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2 2 - Taxa de Inflação e Correção Monetária

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Taxa de Inflação e Correção Monetária
APRESENTAÇÃO
A economia brasileira é tradicionalmente conhecida por ter altos níveis de inflação. Sendo assi
m, é necessário estudar o comportamento dos preços no mercado e a utilização de técnicas e con
ceitos da matemática financeira em ambientes inflacionários para melhor compreensão do cenári
o econômico.
No Brasil, são praticados diversos índices de preços por instituições diferentes e com critérios d
esiguais, e é de grande importância conhecê-los e entender as suas aplicabilidades. 
Nesse contexto, existe a interação entre consumidores e empresas no cenário econômico. Os con
sumidores, tendo necessidades e desejos; e as empresas, ofertando produtos e serviços para aten
der aos consumidores, de modo que os preços impactam no momento da compra.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você terá acesso aos conceitos de inflação e correção monetári
a, conhecerá os índices de inflação utilizados na economia brasileira e entenderá a associação en
tre a inflação e o cenário econômico e empresarial.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir inflação e correção monetária.•
Descrever os índices de inflação utilizados.•
Relacionar inflação com o cenário econômico e empresarial.•
DESAFIO
O Brasil é o maior vendedor atual de soja do mundo. O protagonismo brasileiro no comércio glo
bal da commodity passou a ser mais uma variável para o mercado e para a formação das cotaçõe
s. Em época de colheita de soja, a melhor notícia que um produtor pode ter é que o preço dela su
biu.
Nesse sentido, imagine que você é um produtor de soja em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. 
As condições climáticas da safra do ano anterior (2018) não foram favoráveis, apontando um ce
nário de altas nos preços. Algumas praças do Rio Grande do Sul apresentaram alta de até R$ 2,0
0 por saca, favorecendo os negócios.
Em Passo Fundo, a saca de 60 quilos subiu de R$ 74,00 para R$ 76,00.
Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 72,50 para R$ 74,50 a saca.
No porto de Rio Grande, os preços passaram de R$ 78,50 para R$ 79,50.
Na safra do ano anterior (2018), os preços da soja não subiram nas demais praças do País, mas s
omente no Rio Grande do Sul.
Na safra deste ano (2019), as condições climáticas estão favoráveis para a colheita da soja. Os c
ontratos da soja em grão registram preços estáveis nas negociações feitas no Rio Grande do Sul, 
acompanhando os preços das demais praças do País.
Com a finalidade de compreender o aumento de preços ocorridos na safra de 2018 no Estado, re
sponda à questão a seguir:
Você observou que, na safra de 2018, devido às condições climáticas desfavoráveis, o cenário fo
i de altas nos preços da soja no Rio Grande do Sul, retornando a estabilidade de preços na safra 
deste ano (2019), seguindo a tendência de preços das demais praças do País. Com base nessas in
formações, pode-se afirmar que houve um processo inflacionário? Justifique a sua resposta.
INFOGRÁFICO
A inflação está conectada com os preços praticados no mercado, correspondendo à elevação gen
eralizada dos preços. No Brasil, existem importantes índices de preços para a medida da inflaçã
o. Um deles é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), produzido pelo IBGE desde 
1979. 
No Infográfico a seguir, você vai visualizar informações relevantes sobre o INPC:
Maycon Carbone
Caixa de texto
Não houve um processo inflacionário, pois a inflação é entendida como um processo de aumento contínuo e generalizado nos níveis de preços. Dentro desse conceito, é importante destacar que a inflação:
(a) é um processo, e não um fato isolado; (b) envolve aumentos contínuos e não esporádicos de preços; (c) caracteriza-se por aumentos generalizados de preços, e não isolados.
Nesse caso, o preço cresceu significativamente no Rio Grande do Sul, mantendo-se estável nas demais praças do País, retornando à sua normalidade na safra posterior; portanto, não caracterizou inflação. Foi um aumento de preço de forma isolada, que pode ter ocorrido em função da oferta e da demanda, isto é, as quantidades ofertadas foram menores do que as demandadas, ocasionando a alta nos preços.
CONTEÚDO DO LIVRO
A matemática financeira é fundamental para o entendimento do cenário econômico do País. Em 
países em que a inflação tem variações significativas na economia, o entendimento do seu funci
onamento e o conhecimento dos índices utilizados são de grande importância.
No capítulo Taxa de inflação e correção monetária da obra Matemática financeira, você vai con
hecer os conceitos dessa área da matemática financeira conectados à economia, entendendo suas 
relações e interações.
Boa leitura.
MATEMÁTICA 
FINANCEIRA
Andrelise Hanna Huffel
Taxa de inflação
e correção monetária
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir inflação e correção monetária.
  Descrever os índices de inflação utilizados.
  Relacionar a inflação com o cenário econômico e empresarial do Brasil.
Introdução
A inflação e a correção monetária estão ligadas aos preços praticados no 
mercado. A inflação corresponde à elevação geral dos preços, ao passo 
que a correção monetária tem o intuito de minimizar e corrigir os impac-
tos da inflação. No Brasil, são utilizados diversos índices de preços, com 
amostragens e critérios diferentes, elaborados por diferentes instituições 
de pesquisas. É importante conhecer esses índices, entender como é 
medida a inflação e qual o papel da correção monetária nesse cenário. 
A inflação é um tema bastante discutido dentro da análise econômica e 
dos cenários políticos, visto que o País passou, nas últimas décadas, por 
diferentes experiências inflacionárias.
Neste capítulo, você aprenderá sobre inflação e correção monetária, 
bem como conhecerá os índices de inflação utilizados. Por fim, relacionará 
a inflação com o cenário econômico e empresarial do Brasil.
Inflação e correção monetária
Diante do cenário econômico do Brasil, o entendimento de infl ação é de 
extrema importância, uma vez que tem relação com os índices de preços, 
os quais estão completamente relacionados ao dia a dia das pessoas, ao seu 
poder de compra, conforme suas preferências e sua disponibilidade de renda. 
De acordo com Assaf Neto (2015), a inflação é um fenômeno econômico e 
pode ser interpretada como a elevação/o aumento contínuo nos preços gerais 
da economia durante períodos consecutivos. Em períodos de alta de inflação, 
os preços aumentam com rapidez, fazendo os consumidores, muitas vezes, 
terem de deixar de consumir determinados produtos e serviços, substituindo 
suas preferências de escolhas, por não possuírem condições financeiras para 
manter o padrão de compras dos períodos anteriores, ou períodos em que a 
inflação esteve estabilizada ou em queda.
Silva e Luiz (2010) afirmam que a característica de generalidade e continui-
dade faz da inflação um processo, e não uma ocorrência passageira. Quando 
se trata de um processo, entende-se que as elevações de preços ocorrem com 
assiduidade e constantemente. No Brasil, historicamente, tem-se um cenário 
econômico inflacionário, em que os consumidores perdem seu poder de com-
pra, o que reduz seu poder aquisitivo, deixando-os com a sensação de que seu 
dinheiro está desvalorizado, que estão empobrecendo (ASSAF NETO, 2015). 
Com a alta generalizada de preços, o número de pessoas que conseguem 
manter seu padrão de consumo torna-se reduzido, e estas passam a consumir 
um volume menor de produtos e serviços. 
É correto afirmar que a inflação está relacionada ao aumento generalizado 
e contínuo dos preços, de modo que aumentos significativos de preços de 
produtos isolados não caracterizam inflação. A escassez do produto muitas 
vezes pode fazer o preço deste se elevar, não se tratando, portanto, de infla-
ção, visto que não representa uma variedade de produtos. Silva e Luiz (2010) 
afirmam que, quando os preços dos bensse elevem por um curto período, 
estabilizando-se em seguida, há um ajuste da economia, e não um processo 
inflacionário. 
Segundo Lanzana (2017), é importante destacar que, dentro do conceito de 
inflação — que representa um processo, não um fato isolado —, os aumentos 
Taxa de inflação e correção monetária2
dos preços são contínuos, e não esporádicos, e são generalizados, e não iso-
lados. A inflação gera incertezas na economia, prejudicando o crescimento 
econômico, principalmente das camadas menos favorecidas da população, 
que não possuem acesso a instrumentos financeiros para se precaver dos 
efeitos da inflação.
Segundo Assaf Neto e Lima (2014), a correção monetária foi criada, em 
1964, com o objetivo de diminuir o impacto da inflação sobre o sistema 
econômico. Foi instituída com a finalidade de eliminar distorções causadas 
pela inflação. Um exemplo é a proteção e a correção em contratos que não 
preveem atualizações e reajustes, pois, nesses casos, a correção monetária 
ameniza as possíveis distorções.
A correção monetária repõe o poder de compra da moeda que a elevação 
dos preços extinguiu e visa a preservar o valor do dinheiro no tempo. Portanto, 
se houve desvalorização de um montante, a correção monetária, de modo 
sucessivo, devolve ao consumidor seu poder de compra. 
Os termos indexação, reajuste e atualização monetária são considerados sinônimos 
de correção monetária.
De acordo com Faro (1995, p. 304), “[...] a correção monetária procurou 
garantir a neutralização do efeito da perda do poder de compra da moeda, 
causada pela inflação, pela atualização dos valores monetários em função 
da variação de índices de preços [...]”. Portanto, a correção monetária tem a 
intenção de minimizar o impacto sofrido na vida dos consumidores, de modo 
que eles sintam menor impacto na sua cesta de compras, não precisando alterar 
suas escolhas em função de perda do poder aquisitivo.
3Taxa de inflação e correção monetária
Denomina-se indexação o reajuste automático de prestações contratuais de acordo 
com algum índice de preços. No caso de reajustes salariais, as regras de indexação 
costumam determinar um piso, mas nunca um teto. Para saber mais sobre indexação, 
leia o Capítulo A Dinâmica da Inflação, do livro Macroeconomia, de Mário Henrique 
Simonsen e Rubens Penha Cysne (SIMONSEN E CYSNE, 2009).
Índices de inflação
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE, 
2019), o índice que mede ofi cialmente a infl ação brasileira é o Índice de Preços 
ao Consumidor Ampliado (IPCA). O Sistema Nacional de Índices de Preços 
ao Consumidor (SNIPC) produz contínua e sistematicamente o IPCA, que 
tem como objetivo medir a infl ação de um conjunto de produtos ou serviços 
comercializados no varejo, referente ao consumo pessoal das famílias. Esse 
sistema busca garantir a produção de índices de 90% das famílias pertencen-
tes às áreas urbanas de cobertura do SNIPC. A população-objetivo abrange 
famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a 
fonte, nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo 
Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além 
do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo Grande. Tem como 
unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, 
concessionária de serviços públicos e internet, e sua coleta estende-se, em 
geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.
Segundo Assaf Neto (2019), o IPCA apresenta-se em três versões:
  IGP-DI: abrange as variações de preços verificadas entre o primeiro 
e o último dia do mês de referência;
  IGP-M: abrange as variações de preços verificadas entre o dia 21 do 
mês anterior ao de referência e o dia 20 do mês de referência;
  IGP-10: abrange as variações de preços verificadas entre o dia 11 do 
mês anterior ao de referência e o dia 10 do mês de referência.
As características dos principais índices de preços na economia brasileira, 
medidos pelo IBGE (2019), são demonstradas no Quadro 1.
Taxa de inflação e correção monetária4
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5Taxa de inflação e correção monetária
A partir de julho de 1999, o IPCA passou a ser utilizado como índice de 
preços oficial da política monetária do Banco Central do Brasil (BC), no 
contexto do regime de metas de inflação. Por esse sistema, o BC atua para 
que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta preestabelecida, a qual 
é anunciada publicamente e funciona como uma âncora para as expectativas 
dos agentes sobre a inflação futura, permitindo que desvios da inflação em 
relação à meta sejam corrigidos ao longo do tempo (BACEN, 2016). 
No Brasil, a meta para a inflação é definida pelo Conselho Monetário 
Nacional (CMN), e cabe ao BC adotar as medidas necessárias para alcançá-la. 
O índice de preços utilizado é o IPCA, calculado pelo IBGE (2019). A meta 
se refere à inflação acumulada no ano (BACEN, 2019a). A Figura 1 apresenta 
as metas de inflação do País desde 2009. O comparativo foi realizado com os 
valores de inflação efetivados até maio/2019. 
Figura 1. Preços – IPCA e meta para a inflação.
Fonte: BACEN (2019a, documento on-line). 
No desenho atual do sistema, o CMN define, em junho, a meta para a 
inflação de 3 anos-calendário à frente. A meta está definida até 2022, e cabe 
ao BC executar as políticas necessárias para cumprir as metas fixadas. Esse 
horizonte mais longo reduz incertezas e melhora a capacidade de planejamento 
das famílias, das empresas e do governo.
Taxa de inflação e correção monetária6
Segundo Assaf Neto e Lima (2014), a taxa de inflação da economia brasi-
leira encontra-se atualmente dentro das metas estabelecidas pelo governo. As 
metas de inflação para os próximos anos são as seguintes (BACEN, 2019a):
  2019: 4,25%;
  2020: 4,00%;
  2021: 3,75%;
  2022: 3,50%.
O IPCA reflete a variação dos preços das cestas de consumo das famílias, 
as quais refletem o padrão de consumo das famílias. Essa cesta inclui: alimen-
tação e bebidas; habitação; artigos de residência; vestuário; transporte; saúde 
e cuidados pessoas; despesas pessoais; educação; comunicação.
A Figura 2 apresenta o índice geral de inflação correspondente ao período 
de maio/2017 até maio/2019, marcado pela composição da cesta de consumo.
Figura 2. Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA).
Fonte: Adaptada de IBGE (2019, documento on-line).
7Taxa de inflação e correção monetária
No período exposto, os menores índice foram os de agosto/2017, seguidos 
de setembro/2017 e março/2018. Os maiores índices foram os de abril/2019, 
seguidos de maio/2019 e março/2019.
A Figura 3 mostra o comportamento da inflação registrado no Brasil a 
partir de 1995. De 1995 até 1998, tem-se uma queda no índice, que corrobora 
com a afirmação de Assaf Neto e Lima (2014) de que a inflação somente foi 
controlada a partir de 1994, com a implantação do Plano Real. O Plano Real 
foi um dos planos de combate à inflação do Brasil, o qual conseguiu reduzir 
a inflação de forma duradoura no País. Esse plano foi dividido em três fases: 
ajuste fiscal, indexação completa da economia e reforma monetária.
Figura 3. Variação acumuladano IPCA.
Fonte: IBGE (2019, documento on-line). 
Relação da inflação com o cenário econômico
e empresarial do Brasil
A infl ação está relacionada com o cenário econômico e empresarial do Brasil, 
pois impacta sobre o comportamento econômico individual de consumidores e 
de empresas, considerando-se a distribuição de produção e de renda entre eles.
O comportamento econômico individual de consumidores é diretamente 
afetado em períodos de alta inflação, uma vez que o aumento da inflação 
indica que os preços estão subindo acima do esperado, de modo que o poder 
de compra dos consumidores se torna reduzido.
A Figura 4 apresenta a evolução do rendimento médio mensal real de todos 
os trabalhos das pessoas ocupadas, de acordo com o IBGE (2019).
Taxa de inflação e correção monetária8
Figura 4. Rendimento médio mensal real de todos os trabalhos de pessoas ocupadas.
Fonte: IBGE (2019, documento on-line).
Observa-se que o rendimento médio no período compreendido entre ja-
neiro/2012 e maio/2019 ficou entre R$ 2.169,00 e R$ 2.306,00. Ou seja, a 
evolução salarial não acompanhou a inflação, corroborando com o fato de 
que os consumidores perdem poder aquisitivo devido à inflação.
Para exemplificar essa perda, será utilizada a “Calculadora do cidadão” (BACEN, 2019b), 
uma disponibilidade do BC que permite atualizar valores nominais por diversos índices 
de preços. O valor e a data inicial utilizados na Figura 5 correspondem ao valor de 
R$ 2.169.00 no primeiro trimestre (jan-fev-mar) de 2012. A data final informada é de 
maio/2019. O índice de correção que será utilizado é o IPCA.
Figura 5. Calculadora do cidadão: correção de valores.
Fonte: BACEN (2019b, documento on-line). 
9Taxa de inflação e correção monetária
A Figura 6 apresenta o resultado da simulação pelo IPCA. O valor obtido 
deveria ser a evolução salarial desse período para o assalariado manter o seu 
poder de compra.
Figura 6. Calculadora do cidadão: resultado da correção de 
valores.
Fonte: BACEN (2019b, documento on-line). 
O valor atualizado até o mês de maio/2019, considerando-se o IPCA, ficou 
em R$ 3.322,44, ao passo que, na tabela apresentada pelo IBGE (2019), o valor 
é de R$ 2.289,00. Ou seja, para o consumidor acompanhar a economia, tendo o 
seu consumo mantido nesse período, com base no IPCA, o rendimento médio 
em maio/2019 deveria ser de R$ 3.322,44. A diferença entre o valor oficial e 
o valor corrigido é de R$ 1.033,44.
Paralelo a essa constatação, tem-se o comportamento econômico do setor 
empresarial. As decisões do empresariado são tomadas com base no padrão 
de comportamento de boa parte dos consumidores. A empresa é a unidade 
produtiva responsável pela produção e a comercialização de bens e serviços e 
pela contratação de pessoal. Quando os empresários realizam investimentos 
produtivos para ampliar a capacidade de produção, necessitarão de mão 
de obra qualificada para trabalhar. Os empresários são responsáveis pelos 
salários dos trabalhadores, que, por sua vez, são os consumidores. Se os 
salários estiverem pressionados para baixo, isso afetará o poder de compra 
Taxa de inflação e correção monetária10
dos consumidores. Ao afetar o poder de compra, tem-se consumidores 
comprando menos ou modificando seus hábitos de consumo, o que faz a 
empresa ter queda nas quantidades demandadas.
Segundo Assaf Neto (2015), a inflação pode ser causada pelo lado dos 
custos, pelo lado da demanda ou por uma conjugação desses dois fatores. A 
inflação de custos é um processo de elevação das taxas de juros, salários, 
câmbio, entre outros, que determina um acréscimo nos custos de produção. 
Ao elevar o custo da produção, repassa-se esses custos de insumos para os 
preços praticados, com a finalidade de não prejudicar a margem de lucro da 
empresa. Se os preços dos insumos necessários para a produção aumentam, 
possivelmente o preço desse bem aumentará. A inflação pelo lado da demanda 
está relacionada a muita procura e pouca oferta. Nesse caso, como a quantidade 
de produtos disponíveis para venda é inferior à quantidade necessitada pelos 
consumidores, os preços se elevam.
Desse modo, observa-se que o cenário econômico e empresarial no Brasil tem 
interações contínuas entre o comportamento econômico individual de consu-
midores e de empresas, devido à distribuição de produção e de renda entre eles.
ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
BACEN. Calculadora do cidadão. 2019b. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/aces-
soinformacao/calculadoradocidadao. Acesso em: 11 ago. 2019.
BACEN. Índices de preços no Brasil: informações até 2016. 2016. Disponível em: https://
www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/FAQs/FAQ%2002-%C3%8Dndices%20de%20
Pre%C3%A7os%20no%20Brasil.pdf. Acesso em: 11 ago. 2019.
BACEN. Metas para inflação. 2019a. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controlein-
flacao/metainflacao. Acesso em: 11 ago. 2019.
FARO, C. Princípios e aplicações do cálculo financeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1995.
IBGE. Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. 2019. Disponível em: 
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-
-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html?=&t=o-que-e. Acesso em: 
11 ago. 2019.
11Taxa de inflação e correção monetária
LANZANA, A. E. T. Economia brasileira: fundamentos e atualidade. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2017. 
SILVA, C. R. L.; LUIZ, S. Economia e mercados: introdução à economia. 19. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010.
SIMONSEN, M. H.; CYSNE, R. P. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Taxa de inflação e correção monetária12
DICA DO PROFESSOR
A inflação alta é prejudicial para a economia de um país. Quando alta ou fora de controle, pode 
provocar diversos problemas e distorções.
Nesta Dica do Professor, você verá as distorções provocadas por altas taxas de inflação. Serão d
estacados os efeitos sobre distribuição de renda, balanço de pagamentos, investimentos empresa
riais e mercado de capitais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
EXERCÍCIOS
1) De acordo com informações do IBGE (2019) o índice que mede oficialmente a inflaçã
o brasileira é o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA).
Analise as alternativas a seguir:
I – Sua coleta estende-se, em geral, no período entre o dia 21 do mês anterior ao de re
ferência e o dia 20 do mês de referência.
II – É o índice de preço selecionado pelo Conselho Monetário Nacional como referênc
ia para o sistema de metas da inflação.
III – O índice estima o custo da “cesta de produtos e serviços”, que reflete padrões e h
ábitos de consumo de famílias brasileiras.
 
Assinale a que contém apenas a(s) a(s) alternativa(s) correta(s): 
A) 
Alternativa I. 
B) 
Alternativa II. 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/3a146c54a8c0442824cabe5fb81c8f45
C) 
Alternativas I e II. 
D) 
Alternativas II e III. 
E) 
Alternativas I, II e II. 
2) No Brasil, a inflação é medida pelo IPCA desde 1980. A partir de 1999, esse índice pa
ssou a ser utilizado no regime de metas de inflação. 
Analise as alternativas a seguir:
I – O Banco Central do Brasil (BCB) é responsável por adotar medidas necessárias p
ara que a inflação fique dentro das metas estabelecidas.
II – O Conselho Monetário Nacional (CMN) mede o índice oficial da inflação brasilei
ra.
III – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é responsável pela defin
ição da meta da inflação.
 
Assinale a que contém apenas a(s) alternativa(s) correta(s): 
A) 
Alternativa I. 
B) 
Alternativa II. 
C) 
Alternativas I e II. 
D) 
Alternativas II e III. 
E) 
Alternativas I, II e III. 
A inflação gera incertezas na economia, prejudicando o crescimento econômico, afeta
ndo principalmente as camadas menosfavorecidas da população. Com base nessa arg
umentação, foi criada, em 1964, a correção monetária. Identifique, nas afirmativas a 
seguir, a função da correção monetária:
I – Preservar o valor do dinheiro no tempo, eliminando distorções causadas pela infla
ção.
II – Medir a inflação de um conjunto de produtos ou serviços comercializados no var
3) 
Maycon Carbone
Realce
Maycon Carbone
Realce
ejo.
III – Assegurar que as metas de inflação sejam garantidas.
IV – Neutralizar o efeito da perda do poder de compra da moeda, causada pela inflaç
ão.
Assinale a que contém apenas a(s) alternativa(s) correta(s): 
A) 
Alternativa I. 
B) 
Alternativa II. 
C) 
Alternativas I e II. 
D) 
Alternativas II e III. 
E) 
Alternativas I e IV. 
4) O aumento contínuo e generalizado dos preços faz com que os consumidores diminua
m ou modifiquem seu poder de compra, gerando incerteza na economia e prejudican
do o crescimento econômico. A partir dessa contextualização, observe as alternativas 
a seguir e assinale a(s) que representa(m) esse conceito:
I – Meta de inflação.
II – Correção monetária.
III – Inflação.
A) 
Alternativa I. 
B) 
Alternativa II. 
C) 
Alternativa III. 
D) 
Alternativas I e III. 
E) 
Alternativas I e II. 
No cenário econômico, são de grande importância os índices de preços, pois impacta
m sobre o comportamento econômico e individual dos consumidores e das empresas. 
5) 
Maycon Carbone
Realce
Maycon Carbone
Realce
Nesse contexto, assinale a alternativa que identifica a principal aplicação do INPC:
A) 
Referência para o sistema de metas de inflação. 
B) 
Utilização em correção em dissídios salariais. 
C) 
Utilização de indexador financeiro em títulos da dívida pública. 
D) 
Referência de taxa básica de juros. 
E) 
Referência de preços de veículos. 
NA PRÁTICA
O regime de metas para a inflação tem sido bem-sucedido no Brasil. O sistema tem possibilitado 
que a inflação fique sob controle, em níveis relativamente baixos. Desde a adoção do regime em 
1999, a inflação tem se situado dentro do intervalo de tolerância na maioria dos anos-calendário.
Atualmente, um dos maiores desafios dos assalariados é conseguir manter-se financeiramente co
m o salário recebido. Tem-se a sensação de que, mesmo com os índices de inflação dentro da m
eta estabelecida, o poder de compra tem encolhido.
Nesse sentido, compreenda, em Na Prática, o motivo de o reflexo da inflação parecer ser muito 
maior no seu bolso do que o índice oficial divulgado.
Maycon Carbone
Realce
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:
Banco Central divulga estimativa da inflação para este ano
Confira o vídeo a seguir sobre a estimativa da inflação para este ano (2019), produzido pela TV 
Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
O que é inflação - IBGE Explica IPCA e INPC
Neste vídeo, da série IBGE Explica, você irá conhecer dois índices essenciais para entender o qu
e é inflação e como ela é medida no Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/PsI2EM-5wJc
https://www.youtube.com/embed/JVcDZOlIMBk

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