Buscar

Apostila Anatomia e Fisiologia Humana I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANATOMIA E FISIOLOGIA
HUMANA I
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
341 
9 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA I 
 
Um dos pontos fundamentais do curso de Técnico em Radiologia é o estudo da 
imagem anatômica dos seres vivos, principalmente do corpo humano. Para isso, é necessário 
conhecer as estruturas anatômicas do corpo humano em seus detalhes, para poder 
identificá-las em uma das modalidades da imagem diagnóstica. 
 
Com a disciplina de Anatomia e Fisiologia I o aluno poderá acompanhar e estudar os 
assuntos apresentados nas aulas de anatomia e fisiologia, favorecendo a fixação do 
conteúdo desta matéria, que é muito densa, vasta e será suporte em outras disciplinas deste 
curso. 
 
9.1 Histórico 
 
Desde a época antes de Cristo já se realizavam dissecações em animais, 
especialmente no sul da Itália, com Alcméon de Crotona. As ilustrações anatômicas foram 
mencionadas por Aristóteles quando este se referiu aos paradigmas, que eram figuras 
baseadas na dissecação animal. Na Alexandria, durante o século III a.C., a anatomia teve um 
avanço considerável, com muitas descobertas atribuídas a Herófilo e Erasístrato, que foram 
os primeiros a realizar dissecações humanas sistematicamente. Por razoes éticas e religiosas, 
a partir do ano 150 a.C., a dissecação humana foi proibida. Porém, o conhecimento 
anatômico sobre o corpo humano continuou no mundo helenístico, sendo conhecido apenas 
por meio da dissecação em animais, conforme destacam em seus estudos Lyons et al. 
(1997). 
 
A anatomia era uma disciplina auxiliar da cirurgia, há época, relativamente 
grosseira, que reunia sobre todo conhecer os pontos apropriados para a sangria. O primeiro 
livro com imagens impressas foi a obra de Ulrich Boner Der Edelstein, publicada por Albrecht 
Plister, em Banberg (LYONS et al., 1997). Ainda de acordo com os autores, as primeiras 
ilustrações anatômicas impressas baseavam-se na tradição manuscrita medieval. O 
Fasciculus medicinae, por exemplo, foi uma coleção de textos de autores contemporâneos, 
destinada aos médicos práticos, que alcançou muitas edições. Sua primeira edição data de 
1491, onde se utilizou a xilografia para figuras anatômicas, cujas ilustrações apresentam 
corpos humanos mostrando os pontos de sangria, e linhas que unem a figura às explicações 
impressas nas margens. Em sua segunda edição, datada de 1493, as posições das figuras 
apresentavam-se mais naturais. 
 
O primeiro artista que considerou a anatomia além do ponto de vista meramente 
pictórico foi Leonardo da Vinci. Ele fez preparações das quais são conservadas mais de 750, e 
representam o esqueleto, os músculos, os nervos e os vasos. As ilustrações foram 
completadas muitas vezes com anotações do tipo fisiológico. A beleza artística impressa por 
da Vinci permanece inalterada, conforme ilustra a Figura 1. 
 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
342 
Figura 1 - O homem vitruviano 
 
 
Fonte: Oliveira et al. (2012) 
 
A valorização correta da curvatura da coluna vertebral ficou esquecida durante mais 
de cem anos. Da Vinci representou corretamente a posição do fetus in utero e foi o primeiro 
a assinalar algumas estruturas anatômicas conhecidas. Lyons et al. (1997) afirmam que 
Michelangelo Buonarotti passou pelo menos vinte anos adquirindo conhecimentos 
anatômicos por meio das dissecações que praticava pessoalmente, sobretudo no convento 
de Santo Espírito de Florença. 
 
Conforme preconizam Lyons et al. (1997), Albrecht Dürer escreveu obras de 
matemática, destilação, hidráulica e anatomia, cujo tratado sobre as proporções do corpo 
humano foi publicado após sua morte. Até então, a ciência fisiológica estava apoiada nas 
concepções puramente teóricas do médico grego Galeno, que admitia uma comunicação 
entre os dois ventrículos do coração por meio de canais invisíveis. Servet, juntamente com 
Vesálius, insurgiu-se contra essa concepção e demonstrou que não há mistura de sangue 
entre os dois ventrículos. 
 
O estudo da Fisiologia Humana teve origem na Grécia por volta do ano 420 a.C., 
com Hipócrates, o pai da medicina. Durante o renascimento (XIV-XVII), ocorreu o aumento 
do interesse no estudo da Anatomia e da Fisiologia do corpo humano. Neste período, 
Vesálius iniciou o que se conhece hoje como a Anatomia Humana Moderna. Uma das obras 
mais influente da época foi De humani corporis fabrica (1543), considerado um dos livros 
mais importantes da história do homem. Vesálius comprovou também que há diferenças em 
todos os indivíduos e relatou sua surpresa ao encontrar inúmeros erros nas obras de Galeno, 
como afirmam Lyons et al., (1997). 
 
No século XVII foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e da 
fisiologia humana. Neste período, Francis Glisson descreveu em detalhes o fígado, o 
estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem basicamente 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
343 
aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere aos impulsos 
nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar, como afirmam Lyons et al., 
(1997). 
 
Ainda naquele período, Wharton descreveu as características diferenciais das 
glândulas digestivas, linfáticas e sexuais. O conduto de evacuação da glândula salivar 
submandibular conhece-se como conduto de Wharton. Uma importante contribuição foi 
distinguir entre glândulas de secreção interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai 
no sangue, e as glândulas de secreção externa (exócrinas), que descarregam nas cavidades. 
Niels Steenson, em 1611, porém, estabeleceu a diferença entre esse tipo de glândula e os 
nódulos linfáticos. A nova concepção dos sistemas de transporte do organismo que se 
obteve graças às contribuições de muitos investigadores ajudou a resolver os erros da 
fisiologia galênica referente à produção de sangue (LYONS et al., 1997). 
 
Datando ainda do século XVII, Gasparo Aselli descobriu que após a ingestão 
abundante de comida o peritônio e o intestino de um cachorro se cobriam de umas fibras 
brancas que, ao serem seccionadas, extravasavam um líquido esbranquiçado. Tratava-se dos 
capilares quilíferos. Até a época de Harvey, que iniciou a fisiologia experimental, pensava-se 
que a respiração estimulava o coração para produzir espíritos vitais no ventrículo direito. Ele, 
porém, demonstrou que o sangue nos pulmões mudava de venoso para arterial, mas 
desconhecia as bases desta transformação. Lyons et al. (1997) afirmam que a explicação da 
função respiratória ainda levou muitos anos, mas durante o século XVII foram dados passos 
importantes para seu esclarecimento. 
 
A primeira transfusão direta de sangue foi uma das grandes descobertas daquele 
século, sob a batuta de Richard Lower (1631-1691), que demonstrou a diferença de cor 
entre o sangue arterial e o venoso, a qual se devia ao constato com o ar dos pulmões. John 
Mayow (1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à extração de 
alguma substância do ar (LYONS et al., 1997). 
 
A partir de então, o desenvolvimento da anatomia acelerou-se. Berengario da Carpi 
estudou o apêndice e o timo, e Bartolomeu Eustáquio os canais auditivos. A nova anatomia 
do Renascimento exigiu a revisão da ciência. O aperfeiçoamento do microscópio (por 
Leeuwenhoek) ajudou Marcello Malpighi a provar a teoria de Harvey, sobre a circulação do 
sangue, e também a descobrir a estrutura mais íntima de muitos órgãos. Introduzia-se, 
assim, o estudo microscópico da anatomia (LYONS et al., 1997). 
 
No Século XVIII, o conhecimento em Fisiologia começou a se acumular rapidamente. 
Neste período, Claude Bernard introduziu os conceitos da Fisiologia Experimental 
Contemporânea, de acordo com estudos de Ludwig (2009). Para Bernard, a fisiologia não era 
a anatomia animada, ou seja, ao invés de iniciar do órgão para a função, o fisiologista 
deveria começar partindo do fenômeno fisiológico, procurando sua explicação no 
organismo. Neste sentido, o fisiologista não deveria simplesmente observar a natureza, mas 
produzir e reproduzir fenômenosem condições artificiais, em que alguns aspectos ou 
variáveis são selecionados, e outros são eliminados ou controlados (LUDWIG, 2009). 
 
Quando os anatomistas puderam representar de modo realista os conhecimentos 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
344 
anatômicos corretos, se iniciou em toda Europa um período de intensa investigação, 
especialmente no norte da Itália e no sul da Alemanha. O melhor representante deste grupo 
é Jacob Berengario da Capri, autor dos Commentaria super anatomica mundini, que contém 
as primeiras ilustrações anatômicas tomadas do natural. Em 1536, Cratander publicou em 
Basiléia uma edição das obras de Galeno, incluindo figuras, especialmente de osteologia, 
feitas de um modo muito realista. Em 1532, Charles Estienne preparou em Paris uma obra 
em que ressaltava a completa representação pictórica do corpo humano (LYONS et al., 
1997). 
 
O estudo anatômico-clínico do cadáver, como meio mais seguro de estudar as 
alterações provocadas pela doença, foi introduzido por Giovan Battista Morgani, dando 
origem à anatomia patológica, que permitiu grandes descobertas no campo da patologia 
celular, por Rudolf Virchow, e dos agentes responsáveis por doenças infecciosas, por Pasteur 
e Koch (COSTA, 2010). Costa (2010) afirma ainda que a fisiologia, a bioquímica, a microscopia 
eletrônica e positrônica, as técnicas de difração com raios X, aplicadas ao estudo das células, 
descreveram suas estruturas íntimas em nível molecular. 
 
Hoje em dia há a possibilidade de se estudar anatomia mesmo em pessoas vivas, 
mediante técnicas de imagem como a radiografia, a endoscopia, a angiografia, a tomografia 
axial computadorizada, a tomografia por emissão de pósitrons, a imagem de ressonância 
magnética nuclear, a ecografia, a termografia e outras, como afirma Costa (2010). 
 
9.2 Definições: Anatomia e Fisiologia 
 
De acordo com Lacerda et al. (2009), a anatomia é a ciência que estuda a 
constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Em 1981, a American Association of 
Anatomists propôs um amplo conceito de anatomia, como sendo a análise da estrutura 
biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a 
fatores temporais, genéticos e ambientais. Em resumo, a anatomia é a ciência que estuda a 
forma, a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente. 
 
Para os autores, a anatomia compreende desde o estudo das mudanças, em longo 
prazo, da estrutura, no curso de evolução, passando pelas mudanças de duração 
intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de 
curto prazo, que estão associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. 
 
A anatomia é, portanto, o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito 
indispensável para o estudo da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende tanto a 
evolução do indivíduo desde a fase de zigoto até a velhice (ontogenia), como o 
desenvolvimento de uma estrutura no reino animal (filogenia) (COSTA, 2008). 
 
Em relação à fisiologia, trata-se do ramo da biologia que estuda as múltiplas 
funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos. De forma mais sintética, a fisiologia 
estuda o funcionamento do organismo (matéria viva), investiga as funções orgânicas, 
processos ou atividades vitais. É dividida classicamente em fisiologia vegetal e fisiologia 
animal, conforme preconizam Tortoga e Derrickson, 2010. 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
345 
A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados, onde a 
primeira incide sobre a forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do 
corpo, sendo ambas as áreas de vital importância para o conhecimento médico. 
 
9.3 Divisões da Anatomia e da Fisiologia 
 
Nesta seção, serão abordadas as divisões que compreendem a anatomia e a 
fisiologia. 
 
9.3.1 Divisões da Anatomia 
 
Em relação às divisões da anatomia, no que se refere ao tamanho da estrutura 
estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus 
órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. A anatomia pode ser subdividida em 
três grandes grupos: anatomia macroscópica, anatomia microscópica e anatomia do 
desenvolvimento, conforme descrito abaixo, de acordo com a afirmação de Duarte (2009). 
 
a) anatomia macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, 
utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis; 
b) anatomia microscópica é aquela relacionada às estruturas corporais invisíveis a 
olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, 
microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da 
célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a 
formação de órgãos); e, 
c) anatomia do desenvolvimento, que estuda o desenvolvimento do indivíduo a 
partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Engloba a Embriologia, que é o 
estudo do desenvolvimento até o nascimento. 
 
É importante salientar, ainda, que a Anatomia Humana, a Anatomia Vegetal e a 
Anatomia Comparada também são especializações da anatomia. Na anatomia comparada 
faz-se o estudo comparativo da estrutura de diferentes animais (ou plantas), com o objetivo 
de verificar as relações entre eles, o que pode elucidar sobre aspectos da sua evolução. 
 
De acordo com Costa (2008) e Oliveira et al. (2012), a anatomia macroscópica 
humana estuda o corpo humano e conforme o enfoque recebe varias denominações. Dentre 
elas destacam-se: 
 
a) anatomia sistemática ou descritiva: estuda de modo analítico (separação de um 
todo em seus elementos ou partes componentes) e separadamente as várias 
estruturas dos sistemas que constituem o corpo, o esquelético, o muscular, o 
circulatório, etc.; 
b) anatomia topográfica ou regional: estuda de uma maneira sintética (método, 
processo ou operação que consiste em reunir elementos diferentes e fundi-los 
num todo) as relações entre as estruturas de regiões delimitadas do corpo; 
c) anatomia de superfície ou do vivo (palpatória): estuda a projeção de órgãos e 
estruturas profundas na superfície do corpo, é de grande importância para a 
compreensão da semiologia clínica (estudo e interpretação do conjunto de sinais 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
346 
e sintomas observados no exame de um paciente); 
d) anatomia funcional: estuda segmentos funcionais do corpo, estabelecendo 
relações recíprocas e funcionais das várias estruturas dos diferentes sistemas; 
e) anatomia aplicada: salienta a importância dos conhecimentos anatômicos para 
as atividades médicas, clínica ou cirúrgica e mesmo para as artísticas; 
f) anatomia radiológica: estuda o corpo usando as propriedades dos raios X e 
constitui, com a Anatomia de Superfície, a base morfológica das técnicas de 
exploração clínica. É um campo relativamente recente de estudo da anatomia. O 
corpo humano pode ser visualizado por meio de técnicas radiológicas, como na 
identificação de estruturas em radiografias ou mesmo nos exames mais 
modernos, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Este 
estudo permite o reconhecimento de estruturas tanto do cadáver, quanto in vivo 
e é largamente utilizado na anatomia clínica; 
g) anatomia comparada: estuda a Anatomia de diferentes espécies animais com 
particular enfoque ao desenvolvimento ontogenético (desenvolvimento de um 
indivíduo desde a concepção até a idade adulta) e filogenético (história evolutiva 
de uma espécie ou qualquer outro grupo taxonômico) dos diferentes órgãos; e, 
h) anatomia do desenvolvimento: está associada à Embriologia Humana. Estuda o 
desenvolvimento do ovo fertilizado até a forma adulta. 
 
Apesar de largamente baseada na dissecação, como a etimologia do seu nome 
indica, o estudo da anatomia humana envolve vários métodos, que correspondem aos seus 
campos de estudo, tais como (OLIVEIRA et al. 2012): 
 
a) inspeção: análise por meio da visão, que pode ser de órgãos externos ou 
internos; 
b) palpação:análise por meio do tato, que pode ser utilizada para medir a pulsação, 
verificar tendões ou saliências ósseas, entre outras estruturas; 
c) Percussão: análise por meio de batimentos digitais na superfície corporal, que 
pode produzir sons audíveis, ajudando na determinação de órgãos ou estruturas; 
d) ausculta: análise feita ouvindo determinados órgãos em funcionamento (ex. 
coração, intestino, pulmões); 
e) mensuração: avaliação da simetria corporal; 
f) dissecação: separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor 
visualização; e, 
g) métodos de estudo por imagem: inclusão dos antigos e novos métodos de 
obtenção de imagens do corpo humano, tais como radiografias, ressonância 
magnética, ultrassonografia, tomografia computadorizada e etc. 
 
9.3.2 Divisões da Fisiologia 
 
Para que o organismo humano possa desempenhar todas as suas funções 
adequadamente, uma série de parâmetros deve ser mantida em níveis aceitáveis. Por 
exemplo, a temperatura corporal deve ficar por volta dos 37°C; pressão arterial em repouso 
deve estar a 80 x 120 mm Hg; as concentrações sanguíneas de O2 e CO2 devem estar dentro 
de faixas normais. A este equilíbrio dinâmico para a manutenção da constância da 
composição do meio interno e das características básicas dentro de faixas normais dá-se o 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
347 
nome de Homeostase. Existem vários mecanismos responsáveis pela manutenção da 
homeostase, dentre eles é possível citar como mais importante o mecanismo de 
retroalimentação negativa. Quando uma das características básicas do sistema sai da faixa 
normal, existem efetores que promovem seu retorno. 
É importante salientar que há três grandes áreas da fisiologia: a) fisiologia animal, 
que incluía fisiologia humana; b) fisiologia vegetal, que diz respeito às funções dos vegetais; 
e c) fisiologia bacteriana, que está ligada às células procariontes. 
 
9.4 Constituição do Corpo Humano 
 
Nesta seção serão observados os níveis organizacionais do corpo humano, a divisão 
do corpo humano, o conceito de variações anatômicas, a posição de descrição anatômica, 
planos de delimitação e seção do corpo humano, os princípios gerais de construção do corpo 
humano, e as cavidades do corpo. 
 
9.4.1 Níveis Organizacionais 
 
Da menor até a maior dimensão de seus componentes, seis níveis de organização 
são relevantes para a compreensão da anatomia e fisiologia, a saber: 
 
a) nível químico: inclui os átomos (menores unidades de matéria que participam de 
reações químicas) e as moléculas (dois ou mais átomos ligados entre si); 
b) nível celular: a união das moléculas formam as células. As células são as unidades 
básicas, estruturais e funcionais do corpo humano; 
c) nível tecidual: os tecidos são grupos de células e materiais em torno delas, que 
trabalham juntos para realizar uma determinada função celular. Existem quatro 
tipos básicos de tecidos, no corpo humano: tecido epitelial, conjuntivo, muscular 
e nervoso; 
d) nível orgânico: os órgãos são estruturas compostas por dois ou mais tipos de 
tecido diferentes. Eles têm funções específicas e, usualmente, têm formas 
reconhecíveis; 
e) nível sistêmico: é um sistema consiste em órgãos relacionados que têm a mesma 
função; e, 
f) nível organismo: é o maior nível organizacional. O organismo é um indivíduo 
vivo. Todas as partes do corpo, funcionando umas com as outras, constituem o 
organismo total – uma pessoa viva. 
 
9.4.2 A Divisão do Corpo Humano 
 
Classicamente, o corpo humano é dividido em cabeça, pescoço, tronco e membros, 
assim distribuídos, conforme esquema a seguir: 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
348 
 
 
 
A cabeça é o segmento mais elevado do corpo, estando situada acima do pescoço, 
sendo dividida em crânio e face. O pescoço é uma parte estreitada que une a cabeça ao 
tronco. O tronco, por sua vez, compreende o tórax e abdômen. Considera-se no tronco as 
cavidades torácica e abdominal, as quais estão separadas entre si pelo músculo diafragma. A 
cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica. 
 
Os membros são em número de quatro, dois superiores ou torácico e dois inferiores 
ou pélvicos. Os membros (inferiores e superiores) possuem uma raiz, pela qual se unem ao 
tronco, e uma parte livre; a raiz do membro superior que corresponde ao ombro, e a parte 
livre, que se divide em: braço, antebraço e mão (esta dividida em palma e o dorso). A raiz do 
membro inferior é chamada quadril e a parte livre divide-se em: coxa, perna e pé (dividindo-
se este em planta e o dorso do pé). Consideram-se ainda o cotovelo (na transição entre o 
braço e o antebraço), o punho (entre o antebraço e a mão), o joelho (entre a coxa e a perna) 
e o tornozelo (entre a perna e o pé). 
 
9.4.3 Conceito de Variações Anatômicas 
 
As diferenças morfológicas individuais apresentam as desigualdades de dois 
indivíduos. Existem inúmeras diferenças que podem ser observadas, como o peso, a altura 
etc. Estas variações, descritas a seguir, podem ser denominadas de: variação, normal, 
anomalia e monstruosidade. 
 
 Variação: 
 
Definem-se variações anatômicas como sendo toda diferença morfológica que não 
acarreta transtorno funcional. Estas podem ser externas e internas. As diferenças externas 
são as diferenças morfológicas entre indivíduos, podendo ser evidenciadas de imediato por 
um observador de um grupo de indivíduos, enquanto que as diferenças internas são as 
variações na forma e no tamanho dos órgãos. 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
349 
 Normal: 
 
É um termo que apresenta um conceito médico e um conceito estatístico. Do ponto 
de vista médico, normal significa sadio, hígido, não doente. Por exemplo, uma pessoa sadia é 
uma pessoa normal. Do ponto de vista estatístico, que corresponde ao conceito anatômico, 
normal quer dizer o que é mais frequente. Existem algumas circunstâncias que determinam 
variações anatômicas normais e que devem ser descritas, conforme se observa a seguir: 
 
a) idade: é o tempo decorrido desde a formação intrauterina do indivíduo até a 
morte. As modificações anatômicas acontecem com o progredir da idade, ou 
seja, nos diversos períodos ou fase da vida intra e extrauterina, havendo 
diferenças quando se confrontam a criança, o adolescente e o adulto. Por 
exemplo: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando 
para a bolsa escrotal e nela se localizando durante a vida adulta; o timo atinge o 
seu desenvolvimento máximo na vida fetal e com o progredir da idade vai 
regredindo até desaparecer na fase adulta; a bexiga é piriforme, com grande eixo 
longitudinal na criança e tem uma situação predominantemente abdominal. Com 
o avanço da idade, a bexiga vai alcançando a sua situação na bacia pélvica. Do 
mesmo modo a laringe, que tem sua situação alta na criança e com o 
crescimento ela vai baixando gradualmente. A idade é dividida em sete fases: 
embriológica, nepiológica (1ª infância), 2ª infância, adolescência, adulto jovem, 
adulta e geriátrica; 
b) sexo: é o caráter de masculinidade ou de feminilidade. É possível reconhecer 
órgãos de um ou de outro sexo, graças às características especiais, mesmo fora 
da esfera genital. Assim, é importante lembrar as diferenças dos órgãos 
condicionados pelo sexo, pois mesmo aqueles comuns a ambos podem 
apresentar topografia diversa, como por exemplo: no homem a gordura 
subcutânea se deposita principalmente na região tricipital, enquanto na mulher 
o depósito se dá preferencialmente na região abdominal; o ceco, 
frequentemente, tem situação mais baixa na mulher do que no homem; 
c) raça: refere-se à dominação conferida a cada agrupamento humano que possui 
caracteres físicos comuns, tanto externos como internos, pelos quais se 
distinguem dos demais. Compreendem as raças branca, negra e amarela, e o 
seus graus de mestiçagem, responsáveis por diferenças morfológicas externas e 
internas, como por exemplo: a forma do nariz e dos lábios, que permitem 
distinguir indivíduos de grupos étnicos diversos, apreciáveisdiferenças internas 
são ainda encontradas nos diferentes sistemas orgânicos; o coração tem uma 
vascularização muito mais abundante no negro do que no branco; nos brancos, a 
medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, enquanto 
que nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira 
vértebra lombar; a 3ª pálpebra (plica semilunaris) é habitualmente encontrada 
com muito menos frequente entre brancos; 
d) tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças morfológicas. 
O biótipo é a resultante da soma dos caracteres herdados e dos caracteres 
adquiridos por influência do meio e da sua inter-relação. Referem-se ao tipo 
constitucional que existe em qualquer grupo racial. Os principais tipos são: D.a- 
longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e membros longos. Nessas 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
350 
pessoas o estômago geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas mais 
verticalmente; D.b- brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros 
curtos. Aqui as vísceras costumam estar dispostas mais horizontalmente; e D.c- 
mediolíneo, que apresentam características intermediárias. O tipo constitucional 
não condiciona somente diferenças dimensionais, mas também da forma e de 
situação dos órgãos, por exemplo: nos longilíneos, o estômago é forma de anzol, 
enquanto nos brevilíneos é, na maioria dos casos, mais curto, semelhante a um 
chifre de novilho e de situação mais alta na cavidade abdominal. A identificação 
do tipo morfológico é importante devido às diferentes técnicas de abordagem 
semiológica, avaliação das variações da normalidade e até mesmo maior 
incidência de doenças, como por exemplo, a hipertensão, que é sabidamente 
mais comum em brevilíneos. Os tipos morfológicos constitucionais podem ser 
observados na Figura 2 a seguir. 
 
Figura 2 - Tipo morfológico constitucional: (A) longilíneo; (B) mediolíneo; (C) brevilíneo 
 
 
Fonte: Lacerda et al. (2009) 
 
 Anomalia: 
 
É toda alteração morfológica que acarreta transtorno funcional. Um exemplo de 
anomalia é uma deformidade congênita dos dedos, denominada de sindactilia, que se 
caracteriza pela aderência congênita ou acidental de dois dedos ou mais entre si, o que 
acarreta numa perturbação funcional da mão. 
 
 Monstruosidade: 
 
São aberrações incompatíveis com a vida. Teratologia é a ciência que estuda as 
monstruosidades. Por exemplo: agenesia é a deformação resultante do não 
desenvolvimento do encéfalo, denominada de anencefalia. 
 
 
9.4.4 Posição de descrição anatômica, Planos de delimitação e Seção do corpo 
humano, Termos de Posição, Direção e Situação 
 
Esta seção abordará os aspectos quanto a: posição de descrição anatômica, planos 
de delimitação e secção do corpo humano, bem como os termos de posição, direção e 
situação. 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
351 
 Posição de Descrição Anatômica: 
 
Os anatomistas escolheram a posição Ortostática ou Bípede como padrão para a 
descrição dos órgãos, a fim de evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas. 
A ortostática consiste em que o indivíduo esteja de pé na posição de sentido, com as palmas 
das mãos voltadas para diante, os calcanhares e as pontas dos pés estão unidos entre si, 
conforme ilustra a Figura 3. 
 
Figura 3 - Delimitação por planos tangentes ao corpo 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Lacerda et al. (2009) 
 
Não importa o posicionamento do cadáver sobre a mesa, seja em decúbito dorsal, 
decúbito ventral ou em decúbito lateral. O que importa é que as descrições dos órgãos 
sejam feitas considerando o indivíduo na posição Anatômica. 
 
 Planos de Delimitação: 
 
Na posição anatômica, o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes a 
sua superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido 
geométrico, um paralelepípedo. 
 
Tem-se, deste modo, para as faces deste sólido, os seguintes planos 
correspondentes: dois planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – 
e outro ao dorso – plano dorsal ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são também 
designados como planos frontais, por serem paralelos à “fronte”; dois planos verticais 
tangentes aos lados do corpo – planos laterais direito e esquerdo e, finalmente, dois planos 
horizontais, um tangente à cabeça – plano cranial ou superior – e outro à planta dos pés – 
plano podálico – (de podos = pé) ou inferior. 
 
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o 
vértice do cóccix, ou seja, o osso, que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. 
Por esta razão, este plano é denominado caudal. 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
352 
 Planos de Seção do Corpo Humano: 
 
É possível traçar também planos de seção: o plano que divide o corpo humano em 
metades direita e esquerda é denominado mediano. Toda seção do corpo feita por planos 
paralelos ao mediano é uma seção sagital (corte sagital), e os planos de seção são também 
chamados sagitais; os planos de seção, que são paralelos aos planos ventral e dorsal, são 
ditos frontais e a seção é também denominada frontal ou coronal (corte frontal); os planos 
de seção, que são paralelos ao plano cranial, podálico e caudal, são horizontais. A seção é 
denominada transversal ou horizontal, como se pode observar na Figura 4 a seguir. 
 
Figura 4 - Planos seção do corpo 
 
Fonte: Lacerda et al. (2009) 
 
 Termos de Posição, Direção e Situação: 
 
Os termos de posição indicam proximidade aos planos de inscrição ou ao plano de 
secção mediano. São termos comparativos e indicam que uma estrutura é, por exemplo, 
mais cranial que outra. Nenhum órgão ou estrutura é simplesmente cranial ou ventral, pois 
estes planos são tangentes e, portanto, estão fora do corpo e surgem apenas como 
referência. 
 
Os termos de posição podem ser: medial, lateral, ventral ou anterior, dorsal ou 
posterior, cranial ou superior, e, ainda, podal ou inferior, conforme descrito a seguir. 
 
a) medial: a estrutura que se situa mais próxima ao plano mediano em relação à outra. Ex. 
dedo mínimo em relação ao polegar; 
b) lateral: a estrutura que se situa mais próxima ao plano lateral (direito ou esquerdo) em 
relação à outra; 
c) ventral ou anterior: estrutura que se situa mais próxima ao plano ventral em relação à 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
353 
outra; 
d) dorsal ou posterior: estrutura que se situa mais próxima ao plano dorsal em relação à 
outra; 
e) cranial ou superior: estrutura que se situa mais próxima ao plano cranial em relação à 
outra (que lhe será inferior ou podal); e, 
f) podal ou inferior: estrutura que se situa mais próxima ao plano podal em relação à outra. 
 
Os termos de direção acompanham os eixos ortogonais: longitudinal ou 
craniocaudal, anteroposterior ou dorsoventral, laterolateral. Por exemplo, podem-se se citar 
as falanges, que estão alinhadas em direção craniocaudal, os ossos carpias na direção 
laterolateral; a traqueia e o esôfago, que estão alinhados na direção anteroposterior. 
 
Os termos de situação podem ser: mediano, médio e intermédio, conforme descrito 
a seguir. 
 
a) mediano: situada exatamente ao longo do plano de secção mediano; 
b) médio e intermédio: são termos que indicam situação de uma estrutura entre 
outras duas: médio, quando as estruturas estão alinhadas na direção 
craniocaudal ou ânterodorsal, e intermédio, quando as estruturas estão em 
alinhamento laterolateral. 
 
Outros termos de descrição anatômica podem ser aplicados, conforme descrito a 
seguir: 
 
a) proximal e distal: esses termos são usados para comparar a distância de pelo menos duas 
estruturas em relação (1) a raiz do membro, (2) ao coração e (3) ao encéfalo e medula 
espinhal; 
b) proximal: estrutura que se encontra mais próxima da raiz dos membros (tronco), do 
coração ou do encéfalo e medula espinhal; 
c) distal: estrutura que se encontra mais distante da raiz dos membros, do coração ou do 
encéfalo e medula espinhal;d) palmar ou volar: face anterior da mão. A face posterior das mãos é chamada dorsal; 
e) plantar: face inferior do pé. A face superior dos pés é chamada dorsal; 
f) oral e aboral: são termos restritos ao tubo digestivo e indicam estruturas mais próximas 
ou distantes da boca, respectivamente; e, 
g) aferente e eferente: indicam direção e são usados em anatomia para vasos e nervos. 
Aferente significa que impulsos nervosos ou o sangue são conduzidos da periferia para o 
centro, enquanto que eferente se refere à condução do centro para a periferia. 
 
9.4.5 Princípios Gerais de Construção do Corpo Humano 
 
Pequenas diferenças, ainda que mínimas, são sempre notáveis entre os indivíduos. 
Não há dois indivíduos perfeitamente idênticos. Ao analisar a estrutura do corpo humano, 
reconhece-se que ela obedece ao plano de organização dos vertebrados, ao plano de 
construção característico da espécie Homo sapiens e ao plano de constituição individual. 
Como vertebrado, o ser humano tem o corpo com a construção geral que obedece aos 
princípios descritos a seguir. 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
354 
 Simetria Bilateral (Antimeria): 
 
O plano sagital mediano divide o corpo em metades semelhantes (não idênticas), 
que são denominadas antímeros direito e esquerdo. Do ponto de vista anatômico e 
fisiológico, tais metades não são perfeitamente idênticas, como o nome indicaria, posto que 
não há exata correspondência entre as partes e órgãos dos antímeros direito e esquerdo. 
 
 Metameria: 
 
O princípio da metameria é o do plano de construção de superposição longitudinal. 
Ele reconhece um tipo de estrutura que mostra segmentos semelhantes no corpo, dispostos 
em série longitudinais, ou seja, superpostos no sentido súpero-inferior. A metameria pode 
ser bem demonstrada pela disposição das vértebras, a série de nervos espinhais ou mesmo 
pelas costelas. 
 
 Paquimeria: 
 
O princípio da paquimeria ou da tubulação pode ser definido como o plano básico 
de construção segundo a qual a porção axial (central) do corpo é formada por tubos 
longitudinais ou súpero-inferiores. Um tubo é posterior, sendo largo na cabeça e estreito no 
tronco, e o outro é anterior, estreito na cabeça e largo no tronco. O tubo posterior é o 
neural e o tubo anterior é o visceral. Eles correspondem ao paquímero posterior e ao 
paquímero anterior, respectivamente. 
 
 Estratificação (Estratemeria): 
 
Este princípio refere-se a um tipo geral de construção do corpo e de suas partes, 
desde o nível macroscópico até o subcelular, segundo o qual as estruturas estão dispostas 
concentricamente em estratos, camadas, telas, túnicas. 
 
 Segmentação: 
 
O princípio da segmentação ou da estrutura segmentar na construção do corpo 
humano é observado no tipo de subdivisão dos órgãos, de acordo com a distribuição dos 
seus vasos, nervos e, quando houver ductos, canais ou tubos relacionados com sua função. 
 
Em Anatomia e em Cirurgia, segmento é o território de um órgão que possua 
irrigação e drenagem sanguínea independentes, separado dos demais, ou separável e 
removível cirurgicamente e que seja identificável morfologicamente. O segmento 
desempenha a mesma função do órgão ao qual pertence e embora seja reconhecível pela 
distribuição vascular sanguínea e, quando for o caso, pela distribuição de seus tubos, canais 
ou ductos, seus vasos linfáticos e nervos também se dispõem como satélites, acompanhando 
a angio-arquitetura segmentar. 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
355 
9.4.6 Cavidades do Corpo 
 
O corpo contém duas cavidades principais: a dorsal (posterior) e a ventral (anterior). 
Cada uma dessas cavidades é limitada por membranas e contém certa quantidade de fluido 
ao redor dos órgãos que se encontram dentro das mesmas. 
 
A cavidade dorsal tem duas subdivisões: a cavidade craniana, que aloja o encéfalo, e 
a cavidade espinhal (vertebral), que contém a medula espinhal. A cavidade espinhal 
comunica-se com a cavidade craniana por meio do forame magno, uma larga abertura na 
face inferior do osso occipital. A cavidade ventral também apresenta duas subdivisões. Estas 
são separadas pelo músculo diafragma em cavidade torácica, superior, e abdomino-pélvica, 
inferior, como ilustra a Figura 5 a seguir. 
 
Figura 5 - Cavidades dorsal e ventral 
 
 
Fonte: Disponível em http://corpohumano.hpg.com.br 
 
Cada uma dessas cavidades ainda é subdividida em: cavidade torácica, que é 
dividida em cavidade pericárdica, que se encontra ao redor do coração, e cavidades pleurais, 
direita e esquerda, onde se encontram os pulmões; e cavidade abdomino-pélvica, que é 
dividida, com propósitos descritivos, em cavidade abdominal, superior, e cavidade pélvica ou 
pelve verdadeira, inferior, por um plano imaginário, oblíquo, que passa pela margem 
superior da sínfise púbica, anteriormente, e pelo promontório sacral, posteriormente. A 
porção inferior da cavidade abdominal é limitada posteriormente pela porção alargada dos 
ossos do quadril, mas sua parede anterior é formada pela parede abdominal. Essa região 
expandida é chamada de falsa pelve. 
 
http://corpohumano.hpg.com.br/
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
356 
9.5 Sistema Esquelético 
 
O sistema esquelético é formado por um conjunto de estruturas branco-
amareladas, vivas, capazes de crescer, se adaptar e se reparar. O esqueleto humano é um 
endoesqueleto, isto é, está colocado entre os tecidos moles do corpo. O sistema esquelético 
é composto de ossos e cartilagens. É responsável pela sustentação do corpo, protege os 
órgãos internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. O esqueleto 
humano pode ser dividido em duas partes: axial e perpendicular, conforme ilustra a Figura 6 
a seguir (OLIVEIRA; CORREIA; GODOY, 2012). 
 
Figura 6 - Divisões axial e perpendicular do esqueleto 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Para Oliveira; Correia; Godoy (2012), o esqueleto axial é formado pela caixa 
craniana, coluna vertebral e caixa torácica, enquanto que o esqueleto apendicular 
compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, 
formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou anteriores 
e inferiores ou posteriores). 
 
9.5.1 Funções do Esqueleto 
 
Os autores acima citados afirma que o sistema esquelético exerce algumas funções 
de extrema importância para o corpo humano, como: 
 
a) sustentação: o esqueleto forma o arcabouço rijo aos quais os tecidos moles e 
órgãos do corpo estão fixos. Os ossos do esqueleto suportam uma massa de 
músculos e órgãos que podem pesar até cinco vezes mais do que o seu próprio 
peso; 
b) proteção: o crânio e a coluna vertebral envolvem o encéfalo e a medula espinhal; 
a caixa torácica protege o coração, os pulmões, os grandes vasos, o fígado e o 
baço; a cintura pélvica protege as vísceras pélvicas; 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
357 
c) inserção de músculos: os ossos servem como ponto de apoio para fixação da 
maioria dos músculos estriados esqueléticos. Nesta condição, os músculos 
funcionam como alavancas que, ao se contraírem, provocam o movimento das 
partes do corpo. 
d) hematopoese: o processo formador das células sanguíneas é denominado 
hematopoese e ocorre no tecido chamado medula óssea vermelha, localizado 
internamente em alguns ossos; 
e) armazenamento de minerais: a matriz inorgânica dos ossos é composta 
principalmente de minerais de cálcio e fósforo. Esses minerais que ocupam 
aproximadamente dois terços do peso do osso dão ao mesmo sua dureza e força. 
 
9.5.2 Conceitos de Ossos e Cartilagem 
 
Os ossos são órgãos esbranquiçados, consistentes, que se unindo aos outros, por 
intermédio das junturas ou articulações, constituem o esqueleto. É uma forma especializada 
de tecido conjuntivo, cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz 
óssea (fibras colágenas e proteoglicanas). 
 
O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido 
conjuntivo, altamente especializado, que forma a maiorparte do esqueleto e é o principal 
tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um contínuo processo de 
remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando o osso velho. 
 
A cartilagem é uma forma elástica de tecido conectivo semirrígido - forma partes do 
esqueleto nas quais ocorre movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo 
próprio; consequentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão de longo 
alcance. A Figura 7 a seguir apresenta a posição da cartilagem na articulação do osso. 
 
 
Figura 7 - Posição da cartilagem na articulação do osso 
 
 
Fonte: Sabotta (2000) 
 
9.5.3 Estrutura do Osso 
 
Como preconizam Oliveira; Correia; Godoy (2012), o osso é formado por vários 
tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
358 
os tecidos formadores de sangue. 
 
Quanto à irrigação do osso, há os canais de Havers e os canais de Volkman. Canais de 
Havers é uma série de tubos em torno de estreitos canais formados por lamelas concêntricas 
de fibras colágenas. Esta região é denominada osso compacto ou diáfise. Vasos sanguíneos e 
células nervosas em todo o osso se comunicam por osteócitos, que emitem expansões 
citoplasmáticas que põem em contato um osteócito com o outro, e em lacunas, que são 
espaços dentro da matriz óssea densa que contêm células ósseas. Este arranjo original é 
propício ao depósito de sal mineral, o que dá resistência ao tecido ósseo. Deve-se ainda 
ressaltar que estes canais percorrem o osso no sentido longitudinal, levando dentro de sua 
luz vasos sanguíneos e nervos que são responsáveis pela nutrição do tecido ósseo. Ele faz que 
os vasos sanguíneos passem pelo tecido ósseo (OLIVEIRA; CORREIA; GODOY, 2012). 
 
Os canais de Volkmann são aqueles microscópicos encontrados no osso compacto. 
São perpendiculares aos canais de Havers, e são um dos componentes do sistema de 
Haversian. Os canais de Volkmann também podem transportar pequenas artérias em todo o 
osso. Estes canais não apresentam lamelas concêntricas. 
 
No interior da matriz óssea existem espaços chamados lacunas que contêm células 
ósseas chamadas osteócitos. Cada um destes possui prolongamentos chamados canalículos, 
que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalículos das lacunas vizinhas, 
formando assim, uma rede de canalículos e lacunas em toda a massa de tecido mineralizado, 
de acordo com o que afirmam Oliveira; Correia; Godoy (2012). 
 
 Constituição Química: 
 
Quando se submete um osso ao processo de maceração, retira-se apenas a sua 
parte mole, ficando os seus constituintes minerais e orgânicos. Do ponto de vista químico, os 
ossos são constituídos por uma parte orgânica, que representa mais ou menos 30% do osso 
e uma parte inorgânica, que representa o restante 70%. A parte orgânica ou substância 
orgânica do osso recebe o nome de osteína e está constituída em 95% por tecido colágeno e 
em 5% por uma mucoproteina. Ela pode ser isolada ao se submeter o osso a ação e um ácido 
forte. A parte inorgânica ou substância inorgânica do osso está constituída por vários sais 
minerais e pode ser isolada pela calcinação do osso. 
 
 Estrutura dos Ossos Longos: 
 
A disposição dos tecidos ósseos compactos e esponjoso em um osso longo é 
responsável por sua resistência. Os ossos longos contêm locais de crescimento e 
remodelação, e estruturas associadas às articulações. As partes de um osso longo são 
ilustradas na Figura 8 a seguir. 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
359 
Figura 8 - Esquema das estruturas de um osso longo 
 
 
Fonte: Thais Arraes (2015) 
 
Analisando a Figura 8 acima ilustrada, observam-se que ela se compõe das 
seguintes partes: 
 
a) Diáfise: é a haste longa do osso. Ele é constituído principalmente de tecido ósseo 
compacto, proporcionando, considerável resistência ao osso longo; 
b) epífise: diz respeito às extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um 
osso o articula, ou une, a um segundo osso, em uma articulação. Cada epífise 
consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso e 
esta recoberta por cartilagem; e, 
c) metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise. 
 Estrutura Interna dos Ossos: 
 
Internamente, o osso apresenta-se sob dois aspectos diferentes: substância 
compacta e esponjosa, como se pode observar na Figura 9 abaixo ilustrada. 
 
Figura 9 - Estrutura interna do osso 
 
 
Fonte: Thais Arraes (2015) 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
360 
A substância óssea compacta é formada por laminas ósseas (trabéculas) 
imediatamente aplicadas uma sobre as outras sem cavidade intermediaria, enquanto que a 
substância óssea esponjosa é formada por lâminas de diferentes orientações, que entram 
em contato apenas em certos pontos, motivo pelo qual deixam entre si um sistema de 
cavidades, nas quais se acumula a medula óssea. Neste estado de organização, a substância 
óssea aparece internamente oca, semelhante a uma esponja. Estas variedades de aspectos 
que apresenta a substância esponjosa resultam simplesmente de uma disposição 
arquitetônica diversa da substância compacta. 
 
O osso compacto do corpo, ou diáfise, que envolve a cavidade medular, é a 
substância cortical. A arquitetura do osso esponjoso e compacto varia de acordo com a 
função. O osso compacto fornece força para sustentar o peso. O seu tecido contém poucos 
espaços em seus componentes rígidos. Dá proteção e suporte e resiste às forças produzidas 
pelo peso e movimento (OLIVEIRA; CORREIA; GODOY, 2000). 
 
Nos ossos longos planejados para rigidez e inserção de músculos e ligamentos, a 
quantidade de osso compacto é máxima, próxima do meio do corpo onde ele está sujeito a 
curvar-se. Os ossos possuem alguma elasticidade (flexibilidade) e grande rigidez. A medula 
óssea é um tecido mole, de consistência polposa, que se encontra em todas as cavidades da 
substância óssea, quer seja a cavidade do canal medular ou as aureolas de substâncias 
esponjosas dos diferentes tipos de ossos. Sua função é contribuir, juntamente com outros 
órgãos determinados, para a formação de elementos figurados do sangue, tomando parte 
importante na hematopoese, como preconizam Oliveira; Correia; Godoy (2012). 
 
O Periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso, muito fibroso, que 
reveste a superfície externa da diáfise, fixando-se firmemente a toda a superfície externa do 
osso, exceto à cartilagem articular. Protege o osso e serve como ponto de fixação para os 
músculos e contém os vasos sanguíneos que nutrem o osso subjacente. O endósteo se 
encontra no interior da cavidade medular do osso, e é revestido por tecido conjuntivo. 
 
Em relação ao tecido ósseo, este pode ser: a) compacto, por conter poucos espaços 
em seus componentes rígidos. Dar proteção, suporte e resiste às forças produzidas pelo 
peso e movimento. O tecido compacto pode ser encontrado geralmente nas diáfises; e b) 
esponjoso, por constituir a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e 
irregulares. A maior parte é encontrada nas epífises. 
 
 Estrutura Externa dos Ossos: 
 
As estruturas externas dos ossos são divididas quanto a sua forma de encaixe, 
sendo saliência óssea ou depressão óssea. 
 
A saliência óssea pode ser articular (composta de cabeça, côndilo e faceta, como 
ilustra a Figura 10 a seguir), e não articular (composta por processos, tubérculos, trocânter, 
espinha, eminência, lâminas e cristais, como ilustra a Figura 11). 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
361 
Figura 10 - Cabeça do fêmur 
 
 
Fonte: Sabotta (2000) 
 
Figura 11 - Processos transverso e espinhoso (vértebras) 
 
 
Fonte: Sabotta (2000) 
 
A depressão óssea também pode ser articular (composta por cavidade, acetábulo e 
fóvea, como se pode observar na Figura 12), e não articular (composta por fossas, sulcos, 
forames, meatos, seios, fissuras e canais, como ilustra a Figura 13 a seguir). 
 
Figura 12- Cavidade glenoide (escápula) 
 
 
Fonte:Sabotta (2000) 
 
Figura 13- Fossa do olecrano (úmero) 
 
 
Fonte: Sabotta (2000) 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
362 
9.5.4 Número de Ossos do Corpo Humano 
 
Os anatomistas preferem ser explícitos sobre o total dos ossos. Geralmente, o 
considerado é 206 ossos distribuídos, conforme ilustra a Tabela 1 a seguir. 
 
Tabela 1 - Distribuição dos ossos no corpo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborada pela autora (2014) 
 
9.5.5 Classificação dos Ossos 
 
De acordo com Netter (2000), os ossos são classificados de acordo com a sua forma. 
Eles podem ser: longos, curtos, laminares (planos), alongados, pneumáticos, irregulares, 
sesamoides e suturais. 
 
 Ossos Longos: 
 
Os ossos longos têm o comprimento maior que a largura e são constituídos por um 
corpo e duas extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior 
resistência. O osso um pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso do corpo em 
vários pontos, de tal forma que há melhor distribuição do mesmo. Os ossos longos têm suas 
diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam grande quantidade de tecido 
ósseo esponjoso em suas epífises (NETTER, 2000), conforme ilustra a Figura 14 a seguir. 
Exemplo: fêmur, úmero, radio e falange. 
 
Figura 14 - Osso do fêmur 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
 Ossos Curtos: 
 
São aqueles parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais 
as suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há fina 
camada de tecido ósseo compacto, como ilustra a Figura 15. Exemplo: ossos do carpo. 
 
Partes do esqueleto humano Número de ossos 
Cabeça 28 
Tórax 25 
Coluna vertebral 26 
Osso Hioide 01 
Membros superiores 64 
Membros inferiores 62 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
363 
Figura 15 - Osso da mão (carpo) 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
 Ossos Laminares (planos): 
 
Os ossos laminares são aqueles finos e compostos por duas lâminas paralelas de 
tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos 
garantem considerável proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos, como se 
pode observar na Figura 16. Exemplos: Frontal e Parietal. 
 
Figura 16 - Osso frontal e parietal 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
Além desses três grupos básicos bem definidos, há outros intermediários, que 
podem ser distribuído em 5 grupos, conforme descrito a seguir. 
 
 Ossos Alongados: 
 
São ossos longos, porém achatados, que não apresentam canal central, como ilustra 
a Figura 17. Exemplo: costelas. 
 
Figura 17 - Ossos da costela 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
364 
 Ossos Pneumáticos: 
 
São ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), 
apresentando pequeno peso em relação ao seu volume, conforme ilustra a Figura 18. 
Exemplo: esfenoide. 
 
Figura 18 - Esfenoide 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
 Ossos Irregulares: 
 
Os ossos irregulares apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em 
nenhuma das categorias prévias. Eles têm quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso 
compacto, como se pode observar na Figura 19. Exemplo: vértebras. 
 
Figura 19 - Vértebras 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 Ossos Sesamoides: 
 
Estes ossos estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável 
fricção, tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho e 
número, de pessoa para pessoa. Não são sempre completamente ossificados, normalmente 
medem apenas alguns milímetros de diâmetro, como ilustra a Figura 20. 
 
Figura 20 - Osso sesamoide 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
365 
 Ossos Suturais: 
 
São pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre 
alguns ossos do crânio. Seu número varia muito de pessoa para pessoa. A Figura 21 a seguir 
ilustra um exemplo de osso sutural. 
 
Figura 21 - Vista posterior do crânio 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
A forma de cada osso difere de indivíduo para indivíduo e é determinado pela 
hereditariedade. A resistência que um osso oferece aos pesos e tensões a que é submetido, 
ou seja, as forças de pressão ou de compressão, depende da trajetória das trabéculas do 
osso esponjoso, que determina a linha de tensão máxima do osso. Esta lei da trajetória da 
estrutura óssea, ou lei de Wolf, estabelece que a mudança na função do osso provoca uma 
alteração na arquitetura trabelular do mesmo até mesmo na sua formação. 
 
O número de osso pode variar devido a fatores etários. No feto, no recém-nascido e 
na criança o número é maior devido à incompleta ossificação e em consequência da 
presença de maior número de peças ósseas separadas por tecidos fibrosos ou cartilaginosos. 
 
No indivíduo velho, o número de ossos tende a diminuir em virtude de soldadura de 
alguns ossos ao nível das articulações, em particular os da cabeça, processo este que é 
denominado Sinostose. Verifica-se que do ponto de vista etário há uma diminuição do 
número de osso do nascimento à senilidade. 
 
9.5.6 Divisão do Esqueleto 
 
O esqueleto se divide em: cabeça, tórax, membros superiores e membros inferiores. 
Estas divisões serão descritas e ilustradas a seguir. 
 
9.5.6.1 Cabeça 
 
A cabeça está situada em cima da coluna vertebral e sustentada pelo atlas. É 
constituída por 26 (vinte seis) ossos sendo sua função principal a de alojar e proteger o 
encéfalo, como órgão responsável pelos sentidos da visão, da audição, do gosto e da olfação. 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
366 
Por suas aberturas penetram raios luminosos para os olhos, ondas sonoras para os ouvidos, 
ar para o sistema respiratório e alimento para o sistema digestivo. 
 
O crânio é o esqueleto da cabeça. Vários ossos formam suas duas partes: o 
neurocrânio e o esqueleto da face. O neurocrânio fornece o invólucro para o cérebro e as 
meninges encefálicas, partes proximais dos nervos cranianos e vasos sanguíneos. O crânio 
possui um teto semelhante a uma abóbada – a calvária – e um assoalho ou base do crânio 
que é composta do etmoide e partes do occipital e do temporal. O esqueleto da face 
consiste em ossos que circundam a boca e o nariz e contribuem para as órbitas. 
 
 Neurocrânio: 
 
O neurocrânio é constituído de oito ossos: 01 frontal, 01 occipital, 01 esfenoide, 01 
etmoide, 01 temporal e 02 parietais. As Figuras 22 a 26 a seguir ilustram o crânio e suas 
partes. 
 
Figura 22 - Vista anterior do crânio
 
Fonte: Netter (2000) 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
367 
Figura 23 - Ossos da órbita 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
Figura 24 - Vista lateral do crânio I 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
368 
Figura 25 - Vista lateral do crânio II 
 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
Figura 26 - Vista medial do crânio
 
Fonte: Netter (2000) 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
369 
 Cúpula do Crânio: 
 
A parte superior do crânio é chamada de cúpula do crânio ou calvária. É atravessada 
por quatro suturas (articulações que permitem mínima mobilidade aos ossos do crânio): a) 
sutura coronal ou bregmática: entre os ossos frontal e parietal; b) sutura sagital: entre os 
dois parietais (linha sagital mediana); c) sutura lambdoide: entre os parietais e o occipital; e 
d) sutura escamosa: entre o parietal e o temporal. O crânio possui alguns pontos 
antropométricos, tais como: a) bregma - ponto de união das suturas sagital e coronal; b) 
lambda - ponto de união das suturas sagital e lambdoide; c) vértex - parte mais alta do 
crânio; d) gônio - ângulo da mandíbula; e e) ptério - ponto de união dos ossos parietal, 
frontal, esfenoide e temporal. 
 
A Figura 27 a seguir ilustra uma vista superior do crânio, em sua face externa. 
 
Figura 27 - Vista superior do crânio – face externa 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
A fossa craniana é dividida em três partes, de acordo com Netter (2000). Elas 
apresentam-se aqui ilustras pela Figura 28 e descritas a seguir: 
 
a) fossa anterior: tem os seus limites na lâmina interna do frontal à bordaposterior 
da asa menor do esfenoide e é composta por três ossos: frontal, esfenoide e 
etmoide. É constituído de três forames: forame cego - passagem de uma 
pequena veia da cavidade nasal para o seio sagital superior; lâmina crivosa - 
passagem do I par craniano (nervo olfatório); e canal óptico - passagem do II par 
craniano (nervo óptico) e artéria oftálmica; 
b) fossa média: tem os seus limites da borda posterior da asa menor do esfenoide à 
borda superior da porção petrosa dos temporais. É composto por dois ossos: 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
370 
esfenoide e temporal. Seus forames são: fissura orbitária superior - passagem do 
III par craniano (nervo oculomotor), IV par craniano (nervo troclear), V par 
craniano (nervo trigêmeo - ramo oftálmico), VI par craniano (nervo abducente) e 
a veia oftálmica; forame redondo - passagem do V par craniano (nervo trigêmeo 
- ramo maxilar); forame oval - passagem do V par craniano (nervo trigêmeo - 
ramo mandibular); e forame espinhoso - passagem da artéria meníngea média; 
lácero ou rasgado anterior - não passa nada, é coberto por tecido fibroso; canal 
carotídeo - passagem da artéria carotídea; 
c) fossa posterior: tem os limites da borda superior da porção do rochedo do 
temporal à lâmina interna do osso occipital. É composto por dois ossos: temporal 
e occipital. Os forames são: meato acústico interno - passagem do VII par 
craniano (nervo facial), VIII par craniano (nervo vestíbulo coclear); forame jugular 
- passagem do IX par craniano (nervo glossofaríngeo), X par craniano (nervo 
vago) e XI par craniano (nervo acessório) e veia jugular interna; canal do 
hipoglosso - passagem do XII par craniano (nervo do hipoglosso); canal condilar – 
inconstante; forame magno - passagem do bulbo, meninges, líquor, artérias 
vertebrais, raízes espinhais e nervo acessório. 
Figura 28 - Fossas cranianas: anterior, médio e posterior 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
Nas Figuras 29 a 31 a seguir, podem ser observadas a estrutura interna das fossas 
cranianas, seus ossos e a vista inferior do crânio. 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
371 
Figura 29 - Estrutura interna da fossa craniana – foremes 
 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
Figura 30 - Ossos das fossas cranianas 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
372 
Figura 31 - Vista inferior do crânio 
 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
A cúpula do crânio, de acordo com Netter (2000) e Sobotta (2000), é composta das 
seguintes partes: frontal, parietal, temporal, occipital, esfenoide e estimoide. Todas serão 
descritas a seguir. 
 
 Frontal: 
 
O osso frontal é um osso largo ou chato, situado para frente e para cima e 
apresenta duas porções: uma vertical, a escama, e uma horizontal, os tetos das cavidades 
orbitais e nasais. Em sua face externa encontra-se a parte convexa, onde se encontram as 
seguintes estruturas: 
 
a) borda supraorbital; 
b) túber frontal - 3 centímetros acima da borda supraorbital; 
c) arcos superciliares - saliências que se estendem lateralmente à glabela; 
d) glabela - entre os dois arcos superciliares (ponto antropométrico); 
e) sutura metópica - encontrada em alguns raros casos e localiza-se logo acima da 
glabela e se estende até o bregma pela linha sagital mediana; 
f) esta sutura, na infância, divide o osso em dois, podendo permanecer por toda a 
vida; 
g) incisura ou forame supraorbital - passagem de vasos e nervos supraorbitais; 
h) incisura nasal - intervalo áspero e irregular; 
i) espinha nasal - localiza-se anteriormente e no centro da incisura nasal. 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
373 
Em face interna, encontram-se a crista frontal e o forame cego, que se localiza na 
terminação da crista frontal e é nele que a dura máter se insere. 
 
Os tetos das cavidades orbitais e nasais formam o teto da órbita, a incisura etmoidal 
(separa as duas lâminas orbitais) e os óstios do seio frontal (anteriores a incisura etmoidal). 
Este seio torna o frontal um osso com características de osso pneumático, oco. O frontal 
articula-se com doze ossos: esfenoide, etmoide, parietais (2), nasais (2), maxilares (2), 
lacrimais (2) e zigomáticos (2). As Figuras 32 e 33 a seguir ilustram o frontal em suas partes 
anterior e inferior, de acordo com Sobotta (2000). 
 
Figura 32 - Frontal – vista anterior 
 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Figura 33 - Frontal – vista inferior 
 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
374 
 Parietal: 
 
O parietal, conforme ilustram as Figuras 34 e 35, forma o teto do crânio. É um osso 
par, chato e apresenta 2 faces, 4 bordas e 4 ângulos. 
 
Figura 34 - Parietal – vista externa 
 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Figura 35 - Parietal – vista interna 
 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
As suas faces são compostas por: face externa, que é convexa, lisa e lateral; e face 
interna, que é côncava e medial apresentando sulcos anteriores que correspondem aos 
ramos da artéria meningeal média. As suas bordas compreendem: borda superior (sagital, 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
375 
parietal); borda anterior (frontal, coronal); borda posterior (occipital, lambdoidea); e borda 
inferior (escamosa, temporal). Os seus ângulos são: frontal, esfenoidal, mastoideo e 
occipital. 
 
 Temporal: 
 
Conforme afirma Sabotta (2000), o temporal é um osso par, muito complexo. É 
importante porque no seu interior encontra-se o aparelho auditivo. Divide-se em 3 partes: 
escamosa, timpânica e petrosa. As Figuras 36 e 37 a seguir ilustram as divisões do osso 
temporal e sua visão lateral. 
 
Figura 36 - Divisões do osso temporal 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Figura 37 - Visão lateral do osso temporal 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
376 
A sua parte escamosa se compõe de: processo zigomático (longo arco que se 
projeta da parte inferior da escama) e fossa mandibular, que se articula com o côndilo da 
mandíbula. A parte timpânica diz respeito ao meato acústico externo. A parte petrosa 
(pirâmide) é composta por: processo estiloide (espinha aguda localizada na face inferior do 
osso temporal); processo mastoide (projeção crônica que pode variar de tamanho e forma); 
meato acústico interno (dá passagem ao nervo facial, acústico e intermediário e ao ramo 
auditivo interno da artéria basilar); forame estilomastoide (localiza-se entre o processo 
mastoide e estiloide); canal carótico (dá passagem à artéria carótida interna e ao plexo 
nervoso carótido); e fossa jugular (aloja o bulbo da veia jugular interna). 
 
O osso temporal articula-se com 5 ossos: occipital, parietal, zigomático, esfenoide e 
mandíbula 
 
 Occipital: 
 
O osso occipital, ilustrado pelas Figuras 38 e 39, é perfurado por uma abertura 
grande e oval, o forame magno, por meio do qual a cavidade craniana comunica-se com o 
canal vertebral. Apresenta duas porções: escamosa (lâmina curvada que se estende 
posteriormente ao forame occipital) e basilar (anterior ao forame occipital e espessa) 
(SOBOTTA, 2000). 
 
Figura 38 - Osso occipital – vista externa 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
377 
Figura 38 - Osso occipital – vista interna 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
A porção escamosa é composta pela face externa e interna. A sua face externa, 
posterior e convexa, apresenta as seguintes estruturas: protuberância occipital externa 
(localiza-se entre o ápice do osso e o forame magno); crista occipital externa; linha occipital 
(nucal) suprema (local de inserção da gálea aponeurótica. Localiza-se lateralmente a 
protuberância occipital externa); linha occipital (nucal) superior (localiza-se abaixo da linha 
nucal suprema); e linha occipital (nucal) inferior (logo abaixo da linha nucal superior). 
 
A sua face interna localiza-se na parte anterior e apresenta as seguintes estruturas: 
eminência cruciforme (divide a face interna em quatro fossas); protuberância occipital 
interna (ponto de intersecção das quatro divisões); sulco sagital (aloja a porção posterior do 
seio sagital superior); crista occipitalinterna (porção inferior da eminência cruciforme); sulco 
do seio transverso (lateralmente à protuberância occipital interna); fossas occipitais 
superiores (cerebrais); e fossas occipitais inferiores (cerebelares). 
 
A porção basilar é composta pelo forame magno: grande abertura oval que dá 
passagem à medula oblonga (tronco encefálico - bulbo) e suas membranas (meninges), 
líquor, nervos, artérias, veias e ligamentos. 
 
A sua parte lateral compõe-se de: côndilos occipitais (tem forma oval e articulam 
com a 1ª vértebra cervical (Atlas)); canal do hipoglosso (pequena escavação na base do 
côndilo occipital que dá saída ao nervo do hipoglosso (12º par craniano) e entrada a um 
ramo meníngeo da artéria faríngea ascendente); canal condilar (ao lado do forame magno 
(dá passagem a veias)); e processo jugular (localizado lateralmente ao côndilo occipital). 
 
O occipital articula-se com seis ossos: parietais (2), temporais (2), esfenoide e atlas. 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
378 
 Esfenoide: 
 
Esfenoide é um osso irregular, ímpar e situa-se na base do crânio anteriormente aos 
temporais e à porção basilar do osso occipital. As Figuras 40 e 41 ilustram as suas vistas: 
anterior e posterior, de acordo com Sobotta (2000). 
 
Figura 40 - Esfenoide – vista anterior 
 
 
 
Fonte: Thais Arraes (2015), baseado em Sobotta (2000) 
 
Figura 41 - Esfenoide – vista posterior 
 
Fonte: Thais Arraes (2015), baseado em Sobotta (2000) 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
379 
O osso esfenoide é dividido em: corpo (1), asas menores (2), asas maiores (2), entre 
as asas menores e maiores, e processos pterigoideos (2). 
 
O corpo é composto pelas faces: superior (fossa hipofisária, processos clinoides 
médios e posteriores, espinha etmoidal, que se articula com a lâmina crivosa do osso 
etmoide, sela túrsica, que aloja a hipófise, e clivo, que é o apoio da porção superior da 
ponte); anterior (crista esfenoidal, que forma parte do septo do nariz, seio esfenoidal, que 
são cavidades preenchidas com ar (osso pneumático) e servem para deixar o crânio mais 
leve. Raramente são simétricas); inferior (rostro esfenoidal - espinha triangular na linha 
mediana processo vaginal - de cada lado do rostro esfenoidal); e lateral (sulco carótido, em 
forma de "S", e língula, que é uma crista óssea no ângulo entre o corpo e a asa maior). 
 
Em relação às asas menores, estas são compostas pelo canal óptico (passagem do 
nervo óptico (2º par craniano) e artéria oftálmica) e pelo processo clinoide anterior. 
 
As asas maiores compõem-se de: forame redondo (passagem do nervo maxilar (5º 
par craniano - nervo trigêmeo)); forame oval (passagem do nervo mandibular (5º par 
craniano - nervo trigêmeo) e artéria meníngea acessória); forame espinhoso (passagem de 
vasos meníngeos médios e a um ramo do nervo mandibular); espinha esfenoidal; face 
temporal e face orbital. 
 
Entre as asas menores e maiores encontra-se a fissura orbitária superior ou fenda 
esfenoidal - passagem do nervo oculomotor (3º par craniano), nervo troclear (4º par 
craniano), romo oftálmico do nervo trigêmeo (5º par craniano) e nervo abducente (6º par 
craniano). 
 
Em relação aos processos pterigoideos, são compostos de lâmina pterigódea 
medial; lâmina pterigoidea lateral; fossa pterigoidea; e incisura pterigoidea - entre as duas 
laminas. 
 
 Etimoide: 
 
É um osso leve, esponjoso, irregular, ímpar e situa-se na parte anterior do crânio. 
Apresenta 4 partes: 1 lâmina horizontal (crivosa), 1 lâmina perpendicular e 2 massas laterais 
(labirintos). As Figuras 42 a 44 ilustram suas vistas superior e lateral e as suas relações com o 
osso da face (SOBOTTA, 2000). 
 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
380 
Figura 42 - Vista superior do etimoide 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Figura 43 - Vista lateral do etimoide 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
381 
Figura 44 - Relação com o osso da face 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
A lâmina horizontal (crivosa) é composta por crista galli (processo triangular na 
linha mediana); forames olfatórios (localiza-se ao lado da crista galli e dá passagem aos 
nervos olfatórios). 
 
A lâmina perpendicular é achatada e forma a parede mediana do septo nasal. As 
massas laterais (labirinto) são compostas pelo processo uncinado; pela concha nasal 
superior; e pela concha nasal média. 
 
O osso etmoide articula-se com treze ossos: frontal (1), esfenoide (1), nasais (2), 
lacrimais (2), maxilares (2), palatinos (2), conchas nasais inferiores (2) e o vômer (1). 
 
 Esqueleto da Face: 
 
As partes estudadas no esqueleto da face são: mandíbula, vômer, nasal, zigomático, 
maxila, palatino, lacrimal e concha nasal inferior, as quais serão descritas a seguir. 
 
 Mandíbula: 
 
É um osso ímpar que contém a arcada dentária inferior. Consiste de uma porção 
horizontal, o corpo, e duas porções perpendiculares, os ramos, que se unem ao corpo em 
um ângulo quase reto. A mandíbula articula-se com dois ossos temporais. As Figuras 45 a 49 
ilustram as partes da mandíbula, de acordo com Sobotta (2000). 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
382 
Figura 45 - Parte anterior da mandíbula 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Figura 46 - Lateral da mandíbula 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
383 
Figura 47 - Vista medial da mandíbula 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Figura 48 - Vista anteromedial da mandíbula 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
384 
Figura 49 - Parte posterior da mandíbula 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Em sua face externa, o corpo é composto por: protuberância mentoniana – 
eminência triangular; sínfise mentoniana (ponto antropométrico) – crista suave na linha 
mediana; forame mentoniano – depressão de cada lado da sínfise, com passagem de vasos e 
nervo mentoniano; e linha oblíqua externa. 
 
Em relação à face interna do corpo, compõe-se de: espinha mentoniana – par de 
espinhas próximo da sínfise; fossa digástrica – pouco abaixo das espinhas mentais; fossa 
sublingual – acima da linha milo-hioidea; fossa submandibular – abaixo da linha milo-
hioidea; e linha milo-hioidea (oblíqua interna) – ao lado da sínfise e dirige-se para trás. 
 
As bordas do corpo podem ser superior ou alveolar, que recebem os 16 dentes da 
arcada dentária inferior; e inferior. Os ramos do corpo apresentam duas faces quatro bordas 
e dois processos. A face lateral apresenta cristas oblíquas para inserção do músculo 
masseter. A face medial apresenta as seguintes estruturas: forame mandibular- passagem de 
vasos e nervo alveolares inferiores; sulco milo-hioideo; e língula da mandíbula- crista 
proeminente acima do sulco milo-hioideo. 
 
As quatro bordas dos ramos são: inferior (encontra-se o ângulo da mandíbula); 
posterior (é recoberta pela glândula parótida); anterior (continua-se com a linha oblíqua); e 
superior (possui dois processos muito importantes: processo coronoide e processo condilar 
(articula-se com o disco articular da articulação temporomandibular - ATM). Entre estes dois 
processos encontra-se a incisura da mandíbula). 
 
 Vômer: 
 
É um osso ímpar. Forma as porções posteriores e inferiores do septo nasal. O osso 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
385 
vômer articula-se com 6 ossos: esfenoide, etmoide, maxilares (2) e palatinos (2) (SOBOTTA, 
2000). A Figura 50 ilustra a vista lateral do vômer. 
 
Figura 50 - Vista lateral do vômer 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 Nasal: 
 
De acordo com Sobotta (2000), o osso nasal, como ilustra a Figura 51, forma, com o 
nasal do lado oposto, o dorso do nariz. Articula-se com 4 ossos: frontal, etmoide, maxila e 
nasal do lado oposto. 
Figura 51 - Osso nasal 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
386 
 Zigomático: 
 
Forma parte da parede lateral e soalho da órbita. É um osso par e irregular. 
Apresenta as seguintes estruturas: faces malar (convexa; possui um forame (forame 
zigomaticofacial) que serve para passagem de nervo e vasos zigomaticofaciais);orbital 
(forma parte do soalho e parede lateral da órbita); temporal (côncava); processo frontal 
(articula-se com o frontal); temporal (articula-se com o temporal) e maxilar (articula-se com 
a maxila); e quatro bordas. O arco zigomático é composto por processo temporal do osso 
zigomático e processo zigomático do osso temporal. 
 
 Maxila: 
 
De acordo com estudos de Sobotta (2000), a maxila é um osso plano e irregular. 
Forma quatro cavidades: o teto da cavidade bucal, o soalho e a parede lateral do nariz, o 
soalho da órbita e o seio maxilar. Cada osso apresenta um corpo e quatro processos, os 
quais serão descritos a seguir. 
 
O corpo é composto por: forame infraorbitário (passagem para os vasos e nervo 
infraorbitários); face orbital (forma a maior parte do soalho da órbita); e seio maxilar 
(grande cavidade piramidal dentro do corpo da maxila). 
 
Em relação aos processos, estes são compostos das seguintes partes: frontal (forte 
lâmina que parte do limite lateral do nariz); zigomático (eminência triangular e áspera 
localizada no ângulo de separação das faces anterior, infratemporal e orbital); alveolar 
(cavidades profundas para recepção dos dentes); e palatino (horizontal e projeta-se 
medialmente da face nasal do osso). 
 
A maxila articula-se com nove ossos: frontal, etmoide, nasal, zigomático, concha 
nasal inferior, lacrimal, palatino, vômer e maxila do lado oposto. As Figuras 52 a 54 ilustram 
as a maxila em suas vistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
387 
Figura 52 - Maxila (palato duro) e palatino (palato mole) – vista inferior 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
Figura 53 - Maxila (amarelo claro) - vista medial 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
388 
Figura 54 - Vista lateral da maxila 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 Palatino: 
 
O palatino forma a parte posterior do palato duro, parte do soalho e parede lateral 
da cavidade nasal e o soalho da órbita. É formado por uma parte vertical e uma horizontal e 
apresenta 3 processos: piramidal, orbital e esfenoidal (SOBOTTA, 2000). 
 
Em sua parte vertical, apresenta duas faces, sendo uma nasal, que se articula com a 
concha nasal inferior e média, outra maxilar, que se articula com a maxila; e quatro bordas, 
sendo: anterior (fina e irregular), posterior (que se articula com o osso esfenoide), superior 
(que se articula com o corpo do osso esfenoide) e borda inferior. 
 
Em relação à parte horizontal, apresenta duas faces, sendo uma nasal, que forma o 
soalho da cavidade nasal, e outra inferior (palatina), que forma parte do palato duro; e três 
bordas: anterior (que se articula com a maxila), posterior (serve como inserção do palato 
mole e úvula) e medial (articula-se com o osso palatino do lado oposto). 
 
Quanto aos processos, estes se apresentam como: piramidal (articula-se com a 
maxila), orbital (articula-se com a maxila, esfenoide, etmoide. Forma parte do soalho da 
órbita) e processo esfenoidal (articula-se com o osso esfenoide). 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
389 
O osso palatino articula-se com 6 ossos: esfenoide, etmoide, vômer, maxila, concha 
nasal inferior e com o osso palatino do lado oposto. A Figura 55 a seguir apresenta o palatino 
associado aos ossos da face. 
 
Figura 55 - Palatino (cinza) associado aos ossos da face 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 Lacrimal: 
 
Localiza-se na parte medial da órbita. É o menor e mais frágil osso da face. O osso 
lacrimal articula-se com 4 ossos: frontal, etmoide, maxila e concha nasal inferior. 
 
 Concha nasal inferior: 
 
Localiza-se ao longo da parede lateral da cavidade nasal, como ilustra a Figura 56 
abaixo. Apresenta duas faces, sendo uma medial (convexa) e outra lateral (côncava), e duas 
bordas, sendo uma superior (apresenta três processos: lacrimal, etmoidal e maxilar) e outra 
inferior (livre e espessa). A concha nasal inferior articula-se com 4 ossos: etmoide, maxila, 
lacrimal e palatino. 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
390 
Figura 55 - Concha nasal inferior 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
9.5.6.2 Tórax 
 
É uma caixa osteocartilagínea que contém os principais órgãos da respiração e 
circulação e cobre parte dos órgãos abdominais. A face dorsal é formada pelas doze 
vértebras torácicas, e a parte dorsal das doze costelas. A face ventral é constituída pelo 
esterno e cartilagens costais. As faces laterais são compostas pelas costelas e separadas 
umas das outras pelos onze espaços intercostais, ocupados pelos músculos e membranas 
intercostais (SOBOTTA, 2000). A Figura 56 a seguir ilustra a vista anterior e posterior do 
tórax. 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
391 
Figura 56 - Tórax - vista anterior e posterior 
 
 
Fonte: Sobotta (2002) 
 Esterno: 
 
Ilustrado pela Figura 58 abaixo, o esterno é um osso chato, plano e ímpar. É um 
importante osso hematopoético. Apresenta 3 partes: manúbrio, corpo e processo xifoide. 
 
Figura 58 - Esterno - vista anterior e lateral 
 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
392 
O manúbrio se divide em: face anterior (externa ou peitoral e lisa); face posterior 
(interna ou pleural e côncava e lisa); borda superior (incisura jugular e incisuras claviculares 
direita e esquerda); borda lateral (apresenta uma incisura costal para a 1ª cartilagem costal e 
1/2 para a segunda); borda inferior (que se articula com o corpo e possui ângulo esternal - 
entre o manúbrio e o corpo); corpo, com suas faces e bordas: face externa (anterior ou 
peitoral (plana)); face interna (posterior ou pleural (côncava)); borda superior (articula-se 
com o manúbrio); borda inferior (articula-se como processo xifoide); e borda lateral (1/2 
incisura costal para a 2ª cartilagem costal e incisuras costais para 3ª a 7ª cartilagem costal); 
por fim, em processo xifoide (fino e alongado. É a menor das três porções) e forame do 
processo xifoide. 
 
O esterno articula-se com as clavículas e as cartilagens das sete primeiras costelas. 
 
 Costela: 
 
As costelas são em número de 12 pares. São ossos alongados, em forma de 
semiarcos, ligando as vértebras torácicas ao esterno. As costelas são classificadas em: 7 
pares verdadeiras: articulam se diretamente ao esterno; 3 pares falsas propriamente ditas: 
articulam-se indiretamente (cartilagens); 2 pares falsas flutuantes: são livres (NETTER, 2000). 
 
A primeira costela apresenta a sua face superior, contendo: sulco ventral (passagem 
da veia subclávia); tubérculo escaleno (inserção do músculo escaleno anterior); sulco dorsal 
(passagem da artéria subclávia) e tubérculo do músculo escaleno médio. 
 
Da segunda à décima segunda costela, apresenta em sua extremidade posterior: 
cabeça da costela (parte da costela que se articula com a coluna vertebral (vértebras 
torácicas)); fóvea da cabeça da costela; colo de costela (porção achatada que se estende 
lateralmente à cabeça); tubérculo da costela (eminência na face posterior da junção do colo 
com o corpo); fóvea do tubérculo da costela; e ângulo costal. 
 
Em relação ao corpo (diáfise), compõe-se de: faces externas e internas, e bordas 
superior e inferior. O sulco costal é composto por 2 veias, 1 artéria, e 1 nervo intercostal. A 
Figura 59 a seguir apresenta uma ilustração da primeira costela. 
 
 
 
RADIOLOGIA MÓDULO 1 
393 
Figura 59 - Primeira costela e costela típica - vista superior 
 
 
Fonte: Netter (2000) 
 
 Coluna Vertebral: 
 
A coluna vertebral, de acordo com o ilustrado pelas Figuras 60 a 62, também 
chamada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável por dois 
quintos do peso corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, 
chamados vértebras, as quais estão sobrepostas em forma de uma coluna, daí o termo 
coluna vertebral. A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras + sacro + cóccix e 
constitui, junto com a cabeça, esterno e costelas, o esqueleto axial. 
 
 
MÓDULO 1 RADIOLOGIA 
394 
Figura 60 - Coluna vertebral – visão geral

Continue navegando