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FINANÇAS PÚBLICAS UNIASSELVI-PÓS Autoria: Leila Lucia Arruda 1ª Edição Indaial – 2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2019 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: AR779f Arruda, Leila Lucia Finanças públicas. / Leila Lucia Arruda. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 125 p.; il. ISBN 978-85-7141-364-1 ISBN Digital 978-85-7141-365-8 1. Finanças públicas. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 336 Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado ....................... 7 CAPÍTULO 2 Planejamento e Execução em Finanças Públicas ................... 43 CAPÍTULO 3 Movimentação e Fiscalização Financeira no Âmbito das Contas Públicas ................................................................... 83 APRESENTAÇÃO O Livro de Finanças Públicas traz em seu cerne o arcabouço teórico necessário no entendimento da temática correspondente à administração financeira pública, no sentido de poder proporcionar ao leitor uma série de conhecimentos específicos da área governamental e da contabilidade, de tal sorte que leva o leitor a viajar nas perspectivas de como é possível melhorar a compreensão da administração e da aplicação dos recursos públicos de nosso país. Dessa forma, o leitor poderá permear os três capítulos tendo por base a finalidade maior do Estado, tendo como meta a ser atingida pela administração, que é justamente proporcionar o bem-estar da população, seja na dimensão social, educacional, da saúde, da segurança ou outras. Neste cenário, o primeiro capítulo do livro, Dimensão e Compreensão Essencial do Estado, tem por objetivo fazer com que o leitor seja capaz de compreender e entender as atividades do Estado enquanto órgão da administração. Para tal, são tratados temas como a Atividade Financeira e as Competências do Município, do Estado, do Distrito Federal e da União. Também está evidenciada a forma de organização e as competências dos entes federativos, seja no âmbito Municipal, Estadual e Federal. Identificando-se e tipificando-se as funções dos poderes, sua finalidade básica, assim como trata- se de um item essencial que é o orçamento de despesas, tendo por pano de fundo a política Fiscal e Monetária. O Capítulo 2, intitulado Planejamento e Execução em Finanças Públicas, objetiva proporcionar conhecimentos na área da administração pública, fazendo com que sejam identificados os principais mecanismos de planejamento e execução das ações no serviço público, por meio de seus dispositivos legais. Assim, são apresentados os mecanismos e as normativas do Processo de Planejamento e Orçamento, passando pelo Plano Plurianual - PPA, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, a Lei do Orçamento Anual - LOA e o Ciclo Orçamentário. E, para melhor compreender todos estes processos de planejamento dos recursos públicos são colocados os princípios e os conceitos de Créditos Orçamentários e Adicionais. As reflexões e posicionamentos melhoram a partir do momento em que são explicitados itens de financiamento da máquina pública, e dos gastos públicos e sua classificação, suportados pela teoria da tributação e dos limites e operações de créditos, bem como das suas garantias, resultando com que o leitor tenha uma visão de como atingir o equilíbrio fiscal no âmbito das contas públicas. Por fim, e não menos importante, no terceiro capítulo, sob o tema Movimentação e Fiscalização Financeira no âmbito das Contas Públicas, temos a abordagem que perpassa o Conceito, a Classificação, a Categoria e os Estágios da Receita e da Despesa Pública. Neste panorama são apresentados os controles públicos e social, seus conceitos e aplicações, em que de certa forma o leitor é estimulado a participar mais ativamente da esfera do controle social e da transparência da utilização dos recursos públicos. Para finalizar o capítulo, destaca-se ainda a Estrutura e os princípios Constitucionais do Sistema Tributário, seus Elementos Fundamentais e sua Base Legal para que o leitor possa eclodir em seus esforços de coadunar os temas que inicialmente parecem distintos, mas que convergem, e na verdade caminham para o entendimento da realidade da administração pública e da aplicação de seus recursos. Enfim, esta obra poderá proporcionar melhor entendimento da interface do poder público, a sociedade e os recursos financeiros. CAPÍTULO 1 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • compreender e entender as atividades do Estado enquanto órgão da administração; • adquirir conhecimentos para entender a finalidade do Estado, bem como interpretar as funções e competências do Estado. 8 Finanças públicas 9 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO O Estado realiza as atividades financeiras com a finalidade do bem comum, neste contexto, o artigo 3º da Carta Magna de 1988 estabelece que os objetivos fundamentais da República constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: “I- construir uma sociedade livre, justa e solidária; II- garantir o desenvolvimento nacional; III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (BRASIL, 1988, s.p.). Sendo assim, no intuito de obter sucesso na finalidade principal do Estado, que é a manutenção da coletividade, as atribuições governamentais são definidas visando que cada membro da federação tenha suas competências administrativas, legislativas e tributárias constitucionalmente estabelecidas, visto que num Estado Federativo as atividades estatais são partilhadas por todos os entes estatais. No caso do Brasil, a competência é distribuída em conformidade com o interesse predominante quanto à respectiva matéria. Os recursos públicos têm como objetivo, exclusivo, as necessidades da coletividade e do próprio Estado, logo, a gestão (administrar, controlar e coordenar as ações estatais) deve ser realizada visando à promoção do bem- estar da população. Nesse contexto, após estudar esse capítulo, o você será capaz de compreender e entender as atividades do Estado enquanto órgão da administração e, por consequência, entenderá a finalidade do Estado, bem como será capaz de interpretar as funções e competências do Estado. Vamos Lá! Boa Leitura! 2 DIMENSÕES E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Antes de começarmos nossa leitura é importante definir o significado de Estado. Assim, de forma bem simples, pode-se entender como o conjunto do POVO, TERRITÓRIO e GOVERNO. O Estado, na visão de Alexandrino e Paulo (2017, p. 15), “é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano. Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para a noção de um Estado independente: o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade". 10 Finanças públicas O artigo 1º da Carta Magna estabelece que: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estadose Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos”. Saindo deste dispositivo constitucional, verifica-se que o Estado Brasileiro, frente à organização política do território, é um Estado federado, visto que a Constituição de 1988 traz em seu contexto que Brasil tem um poder político central, que é a União, poderes regionais; os estados e poderes locais, que são os municípios; além do Distrito Federal (que acumula os poderes estaduais e municipais). É importante destacar que esses entes federativos não possuem hierarquia, visto que são autônomos política, administrativa e financeiramente, podendo exercer as competências que a Constituição lhes atribuiu. Analisando ainda o dispositivo, pode-se verificar três premissas importantes: FIGURA 1 – VISÃO GERAL DO ESTADO FONTE: A autora Sendo assim, a forma de governo se refere à maneira que o Estado se organiza com o objetivo de exercer o seu poder sobre a sociedade, no caso do Brasil, a forma de governo é República, pois o poder é exercido pela pessoa que é eleita pelo povo. Porém, conforme Lenza (2015, p. 251), existem outras características de um governo Republicano, que são: • Descentralização política: a própria Constituição prevê núcleos de poder político, concedendo autonomia para os referidos entes; • Repartição de competência: garante a autonomia entre os entes federativos e, assim, o equilíbrio da federação; • Constituição rígida como base jurídica: fundamental à existência de uma Constituição rígida no sentido de garantir a distribuição de competências entre os entes autônomos, surgindo, então, uma verdadeira estabilidade institucional; • Inexistência do direito de secessão: não se permite, uma vez criado o pacto federativo, o direito de separação, de retirada. Tanto é que, só a título de exemplo, no Brasil, a CF/88 estabeleceu em seu art. 34, I, 11 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 que a tentativa de retirada ensejará a decretação da intervenção federal no Estado “rebelante”. Eis o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, lembrando, inclusive, que a forma federativa de Estado é um dos limites materiais ao poder de emenda, na medida em que, de acordo com o art. 60, § 4.º, I, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado; • Soberania do Estado federal: a partir do momento que os Estados ingressam na federação perdem soberania, passando a ser autônomos. Os entes federativos são, portanto, autônomos entre si, de acordo com as regras constitucionalmente previstas, nos limites de sua competência; a soberania, por seu turno, é característica do todo, do “país”, do Estado federal, no caso do Brasil, tanto é que aparece como fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1.º, I, CF/88). Conforme alertamos no item 4.7, dentro do conceito de supranacionalidade, hoje se fala em flexibilização da ideia clássica de soberania; • Intervenção: diante de situações de crise, o processo interventivo surge como instrumento para assegurar o equilíbrio federativo e, assim, a manutenção da Federação; • Auto-organização dos Estados-membros: através da elaboração das constituições estaduais (vide art. 25 da CF/88); • Órgão representativo dos Estados-membros: no Brasil, de acordo com o art. 46, a representação dá-se através do Senado Federal; • Guardião da Constituição: no Brasil, o STF; repartição de receitas: assegura o equilíbrio entre os entes federativos (arts. 157 a 159). No que diz respeito ao Sistema de governo “presidencialismo”, na visão de Alexandrino e Pauulo (2017) predomina o princípio da divisão dos Poderes, que devem ser independentes e harmônicos entre si. O Presidente da República exerce a chefia do Poder Executivo em toda a sua inteireza, acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, e cumpre mandato fixo, não dependendo da confiança do Poder Legislativo para sua investidura. Por fim, a forma de Estado, Federação, deve ser entendido, conforme Carvalho Filho (2015, p. 5), “com a descentralização política, além do poder central existem outros círculos de poder que são conferidos a suas repartições. Logo, as competências administrativas e legislativa são divididas entre os entes, de forma autônoma”. Outro dispositivo constitucional importante sobre o Estado brasileiro refere-se ao artigo 18º, que traz em seu conteúdo a organização político- administrativa, que compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e Municípios, que são autônomos politicamente, e conforme o Código Civil de 2003, 12 Finanças públicas no artigo 40, são considerados pessoas jurídicas de direito público interno. Sendo assim, a ideia de governo está associada a órgãos responsáveis pela função política do Estado, que pode ser confundida com a ideia de Administração Pública que compreende os órgãos do governo que exercem função política, bem como os órgãos e pessoas jurídicas que exercem funções administrativas. Neste caso, as funções políticas são determinações de políticas públicas e as funções administrativas são a execução das políticas públicas. Observa-se que essas funções são pautadas por lei. Neste contexto, verifica-se que existem institutos da Administração Pública que exercem função administrativa, bem como outros desempenham atividades com fins lucrativos, como é o caso das empresas públicas e sociedades de economia mista. Todavia, existem entidades privadas, que apesar de terem finalidade pública, e ainda exercerem funções administrativas, não integram a Administração Pública propriamente dito, como é o caso das concessionárias de serviços públicos. Conforme o Decreto-Lei nº 200/1967, no artigo 4°: A Administração Federal compreende: I- A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II- A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade (BRASIL, 1967, s.p.). A Administração Pública consiste no conjunto de pessoas jurídicas e de órgãos que exercem função administrativa do Estado, em conformidade com a lei. Logo, a Administração Pública pode ser dividida em Administração Direta (a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios) e a Administração Indireta (Autarquias; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista; Fundações Públicas). Resumidamente, compõem a Administração Indireta: 13 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 QUADRO 1 – COMPOSIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Autarquias: são entidades admin- istrativas autônomas criadas por lei, têm personalidade jurídica, patrimô- nio próprio e finalidade em executar serviços de interesse público. Ex- emplos: Anatel, Banco Central (BC), as agências reguladoras, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Conselho Na- cional de Desenvolvimento Científico (CNPq). Empresas Públicas: são instituições que têm capital público, exploram atividades econômicas ou serviços públicos. Exemplos: Caixa Econômi- ca Federal, Banco do Brasil, o Banco do Nordeste e a Eletrobrás. Sociedade de Economia Mista: são instituições de direito privado, porém são constituídas financeiramente por verbas estatais e privadas e, por con- sequência, a administração é feita em partes pelo Estado. Sua atuação está ligada ao interesse público, poden- do gerar lucro. Exemplos: Petrobrás, ANP (Agência Nacional de Petróleo); ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica); ANAC(Agência Nacional de Aviação Civil); ANTT (Agência Nacio- nal de Transportes terrestres); ANVI- SA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Agências: são órgãos fiscalizadores e de regulamentação da Adminis- tração Pública. Exemplo: ANVISA – Agência Nacion- al de Vigilância Sanitária. FONTE: A autora 14 Finanças públicas Na administração indireta existem empresas públicas e sociedades de economia mista que não têm a finalidade de prestar serviço público, pois atuam no domínio econômico, são as que operam na exploração de atividade econômica, conforme o artigo 173 da Constituição de 1988. Outras entidades importantes na estrutura da administração pública são as que estão entre a administração direta e a administração indireta, e tem o objetivo de desempenhar atividades de interesse público, todavia, sem fins lucrativos. São as denominadas entidades paraestatais, que são: • Serviços Sociais Autônomos – o sistema S. Exemplos: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem e Comércio (SENAC), Serviço Social do Comércio (SESC), Serviço Social da Indústria (SESI). • Organizações sociais, um exemplo é a Associação Beneficente Hospital Universitário – ABHU. • OSCIP – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Exemplo: Instituto da Advocacia Social (INAS). • ICES – Instituições Comunitárias de Educação Superior. Exemplo: Universidade de Fortaleza (UNIFOR). • Entidades de Apoio, como é o caso de fundações, associações ou cooperativas, desde que privadas. Neste contexto, verifica-se que as organizações paraestatais são pessoas jurídicas privadas, sem fins lucrativos, que compõem a administração pública e têm a finalidade social. Sobre a função da Administração Pública, Carvalho Filho (2015, p. 10) entende que tem como premissa “o bem de toda a coletividade, desenvolvida pelo Estado com a intenção de privilegiar a coisa pública e as necessidades do corpo coletivo”. Sendo assim, pode-se dizer que a função administrativa é um múnus público, configurando uma obrigação ou dever para o administrador público que não terá liberdade de atuação, sempre atuando em respeito ao direito posto, com a intenção de perseguir o interesse da coletividade. Logo, os órgãos da Administração Pública possuem funções estatais próprios, que são: Serviço Público A Constituição Federal de 1988 estabelece no artigo 175 que: “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos” (BRASIL, 1988, s.p.). Saindo deste dispositivo, verifica-se que o serviço prestado pelo governo tem como titular da ação o Estado, ou uma pessoa jurídica que o 15 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 próprio Estado conceder ou permitir que o faça. Sobre a essência desta atividade, observa-se que deve ser essencial para a coletividade. No que se refere ao pagamento destas atividades, o Estado pode ou não receber uma remuneração, por meio de taxa ou de tarifa. E, por fim, regime jurídico é de direito público. Sendo assim, serviço público pode ser entendido, conforme Carvalho Filho (2015, p. 602), "como toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade”. Polícia administrativa A polícia administrativa pode ser entendida como as ações estatais que têm como função prevenir possíveis danos, oriundos de atos irregulares dos cidadãos. Assim, a manifestação estatal (policiamento administrativo) quer inibir que o interesse particular se sobreponha ao interesse público. Perceba que a polícia administrativa concretiza-se por meio de atos normativos concretos e específicos, que visam à manutenção da ordem pública geral, e por consequência, impossibilitando possíveis infrações das leis, de forma preventiva, mas pode ser repressiva também. A polícia administrativa, na visão de Carvalho Filho (2015, p. 130), pode ser entendida como: Poder que a Administração tem de restringir o exercício de liberdades individuais e de restringir o uso, gozo e disposição da propriedade privada, sempre na busca do interesse público. Tradicionalmente, tem sido exercida para impedir ações antissociais, pois se trata da aplicação ao caso concreto do Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado. Fomento O conceito de fomento pode ser verificado no artigo 174 da Constituição que estabelece o exercício do Estado no tocante à atividade econômica como sendo normativo e regulador: “O Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado” (BRASIL, 1988, s.p.). Sendo assim, fomento são as ações estatais que visam desenvolver economicamente o país. Entretanto, não pode ser analisado esse dispositivo constitucional sem, também, verificar o artigo 3º, II, desta mesma legislação, que trata do desenvolvimento nacional como um dos objetivos fundamentais do nosso país, juntamente com o artigo 225, que A polícia administrativa pode ser entendida como as ações estatais que têm como função prevenir possíveis danos, oriundos de atos irregulares dos cidadãos. Fomento são as ações estatais que visam desenvolver economicamente o país. 16 Finanças públicas estabelece que deve ser realizado o desenvolvimento da sociedade por meio da sustentabilidade. Uma atividade fomentadora estatal pode ser entendia como uma ação do Estado, que tem a finalidade de promover ações de determinados agentes (fomentados) na realização do interesse público. Em suma, o fomento é uma atividade que busca, indiretamente, à satisfação das necessidades públicas. Intervenção Conforme Carvalho Filho (2015, p. 989), “é indiscutível que a intervenção do Estado no direito de propriedade decorre do princípio basilar da supremacia do interesse público sobre o interesse privado”. Assim, o Estado pode intervir na propriedade privada quando tiver como objetivo a promoção do bem social, principalmente no que se refere aos direitos culturais da sociedade, que estão previstos no artigo 205 da Constituição Federal. A intervenção do Estado na propriedade privada visa proteger o interesse social e acontece por meio de um ato compulsório estatal, que diminui ou retira o direito à propriedade de um particular, destinado esse bem para a sociedade. Resumidamente, as funções do Estado no âmbito das atividades estatais são: QUADRO 2 – FUNÇÕES DO ESTADO NO ÂMBITO DAS ATIVIDADES ESTATAIS Serviço público: são prestações oferecidas à sociedade de modo geral, por meio da administração pública ou por particulares dele- gatórios, sob regime público. Exemplo: Saúde pública. Polícia administrativa: refere-se às restrições que a adminis- tração pública impõe aos partic- ulares em benefício do interesse público. Exemplo: Multa de trânsito. Fomento: incentivos (fiscais, concessões de subvenções) para beneficiar a iniciativa privada. Exemplo: Liberação de recurso para movimentar um setor in- dustrial. 17 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 Intervenção: são os atos real- izados pelo Estado, que atuam contra o setor privado com a fi- nalidade de interferência, como é o caso da desapropriação, ou ainda, o tombamento. Exemplo: Tombamento da igreja mais antiga do Nordeste. FONTE: A autora 3 COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS NO ÂMBITO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL A forma de constituição do Estado brasileiro é federativa, conforme dispositivo constitucional, ou seja, o Estado composto é dividido em entidades territoriais autônomas, esses Entes Federativos possuem um rol de competências que são atribuídas pela Carta Constitucional, por consequência, não podem ser diminuídas ou alteradas de modo unilateralpelo governo central. Em suma, o Estado federativo tem como característica, entre outras, a repartição de competência entre os entes (União, Estado, Municípios) que a compõem. As competências se referem à ação de realizar o que está previsto na legislação, em conformidade com a autonomia dos entes, ou seja, ocorre uma repartição de funções. Verifica-se que a autonomia pode ser entendida como um pouco do poder em que o ente público pode executar um autogoverno, em consonância com seus interesses. Lembre-se de que para se ter competência é necessário que o ente tenha autonomia para realizar a ação. Sendo assim, a divisão de competência significa que cada ente da federação terá uma função específica, que corresponderá com o papel que desempenha frente ao Estado como um todo. Sobre a repartição de funções constitucional, Alexandrino e Paulo (2015, p. 838) observam que: É a técnica utilizada para distribuir entre as pessoas políticas de um Estado do tipo federativo as diferentes atividades de que ele é incumbido. A autonomia política dos entes federados assenta-se, precisamente, na existência de competências que lhes são atribuídas como próprias diretamente pela Constituição Federal. 18 Finanças públicas O legislador constitucional adotou na Constituição Federal de 1988 esse tipo de repartição de competência, com a observância da predominância do interesse, visto que os assuntos devem ser tratados de forma uniforme por todo o território brasileiro, porém assegurando a diversidade territorial. A República Federativa do Brasil é dividida em: União, Estados e Municípios, sendo que a União é um ente federado nacional e tem como competência o interesse geral. O Estado, por ser um ente regional, ou seja, não atua em todo o território nacional, tem como matéria de competência o interesse regional. E, por fim, os municípios, a competência é local. Conforme o artigo 32, § 1º da Constituição, o Distrito Federal tem como competências por norma constitucional as matérias legislativas, tributárias e administrativas dos estados e dos municípios, em razão da proibição de dividi-lo em municípios. Sendo assim, assuntos que são predominantemente nacionais serão de competência da União, caso o assunto seja de âmbito estadual, a competência será dos Estados, por fim, quando o interesse for municipal, a competência será do município. Entretanto, algumas decisões políticas serão tomadas em conjunto, entre todos os Entes da federação. A Constituição de 1988 estabelece uma rígida separação de competências, porém essas competências podem ser concorrentes, residuais e comuns, visando à junção de esforços para o bem comum. Competência exclusiva da União A Constituição, no seu artigo 21, estabelece as competências exclusivas da União, sendo que não podem ser delegadas para os Estados ou para os municípios. Essas competências são de assuntos preponderantemente à atuação do Poder Executivo. Referem-se a obras de valor elevado, como a exploração de infraestrutura aeroportuária, a navegação aeroespacial, entre outras, ou atividades administrativas que precisam estar em conformidade em todo o país, como por exemplo, o serviço postal. Sendo assim, verifique a seguir o artigo 21, com todas as atribuições da União: I- manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II- declarar a guerra e celebrar a paz; III- assegurar a defesa nacional; A República Federativa do Brasil é dividida em: União, Estados e Municípios, sendo que a União é um ente federado nacional e tem como competência o interesse geral. 19 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 IV- permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V- decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI- autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII- emitir moeda; VIII- administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX- elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X- manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI- explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII- explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII- organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; XIV- organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; XV- organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI- exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII- conceder anistia; XVIII- planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX- instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX- instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI- estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII- executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 20 Finanças públicas XXIII- explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; XXIV- organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV- estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. A Constituição Federal, entretanto, estabelece algumas competências exclusivas de âmbito estadual, como se verifica no artigo 25, §1º, ou a competência exclusiva dos municípios, trazida no mesmo texto legal, no artigo 30, I. Em suma, o que se configura como competência exclusiva são aqueles que o Ente não pode delegar. Competência do Estado: Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição (BRASIL, 1988, s.p.). Perceba que, neste caso, a Constituição prevê que o Estado pode legislar sobre todas as coisas que não sejam exclusivas da União, ou ainda, não seja vedado pela lei constitucional. São competências do Município: Art. 30. Compete aos Municípios: I- legislar sobre assuntos de interesse local; II- suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III- instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV- criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V- organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; 21 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 VI- manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VII- prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII- promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX- promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Competência privativa As competências privativas são aquelas que pertencem a um ente federativo por disposição constitucional, porém pode ser delegado a outro ente, tendo como atividade a atuação do Poder Legislativo. Sendo assim, verifica-se que o legislador optou por enumerar um rol de competência da União, para padronizar os temas que são gerais. O objetivo desta competência é predominantemente à elaboração de uma lei ou ato normativo, motivado pela necessidade de manter uma unificação de normas com a União, sendo que essa competência pode ser delegada por meio de lei complementar. Essa concessão em delegar é um ato discricionário da União, que pode realizar mediante sua conveniência. O artigo 22 da Constituição Federal estabelece as competências privativas da União, que são: I- direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II- desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV- águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V- serviço postal; VI- sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII- política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; VIII- comércio exterior e interestadual; IX- diretrizes da política nacional de transportes; X- regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI- trânsito e transporte; As competências privativas são aquelas que pertencem a um ente federativo por disposição constitucional, porém pode ser delegado a outro ente, tendo como atividade a atuação do Poder Legislativo. 22 Finanças públicas XII- jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII- nacionalidade, cidadania e naturalização; XIV- populações indígenas; XV- emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; XVI- organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; XVII- organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; XVII- organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; XVIII- sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XIX- sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; XX- sistemas de consórcios e sorteios; XXI- normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; XXII- competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; XXIII- seguridade social; XXIV- diretrizes e bases da educação nacional; XXV- registros públicos; XXVI- atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII- normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle; XXVII- normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; XXVIII- defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX- propaganda comercial. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo (BRASIL, 1988, s.p.). Competência comum As competências privativas são aquelas que pertencem a um ente federativo por disposição constitucional, porém pode ser delegado a outro ente, tendo como atividade a atuação do Poder Legislativo. Sendo assim, o legislador optou por enumerar um rol de competências que são competências comuns (art. 23 da CF): 23 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 I- zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II- cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III- proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV- impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural; V- proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI- proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII- preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII- fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX- promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X- combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI- registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII- estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional (BRASIL, 1988, s.p.). Competência concorrente A competência concorrente legisla sobre a mesma matéria, conforme o dispositivo constitucional 24 determina. Denomina- se competência concorrente aqueles que são executadas simultaneamente por mais de dois entes da federação. A execução desta ação se faz necessária para alcançar uma finalidade comum, por exemplo: a União realiza a elaboração de uma norma geral e os estados-membros devem legislar no intuito de adequar as peculiaridades regionais. Logo, a importância de existir a competência concorrente refere-se à ideia de que atividades serão realizadas respeitando a regionalidade, ou seja, as diferenças que existem entre a população brasileira.Observa-se ainda que a competência de legislar normas gerais é da União, todavia, quando essas encontrarem lacunas, devem ser preenchidas pelo Estado ou pelos munícipios. Contudo, os estados-membros ou o Distrito Federal não podem legislar de forma a afrontar uma regra estabelecida pela União. Sendo Denomina-se competência concorrente aqueles que são executadas simultaneamente por mais de dois entes da federação. 24 Finanças públicas assim, a União, os estados e o Distrito Federal podem legislar concorrentemente, conforme o artigo 24 da CF: I- direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II- orçamento; III- juntas comerciais; IV- custas dos serviços forenses; V- produção e consumo; VI- florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII- proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII- responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX- educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; X- criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI- procedimentos em matéria processual; XII- previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII- assistência jurídica e Defensoria pública; XIV- proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV- proteção à infância e à juventude; XVI- organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Resumidamente, verifica-se no quadro a seguir as competências listadas anteriormente: 25 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 QUADRO 3 –COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS DOS ENTES DA FEDERAÇÃO COMPETÊNCIAS MATERIAIS ADMINISTRATIVAS COMPETÊNCIA LEGISLATIVA Art. 21. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO Art. 23. COMPETÊNCIA COMUM (União, Estados, DF e Municípios) Art. 22. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO Art. 24. COMPETÊNCIA CONCORRENTE (apenas U, E e DF: Municípios não participam) É indelegável (União não pode transferir aos Estados, DF ou municípios) Todos os entes da Federação a possuem É delegável aos Estados e DF, por meio de lei complementar (Municípios não podem receber a delegação) Cabe à União elaborar normas gerais; Cabe aos Estados/DF elaborar normas suplementares Normalmente, regula relações entre Brasil e outros países Legislar sobre os seguintes direitos: Civil Aeronáutico Processual Agrário Comercial Espacial Trabalho Eleitoral Penal Marítimo Legislar sobre os seguintes direitos: Tributário Urbanístico Penitenciário Econômico Financeiro FONTE: A autora 4 DISTRIBUIÇÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS PODERES Com o Liberalismo, surge a ideia de dividir o Poder do Estado, contrapondo com a ideia do Absolutismo, ou seja, que o poder estatal não seja concentrado na mão de uma única pessoa ou órgão. Sendo assim, criou-se Entes estatais que são autônomos, independentes entre si, para que não ocorra nenhum tipo de abuso de poder. 26 Finanças públicas 4.1 FINALIDADE BÁSICA A ideia de tripartição de Poderes remete a Aristóteles, na Grécia, visto que o pensando realizou a obra Política, na qual três funções distintas são exercidas pelo poder soberano. Muito tempo depois, com o Estado liberal burguês, Montesquieu aprimorou a ideia de Aristóteles, em sua obra O espírito das leis, trazendo que as três funções estatais deveriam ser realizadas por três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si. Sendo assim, o poder não se concentraria na mão do Soberano. A finalidade da separação dos poderes, conforme Lenza (2015, p. 291), é preservar a liberdade individual, combatendo a concentração de poder, isto é, a tendência “absolutista de exercício do poder político pela mesma pessoa ou grupo de pessoas”. Verifica-se que ao distribuir o poder estatal entre os órgãos autônomos de forma uniforme, ocorrerá um equilíbrio e diminuir possíveis abusos de poder. Alexandrino e Paulo (2017, p. 58) observam que é vedada qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a separação dos Poderes (CF, art. 60, § 4º, III). Significa dizer que o princípio da separação dos Poderes, ou princípio da divisão orgânica das funções do Estado, tem o status de cláusula pétrea em nosso ordenamento constitucional. 4.2 SEPARAÇÃO DOS PODERES Um dos fundamentos da República do Brasil é a soberania, conforme o artigo 1º da Constituição. Este alicerce estabelece que o poder deve ser exercido de forma única. Todavia, a separação de poderes deve ser entendida como a divisão das funções do Estado. Quando se pensa em poder estatal, é uno, pois somente o povo é detentor desse poder de forma única. Neste sentido, segundo Lenza (2015, p. 291): O poder é uno, indivisível e indelegável. O poder não se triparte. O poder é um só, manifestando-se por meio de órgãos que exercem funções. Assim, temos: a) poder: uno, indivisível e indelegável, um atributo do Estado que emana do povo; b) função: a função constitui, pois, um modo particular e caracterizado de o Estado manifestar a sua vontade; c) órgão: os órgãos são, em consequência, os instrumentos de que se vale o Estado para exercitar suas funções, descritas na Constituição, cuja eficácia é assegurada pelo Poder que a embasa. 27 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 A separação de poderes tem como objetivo evitar o Absolutismo, e por consequência, o fim da democracia e os direitos fundamentais, visto que o poder não seria exercido por apenas um órgão. O artigo 2º da Constituição Federal estabelece a divisão dos Poderes quando prevê que “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988, s.p.). A separação de poderes, no Brasil, pode ser visualizada desta forma: FIGURA 2 – SEPARAÇÃO DE PODERES FONTE: A autora De forma simplória, pode-se entender que o Poder Legislativo tem como função principal a criação das leis. O Poder Judiciário, por outro lado, tem como objetivo principal julgar possíveis lides. E, por fim, o Poder Executivo, que tem a função administrar o Estado. Conforme a estrutura política, o Estado tem uma divisão estrutural, denominada Poderes, que faz com que o poder emanado pelo povo não seja concentrado em apenas uma pessoa ou órgão, sendo este dividido em: Legislativo, Judiciário e Executivo. Ressalta-se que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Legislativo, todavia, a Constituição não adota um modelo de rígida separação, logo, o Judiciário e o Executivo também executam atividades atípicas, ou seja, funções materialmente administrativas, que são regidas pelo direito administrativo. Verifica-se que a separação do Poderes reflete na ideia de que o Poder do Estado não será executado na vontade de uma única pessoa, afastando a ideia de Monarquia. Porém, na divisão dos poderes, Conforme a estrutura política, o Estado tem uma divisão estrutural, denominada Poderes, que faz com que o poder emanado pelo povo não seja concentrado em apenas uma pessoa ou órgão, sendo este dividido em: Legislativo, Judiciário e Executivo. 28 Finanças públicas as funções governamentais são divididas de forma que cada órgão tenha sua atividade principal. Adverte-se que a separaçãodos Poderes não é absoluta, sendo assim, um Poder pode ter função típica e atípica, conforme Alexandrino e Paulo (2017, p. 58) nos apresentam: Na história do constitucionalismo, a ideia inicial de uma rígida separação entre os Poderes foi sendo substituída pela proposta de uma maior interpenetração, coordenação e harmonia entre eles. Com isso, cada Poder passou a desempenhar não só as suas funções próprias, mas também, de modo acessório, funções que, em princípio, seriam características de outros Poderes. A separação rígida, aos poucos, deu lugar a uma divisão flexível, na qual cada Poder termina por exercer, em certa medida, as três funções do Estado: uma de forma predominante (função típica) e as outras em caráter acessório (funções atípicas). As funções típicas são aquelas que devem ser realizadas de forma preponderante, e as atípicas são as que são feitas secundariamente, ou seja, aquelas que são realizadas de forma extraordinária. A Constituição Federal de 1988 tem como modelo a separação de Poderes flexível, visto que os Poderes exercem funções estatais típicas e atípicas, como por exemplo, tanto o Poder Judiciário quanto o Legislativo desempenham e exercem funções jurisdicional e legislativa, todavia, um de forma típica e outra de forma atípica. Verifique no quadro a seguir a síntese das funções típicas e atípicas de cada um dos Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo): 29 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 QUADRO 4 – FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DE CADA UM DOS PODERES ÓRGÃO FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA LEGISLATIVO Legislar Fiscalização contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial do Executivo. Natureza executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias, ente outros. Natureza jurídica: o senado julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade. EXECUTIVO Prática de atos de chefia de Estado, chefia de Governo e atos da administração. Natureza jurídica: executa e julga lides administrativas. Natureza legislativa: o presidente da República pode adotar medida provisória com força de lei. JUDICIÁRIO Julgar os conflitos, aplicando a lei. Natureza legislativa: Regimento Interno de seus tribunais. Natureza executiva: administra seu próprio órgão. FONTE: A autora 4.3 DO ORÇAMENTO ÀS DESPESAS O orçamento é realizado por meio das leis ordinárias (PPA, LDO e LOA), que seguem as seguintes etapas, conforme Giacomoni (2017): • Elaboração da proposta orçamentária: cabe ao Poder Executivo elaborar o Projeto da LOA com base no que foi estabelecido no PPA e na LDO vigentes. Mediante isso, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) faz a consolidação das propostas já feitas pelo governo com as propostas elaboradas pelos ministérios e demais órgãos do governo. Com isso, a proposta será encaminhada ao Poder Legislativo para apreciação e aprovação. • Discussão, votação e aprovação da lei orçamentaria: é a tramitação no Congresso Nacional. Lembrando que, nesta etapa, é a comissão das duas casas juntas, chamadas de comissão mista, que avalia o que 30 Finanças públicas está sendo proposto. Após a aprovação nessa comissão, segue para julgamento das duas casas. São realizadas as alterações, discussões e emendas para ocorrer a votação; caso ocorra aprovação, é enviado para o presidente, que assina e publica no Diário Oficial. Com a não aprovação, que chamamos de veto, cabe ao Congresso Nacional refazer a apreciação e, assim, pode ou não realizar a rejeição. • Execução orçamentária: após a publicação do orçamento, o Poder Executivo tem o prazo de até 30 dias para editar o Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, no qual se realiza a adequação dos valores do LOA à realidade de cada ano, assegurando um equilíbrio à receita e à despesa previstas na LDO. As receitas e as despesas devem ser revistas no decorrer do exercício. Durante a execução, pode ocorrer uma insuficiência de valores, devido à ocorrência de despesas não computadas e insuficientemente adotadas, ocasionando a alteração da LOA, gerando créditos adicionais. Todavia, para que sejam aprovados, devem ter autorização Legislativa, ou seja, ocorre um processo para a aprovação. • Controle de avaliação da execução orçamentária: durante a execução orçamentária, a Administração Pública busca obter dados físico- financeiros que permitam controlar e avaliar os planos e programas a executar, em execução ou executados regulares da LOA. A Lei nº 4.320/64 garante: Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá: I- a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II- a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; III- o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. Com o controle da avaliação e a execução orçamentária, a CF exerce a fiscalização e o controle em todas as formas, seja internamente (com o apoio do Poder Executivo e da Controladoria Geral da União), seja externamente (com o apoio do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas), visando que a aplicação dos recursos segue o previsto em lei. O controle tem por finalidade verificar a conformidade, propondo as correções; já a avaliação visa ao aperfeiçoamento da gestão e avalia o resultado. O Poder Executivo tem a obrigação de realizar as avaliações bimestralmente e elaborar relatórios de receitas e despesas primárias, para que o acompanhamento e o alcance das metas do resultado primário (diferença entre receita e despesa primárias) sejam efetivados. 31 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 Prazos importantes, conforme § 2º, art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT): § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I- o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; II- o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; III- o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (BRASIL, 1988, s.p.). De forma resumida, seguem as datas-limites para propor as leis ordinárias: QUADRO 5 – DATAS-LIMITES PARA PROPOR AS LEIS ORDINÁRIAS PPA (4 ANOS) LDO (ANUAL) LOA (ANUAL) Data-limite para o Poder Executivo enviar para o congresso o projeto de cada lei. 31 de agosto 15 de abril 31 de agosto Data-limite para o Congresso devolver para o Poder Executivo para sanção. 22 de dezembro 17 de julho 22 de dezembro FONTE: A autora Essas técnicas de gestão como Orçamento, PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual serão melhor exploradas no próximo capítulo. 5 POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA Neste momento, analisaremos duas políticas que se diferenciam, visto que a Política Monetária é um instrumento estatal que interfere diretamente na 32 Finanças públicas economia, em contrapartida, a Política Fiscal irá influenciar o produto ou o serviço que é comercializado. 5.1 POLÍTICA FISCAL Uma forma de intervenção estatal corresponde às ações que o Estado faz no mercado financeiro, visto que este pode operar de forma imperfeita, e nestes casos a presença do Estado é necessária. Sendo assim, existem três funções do Governo, as quais apresentamos a seguir. FunçãoAlocativa Sai do pressuposto de que o mercado opera com falhas, e se não tiver a interferência do Estado, o resultado social será danoso. Neste contexto, justifica- se a interferência do Estado, para impedir ou reduzir a produção de certos bens e serviços e estimular a produção de outros mais benéficos à sociedade. Neste contexto, verifica-se que a função alocativa refere-se à atuação do Governo na produção de bens, visando ao bem-estar social, principalmente na tentativa de reestabelecer as falhas de mercado – desemprego, presença de externalidades e mercados incompletos, competição imperfeita, entre outros distúrbios da economia. Por meio de Orçamento Público, o Estado realiza locações de recursos para outras entidades para que atuem na oferta de bens à sociedade. Entre elas destaca-se os investimentos governamentais na pesquisa e desenvolvimento (P&D), que tem como finalidade desenvolver tecnologia básica para a sociedade, principalmente na tentativa de estimular o mercado na produção de novas tecnologias, por consequência, tornando o mercado brasileiro mais competitivo. Função Distributiva Consiste na ideia de ações do Governo no que se refere a políticas monetárias, fiscais e cambiais, com o objetivo de diminuir efeitos das crises econômicas. Logo, a função estabilizadora da economia permite que o Estado atue na tentativa de diminuir as taxas de inflação, de desemprego, entre outras, visando ao bom funcionamento do sistema financeiro. As políticas públicas que versam sobre a economia da sociedade, sejam elas políticas cambiais, monetárias, ou ainda, de crédito e de tarifas de bens importados, são chamadas de politicas contracíclicas, visto que quando a economia está sob pressão inflacionária, o Governo tende a reduzir os gastos 33 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 públicos e aumentar o juro, para que a economia da sociedade não entre em recessão. Função Estabilizadora É quando o Estado atua sobre as taxas de juros aos consumidores. Neste sentido, quando a Administração Pública quer estimular o consumo e aquecer a economia, desenvolve uma política pública que diminui as taxas dos bancos. Em suma, pode-se entender que a função estabilizadora tem como forma de atuação a política orçamentária, que utiliza ações de redução de gastos públicos (consumo e investimento), ou ainda, na diminuição de alíquotas de impostos, o que consequentemente gera uma maior renda ao setor privado. Nesse contexto, o mercado é um mecanismo de alocação de recostos, porém, às vezes não tão eficaz, como é o caso dos monopólios, por isso justifica- se a intervenção do Estado como a finalidade de reorganizar a economia por meio da produção e dos bens públicos, principalmente na limitação do poder dos monopólios. O bem comum é um dos pilares do Estado, e segundo a Constituição de 1988, artigo 3, III, um dos objetivos fundamentais desta República Federativa é: “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” (BRASIL, 1988, s.p.). Visando à possibilidade de que essa finalidade seja toda a Administração Pública, deve exercer suas funções (alocativa, distributiva e estabilizadora). Porém, para poder exercer essas funções – alocativa, estabilizadora e a distributiva – o Estado precisa obter recursos, que na sua maioria advêm da tributação. Os tributos são criados mediante a lei e são cobrados pelo Estado, não sendo permitido que entidades privadas recebam esse valor pecuniário. O conceito de tributo vem elencado no Código de Tributação Nacional, no seu artigo 3º: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Observa-se que quando o Estado estiver realizando o ato de arrecadar os tributos, deve fazê-lo de forma equalizada, ou seja, que todos os cidadãos tenham facilidade de pagar, bem como não gere nenhum tipo de risco à economia do país, ou ainda, nem obrigue que os contribuintes soneguem o tributo, por terem que sobreviver. Logo, o sistema tributário deve ser o mais neutro possível, a ponto de não causar impactos sobre os empresários, trabalhadores ou consumidores. 34 Finanças públicas Os tributos sofrem influência de alguns princípios, ou seja, existem no sistema de tributação princípios que pautam esse sistema. Conforme Alexandrino e Paulo (2017), destaca-se: • A capacidade contributiva dos cidadãos, neste contexto, o Estado deve levar em conta, na hora de tributar a renda do contribuinte, bem como a justiça social. Esse princípio refere-se que cada indivíduo deve contribuir com o Estado, para as despesas da sociedade de acordo com seus recursos econômicos. Logo, que é possuidor de maior riqueza deve contribuir mais para a manutenção do Estado. • Regras para a fixação de impostos: Esse princípio tem como premissa evitar arbitragens pois sai da ideia que os Estados prejudiquem o contribuinte, bem como, todos os impostos, conforme a lei constitucional, devem derivar do Poder legislativo, visando que a sociedade não seja surpreendida com um tributo. Sendo assim, se princípio vem delimitar o poder do Estado, no âmbito de impostos. • Facilidade para os contribuintes, o mecanismo de cobrança dos impostos, deve ser fácil o acesso ao pagamento. Logo, os impostos devem ser cobrados de maneira que os contribuintes possam realizá-los. • Baixo custo do sistema arrecadador, o valor arrecadado do tributo não pode ser menor que o custo do mecanismo de arrecadação, visto que o gasto não pode ser maior que a arrecadação. Logo, a máquina arrecadadora deve ter um custo mínimo possível. • A eficiência econômica, tem como premissa que a atividade econômica do indivíduo não pode ser afetada negativamente pelos impostos. Observa-se ainda que distorções alocativas resultam na perda de capacidade produtiva dos contribuintes, e por consequência, perde potencial de tributos a serem arrecadados. Por fim, é importante destacar que os tributos estão proporcionalmente ligados com a situação financeira do seu contribuinte, pois quando mais elevado o valor do tributo, maior será o impacto deste na vida do contribuinte. Neste contexto, pode-se entender que a tributação é uma questão política, visto que a tributação serve para assessorar a sociedade mais carente, e por consequência os tributos servem para tal fim. Uma das finalidades da tributação é dar conhecimento do destino da verba financeira ao contribuinte, ou seja, os contribuintes devem saber para que o tributo é destinado, e podendo assim, reivindicar a prestação de contas estatal. Existem alguns conceitos importantes, conforme seguem: 35 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 1) A Incidência Tributária é a norma que legisla sobre o tributo e o contribuinte, neste contexto, verifica-se a intenção do Estado em tributar o indivíduo de forma mais acentuada. A incidência formal é aquela que a lei determina de quem determinado tributo é cobrado. Entretanto, a incidência real é aquela que o tributo realmente recai. Perceba que neste contexto existe um poder do Estado, visto que este pode escolher quem será afetado pela tributação. 2) RENDA significa a capacidade contributiva. Todavia, verifica-se que pode ser variada de pessoa para pessoa, visto as suas despesas. Nesse contexto, o conceito de renda será considerado um valor algébrico dos bens consumidos mais a mudança no valor dos direitos de propriedade de determinado período. Logo, verifica-se que esse conceito abrange o consumo real mais o aumento de patrimônio. O Estado veda qualquer tipo de artimanha do contribuinte, com o objetivo do não realizar o pagamento dos tributos, principalmente quando esse artifício se fizer de forma a enganar o erário. Entretanto, para que essas funções públicas sejam praticadas, é necessárioque sejam obtidos recursos financeiros, o que ocorre basicamente por duas possibilidades, as quais definem a classificação das receitas públicas: • Receita Capital: o Estado obtém recursos por meio de contratos empresariais ou patrimoniais, sem utilizar o poder de império, como é o caso do aluguel de um bem público, que o particular (locatário) simplesmente contrata com o Estado por vontade própria e fica obrigado a pagar o aluguel. Em suma, esses recursos advêm de empréstimos, aluguéis e vendas patrimoniais. • Receita de Correntes: na obtenção deste tipo de receita, o Estado se utiliza de suas prerrogativas e edita uma lei com a finalidade de obrigar os cidadãos a pagar certas quantias, que são recolhidas aos cofres públicos, como é o caso do artigo 1º da Lei nº 8.134/1990, que prevê “A partir do exercício financeiro de 1991, os rendimentos e ganhos de capital percebidos por pessoas físicas residentes ou domiciliadas no Brasil serão tributados pelo Imposto de Renda na forma da legislação vigente, com as modificações introduzidas por esta lei”. É importante destacar que, na atualidade, o Estado está sendo entendido como um Estado mínimo, logo, a exploração de atividade econômica estatal só poderá ser efetuada de forma infrequente, conforme dispositivo constitucional (artigo 174/CF88) traz: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 36 Finanças públicas exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei” (BRASIL, 1988, s.p.). Neste sentido, verifica-se que a arrecadação financeira do Estado será predominantemente receitas públicas correntes, ou seja, por meio de tributos, os quais têm como base (na maioria das vezes) a capacidade econômica do contribuinte. Saindo dos pressupostos citados anteriormente, se torna obrigatório conceituar tributo, que está previsto no artigo 3º da Código Tributário Nacional, sendo “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Ressalta-se que a partir deste conceito, pode se entender como uma obrigação de pagar, constituída por lei, que impõe aos indivíduos que dividam com o Estado uma parte da sua renda ou do seu patrimônio, com a finalidade do bem comum. Existem quatro tipos de tributos, sendo eles: 1) Imposto: são tributos se vinculam com as atividades estatais, como é o caso do IPTU. 2) Taxa: são os tributos que têm como fato gerador uma atividade desenvolvida pelo Estado. 3) Contribuição de melhoria: são tributos que o Estado cobra por alguma obra que valorizou o imóvel do contribuinte. 4) Os empréstimos compulsórios: conforme disposição da Constituição Federal, no seu art. 148, os empréstimos compulsórios são pagamentos que o indivíduo realiza de forma coercitiva, porém são restituíveis. Em suma, pode-se entender que os tributos são a fonte principal para a obtenção dos recursos estatais, ou seja, as receitas públicas. Neste contexto, verifica-se que a teoria da tributação serve de base para as políticas do Estado que têm como princípio: • Princípio da Equidade: cada indivíduo deverá contribuir com o Estado com uma quantia que o indivíduo seja capaz de fazer o pagamento, bem como deve ser realizado pelos cidadãos que se utilizem do benefício. • Princípio Progressividade, ou seja, quanto mais o indivíduo ganha, maior é seu pagamento de tributo. 37 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 • Princípio Neutralidade: traz a ideia de que a tributação não pode desestimular a comercialização, a produção, ou ainda, os investimentos na área de bens e serviços. • Princípio da Simplicidade: esse princípio pode ser entendido como a clareza na aplicação do cálculo, da cobrança e da fiscalização dos tributos, com a finalidade de diminuir custos administrativos. 5.2 POLÍTICA MONETÁRIA Política Monetária é um mecanismo que o Governo se utiliza para interferir na economia, enquanto a política fiscal atinge diretamente o produto, visto que tem um aumento no seu valor, por causa da tributação, a política monetária influencia de forma indireta as empresas, pois interfere no mercado financeiro e na taxa de juros. Sendo assim, a política monetária são as ações estatais com a finalidade de controlar a liquidez econômica que se faz por meio de regras de concessão de empréstimos bancários, por exemplo. No mercado monetário encontra-se a oferta e a demanda de produto e de moeda, sendo que o próprio mercado se regula, na tentativa de manter um preço em equilíbrio. GRÁFICO 1 – PONTO DE EQUILÍBRIO FONTE: <https://alexandreconte.com/2014/11/07/demanda-oferta- e-equilibrio-de-mercado/>. Acesso em: 5 abr. 2019. 38 Finanças públicas Porém, às vezes, o Governo interfere neste mercado, visando ao equilíbrio por meio das taxas de juros. Assim, a política monetária tem como finalidade controlar a oferta de moeda, bem como a taxa de juros de mercado. Um conceito importante é MOEDA. Para entender o seu conceito, é relevante identificar as funções da moeda no sistema econômico: 1) UNIDADE DE CONTA: é por meio da moeda que as mercadorias são cotadas, logo, todos os bens e serviços podem ser expressos num determinado denominador. 2) MEIO ou INSTRUMENTO DE TROCA: a moeda é utilizada para realizar a compra e a venda de mercadorias e serviços, de forma uniforme, e garantida pela legislação. 3) RESERVA DE VALOR: a pessoa que a possui tem liquidez imediata por meio da moeda que se mede a riqueza. Existem três tipos de moeda: • As moedas metálicas: emitidas pelo Banco Central em valores que facilitam as operações financeiras de pequeno porte. • O papel-moeda: emitidas pelo Banco Central, são as mais utilizadas pelo público. • Moeda escritural: são os depósitos efetuados em bancos comerciais. Verifica-se que a moeda manual é o conjunto das moedas metálicas e papel- moeda. Entretanto, a moeda escritural é uma forma de pagamento que tem duas características: a liquidez e não rendem juros. Dito isso, pode-se verificar que a moeda é um instrumento básico que desenvolve o mercado, por meio de trocas, sem a dupla coincidência de interesse que existia no tempo do escambo. Logo, a moeda tem o poder de compra. O Governo atua por meio da oferta da moeda para fazer política monetária. No Brasil, a atuação governamental ocorre por meio do Banco Central, que tem como objetivo regular a liquidez, de forma que seja compatível com a produção de bens e serviço, mas também com o controle da inflação, sendo que o Banco Central tem o monopólio da moeda manual. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Governo tem como finalidade exercer o poder em nome da sociedade. Dentro do território nacional, pra realizar tal tarefa, o Estado brasileiro se 39 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 configurou como um Estado federativo, ou seja, com um poder político central, que é a União; poderes regionais, que são os estados; e poderes locais, que são os municípios, além do Distrito Federal. Tendo como forma de governo a República, bem como tem um sistema de governo presidencialista. A Administração Pública é o conjunto de pessoas jurídicas e de órgãos que exercem função administrativa do Estado, em conformidade com a lei. Logo, a Administração Pública pode ser dividida em Administração Direta (a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios) e a Administração Indireta (Autarquias; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista; Fundações Públicas.) Lembre-se de que a forma do Estado brasileiro é federativa, logo, o Estado composto é dividido em entidades territoriais autônomas, esses Entes Federativos possuem um rol de competências, que são atribuídas pela Carta Constitucional, por consequência, nãopodem ser diminuídas ou alteradas de modo unilateral pelo Governo Central. Essa competência é repartida entre os Entes de Governo, visando à predominância do interesse com a finalidade de manter a uniformidade dos procedimentos, porém assegurando a diversidade territorial. A Constituição de 1988 estabelece uma rígida separação de competências, mas estas podem ser concorrentes, residuais e comuns, visando à junção de esforços para o bem comum. No que se refere à divisão de funções entre Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo), a separação é flexível, visto que os Poderes exercem funções estatais típicas e atípicas. Os Poderes Executivo e Legislativo realizam o orçamento por meio das leis ordinárias (PPA, LDO e LOA), seguindo as etapas: Elaboração da Proposta Orçamentária, Discussão, Votação e Aprovação da Lei Orçamentária, Execução Orçamentária, Controle de Avaliação da Execução Orçamentária, conforme datas especificadas em lei. Por fim, vimos que política fiscal e monetária se diferenciam, visto que a primeira irá influenciar o produto ou o serviço que é comercializado, e a segunda política é um instrumento estatal que interfere diretamente na economia. Estudo de Caso 1: Finanças públicas no Brasil: uma abordagem orientada para políticas públicas http://www.spell.org.br/documentos/ver/14049/financas-publicas-no-brasil-- uma-abordagem-orientada-para-politicas-publicas Para que você tenha a oportunidade de ver na prática o que acabamos de tratar na teoria, recomendamos que você faça as leituras: 40 Finanças públicas O presente trabalho contribui de três formas para os estudos das finanças públicas: (i) estabelece uma metodologia prática para a análise setorial das finanças públicas em que se permita indicação de reformas para melhor alocação, eficiência, eficácia e efetividade das políticas pública; (ii) propõe uma metodologia de consolidação das contas públicas por função do setor público consolidado para que seja possível o conhecimento das áreas onde os recursos públicos são aplicados; (iii) realiza avaliação geral da função alocativa do setor público brasileiro por meio de comparativo internacional. Este trabalho pretende contribuir com a análise e a melhoria da qualidade do gasto público, permitindo que as finanças públicas cumpram seu papel de agente fundamental para o financiamento do desenvolvimento econômico. Ao ler o conteúdo, explique de que forma é possível evidenciar a política alocativa do setor público referenciada por comparativos internacionais. Estudo de Caso 2: Sobre desconexões e hiatos: uma análise de capacidades estatais e finanças públicas em municípios brasileiros http://www.spell.org.br/documentos/ver/52027/sobre-desconexoes-e-hiatos--uma- analise-de-capacidades-estatais-e-financas-publicas-em-municipios-brasileiros- A autonomia política, administrativa e financeira municipal, consagrada na Constituição Federal (CF) de 1988, apoiou-se no pressuposto de que a descentralização ampliaria a democracia e a eficiência fiscal. O artigo analisa a relação entre gestão pública e performance fiscal municipal, com suporte teórico na literatura sobre capacidades estatais, considerando quatro dimensões – administrativa, técnica, institucional e política – para embasar a definição das variáveis explicativas. Capacidade administrativa avalia a estrutura organizacional – número de servidores per capita, realizar licitações e atender aos cidadãos – para executar funções e serviços públicos essenciais. Capacidade técnica trata das habilidades para formular e gerir políticas e depende da qualificação dos recursos humanos e do planejamento municipal, por exemplo. Capacidade institucional trata do poder para legislar sobre regulações que afetam o comportamento dos atores econômicos e influenciam a performance fiscal local (por exemplo, plano diretor, lei de zoneamento urbano e taxa de contribuição de melhoria). Capacidade política analisa como o governo municipal estabelece canais de interlocução para lidar com demandas sociais por meio de conselhos de políticas públicas e 41 Dimensão e Compreensão Essencial do Estado Capítulo 1 consórcios intermunicipais. Cada dimensão gerou uma hipótese testada por uma regressão multivariada com erros robustos. O estudo contribui para a literatura ao evidenciar as dificuldades e limitações de capacidades estatais municipais para influenciar a melhora da sua gestão fiscal. Em face das lacunas econômicas, financeiras e institucionais municipais, qualificar suas capacidades estatais segue sendo um hiato e uma desconexão a ser preenchida na Federação brasileira. Após a leitura completa, contudo, sem se preocupar em entender as ferramentas estatísticas utilizadas, explique de que forma é possível melhorar a administração municipal. REFERÊNCIAS ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. Rio de Janeiro: Método, 2017. BRASIL. Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990. Brasília: Casa Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8134.htm. Acesso em: 19 dez. 2018. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Casa Civil, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm. Acesso em: 5 nov. 2018. BRASIL. Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. Brasília: Casa Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0200.htm. Acesso em: 19 dez. 2018. BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Brasília: Casa Civil. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm. Acesso em: 19 dez. 2018. BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Brasília: Casa Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm. Acesso em: 19 dez. 2018. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 42 Finanças públicas CRETELLA JÚNIOR, José. Das Licitações Públicas. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade tributária. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2006. GIACOMONI, James. Orçamento Público. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2017. GIAMBIAGI, Fábio; Duarte ALEM; Ana Cláudia. Finanças Públicas: teoria e prática no Brasil. 4. ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. KOHAMA, Hélio. Contabilidade pública: teoria e prática. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ, Maria Zulene Farias. Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, Fernando Rezende da. Finanças Públicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. STN – Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de contabilidade aplicada ao setor público –MCASP. 8. ed. Disponível em: https://www.tesouro.fazenda.gov. br/pt/responsabilidade-fiscal/contabilidade-publica/manuaisde-contabilidade- publica. Acesso em: 29 nov. 2018. CAPÍTULO 2 Planejamento e Execução em Finanças Públicas A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • proporcionar ao aluno conhecimento na área da Administração Pública no sentido de identificar os principais mecanismos de planejamento e execução das ações no serviço público, por meio de seus dispositivos legais; • estabelecer as relações existentes entre o planejamento e a execução orçamentária, bem como verificar como se processa o sistema de tributação do Estado. 44 Finanças públicas 45 Planejamento e Execução em Finanças Públicas Capítulo 2 Que tal iniciarmos o capítulo
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