange a que eu não manifesto opinião. Quando, por
exemplo, um de vocês me pergunta o endereço da minha casa e eu passo o endereço da
minha casa, eu não estou manifestando opinião, eu estou só dando uma informação objetiva.
Tenho aí uma função referencial. Quando eu leio uma placa com o nome de uma rua, aquilo ali
também é função referencial. Vejam que o nome é bem claro: é um ponto de referência, ou
seja, quando eu uso um ponto de referência porque aquele ponto de referência me informa
alguma coisa. Quando eu estou lendo o jornal, vejo, por exemplo, um anúncio de óbito ou a
informação acerca da previsão do tempo, tudo ali não há a manifestação de opinião, apenas
conteúdo informacional. Em razão disso, temos a função referencial. Vejam que na função
emotiva eu manifesto opinião, na função referencial eu informo. Vocês podem estar
pensando: bom, mas eu manifesto minha opinião na redação e eu também dou uma série de
informações para esclarecimento. Pois bem, na redação de vocês, há tanto a função
referencial quanto a função emotiva ou expressiva. Todavia, num outro exemplo, se eu tenho
uma receita de bolo, eis que eu não manifesto minha opinião. Ali temos só a função
referencial. E uma questão de prova interessantíssima. Eles colocam por vezes cartazes com
anúncios de campanhas de prevenção. Por exemplo, cartaz para a prevenção da H1N1 ou
cartazes que ensinam como fazer determinado procedimento de higiene ou que médico
procurar quando tiver determinados sintomas. Observem que aí também não se manifesta
opinião, simplesmente se forma o que deve ser feito. Função referencial predomina.
Além da função referencial, temos a função conativa ou apelativa. Não é conotativa, pessoal, é
função conativa ou apelativa. Nesse caso, ela vai se centrar no receptor. Quem é um receptor?
O receptor é quem recebe a mensagem. Observem só, serve para o convencimento. Na prova
muitas vezes colocam o termo persuasão, ou seja, ela é utilizada para convencer aquele que
me escuta, aquele que me lê. Muito comum é aparecer um tipo de questão na prova com uma
propaganda. Uma propaganda sempre terá a função conativa e apelativa como elemento
predominante. Por quê? Porque essa propaganda sempre visa a fazer com que nós
consumamos aquele produto. Ou seja, se aparece uma propaganda, tem função apelativa.
Outro caso, também não precisa ser simplesmente um elemento de publicidade. Campanhas
como doação de sangue, ora, estão tentando fazer com que nós doemos sangue. Vejam ali
também vai predominar a função conativa ou apelativa. Além disso, outra característica
essencial, lembrem-se, anotem isso: o uso de verbos no imperativo. Compre, doa, faça. Verbos
no imperativo caracterizam de forma claríssima a função conativa ou apelativa da linguagem.
Além dessa função da linguagem, temos a função fática. Olha lá. A função fática é a função que
se centra no canal de comunicação. Temos dois canais de comunicação bem básicos: o ar,
quando a gente fala, e a folha de papel, quando a gente escreve um texto. Para que serve a
função tática? Para a manutenção desse canal de comunicação, a abertura desse canal de
comunicação e o fechamento desse canal de comunicação. Como ele funciona? Por exemplo,
se eu cumprimento alguém, eu abri um canal de comunicação entre mim e essa pessoa, ou
seja, ali a função fática começou a acontecer. Nós vamos conversando, a função tática se
mantém. A gente se despede, a função fática terminou. Mas enquanto a gente se comunica, é
função fática? Não, a função é só entorno de tudo isso. Eu posso estar manifestado uma
opinião, eu posso estar tentando convencer essa pessoa. Eu terei outras funções da linguagem
presentes neste caso. Todavia, elas não existiriam se não houvesse o canal de comunicação.
Algumas provas cobram da seguinte maneira. Afirmam que essa função serve para a
verificação do canal de comunicação. O que é a verificação do canal de comunicação? É testar
o canal de comunicação. Quando eu digo “oi”, eu estou verificando se alguém vai me
cumprimentar. Se eu perguntei “alguém aí?, eu também estou testando. Ou até mesmo antes
de um show, quando o roadie fala “teste, teste, 1, 2, 3, testando”, isso é a abertura do canal de
comunicação. Todos, sem perceber, estão se utilizando da função tática. E na minha redação?
Essa eu não uso na minha redação. Clara que usa. O que é introdução? Abertura do canal de
comunicação. O que é o desenvolvimento? Manutenção desse canal de comunicação. E o que
é a conclusão? É o fechamento desse canal. Ou seja, é inevitável. Essa função da linguagem
está presente constantemente nos nossos processos comunicativos.
Outra função da linguagem, a penúltima, é a função metalinguística. Vamos parar para pensar
o seguinte. Vamos pegar uns exemplos que vocês estudam em casa. Por exemplo, ao ler Carlos
Drummond de Andrade, quando vocês leem Procura da Poesia, observem que Drummond está
na própria poesia tratando da poesia. Eis que temos a poesia da poesia, a metapoesia. Quando
vocês estão lendo a Hora da Estrela, de Clarice Lispector, por exemplo, o narrador Rodrigo
S.M. trata da sua própria narrativa. Temos ali a narrativa da narrativa, ou seja, a metanarrativa.
Ora, o que é a função metalinguística? É aquela função da linguagem que se centra no código,
ou seja, eu me utilizo do código para explicar o próprio código. Para ser mais claro, quando
vocês vão no dicionário, pegam o dicionário e olham lá um determinado verbete, o sentido de
uma determinada palavra, por exemplo, “correção”. Vocês vão ver o conceito: ato ou efeito de
corrigir. Percebam o seguinte, “correção” é um termo que está escrito na língua portuguesa, o
nosso código e “ato ou efeito de corrigir”, que é a sua explicação, também está utilizando o
mesmo código, a língua portuguesa. Ou seja, utilizamos o código para explicar o próprio
código. Quando vocês estão numa conversa e o amigo de vocês fala alguma coisa e vocês não
entendem o que exatamente ele quis dizer, o que vocês falam?Tudo bem, o que você está
querendo dizer com isso? Logo depois o colega vai fazer o quê? Com outras palavras, dizer a
mesma coisa que ele acabou de falar. Significa que aí o processo metalinguístico está
acontecendo porque com o próprio código, a língua portuguesa, ele vai explicar algo que antes
falou com a língua portuguesa. Percebam então que a metalinguagem é utilizada o tempo
todo. Quando vocês explicam para alguém o sentido de uma palavra, quando vocês explicam
para alguém algum conceito, tudo isso é uma metalinguagem. É muito comum nas provas eles
colocarem como exemplo o dicionário. Outras vezes, cabe também na própria propaganda.
Houve já uma prova do Enem, a prova do Enem de 2011, que tinha, por exemplo, um texto do
Conar, que é a agência reguladora da propaganda. Observem que o Conar estava fazendo uma
propaganda de si mesmo, e o Conar é uma agência reguladora de propaganda. Ou seja, ele
fazia uma propaganda acerca da própria propaganda. Eis que se manifesta de novo a
metalinguagem. E na minha redação? Isso eu não uso. Claro que se utiliza da metalinguagem.
No momento em que vocês devem explicar um determinado conceito ou o sentido de
determinado termo, a metalinguagem está se manifestando. Ou seja, de novo, a gente vai usar
metalinguagem, a gente vai usar a função fática, a função referencial, a função conativa, a
função emotiva, todas elas junta. Eu tenho que cuidar na prova qual é a função da linguagem
predominante. Vamos então a nossa última função da linguagem, que é a função poética. E
percam as ilusões, função poética não é só na poesia. Naturalmente eu vou ter a função
poética na poesia, mas não é uma regra. Observem, há uma diferença essencial entre poesia e
poema. Poesia é o conteúdo, poema é a forma. Ora, se eu escrevo um poema, e o seu
conteúdo é uma receita de bolo, eu não tenho a função poética, eu tenho ali a função
referencial. Muitas narrativas apresentam poesia. Por exemplo, textos do João Guimarães
Rosa são pura poesia, ou seja, é poesia em prosa. Poesia é conteúdo, poema é a forma. Separe
bem isso. Significa então que eu posso ter a função poética em qualquer tipo de texto. Na
minha dissertação, lá na hora de fazer a redação, eu também terei a função poética. Por quê?
O que é a função poética, pessoal? É a função da linguagem que se centra na mensagem. Olha
só, ela se preocupa com uma forma de transmissão da mensagem. Como assim? Vamos parar
primeiro para pensar na literatura. Ora um dos temas mais recorrentes na literatura ocidental
há pelo menos 2.500 anos é o amor. Quantos poetas e quantos narradores não falaram do
amor? No entanto, nenhum tratou do amor da mesma forma. E até mesmo se chegassem
muito próximos a algo parecido eles ainda assim não se expressavam da mesma maneira. Ou
seja, a função poética está funcionando. Por quê? Porque cada um se expressa da sua forma.
Vamos a um exemplo mais cotidiano nosso. Na hora de a gente fazer um simulado de redação,
na hora de escrever uma redação em casa, na hora de fazer a redação do vestibular, ora, não
há milhares de outros candidatos e estudantes que estão fazendo aquele mesmo tema? Há.
No entanto, nenhum deles vai escrever a mesma redação. Todavia, todos escreverão sobre o
mesmo tema. O que está agindo aí? A função poética de linguagem. Por quê? Porque cada um
utilizará a sua forma de manifestação de ideias e de manifestação expressiva para demonstrar
o seu pensamento. Ou seja, a função poética serve para fazer com que o texto fique único,
diferente de todos os demais. Pois bem, pessoal, revisamos então funções da linguagem,
vimos o papel de cada uma delas e encerramos aqui a nossa revisão. Completamos, então, a
nossa 12ª aula, espero que vocês tenham gostado. E espero que continuem estudando, se
desenvolvendo em língua portuguesa, praticando texto, exercitando com questões objetivas,
utilizando o nosso material no aulalivre.net e boa prova a todos vocês. Até uma próxima,
tchau! Siga ao aulalivre.net nas redes sociais e fique por dentro de tudo que acontece em
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1.4 Elementos da língua portuguesa
A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a
fonética, a morfologia, a semântica, e a sintaxe.
A fonética que estuda os sons da fala.
A morfologia estuda a forma das palavras, ou seja, a representação gráfica, o
vocábulo.
A semântica preocupa-se não só com a representação gráfica do vocábulo, mas
com seu significado. Portanto, é um campo da gramática que estuda a palavra,
não apenas o vocábulo.
A sintaxe é o campo da gramática que estuda a unidade linguística em seu
contexto oracional, ou seja, estuda os termos que compõem uma oração. A
oração, em Língua Portuguesa, basicamente pode ter sujeito, terá sempre um
predicado, e pode ter ou não complementos.
Pode-se dizer, então, que a fonética e a morfologia tratam cada qual de um dos
aspectos dos vocábulos, a semântica trata do significado que determinada palavra
assume e a sintaxe trata da colocação dos termos nas orações, encarregando-se a
fonética de estudar os sons das palavras.
Quem deseja escrever bem, deve respeitar as normas da variante padrão, empregar sua
criatividade e ter ciência de que um texto é muito mais do que a soma ou justaposição
de orações. É antes uma unidade de sentido, coesa e bem articulada acima de tudo.
1.5 Interpretação e intelecção
No decorrer de nossa trajetória escolar, da mesma forma que fomos convidados a
produzir textos, também o fomos para interpretá-los. E a concepção de interpretação
textual que embasava os exercícios propostos em muitos casos era ou é errônea. Na
maioria das vezes, fomos ensinados que interpretar é descobrir o que o emissor/autor do
texto quis ou quer dizer, e as atividades para alcançarmos essa proposta de aula
propunham a mera transcrição de dados do texto para um questionário. Quem nunca
realizou uma interpretação de texto cujos questionamentos eram “Quem é o autor do
texto”? “O que o autor quis dizer no texto”? As respostas a esses questionamentos
muitas vezes não correspondiam ao que realmente é interpretar um texto.
Interpretação
Interpretar não é afirmar, pressupor, deduzir o que o autor/emissor quis dizer, mas
estabelecer relações, levantar hipóteses e comprová-las no texto. Cabe ao receptor
levantar os implícitos e pressupostos da mensagem, sempre ancorado no texto.
Intelecção
A intelecção é entender e compreender as reais intenções do emissor em relação à
mensagem. É retirar do texto o que está explícito e claro. A exemplo, se o emissor
expõe em um texto que é favorável ao aborto, na intelecção desse texto o receptor deve
descrever o que está explícito, ou seja, mesmo o receptor não concordando com as
ideias do autor/emissor, não se pode deduzir, ou achar que essa não era a ideia principal
do texto, simplesmente porque o receptor não é favorável a tais ideias. Assim, a
intelecção não admite o uso de termos como “o autor quis dizer”, mas sim de termos
que demonstrem, afirmem o que realmente está explícito na mensagem/texto/ discurso.
No processo de leitura, é importante que haja interação entre o emissor e o receptor da
mensagem, mediada pelo texto, de modo que haja compreensão e interpretação da
mensagem.
1.7 Frase, oração e período
Vamos conhecer mais sobre frase, oração e período:
Frase é todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação.
Pode ser nominal ou verbal.
Oração é um enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução
verbal. Ex: A menina sujou seu vestido.
Período constitui-se de uma ou mais orações. Pode ser simples ou composto.
o Período simples: A menina ofereceu um livro a Joana.
o Período composto: O povo anseia que haja uma eleição justa, pois a
última obviamente não o foi.
Oi, eu sou a professora Letícia, professorade português aqui do Curso Online Gratuito e do
canal Português com Letícia, o meu canal em que eu posto aula semanalmente. Então, se você
ainda não conhece o Português com Letícia, dá uma passadinha lá, o link vai estar aqui na
descrição.
Hoje eu vou falar com você um pouquinho sobre frase, oração e período. Como que eu faço
para diferenciar o que é frase, o que é oração e o que é período. Primeiro vou contar para você
que frase é tudo aquilo, todo enunciado que tem sentido completo, com ou sem verbo,
independentemente da presença de um verbo. Portanto, eu tenho uma frase nominal, quando
não tem verbo, e frase verbal, quando é o enunciado que tenha um verbo. Já uma oração
necessariamente tem que ter um verbo ou locução verbal. Numa oração, eu tenho um verbo
ou locução verbal. O período pode ser período simples ou período composto. Sempre quando
eu for classificar um período, olho desde o começo da frase, ou seja, desde a letra maiúscula
até o ponto final. Isso é o período. Se esse período tiver mais de uma oração, ele é um período
composto. Se tiver só uma oração, ou seja, um único verbo, é período simples.
Eu coloquei aqui para você uma tabelinha para ficar mais claro. Nessa tabelinha tem a frase
nominal, a frase verbal, a oração, o período simples e o período composto.
Veja: a frase nominal não tem verbo.
Eu coloquei aqui: Que chuva!
Quando você ouve a frase “Que chuva!”, você consegue entender o que essa frase quer dizer.
Quer dizer que está chovendo muito. Então “Que chuva!” é uma frase nominal, que tem
sentido completo, não tem verbo. Por isso é uma frase nominal.
Já a frase verbal tem que ter pelo menos um verbo. Todas essas frases que eu coloquei aqui
embaixo são frases verbais:
Chove forte em São Paulo.
Está chovendo forte em São Paulo.
Choveu forte em São Paulo, e o trânsito parou.
Cada um desses períodos são frases verbais porque tem verbo.
Oração: oração é uma frase verbal, mas cada oração tem apenas um verbo ou locução verbal.
Oração é uma frase verbal em que as palavras se organizam em torno de um verbo ou de uma
locução verbal. Veja os exemplos:
Chove forte em São Paulo.
Ou:
Está chovendo forte em São Paulo.
Eu fiz questão de colocar esses dois exemplos com um único verbo. Em “Chove forte em São
Paulo” tenho aí uma única oração. Eu coloquei também embaixo “Está chovendo forte em São
Paulo”, porque eu tenho aí uma locução verbal “está chovendo”. Quando tenho locução
verbal, nesse caso são dois verbos, o verbo principal e o verbo auxiliar, eu conto como apenas
um verbo. Portanto, uma única oração.
Já disse para vocês que a oração tem um verbo ou locução verbal. No caso um verbo “Chove
forte em São Paulo” ou locução verbal “Está chovendo forte em São Paulo”. Ainda que tenha
dois verbos eu conto como apenas um verbo, portanto, uma oração. Aí você me pergunta:
professora por que aquele outro exemplo você não colocou na oração “Choveu forte em São
Paulo, e o trânsito parou”. Eu não coloquei esse outro exemplo na coluna da oração porque
aqui tenho duas orações: “Choveu forte em São Paulo” é uma oração e “o trânsito parou” é
outra oração. Por isso, eu não coloquei esse exemplo, que tem duas orações, nessa coluna de
oração.
Certo? Vamos lá! Período: período vai desde a letra maiúscula, ou seja, desde o começo da
frase até o ponto o final. Se esse período tiver apenas um verbo ou locução verbal quer dizer
que esse período só tem uma oração e eu chamo, portanto, de período simples. No caso
“Chove forte em São Paulo” é um período, porque vai desde a letra maiúscula até o ponto
final, e é um período simples, porque eu tenho apenas um verbo. “Está chovendo forte em São
Paulo” também é um período simples, porque eu tenho aí uma locução verbal, que são dois
verbos que expressam uma única ação, por isso uma locução verbal e eu considero como
apenas um verbo, apenas uma oração. Já o período composto apresenta mais de uma oração,
ou seja, mais de um verbo. Aí sim eu coloquei o exemplo “Choveu forte em São Paulo, e o
trânsito parou”. É um período composto porque nessa mesma frase, desde a letra maiúscula
até o ponto final, eu tenho duas orações, dois verbos: “Choveu forte em São Paulo” é uma
oração e “o trânsito parou” é outra oração, portanto trata-se de um período composto.
Eu espero que tenha ficado claro. Se você gostou dessa aula, deixe um like. Se você ficou com
alguma dúvida, deixe nos comentários.
Lá no Português com a Letícia tem uma aula completinha sobre frase, oração e período. Então
se você quiser esclarecer mais alguma questão, vai lá no Português com Letícia. Eu espero que
tenha gostado da aula de hoje. Um beijo e até a próxima! Tchau, tchau!
O Parágrafo: unidade de composição
O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período,
em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras,
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.
1.8 Coesão e coerência
Coesão: ou unidade, consiste no resultado do emprego correto dos termos conectivos da
linguagem, o que permite expressar uma ideia de cada vez, omitindo o desnecessário e
prendendo-se às relações existentes entre a ideia principal e as secundárias. Tal
resultado em muito se deve ao correto emprego do tópico frasal.
Produzir um texto coeso significa organizar as ideias, de forma que haja concordância,
relação entre os diversos elementos que constituem um texto.
Dentre os mecanismos de coesão, podemos citar: concordância verbal e nominal,
regência verbal, colocação pronominal, retomadas por pronomes ou sinônimos, conexão
oracional etc. Assim, escrever de forma coesa é atentar aos detalhes de um texto,
articular as partes que o compõem, tornando-o compreensivo ao receptor.
Exemplo:
Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque
consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém, o ministro da Agricultura
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma
Agrária pretende assentar milhares de sem-terra (BELLEZI, 2007).
Coerência: valendo-nos da definição primariamente apresentada para coerência (a
ligação perfeitamente inteligível das partes de um texto com o seu todo), podemos
auferir que esta consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica e de
acordo com um plano definido.
A coerência significa a ligação lógica e harmoniosa da linguagem, ou seja, o sentido do
texto deve estar claro e ordenado. Na produção de um texto coerente, deve-se considerar
também o público a que se destina a mensagem e o gênero textual que será utilizado
como instrumento para transmiti-la. As ideias, os argumentos utilizados em um texto
coerente, não podem se contradizer.
Exemplo:
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José? [...]
(Carlos Drummond de Andrade)
Observe como ao longo das estrofes há uma sucessão lógica de fatos que nos dão a
exata ideia do processo de desagregação social do qual José é vítima. A esse
enquadramento dá-se o nome de coerência textual. Assim, a consistência das ideias
apresentadas é fator fundamental para garantir um texto coerente. Logo, produzir um
texto coeso e coerente é dar sentido a ele, é fazê-lo significar a mensagem que se deseja
transmitir.
Dessa forma, ao produzir textos coesos, devemos observar se há sentido entre as ideias
do texto e se essas mesmas ideias não se contradizem. Devemos atentar para não
repetirmos questões já abordadas anteriormente, ou seja, devemos evitar repetição de
ideias e termos.
Coesão e coerência andam juntas.
Tudo bom com vocês? Hoje nós vamos para esta dica rápida sobre coesão e coerência.
Primeira coisa, gente, saber diferenciar o que sãoessas duas palavrinhas. Primeiro, o
que é a coesão? Coesão é como eu uno as palavras, como eu retomo termos dentro do
meu parágrafo. Então quando eu falo da coesão, estou falando de algo menor. É como
que eu uni, como que eu retomei, como que eu liguei as ideias dentro do parágrafo. E eu
vou mostrar um exemplo disso para vocês. Já a coerência ela é um pouco mais ampla.
Quando a gente fala de coerência, nós estamos falando, por exemplo, do texto. Se no
parágrafo um, você fala sobre problemas da questão da saúde pública no Brasil, a
problemática da saúde pública no Brasil, no parágrafo 2, você tem que continuar sobre
este assunto, as problemáticas da saúde pública no Brasil, No parágrafo 3, você tem que
continuar falando sobre as problemáticas da saúde pública no Brasil. Se, no parágrafo 4,
você resolve falar sobre como os churros são gostosos, e no parágrafo 5, você retoma a
problemática da saúde no Brasil, você percebe que aquilo ali ficou incoerente. Então a
coerência é mais ampla, é como que todas as ideias do texto estão conectadas, como que
todos os parágrafos estão conectados. Já a coesão trabalha o sentido dentro do próprio
parágrafo. Dá uma olhadinha aqui no exemplo que eu coloquei para vocês:
“Na época, não conseguimos desvendar os mistérios que compunham o caso dos jovens
condenados. Entretanto, a justiça se mostrou falha ao não realizar uma investigação
mais efetiva acerca da conduta destes jovens”.
Beleza, parágrafo simples, tudo bonitinho, tudo no lugar. Eu quero chamar a atenção de
vocês para esta conjunção aqui (entretanto). Mas, porém, entretanto, todavia, contudo.
Nós temos aqui uma conjunção adversativa. Quando nós estamos falando de coesão e
coerência, nós temos que prestar atenção no uso dos pronomes, advérbios, preposições e
conjunções. Porque a conjunção, por exemplo, vou falar da conjunção especificamente,
ela serve para unir frases e orações, estabelecendo relação de sentido entre elas. Então
eu uni este período (“Na época, não conseguimos desvendar os mistérios que
compunham o caso dos jovens condenados”) a este segundo período (“a justiça se
mostrou falha ao não realizar uma investigação mais efetiva acerca da conduta destes
jovens”) por meio de uma conjunção adversativa (“entretanto”). Então eu viro para você
e fala assim: Eu vou à festa. Todo mundo entendeu, certo? Então eu falo assim: Meu pai
estará na festa. Você entendeu o que eu quis dizer? Sim, professora entendi o que você
quis dizer. Agora eu falo: Eu vou à festa e meu pai estará na festa. Então “e” é uma
conjunção aditiva, que adiciona informações. Eu vou à festa e meu pai estará na festa e
estaremos juntos na festa e não poderei aprontar na festa. Certo? Agora eu falo assim:
Eu vou à festa, mas meu pai estará na festa. Eu mudei somente a conjunção. Agora eu
coloquei uma conjunção adversativa. Então existe uma oposição “Eu vou à festa, mas,
porém, entretanto, todavia, contudo, como meu pai estará na festa não poderei aprontar
na festa, não é mesmo? É mesmo! “Eu vou à festa porque meu pai estará na festa”.
Agora eu estou chegando à causa de eu ir à festa. Então eu não mudei as orações, não
mudei as frases, eu mudei simplesmente a palavrinha que une uma à outra e alterei
completamente o sentido daquilo que eu queria dizer. Vocês estão sacando, gente? Ah,
professora, é verdade. Por isso que às vezes o professor marca lá ou a gente faz no
vestibular uma prova de concurso genérico e aí tem um desconto por causa da coesão e
da coerência. Às vezes nós não unimos muito bem as palavras, nós não escolhemos bem
o pronome, a conjunção, a preposição, e isso acaba deturpando, gerando um efeito de
sentido contrário ou errado. Deu para entender?
Então na hora de revisar, nós temos que prestar muita atenção nisso daqui. Dica extra:
tente escrever suas frases e orações sempre na ordem direta. O que é ordem direta? Eu
vou marcar aqui: sujeito + verbo + complemento. Ao invés de dizer “Bonita ela é”, diz
“Ela é bonita”. Fica muito mais fácil, muito mais direto, muito mais objetivo para o seu
leitor.
Beleza, gente? Se você quiser acompanhar a gente, entre lá nas nossas redes sociais, no
nosso site, que tem um curso completo disponível para você. Tanto o curso de vídeo
aulas completas quanto a correção de redação. Não deixa de me seguir lá no Instagram,
que eu passo muitas dicas também. Tá bom? Um beijo carinhoso para você, até a
próxima dica! Tchau!
1.9 Estrutura do texto
O leitor de uma redação deve poder detectar, claramente, três partes: a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão.
O texto da redação deve ter a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Isto facilita
o trabalho de quem se habilita a escrever, especialmente uma redação como a que é
solicitada para ingresso na universidade ou num processo de seleção para quem pleiteia
um emprego.
A figura acima apresenta as três partes de uma redação, que são elementos primordiais
para o trabalho inicial de quem escreve. É partindo do conhecimento das partes que
compõem o texto de uma redação que se pode planejar aquilo que se vai escrever. O
processo de planejamento começa com a escolha do tema sobre o qual se vai escrever.
Outro fator de sucesso para uma boa redação é que se faça uma pesquisa sobre o
assunto, lendo o maior número possível de textos sobre o tema que será abordado no
processo de uma nova escrita. Garcia (1985) diz que aprender a escrever bem é, antes de
tudo, aprender a pensar. No fundo, quer dizer que o escritor deve aprender a organizar
as ideias e a planejar o que vai escrever, para que no momento da escrita as palavras
obedeçam a uma lógica e possam conduzir o leitor até o final do texto, com pleno
entendimento de tudo o que foi dito.
É importante lembrar que os textos literários possuem a especial licença para provocar
suspense e, às vezes, demandar outras leituras para uma compreensão mais ampla.
Assim, existe um jogo de palavras, muitas vezes travestidas de seu sentido denotativo,
ganhando, pois, um sentido novo e especial dentro do texto, ou seja, um sentido
conotativo, uma nova roupagem um papel diferente do que comumente possuem.
Podemos dizer que, na linguagem literária, as palavras usam máscaras temporárias e
específicas para um determinado contexto literário; portanto seu sentido está
intimamente ligado a esse contexto.
1.10 Forma e contéudo
A separação entre forma e conteúdo nos livros didáticos tem o único fim de facilitar o
aprendizado. No entanto, forma e conteúdo vivem intimamente ligados.
Podemos dizer que a forma é o modo que você usa para pôr suas sensações, seus
pensamentos e suas opiniões num papel, compondo o que chamamos de texto. A forma
é algo pessoal, é o "jeito" que cada um tem de escrever. Poderia ser chamada de estilo,
pois a forma se caracteriza pelas palavras escolhidas (vocabulário), as conjunções e
preposições (conectivos), os tempos verbais e os sinais de pontuação.
Esses símbolos formam o código (a Língua Portuguesa) e são tomados por empréstimo
para as pessoas se expressarem. Se todas as pessoas fizessem o mesmo "empréstimo"
dos símbolos do código, na mesma sequência, com o mesmo sentido, etc., os textos
escritos em qualquer lugar seriam todos iguais. Portanto, a forma é o modo particular
que cada autor escolhe para expressar suas ideias.
O conteúdo é o assunto sobre o qual se vai escrever. Suponhamos que você seja
solicitado a redigir um texto sobre o calor. Você teria que saber o que é, onde, como e
por que ocorre o fenômeno, enumerando, ainda, as causas, consequências e exemplos,
bem como os fatos complementares.
Percebemos, então, que os conteúdos (assuntos) podem ser os mesmos para várias
redações. No entanto, mudará a forma como cada pessoa irá tratá-lo em seu texto. Neste
caso você teria dois tipos de escolha de palavras para dois gêneros de textos diferentes.
Um texto ficcional, literário, noqual as palavras teriam um sentido mais conotativo e
dois textos técnicos: um descritivo e outro dissertativo, ambos de natureza informativa
nos quais as palavras estariam em seu sentido denotativo e referencial.
Gênero textual
O gênero textual é a realização concreta dos tipos textuais, uma vez que a comunicação
por meio dos diversos gêneros é que ordena as atividades comunicativas, ou seja,
narramos, descrevemos, dissertamos a todo instante, porém de diferentes formas, à
medida que nosso contexto discursivo nos solicita.
Nessa perspectiva, tanto o funcionamento de um automóvel quanto o de uma
experiência de química recorrem à descrição, mas pertencem a gêneros diferentes, o
primeiro resultará num manual técnico, próprio à indústria e ao comércio, o segundo,
num relatório científico, muito comum na escola. Essa necessidade de definir gêneros
textuais surge quando precisamos escrever para alguma repartição pública, por exemplo,
logo temos que escolher dentre vários gêneros textuais. Caso se trate do gênero jurídico,
produziremos pareceres, laudos, requerimentos etc. Produzindo textos do gênero
jornalístico, podemos optar pelos subgêneros: entrevista, editorial, artigo de opinião etc.
Marcuschi (2008) os caracteriza como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos
e plásticos. Surgem emparelhados às necessidades e atividades socioculturais, bem
como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se
considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedades
anteriores à da era digital.
Na próxima aula vamos tratar mais detalhadamente de algumas dessas tipologias
textuais que serão corriqueiras ao longo do curso e da sua vida pessoal e profissional.
1.11 Pontuação
Vírgula ( , )
Seu uso se dá nos seguintes casos:
Nas datas. Ex. Cacoal, 23 de junho de 2013.
Após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase. Ex.
Você gostou do jantar? – Sim, eu adorei!
Após a saudação em correspondências. Ex. Atenciosamente,
Para separar termos de uma mesma função sintática. Ex. A casa tem três quartos, dois
banheiros, três salas e um quintal.
Para destacar elementos intercalados, como:
o Uma conjunção. Ex. Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
o Um adjunto. adverbial Ex. Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
o Um vocativo. Ex. Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
o Um aposto. Ex. Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
o Uma expressão explicativa. Ex. O amor, isto é, o mais forte e sublime dos
sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus
Para destacar os objetos pleonásticos. Ex. As provas, eu as corrigi hoje.
Para separar orações intercaladas. Ex. Felicidade, já dizia minha mãe, é amar e ser
amado.
Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas
orações alternativas. Ex. Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio. Vá
devagar, que o caminho é perigoso. Estude muito, pois será recompensado. As pessoas
ora dançavam, ora ouviam música.
Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes
da oração principal). Ex. Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Quando
voltei, soube que precisava estudar para a prova.
Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex. A incrível professora,
que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.
Ponto e vírgula ( ; )
Usado para marcar uma pausa mais longa, ou seja, é um sinal de pontuação que está
entre a vírgula e o ponto final.
Utiliza-se para marcar itens de uma enumeração. Ex. O portfólio conta com os
seguintes documentos;
Separar orações coordenadas que já possuem vírgulas. Ex. Após a realização da prova,
35 alunos foram aprovados; 5 alunos, não.
Ponto ( . )
Usa-se o ponto para encerrar uma frase, período, oração declarativa. Ex. Vitor é uma
criança muito feliz.
Ponto de interrogação ( ? )
Empregado após uma pergunta direta. Ex. Você está compreendendo as aulas de
português?
Ponto de exclamação ( ! )
Para indicar surpresa, espanto, estados emotivos, chamamento. Ex. Vamos continuar
nossa jornada!
Dois pontos ( : )
Usados para iniciar citações. Ex. Já dizia o ditado: filho de peixe, peixinho é.
Marcar falas em um diálogo. Ex. A mãe encheu os olhos de lágrimas e disse: - Minha
filha, eu te amo!
Iniciar uma enumeração. Ex. O portfólio conta com os seguintes documentos:
memorandos
Aspas ( “ ” )
Empregam-se para marcar citações. Ex. “Vivemos em um país democrático”, destacou
a presidente.
Destacar palavras estrangeiras, gírias. Ex. O “show” foi maravilhoso!
Destacar nomes de livros. Ex. O livro “Dom Casmurro” de Machado de Assis é uma
importante obra da literatura brasileira.
1.12 Concordância
Sintaxe é o estudo das regras que regem a construção de frases nas línguas naturais. A
sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases
no discurso orais e escritos, incluindo a sua relação lógica entre as múltiplas
combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível. Logo,
a concordância é o mecanismo através do qual as palavras alteram suas terminações
para se adequarem harmonicamente umas as outras na frase. Assim, sintaxe de
concordância é a harmonia de flexão das palavras de uma frase, e esta se divide em dois
tipos principais: a concordância nominal e a concordância verbal.
O que devemos levar em consideração no aprendizado da sintaxe de concordância é sua
empregabilidade em situações significativas e reais de uso, ou seja, tanto na oralidade
quanto na escrita. Vejamos alguns exemplos que, corriqueiramente, podem acontecer,
principalmente a partir da concordância. Observe os exemplos a seguir, nos quais os
termos destacados estão errados.
Em entrevista de emprego:
Ex. Estou quite com o serviço militar. / Estou quites com o serviço militar.
Estou meio nervosa. / Estou meia nervosa
O que é concordância nominal?
É a concordância em gênero e número do adjetivo, artigo, numeral e pronome com o
substantivo a que se refere.
Ex.: Veja este carro quebrado.
Vendo moto e carro usados.
Tabela 1 - Regras especiais de concordância nominal
REGRAS ESPECIAIS
Casos Normas Exemplos
Adjetivo posposto a dois ou
mais substantivos
O adjetivo fica no plural ou concorda
com o substantivo mais próximo
Comprei abacaxi e
melancia maduros.
Comprei abacaxi e
melancia madura.
Adjetivo anteposto a dois
ou mais substantivos
O adjetivo concorda com o
substantivo mais próximo
Na sala, havia lindas
fotografias e desenhos.
Na sala, havia lindos
desenhos e fotografias.
Se os substantivos pospostos forem sinônimos, o adjetivo deve concordar com o mais
próximo.
Ex.: Cuidava dos doentes com carinho e ternura exemplar.
Se os substantivos pospostos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural.
Ex.: A torcida vibrava com os talentosos Zico e Sócrates.
Tabela 2 - Regras especiais de concordância nominal
LEMBRETE
Caso Norma Exemplos
LEMBRETE
Obrigado
Concordam com a palavra a que
se referem.
Ou com o gênero e número do
emissor.
Muito obrigado, disse Cristian.
Muito obrigada, disse Ingrid.
Muito obrigada! (Emissor do gênero
feminino.)
Próprio/mesmo
Ele próprio/mesmo fez o trabalho.
Ela própria/mesma fez o trabalho.
Eu mesma fiz o trabalho. (Emissor do
gênero feminino.)
Anexo
O documento segue anexo.
A carta segue anexa.
Quite
Estou quite com meus credores.
Estamos quites com nossos credores.
Meio
Maria comeu meia jaca e ficou meio
enjoada.
Anexo precedido da preposição “em” fica invariável.
Exemplos: Ex.: A fotografia vai em anexo. O livro segue em anexo.
Tabela 3 - Regras especiais de concordância nominal
LEMBRETE
Casos Normas Exemplos
Bastante
Seadjetivo, é variável.
Se advérbio é invariável.
Aprendemos bastantes (adj.)
novidades hoje. Nossas aulas são
bastante (adv.) interessantes.
Possível
Com a expressão o mais...possível,
deve-se fazer a variação de acordo
com o artigo que a precede.
Vencia obstáculos o mais difíceis
possível.
Vencia obstáculos os mais difíceis
possíveis.
Menos Advérbio, portanto, invariável.
Há menos alunas do que
prevíamos.
É proibido / É
necessário / É
bom
Essas expressões ficam invariáveis
quando o sujeito não vem
acompanhado de artigo ou pronome.
É proibido entrada de animais.
Dedicação é necessário ao
candidato.
LEMBRETE
Água é bom para a saúde.
Mas:
É proibida a entrada de animais.
A dedicação é necessária ao
candidato.
Esta água é boa para a saúde.
O que é concordância verbal?
Na concordância verbal, o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
Ex: Nós vamos à praia. Paula vai ao supermercado.
Tabela 4 - Regras especiais de concordância verbal
REGRAS ESPECIAIS
Casos Normas Exemplos
O sujeito coletivo no
singular + substantivo
plural.
O verbo pode ficar no singular ou
no plural.
Um grupo de garotos
começou o tumulto.
Um grupo de garotos
começaram o tumulto.
O sujeito é pronome de
tratamento.
O verbo é empregado na 3ª
pessoa.
Vossa Excelência conhece
bem este caso.
Vossas Excelências ouvirão
toda a verdade.
A maioria de, a metade
de, parte de + substantivo
plural.
O verbo pode ficar no singular ou
concordar com o substantivo
plural.
A maioria dos brasileiros vive
na pobreza.
A maioria dos brasileiros
vivem na pobreza. (Forma
desprestigiada.)
*Porcentagens
O verbo pode concordar com o
numeral ou com o substantivo a
que a porcentagem se refere.
40% da população apoiam a
política econômica.
40% da população apoia a
política econômica.
REGRAS ESPECIAIS
90% dos alunos foram
aprovados.
*Sujeito composto
anteposto ao verbo
O verbo fica no plural.
O cão e o gato dormiam lado
a lado.
Sujeito composto
posposto ao verbo
O verbo fica no plural ou
concorda com o núcleo mais
próximo.
Viajaram a mãe e a filha.
Viajou a mãe e a filha.
*Pessoas gramaticais
diferentes
O verbo vai para o plural,
observando-se que a 1ª pessoa
prevalece sobre a 2ª e 3ª.
Tu, eu e meus filhos
partiremos hoje.
Sujeito composto
resumido por palavra ou
expressões no singular
O verbo fica no singular
O frio, a fome, o cansaço,
nada o impediu de terminar a
jornada.
Concordância do verbo
ser:
Quando o sujeito
é nome de pessoa
e o predicativo é
nome de coisa.
Nas indicações de
horas, datas,
distâncias.
Nas expressões: é
muito/ é pouco/ é
bastante / é
menos
O verbo fica no singular.
(sujeito sempre prevalece
sobre objeto ou
abstração.).
A concordância se fará
com a expressão
numérica.
Concordam com o
predicativo do sujeito
Vitor era as alegrias
da casa.
Manuel era só
lamúrias.
Hoje são 17 de
dezembro.
Daqui ao shopping
são três quilômetros.
Cem metros é muito.
Dois reais é pouco.
Dez quilos é
suficiente.
*Verbo com índice de
indeterminação do
sujeito.
Verbo acompanhado de partícula
se ficará obrigatoriamente no
singular, caso se trate de verbo
intransitivo ou transitivo indireto.
Precisa-se de digitadores.
Vive-se bem aqui.
Voz passiva sintética.
Verbo transitivo direto
acompanhado de pronome
apassivador se concorda com
sujeito.
Vende-se galinha. (Uma
galinha é vendida.)
Vendem-se galinhas.
(Galinhas são vendidas.)
Verbos impessoais Os verbos fazer e haver quando
indicarem passagem de tempo.
Faz um ano que ele se
mudou.
Faz dez anos que ele se
mudou.
REGRAS ESPECIAIS
Em formas compostas, o verbo
auxiliar também será impessoal.
Deverá fazer dez anos que ele
se mudou.
Havia meses que o dólar se
desvalorizava.
O verbo haver, na acepção de
existir.
Há poucas ofertas de
emprego nesta época. (MAS
Existem poucas ofertas de
emprego nesta época.)
Verbos que indicam fenômeno da
natureza: chover, nevar, trovejar
etc.
Choveu meses nas regiões
serranas.
1.14 O ato de escrever
Considerando que o redator só alcança o objetivo de produzir resposta, tornar comum
suas ideias e persuadir se estiver usando um código conhecido do leitor, que é seu
receptor, e que em certas circunstâncias a redação é feita para satisfazer necessidades
curriculares, a pessoa que escreve uma redação escolar ou de vestibular, por exemplo,
não pode esquecer que os examinadores estarão sempre levando em conta os
conhecimentos básicos de Língua Portuguesa, bem como a clareza de raciocínio,
demonstrada no modo como a redação é estruturada.
De forma simplificada, isso significa que toda boa redação deve ter começo, meio e fim.
Cada uma dessas partes deve ter ligação com a parte anterior, para dar unidade (coesão)
ao texto. Não se deve esquecer que o emissor codifica a mensagem que será enviada ao
receptor e que este, ao recebê-la, inicia o processo de decodificação, interpretando-a.
Por isso, é fundamental que os códigos utilizados pelo emissor sejam conhecidos do
receptor. No caso de uma redação, o código (a Língua Portuguesa) deve ser entendido
por todos os que escrevem e leem. Daí, ser uma necessidade básica de quem escreve ter
conhecimentos da Língua Portuguesa.
Tipologia textual
A tipologia textual indica a forma como o sujeito da escrita apreende o objeto do qual
está tratando, essa forma pode ser influenciada pelo próprio objeto. Uma corrida ou
partida de futebol encaminham uma narração, um acidente requer uma descrição, a
defesa de uma postura origina uma dissertação. A divisão tipológica de construção
textual em Narração, Descrição e Dissertação nos possibilita, como emissor da
mensagem/texto, estabelecer a finalidade, o objetivo da mensagem.
Você se lembra de que em nossa trajetória escolar produzíamos textos narrativos,
descritivos e dissertativos? O tema de redação “Minhas férias”, que acompanhou muitos
de nós nas primeiras séries escolares, contemplou a narração, a descrição e a
dissertação. Hoje necessitamos trabalhar com textos diferentes de uma redação escolar.
Além disso, há três tipos de redação: a dissertação, a narração e a descrição. Essa
divisão é meramente didática, pois, em um texto, um único autor pode usar os três tipos
de redação, se julgar que os três gêneros facultam-lhe uma forma mais clara e eficiente
para o que ele quer comunicar. Dificilmente serão encontrados textos puramente
dissertativos, narrativos ou descritivos.
1.15 Texto narrativo, descritivo e dissertativo
Texto narrativo
Narração é uma redação por meio da qual se escreve uma história, uma piada, um conto,
uma novela ou qualquer outro tipo de texto que tenha dois elementos essenciais: ação e
personagem. Quando se trata de uma narração literária, tentar narrar algo de maneira
diferente do que as pessoas costumam imaginar é o primeiro passo para quem pensa em
"escrever bem".
Quem escreve não deve esquecer que "escrever bem" é fazer boas escolhas, ter boas
ideias, é dedicar atenção no trato dos padrões linguísticos já apontados aqui, é ser
criativo procurando sempre ser entendido pelas pessoas que estão lendo o texto escrito.
Lembramos, ainda, que você deve considerar os componentes básicos da narração, já
comentados neste caderno, pois eles o auxiliarão a obter sucesso na escrita de sua
narrativa.
Assim, será sempre importante que as narrativas respondam às seguintes questões:
QUEM? A resposta a esta pergunta aponta o personagem ou os personagens da
narração.
O QUÊ? Conduz ao fato central; é o que se pode chamar de "fio condutor". É como se
fosse a estrutura do enredo (assunto). Na narração, poderíamos simplificar e dizer que
se trata do conteúdo.
QUANDO? É o tempo em que os fatos narradosocorreram.
ONDE? Marca o espaço, o local onde os fatos ocorreram ou estão ocorrendo.
COMO? O enredo, ou seja, o conteúdo baseia-se nas respostas a essa pergunta.
POR QUÊ? As razões, os motivos, as causas que levaram ao fato que se está narrando.
Como podemos ver, a narração carrega, em si, uma ideia de ação, de movimento. É como se
quem narra estivesse acompanhando os fatos no exato momento em que se desenrolam. O
narrador seria, pois, uma espécie de testemunha ocular do que está acontecendo, enquanto
narra.
Ao contarmos um fato na forma oral ou escrita, estamos simplesmente narrando,
assumindo a função de narrador. Narrar é encadear fatos em uma sequência lógica, as
personagens da narração transitam em um determinado espaço e tempo cronológico. Ao
construirmos uma narrativa, devemos considerar que há diferenciações entre a narrativa
oral e a escrita. Em uma narrativa escrita, temos que levar em consideração que há um
código linguístico a ser seguido, ou seja, nossa língua possui formas e regras
estabelecidas.
Exemplo:
O Coveiro
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na
distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não
conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém
atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar,
desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o
silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som
humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só
pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro
gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que
havia: O que é que há?
O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!
Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra
de cima de você, meu pobre mortinho! E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo
cuidadosamente.
(Millôr Fernandes)
Texto dissertativo
Todos nós, em algum momento, já fomos solicitados a dissertar, e em muitos desses
momentos não tínhamos clareza do que isso significava. Ao colocar no papel nossas
ideias e pensamentos, estamos dissertando, ou seja, expondo aquilo que pensamos.
Assim, dissertar ou produzir um texto dissertativo é explicar, avaliar, classificar,
apresentar ideias sobre um determinado assunto, porém essas ideias devem estar
fundamentadas, por isso temos os textos dissertativo-argumentativos. Nesses textos
prevalece o poder de persuasão do emissor, o qual apresenta exemplos, demonstra e
comprova fatos a fim de convencer o receptor/leitor das ideias expostas. Um texto
dissertativo não se confunde com um texto narrativo ou descritivo, à medida que nesses
dois últimos tipos textuais, pessoas, objetos e situações constituem-se os temas.
Agora pense em ARGUMENTAR e CONVENCER. A vida cotidiana traz
constantemente a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões e pontos de
vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma nova
forma de pensar. Em todas essas situações e em muitas outras, utiliza-se a linguagem
para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da
apresentação de ideias, dados e conceitos, chegar a conclusões.
Em suma, dissertar ou escrever uma dissertação implica apresentar uma discussão de
ideias, oferecer argumentação e organização do pensamento, expor a defesa de pontos
de vista, oferecer a descoberta de soluções. É, portanto, necessário que se tenha
conhecimento sobre o assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição
diante dele.
Nas dissertações aceita-se o uso do plural majestático, ou seja, o uso da primeira pessoa
do plural, e, modernamente, passou-se a aceitar o uso da primeira pessoa do singular.
Mas, se você optar pela primeira pessoa do singular, evite "aparecer" no texto, usando
inteligentemente essa escolha como um instrumento argumentativo, fazendo parecer ao
leitor que as ideias expostas por você são de aceitação universal.
A dissertação expõe ideias, defende opiniões, apresenta reflexões sobre essas pessoas,
objetos, situações, sobre fatos concretos etc. Logo, há também uma estrutura que
organiza a produção de textos dissertativos: a introdução, o desenvolvimento e a
conclusão.
Vamos identificar os elementos que compõem essa estrutura?
Introdução: é o início do texto. É a exposição do assunto ou tema que será tratado,
desenvolvido e concluído ao longo da redação. Ela pode ser iniciada por uma citação,
por uma afirmativa ou até mesmo por um questionamento, a fim de despertar o
interesse do leitor.
Desenvolvimento: é o desenrolar do assunto, a parte em que as ideias, as
informações, os conceitos e os argumentos serão desenvolvidos progressivamente.
Conclusão: é a parte final do texto. Uma avaliação final do assunto, um fechamento,
em que o assunto é retomado para ser concluído.
Exemplo:
Sem limites
Não há limites para o imaginário humano. Mesmo em condições adversas, o homem é capaz
de criar representações da realidade, seja com a intenção de mudar uma situação vigente, seja
para sair da rotina monótona do cotidiano ou fugir de uma realidade hostil à vida. Essas
imagens exercem um importante papel na alma humana e vão muito além da conotação
recreativa, elas formam a esperança e, em alguns casos, podem determinar a sobrevivência do
indivíduo.
No filme “A vida é bela”, cujo contexto é o da Segunda Guerra Mundial, um homem,
prisioneiro em um campo de concentração, tece uma gama de imagens positivas e divertidas
para que seu filho, uma criança, pense estar em meio a uma brincadeira. Nesse caso, a fuga da
realidade por meio da inventividade humana, significou o alheamento do indivíduo, mas isso
lhe garantiu a sobrevivência, pois o garoto resiste até o fim para que possa receber sua
recompensa.
No filme “O náufrago”, o personagem interpretado por Tom Hanks imagina uma bola falante
dotada de pensamento, a qual foi dada o nome de Wilson. Essa criação do náufrago evitou que
a solidão o levasse à loucura e ao suicídio até ser resgatado. Ambos os exemplos dados são
substituições da realidade por imagens, visando o “eu”, assim como ocorre na sociedade atual,
em que o individuo cresce, a competição acirra-se e cria-se uma realidade hostil; a fuga torna-
se uma questão de sobrevivência.
Luther King, ao proferir a frase “I have a dream”, referia-se à imagem criada por ele de um
mundo melhor, em que o convívio entre brancos e negos fosse pacífico. A realidade,
entretanto, era marcada por um verdadeiro apartheid, ataques de organizações como a ku
klux klan, numa espécie de caça às bruxas. Após King, muito da intolerância diminuiu.
A imagem criada por um homem salvou o coletivo. Dessa forma, nem somente para fugir da
realidade servem as imagens. Elas exercem papel fundamental na transformação do mundo, o
qual de hostil pode tornar-se melhor, como o conseguido por King.
Fonte: letrasmundosaber.logspot.com/2008/12/texto-dissertativo-argumentativo.html
Elaborar textos dissertativos é uma atividade em que você deve considerar os objetivos do seu
texto e a quem se destina, pois devemos escrever para responder indagações,
questionamentos e posicionamentos que objetivamos inicialmente alcançar.
Texto descritivo
Enquanto, por meio da dissertação, quem escreve defende uma ideia e se posiciona a
respeito do assunto sobre o qual escolheu dissertar, em uma descrição, a ênfase
objetivará com maior detalhe descrever objetos, ambientes, estado de espírito, etc.
O importante da descrição é que quem escreve consiga fazercom que o leitor entenda
claramente aquilo que é descrito. Lembramos que outro fator importante na descrição é
que o redator tenta apenas descrever algo, sem tomar partido, sem se envolver, apenas
descrevendo de modo distanciado o que está observando. Descrever é representar
verbalmente algo ou alguém, a partir de um ponto de vista.
Enfatizamos, ainda, que a descrição "pura" não existe e que descrever é colocar no
papel as características de objetos, de imagens, de locais, de pessoas, da forma mais
próxima possível do real para, assim, o leitor ser capaz de reconstruir o que foi descrito.
É como se o tempo não existisse e o leitor mergulhasse no assunto com a sensação de
que a descrição é atual, não importando o tempo a que ela remete ou em que foi escrita.
Exemplo:
Às 7h30min da manhã, o escritório está vazio; às 8h00, recebe os primeiros funcionários; às
10h00 é uma verdadeira feira [...] (nesse caso, há narrativa, pois há transformação temporal;
os fatos apresentados distribuem-se entre 7h30min e 10h00) (MEDEIROS, 2000, p. 135).
Medeiros (2000, p 135) informa que as etapas para construção de um processo descritivo são:
Pesquisa e seleção dos dados a serem apresentados;
Rascunhar o que se escreve;
Correção – revisão e redação final.
O texto descritivo tem como característica principal a exatidão da comunicação, pois
seu objetivo é esclarecer, informar, comunicar.
1.16 Redação científica
Ao longo do tempo, percebemos que a falta de conhecimento linguístico e de normas
que possam facilitar a vida dos alunos, professores e pesquisadores na elaboração dos
seus trabalhos é uma constante quando se trabalha a língua como pressuposto
científico.
Sendo assim, o principal objetivo da redação científica é fazer com que os trabalhos
comumente realizados em cursos que você realiza sejam feitos por meio da pesquisa e
dos seus embasamentos técnico-científicos, bem como sociais. Para Medeiros (1997, p.
12), apud Câmara Jr. (1978, p. 58): “A leitura exige objetivo preestabelecido, análise,
síntese, reflexão, aplicação do que se leu”.
Ou seja, “Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que quer escrever”. No
curso que está realizando e diante dos textos das aulas, acreditamos que você já
percebeu que “A leitura exige objetivo preestabelecido, análise, síntese, reflexão,
aplicação do que se leu” (MEDEIROS, 1997, p. 12) e temos que concordar com Câmara
Jr. (1978) quando ele afirma que não é possível escrever bem quando não se sabe
exatamente o que se pretende escrever.
Fichamento
O fichamento é um processo utilizado para elaborar fichas de leitura na qual devem
constar as informações mais relevantes de um texto lido. São anotações que servirão
posteriormente para consulta, na elaboração do seu trabalho. Lembramos que
fichamento não é um resumo, mas sim um apontamento das principais ideias contidas
num artigo ou obra lida. É válido ressaltar que o fichamento, segundo Medeiros (1997,
p. 93), é precedido por uma leitura que atenta para o texto. Assim teremos: fichas de
comentário, citação direta, resumo e crítica/analítica. A diferença entre os vários tipos
de fichas é só o seu texto. As fichas compreendem o cabeçalho, referências
bibliográficas, corpo da ficha e local onde se encontra a obra. O cabeçalho engloba
título genérico ou específico e letra indicativa da sequência das fichas, se for utilizar
mais de uma.
Resumo
É a captação da ideia maior do texto, o ponto central. A norma NBR 6028:1990 define
resumo como “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto”. Segundo
Medeiros (1997, p. 142), resumo é "uma apresentação sucinta, compacta dos pontos
mais importantes de um texto".
Resenha
Para Andrade (1995, p. 60), apud Medeiros (1997, p.132), a resenha é um tipo de
trabalho que “exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras
obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de
valor”. Logo, observamos a resenha com algumas condições estruturais: delimitação,
análise textual, temática, interpretativa, problematização e síntese pessoal.
Segundo Santos (2001), as partes essenciais de uma resenha são: identificação da obra
(referência bibliográfica), credenciais do autor, conteúdo (resumo da obra/digesto), a
crítica e a indicação do resenhista. A resenha não é um resumo. Medeiros afirma que
enquanto o resumo não aceita o juízo valorativo, o comentário e a crítica à resenha
exige esse elemento.
Para estruturar uma resenha deve-se compor os seguintes itens: referências
bibliográficas, credenciais do autor, resumo da obra (digesto), apreciação (crítica do
resenhista) e indicações do resenhista.
O estudo dessa tipologia é uma necessidade prática, que atende ao desempenho dos
trabalhos técnicos voltados às áreas comerciais, administrativas e financeiras,
lembrando que redigir é aprender manusear a língua (viva) como essência material na
linguagem, seja técnica ou científica.
1.17 Textos técnicos e de instrução
Mensagem eletrônica (e-mail)
As mensagens eletrônicas, que também podem ter cunho técnico-administrativo, estão
sendo muito usadas atualmente, e a celeridade de sua circulação requer cuidados quando
utilizadas para fins profissionais. O emissor da mensagem deve atentar para sua clareza,
coerência e coesão, não se esquecendo do uso de uma linguagem padrão, formal, uma
vez que nas mensagens eletrônicas institucionais e profissionais não cabem
abreviaturas, gírias, linguagem coloquial, tal qual usamos em mensagens eletrônicas
pessoais.
Convocação
A convocação é uma produção textual utilizada para convocar, chamar, convidar
alguém para uma reunião, encontro. É necessário especificar o local, a hora, a data e o
objetivo da convocação, a exemplo da pauta de uma reunião ou assembleia.
Ata
É um texto elaborado a partir de relatos, fatos, deliberações ocorridos em uma reunião,
encontro, assembleia. Suas principais características são:
Texto constituído sem parágrafos, emendas ou rasuras, uma vez que a ata é um
documento, não se admitindo modificações posteriores. Caso seja necessária alguma
alteração, deve-se usar a expressão “Em tempo:”, com a anuência do presidente;
Números são grafados por extenso;
O texto poderá ser manuscrito em livro próprio para este fim ou digitado, este último
com numeração para cada ata;
A ata deverá ser assinada, obrigatoriamente, pelo presidente da reunião e pelo
secretário desta. Poderá ser assinada pelos demais presentes à reunião, desde que
necessário;
Obrigatoriamente, o texto/ata deverá conter dia, mês, ano e hora da reunião, grafados
por extenso; local da reunião; relação nominal dos presentes à reunião; pauta (ordem
do dia) e o fecho da ata
Memorando
É um documento que objetiva a comunicação interna entre setores ou departamentos de
uma mesma instituição ou empresa. A celeridade da comunicação é uma característica
dessa redação. Sua estrutura consiste em:
Destinatário (nome ou cargo/função)
Emissor (nome ou cargo/função)
Assunto: sobre o que o memorando está tratando
Data
Mensagem em si
Fechamento
Assinatura
Requerimento
É um texto produzido com a finalidade de solicitar, requerer algo dentro de uma mesma
instituição pública ou privada. Esse documento é elaborado quando se tem a presunção
de que a solicitação tem amparo legal. Como exemplo, tomemos a solicitação, via
requerimento, da licença-maternidade.
Declaração
É um documento em que se declara, conceitua, ou explica algo a alguém. Quando
queremos comprovar que estamos estudando em determinada instituição, por exemplo,
solicitamos da secretaria escolar uma declaração de que estamos matriculados.
Procuração
Documento utilizado para que uma pessoa represente outra, legalmente. Nesse
documento, delimitamos ou constituímos amplos poderes, ou seja, delegamos poderes
aoprocurador para realizar atos quando estiver nos representando. A procuração pode
ser simples, redigida de próprio punho ou digitada, ou ainda feita em cartório, também
conhecida como procuração pública. É importante ressaltar que a procuração, tal qual a
ata, deve ser redigida sem parágrafos, uma vez que não são permitidas emendas ou
rasuras. Ela só terá validade se a assinatura for reconhecida em cartório. Isso vale para
os dois tipos de procuração, a simples e a pública.
Ofício
Documento de uso exclusivo de órgãos públicos, uma vez que os assuntos tratados
nesse documento são sempre oficiais, logo ele pode ser emitido somente por órgãos
públicos, porém o destinatário poderá ser a própria administração pública ou
empresa/instituição particular. Por se tratar de um documento oficial, deve ser redigido
em papel timbrado. Instituições ou empresas particulares utilizam a carta comercial para
se comunicarem com outras empresas ou com a administração pública, uma vez que não
podem utilizar o ofício.
Relatório administrativo
Com o intuito de comunicar algo a alguém, o relatório administrativo é um relato,
opinião/ponto de vista do autor acerca de fato, ação ou ocorrência administrativa. Sua
organização consiste em introdução do assunto, desenvolvimento minucioso das
ideias/fatos/ocorrências elencadas na introdução e conclusão do que foi exposto, com
possíveis recomendações.
1.18 Formas de discurso
Discurso direto
É aquele em que o autor reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
Uso, especificamente para introduzir os diálogos, dos seguintes sinais de pontuação:
dois-pontos e travessão.
Como exemplo de discurso direto, observe o trecho abaixo retirado do livro Contos da
Floresta:
"Então o velho falou para a velha:
- Não sei por que todos foram embora, mas não vamos sair daqui. Esse é nosso lugar e
onde morreremos, quando chegar nossa hora.
- Sim, meu velho, você tem razão, nada nos fará sair daqui."
Yaguarê Yamã - Contos da floresta
Discurso indireto
É aquele em que o narrador reproduz com suas próprias palavras aquilo que escutou de outra
pessoa ou leu sobre ela. No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação que
introduzem o diálogo e usamos conjunções: que, se, como, etc.
Agora perceba como ficaria o mesmo texto, visto no exemplo interior, caso o discurso fosse
indireto:
"O velho falou para a velha que não sabia por que todos tinham ido embora, mas não queria
sair de lá. Disse que aquele era o lugar deles, onde morreriam quando chegasse a hora. A
velha concordou dizendo que nada faria eles saírem de lá.".
Discurso indireto livre
É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de
orações.
1.19 Vídeo: tipologia textual
Agora que você já conhece as formas de discurso e modelos de escrita, chegou a hora de
explorar um pouco mais sobre os diferentes tipos de texto. Para isso, assista ao vídeo a
seguir, nele são apresentadas e exemplificadas as duas tipologias textuais (expositiva e
injuntiva), assim como suas definições e subclassificações.
Olá, estudantes, sejam bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de redação aqui do
aulalivre.net. Eu sou professora Aline e o nosso tema de hoje serão tipos textuais,
alguns tipos de textos que nós vamos conhecer na aula de hoje.
Bom, o primeiro tipo de texto será o texto expositivo. O próprio nome já vai nos dizer a
que ele se destina: a expor. É um texto que informa o receptor de temas de interesse,
tentando responder a um “o quê?”, “como?”, “por quê?”. Também apresenta uma série
de ideias que esclarece ou explica conceitos e argumentos. Nós temos aí como principal
característica desse tipo de texto, o expositivo, a informação. É um texto e que nos
informar sobre algum aspecto.
Para explicar, o emitente deve considerar alguns aspectos essenciais. Então, como
produzir esse tipo de texto? Nós temos que observar:
A natureza da informação ou mensagem, ou seja, que conhecimento e
informação nós vamos transmitir.
O tipo de receptor, quem é que vai ler esse texto, qual será o leitor do meu texto.
Objetividade. Tenho que ser objetivo ao escrever, as ideias têm que ser escritas
de forma clara.
Lacuna de conhecimento entre o emissor e o receptor, ou seja, eu tenho que
observar a distância, se algumas informações daquele texto vão estar completas
ou não para que meu leitor possa entender perfeitamente a informação que eu
quero passar.
Temos também que observar a questão da coerência e coesão, que nós já vimos
aí nos elementos da aula anterior. Coerência seria a questão de nós não nos
contradizermos, nós falarmos de forma coerente, ou seja, termos ali um discurso
que se completa ao longo da fala ou ao longo da escrita. E também a coesão, que
são aquelas palavras, conectivos, preposições, que ajudam a fazer a ligação entre
palavras, orações.
Bem, esse tipo de texto, o texto expositivo, eles são característicos da ciência,
jornalismo, negócios, artigos, relatórios, resumos, etc. Então, são textos que são
utilizados, em sua maioria, por esses aspectos.
Eles podem cobrir vários temas, tais como descobertas, notícias, eventos
especiais, personalidades ,evolução da tecnologia, da medicina, ou seja, os
veículos que podem conter esse tipo de texto podem ser a internet, pode ser
revistas, jornais, enfim, são amplos os veículos que abarcam esse tipo de texto.
Vamos ver a estrutura geral. Esse texto possui uma introdução. Nesta introdução, vai
responder “como?”, que fato é esse que eu quero mostrar. No desenvolvimento, nós
vamos esclarecer, explicar, exemplificar este fato e vamos responder “por quê?”, por
que aconteceu isso. E a conclusão será a parte final, vou recapitular o tema, você pode
apresentar recomendações ou pedidos. Vamos pensar numa notícia. Como seria essa
introdução? Nós vamos responder as perguntas iniciais: que fato aconteceu?, o que nós
vamos noticiar?, quando?, onde? Ali no desenvolvimento, nós vamos explicar mais
detalhadamente aquele fato, em que circunstâncias, as possíveis causas, consequências.
E na conclusão, podemos finalizar, trazendo como está sendo estudado esse caso, o que
já foi concluído, qual o prosseguimento que estão dando para as ações daquela notícia.
Temos aqui recursos linguísticos também que estão presentes nos textos expositivos.
Nós temos:
Presença de frases explicativas.
Vocábulo claro e específico.
Tempo presente do indicativo.
Consideração do tipo de receptor e a situação comunicativa.
A incorporação de palavras distintas.
Descrição de recursos para facilitar a explicação do assunto.
Bom, exemplo de textos dispositivos. Nós podemos ter: um aviso, uma receita, a
descrição de um objeto ou pessoa, um relatório, uma notícia. São variados os textos
expositivos. Vejamos aqui o exemplo de um aviso, que é um texto que às vezes é pouco
comum para algumas pessoas. Como fazer um aviso? Nós temos aqui um exemplo:
(símbolo da instituição)
Fundação Alcântara Machado Avisonº 123/00
Concurso Vestibular 2009
A Comissão Permanente do Vestibular da Fundação Alcântara Machado solicita que
todos os candidatos compareçam aos locais de prova com 1 (uma) hora de antecedência
para o início das provas.
Rio de Janeiro, 24 de julho de 2009.
(Assinatura do presidente da comissão)
Em cima, no primeiro momento, nós temos o símbolo da instituição, a logomarca ou
logotipo. Aqui nós temos apresentação, Fundação Alcântara Machado, aviso número e o
assunto, que é o concurso vestibular. Neste caso, que nós temos o corpo do aviso, ou
seja, o texto, aquilo que quero avisar. Neste caso, ele está solicitando aos candidatos que
compareceram aos locais de prova comuma hora de antecedência. Para finalizar, nós
temos aí o local, a data e a assinatura do presidente da comissão. Aqui nós temos um
texto expositivo denominado “aviso”.
Temos aqui também um texto expositivo que é uma receita. Nesse caso, o escondidinho
de carne seca:
Modo de preparo
Purê de mandioca: Em uma panela, colocar a manteiga, o sal, a mandioca e o leite.
Depois de bem misturado colocar o creme de leite deixar reservado.
Carne Seca: Em uma panela colocar a carne seca, o bacon, o pimentão, o dente de alho,
o tomate, a cebola, o cheiro verde, o molho de pimenta e refogar bem em fogo médio
(não colocar sal). Colocar em um refratário ou forma. Acrescentar por cima o purê, o
requeijão e o queijo ralado. Levar ao forno em fogo baixo por aproximadamente 30
minutos.
A característica da receita é expor ali os ingredientes que levam essa receita e a forma
como nós vamos preparar esses ingredientes. Portanto, a receita também é considerada
um tipo de texto expositivo.
Agora, o texto injuntivo. O texto injuntivo vai indicar uma ação, ou seja, algo que
deverá ser realizado. Ele também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Vejamos então. Como é linguagem desse tipo de texto? Objetiva,
simples. Nós vamos ter o uso de verbos no modo imperativo, seja indicando ordem ou
pedido, mas também temos o uso do infinitivo e do futuro do presente. Vamos ver
exemplos aqui: previsões do tempo, receitas culinárias (além de ser expositivas também
podem ser classificadas como injuntivas), manuais, leis, bulas de remédio, convenções,
regras e eventos.
Temos aí dentro dos textos injuntivos uma classificação. O texto prescritivo nos remete
a uma noção de prescrever, ou seja, algo que deve ser cumprido à risca, com instruções
nós devemos acatar ou obedecer. Temos como exemplos desse tipo de texto prescritivo:
as cláusulas regidas de um contrato, ou seja, que vão ser acatadas e obedecidas ao longo
do contrato; as regras proferidas mediante os pressupostos gramaticais, ou seja, as
regras gramaticais em que nós acatamos essas regras e aplicamos no nossos textos; as
instruções nos editais de concursos; os discursos; e também as questões dos textos dos
artigos da nossa Constituição. Todos esses são exemplos de textos injuntivos e
prescritivos.
Temos aqui um exemplo manual de instruções, que é um texto que muitas vezes nós
tomamos contato e não sabemos denominar. É é um texto injuntivo, ou seja, ele vai nos
instruir a algo. Manual de Instruções “Instalação: Prefira sempre os serviços da Rede de
Assistência Técnica Brastemp para realizar desde a instalação até a manutenção de seus
produtos com tranquilidade e segurança.
1º passo: Veja se a tomada onde o produto será instalado tem o novo padrão plugue,
segundo o INMETRO.
2º passo: Verifique se a tensão da rede elétrica no local de instalação é a mesma
indicada na etiqueta do plugue da sua lavadora.
3º passo: Verifique se o local de instalação possui as condições adequadas indicadas no
Manual do Consumidor.
- A mangueira de saída deve ser instalada no tanque (utilizando a curva plástica) ou em
um cano exclusivo para o escoamento, com diâmetro mínimo de 5 cm. O final da
mangueira deve estar a uma altura de 0,85 a 1,20 m para o correto funcionamento da
Lavadora (...)”
Neste caso aqui, nós temos a questão da instalação, todos os passos que devemos seguir
para instalar essa máquina e a conclusão que deverá nos dizer a questão da medida,
como eu devo instalar, como estará localizada. Então são textos que nós temos que ler
com muita atenção e seguir os passos para ter o resultado que o texto propõe aqui.
Bem essa foi a nossa aula sobre tipos de textos. Espero que vocês tenham conhecido
esses tipos, que geralmente não são muito mencionadas nos livros, mas que nós
trouxemos aqui para ampliar o conhecimento de vocês. Bons estudos e até a próxima
aula.
1.21 Como Redigir: Bilhete e Correio Eletrônico (E-
mail)
O que é específico na redação de textos empresariais e oficiais?
Esses tipos de escrita são atividades com formas de atuação e objetivos bastante
específicos, têm estilos e características próprias, o que as distingue sobremaneira de
redações literárias. A linguagem da redação de documentos considera, principalmente, a
objetividade, a eficácia e a exatidão dos informes.
Usa-se para tal a linguagem denotativa (sentido real das palavras), estrutura simples,
paragrafação clara e objetiva. Isso não quer dizer que não devamos preocupar-nos com a
estética tanto da linguagem quanto do documento em geral, pelo contrário, isso é
primordial para uma boa comunicação. Quando alguém recebe uma comunicação por
nós enviada, está também recebendo uma imagem de nós mesmos por aquilo que
escrevemos.
É bastante comum as empresas ofertarem treinamento para os funcionários responsáveis
pela confecção de comunicação. Essa atitude mostra preocupação com a imagem da
empresa, pois as pessoas responsáveis pela escrita não podem cometer erros de
gramática, de vocabulário ou de estrutura textual.
Redação empresarial
A redação empresarial é um meio de se estabelecer comunicação entre pessoas por meio
de papéis, cartas ou outros documentos. É o conjunto de instrumentos de comunicação
escrita: cartas, bilhetes, memorandos, ofícios, requerimentos, contratos. Esse tipo de
comunicação é utilizado por empresas, indústria e comércio, com o objetivo de iniciar,
manter ou encerrar transações.
A redação empresarial e a correspondência ou redação oficial, às vezes, confundem-se
porque se inter-relacionam e unem os objetivos e interesses do comércio, indústria e
bancos. Daí pode-se denominar de empresarial ou oficial a reunião dessas comunicações
(comerciais, empresariais e bancárias).
Correspondência oficial ou redação oficial?
A correspondência oficial é o meio de que as pessoas se utilizam para manter as
relações de serviço na administração pública direta ou indireta, nos âmbitos federal,
estadual ou municipal. Assim, redação oficial é a maneira de redigir a correspondência
dos mais diversificados objetos de serviços, nos órgãos públicos.
Como redigir
As palavras integram a maior parte das situações que vivemos e, geralmente, expressam
o que sentimos. Daí a importância de uma escrita clara e objetiva, ainda mais quando o
nosso objeto é a redação empresarial ou oficial. A partir deste encontro, vamos aprender
a produzir alguns gêneros textuais que circulam nas esferas sociais de empresas
privadas e públicas, para ilustração de sua linguagem e características. Perceba em cada
um deles sua finalidade, o perfil de seus interlocutores, sua estrutura e, ainda, o suporte
no qual pode ou deve ser veiculado.
Comecemos, então, a nossa produção textual por dois gêneros de uso habitual na
comunicação empresarial e oficial: o bilhete e o correio eletrônico ou e-mail.
Bilhete
É um gênero usado para comunicações breves; atualmente, está sendo substituído pelo
e-mail. De uma forma ou de outra, há que se ter atenção para ser utilizado o padrão
culto da língua. Não se deve esquecer o destinatário e a assinatura no bilhete. É um
gênero textual que pode ter significados diversos, pois pode ser um tipo de documento
de valor comprovado, ou um breve recado escrito para alguém.
Alguns podem ter código de barras ou uma tarja magnética para armazenar dados nele
contidos.
Exemplos:
Bilhete de loteria, que dá direito a concorrer a sorteios;
Bilhete ferroviário, que é impresso e dá direito a viajar em transportes coletivos;
Bilhete rodoviário, que comprova a efetuação de pagamento;
Bilhete escolar;
Bilhete (ingresso).
Correio eletrônico ou e-mail
O correio eletrônico ("e-mail"), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na
principal forma de comunicação para transmissão de documentos. Um dos atrativos de
comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, nãointeressa definir
forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem
incompatível com uma comunicação empresarial.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico (mensagem) deve ser preenchido
de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do
remetente. Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,
preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo
deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja
disponível, deve constar na mensagem o pedido para confirmação de recebimento. Nos
termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
documental, e, para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
1.22 Mala direta e Release
Mala Direta
É um tipo de correspondência que atinge um número grande de pessoas. Deve ter
linguagem simples, clara e objetiva, pois se destina a públicos diferentes, de diferentes
classes sociais, objetivos e campos de atuação.
Exemplo de Mala Direta
Release
O release é um material informativo distribuído entre jornalistas antes de eventos,
solenidades, entrevistas, lançamento de filmes, livros, etc. Normalmente, traz
informações sobre fatos, programas ou assuntos para os quais se quer atenção da mídia.
Exemplo de release:
Sala de Imprensa
Release
Refletir sobre dados abertos e democracia na era digital é uma das metas do IV Consegi.
O Evento convoca representantes de governos, movimentos sociais, hackativistas,
pesquisadores e estudantes para o encontro gratuito, em maio.
A onda de abertura de dados governamentais e debates sobre o direito do acesso à
informação pública pelo mundo já chegou ao Brasil e movimenta poder público,
hackativistas, profissionais de tecnologia, comunidades e pesquisadores. Para reunir
essas peças chaves e especialistas nacionais e internacionais, o IV Congresso
Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi) oferecerá palestras,
oficinas e debates, de 11 a 13 de maio, na Escola de Administração Fazendária (Esaf),
em Brasília.
Entre os destaques do evento, está confirmada a participação do professor Nigel
Shadbolt, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, que liderou com Tim
Berners-Lee (um dos criadores da Web) o desenvolvimento do data.gov.uk, projeto do
governo britânico para abrir quase todos os dados do setor público, desde estatísticas de
tráfego a números de crimes para livre reutilização. O modelo é apontado como um dos
mais avançados do mundo, junto com iniciativas dos Estados Unidos (data.gov),
Espanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
A programação do Consegi 2011 divide-se em oito eixos temáticos, terá mais de 100
palestras e 70 oficinas. As inscrições pelo sítio www.consegi.gov.br já estão abertas e
são gratuitas. Neste ano, são esperadas mais inscrições do que no ano passado, quando
foram 6,5 mil inscritos incluindo 600 estudantes dos cursos de tecnologia de Institutos e
Universidades Federais e Estaduais. As caravanas poderão acampar no Jardim Botânico
de Brasília,que fica ao lado da Esaf, com infraestrutura disponibilizada pelo Consegi.
Os interessados em organizar caravanas devem fazer a reserva, até 4 de abril, pelo e-
mail: caravanasconsegi@serpro.gov.br.
Eixos temáticos
A tônica da programação continua sendo o software livre e a evolução do governo
eletrônico, assim como a cooperação e compartilhamento de conhecimento entre entes
da Administração Pública, comunidades e países vizinhos.
As oito trilhas temáticas abordam, além de dados abertos, assuntos como gestão de
Tecnologia da Comunicação e Informação (TIC), e-democracia, multimídia,
mobilidade, interoperabilidade, políticas de desenvolvimento tecnológico, educação e
inclusão digital.
Consegi 2011
O Consegi é uma realização conjunta do Ministério da Fazenda e Esaf, com patrocínio
do Serpro, Itaipu Binacional, BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e
Sebrae, além de parceria com a Presidência da República, Ministério das Relações
Exteriores (MRE), Ministério da Educação (MEC), Telebrás, Governo do Distrito
Federal e outras instituições públicas.
Informações para Imprensa
Jornalista: João da Silva
Telefone: (xx) xxxx-xxxx
email: release@release.gov.b
Fonte: www.consegi.gov.br
1.23 Convite e convocação
Convite
O convite é um meio de comunicação pelo qual podemos pedir o comparecimento de
alguém a alguma cerimônia. A convocação, em última instância, passa a ser outro
instrumento de comunicação, que parece mais formal do que o convite e, de certa
forma, exige a presença do convidado. Quando usar a formalidade? A quem se dirigir?
Essas são algumas das questões que formulamos quando pensamos em fazer um convite
ou convocação. O convite é menos formal, enquanto a convocação pede formalidade.
No segundo caso, quem recebe a mensagem não se deve desobrigar do comparecimento
ao evento (reunião). O convite é de livre aceitação.
Exemplo de convite
Exemplo de convocação
CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO PARA REPRESENTANTES DOS
EMPREGADOS NA CIPA
Ficam convocados os empregados desta Empresa para eleição dos membros da
“Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA”, de acordo com a Norma
Regulamentadora – NR 05 atual, baixada pelo Ministério do Trabalho, a ser realizada,
em escrutínio secreto, no dia _______ às _______ horas, no
_____________________(local).
Apresentaram-se e, serão votados os seguintes candidatos: ..........(nome dos candidatos
da cédula de votação).
Data ______________
(assinatura e carimbo do empregador)
ou
(Comissão Eleitoral)
Fonte: www.seconci-pr.com.br
1.24 Carta comercial
A carta comercial é um instrumento de comunicação de que se valem as empresas ou
pessoas no relacionamento comercial. É, também, a imagem de quem a representa.
Portanto, não basta que transmita um conteúdo, mas que o faça de maneira que
impressione bem, por isso é necessário que sua apresentação cause uma impressão de
ordem, organização e competência.
Como em qualquer comunicação, a clareza é uma qualidade imprescindível, pois não se
podem esclarecer as dúvidas de imediato. Além da perda de tempo, pode haver como
consequência, sérios prejuízos financeiros decor rentes de interpretação errônea
motivada pela obscuridade do texto. Então, o mínimo exigido de uma carta é que ela
seja inteligível.
Deve-se, também, usar um vocabulário simples, atual, com os termos bem estruturados
nas frases. No mundo empresarial, tempo é dinheiro; tempo de quem redige e de quem
lê. A carta tem de ser, portanto, concisa, ou seja, deve ter a informação completa com o
menor número de palavras, sem se alongar em introduções ou encerramentos já em
desuso há muito tempo.
A correção gramatical é importante: é necessário tomar cuidado com o emprego dos
pronomes de tratamento que deve ser uniforme, sem que se misture a terceira pessoa
gramatical com a segunda, como já estudamos em uma das aulas anteriores.
Exemplo de carta comercial
Lojas RPDP
Goiânia, 22 de março de 2011.
Senhor diretor:
Confirmamos o recebimento de uma reivindicação de depósito no valor de três mil reais
referente ao mês de fevereiro. Informamos que o valor foi depositado no dia 1o de
março, na agência 0003, conta corrente 3225, Banco dos empresários. Por favor,
solicitamos a verificação do depósito e que o senhor nos comunique a efetivação do
pagamento. Pedimos desculpa, por não termos feito o depósito anteriormente, porém
não possuíamos a sua nova conta bancária.
Agradecemos a sua compreensão e aguardamos o contato.
Atenciosamente,
Amélia de Sousa
Gerente comercial
RPDP e Cia. Ltda.
Empresa deComércio
Av. Brasil, 1200
Goiânia - GO
Fonte: Adaptado de https://brasilescola.uol.com.br/
1.25 Aviso e circular
Aviso
Usado para manter a comunicação social em uma empresa, comunica com objetividade
e eficácia a Rescisão de Contrato de Trabalho (aviso prévio), por exemplo.
Pode ser fixado em local visível ao público ou ser publicado em jornal de grande
circulação.
O aviso pode ser:
De cientificação, notícia, ordem ou prevenção, de texto e formato variados,
transmitida direta ou indiretamente ao destinatário;
Tipo de correspondência, semelhante ao ofício, assinado por ministro de Estado e
dirigido a altas autoridades em assunto de serviço;
Expediente pelo qual um ministro de Estado dá conhecimento, em sua área, de suas
decisões de caráter administrativo e de ordem geral, caso em que o documento não
traz destinatário expresso nem, logicamente, fecho com expressão de cortesia.
(BELTRÃO. 2005)
Atualmente, os avisos são divididos em três tipos distintos:
O tradicional, de caráter geral e feito através da imprensa ou afixado em quadro
próprio, nos locais onde funcionam os serviços públicos (correspondência
multidirecional);
O ministerial, individual ou circular, com aspecto de ofício (correspondência uni ou
multidirecional);
Em fórmula, individual, igual ao utilizado nos escritórios comerciais, industriais e
bancários (correspondência unidirecional). (BELTRÃO. 2005)
Quando com um aviso não se obtiver retorno, entrará em ação a carta, gênero que
estudamos na aula anterior.
Exemplo de aviso - 1
“A aposentadoria do servidor regido pela C.L.T., rompe o vínculo empregatício a partir
do recebimento pela Unidade de Ensino do comunicado de concessão do benefício pelo
INSS, deixando de assinar o ponto, assim como praticar atos pertinentes às atribuições
da função que exercia, não podendo o Diretor da Unidade de Ensino, como
chefe imediato, permitir que ocorra a continuidade do exercício da função.”
Tendo esta Unidade de Ensino recebido, em ___/___/___,o Comprovante de Concessão
de Aposentadoria expedido pelo INSS, com data de ___/___/___, estamos rescindindo
a partir desta última, o Contrato de Trabalho existente entre o CEETEPS e Vossa
Senhoria.
Atenciosamente,
Diretor
Exemplo de aviso - 2
Senhor(a) _____________________(nome do funcionário ou funcionária)
_____________________, pelo presente o notificamos que a partir da data subsequente
da entrega deste, não mais serão utilizados os seus serviços, pela nossa firma e, por
isso, vimos avisá-lo, nos termos e para efeitos do disposto no art. 487 item II - cap. VI -
título IV, do decreto lei n.º 5.452, de primeiro de maio de 1943, (consolidação das
leis do trabalho).
Observações: aviso prévio indenizado
Saudações
Cuiabá,_______de ______________de ______.
Empresa:
CNPJ:
Assinatura
Circular
A circular é um documento noticioso remetido a diferentes pessoas, órgãos ou
entidades. São objetos de circulares as notícias relativas à empresa, de uma forma geral.
É toda comunicação reproduzida em vias, cópias, como documento. Destina-se a
ordenar, avisar ou instruir.
Exemplo de circular
CIRCULAR Nº _______, _______ DE _______ DE _______.
Senhor Secretário:
Comunico a Vossa Excelência que, por determinação do Senhor Governador do Estado
do Paraná, no dia 28 do mês em pauta, dia do Servidor Público, o expediente será
normal nas repartições públicas do Estado. Porém, será considerado ponto facultativo o
dia 1° de novembro, segunda-feira. A medida não abrangerá serviços que, por sua
natureza, não admitem paralisação.
Atenciosamente,
Nome,
Cargo do signatário.
Ao senhor
Nome,
Secretário de Estado _____________________,
Nesta Capital.
Fonte: Site Arquivo Público
1.26 Ofício e procuração
Ofício
O ofício é um documento expedido entre os órgãos de serviços públicos. Entidades
civis, religiosas ou comerciais se utilizam deste termo “ofício” para renomear a carta. É
um documento público expedido por alguém superior para troca de informações de
subalternos e entre a administração e empresas particulares, em caráter oficial.
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, se considerarmos o
aviso oficial e o ofício, ambos:
São modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre
eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades
de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades.
Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da
Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.
(MENDES, 2002)
Quais as partes que compõem o ofício?
1. Cabeçalho ou timbre
2. Índice e número
3. Data
4. Vocativo
5. Introdução
6. Explanação
7. Fecho (despedida e assinatura)
8. Anexo
9. Destinatário
10. Iniciais (redator e datilógrafo/digitador)
Exemplo de Ofício
Prefeitura de Manaus
Rua São Luis, nº 416
CEP 81000-600
(92) 5543-0050
OFÍCIO N.º 3536/2010
Manaus, 20 de julho de 2010.
Senhor Presidente,
Em atenção ao Ofício nº 026/2010, de 26/05/2010, informamos a Vossa Senhoria,
conforme posicionamento da Subsecretaria de Logística desta Secretaria de
Administração, que os serviços serão programados em possível Termo Aditivo, previsto
para o segundo semestre de 2010.
Atenciosamente,
José Almeida
Secretário Municipal de Administração
Ao
Senhor
Antônio Monteiro Cavalcante
Presidente da Associação dos Moradores do Conjunto Habitacional Santa Clara
Rodovia Torquato, s/nº, Conjunto Santa Clara – Bairro Paz
Procuração
Instrumento pelo qual uma pessoa recebe de outra poderes para, em nome dela, praticar
atos ou administrar bens.
A procuração pode ser:
pública: se lavrada em cartório;
particular: se passada de próprio punho pela pessoa que a dá. Mesmo assim esta
deve subordinar-se a certas regras formais para que se identifique como ato
perfeito.
Quem passa a procuração é o mandante, constituinte ou outorgante; e quem recebe o
mandato é o mandatário, procurador ou outorgado.
Substabelecer: nomear como substituto; transferir a outrem a procuração
recebida de alguém.
Outorgar: conceder, dar; declarar em escritura pública.
Exemplo de Procuração
Na procuração, deve ficar claro o objeto, ou seja, deve-se colocar todas as atribuições
do outorgado para que problemas futuros sejam evitados.
Eu,_________________________ portador da RG n.o _____________ órgão emissor
________, Brasileiro, solteiro e domiciliado na rua ________________________, no
____, apto____, bairro _________________________, na cidade de
_____________________, estado do (a)___________, nomeio e constituo o meu
bastante procurador ____________
_______________, portador da RG no ____________, órgão emissor _______,
Brasileiro, solteiro residente e domiciliado na rua _________________________, bairro
____________________, n.o_____, apto____, na cidade de ______________________,
no estado do(a)______________, para______________ junto ao __________________.
Cidade , ____/____/____
Ass.________________________________________________________.
1.27 Ata
O que é uma ata?
É um documento em que se registram as ocorrências de uma reunião. É um ato de
registro. A ata pode ser manuscrita em livro próprio ou digitada em folhas numeradas.
Como fazer uma ata?
A ata pode ser manuscrita em livro próprio ou digitada em folhas numeradas. Todas as
folhas devem ser rubricadas pelos participantes e pelo presidente da reunião. É
importante que se saiba da obrigatoriedade da assinatura do secretário e do presidente,
os demais participantes da reunião assinam a ata se for o caso.
O texto deve ser escrito em linhas corridas, sem rasuras e emendas. Se isso ocorrer,
deve-se escrever "digo" e em seguida grafa-se o termoexato. "Aos dezessete de julho,
digo, junho, de 2006...".
Abre-se somente o parágrafo inicial. Não se devem utilizar números, a escrita deve ser
feita por extenso. O tempo verbal a ser usado é o pretérito perfeito do indicativo
(ontem). Deve-se ser objetivo. Se o secretário for nomeado no momento da reunião,
deve-se usar o termo "ad hoc", que significa que o secretário só o é para aquela
ocasião. Se, por um acaso, a ata contiver um erro e este só for observado após a
digitação ou o término da grafia, deve-se, antes de se encerrar a ata com assinatura do
presidente da reunião, colocar a expressão "em tempo: onde se lê... leia-se..."
Termo de abertura
Este livro contém X folhas numeradas e rubricadas por mim, (nome do secretário), e
destina-se ao registro de Atas das reuniões de (colocar o nome condomínio, empresa).
Termo de encerramento
Eu, (nome do secretário), Secretário de (colocar o nome do condomínio, empresa),
declaro encerrado este livro de atas/declaro encerrada esta ata de reunião.
Exemplo de ata formal
Ata da Décima Reunião da Diretoria da Empresa ABC
Aos dezenove dias do mês de outubro de dois mil e dez, às oito horas, na sala de
reuniões da Empresa ABC, sito na Avenida Batel, número quinhentos e trinta, Curitiba,
Estado do Paraná, sob a presidência da Srta. Meire Santos, estando presentes as sócias
Andresa Pereira, Mara Lucia Bin e Silvana Vasconcelos. A Srta. Meire Santos abriu os
trabalhos solicitando a Srta. Andresa Pereira que secretariasse a reunião e, de imediato
lesse a ata da reunião anterior, que foi aprovada sem ressalvas. Pauta: A) Projeto de
marketing para 2005. Em seguida a Srta. Andressa Dellabona leu o projeto de
marketing para o ano de 2005, que foi aprovado e assinado pelos membros presentes. B)
Relatório de custos de setembro. Após a Srta. Andresa Dellabona apresentou relatório
de custos referente o mês de setembro de 2004. C) Contratação de funcionários. A
gerente de RH Srta. Silvana Vasconcelos solicitou a contratação de mais uma secretária,
aprovada a contratação por unanimidade. D) Orçamento para festa de encerramento
do ano 2004. A Srta. Mara Lucia Bin apresentou orçamento para realização da festa de
fim de ano que será no dia dezoito de dezembro de dois mil e quatro, no restaurante
Toscana em Santa Felicidade. O orçamento foi aprovado e assinado pelos membros
presentes. Sendo assim, e nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, e eu,
Andresa Pereira, secretária ad hoc, lavrei a presente ata, que, após lida e aprovada, será
assinada por todos os presentes. Curitiba, dezenove de outubro de dois mil e dez.
(Seguem-se as assinaturas).
Meire Santos – Presidente
Andressa Pereira – Secretária
Exemplo de ata informal
Ata da Reunião da Diretoria da Reality
Ata número: 101 do dia 23-11-2010 às 10h30.
Local: Av. Batel, 50 – Batel – Curitiba – PR
Presidente: Maria Barth Secretária: Andressa Dos Santos
Presentes: Mara Lúcia Bin, Joana da Silva, Carmem de Souza
Pauta e deliberações:
1. Apresentação do projeto para jornal informativo. O modelo apresentado
ficou sob a responsabilidade da Sra. Mara Lúcia Bin, que fará as devidas
alterações.
2. Compra de dois computadores. A Sra. Carmem solicitou a compra de dois
computadores, um para o setor de marketing e outro para a recepção. Aprovada
a compra dos dois equipamentos. A compra será feita pelosetor do CPD através
de três orçamentos.
Encerramento: 11h30 do dia 23-11-2010.
Assinaturas:
1.28 Contrato
Documento por meio do qual se estabelecem acordos entre pessoas ou entidades. A
partir de um contrato existe algum direito ou obrigação entre as partes interessadas.
Quando se faz um contrato?
Quando da compra e venda de bilhetes de loteria ou passagem, em caso de matrícula em
uma instituição de ensino, casamentos, prestação de serviços, compra e venda em gera,
locações etc.
O que deve constar em um contrato?
O que gerou a negociação? Detalhes
Quais os direitos e deveres dos contratantes?
Quais as penalidades, se o contrato for quebrado?
Quais os prazos de pagamento, entrega, juros?
Onde residem os contratantes?
Qual o foro para esclarecimento de dúvidas?
Quando e onde foi firmado o contrato?
Quem assina?
Precisa de registro em cartório?
Quanto à forma, um contrato pode ser:
Solene: de acordo com a forma prescrita na lei. Exemplo:
testamento, casamento.
Não solene: quando não segue uma forma de existir prescrita na lei. Exemplo:
contrato de compra e venda.
Quanto ao modo de existir, um contrato pode ser:
Principal: não depende de outro para existir. Exemplo: contrato de locação.
Acessório: depende de outro para existir. Exemplo: contrato de fiança.
Quanto à natureza, um contrato pode ser:
Gratuito ou unilateral: quando a despesa acontece somente para um dos
contratantes. Exemplo: doação, empréstimo.
Oneroso ou bilateral: quando gera gastos para ambas as partes. Exemplo:
compra de um imóvel.
Exemplo de Contrato
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS
Pelo presente instrumento particular, ________________ CGC ______________
estabelecida _____________________________, e aqui denominada CONTRATADA
e _______________________, CPF/CGC: ______________________, RG/IE:
________________, estabelecido a ______________________________, aqui
denominado CONTRATANTE, têm entre si justo e contratado o seguinte:
I – DO OBJETO DO CONTRATO
O presente contrato tem como objeto a formulação do conjunto de páginas eletrônicas e
gráficas, aqui denominado simplesmente por ”SITE” ou “HOME PAGE”, para uso
exclusivo na Internet, com referência institucionais da CONTRATANTE,
demonstrando os seus produtos, serviços e tecnologia. Também incluso a prestação de
serviço referente à manutenção deste “SITE”.
II - DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA
A CONTRATRADA se obriga a desenvolver o objeto deste contrato da maneira mais
adequada e dinâmica, dando ênfase a marca e a qualidade dos produtos e serviços da
CONTRATANTE. Faz parte ainda os seguintes serviços a serem executados pela
CONTRATADA:
Elaboração do projeto gráfico e fluxo das informações;
Programação das páginas em HTML;
Programação das páginas em ASP;
Programação dos bancos de dados necessários;
Manutenção do “SITE” assim que as partes acharem necessário.
III - DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE
Ficará sobre responsabilidade da CONTRATANTE, a entrega de todo o material
necessário para execução dos trabalhos ora tais como:
Fotos e imagens a serem adicionadas nas páginas;
Textos descritivos;
Logotipo.
O CONTRATANTE deverá efetuar corretamente os pagamentos à CONTRATADA,
segundo item V.
IV - DA MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS
A CONTRATADA através da manutenção dos serviços, sendo Preventivo e/ou
Corretivo, manterá o “SITE” em condições de navegabilidade, efetuando os necessários
ajustes, configurações e reparos visuais.
1º. Somente os técnicos da CONTRATADA poderão executar serviços técnicos
preventivos e ou corretivos, a que se refere esta cláusula.
2º. A manutenção dos serviços aqui contratados não incluem:
Os serviços adicionais aos mencionados neste contrato;
Elaboração e construção de bancos de dados extras;
Produção de fotos;
Produção de vídeos;
Configuração de estação de usuário da Internet;
Problemas apresentados nos equipamentos de comunicação, tais como modems
e cabos de redes;
Problemas apresentados em consequência da presença de vírus no equipamento;
Problemas apresentados em consequência de software defeituosos, mal
instalados ou mal configurados;
Criação de novas páginas ou alterações de layout diferenciado para o “SITE” do
CONTRATANTE;
Problemas que não estão ligados diretamente à ___________________(nome da
empresa contratada).
3º. A CONTRATADA se reserva no direto de inserir uma pequena imagem de
aproximadamente 70x40 pixels na página principal da CONTRATANTEcom a
seguinte descrição:
“____________________”.
4º. A CONTRATADA se compromete a cadastrar o “SITE” do CONTRATANTE nos
principais “SITES” de busca nacionais e internacionais.
V - PREÇO E FORMA DE PAGAMENTO
Para os serviços de construção, manutenção e inclusão do “SITE”, objeto deste contrato,
ora estipulado terá um custo no valor de:
- Construção: R$ ____________
Uma vez que a CONTRATADA cumpra todos os requisitos, o CONTRATANTE
efetuará o pagamento do serviço prestado de construção do “SITE” da seguinte forma:
(forma de pagamento)
- Manutenção: R$ ____________________, a serem pagos da seguinte forma:
- (forma de pagamento)
VI - DA RESCISÃO DO CONTRATUAL
O presente contrato poderá ser rescindido pelo CONTRATANTE, sem ônus algum,
quando:
A CONTRATADA não executar os serviços solicitados pelo CONTRATANTE,
e que estejam de acordo com as ANOTAÇÕES cláusulas deste contrato.
Quando a CONTRATADA descumprir alguma das cláusulas deste contrato.
O presente contrato poderá ser rescindido pela CONTRATADA, quando:
O CONTRATANTE na hipótese de inadimplência das obrigações ora assumidas,
devendo a parte inocente notificar a parte culpada a sanar sua falha no prazo de 30 dias,
após isso, não sanada a dívida, a CONTRATADA não efetuará qualquer tipo de
trabalho para o CONTRATANTE.
VII - PRAZO DE VIGÊNCIA DO PRESENTE CONTRATO
Com exceção dos serviços de implantação do sistema o presente contrato vigorará por
prazo determinado de 1 (um) ano, podendo ser renovado posteriormente. E, por assim
estarem justos e contratados, firmam o presente contrato em duas vias de igual teor e
forma,
São Paulo, ____ de ________ de _____.
Assinam CONTRATADA e CONTRATANTE.
1.29 Edital
Esta comunicação tem a finalidade de convocar, avisar ou informar. Deve ser afixado
em local visível e publicado em jornais de grande circulação, pois se trata de um
documento cujo teor não se pode desconhecer.
Pode ser dividido em:
Edital de concorrência;
Edital de concurso;
Edital de convocação;
Edital de leilão.
Como é um Edital de Convocação?
Exemplo de Convocação
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA PARA
ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA APAE DE ----------------------
A APAE de ____________________, com sede nesta cidade, na rua ______________,
no ______, bairro ____________, através de sua Diretoria Executiva, devidamente
representada por seu Presidente Sr. (a) ________________________, CONVOCA
através do presente edital, todos os associados contribuintes e pais de alunos da APAE,
para Assembleia Geral Ordinária, que será realizada na sede da APAE, às __________
horas, do dia __de __________de 2007, com a seguinte ordem do dia:
1- Apreciação e aprovação do relatório de atividades da gestão 2005/2007.
2- Apreciação e aprovação das contas dos exercícios 2005/2007, mediante parecer do
Conselho Fiscal.
3- Eleição da Diretoria Executiva, Conselho de Administração e Conselho.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA PARA
ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA APAE DE ----------------------
A APAE de ____________________, com sede nesta cidade, na rua ______________,
no ______, bairro ____________, através de sua Diretoria Executiva, devidamente
representada por seu Presidente Sr. (a) ________________________, CONVOCA
através do presente edital, todos os associados contribuintes e pais de alunos da APAE,
para Assembleia Geral Ordinária, que será realizada na sede da APAE, às __________
horas, do dia __de __________de 2007, com a seguinte ordem do dia: Fiscal da APAE
de ___________, em cumprimento ao disposto no artigo 18, “c” e 19 do Estatuto da
APAE de ____________.
4- A inscrição das chapas candidatas deverá ocorrer na Secretaria da APAE até 20 dias
antes da eleição, que se realizará dentre as chapas devidamente inscritas e homologadas
pela comissão eleitoral. (art. 48, § 1º , do Estatuto) .
5- Somente poderão integrar as chapas os concorrentes associados da APAE há pelo
menos 1 (um) ano, preferencialmente com experiência diretiva no Movimento Apaeano,
quites com suas obrigações junto à tesouraria da APAE. (art. 48, § 2º , do Estatuto) .
6- É vedada a participação de funcionários da APAE na Diretoria Executiva, Conselho
de Administração e Conselho Fiscal, ainda que cedidos ou com vínculo empregatício
direto ou indireto. (art. 48, § 6º , do Estatuto)
7- A Assembleia Geral instalar-se-á em primeira convocação às ________horas, com a
presença da maioria dos associados e, em segunda convocação, com qualquer número,
meia hora depois, não exigindo a lei quorum especial (art.17, §2º , do Estatuto).
__________________, _____________, de 2007.
_________________________
(Presidente da APAE)
Fonte: site Apae Brasil
Atente para a linguagem coloquial utilizada no texto, característica marcante da
internet.
Análise do edital do concurso do STJ (Superior Tribunal de Justiça)
Com a palavra Tiago Gomes
O edital começa com balde de água fria em todos os concurseiros, assim diz: “O STJ...
torna pública a realização de concurso público para formação de cadastro reserva...”. É
o fim para muitos. Acreditem, muitos bons candidatos deixam de fazer um concurso
desses por conta de uma frase como essa. O que muitos não sabem é que corre um
projeto de lei no Congresso Nacional para a criação de 121 vagas no STJ, além disso,
no último concurso o número de convocados foi muito grande. O STJ, historicamente,
chama muita gente (509 para TJAA, 409 para AJAJ...) em seus concursos. Portanto,
concurseiro tem que ter o pé no chão, ser realista, mas não pode ser bobo em cair na
“pegadinha” do cadastro reserva.
Mais embaixo, no item 1.3 mais uma bomba: “O concurso será realizada no Distrito
Federal.”. Infelizmente ainda não temos uma lei que obriga que concursos para órgãos
federais tenham prova, pelo menos, nas capitais dos Estados. Então, o candidato que
veio fazer o concurso do STF e não foi tão bem pensa assim: “Brasília novamente? Para
ter um resultado desprezível? Pra gastar o dinheiro que não tenho?”. Pronto, aqui vai
mais meio mundo de gente bem preparada. Acontece que o pensamento negativo existe
e está por aí pra pôr medo em quem o deixa chegar e se apoderar da mente. Você que se
encontra nesta situação, vai uma dica: Faça o concurso do STJ! Cada prova é uma
prova, cada dia é um dia. Faça um esforço e não perca essa oportunidade.
O Item 2 do Edital fala sobre os cargos, seus requisitos, descrição das atividades,
remuneração e jornada de trabalho. Este é um ponto importante do Edital, é aqui que o
concurseiro tem a oportunidade de saber quais são as atividades que desempenhará se
aprovado, a duração do trabalho e o salário que irá receber. Este ponto será mais bem
analisado junto com o respectivo conteúdo programático.
ATENÇÃO!!! Para o cargo de Analista Judiciário – Apoio Especializado – Informática
poderá prestar também o candidato que tenha diploma de curso superior em
QUALQUER área, desde que acrescido de certificado em nível de pós- graduação na
área de informática de, no mínimo, 360 horas. Ou seja, aqueles que não são formados na
área mas têm uma pós-graduação em informática, poderão prestar o concurso para este
cargo.
O item 3 fala sobre as vagas destinadas aos candidatos portadores de deficiência.
Apesar da Lei n. 8.112/90 afirmar que até 20% das vagas poderão ser destinadas aos
candidatos portadores de deficiência, o Edital em seu item 3.1 afirma que apenas 5%
das vagas serão providas por estes candidatos. Podendo, em caso de fracionamento, ser
elevado ao primeiro número inteiro subsequente, desde que não ultrapasse 20% das
vagas.
O Edital traz uma série de informações para estes candidatos que necessitam de um
cuidado especial antes, durante e depois da prova. Nada mais certo, uma vez que a
oportunidade é para todos independente de se ter ou não uma deficiência. Tanto é que o
edital é claro emseu item 3.1.2: “O candidato que se declarar portador de deficiência,
concorrerá em igualdade de condições com os demais candidatos.”.
ATENÇÃO!!! O portador de deficiência deve atentar ao prazo para a entrega dos laudos
médico que será até o dia 27/08/2008, das 8h às 19 horas, exceto sábado, domingo e
feriado. Também poderá mandá-lo via SEDEX ou carta registrada, não esquecendo que
deverá postar até a data limite. O item 4 traz uma curiosidade. Vocês sabiam que é um
requisito básico para a investidura no cargo ter sido aprovado no concurso? Nada mais
óbvio não é verdade. Ironias à parte, este item nos revela os requisito para a investidura.
Além dos já mencionados na lei 8.122/90, constam os requisitos:1) Apresentar os
documentos necessários na ocasião da posse; e 2) Cumprir as determinações deste
edital. Também bastante óbvios.
Fonte: Site Concurseiro Solitário
1.30 Convênio
Um convênio é firmado para atender a interesses recíprocos. É um ajuste ou acordo
entre duas ou mais pessoas, ou ainda, entre empresas para a prática de determinadas
ações. São firmados pelas empresas convênios de assistên cia médico-odontológica, por
exemplo.
Exemplo de convênio
Convênio que entre si celebram a UNIÃO, representada pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, e o Estado de ..., representado pela sua Secretaria de Fazenda,
objetivando a integração dos cadastros e o intercâmbio de informações entre o Cadastro
Sincronizado Nacional (CadSinc) e o sistema aplicativo de integração estadual.
A UNIÃO, por intermédio da Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão do
Ministério da Fazenda, doravante denominada RFB, CNPJ no 00.394.460/0058-87,
neste ato representada pelo Secretário, Senhor Otacílio Dantas Cartaxo, portador da
Carteira de Identidade (CI) no 1.283.258 (SSP/ PE) e do CPF no 050.619.384-53, e o
Estado de ..., por intermédio da Secretaria de Fazenda, doravante denominada Sefaz,
inscrita no CNPJ sob o no..., neste ato representada por seu Secretário, Senhor
________________, portador da Carteira de Identidade (CI) no ___ (SSP/__) e do CPF
no__________, com fulcro no art. 37, inciso XXII, da Constituição Federal, no
Protocolo de Cooperação 01/2004 – I ENAT, de 17 de julho de 2004, no Protocolo de
Cooperação 01/2005 – II ENAT, de 27 de agosto de 2005, no Protocolo de Cooperação
05/2006 – III ENAT, de 10 de novembro de 2006, no Protocolo de Cooperação 04/2007
– IV ENAT, de 7 de dezembro de 2007, e na Instrução Normativa RFB no 1.005, de 8
de fevereiro de 2010, resolvem celebrar, por seus representantes legais, o presente
Convênio que se regerá pelas seguintes cláusulas:
CLÁUSULA PRIMEIRA - O presente Convênio tem por objeto o desenvolvimento de
programa de cooperação técnico-administrativa visando à integração dos cadastros, ao
intercâmbio de informações entre o Cadastro Sincronizado Nacional (CadSinc) e o
sistema aplicativo de integração estadual, e à disponibilização das respectivas bases de
dados cadastrais dos contribuintes em geral, para fins de agilização da obtenção, pelos
contribuintes, do seu cadastramento junto à RFB, à Sefaz, aos demais órgãos estaduais e
aos Municípios do Estado de ___________ que aderirem ao presente Convênio, com a
mínima exigência possível de documentos em papel.
PARÁGRAFO PRIMEIRO - O programa de cooperação técnico-administrativa
compreenderá o aperfeiçoamento, a organização e a uniformização de procedimentos
para coleta, tratamento e armazenamento de dados cadastrais.
PARÁGRAFO SEGUNDO - A Sefaz, os demais órgãos estaduais e os Municípios que
aderirem ao presente Convênio, no âmbito do programa, adotarão o número de inscrição
no CNPJ como identificador cadastral.
PARÁGRAFO TERCEIRO - Para consecução dos objetivos previstos nesta cláusula,
os convenentes e os partícipes que aderirem ao presente Convênio manterão
independentes suas bases de dados cadastrais, observando o sincronismo das
informações.
CLÁUSULA SEGUNDA – A adesão dos Municípios do Estado de __________ ao
presente Convênio será formalizada pela assinatura de Termo de Adesão conforme
minuta referencial constante do Anexo.
PARÁGRAFO ÚNICO – A Sefaz comunicará à RFB a relação dos Municípios que
aderirem ao presente Convênio.
CLÁUSULA TERCEIRA – A Sefaz poderá repassar a outros órgãos do Estado de
________, bem como aos Municípios do Estado de _________ que tenham formalizado
a adesão a este Convênio, informações exclusivamente cadastrais, relativas a pessoas
jurídicas e físicas, obtidas junto à RFB, quando indispensáveis aos procedimentos de
registro e legalização de empresas e negócios.
CLÁUSULA QUARTA - A execução das atividades do presente Convênio ficará a
cargo de comissão paritária, incumbida de praticar todos os atos relativos à atuação
conjunta com vistas à consecução dos objetivos do Convênio.
PARÁGRAFO PRIMEIRO - A comissão será composta por quatro servidores, dois
de cada convenente, indicados pelos respectivos representantes mediante comunicação
escrita no prazo de trinta dias, contado da data de assinatura deste Convênio.
PARÁGRAFO SEGUNDO - Sem prejuízo das incumbências previstas nesta cláusula,
a comissão poderá propor aos representantes:
1. adoção de projeto técnico de sistema eletrônico;
2. alteração de atos legais ou normativos;
3. alteração ou complementação dos termos do presente Convênio; e
4. alteração ou implementação de procedimentos técnicos ou administrativos.
CLÁUSULA QUINTA - Os convenentes e os partícipes que aderirem ao presente
Convênio aceitam as limitações normativas impostas pelo seu respectivo Ente
Federativo no que concerne a atos reguladores de coleta, tratamento e armazenamento
de dados cadastrais.
CLÁUSULA SEXTA - As informações de interesse recíproco dos convenentes e dos
partícipes que aderirem ao presente Convênio serão solicitadas às respectivas
prestadoras de serviço ou aos setores responsáveis que mantêm suas bases de dados, por
qualquer meio ou solução adotado de comum acordo, observados os procedimentos
legais e normativos para sua obtenção.
CLÁUSULA SÉTIMA - Os convenentes e os partícipes que aderirem ao presente
Convênio se comprometem a utilizar os dados que lhes forem fornecidos em
decorrência da execução do presente Convênio somente nas atividades que, em virtude
de lei, lhes compete exercer, não podendo transferi-los a terceiros, seja a título oneroso
ou gratuito, ou de qualquer outra forma divulgá-los, sob pena de extinção imediata deste
Convênio.
PARÁGRAFO ÚNICO - Os convenentes e os partícipes que aderirem ao presente
Convênio poderão celebrar convênios com outros órgãos ou entidades, com a finalidade
de assegurar a veracidade dos dados coletados, sem prejuízo da obrigação descrita nesta
cláusula.
CLÁUSULA OITAVA - Cada convenente e cada partícipe que aderir ao presente
Convênio responsabilizar-se-ão pela remuneração devida aos respectivos servidores
designados para as atividades previstas neste Convênio, bem assim pelas despesas, no
respectivo âmbito de atuação, com desenvolvimento e implementação de projeto, que
deverão correr à conta de dotações orçamentárias próprias, ficando claro que este
Convênio não envolverá a aplicação de recursos específicos ou ônus financeiro
adicional para qualquer dos partícipes, tampouco envolverá transferência de recursos
financeiros.
PARÁGRAFO PRIMEIRO – A RFB, a Sefaz, os demais órgãos estaduais e os
Municípios que aderirem ao presente Convênio não arcarão com custos referentes ao
acesso, por qualquer meio, às informações que lhes sejam disponibilizadas pelo outro
partícipe, cabendo o ônus ao convenente ou ao partícipe aderente que estiver na posição
de fornecedor das informações.
PARÁGRAFO SEGUNDO – A RFB será responsável pelo custo da disponibilização
das informações até o sistema aplicativo de integração estadual.
CLÁUSULA NONA - O presente Convênio terá vigência por prazo indeterminado, a
partirda data de sua assinatura, e poderá ser alterado, por consenso e formalizado em
termo aditivo, ou denunciado por qualquer dos partícipes, mediante comunicação
escrita, reputando-se extinto cento e vinte dias após o recebimento da comunicação por
qualquer dos convenentes, sem que disso resulte ao partícipe denunciado o direito a
reclamação ou indenização pecuniárias.
CLÁUSULA DÉCIMA - As eventuais dúvidas, omissões e controvérsias oriundas
deste Convênio serão dirimidas pelos partícipes, de comum acordo, mediante proposta
de solução a ser apresentada pela comissão paritária de que trata a cláusula quarta.
PARÁGRAFO ÚNICO - As eventuais controvérsias que não puderem ser dirimidas de
comum acordo entre os partícipes serão submetidas ao Juízo da Justiça Federal, Seção
Judiciária do Distrito Federal.
CLÁUSULA DÉCIMA-PRIMEIRA - A RFB e a Sefaz providenciarão a publicação
deste Convênio, em extrato, respectivamente, no Diário Oficial da União no Diário
Oficial do Estado de _____________.
E, por estarem de acordo os partícipes, foi lavrado o presente Convênio, em duas vias de
igual teor e forma, assinadas pelos respectivos representantes, destinada uma para cada
convenente.
Brasília, __ de ___________ de _______
Otacílio Dantas Cartaxo
Secretário da Receita Federal Brasil
____________________________________
Secretário de Fazenda do Estado de ______
Testemunhas:
1) Nome:
CPF: _____._____._____-___ e assinatura: ____________________
2) Nome:
CPF: _____._____._____-___ e assinatura: ___________________.
Fonte: Site Receita Federal