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Resenha de artigo - Desafios na construção de indicadores de sustentabilidade

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UNEMAT – UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
FACET – FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS 
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
AVALIAÇÃO 1 – RESENHA DE ARTIGO CIENTÍFICO 
 
 
Componente Curricular (2020/5): Gestão Ambiental e Gerenciamento de Resíduos 
 
Docente: Karen Wrobel Straub Schneider 
 
Grupo 4: Carlos Henrique Rigonato de Rossi, Daniel Henrique dos Santos, Daniella 
Neia de Freitas, Diego de Oliveira, Luana Elizete Soares Meyer, Neide Lopes da Silva 
Filipus 
 
Artigo de referência: Desafios na construção de indicadores de sustentabilidade 
(GUIMARÃES, R. P.; FEICHAS, S. A. Q.) 
 
 O artigo apresenta uma análise comparativa minuciosa entre cinco propostas 
de indicadores de desenvolvimento sustentável, sendo eles o Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH), o Índice de Bem-estar Econômico Sustentável 
(IBES) – ou Índice de Progresso Genuíno (IPG) –, a Pegada Ecológica (Ecological 
Footprint Method), os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do IBGE (IDS) e 
a Matriz Territorial de Sustentabilidade (CEPAL/ILPES). Por definição, indicadores de 
sustentabilidade são índices/ferramentas que visam advertir à comunidade com 
relação a riscos e tendências do desenvolvimento, bem como orientar e monitorar 
políticas e estratégias para subsidiar as ações necessárias. 
 No contexto histórico dos indicadores de sustentabilidade, as primeiras 
tentativas de mensurar os fenômenos sociais do ocidente datam da primeira metade 
do século XX, sobretudo a partir da década de 1970, com a origem da agenda 
ambiental, do conceito de desenvolvimento sustentável e da globalização. 
Naturalmente, qualquer parametrização será limitada e não refletirá com 
precisão a complexidade dos eventos sociais e ambientais. No entanto, uma noção, 
ainda que arbitrária, de atribuição de valores econômicos referentes ao meio ambiente 
ainda é melhor do que noção nenhuma. Dessa forma, a existência de diversos 
indicadores de desenvolvimento sustentável é um importante meio de se conhecer e 
relacionar informações e estatísticas referentes à sustentabilidade de cada país, bem 
como conscientizar a população e os órgãos públicos a respeito do tema. 
As principais características, sobretudo aspectos positivos e limitações de cada 
índice, além de descritas em detalhes e separadamente, foram correlacionadas, de 
forma bastante objetiva e didática, sendo possível extrair os seguintes pontos 
principais da análise: (1) o IDH é uma referência mundial de fácil compreensão e é 
relevante por abordar aspectos sociais em seu cálculo, diferente dos índices 
existentes até seu surgimento, que consideravam apenas a dimensão econômica, 
porém não mede as desigualdades e tampouco os aspectos qualitativos dos 
componentes utilizados (P.I.B. per capita, longevidade e educação); (2) o IBES (ou 
IPG) se mostra bastante abrangente ao medir, por exemplo, serviços fora do mercado 
e gastos defensivos e não defensivos, realçando a desproporção entre crescimento e 
desenvolvimento; (3) a Pegada Ecológica (Ecological Footprint Method) relaciona área 
ecológica produtiva e consumo, possibilitando uma conscientização da população, 
ainda que, assim como o IBES-IPG, seu desmembramento e entendimento de cálculo 
seja muito complexo, dificultando a tomada de decisões; (4) os IDS do IBGE abrangem 
múltiplas dimensões (ambiental, social, econômica e institucional), facilitando a 
criação de um banco de dados nacional, porém a complexidade de seus diversos 
indicadores (sendo 60 ao todo) e a carência de detalhamento de cada um deles 
dificulta sua compreensão e utilização; (5) a Matriz Territorial de Sustentabilidade, ao 
passo que permite a participação da sociedade em seu desenvolvimento, possui uma 
multiplicidade de dados passível de diferentes correlações e interpretações, ainda que 
alie de forma organizada desenvolvimento territorial e sustentável. 
Os autores se atêm ao objetivo principal do artigo na quarta seção, ao 
discorrerem sobre os principais desafios existentes na construção dos indicadores de 
sustentabilidade (além dos administrativos e metodológicos individuais já 
mencionados). Tais desafios podem ser resumidos: em despriorizar a dimensão 
econômica na concepção dos indicadores, visto que ela não reflete a complexidade 
de fatores envolvidos no desenvolvimento sustentável de determinado local; no dever 
de permitir a comparação temporal e espacial num mesmo território e entre territórios 
diferentes, facilitando o diagnóstico dos problemas a serem enfrentados e o 
prognóstico para se alcançar os objetivos propostos; em possibilitar a participação da 
sociedade como fator de conscientização imprescindível às mudanças almejadas; na 
definição de critérios de operacionalidade que permitam a construção de indicadores 
nem muito singulares (pois sua simplificação não expressa fielmente a realidade), nem 
muito complexos (pois dificulta a interpretação necessária nas tomadas de decisão); 
e em se relacionar as dimensões e suas interpretações, visto que o desenvolvimento 
sustentável abrange diversas dimensões, como a social, a econômica, a ecológica, 
entre outras (em que cada proposta avalia quais seu indicador englobará). 
 Além de definir o desenvolvimento sustentável de forma clara e aprofundada, e 
de elucidar os maiores desafios na concepção de uma proposta de indicador de 
sustentabilidade, a maior contribuição do artigo é correlacionar os pontos positivos de 
cada indicador analisado, traçando um modelo de indicador ideal, que de acordo com 
os autores deve conter: a multiplicidade de dimensões do IBES-IGP, IDS e Matriz 
Territorial de Sustentabilidade; a facilidade de acesso e comunicação do IDH e da 
Pegada Ecológica; a participação social sugerida pela Matriz; e a ligação entre os 
componentes considerados, como no IBES-IGP. 
 Apesar de desmembrar detalhadamente cada uma das dificuldades de se 
propor a criação de indicadores de desenvolvimento sustentável, é nítida a ênfase da 
argumentação na necessidade de se incorporar estes indicadores ao cotidiano 
individual e coletivo, rompendo-se a hegemonia dos indicadores exclusivamente 
econômicos. Tal estratégia denota uma percepção ampla e atenta aos problemas 
enfrentados por países de todo o mundo na tentativa de desenvolver a economia sem 
degradar os recursos disponíveis, para que haja sustentabilidade, e embora se saiba 
que este é um cenário, infelizmente, longínquo (quase utópico), o artigo de referência 
contribui significativamente para a difusão do conhecimento e conscientização sobre 
o tema.

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