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Comunicação nas empresas

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Comunicação nas empresas
Aula 1: Administração da Linguagem
· Introdução
As relações interpessoais são essenciais ao ser humano e a necessidade de comunicação é inevitável, seja na vida pessoal ou profissional.
No caso das empresas, a boa comunicação entre seus colaboradores é um fator essencial e pode ser o diferencial que vai fazer com que a organização atinja seus clientes e tenha um bom relacionamento com seus fornecedores.
Nesta aula, você verá a conceituação dos princípios de: eficiência, eficácia e efetividade, a partir da visão da linguagem no meio empresarial.
· Objetivos
Avaliar a relação entre o conceito administrativo da eficácia e a produção textual;
Identificar a relação entre o conceito administrativo de eficiência e o desempenho linguístico;
Estabelecer o conceito administrativo da efetividade como somatório de eficácia e eficiência no contexto linguístico.
Você sabe o real significado das palavras eficiência, eficácia e efetividade?
Aperte o Play para entender melhor o conceito das palavras relacionadas acima.
Fonte:https://www.youtube.com/embed/zLrMsFLMxJk - video
Legenda: Conceitos importantes aos interessados em entender, de forma mais dinâmica, o meio institucional.
O personagem Mr. Guille se utiliza de animações para mostrar conceitos importantes aos interessados em entender, de forma mais dinâmica o meio institucional.
Com base no que você viu no vídeo, analise os conceitos e o real significado das palavras eficiência, eficácia e efetividade.
2
Atividade
Analisou?
Então marque a opção correta:
O conceito destinado à palavra Eficiência é falso.
Estão corretos os conceitos empregados às palavras Eficácia e Efetividade.
As três palavras estão de acordo com seus conceitos.
A comunicação, quando feita de maneira correta, proporciona eficiência, eficácia e efetividade à instituição.
Mas qual seria a maneira correta de se comunicar dentro de uma organização?
Continue e você descobrirá...
O autor da Teoria Clássica da Comunicação, Roman Jakobsion demonstrou que seis são os elementos necessários para interagir de forma adequada, a fim de alcançar o êxito no ato comunicativo.
Contudo, atualmente, não basta apenas deter as técnicas da Teoria Clássica da Comunicação, é necessário muito mais que isso.
Veremos, agora, dois aspectos que se tornam primordiais para que a comunicação ocorra dentro e fora das empresas de forma satisfatória.
A influência da linguagem que cada vez mais utilizamos para nos comunicarmos de forma rápida na internet ― o Internetês ― é muito forte em nossas vidas e acabamos, por força do hábito, usando-a também em outras situações. Porém, é muito importante perceber que essa linguagem não é bem vista nos ambientes formais, por exemplo.
Por isso, devemos atentar sempre para a forma como escrevemos a fim de evitar deslizes, principalmente quando for exigida a comunicação formal e para não comprometermos o entendimento dos nossos leitores, que, assim como o Cebolinha, podem não dominar o internetês.
Clique aqui para ler o texto “A menina que falava internetês” e perceba como essa linguagem em alguns momentos pode dificultar a comunicação.PDF: A menina que falava internetês
A mãe gostava de acreditar-se moderna. Do figurino à linguagem, esforçava-se para estar sempre up-to-date com as últimas tendências da moda. Seus objetivos eram claros: criar uma imagem de mulher mais jovem e fazer bonito para os filhos, os reis da tecnologia doméstica, que dominavam tudo na casa, dos controles remotos dos aparelhos eletrônicos aos computadores e laptops. Foi o propósito de não perder o bonde da história que levou Wanda a comprar um computador pessoal, assinar um provedor de acesso e começar a navegar pela internet. Nada poderia detê-la rumo à modernidade!
Depois de alguns dias, navegando em seu trabalho, encontrou sua filha pré-adolescente on-line. Não resistiu à tentação e iniciou uma conversa através de um programa de mensagens instantâneas.
— Olá, filha, aqui é a sua mãe, navegando pela internet… Tudo bem com você, querida?
— blz.
— Como? Não entendi, filhinha. Seu teclado está com algum problema nas vogais?
— naum.
— Vejo que não é este o problema, já que você digitou duas vogais agora mesmo! Mas pode ser um defeito nas teclas de acentuação. Por favor, filha, teste o „til‟.
— q tio?
— Não, não o tio, o til. O tio é o irmão do papai, o tio Bruno. O til é aquele acento do não, do anão, da mamãe… Lembra quando a mamãe ensinou a você que o til parecia uma minhoquinha?
— nem
— Nem? Como assim, “nem”? Nem no sentido de conjunção coordenativa aditiva como “não lembro nem quero lembrar”? Ou seria “nem” como conjunção coordenativa alternativa, como em “não me lembro e nem parece uma minhoquinha”?
— ;-(
— Que foi isso, filhota?
— naum quero + tc com vc
— Você… não quer mais tecer comigo?
— teclar
— Assim mamãe fica triste, lindinha. Eu só queria conversar, puxar algum assunto. Mas está difícil. Eu não entendo o que você escreve e você não se interessa pelo que eu digito. Realmente, meu bem, parece que não é possível estabelecer um diálogo com você. Tudo bem, se eu tiver incomodando, eu paro agora mesmo.
— ta
— Antes de ir pra casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que eu compre para… para… para vc? É assim que se diz em internetês?
— refri e bisc8
— Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar das sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
— Xau, mãe, c ta xata.
— Maria Eugênia! Chata é com ch!
—
— Maria Eugênia?
—
— Desligou. Bem, pelo menos a tecla til está em ordem.
HERMANN, Rosana. “A menina que falava internetês” In: CAMPOS, C. L. S.; SILVA, N. J. (orgs.) Lições de Gramática para quem gosta de Literatura. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2007, p.91-94.
Reparou que falamos anteriormente em ruído comunicativo?
Você sabe o que um ruído pode representar na comunicação?
Observe o quadrinho.
Ruído é a má interação entre os elementos da comunicação, que poderá gerar ausência de mensagem ou deturpação da mensagem. Por isso, é muito importante saber escolher os elementos que estarão no ato comunicativo, percebendo, com clareza, a importância de cada um.
Fonte://www.youtube.com/watch?v=zZgd_a_tzqQ – VIDEO
Legenda: 1º episódio da série "O Sistema" de Alexandre Machado, Fernanda Young e direção de José Lavigne, exibida na Globo em 2007.
Observou o quanto é importante saber se comunicar?
Comunicação Empresarial é um diferencial competitivo e um dos recursos mais importantes para a obtenção do sucesso da organização. Por isso, é essencial que, no ambiente profissional, o indivíduo administre o seu comportamento, principalmente a fala e a escrita, utilizando a pontuação de forma correta, evitando tons agressivos, gerundismo, pleonasmo etc.
	Gerundismo
Uso indevido do gerúndio em construções como "Eu vou estar telefonando"; "eu vou estar transferindo" etc.
Não confundir gerundismo com o gerúndio, que é a forma nominal e invariável dos verbos, proveniente do ablativo do gerúndio latino, e caracterizada, em português, pela desinência -ndo: amando, dizendo, partindo, pondo.
	Pleonasmo
Repetição, na mesma frase, das mesmas ideias por meio de palavras diferentes.
Clique aqui para ler o texto Mania de Gerúndio.PDF: Mania de Gerúndio
Contra a mania do gerúndio ― novo vício de linguagem ― do mesmo naipe de “a nível de” ―, o gerundismo ameaça tomar conta de nosso idioma. Oriundo de expressões usadas por atendentes de telemarketing, a praga já começa a ser combatida. O portal IG criou hoje o Dia Contra o Gerúndio, inspirado por um artigo do publicitário e colunista do JT, Ricardo Freire, que se transformou em uma corrente da Internet.
“É uma campanha mesmo, um manifesto contra o gerúndio”, explica Andrea Fornes, redatora-chefe do Último Segundo, jornal digital do portal IG. “De uma maneirabem-humorada, queremos alertar as pessoas para só usarem essa forma verbal quando necessária. Quando recebemos o artigo do Ricardo pelo e-mail, percebemos que era um bom momento para falar do assunto.”
Ricardo Freire, autor do artigo que desencadeou a rebelião, “Para Você Estar Passando Adiante” (todo escrito em gerúndio e publicado em 16 de fevereiro), está, obviamente, contente com a repercussão alcançada. “Acredito que o texto chamou atenção porque o gerúndio saiu do gueto do telemarketing e tomou as ruas.”
O pomo da discórdia é o uso do verbo “estar”, acompanhado do gerúndio, para designar uma ação no futuro, como “vou estar te ligando” ou “estaremos abrindo”. O jornalista e autor do “Manual de Redação e Estilo do Grupo Estado”, Eduardo Martins, também já pesquisou o assunto e condena o mau uso do gerúndio. “Isso é uma influência mal digerida do inglês em frases como I will be sending („vou mandar‟ e não „vou estar mandando‟)”, explica Martins, que já abordou o assunto em seu programa De Palavra em Palavra, na Rádio Eldorado, e no suplemento Estadinho.
A corrente já deu tantas voltas que já retornou para seu autor. “Recebi de uma amiga que não sabia que o texto era meu”, diverte-se Freire.
2
Para você estar passando adiante
Por Ricardo Freire
Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando e possa estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o gerundismo. Você pode também estar passando por fax, estar mandando pelo correio ou estar enviando pela Internet. O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo o que ela costuma estar falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisa estar escutando. Sinta-se livre para estar fazendo tantas cópias quantas você vá estar achando necessárias, de modo a estar atingindo o maior número de pessoas infectadas por esta epidemia de transmissão oral. Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar fazendo com que esteja caindo a ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar percebendo. Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim!, pode estar existindo uma maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse jeito. Até porque, caso contrário, todos nós vamos estar sendo obrigados a estar emigrando para algum lugar onde não vão estar nos obrigando a estar ouvindo frases assim o dia inteirinho.
Sinceramente: nossa paciência está estando a ponto de estar estourando. O próximo "Eu vou estar transferindo a sua ligação" que eu vá estar ouvindo pode estar provocando alguma reação violenta da minha parte. Eu não vou estar me responsabilizando pelos meus atos. As pessoas precisam estar entendendo a maneira como esse vício maldito conseguiu estar entrando na linguagem do dia-a-dia. Tudo começou a estar acontecendo quando alguém precisou estar traduzindo manuais de atendimento por telemarketing. Daí a estar pensando que "We'll be sending it tomorrow" possa estar tendo o mesmo significado que "Nós vamos estar mandando isso amanhã" acabou por estar sendo só um passo. Pouco a pouco a coisa deixou de estar acontecendo apenas no âmbito dos atendentes de telemarketing para estar ganhando os escritórios. Todo mundo passou a estar marcando reuniões, a estar considerando pedidos e a estar retornando ligações. A gravidade da situação só começou a estar se evidenciando quando o diálogo mais coloquial demonstrou estar sendo invadido inapelavelmente pelo gerundismo. A primeira pessoa que inventou de estar falando "Eu vou tá pensando no seu caso" sem querer acabou por estar escancarando uma porta para essa infelicidade linguística estar se instalando nas ruas e estar entrando em nossas vidas. Você certamente já deve ter estado estando a estar ouvindo coisas como "O que cê vai tá fazendo domingo?", ou "Quando que cê vai ta viajando pra praia?", ou "Me espera, que eu vou tá te ligando assim que eu chegar em casa". Deus! O que a gente pode tá fazendo pra que as pessoas tejam entendendo o que esse negócio pode tá provocando no cérebro das novas gerações? A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo à mesma campanha de desmoralização à qual precisaram estar sendo expostos seus coleguinhas contagiosos, como o "a nível de", o "enquanto", o "pra se ter uma idéia" em outros menos votados. A nível de linguagem, enquanto pessoa, o que você acha de tá insistindo em tá falando desse jeito?
Qual é o Fenômeno Comunicativo que ocorre na cena abaixo?
Incompreensão Comunicativa
Barulho Comunicativo
Ruído Comunicativo
Assista a mais um Vídeo!!!
Quantas vezes você já ouviu uma pessoa “falando bonito” em um discurso totalmente vazio?
Muitas vezes é isso que encontramos nas empresas: uma comunicação que não é eficaz, pois não diz absolutamente nada.
Veja este exemplo:
Caros colegas, a constante expansão da nossa atividade nos obriga à análise interdisciplinar do sistema de participação geral. Por outro lado, a facilidade dos novos meios eletrônicos de comunicação oferece uma ótima oportunidade para a verificação das novas proposições, em função das múltiplas inteligências.
Viu? Isso não afirma nada. É só um amontoado de palavras.
Quer entender como isso funciona, ou melhor, como não funciona? Então, clique aqui para preparar o seu próprio discurso, combinando quatro quadros de qualquer linha da tabela, sendo apenas um de cada coluna (A, B, C e D).
	
	A
	B
	C
	D
	1
	Caros colegas
	A execução das metas do programa
	Nos obriga à análise interdisciplinar
	Das condições financeiras e administrativas, exigidas.
	2
	Por outro lado
	A complexidade dos estudos efetuados
	Cumpre um papel essencial na formulação
	Das diretrizes do desenvolvimento para o futuro.
	3
	Assim mesmo
	A constante expansão da nossa atividade
	Exige a precisão e a definição
	Do sistema de participação geral.
	4
	No entanto não podemos nos esquecer que
	A consolidação da estrutura atual da organização
	Auxilia a preparação e a
composição
	Das posturas e atribuições dos órgãos dirigentes.
	5
	Do mesmo modo
	O novo modelo estrutural aqui
preconizado
	Garante a importante contribuição para a determinação
	Das novas proposições, em função das múltiplas inteligências
	6
	A prática cotidiana prova que
	O desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação
	Assume importantes posições no estabelecimento
	Das direções preferenciais no sentido do progresso
	7
	Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes problemas, pois
	A facilidade dos novos meios eletrônicos de comunicação
	Facilita a criação
	Do sistema de formulação de quadros que correspondem às necessidades
	8
	As experiências acumuladas
demonstram que
	A Globalização da Economia
	Obstaculiza a apreciação da importância
	Das condições inegavelmente apropriadas
	9
	Acima de tudo, é importante ressaltar que
	A consulta aos diversos militantes
	Oferece uma ótima oportunidade para a verificação
	Dos índices e indicadores pretendidos
	10
	O apoio ao avanço tecnológico, assim como
	O início da formação de atitudes
	Acarreta um processo de reformulação e modernização
	Das estratégias de ação, tendo em vista as novas competências.
	11
	Todavia, companheiros,
	A colocação que faço, por questão de ordem
	Nos move para o encaminhamento
	Das ações inadiáveis
	12
	Nobres pares deste colegiado
	A posição do nobre companheiro
	Nos remete à avaliação e definição
	Da figura do cidadão enquanto ser social
	13
	Estou absolutamente convencido de que
	O encaminhamento deste colegiado
	Aponta para o imaginário
	Do Estado capitalista
Você poderá formar até 28.561 frases diferentes. O que dá, aproximadamente, 120 horas garantidas de um “discurso maravilhosamente vazio”.
Fonte://www.youtube.com/watch?v=pWvMUJZNA2U – VIDEO
Legenda: Personagem João Plenário,no quadro do programa A Praça é Nossa, exibido em 25/01/2007.
Compreendeu qual é a maneira correta de se comunicar em uma organização?
Teste os seus conhecimentos:
I A comunicação, em uma organização, deve ser linear e bem estruturada;
II Atualmente a comunicação informal é tida como habitual. Por isso, a utilização dos chamados "vícios de linguagem" não é relevante e até passa despercebida;
III O ruído na comunicação pode provocar ausência ou deturpação da mensagem;
IV A fala e a escrita devem ser utilizadas de modo adequado à situação comunicativa.
É correto afirmar que:
Apenas as opções I e IV
Apenas a opção II
Apenas as opções I, III e IV
Apenas as opções II e IV
TESTE DE CONHECIMENTO
1-Leia as afirmativas a seguir:
I.O conceito de eficácia se relaciona a fazer a coisa certa.
II.A efetividade se relaciona a escolher o que cause mais impacto positivo para a vida das pessoas e do planeta.
III.Efetividade está relacionada a executar operações com menos tempo,  mesmo que com orçamento maior.
A partir de sua leitura:
		I e II estão corretas.
		Somente III está correta.
		Somente II está correta.
		Somente I está correta.
		II e III estão corretas.
2-Você recebe um impresso publicitário anunciando a inauguração do mais novo espaço de uma firma especializada em recepções, festas, cerimonias e formaturas. Apesar de enviado por uma empresa acostumada a lidar com os mais diferentes públicos e dominar as formas adequadas de tratamento, o informe se encerrava do seguinte modo: "Seria legal você dar uma passadinha por lá." Essa não seria exatamente a forma adequada de comunicação com o público em geral, que inclui pessoas de todas as idades e profissões, por causa:
		do excesso de formalidade.
		da ambiguidade das palavras empregadas.
		da informalidade.
		do tom imperativo da frase.
		do uso inadequado de termos técnicos.
3-Analise as alternativas abaixo:
I. Uma comunicação eficaz é um processo que visa alcançar os fins de uma tarefa, ou seja, fazer a "coisa" certa.
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamento e desenvolvimento de pessoal.
III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca de qualidade nas organizações.
É correto afirmar que:
		apenas as alternativas II e III estão corretas.
		apenas a alternativa III está correta.
		apenas as alternativas I e II estão corretas.
		apenas a alternativa II está correta.
		apenas a alternativa I está correta.
4-Leia a definição a seguir:
"Som ou perturbação numa comunicação ou transmissão." (Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
O trecho citado apresenta o significado de um problema, que resulta em uma má interação entre os elementos da comunicação. Assinale-o.
		Código
		Receptor
		Ruído
		Canal
		Contexto
5-Imagine que o chefe do setor em que você trabalha pede para a secretária convocar a todos os funcionários para uma reunião de emergência. A secretária envia então um e-mail informando: "Nosso líder conclama a todos para premente confabulação hoje no auditório ao findar da lida coletiva". Apesar de isento de erros gramaticais, podemos dizer que o e-mail enviado foi ineficiente porque:
		foi rude e ofensiva com os funcionários.
		não empregou a linguagem informal própria dos e-mails corporativos.
		está repleto de estrangeirismos.
		foi inadequado para avisar os funcionários do setor sobre a reunião.
		não torna evidente as intenções do chefe ao convocar a reunião.
6-Identifique a(s) característica(s) essencialmente da fala:
I. Exige conhecimentos ortográficos.
II. É necessário pensar em acentuação gráfica.
III. É geralmente mais livre, solta, espontânea.
IV. É mais complexa.
Sabe-se que fala e escrita constituem duas modalidades diferentes da língua. Tendo consciência das especificidades de cada uma, pode-se afirmar que são características exclusivas da fala:
		I, apenas.
		III, apenas.
		IV, apenas.
		II e IV, apenas.
		II e II, apenas.
7-O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) supôs que a linguagem humana teria evoluído gradualmente, a partir da necessidade de exprimir os sentimentos, até formas mais complexas e abstratas. Para Rousseau, a primeira linguagem do homem foi o "grito da natureza", que era usado pelos primeiros homens para implorar socorro no perigo ou como alívio de dores violentas, mas não era de uso comum.
A partir dos estudos acerca da linguagem, avalie as proposições a seguir:
I) A linguagem pode ser entendida como uma capacidade que todo ser humano tem de se comunicar.
II) A linguagem humana constitui todo sistema de sinais ou signos convencionais que nos permite a comunicação.
III) A linguagem humana pode ser verbal e não verbal.
IV) A linguagem verbal se vale da palavra, seja escrita ou falada.
V) A linguagem não verbal é aquela que utiliza um tipo de código diferente da palavra. É o caso das imagens, dos ícones, dos gestos, das cores, dos sons, etc.
Dentre as afirmações, estão corretas:
		I, II e IV, apenas.
		II, IV e V, apenas.
		I, IV e V, apenas.
		I, II e III, apenas.
		I, II, III, IV e V.
8-Assinale a alternativa correta sobre as afirmações abaixo acerca das diferenças entre a escrita e a fala:
I. "o tempo do ato da fala é instantâneo; o do ato de escrita é elástico."
II. uma diferença entre a fala e a escrita é o modo de comunicação.
III.  os tempos de comunicação, ou seja, a concomitância da fala.
		Todas as afirmativas estão corretas.
		Apenas a III está correta
		Apenas a II está correta.
		As afirmativa II e III estão corretas.
		Apenas a I está correta
Aula 2: Noções de gramática no contexto empresarial
· Introdução
Às vezes, na hora de escrever, você fica com dúvidas, não é mesmo? Isso é mais comum do que você imagina. Pior é quando a dúvida nem nos alerta sobre a possibilidade de estarmos escrevendo algo errado e só nos damos conta quando alguém nos corrige.
Esta aula vai te auxiliar nisso, pois fará uma revisão sobre crase, regência, pronomes de tratamento, colocação pronominal e pontuação, assuntos que sempre geram dúvidas e nos confundem na hora da escrita.
Você pode pensar que terá apenas mais uma aula de gramática, mas o conteúdo será voltado para a adequação desses tópicos aos contextos empresariais ― a partir de práticas de leitura e produção textual.
· Objetivos
Apontar as regras de uso do acento indicador de crase e sua relação com a regência verbal;
Relacionar o emprego da colocação pronominal com os registros de língua;
Diferenciar os casos de próclise, mesóclise e ênclise pronominal;
Definir as funções da pontuação.
Atividade
Você sabe qual é a maneira correta de se dirigir às pessoas no seu local de trabalho?
Imagine que você trabalha em uma Universidade e precisa escrever uma carta para o Reitor.
Qual seria a maneira correta de se dirigir a ele?
Vossa Eminência
Vossa Magnificência
Vossa Santidade
Clique aqui para ter acesso à tabela com os pronomes de tratamento.
Reparou que a colocação pronominal utilizada em nosso dia a dia é distante da Norma Culta?
O humor da tirinha é decorrente da ação de uma das cobras com relação ao uso equivocado dos pronomes.
A situação nos mostra que a colocação pronominal é mais um elemento a ser tratado com atenção dentro de uma organização.
Costumamos falar de um jeito e escrevemos de outro. Por isso, temos de nos dedicar mais à maneira escrita, mesmo a utilizando menos.  
Leia o texto Papos e veja mais uma situação que trata da colocação pronominal clicando aqui.PDF: PAPOS
(Luis Fernando Veríssimo)
· Me disseram...
· Disseram-me.
· Hein?
· O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
· Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
· O quê?
· Digo-te que você...
· O “te” e o “você” não combinam.
· Lhe digo?
· Também não. O que você ia me dizer?
· Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
· Partir-te a cara.
· Pois é. Parti-la hei, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.
· É para o seu bem.
· Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
· Oquê?
· O mato.
· Que mato?
· Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
· Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo é elitismo!
· Se você prefere falar errado...
· Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?
· No caso... não sei.
· Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
· Esquece.
· Não. Como "esquece"? Você prefere falar errado? E o certo é “esquece” ou “esqueça”? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
· Depende.
· Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não sabes-o.
· Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
· Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
· Por quê?
· Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
Disponível em:
http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/01/luis-fernando-verissimo-papos.html
Você já ouviu falar de próclise, ênclise e mesóclise?
Os nomes assustam, mas é algo bem simples!
A colocação pronominal se dá em função da posição do pronome em relação ao verbo. Assim, temos:
Próclise
Ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Como norma geral, deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos, chamados de palavras atrativas.  
Veja alguns exemplos:
 
 
O infinitivo precedido de uma das palavras ou expressões mencionadas admite o pronome átono em próclise ou ênclise.  
Exemplo:
Nada lhe contamos para não o aborrecer (ou para não aborrecê-lo).
Ênclise
Ocorre quando o pronome deve vir após o verbo. As formas verbais do infinitivo pessoal, do imperativo afirmativo e do gerúndio exigem a ênclise pronominal. 
Veja:
· Cumpre comportar-se bem.
· Essas ordens devem cumprir-se rigorosamente.
· Aqui estão as ordens: cumpra-as.
· Aventurou-se pelo desconhecido, afastando-se dos objetivos iniciais.
A ênclise é forçosa em início de frase, ou seja, não se começa frase com pronome átono. 
Exemplo: Pediram-lhe (e não *Lhe pediram) que comparecesse à reunião do Congresso.
Mesóclise
Ocorre quando o pronome deve vir no meio do verbo.
Na Mesóclise, usa-se o pronome no meio da forma verbal, quando esta estiver no futuro simples do presente ou do pretérito do indicativo.
Exemplo:
Quando for possível, transmitir-lhes-ei mais informações.
Ser-nos-ia útil contar com o apoio de todos.
Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou expressões que provocam a próclise:
Nada lhe diremos (e não *Nada dir-lhe-emos) até termos confirmação do fato. 
Essa é a resposta que lhe enviaríamos (e não *que enviar-lhe-íamos) caso ele voltasse ao assunto. 
Espera o Estado que a União lhe dará (e não *que ...dar-lhe-á) mais verbas.
Casos Especiais
É inviável a ênclise com o particípio:
A inflação havia-se aproximado (nunca: *havia aproximado-se) de limites intoleráveis.
Jamais nos tínhamos enfraquecido (e não: *tínhamos enfraquecido-nos) tanto.
Tê-lo-ia afetado (e não *Teria afetado-lhe) o isolamento constante?
É inviável a ênclise com o particípio:
Nas combinações de verbo pessoal (auxiliar ou não) + infinitivo, o pronome átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo.  
Devemos-lhe dizer a verdade.
Ou
Nós lhe devemos dizer a verdade.
ou, ainda
Devemos dizer-lhe dizer a verdade.
Podemos notar com facilidade que a próclise com o infinitivo é própria da linguagem oral ou escrita informal:
Devemos lhe dizer...
Portanto, devemos evitar esta colocação na redação oficial. 
Se, no caso mencionado, houver palavra que exige a próclise, só duas posições serão possíveis para o pronome átono:  
Antes do auxiliar (próclise) ou depois do infinitivo (ênclise).
Não lhe devemos dizer a verdade.
Não devemos dizer-lhe a verdade.
Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou expressões que provocam a próclise: 
Nada lhe diremos (e não *Nada dir-lhe-emos) até termos confirmação do fato. 
Essa é a resposta  que  lhe enviaríamos (e não *que enviar-lhe-íamos) caso ele voltasse ao assunto. 
Espera o Estado  que a União lhe dará (e não *que ...dar-lhe-á) mais verbas.
Já é possível perceber que é preciso ter muito cuidado com prováveis erros cometidos durante o ato comunicacional, principalmente em relação ao emprego dos pronomes, não é mesmo?
1. Durante o almoço, o gerente de vendas recebe, em seu celular, a seguinte mensagem:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.”
2. Imediatamente, ele ligou para sua secretária e pediu que ela preparasse tudo para a tal reunião, que organizasse a mesa, providenciasse mais algumas cadeiras, café e água.
3. Às 15h em ponto, lá estava ele à espera, mas o Diretor, tão pontual, ainda não havia chegado.
Às 15:30h, toca o telefone. Era o diretor que, de imediato, perguntou:
― Onde você está? Está atrasado para a reunião!
4. Só então ele entendeu que o “seu escritório” não era o dele próprio, mas sim o do diretor.
Não foi demitido, mas foi obrigado a ouvir algumas “belas” palavras por não ter percebido a ambiguidade da mensagem.
5. É óbvio que quem escreveu a frase também não tinha notado a ambiguidade. Para o autor, que sabia onde seria a reunião, a frase estava “claríssima”:
“Encontrei o seu diretor, e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h” .
(= no escritório dele, do diretor)
6. O gerente, por sua vez, ao ler a frase, também não percebeu o duplo sentido. Para ele, a mensagem também estava clara:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”.
(= no seu próprio escritório)
7. Essa situação comprova o “perigo” das ambiguidades na comunicação interna ou externa das organizações.
Frases ambíguas podem ser interessantes e curiosas, e até muito úteis, na publicidade. Para fazer piadas, então, são excelentes. Porém, fora desse meio, podem gerar muitos problemas.
É interessante observar que na frase ambígua da mensagem não havia erro gramatical.
O pronome possessivo seu é de 3ª pessoa e permite perfeitamente a dupla interpretação:
Seu = dele (de quem se está falando = o diretor)
ou
Seu= de você (com quem se está falando = o receptor da mensagem).
Portanto, cuidado ao utilizar o pronome possessivo SEU!
Você já sabe tudo sobre colocação pronominal?
Então, observe a posição dos pronomes e arraste os exemplos correspondentes
	Mesóclise
	Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda para terminar o projeto da empresa.
	Ênclise
	Convém confiar-lhe esta responsabilidade, pois você é um bom profissional.
	Próclise
	Não me fale sobre este assunto de trabalho na hora do almoço.
Lembre-se do básico:
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome é colocado depois do verbo.
O que é crase?
Quem nunca teve dúvida em relação à crase? Você já ficou com raiva por um detalhe tão pequeno fazer tanta diferença?
Martim César, no poema A navalha do censor, retrata bem o distanciamento que mantemos da crase, muitas vezes, por medo de utilizá-la de forma errada.
A navalha do censor
Martim César
Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo  
Porém era grave o tal acento, e bem mais grave o seu motivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne e incisivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória
(Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase)
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história   
Fez naufragar o meu poema ― e vejam só ―que triste fase!
Era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória
Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase!
Você compartilha esse sentimento com Martim César? Então, chegou a hora de mudar isso.
Portanto, o fenômeno da crase é isso:  a indicação por meio do acento grave da junção da preposição a com o artigo a e variações.
Mas, afinal, que diferença isso faz na prática? Esquecer-se de indicar a crase é tão grave assim?
Veja alguns exemplos da coluna de Sérgio Nogueira no site Dicas de português do G1:
· Vendeu a vista ou à vista?
Se alguém “vendeu a vista”, deve ter vendido “o olho” (a vista = objeto direto). Seu desespero era tanto que primeiro vendeu o carro, depois vendeu um rim e agora vendeu a vista. Se não era nada disso que você queria dizer, então a resposta é outra: “vendeu à vista”, e não a prazo (à vista = adjunto adverbial de modo).
· Sentou-se na mesa ou à mesa?
O certo é sentar-se à mesa. Todos podem sentar-se “na mesa”, mas é falta de educação, e a mesa pode não aguentar.
Nós nos sentamos à mesa. Devemos usar o acento da crase porque “à mesa” é um adjunto adverbial de lugar.
· Às vezes ou as vezes?
Na frase “Às vezes, conto para todos as vezes que fui engrupida”, não há dúvida de que ocorre crase no primeiro caso. Trata-se de um adjunto adverbial de tempo. O segundo caso é discutível, porque a frase está mal construída. Temos um erro de regência. Provavelmente, a professora queria a seguinte frase: “Às vezes (= algumas vezes), conto para todos as vezes EM que fui engrupida.” Nesse caso, “as vezes EM que fui engrupida” seria o objeto direto do verbo CONTAR.
Consequentemente, não haveria crase, pois objeto direto não pede preposição. A crase, no segundo caso, caracterizaria uma repetição, mesmo entre vírgulas: “Às vezes (=algumas vezes), conto para todos, às vezes (= algumas vezes), que fui engrupida.” Agora, o objeto direto do verbo CONTAR seria “que fui engrupida”, e o adjunto adverbial "às vezes" estaria desnecessariamente repetido. Se fosse essa a interpretação, bastaria usar o primeiro ou o segundo: “Às vezes, conto para bastaria usar o primeiro ou o segundo: “Às vezes, conto para todos que fui engrupida” ou “conto para todos, às vezes, que fui engrupida”.
Como vimos nestes exemplos, não indicar a crase pode passar uma mensagem completamente diferente da que tínhamos em mente. Por isso, aproveite essa revisão para ficar craque e começar a utilizar essa “ferramenta” tão valiosa a seu favor.
A crase está estritamente relacionada à regência, e podemos encontrá-la quando o termo regido está ligado ao termo regente por meio da preposição a e vem antecedido do artigo a ou dos pronomes demonstrativos a, aquele, aquela, aqueles e aquilo. 
Como vimos:
· da preposição a com o artigo definido a (ou com o a do seu plural as);
· da preposição a com o pronome demonstrativo a (e seu plural as); e
· da preposição a com as vogais iniciais dos demonstrativos aquilo, aquele(s) e aquela(s) e dos relativos a qual e as quais.
a + a = à
Casos
Agora que você já compreendeu o que é a crase e a sua utilidade, vamos analisar os casos em que ela é necessária, começando pelos princípios básicos. Clique abaixo para navegar pelas regras de uso da crase.
· Obrigatórios
O uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório nas seguintes situações:
1: Como nomes de lugares que admitem artigo: Exemplo: Vou à Bahia
2: Antes dos pronomes demonstrativos  AQUELE (S), AQUELA(S), AQUILO, A(S): Exemplo: Falamos àquele que nos impediu de entrar.
3: Nas locuções formadas por nomes femininos: Exemplo: Primeira rua à direita.
4: Com objetos e complementos nominais femininos: Exemplo: Vamos assistir à próxima sessão.
5: Nas expressões que indicam o número de horas: Exemplo: Chegarei às cinco horas. (adjunto adverbial).
· Uso impróprio
Não se usa o acento grave indicativo da crase nos casos a seguir.
1: Diante de palavras masculinas: Exemplo: Vou a pé
A título de curiosidade, qual o nome dele?
2: Antes de verbo: Exemplo: Saiu a passear.
Refiro-me a comer bem, do bom e do melhor.
3: Antes de palavras de sentido indefinido, o que inclui substantivos femininos usados em sentido genérico ou indeterminado (sem artigo). Exemplo: Referi-me a cidades de São Paulo. (algumas cidades)
Mas
Referi-me às cidades de São Paulo (todas ou as cidades específicas)
4: Quando a preposição a precede nome no plural: Exemplo: O presidente condena a ação da ONG em relação a crianças abandonadas.
5: Nas expressões de palavras repetidas: gota a gota, frente a frente: Exemplo: Encontramo-nos frente a frente.
6: Antes de pronomes que não admitem artigo:
Exemplo: Dirija-se a Sua Excelência.
Dirija-se a ela.
Dirija-se a quem quiser.
Dirija-se a certa pessoa.
7: Antes do artigo UMA. Exemplo: Fui a uma festa.
8: Antes de numerais cardinais, desde que se refiram a substantivos usados em sentido indeterminado.
Exemplo: Vi oito pessoas. (sentido indeterminado) / Refiro-me a oito pessoas.
Mas
Vi as oito pessoas. (sentido determinado) / Refiro-me às oito pessoas.
· Crase facultativa e casos especiais
Os casos especiais de crase são:
Com as palavras CASA, TERRA (no sentido de chão firme) e DISTÂNCIA, só haverá crase se essas palavras estiverem especificadas.
Exemplo: Voltamos a casa.
Voltamos à casa de Maria.
Os marinheiros, assim que o navio atracou, voltaram a terra.
Os marinheiros voltaram à terra familiar. Vejo bem a distância. Vejo bem à distância de cem metros.
Método prático
Esse esquema ajudará muito na hora das dúvidas, vale memorizá-lo:
Haverá crase sempre que pudermos substituir a palavra feminina por uma masculina qualquer, havendo a seguinte correlação:
à - ao
às - aos
à(s) que - ao(s) que
à qual, às quais - ao qual, aos quais
àquela(s) - a essa(s), nessa(s)
àquele(s) - a esse(s), nesse(s)
àquilo - a isso
à(s) - para a(s)(localidades)
Veja alguns exemplos:
· Refiro-me à mulher (ao homem) / às mulheres (aos homens).
· À proporção que (ao passo que) estuda, mais se sente recompensado.
· Esta caneta é igual à que comprei. (= Este lápis é igual ao que comprei)
· A mulher à qual me referi... (= O homem ao qual me referi...)
· Esta caneta é semelhante à tua, à nossa, à dele. (= Este lápis é semelhante ao teu, ao nosso, ao dele.)
· Estou apto àquela (= a essa) tarefa, àquele (= a esse) trabalho, àquilo (= a isso).
· Dirigi-me às duas amigas. (= aos dois amigos)
· Pedi livros à senhorita Antônia e à senhora Maria. (Pedi ao senhor José)
· Obedeci à Maria. (= Obedeci ao José)
· O jogo será às três horas. (ao meio-dia)• Estudei naquele colégio da 2ª à 6ª série. (do 2º ao 6º ano)
Aplicativo acentuando
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Caminho:
Você sabe pontuar?
Fonte: Trecho da série Palavra Puxa Palavra da MultiRio. | Educopédia - SME/RJ – vídeo
A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a comunicação nas empresas. 
Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que queremos transmitir, não é mesmo? 
Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de sinais de pontuação ― que reproduzem os recursos da fala.
Apesar de existirem regras que nos auxiliam a pontuar, não é possível fixar todas as normas que envolvem o emprego dos sinais de pontuação, pois, muitas vezes, há razões de ordem subjetiva, isto é, pessoal, que determinam sua utilização.  
O estilo do autor, sua intenção e a criatividade acabam interferindo nesse aspecto, sem configurar necessariamente um erro gramatical.  
Porém, no mundo empresarial, as regras não são tão flexíveis. Dessa forma, precisamos compreender o que é aceitável e o que não é em relação à pontuação.
ATIVIDADE
Veja a situação abaixo
Um homem rico estava muito mal. Antes de morrer, já com bastante dor, pediu papel e caneta, e escreveu assim:
Com base no que o homem escreveu, descubra para quem ele deixou a sua fortuna.
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinhojamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.
1. Sobrinho
2. A Irmã
3. O Alfaiate
4. Os Pobres
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Saber a função de cada elemento da pontuação é muito importante, por exemplo: os pontos, as vírgulas e os pontos e vírgulas nos ajudam a marcar pausas e a mostrar ao nosso leitor quais são os elementos principais da frase e as informações complementares. Já o ponto de exclamação e o de interrogação, por exemplo, têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala.
Mas, afinal, como devo pontuar?
Se tomarmos as regras de pontuação indicadas nas melhores gramáticas de língua portuguesa e procurarmos verificar se os textos modernos as seguem, constataremos de imediato a enorme distância que vai da norma ao uso.
De fato, os sinais de pontuação, particularmente a vírgula, têm hoje emprego bastante elástico, de difícil precisão. 
Porém, não é por isso que cada um fará de um jeito. Apesar de seguir os estilos dos autores, existem algumas regrinhas básicas que devemos aplicar na hora de escrever.
: ? ! - , ; . ...
Conheça as regrinhas básicas aqui.PDF: Regrinhas Básicas
Casos obrigatórios para o uso da vírgula:
A. Separar elementos de mesma função (o último elemento da série dispensa a vírgula quando precedido de e, ou ou nem);
B. Separar o aposto ou termo de valor explicativo;
C. Separar o vocativo;
D. Separar elementos idênticos, repetidos;
E. Separar o adjunto adverbial deslocado (quando o adjunto adverbial é de pequena extensão, a vírgula pode ser suprimida, assim como em frases em que o adjunto adverbial é seguido de verbo com sujeito posposto);
F. Separar o local, nas datas;
G. Indicar a omissão do verbo ou do conectivo;
H. Separar elementos de caráter incidental, como palavras denotativas, frases exclamativas;
I. Destacar elementos antecipados, em pleonasmo;
J. Distinguir o elemento explicativo do determinativo;
K. Esclarecer possível ambiguidade;
L. Separar o anacoluto;
M. Separar orações coordenadas assindéticas;
N. Separar orações coordenadas sindéticas aditivas, se o conectivo aparecer repetido, adversativas, exceto as introduzidas por mas, explicativas, conclusivas e alternativas;
O. Separar orações intercaladas;
P. Separar orações adjetivas não restritivas (ao final das orações adjetivas ocorre obrigatoriamente a vírgula para a separação de dois verbos; caso contrário, é optativa);
Q. Separar orações adverbiais, principalmente se antepostas à principal;
R. Separar orações adverbiais reduzidas.
Lembre-se: não se deve usar vírgula entre sujeito e verbo ou entre verbo e complemento, ressalvados os casos já expostos de elementos que se colocam entre um e outro.
Veja agora outro exemplo de problema de compreensão, causado pela falta de pontuação:
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
Aqui, dependendo da pontuação utilizada, teríamos duas interpretrações diferentes. Observe:
“Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria se rastejando à sua procura.”
Exercícios
A VÍRGULA
A vírgula pode ser uma pausa. Ou não.
Não, espere.
Não espere.
A vírgula pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso, só ele resolve.
Ela pode forçar o que você não quer.
Aceito, obrigado.
Aceito, obrigado.
Pode acusar a pessoa errada.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
A vírgula pode mudar uma opinião.
Não quero ler.
Não quero ler.
UMA VÍRGULA MUDA TUDO.
Questão 1: Essa é a transcrição do vídeo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), apresentado no início desta aula. Sobre esse anúncio, considere apenas as afirmativas verdadeiras.
a) Na frase “Não, espere”, a vírgula é usada para indicar que a leitura deve ser feita pausadamente, com ênfase em cada palavra.
b) No segundo conjunto de frases, a ideia de heroísmo é veiculada pela primeira frase.
c) A frase “Aceito, obrigado” tem como interpretação preferencial “Sou obrigado a aceitar”.
d) No quarto conjunto de frases, a primeira pode corresponder a uma acusação equivocada se não expressar a intenção do autor de acusar o juiz ou outra pessoa.
e) Nas frases “Não, espere” e “Não, quero ler” a negação não incide sobre o conteúdo dos verbos “esperar” e “querer”, mas sobre outros conteúdos, que permanecem implícitos.
Não, espere. Não acabou. Ainda falta uma reflexão para você ficar craque em pontuação.
Reza a lenda que, no Pará, houve um levante popular.
O comandante das forças armadas telegrafou ao Presidente da República relatando o fato e, no fim, perguntou: reajo?
O Presidente respondeu assim:
― Não, tenha ponderações.
O telegrafista esqueceu a vírgula. Em razão disso, morreram várias pessoas.
Como vimos, a falta de entendimento linguístico pode causar muitos danos a uma organização ou, até mesmo, à humanidade. Saber se comunicar no ambiente de trabalho e em sua vida íntima é muito importante. Por isso, aproveite e comece a colocar em prática tudo o que foi aprendido nesta aula.
TESTE DE CONHECIMENTO
1.A opção que contém um erro no uso do acento grave, como marca da crase, é:
		Chegaram à noite.
		Caminhava à passo lento.
		Estas são as festas às quais me referi.
		Às duas horas chegamos.
		Falei àquele amigo.
2.Assinale a alternativa em que a vírgula foi usada para isolar o vocativo:
		O bebê berrou, chorou, mamou e, finalmente, dormiu.
		O garoto, que estuda com a Carolina, é muito atraente.
		Então, meu amor, não há mais o que fazer!
		Roberto, meu melhor amigo, me conhece desde pequeno.
		Desde que o ano começou, Julia ainda não me visitou.
3.A respeito da colocação pronominal, identifique a única alternativa que classifica adequadamente a posição do pronome em relação ao verbo.
		Nunca se envergonhe de pedir perdão. ¿ mesóclise.
		Eu lhe daria mundos e fundos se eu pudesse. ¿ ênclise.
		Chamem-me de louco, mas aceito o salário. ¿ próclise.
		Entregar-lhe-ia o pedido se eu tivesse tempo. ¿ mesóclise
		Não se meta a falar usando o gerundismo. ¿ mesóclise
4.Em relação ao uso adequado do acento grave para indicar a crase, assinale a frase gramaticalmente correta.
		Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
		Chegou à noite, precisamente as dez horas.
		Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora à nada.
		Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.
		O papa caminha à passo firme.
5.Assinale a frase incorreta quanto à colocação pronominal.
		Aquilo incomoda-a.
		Em se tratando de doces, prefiro o pudim.
		Ao se verem flagrados, ficaram envergonhados.
		Como te exibes...
		Arruma-te de uma vez, pois estamos atrasados.
6.Complete a frase com os corretos conceitos de Colocação do Pronome Pessoal  Oblíquo respectivamente:
Ao iniciar a frase, o pronome só será colocado em .................... e
ao usar o futuro só deverá utilizar o pronome em...................
		Próclise - Ênclise.
		Mesóclise -  Ênclise.
		Ênclise - Próclise.
		Próclise - Mesóclise.
		Ênclise - Mesóclise.
7.Los 3 inimigos
Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula apresenta a mesma justificativa do caso da charge:
		Você ouviu, Renata, a notícia no telejornal?
		À tarde, Rodrigo sempre vai à academia se exercitar.
		Tatiana comprou ovos, carne, arroz e feijão para o jantar.
		A mobília, cadeiras, mesa e camas, irá no outro caminhão de mudança.
		Andréa, amiga do chefe, almoçava no mesmo restaurante que eu.
8.Assinale a opção correta:
I - Não vou a lugares desertos.
II - Marina tem aula a tarde.
III - Cátia aprendeu a ler aos 4 anos.
IV - O pagamento foi feito a vista.
V - A medida que estudo, aprendo.
 As frases que necessitam de crase são:
		II e IV
		II, IV e V
		I e V
		I, II e III
		III, IV e V
Aula 3: Como Evitar os Desvios Sintáticos
· IntroduçãoNesta aula, vamos esmiuçar os vícios de linguagem cometidos no cotidiano da prática discursiva ― seja na modalidade escrita, seja na oral. Serão explorados o arcaísmo, o cacófato, o solecismo, o estrangeirismo e o pleonasmo, vícios de linguagem que comprometem a coerência de um texto.
Vamos verificar também que as frases mal construídas, muitas vezes, não são percebidas pelos seus emissores, já que estes conhecem o teor da mensagem. Em contrapartida, o destinatário da informação recebe-a truncada e com dificuldades de decodificação.
Para contextualizar esses problemas, serão utilizados textos de natureza empresarial.
· Objetivos
Listar os principais vícios de linguagem.
Diferenciar as dificuldades sintáticas em frases siamesas, segmentadas e centopeicas.
Comunicação Empresarial em:
Mensagem não eficiente
1. O que tenho para fazer agora?
Lembrei! Tenho que enviar um e-mail apresentando o novo funcionário.
2. Prezados, boa tarde. 
Trago aos senhores notícias alvissareiras: nesta data presente, um novo representante de nossa organização os frequentará semanalmente. Apresento assim o Sr. Moacir Franco, exímio profissional nesse campo de atuação. 
Nosso representante anterior, Sr. Jeff Campos, foi transferido para as tranquilas terras do Prata e não poderá continuar tendo com V.Sas. O Sr. Moacir Franco, temos convicção, desenvolverá o trabalho junto a V.Sas. com o dinamismo necessário ao acompanhamento de suas demandas.
Assim, rogamos encarecidamente que V.Sas. recebam-no da forma amistosa como costumam fazê-lo. Com agradecimentos, subscrevemo-nos.
Laura Lima
Secretária
3. Após a leitura do e-mail...
...Funcionários confusos
4. -- Marcos, você já leu o comunicado que a secretária Laura nos enviou hoje? Não consegui entender.
-- O texto está em linguagem muito antiga, mas  vou conversar com ela e ajudá-la a refazer o e-mail.
5. -- Laura, a comunicação, neste e-mail, pode ser melhorada.
-- É preciso escrever de forma clara, fazendo com que todos os funcionários da empresa entendam. Podemos fazer assim...
Prezados,
Informamos que, a partir desta semana, haverá uma alteração no quadro de representantes. O Sr. Jeff Campos será substituído pelo Sr. Moacir Franco, excelente profissional da área. 
Vamos dar-lhe as boas-vindas e auxiliá-lo no acompanhamento das demandas.
Atenciosamente,
Laura Lima
Secretária
Começamos a aula ilustrando um exemplo de mensagem não eficiente.
Há muitos outros defeitos encontrados em textos empresariais que prejudicam a comunicação.
Esses defeitos, chamados vícios de linguagem, são, segundo o gramático Napoleão Mendes de Almeida, palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.
E, obviamente, algo que deturpa e dificulta a comunicação não deve ser utilizado, não é mesmo?
E então...
... Qual é o seu Vício?
Participe dessa campanha e diga não aos vícios de linguagem.
Arcaísmo
Arcaísmos são palavras ou expressões que já não são mais usadas. O vício de empregá-las deve ser evitado, pois compromete a clareza do texto.
Não podemos contar que os nossos leitores tenham conhecimentos da história da língua e conheçam esse vocabulário que não é mais usado. Por isso, o nosso texto deve sempre facilitar o entendimento do público em geral.
O objetivo da escrita, principalmente a empresarial, é atingir todos os níveis de leitores. Por isso, precisamos adequar nosso discurso ao contexto.
Clique aqui e veja algumas expressões que não se adequam mais ao ambiente corporativo.
Cacófato
Assista ao vídeo:
Título do vídeo: Quadro Mordendo a língua do programa Casseta e Planeta
Conforme visto no vídeo, Cacófato(Palavra grega que significa mau som) é um acidente fonética, em que as sílabas finais de uma palavra e as iniciais da palavra seguinte formam uma terceira palavra de som desagradável e, muitas vezes, obsceno.
Veja alguns exemplos: por cada, amo ela, boca dela, vi ela, vou-me já, ela tinha, como as concebo, essa fada etc.
A cacofonia deve ser evitada em contextos formais ou informais de comunicação. Além de empobrecer o texto, dispersa o seu interlocutor. Com certeza, ele notará o cacófato e deixará de prestar atenção em sua mensagem por algum tempo.
Clique aqui para ler o divertido texto Cacofonista x Cacofonofóbico
Solecismo
Você sabe o que é solecismo?
Solecismos são os erros que vão contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.
Há três tipos de solecismo. Vamos analisá-los:
· 
· Solecismo de concordância
Errado: Haviam muitas pessoas no recinto.
Certo: Havia muitas pessoas no recinto. 
Errado: Fazem três anos que não temos acidentes de trabalho.
Certo: Faz três anos que não temos acidente de trabalho. 
Errado: Falta duas horas para o fim do expediente.
Certo: Faltam duas horas para o fim do expediente. 
Errado: Aluga-se salas nesse edifício.
Certo: Alugam-se salas nesse edifício.
Errado: Vende-se ações desta empresa. Fale com o corretor.
Certo: Vendem-se ações desta empresa. Fale com o corretor.
Errado: Houveram algumas dúvidas na reunião.
Certo: Houve algumas dúvidas na reunião.
· Solecismo de regência
Errado: Assistirei o filme depois do trabalho.
Certo: Assistirei ao filme depois do trabalho.
Errado: Sente-se na mesa do estagiário.
Certo: Sente-se à mesa do estagiário.
Errado: Espere um pouco que vou no banheiro.
Certo: Espere um pouco que vou ao banheiro.
· Solecismo de colocação
Errado: Me encaminha aquele e-mail.
Certo: Encaminha-me aquele e-mail.
Errado: Me dá seu telefone?
Certo: Dá-me seu telefone?
Errado: Se preocupou comigo?
Certo: Preocupou-se comigo?
Errado: Me faça um favor.
Certo: Faça-me um favor.
Saiba mais: Com certeza, você percebeu que pouquíssimas pessoas falam desse jeito, não é mesmo? Na linguagem coloquial do Brasil, é comum, por exemplo, começar a oração com pronome oblíquo átono. Porém, mesmo sendo de uso corriqueiro, devemos analisar a situação comunicativa para adequarmos o nosso texto. É preciso saber que indivíduos mais escolarizados serão mais cobrados em relação à prescrição. Em contextos formais, devemos ter como foco a norma culta.
Solecismo
Você usa muitas palavras estrangeiras?
Título do vídeo: Samba do Approach de Zeca Pagodinho e Zeca Baleiro
Estrangeirismo é o processo que introduz palavras de outros idiomas na língua portuguesa. Enquanto essas palavras não forem absorvidas em nosso idioma, serão consideradas um vício de linguagem.
Isso acontece quando fica claro que não há necessidade de recorrer a uma palavra estrangeira para definir algo que possui uma palavra em português e que ainda é muito usada.
A maioria das palavras da língua portuguesa tem origem latina, grega, árabe, espanhola, italiana, francesa ou inglesa. Essas palavras são introduzidas em nossa língua por diversos motivos: históricos, socioculturais e políticos, modismos ou mesmo por causa dos avanços tecnológicos. Porém, enquanto isso não acontece, precisamos nos policiar para evitá-las e preferir as palavras em português.
Lembra da tirinha exibida no início da aula?
Reparou na crítica encontrada no quadrinho da Mafalda? Como as crianças ficam confusas? Esse é um dos problemas causados pelo estrangeirismo. As novas gerações acabam ficando com um vocabulário restrito da própria língua e, muitas vezes, nem reconhecem os termos que eram usados anteriormente.
Pleonasmo
Em algum momento da vida, você já deve ter cometido um pleonasmo.
Assista ao vídeo.
Título do vídeo: Espetáculo Nós na fita – Pleonasmo
Também conhecido por pleonasmo vicioso, tautologia ou simplesmente redundância, o Pleonasmo é o vício de linguagem relacionado ao uso de uma expressão redundante, isto é, trata-se da repetição desnecessária de um termo ou ideia.
Por isso, para não se dizer a “mesma coisa” duas vezes, devemos nos expressar de forma objetiva.
Veja, abaixo, 10 exemplos de Pleonasmo:
	Descer para baixo e entrar dentro
	Se é descer, logicamente é para baixo; e não há a possibilidade de se entrar fora.
	Amigo pessoal
	Amigo só pode ser pessoal. No dicionário“pessoal” é designado também como “conjunto de pessoas com afinidades ou interesses comuns; turma, amigos, família (o pessoal lá de casa; o pessoal do clube/do bairro)”. Por isso, trata-se da mesma ideia.
	Conclusão final
	A palavra “conclusão” já significa desfecho, arremate.
	Consenso geral
	“Consenso” significa uniformidade de pensamentos, opiniões, etc. já englobando a totalidade dos envolvidos.
	Pequenos detalhes
	Detalhe é cada mínima parte de um todo ou conjunto. Portanto, detalhes já são pequenos, concorda?
	Planos ou projetos para o futuro
	Não fazemos planos para o passado. A não ser que você tenha uma máquina do tempo.
	Surpresa inesperada
	Se é uma surpresa, não se esperava por ela.
	Viúva do falecido
	Não pode haver viúva se não houver um falecido.
	Almirante da Marinha
	Esta patente existe apenas na Marinha.
	Países do mundo
	De onde mais seriam os países?
Exercícios
Questão 1: Leia a carta emitida por uma associação de classe profissional:
Solicitamos o pagamento das mensalidades nas datas aprazadas no dito carnê, colaborando destarte para a manutenção precípua deste sodalício na orientação e assistência dos seus associados.
Att.
A direção
Pode-se notar na carta ao lado, dois vícios de linguagem. Quais são eles?
a) Arcaísmo
b) Cacófato
c) Solecismo
d) Estrangeirismo
e) Pleonasmo
Questão 2: Leia o texto e responda:
― O senhor quer ajudá-la?
— Sim, com certeza.
― Se lhe amas, deves dizer-lhe para que nunca gaste dinheiro com bobagens. 
— Sim, compreendo.
― Esta ideia, como a concebo, é a melhor solução.
Qual é o vício de linguagem retratado no texto?
a) Arcaísmo
b) Cacófato
c) Solecismo
d) Estrangeirismo
e) Pleonasmo
Questão 3: Observe a charge:
Pode-se notar na charge o vício do:
a) Arcaísmo
b) Cacófato
c) Solecismo
d) Estrangeirismo
e) Pleonasmo
Questão 4: Observe a placa:
O vício de linguagem presente na placa é:
a) Arcaísmo
b) Cacófato
c) Solecismo
d) Estrangeirismo
e) Pleonasmo
Questão 5: Leia o email abaixo:
Prezados, boa tarde. Conforme acordado na última reunião, segue os documentos necessários  para candidatura a vaga dos cursos de formação na área de Recursos Humanos. Me enviem a documentação o mais rápido possível.
Atenciosamente,
Fátima Antunes
O vício de linguagem presente neste email é:
a) Arcaísmo
b) Cacófato
c) Solecismo
d) Estrangeirismo
e) Pleonasmo
Questão 6: Leia o trecho do poema de Kim Fernandes:
“Eu sonhei um sonho lindo
Eu sonhei um sonho.
Ah, eu sonhei um sonho lindo.
Sim, um lindo sonho.
Mas, meu sonho se tornou um pesadelo.”
Atenciosamente,
Fátima Antunes
Recanto das Letras
Qual é o vício de linguagem presente na essência do poema?
a) Arcaísmo
b) Cacófato
c) Solecismo
d) Estrangeirismo
e) Pleonasmo
Outros desvios
Vamos analisar, agora, outros desvios em relação à sintaxe que, assim como os vícios de linguagem, também podem comprometer o processo de comunicação.
Veja, agora, alguns exemplos de dificuldades sintáticas relacionadas à formação de frases:
· FRASES SIAMESAS
Provavelmente, você já criou alguma frase siamesa e nem sabe. Ela aparece quando começamos a escrever sem muita atenção, e acabamos nos esquecendo de pontuar ou de utilizar conectivos para fazer a ligação entre as frases, transformando-as em algo sem sentido. Já aconteceu com você, não é?
Observe esta frase:
A garota estava apavorada teria de enfrentar o pai furioso.
Ela é um bom exemplo do que chamamos de frase siamesa, em analogia a irmãs siamesas (gêmeas que nascem unidas por uma parte do corpo). Esse tipo de construção caracteriza-se por apresentar ideias ligadas incorretamente, ou seja, são frases distintas que possuem enunciado completo, mas apresentadas como se fossem uma só, por não haver elemento de ligação entre elas como os sinais de pontuação ou os conectivos.  
Saiba mais:
Veja como fica a frase se eliminarmos o problema: 
• Usando sinais de pontuação:
A garota estava apavorada; teria de enfrentar o pai furioso.
A garota estava apavorada. Teria de enfrentar o pai furioso. 
• Usando conectivos coordenativos:
A garota estava apavorada, mas teria de enfrentar o pai furioso.
A garota estava apavorada, pois teria de enfrentar o pai furioso. 
• Usando conectivos subordinativos: 
Como teria de enfrentar o pai furioso, a garota estava apavorada.
A garota estava apavorada porque teria de enfrentar o pai furioso.  
Para evitar esse problema, releia o seu texto, mesmo que seja apenas um breve e-mail, e observe se é necessário pontuar ou aplicar conectivos para que o seu leitor compreenda a mensagem com mais facilidade.
· FRASES SEGMENTADAS
Em alguns momentos, principalmente devido à pressa, acabamos construindo frases segmentadas que dificultam muito o entendimento da mensagem. 
Algo segmentado é algo incompleto, certo? Composto por apenas uma parte do todo, não é? Frase segmentada, portanto, é aquela quebrada por pontuações incorretamente, isto é, dividida por uma pontuação que separa enunciados incompletos.  
Essas frases resultam em textos sem sentido, gerando a famosa incoerência.
Veja um exemplo:
Uma orquestra muito harmoniosa. No casamento da minha irmã, ela ficou melhor ainda!
Observe que as frases acima estão separadas incorretamente por um ponto final. Geralmente, esse problema acontece quando o escritor imagina que o leitor seguirá a mesma linha de raciocínio pensada por ele no momento em escreveu o texto.  Porém, na verdade, o leitor não tem o mesmo conhecimento do autor sobre aquele assunto. Tem apenas o texto. Por isso, este lê, interpreta o que está escrito e não consegue compreender a mensagem.  Para ele, são apenas duas frases sem sentido, que não complementam uma a outra. Cada uma parece tratar de um assunto.
Agora, veja o exemplo pontuado corretamente:
Era uma orquestra muito harmoniosa e ficou mais ainda no casamento da minha irmã. OU Já achava que era uma orquestra muito harmoniosa, mas, no casamento da minha irmã, ficou melhor ainda.
· FRASES CENTOPEICAS
Frases centopeicas ou labirínticas recebem esse nome devido ao seu comprimento, e, por serem muito extensas, acabam perdendo a sua ideia-núcleo.
Vamos ao exemplo:
Um dos mais movimentados e agitados centros financeiros do mundo todo, Zurique, também famosa e conhecida por seus gostosos chocolates, cujo sabor é inesquecível, e também mundialmente conhecida por seu comércio especializado em artigos caros, finos e requintados, além de possuir uma paisagem de cartão postal, uma das mais belas da Suíça, tem atraído ultimamente um grande número de pessoas doentes que decidem pôr à própria vida, na Dignitas, uma ONG que pratica a eutanásia legalmente.
Reparou como a compressão foi prejudicada devido ao número extenso de informações? Procure escrever sentenças mais curtas e divida o conteúdo em parágrafos. Isso fará com que o leitor não perca o foco do assunto principal e, dura realidade, não fique com preguiça de ler.Veja como ficaria o nosso exemplo depois de seguir essas orientações:A famosa Zurique, uma das paisagens mais belas da Suíça, é conhecida por seus gostosos chocolates, por seu comércio especializado em artigos caros, finos e requintados e, claro, por ser um dos mais movimentados e agitados centros financeiros do mundo todo.Além de ter todos esses atributos, ultimamente Zurique tem atraído um grande número de pessoas doentes que decidem pôr à própria vida, na Dignitas, uma ONG que pratica a eutanásia legalmente.
Desafio de 3
O desafio é responder às questões disponíveis abaixo, associando o exemplo ao tipo de frase correspondente e à sua definição.
Primeira questão
Hoje, quando no seio de uma família numerosa há um jovem que, por falta de certa vivacidade de espírito e de outros predicados naturais, ou dos que se adquirem pelo esforço e pelo trabalho, não pode granjear os meios de subsistência, e menos ainda de obter qualquer colocação saliente, ou um ancião, vencido na vida, para quem a fortuna foi descaroável madrasta nas profissões que tentou, sem disposição alguma para o exercício de qualquer mister conhecido e lícito; dá-se não raro uma espontânea conspiração entre os conjuntospor parentescos de um ou de outro, os políticos militantes e os detentores do poder, para elevar o inclassificável às várias posições políticas, então, com o mais bem-aventurado júbilo dos chefes das agremiações assim enriquecidos, esse vai ser o legislador, esse vai ser o estadista. (Pedro Lessa)
Ao lado temos uma frase:
a) Segmentadas
b) Centopeicas
c) Siamesas
Segunda questão
Luciana comprou o celular dos seus sonhos. No dia do seu aniversário e ela ficou feliz.
a) Segmentadas
b) Centopeicas
c) Siamesas
Terceira questão
Luíza estava ansiosa seria um ótimo dia de aula sua turma iria apresentar uma peça teatral para a escola inteira para arrecadar fundos para o bazar cultural.
Ao lado temos uma frase:
a) Segmentadas
b) Centopeicas
c) Siamesas
TESTE DE CONHECIMENTO
1."O diretor da empresa, muito culto e aplicado, dedica-se, cada vez mais, ao seu trabalho e seus estudos, sempre se atualizando, buscando continuamente seu aprimoramento profissional e o crescimento da empresa, pois, para ele, o crescimento da empresa significa sucesso e prosperidade para ele e para todos os funcionários que fazem parte desta organização."
O trecho acima é um exemplo de:
		Frases Segmentadas
		Frases Siamesas
		Solecismo de colocação
		Frases Centopeicas
		Solecismo de regência
2.Nós vimos o incêndio do prédio.
Este líder dirigiu bem sua empresa.
Nas frases acima temos exemplos do Vício de Linguagem
		Cacófato.
		Pleonasmo.
		Solecismo.
		Ambiguidade.
		Barbarismo.
3.Os vícios de linguagem são um dos fatores que prejudicam a clareza da comunicação. Na ambiguidade, por exemplo, podemos perceber mais de uma possibilidade de significado para uma mesma frase.
No exemplo: O turista disse ao guia que era pernambucano.  Não se apresenta ambiguidade.
PORQUE
Fica claro o único significado possível do exemplo é: o guia era pernambucano.
A respeito das asserções acima, assinale a opção correta.
		A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda é verdadeira.
		A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda é falsa.
		As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa da primeira.
		As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda não é uma justificativa da primeira.
		Ambas asserções são proposições falsas.
4.O supervisor de almoxarifado disse ao colega: -Fui ao banco e encontrei a mesa do gerente cheia de dinheiro, cheguei pra ele e falei:
- Pra que tanto dinheiro? 
E ele me respondeu: -Não é da sua conta. Que mal educado! 
Repare que a resposta do gerente nos dá dois possíveis entendimentos. Chamamos este vício de linguagem de
		Hominímia.
		Duplo Sentido.
		Ruído Comunicativo.
		Polissemia.
		Ambiguidade.
5.Marque a alternativa que identifique o vício de linguagem presente em: "Fiquei honrada com a homenagem, pois fazem vinte anos que me dedico à empresa."
		Solecismo.
		Barbarismo.
		Arcaísmo.
		Cacófato.
		Pleonasmo.
6."Vou tomar meu brunch no living e, em seguida, startar o processo de sale no departamento infantil." Na frase, o vício de linguagem que se observa é o
		Cacófato.
		Estrangeirismo.
		Barbarismo.
		Arcaísmo.
		Solecismo.
7.Diz o diretor, após perceber que cometeu um equívoco, quando falava com uma funcionária: - My Good, baby, estou confuso. Não era bem isso que eu queria dizer. Sorry.
O diretor cometeu um vício de linguagem chamado de
		Cacófato.
		Solecismo.
		Pleonasmo.
		Estrangeirismo.
		Arcaísmo.
8.Assinale a alternativa cujo trecho NÃO apresenta problema de ambiguidade:
		Ouvi falar da festa no restaurante.
		A mãe encontrou a criança em seu quarto, que estava bagunçado.
		Comprei  uma blusa e um terno preto.    
		O atleta falou ao treinador caído no chão.
		Você encontrou o carregador do  celular que estava no banheiro?
Aula 4: Recursos coesivos e fatores de coerência
· Introdução
Nesta aula, continuaremos nosso trabalho relacionado à produção textual, explorando o uso dos conectivos e apresentando os recursos de coesão e coerência textuais, tão importantes aos textos.
Veremos formas práticas de emprego dos conectivos, assim como a identificação dos diversos mecanismos de coesão e coerência textuais.
Vamos estudar também que a coesão e a coerência têm a ver com a harmonia das informações, ou seja, que as informações devem ser organizadas de um modo que façam sentido para quem lê.
· Objetivos
Definir coesão e coerência textuais.
Listar os principais elos coesivos e seus valores semânticos.
Explicar os mecanismos de coesão e coerência, por meio de atividades.
Você sabe o que é coerência?
Vídeo
A coerência, como você já sabe, é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que não haja contradições ou erros que gerem incompreensão, mal-entendido ou até mesmo falha na comunicação.
A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor.
Podemos organizar, de acordo com Ingedore Koch, a coerência em quatro tipos:
Tipos de coerência
Mas como distinguir cada tipo?
Um texto pode ser incoerente em determinada situação se seu autor não consegue estabelecer um sentido ou uma ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos (pontuação, vocabulário etc.).
Como vimos na última aula, pode-se concluir, por esse motivo, que um texto coerente é aquele que é capaz de estabelecer sentido. Por isso, a coerência é entendida como um princípio de interpretabilidade.
Agora veremos exemplos de cada tipo de incoerência. É só seguir em frente.
Para resumirmos a questão do que é estabelecido como texto, e que caracteriza a textualidade, vamos recorrer a uma explicação de Koch e Travaglia especialistas no assunto:
“Ter textualidade ou textura é o que faz de uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um amontoado aleatório de frases ou palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. Portanto, tendo em vista o conceito que se tem de coerência, podemos dizer que é ela que dá origem à textualidade.”
Atividade
Na atividade abaixo, você encontrará quatro enunciados que apresentam erros de coerência. Marque a resposta certa, lembrando-se do que acabamos de estudar, o tipo de incoerência ao erro em questão:
I - Incoerência semântica
II - Incoerência sintática
III - Incoerência estilística
IV - Incoerência pragmática
1. Na verdade, essa falta de leitura, de escrever, seja porque tudo já vem pronto, mastigado para uma boa compreensão, não precisando pensar.
2. Não deu asas ao pensamento, obviamente com medo de aferir a opinião dos outros.
3. No balcão da companhia aérea, o viajante perguntou à atendente:
― A senhorita pode me dizer quanto tempo dura o voo do Rio a Lisboa?
― Um momentinho ― disse a atendente.
O passageiro agradeceu e foi embora.
4. AgCl (cloreto de prata) é considerado insolúvel porque o que fica é um troço tão irrisório que a gente não considera (...) Entendeu qual é a jogada? O que tem na solução daqueles íons não vai atrapalhar ninguém. Você pode comer quilos desse troço que a prata não vai te perturbar.
a) I – 2 / II – 1 / III – 4 / IV - 3
b) I – 3 / II – 1 / III – 2 / IV - 4
c) I – 2 / II – 1 / II – 3 / IV - 4
d) I – 4 / II – 1 / III – 3 / IV - 2
Conforme vimos, a junção de informações de forma inadequada é um dos principais motivos da falta de coerência nos textos.
Veja um novo exemplo:
O clima esteve muito adequado neste período; porém, a colheita foi excelente.
Ao lermos esse texto, pensamos logo:
“Porém foi excelente? Como assim? Isso não é óbvio? Já que o clima foi favorável, logicamente a colheita foi boa. A surpresa seria ter um clima ruim e, mesmo assim, uma colheita boa ou um clima ótimo e a colheita ruim.” 
O porém nos traz a ideia da adversidade, não é mesmo? Então, jamais poderia ser utilizado para juntar essas informações. Por causa da presença dele, temos uma mensagem incoerente.
Não existe uma forma única de fazer a conexão das ideias. Entretanto, dentre as várias possibilidades, é provávelque haja junções inadequadas como mostrou o exemplo com o erro.
Assim, deduzimos que nem todas as conexões são possíveis para formar uma ideia completa, coerente. Isso nos leva a perceber que essas junções, que podemos chamar de articulações sintáticas, devem ser utilizadas para encontrar o sentido adequado.
Chegamos, então, a uma importante informação: são as articulações sintáticas que estabelecem as relações semânticas.
Atividades
Agora, leia os textos e identifique os tipos de coerência apresentados em cada um.
O MOSQUITO
(Vinícius de Moraes)
Parece mentira
De tão esquisito:
Mas sobre o papel
O feio mosquito
Fez sombra de lira!
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
LORES
(fragmento)
É nestas flores, em particular, que vejo desenhar-se uma linha que me leva de mim a ti, passando sobre um campo invisível, onde já não se ouvem os pássaros, e onde o vento não faz cair as folhas.
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal: Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.(Manoel de Barros)
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
Num ouvido, escrito: ENTRADA,
noutro ouvido, escrito: SAÍDA.
(Paulo Leminski)
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
BALÕEZINHOS
(Manuel Bandeira)
Na feira do arrabaldezinho, um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
— “O melhor divertimento para as crianças!”
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres, fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
MACUNAÍMA
(fragmento)
Vinha passando Capei, a Lua. Macunaíma gritou pra ela:
— Sua bênção, dindinha Lua!
— Uhum... que ela secundou.
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
ERRO DE PORTUGUÊS
(Oswald de Andrade)
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
ROMEU E JULIETA
(fragmento)
ROMEU - Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.
Em tua boca me limpo dos pecados.(E ele a beija)
JULIETA - Que passaram, assim, para meus lábios.
ROMEU - Pecados meus? Quero-os retornados. Devolva-me os.
a) Coerência semântica
b) Coerência sintática
c) Coerência estilística
d) Coerência pragmática
Do que se trata a coerência textual?
Você sabia que a palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento de fios”? Assim, da mesma forma que um tecido não é apenas um emaranhado de fios, o texto é não um mero amontoado de frases: 
Segundo Melo:
“texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.” (MELO, 2003)
Por isso, deve haver uma organização, uma unidade de sentido para que o texto seja considerado texto e cumpra sua função: estabelecer contato com seu interlocutor, a fim de informar, influenciar, questionar, sensibilizar, convencer, divertir, enganar, seduzir. É disso que trata a coerência textual. 
Se os fios embolam ou se rompem, quebra-se a coerência, ou seja, o texto não faz sentido. 
Então, vamos analisar a seguir os fatores que impedem que os fios do texto embaracem ou se rompam.
A coerência se estabelece por uma série de fatores que afetam os possíveis sentidos de um texto.  Portanto, ao considerarmos que a coerência é o princípio de interpretabilidade, podemos observar os seguintes fatores:
· CONHECIMENTO LINGUÍSTICO
O Conhecimento linguístico consiste no domínio das regras que norteiam a língua, isso vai possibilitar as várias combinações dos elementos linguísticos. 
· CONHECIMENTO DE MUNDO
É o conhecimento proveniente de nossas experiências com o mundo, resultante da interação sociocultural. Através dessa interação, armazenamos conhecimento, constituindo os modelos cognitivos.
É uma espécie de arquivo que guardamos em nossa memória, como se fosse um dicionário, relacionado ao mundo e à cultura a que temos acesso.  
Por exemplo, ao chegar a um funeral, sei o comportamento que devo ter, como cumprimentar as pessoas, qual traje usar etc. Em um funeral, portanto, é aceitável dizer “é com muito pesar que trago meus sentimentos”, e não é aceitável dizer “é com muito prazer que trago meus sentimentos”.
· CONHECIMENTO PARTILHADO
Conhecimento compartilhado entre as pessoas, entre quem estabelece uma interação. Essa interação se torna possível graças à experiência comum dos envolvidos.
Por exemplo, as regras comunicadas em reuniões de condomínio passam a ser conhecidas por aquele grupo de condôminos.  
· INTERFERÊNCIA
São as reflexões que fazemos a partir de alguma ideia, a partir de determinado texto. Incluem as deduções, conclusões que construímos juntamente com quem conta ou escreve uma história, um fato etc.
Por exemplo, quando alguém diz que foi ao médico ver um problema nos olhos, podemos deduzir que está falando de um oftalmologista.
· CONTEXTUALIZAÇÃO
São os elementos que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa determinada, como a data, o local, a assinatura, os elementos gráficos, o timbre, o título, o autor.
Em documentos, por exemplo, o carimbo, a data, a assinatura são muito importantes. Já entre os fatores gráficos, a disposição do conteúdo, as ilustrações e as fotos também contribuem para contextualizar o texto.
· SITUACIONALIDADE
Conhecimento de onde a história se situa, com todos os elementos necessários. Fator que atua nas duas direções, tanto da situação para o texto quanto do texto para a situação.
Um texto coerente em uma situação pode não ser em outra, como nos casos dos textos literários que analisamos.
· INFORMATIVIDADE
É o nível de informação contida no texto, que dependerá da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético.
Diz respeito ao grau de previsibilidade da informação que vem no texto, que será menos informativo, se contiver apenas informação previsível ou redundante.
Já se contiver informação inesperada ou imprevisível, o texto terá um grau máximo de informatividade , podendo, à primeira vista, parecer até incoerente por exigir do receptor um grande esforço de decodificação.
Para complementar os seus estudos, visite o site Pedagogia ao Pé da Letra.
· FOCALIZAÇÃO
Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Isso evita que um texto com tema da globalização passe a falar mal dos países globalizados.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. Também pode ser analisado como a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte de seu conhecimento.
Uma reportagem sobre um crime será lida de maneiras diferentes por um advogado, um psicólogo, um sociólogo e um policial, por exemplo.
Assim, como o mesmo crime seria descrito de maneiras diferentes por esses profissionais.
· INTERTEXTUALIDADE
É uma interação entre textos, sendo um mecanismo importante para o entendimento de determinadas mensagens.
Ocorre quando um texto faz alusão a outros textos, exigindo do leitor uma busca de informações fora do universo do texto em questão.
· INTENCIONALIDADE E ACEITABILIDADE
O primeiro fator diz respeito à intenção do emissor e o segundo refere-se à atitude do receptor de aceitar a manifestação linguística como um texto coeso e coerente.
Atividades
Agora que você já conhece os fatores de coerência, o que acha de testar o seu aprendizado?
Analise as mensagens e procure identificar o fator de coerência textual predominante em cada uma delas.
O fator de coerência textual predominante

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