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Semiot. Mulher II Luiza Prof. Vivian Doenças mamárias englobam um espectro de distúrbios benignos e malignos, que quase sempre se apresentam como dor na mama, descarga de papilas ou tumor palpável. As causas especificas variam com a idade ( taxas de malignidade com a idade). A avaliação dos distúrbios mamários requer a combinação de anamnese meticulosa, exame físico, exame de imagem e, quando indicado, biópsia. q ANATOMIA DA MAMA • Mama adulta se localiza na região anterior do tórax, entre 2ª e 6ª costelas no eixo vertical – linha do leite; • Entre linha axilar média e linha esternal no eixo horizontal • Diâmetro médio 10-12cm • Espessura de 5-7 cm • Formato cônico-pendular • Repousa sob grupo muscular (músculos peitorais). • Estruturas formadoras predominantes: 1. Pele 2. Tecido subcutâneo – adiposo 3. Tecido mamário: estroma/parênquima ✓ Parênquima: 15-20 segmentos que em arranjo radial convergem para o mamilo ✓ Ductos coletores drenam cada segmento - seios lactíferos e acabam em 5 a 10 coletores maiores ✓ Coletores maiores abrem no mamilo ✓ Cada ducto drena 1 lobo ✓ Lobo feito 20 - 40 lóbulos ✓ Cada lóbulo 10 - 100 alvéolos DESENVOLVIMENTO E FISIOLOGIA • Desenvolvimento fetal: a mama primordial surge da camada basal da epiderme. • Antes da puberdade, a mama é um botão rudimentar com poucos ramos de ductos cobertos por botões alveolares (botões terminais ou lóbulos pequenos). • Na puberdade (10-13 anos) o aumento de estrogênio e a progesterona ovarianos resultam em ramificação extensa do sistema ductal e no desenvolvimento de lóbulos. • Diferenciação final da mama é mediada pela progesterona e pela prolactina, não sendo concluída até a primeira gravidez completa. • Na menopausa, a produção de estrogênio ovariano cessa, os lóbulos mamários atrofiam, e o estroma colágeno é substituído por gordura. AVALIAÇÃO DE MASSA MAMÁRIA 1. EXAME FÍSICO: • Inspeção estática Paciente encontra-se sentada, com as mãos pendentes ao longo do corpo. Deve ser observado: volume das mamas, simetria, aspecto da pele, contorno, retrações, abaulamentos, cicatriz, etc. • Inspeção dinâmica É solicitado que a paciente realize alguns movimentos: - Mãos acedentes: paciente deve levantar as mãos ao lado do corpo até acima da cabeça - Contratura do peitoral: paciente deve colocar a mãos sobre os quadris e pressionar, contraindo os músculos peitorais - Mamas pendentes: inclinação do tronco para frente Deve ser observado: simetrias, circulação venosa superficial, abaulamentos, retrações, alterações da pele (hiperemia, edema ou ulceração) ou das papilas (descamação, erosão, inversão) • Palpação A palpação das mamas abrange o exame dos linfonodos das cadeias axilares, supra e infraclaviculares e mediastinais: - Para examinar os linfonodos axilares o examinador deve suspender o braço direito da paciente, utilizando o seu braço direito (de modo que os músculos peitorais fiquem relaxados) – braço no braço do examinador – mão esquerda em garra (fazer uma concha com os dedos) penetrando o mais alto possível em direção ao ápice da axila. A seguir, trazer os dedos para baixo pressionando contra a parede torácica. O mesmo procedimento deve ser realizado na axila contra-lateral. - As fossas supra e infraclaviculares e o mediastino são examinadas pela frente da paciente sentada. - O examinador deve observar o número de linfonodos palpados, a localização, tamanho, consistência, contorno, dor, coalescência e mobilidade. Pode-se iniciar a palpação da mama com a paciente em decúbito dorsal com coxim que eleve o tórax: Braços para cima e mãos abaixo da cabeça. São utilizadas 2 técnicas palpatórias: dedilhar e espalmar – ambas realizadas em todos os quadrantes, sempre em sentido horário. • Expressão papilar Descarga papilar: Obs.: Define-se a descarga papilar como patológica quando é uniductal, espontânea, serosa ou hemorrágica. - Ausente ou presente - Espontânea ou provocada - Uniductal ou multiductal - Unilateral ou bilateral - Coloração: amarelo (citrino), esverdeado, branco (leite), azul, marrom – patológicas: água cristalina/incolor (água de rocha) e sangue - Quem produz a secreção? acino, lobo ou ducto. Semiot. Mulher II Luiza Todos os achados devem ser descritos especificamente quanto a posição no quadrante, e a distância desde seu centro até o centro do mamilo. (p. ex., mama direita, 2 cm de massa, na posição de 3 horas, a 4 cm do mamilo) 2. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM • Mamografia: Diferentemente da mamografia de rastreamento, a mamografia diagnóstica pode ser adequada para mulheres de qualquer idade. Obs.: Indicações de mamografia: Alto risco, mama sintomática, tumor clinicamente suspeito, controle após tratamento conservador, controle pós-punção, orientar e dirigir biópsias, planejamento cirúrgico, cancerofobia, pesquisa de sítio primário em câncer oculto. • Ultrassonografia 3. SISTEMA DE BANCO DE DADOS E DE RELATÓRIOS DAS IMAGENS DAS MAMAS Os resultados das imagens diagnósticas devem ser resumidos de acordo com a classificação do Sistema de Banco de Dados e de Relatórios das Imagens das Mamas (BI-RADS, de Breast Imaging Reporting and Data System). Classificações numericamente decrescentes estão associadas à menor probabilidade de malignidade. 4. BIÓPSIA DE MAMA • A avaliação de uma massa sólida de mama é finalizada com biópsia por agulha. • As opções incluem biópsia por punção aspirativa com agulha fina (PAAF) – menos tempo para sua realização e tenha custo menor, entretanto a probabilidade de que produza um diagnóstico específico é menor e apresenta taxa mais alta de amostragem insuficiente – ou biópsia por agulha grossa - realizada usando um dispositivo automatizado que retira um fragmento de cada vez, ou um dispositivo assistido a vácuo que, uma vez posicionado, coleta múltiplos fragmentos. 5. TESTE TRIPLO A combinação de exame clínico, de imagem e biópsia por agulha é denominada teste triplo. • Um teste triplo concordante benigno é 99% acurado, e os nódulos mamários nessa categoria podem ser acompanhados apenas com exame clínico a cada seis meses. • Se qualquer uma das avaliações sugerir malignidade, o nódulo deve ser retirado independentemente dos resultados das outras duas avaliações. Considera-se apropriada a conduta de oferecer à paciente a possibilidade de retirada de um nódulo mamário avaliado por completo, mesmo com teste concordante benigno, já que esses nódulos podem ser fonte de ansiedade significativa. ACHADOS CLÍNICOS MAIS COMUNS: • Cistos: A maioria dos cistos mamários forma-se a partir de metaplasia apócrina de ácino lobular. A maior incidência ocorreu entre 40 e 50 anos de idade, e a incidência de cistos de mama palpáveis para todo o período de vida foi estimada em 7%. Os cistos de mama são diagnosticados e classificados a partir de exame ultrassonográfico. Existem três tipos de cistos: a Simples: são sonoluscentes, com margem definida e reforço acústico posterior. Essas lesões não exigem tratamento ou monitoramento especial, mas podem ser aspiradas, se forem dolorosas. Os cistos recorrentes podem ser submetidos a novos exames de imagem e à nova punção com aspiração, mas caso sejam sintomáticos a melhor conduta é sua excisão. a Complicados: apresentam ecos internos à ultrassonografia e algumas vezes não é possível distingui-los de massas sólidas. Em geral, os ecos internos são causados por resíduos proteicos, mas todos os cistos complicados devem ser aspirados. Se a anormalidade ultrassonográfica não se resolver por completo com a aspiração, deve-se realizar biópsia por agulha grossa. a Complexos: apresentam septações ou massas intracísticas ao exame ultrassonográfico. A massa intracística geralmente é um papiloma,mas carcinoma medular, carcinoma papilar e alguns carcinomas ductais infiltrantes podem se apresentar como cistos complexos. Embora alguns autores tenham defendido biópsia por agulha grossa para avaliação de cistos Semiot. Mulher II Luiza complexos, esse procedimento pode descomprimir o cisto, dificultando sua localização no momento da cirurgia. • Fibroadenoma Os fibroadenomas representam uma anormalidade focal no desenvolvimento de um lóbulo mamário e, como tal, não são neoplasias verdadeiras. os fibroadenomas surgem na adolescência, são identificados frequentemente na pré-menopausa e costumam sofrer involução espontânea após a menopausa. Os fibroadenomas classificados como benignos no teste triplo concordante podem ser acompanhados com segurança sem excisão. Em razão de alguns fibroadenomas crescerem bastante e de os tumores filoides benignos frequentemente sereindistinguíveis dos fibroadenomas por exame de imagem ou por biópsia com agulha, um fibroadenoma que esteja crescendo deve ser excisado. • Tumores filoides Os tumores filoides são similares aos fibroadenomas uma vez que os espaços revestidos por epitélio também estão envoltos por estroma celular. No entanto, nos tumores filoides, as células estromais são monoclonais e neoplásicas. Esses tumores são classificados como benignos, intermediários ou malignos, com base em grau de atipia das células estromais, número de mitoses, características das margens do tumor e abundância de células estromais. INFECÇÕES MAMÁRIAS As infecções mamárias costumam ser divididas em puerperais, que ocorrem durante a gravidez e a lactação, e não puerperais. 1. INFECÇÕES PUERPERAIS Caracterizada por eritema difuso, sensível e quente da mama com sinais sistêmicos de infecção, como febre, mal-estar, mialgias e leucocitose. O tratamento com antibióticos orais ou intravenosos é bem-sucedido, dependendo da gravidade, mas a infecção também pode progredir formando abscessos parenquimatosos profundos que exigem drenagem cirúrgica. O exame ultrassonográfico é altamente sensível para identificação de abscessos subjacentes, se a mastite não melhorar rapidamente com os antibióticos. É frequente a prescrição por sete dias de cefalexina ou dicloxacilina, ambas na posologia 500 mg por via oral quatro vezes ao dia, ou a associação de amoxicilina e clavulanato, 500 mg por via oral três vezes ao dia. A mastite focal pode ser resultante de galactocele infectada. Geralmente palpa-se uma massa de consistência amolecida no sítio do eritema cutâneo. Em geral fazem-se necessárias aspiração da galactocele com agulha e antibioticoterapia, mas recorrência ou progressão podem determinar a indicação de drenagem cirúrgica. 2. INFECÇÕES NÃO PUERPERAIS • Celulite A celulite não complicada em uma mama não irradiada em um quadro não puerperal é rara. Portanto, se ocorrer, exames de imagem e biópsia devem ser realizados imediatamente para excluir câncer de mama inflamatório. • Abscesso Os abscessos não puerperais da mama em geral são classificados como periféricos ou subareolares. Os abscessos periféricos costumam ser infecções cutâneas, como foliculite ou infecção de cistos de inclusão epidérmica, ou de glândulas de Montgomery. Todos esses abscessos são adequadamente tratados com drenagem além dos antibióticos discutidos na seção anterior. Por outro lado, os abscessos subareolares originam-se de ductos lactíferos obstruídos por tampões de queratina imediatamente atrás do mamilo. O abscesso em si em geral se apresenta sob a aréola, sendo comum haver comunicações fistulosas entre múltiplos abscessos. Em geral, a drenagem cirúrgica dos abscessos mamários não puerperais sempre deve ser acompanhada por biópsia da parede do abscesso, uma vez que cânceres de mama ocasionalmente se apresentam na forma de abscesso. MASTALGIA A dor na mama é comum e a prevalência é maior nas mulheres perto da menopausa em comparação com as mais jovens. É provável que esteja relacionada com alterações no conteúdo aquoso intersticial e, consequentemente, na pressão intersticial, mediadas por estrogênio e progesterona. Em geral, a mastalgia é classificada como cíclica ou acíclica. A mastalgia acíclica costuma ser focal e não demonstra relação com o ciclo menstrual. Embora a mastalgia focal frequentemente seja causada por cisto simples, o câncer de mama ocasionalmente se apresenta na forma de dor focal na mama. Portanto, essa queixa deve ser investigada com exame físico cuidadoso, exame de imagem focado e biópsia por agulha de qualquer anormalidade palpável ou presente no exame de imagem. Em contrapartida, a mastalgia cíclica costuma ser bilateral, difusa, mais intensa no final da fase lútea do ciclo menstrual. Além disso, tende a sofrer remissão com o início da menstruação. A mastalgia cíclica não requer avaliação específica e, em geral, é tratada sintomaticamente com agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). DOENÇA MAMÁRIA PROLIFERATIVA BENIGNA 1. ALTERAÇÃO FIBROCÍSTICA Os componentes teciduais primários da mama são gordura, estroma fibroso e estruturas epiteliais. O componente hormônio-responsivo é o epitélio, mas há comunicação parácrina considerável entre o epitélio e o estroma. O estímulo hormonal pode resultar em um ácino lobular dilatado repleto de fluido, interpretado como microcisto nos cortes histológicos e com frequência acompanhado de relativa abundância de estroma. Em geral, esse quadro é denominado alteração fibrocística. Dependendo do padrão particular das estruturas epiteliais e do estroma associado, a mama pode ter aspecto denso na mamografia, ser percebida como nodular à palpação, ou ambas. A alteração fibrocística costuma ser classificada como proliferativa ou não proliferativa, de acordo com as características epiteliais do processo. Semiot. Mulher II Luiza 2. HIPERPLASIA DUCTAL E LOBULAR Na maioria das vezes, as alterações proliferativas desenvolvem-se nos ductos terminais e nos ácinos dos lóbulos. Em geral, essas estruturas são revestidas por uma camada interna de células epiteliais luminais cuboides e uma camada externa de células mioepiteliais. A proliferação das células epiteliais luminais resulta em ductos terminais ou em ácinos com várias camadas de células, o que é referido como hiperplasia ductal ou lobular, respectivamente. À medida que esse processo evolui, os ductos terminais ou os ácinos passam a ficar envoltos pelas células, que começam a apresentar atipia nuclear. Essa condição é referida, respectivamente, como hiperplasia ductal atípica (HDA) ou hiperplasia lobular atípica (HLA). Cada vez mais os ductos terminais ou os ácinos ficam envolvidos, e essa condição é reconhecida como carcinoma ductal in situ (CDIS) ou carcinoma lobular in situ (CLIS), dependendo de as células estarem surgindo, respectivamente, dos ductos ou dos ácinos. Essas designações histológicas tradicionais estão aos poucos sendo substituídas por um sistema de índices padronizado, que reflete o risco para câncer de mama subsequente. Com base na célula de origem, na extensão e no grau, as categorias propostas incluem neoplasia intraepitelial ductal (NID) de baixo risco, 1, 2 e 3, e neoplasia intraepitelial lobular (NIL) 1, 2 ou 3. FATORES DE RISCO PARA CÂNCER DE MAMA O maior fator de risco para câncer de mama é o gênero feminino. Além disso, a incidência de câncer de mama, assim como a maioria dos outros tipos de cânceres, aumenta com o avanço da idade. Outros fatores de risco significativos estão relacionados a variáveis reprodutivas, doença mamária proliferativa benigna e história familiar de câncer de mama ou de ovário. 1. FATORES REPRODUTIVOS • Ciclos ovulatórios: Os ciclos menstruais ovulatórios produzem estresse sobre o epitélio mamário ao induzir sua proliferação no final da faselútea. Se não houver concepção, a proliferação é seguida de morte celular programada. A menarca precoce está associada à início também precoce dos ciclos ovulatórios e aumento do risco de câncer de mama. Por outro lado, a menopausa precoce, natural ou cirúrgica, está associada à redução do risco de câncer de mama. Na verdade, o número de ciclos ovulatórios ao longo da vida mantém relação linear direta com risco de câncer de mama. • Gravidez: A mama é peculiar na medida em que é o único órgão que permanece em estágio inicial por uma década ou mais, antes de entrar em estado altamente proliferativo na menarca e, ainda assim, não amadurecer por completo até o nascimento do primeiro filho. O epitélio mamário imaturo é mais suscetível aos carcinógenos do que o epitélio pós-lactacional. Consequentemente, quanto mais tarde for a vinda do primeiro filho, maior o risco de câncer de mama. Em relação à multiparidade, o nascimento dos primeiros filhos antes dos 28 anos está associado à redução no risco de câncer de mama, enquanto aqueles daí em diante estão associados a aumento do risco. 2. DOENÇA MAMÁRIA PROLIFERATIVA BENIGNA E HISTÓRIA FAMILIAR A doença mamária proliferativa benigna é um marcador para risco de câncer de mama, sendo que os riscos relativos variam de 1,5 a 4,5 dependendo de as células epiteliais serem ou não atípicas. A história familiar de câncer de mama também indica maior risco de câncer de mama, em especial se familiares de primeiro grau forem afetadas (mãe, irmãs ou filhas), se as familiares afetadas forem jovens por ocasião do diagnóstico ou se tiverem tido câncer de mama bilateral. 3. OUTROS FATORES O aumento na densidade mamográfica está surgindo como fator de risco importante para câncer de mama. A incidência de câncer de mama entre mulheres com mamas quase totalmente densas é 3 a 6 vezes maior do que nas mulheres com alto teor de gordura nas mamas, um risco relativo que se aproxima daquele definido pelo diagnóstico de hiperplasia ductal atípica. 4. MODELO DE GAIL Gail avaliou mais de uma dúzia de possíveis fatores de risco de câncer de mama em uma população de mulheres submetidas a rastreamento por mamografia. Desses fatores, idade, idade na menarca, idade no nascimento do primeiro filho, número de biópsias de mama e número de familiares de primeiro grau com câncer de mama foram os fatores mais importantes. O modelo de Gail é uma ferramenta matemática para cálculo do risco de câncer de mama com base nesses fatores e tem sido validado de forma independente. 5. GENÉTICA DO CÂNCER DE MAMA Os históricos familiares que sugerem suscetibilidade hereditária incluem surgimento precoce de câncer de mama (< 50 anos), câncer de mama bilateral, câncer de mama masculino, vários familiares afetados em uma geração, câncer de mama em múltiplas gerações, desenvolvimento de cânceres notoriamente associados a uma determinada síndrome e dois ou mais cânceres em um familiar, em especial se surgirem em idade jovem. RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA 1. MAMOGRAFIA DE RASTREAMENTO Esse exame radiográfico é atualmente o melhor e mais validado meio de rastreamento do câncer de mama. Para mulheres com idade entre 50 e 69 anos, a mamografia de rastreamento reduz a mortalidade por câncer de mama. Avanços recentes na mamografia de rastreamento, como mamografia digital e diagnóstico assistido por computador, aumentaram a sensibilidade do teste para alguns subgrupos. 2. ULTRASSONOGRAFIA DE RASTREAMENTO Essa modalidade identifica câncer não percebido à mamografia em menos de 1% das mulheres. A ultrassonografia de rastreamento, entretanto, é demorada e sua precisão é altamente dependente do operador. Semiot. Mulher II Luiza 3. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE RASTREAMENTO Em geral, a RM mostra-se mais sensível e específica do que a mamografia, mas o teste tem sido criticado por seu alto custo e alta taxa de resultados falso-positivos. A RM da mama requer radiologistas especialmente treinados, especializados no equipamento (uma bobina para mama e um magneto de alta resolução). Pode ser realizada com e sem contraste intravenoso de gadolínio. 4. OUTRAS FERRAMENTAS RADIOLÓGICAS Outras modalidades de rastreamento em desenvolvimento são tomossíntese da mama, rastreamento com sestamibi, rastreamento por impedância elétrica e termografia. 5. EXAME FÍSICO DE RASTREAMENTO O American College of Obstetricians and Gynecologists recomenda a realização de ECM durante o exame ginecológico de rotina em todas as pacientes com idade igual ou superior a 19 anos. O valor do exame clínico de mama (ECM) para rastreamento realizado por médicos não deve ser negligenciado, uma vez que s sensibilidade e a especificidade foram mais altas para o ECM do que para a mamografia entre mulheres jovens. PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA • Obesidade e vida sedentária são dois fatores de risco modificáveis que devem ser abordados com mulheres com alto e baixo risco. • Embora alguns trabalhos tenham relatado redução no risco de câncer de mama nas mulheres que consomem cinco ou mais porções ao dia de frutas frescas e vegetais, estudos prospectivos não relacionaram de forma consistente qualquer prática dietética simples com incidência de câncer de mama (Gandini, 2000; Meskens, 2005). • A atividade física regular está diretamente associada à redução do risco de câncer de mama em estudos tipo caso-controle e de coorte. • As mulheres com alto risco para câncer de mama têm três opções principais: (1) acompanhamento assíduo, (2) quimioprevenção ou (3) cirurgia profilática. Em regra, o acompanhamento assíduo consiste em exame clínico a cada seis meses, alternando mamografia com RM da mama ou ultrassonografia de rastreamento. Esse acompanhamento pode iniciar-se 10 anos antes da menor idade de diagnóstico de câncer de mama na família. • A cirurgia profilática costuma ser reservada para as mulheres com risco muito elevado de câncer de mama. Nesse grupo estão as mulheres com mutações hereditárias nos genes de predisposição ao câncer de mama e algumas com CLIS, em especial se for extenso ou estiver associado à história familiar de câncer de mama. A mastectomia bilateral profilática em geral é realizada com preservação de pele e reconstrução imediata. O procedimento reduz o risco de câncer de mama em mais de 90%, mas ainda não está claro se produz aumento na taxa de sobrevivência geral ou específica para câncer de mama.
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