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RESUMÃO - REFORMA PSIQUIÁTRICA

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Reforma Psiquiátrica 
@psicomleilacastro 
 
Introdução 
A Reforma Psiquiátrica pretende construir um 
novo estatuto social para o indivíduo em 
sofrimento psíquico, que lhe garanta 
cidadania, o respeito a seus direitos e sua 
individualidade, promovendo sua 
contratualidade (resgate da capacidade do 
indivíduo de participar do universo das trocas 
sociais, de bens, palavras e afetos) e sua 
cidadania, inclusos aí não só seus direitos 
como seus deveres como cidadão. 
Antecedentes 
Independente da época, a origem das doenças 
mentais constantemente intrigou o ser 
humano. Na Grécia antiga, a loucura não era 
vista sob uma conotação negativa, já que se 
acreditava que essas pessoas podiam se 
comunicar com o "sagrado". Dessa forma, ser 
louco era quase um privilégio. 
No entanto, com o avançar dos anos, a loucura 
foi assumindo uma ressignificação e, na Idade 
Média, esses indivíduos eram considerados 
uma aberração, possuídos por uma entidade 
demoníaca e por isso, merecedores de 
perseguições e punições severas. Em 1247, foi 
inaugurado em Londres o Hospital Psiquiátrico 
Bethlem Royal, palco de tratamentos abusivos 
e maus tratos. Assim, por muito tempo, em 
diversas partes do mundo, os portadores de 
transtornos mentais foram isolados da 
sociedade em instituições chamadas de asilos 
ou manicômios. 
 No Brasil, a primeira instituição destinada ao 
confinamento de doentes mentais foi o 
Hospício Pedro II, fundado em 1841 no Rio de 
Janeiro. A partir de então houve disseminação 
da prática manicomial e inúmeras outras 
instituições foram criadas, todas com 
superlotação e tratamentos degradantes, na 
tentativa de se higienizar a sociedade. Entre 
elas citamos o maior hospício do Brasil, 
localizado na cidade mineira de Barbacena. 
Na ausência de maiores conhecimentos sobre 
a causa e tratamentos adequados para essas 
doenças, parecia racional proteger os sãos. 
Com isso, todas as pessoas que 
apresentassem comportamentos diferentes da 
"normalidade" eram levadas para internação. 
Tamanha era a crueldade vivenciada que, 
gradativamente, algumas pessoas começaram 
a sensibilizar-se pela situação desses 
anônimos, assumindo a árdua tarefa de dar voz 
aos esquecidos. No final da década de 70, o 
médico Franco Basaglia liderou o Movimento 
da Psiquiatria Democrática Italiana, que levou 
à abolição dos manicômios neste país. 
Sua atuação foi de grande influência na 
reforma vivenciada pelo Brasil, onde, também 
no final da década de 70, profissionais da 
saúde mental denunciaram as condições dos 
hospitais psiquiátricos, dando início ao 
movimento pela Reforma Psiquiátrica. 
 1970: Primeiros movimentos da 
assistência psiquiátrica; 
 1978: Criação do Movimento dos 
Trabalhadores em Saúde Mental. 
Onde, um ano depois, organizou o 1º 
Congresso de Saúde Mental em São 
Paulo; 
 1980: O termo “Reforma Psiquiátrica” 
passa a ser utilizado; 
 1990: Criação do SUS. 
O movimento seguiu-se com inúmeras 
reivindicações, culminando, em 2011, com a 
aprovação da Lei nº 10.216, proposta pelo 
deputado Paulo Delgado em 1989. 
A partir de 2001, a lei da Reforma Psiquiátrica 
impulsionou grandes seminários e 
discussões. Em relação ao tratamento 
oferecido ao doente mental, a Lei nº 
10.216/2001 determinou como finalidade 
permanente a sua reinserção social no meio 
em que vive. Consequentemente, preconiza a 
internação somente quando o tratamento fora 
do hospital se mostrar ineficaz. Existem três 
possibilidades: a internação voluntária, com o 
consentimento do paciente; a involuntária, sem 
consentimento e a pedido de outra pessoa; e a 
compulsória, que é determinada pela justiça 
(BRASIL, 2001). 
 Anos 2000: Criação do CAPS I, II, III, 
CAPS AD (Álcool e Drogas), CAPS i, 
e NAF (Núcleo de Apoio à Saúde da 
Família). 
Foram definidos os direitos da pessoa com 
transtorno mental e a assistência preconizada 
passou a ser baseada na ressocialização 
destes indivíduos, com acompanhamento 
ambulatorial na maioria dos casos. Para isso, 
existe a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), 
composta dentre outros, pelos Centros de 
Atenção Psicossocial (CAPS), Núcleo de 
Atenção Psicossocial, Centro de Atenção 
Diária, Hospitais Dia, leitos psiquiátricos em 
hospitais gerais, Serviço Residencial 
Terapêutico e o Programa “De volta pra casa”.

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