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TECNOLOGIA-ASSISTIVA-NA-ATENÇÃO-PEDIÁTRICA (2)

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TECNOLOGIA ASSISTIVA NA ATENÇÃO PEDIÁTRICA 
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SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA............................................................................................. 2 
Introdução............................................................................................................ 3 
A Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência ................................... 5 
A rede de cuidados à pessoa com deficiência no âmbito do sistema 
único de saúde ........................................................................................................... 6 
A pessoa com deficiência: o cuidado pelas equipes ................................ 9 
A pessoa com deficiência: o cuidado pelas equipes .............................. 12 
Trabalhando com famílias....................................................................... 13 
Os Produtos de Tecnologia Assistiva ....................................................... 13 
Os Serviços de Tecnologia Assistiva ........................................................ 17 
O atendimento da Terapia Ocupacional e o uso de Tecnologia Assistiva
 .................................................................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 25 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
Introdução 
 
Terapeutas ocupacionais fundamentam a sua prática na compreensão de 
que a participação em ocupações e atividades positivas, em casa, na escola, no 
trabalho e na vida comunitária, estrutura a vida cotidiana, contribui para a saúde 
e para o bem-estar dos indivíduos. Com isso, a intervenção terapêutica 
ocupacional propõe auxiliar o indivíduo no desempenho de habilidades física, 
mental e de bem-estar social, a identificar e perceber aspirações, satisfazer suas 
necessidades e a modificar ou lidar com o ambiente. 
De acordo com os autores supracitados, contextos e ambientes 
influenciam a acessibilidade e a qualidade do desempenho das ocupações dos 
indivíduos. Assim, muitas vezes, o ambiente físico, social e o contexto precisam 
ser modificados para que indivíduos possam desempenhar suas atividades 
ocupacionais de forma mais efetiva. 
Um fator que direciona a intervenção desse profissional diretamente no 
ambiente físico e social dos indivíduos é que ele está preparado tanto para 
compreender quanto para intervir nas dificuldades relacionadas à realização de 
atividades do cotidiano, como nas Atividades de Vida Diária (AVD) e nas 
Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), podendo realizar adaptações no 
ambiente, utensílios e meios de locomoção para os indivíduos que necessitem. 
Além disso, desenvolvem atividades voltadas para a inserção e reinserção dos 
indivíduos na sociedade, no mercado de trabalho e na escola, como também 
desenvolvem grupos de atenção aos cuidadores e familiares de pessoas com 
deficiência. 
E por o ambiente apresentar influência na vida do indivíduo, Hagedorn 
(2003) afirma que os terapeutas ocupacionais devem reconhecer os efeitos 
positivos ou negativos desse ambiente, analisar o conteúdo do ambiente, para 
prover informação sobre as causas dos problemas, implicações referentes ao 
comportamento e sugestões para as modificações terapêuticas. Como também 
essa análise seria uma forma de reduzir custos e tempo nas internações 
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hospitalares, além de propiciar um atendimento mais humanizado com a 
assistência de uma equipe de saúde. 
Os dispositivos da tecnologia assistiva (TA), é uma área do conhecimento, 
de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, 
estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, 
relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, 
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, 
qualidade de vida e inclusão social. 
A tecnologia é considerada assistiva quando é usada para auxiliar no 
desempenho funcional de atividades, reduzindo incapacidades para a realização 
de AVD e AIVD, nos diversos domínios do cotidiano. A TA envolve tanto a 
tecnologia concreta (o equipamento ou instrumento) quanto o conhecimento 
requerido no processo de avaliação, criação, escolha e prescrição, tais como 
órteses, próteses, equipamentos para mobilidade e equipamentos para 
comunicação alternativa. 
É competência do terapeuta ocupacional o uso da tecnologia assistiva nas 
AVD e AIVD para a inclusão social e o desempenho funcional dos indivíduos, 
minimizando as desvantagens e potencializando suas habilidades. Dentre os 
recursos assistivos, incluem-se sistema de CAS (Comunicação Alternativa e 
Suplementar); informática acessível; equipamentos para visão e audição; 
controle do ambiente; AVD; adaptação de jogos, brinquedos e atividades lúdicas; 
adequação postural em pé e sentado; adaptação ambiental; dispositivos de 
mobilidade e locomoção. 
A TA pode ser de alta tecnologia, quando engloba equipamentos 
sofisticados que necessitam de controle de computador ou eletrônico, tais como 
vocalizadores e sistemas de controle ambiental. Como também de baixa 
tecnologia, que são aqueles equipamentos ou recursos com pouca sofisticação 
e confeccionados com materiais de baixo custo disponíveis no dia a dia. Esses 
equipamentos são produzidos de maneira individualizada. 
O terapeuta ocupacional na TA realiza avaliações das habilidades e 
condições físicas, cognitivas e sensoriais, de acordo com a necessidade de cada 
indivíduo, como também verifica a aceitação quanto à modificação ou uso da 
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adaptação, seu aspecto sociocultural e o contexto ambiental em que o usuário 
utilizará essa adaptação. Cabe ao terapeuta ocupacional instruir a utilização 
adequada do recurso, orientar os familiares e/ou cuidadores envolvidos nesse 
contexto, como também estimular a função e maximizar a realização de 
atividades funcionais. 
 
A Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência 
 
Os serviços de saúde devem se organizar como uma rede de cuidados, 
de forma descentralizada, intersetorial e participativa, tendo as Unidades 
Básicas de Saúde (ou Unidades de Saúde da Família) como ordenadora do 
cuidado para as ações de prevenção e para as intercorrências gerais de saúde 
da população. As pessoas com deficiência são homens e mulheres, de todas as 
faixas etárias, bebês, crianças, jovens, adultos e idosos. 
Todos devem ser, também, acolhidos nas unidades de saúde e ter, 
integralmente, respondidas suas necessidades, seja elas vinculadas ou não à 
deficiência que apresentam. Assim, todo cidadão, com deficiência ou não, tem 
direito aos serviços de saúde do SUS quando necessitarem de orientação, 
prevenção, cuidados ou assistência médica e
odontológica. Para tal, o sistema 
de saúde, incluídos os profissionais da atenção básica à saúde, bem como 
outros dos níveis do sistema de saúde, devem estar organizados e aptos a essa 
assistência. 
Nessa organização e processo de trabalho se incluem outros 
profissionais, para os fluxos clínico, cirúrgico, de habilitação e de reabilitação, e 
de fornecimento de insumos especiais. Para que haja um aumento da autonomia 
dos sujeitos convivendo com sua deficiência, se faz necessárias interconexões 
com diferentes redes em diferentes setores. 
 
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A rede de cuidados à pessoa com deficiência no âmbito do 
sistema único de saúde 
 
As redes são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de 
diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de 
apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado 
(BRASIL, 2010b; BRASIL, 2011a). 
O Ministério da Saúde prioriza a construção de redes temáticas — Redes 
de Atenção à Saúde —, com ênfase em linhas de cuidado. Entre elas, foi 
instituída a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema 
Único de Saúde, pela Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012. (BRASIL, 2012a). 
As diretrizes a serem implementadas são a promoção da qualidade de 
vida, a prevenção de deficiências, a atenção integral à saúde, a melhoria dos 
mecanismos de informação, a capacitação de recursos humanos e a 
organização e funcionamento dos serviços. As medidas preventivas são 
fundamentais para a redução da incidência da deficiência e incapacidades, visto 
que cerca de 70% dos casos de deficiência são evitáveis ou atenuáveis. 
Na atenção integral pressupõe uma assistência específica à sua 
condição, além de assistência a doenças e agravos comuns a todo cidadão. A 
porta principal de entrada da pessoa com deficiência, no Sistema Único de 
Saúde, é a Atenção Básica. O atendimento é prestado pelos profissionais das 
equipes de Saúde da Família (médicos, enfermeiros, técnico ou auxiliares de 
enfermagem, agentes comunitários de saúde, dentistas e auxiliares de 
consultório dentário), entre outros, na unidade de saúde e nos domicílios. 
Para tanto, é essencial que a equipe de Saúde da Família tenha 
registradas em seu cadastro todas as pessoas com deficiência existentes no 
território, para a programação das ações de saúde, a serem realizadas nos 
domicílios, na unidade de saúde e em centros de referência. Ressalte-se que 
significa um volume considerável de trabalho, para uma população adscrita de 
3.500 pessoas, que deve ser quantificado e com gravidade conhecida. A 
distribuição e localização de suas residências devem ser também, identificadas. 
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Os pontos de rede de atenção à saúde existentes no território da equipe de 
saúde devem ter registro atualizado na unidade de saúde. 
A assistência à família se configura numa medida essencial para um 
atendimento completo e eficaz. Essa assistência compreende ações de apoio 
psicossocial, orientações para a realização das atividades de vida diária, 
oferecimento de suporte especializado em situação de internamento hospitalar 
ou domiciliar, quando necessário. 
A pessoa com deficiência deve receber os cuidados em pontos 
articulados, de acordo com os seguintes componentes: 
• Atenção Básica (Unidade Básica de Saúde (UBS) equipe de Saúde da 
Família, equipe de Saúde Bucal e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF); 
• Atenção Especializada em Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual, 
Visual, Ostomia e em Múltiplas Deficiências — Centro Especializado em 
Reabilitação (CER), Centro Especializado em Odontologia (CEO), 
estabelecimentos habilitados em apenas um Serviço de Reabilitação); 
• Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência. Além da proposta de 
organização de uma rede de cuidados (Figura 2), foram planejadas diversas 
outras ações, entre as quais se destacam: qualificação da atenção a pessoa com 
deficiência através da criação de Centro Especializado em Reabilitação (CER), 
de oficinas ortopédicas, qualificação da atenção odontológica bem como a 
ampliação da oferta de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção 
(BRASIL, 2012d). 
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O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação 
CER I, com até duas modalidades de reabilitação e o CER II, com três ou mais 
modalidades. Realizam diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e 
manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede 
de atenção à saúde no território. A oficina ortopédica promove o acesso a 
órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção (OPM), além de confecção 
de adaptações, ajustes e pequenos consertos em OPM. 
De acordo com a Figura 2, observamos que para o acolhimento da pessoa 
com a deficiência se faz importante o reconhecimento das portas de entrada da 
Rede de Atenção à Saúde: atenção básica com a equipe do NASF, a rede de 
urgência (SAMU, UPA e Pronto Socorro), hospital geral e especializado, CER e 
outros serviços de reabilitação do SUS e equipamentos sociais (escolas, CRAS, 
CREAS e Centro Dia). Ao visitar as outras unidades você poderá acompanhar 
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os casos clínicos e observar os caminhos que os profissionais de saúde têm para 
referenciar e contrarreferenciar as pessoas com deficiências. 
 
A pessoa com deficiência: o cuidado pelas equipes 
 
Compete às equipes de Saúde da Família, ou da Atenção Básica, a 
atenção integral à pessoa com deficiência, em sua condição específica, como a 
assistência a doenças e agravos comuns. A responsabilidade do acolhimento e 
atendimento é de toda a equipe, prestado por médicos, enfermeiros, técnicos e 
auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, cirurgiões dentistas 
e auxiliares de saúde bucal bem como pelos profissionais do NASF, na unidade 
de saúde ou e nos domicílios (BRASIL, 2009a). 
Tendo um território como base operacional, e uma população adscrita, é 
essencial o conhecimento da toda a população, incluídas as pessoas com 
deficiência, que devem ser buscadas, cadastradas e atendidas, em processos 
ativos e em resposta a suas demandas — identificadas pelo diagnóstico 
territorial. A diversidade de problemas geradores da deficiência, e sua gravidade, 
devem estimular a um trabalho planejado da equipe. 
É importante o entendimento que a habilitação e a reabilitação, tanto dos 
serviços de saúde, também ocorre no ecoambiente, como no ambiente social, 
para o que as ações da comunidade são essenciais, transformando os 
ambientes pela eliminação de barreiras, tanto de atitudes quanto arquitetônicas, 
que impedem a efetiva participação social do cidadão. 
Os processos de reabilitação envolvem todos os níveis, em uma visão de 
integralidade e de humanização do atendimento, em que a atenção básica 
também tem papel fundamental, com atividades definidas, no Projeto 
Terapêutico Singular. 
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Com base em um diagnóstico territorial, as equipes devem desenvolver 
ações de promoção e de proteção à saúde, em todas as fases do ciclo de vida 
da pessoa com deficiência. Ressalta-se que, as ações de reabilitação/habilitação 
devem ser executadas por equipes multiprofissionais e desenvolvidas a partir 
das necessidades de cada indivíduo e de acordo com o impacto da deficiência 
sobre sua funcionalidade. 
A atuação dos profissionais dos serviços de saúde deve incluir a 
mobilização da comunidade e seus recursos, o envolvimento das famílias no 
cuidado e a inclusão, sem discriminação, das pessoas com deficiência na vida 
da comunidade. Esses envolvimentos são essenciais para o atendimento 
humanizado e eficaz, com ações de apoio psicossocial e orientações para as 
atividades diárias. 
Na prevenção é importante ressaltar as ações intersetoriais com: os 
Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, Educação, Assistência Social, 
objetivando uma vida mais saudável com esportes, arte e lazer e atividades 
físicas
regulares. Na prevenção secundária evitando a progressão da 
deficiência, é necessário o acompanhamento pelas equipes Saúde da Família e 
NASF e quando necessário o encaminhamento aos serviços de reabilitação. 
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Além disso, ações de educação permanente para os profissionais de saúde e 
gestores dos serviços e de natureza educacional para a população são muito 
importantes. 
Para todos os profissionais as ações a seguir registradas são indicadas, 
de acordo com o momento e espaço de atuação (domicílio, comunidade, 
equipamentos e movimentos sociais, unidade básica de saúde, etc.). 
a) Identificação de situações de risco para o desenvolvimento de 
deficiências como condições de trabalho, violência, acidentes de trânsito, 
doenças crônicas, etc.; 
b) Acolhimento, apoio e orientação às famílias, especialmente no 
momento do diagnóstico; 
c) Identificação das pessoas com deficiência; 
d) Conhecimento das condições de vida das pessoas com deficiência: 
como é a família, atividades de vida diária, moradia, benefícios sociais, 
transporte, escolaridade, idade, estado de saúde geral, ocupação, se usa 
bengala, cadeira de rodas, lentes, etc.; 
e) Identificação e descrição dos tipos de deficiência encontrados: física, 
mental, auditiva, visual, múltipla; 
f) Identificação do grau de dependência e da necessidade de auxílio; 
g) Discussão e construção de Projeto Terapêutico Singular com a equipe, 
profissionais de referência e comunidade; 
h) Desenvolvimento de projetos e ações intersetoriais; 
i) Orientação e informação das equipes de Saúde da Família, pessoas 
com deficiências e familiares e cuidadores sobre manuseio, posicionamento e as 
atividades da vida diária; 
j) Desenvolvimento de ações de reabilitação baseadas na comunidade; 
k) Mobilização de recursos e tecnologias assistenciais para o 
desempenho funcional; 
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l) Encaminhamento para serviços de reabilitação, para aquisição de 
tecnologia assistivas; 
m) Encaminhamento e orientação, quando necessário, para 
procedimentos de avaliação do uso de órteses e próteses e meios auxiliares de 
locomoção; 
n) Orientar para acesso a recursos assistenciais e benefícios de 
programas e políticas públicas; 
o) Realizar de visitas domiciliares para avaliações, orientações 
adaptações e acompanhamento; 
p) Desenvolvimento de ações que facilitem a inclusão escolar, laboral ou 
social da pessoa com deficiência; 
q) Identificação de formas de participação das pessoas com deficiência 
na comunidade; 
r) Identificação, na comunidade, de movimentos organizados de pessoas 
com deficiência e lideranças comunitárias, suas reivindicações, propostas e 
atividades; 
s) Avaliação e monitoramento da procura aos serviços e profissionais de 
saúde, com atenção espacial ao acesso à Unidade Básica de Saúde, Serviços 
de Referência e as oportunidades têm sido iguais aos outros usuários, em todos 
os atendimentos e atividades. 
 
A pessoa com deficiência: o cuidado pelas equipes 
 
O acompanhamento das pessoas com deficiência implica em realizar a 
busca ativa, a visita domiciliar e o diagnóstico familiar. Ainda, é essencial garantir 
a oferta de serviços e benefícios socioassistenciais e encaminhar para acesso 
as demais políticas públicas. Para tal precisamos identificar as barreiras e apoios 
necessários para a superação das vulnerabilidades identificadas. 
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Trabalhando com famílias 
 
Para o planejamento junto com as famílias, bem como para observar o 
progresso e os resultados das medidas de intervenção aplicadas pode ser 
utilizado a ferramenta denominada Ecomapa (AGOSTINHO, 2007). O Ecomapa 
identifica as relações e ligações dentro do sistema multigeracional da família, 
bem como suas ligações com o meio em que habita. 
Os principais objetivos de sua utilização são: resumir e representar as 
informações sobre a família e o seu meio; Ilustras as relações da família com o 
meio verificando as fontes de suporte e fragilidades; Compreender as situações 
geradoras de estresse e dos recursos disponíveis. 
Uma grande vantagem dessa ferramenta é a possibilidade de ser aplicada 
por toda a equipe de saúde e de apontar diferentes intervenções para diferentes 
necessidades das famílias de acordo com os ciclos de vida em que se encontram 
e, dessa maneira, promover a atenção integral e a busca de autonomia das 
pessoas vivendo com a deficiência, bem como, o suporte aos seus cuidadores. 
Os Produtos de Tecnologia Assistiva 
 
Falar de produtos de Tecnologia Assistiva (TA) é falar de um horizonte 
muitíssimo amplo de possibilidades e recursos. Conforme já mencionado 
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anteriormente, qualquer ferramenta, adaptação, dispositivo, equipamento ou 
sistema que favoreça a autonomia, atividade e participação da pessoa com 
deficiência ou idosa é efetivamente um produto de TA. Existem os produtos 
denominados de Baixa Tecnologia (low-tech) e os produtos de Alta Tecnologia 
(high-tech). Essa diferença não significa atribuir uma maior ou menor 
funcionalidade ou eficiência a um ou a outro, mas, sim, caracterizar apenas a 
maior ou menor sofisticação dos componentes com os quais esses produtos são 
construídos e disponibilizados. São considerados produtos de TA, portanto, 
desde artefatos simples como uma colher adaptada, uma bengala ou um lápis 
com uma empunhadura mais grossa para facilitar a preensão, até sofisticados 
sistemas computadorizados, utilizados para proporcionar uma maior 
independência, qualidade de vida, autonomia e inclusão social da pessoa com 
deficiência ou idosa (GALVÃO FILHO e DAMASCENO, 2006). 
Quanto à variedade de possibilidades desses recursos, as diferentes 
áreas de utilização propostas pela classificação da Norma Internacional ISO 
9999, dão uma ideia da amplitude desse leque de opções. São recursos tanto 
para as atividades de vida diária, quanto para atividades educacionais, 
profissionais, esportivas, de lazer, entre tantas outras. As 11 classes propostas 
pela classificação da Norma Internacional ISO 9999:2002, são: 
 
15 
 
 
Essa classificação da ISO 9999, portanto, embora seja amplamente 
utilizada em trabalhos no mundo todo, não dá conta dos Serviços de Tecnologia 
de Apoio (ou Tecnologia Assistiva ou Ajudas Técnicas, expressões 
frequentemente utilizadas como sinônimos no Brasil). E também pode não ser 
a mais indicada para a organização de programas de formação (EUSTAT, 
1999b). 
Inclusive, reforçando essa opção por configurar-se numa classificação 
orientada apenas para produto, a 4ª edição dessa Norma Internacional 
publicada em 2007, altera a terminologia utilizada, trocando a expressão 
“Ajudas Técnicas”, utilizada até a versão de 2002, por “Produtos Assistivos”, ou, 
na sua versão em espanhol, de “Ayudas Técnicas” para “Productos de Apoyo” 
(ISO 9999:2007). Essa nova versão da Norma altera a definição utilizada, 
passando a conceituar “Productos de Apoyo” como: Qualquer produto 
(incluindo dispositivos, equipamentos, instrumentos, tecnologia e software) 
fabricado especialmente ou geralmente disponível no mercado, para prevenir, 
compensar, controlar, atenuar ou neutralizar deficiências, limitações na 
atividade e restrições na participação. (ISO 9999:2007). 
Como o avanço acelerado dos recursos computacionais e telemáticos, 
vêm assumindo cada vez mais relevância, além de se tornarem cada vez mais 
acessíveis, os recursos de TA relacionados à área de informática. Na medida 
em que o computador e a internet passam a fazer parte, cada vez mais, do dia-
a-dia de todas as pessoas, a permear todas as culturas (LÉVY, 1999) e a 
favorecer a comunicação e a execução de diversas atividades, os recursos de 
TA relacionados à área computacional também apresentam avanços 
acelerados, abrindo novas possibilidades às pessoas com deficiência, algumas 
das quais que seriam impensáveis, ainda há pouco tempo atrás. Como, por 
exemplo, a capacidade de realizar tarefas complexas
com mínimos movimentos 
do corpo, por pessoas com paralisias graves, até mesmo movimentar o próprio 
corpo ou controlar o ambiente, utilizando técnicas e dispositivos da tecnologia 
de informática. E novos e surpreendentes avanços não cessam de surgir nessa 
área, a cada dia. 
Porém, embora todas as tecnologias convirjam, cada vez mais, para uma 
relação direta com as tecnologias de informática, não se pode deixar de estar 
16 
 
 
atento às pequenas soluções artesanais do dia-a-dia, utilizadas em casa ou 
numa sala de aula, por exemplo, que, embora simples, muitas vezes têm o 
poder de solucionar problemas concretos e complexos. Soluções simples e 
artesanais que, frequentemente, apresentam um alto grau de eficiência e 
funcionalidade. Mesmo os dispositivos ou adaptações para uso de um recurso 
sofisticado como o computador, por exemplo, contrariando o mito de que se 
tratariam de recursos caros, pouco acessíveis ou indisponíveis no país, com 
frequência podem ser construídos de forma artesanal, fácil, barata, ou mesmo 
gratuita (GALVÃO FILHO e DAMASCENO, 2008). 
Hoje em dia, é sabido que as Tecnologias de Informação e Comunicação 
(TIC) vêm se tornando, de forma crescente, importantes instrumentos de nossa 
cultura e, sua utilização, um meio concreto de inclusão e interação no mundo 
(LEVY, 1999). Essa constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando 
nos referimos a pessoas com deficiência. Nesses casos, as TIC podem ser 
utilizadas ou como Tecnologia Assistiva, ou por meio de Tecnologia Assistiva. 
 
São diferentes as formas de classificar e sistematizar as maneiras de 
utilização das TIC como Tecnologia Assistiva. Será apresentado aqui uma 
classificação que divide essa utilização em quatro áreas (SANTAROSA, 1997): 
a) As TIC como sistemas auxiliares ou prótese para a comunicação. 
b) As TIC utilizadas para controle do ambiente. 
c) As TIC como ferramentas ou ambientes de aprendizagem. 
d) As TIC como meio de inserção no mundo do trabalho profissional. 
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Já quanto a utilização das TIC por meio de recursos de TA, a 
classificação que foi apresentada (GALVÃO FILHO e DAMASCENO, 2002) 
divide esses recursos nas seguintes categorias: 
• Adaptações físicas ou órteses: São todos os aparelhos ou 
adaptações fixadas e utilizadas no corpo do aluno e que facilitam a interação 
do mesmo com o computador. 
• Adaptações de hardware: São todos os aparelhos ou adaptações 
presentes nos componentes físicos do computador, nos periféricos, ou mesmo, 
quando os próprios periféricos, em suas concepções e construção, são 
especiais e adaptados. 
• Softwares especiais de acessibilidade: São os componentes 
lógicos das TIC quando construídos como Tecnologia Assistiva. Ou seja, são 
os programas especiais de computador que possibilitam ou facilitam a interação 
do aluno com deficiência com a máquina. 
Em todos esses casos são encontrados recursos tanto de alta tecnologia 
(high-tech), quanto de baixa tecnologia (low-tech). Mesmo para utilizar um 
sofisticado software especial de acessibilidade, é possível desenvolver 
acionadores artesanais simples, baratos, ou mesmo gratuitos, dependendo das 
necessidades específicas de cada usuário. 
 
Os Serviços de Tecnologia Assistiva 
 
Uma das referências internacionais no estudo dos serviços de TA, 
principalmente no que tange a formação de usuários finais e multiplicadores, é 
o Consórcio Europeu EUSTAT, Empowering Users Through Assistive 
Technology. Para o EUSTAT, 
 
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Segundo esse documento não seria possível descrever, de uma forma 
geral, esse Sistema de Prestação de Serviços (SPS), dado que o mesmo 
apresenta diferenças de um país para o outro, e também pelo fato de que muitos 
países possuem até mesmo mais de um sistema dentro do mesmo país, 
sistemas nacionais ou regionais. Além do mais, são sistemas que sofrem muitas 
e freqüentes alterações, em função das modificações nas políticas públicas, nas 
legislações e mesmo nos produtos de TA que estão disponíveis, pelos avanços 
tecnológicos que ocorrem incessantemente. 
Entretanto, no documento “Educação em Tecnologias de Apoio para 
Utilizadores Finais: Linhas de Orientação para Formadores” o consórcio 
EUSTAT propõe a descrição de sete frases básicas, que estariam presentes 
em todos os SPS, que seriam (EUSTAT, 1999b, p. 18): 
• a iniciativa, que leva ao contacto inicial entre o utilizador final e o 
SPS; 
• a avaliação, que significa a identificação das necessidades; 
• a identificação da tipologia da solução, ou seja, o tipo de TA que 
satisfaz as Necessidades; 
• a seleção do conjunto específico de dispositivos e serviços de 
apoio; 
• a autorização por parte da entidade financiadora; 
• a oferta real de TA ao utilizador (incluindo esta fase também a 
instalação, personalização e formação) e 
• os acompanhamentos posteriores. 
O documento da Comissão Européia “Improving Service Delivery 
Systems for Asssitive Technology: a European Strategy” (HEART, 1995, apud 
EUSTAT, 1999b, p. 18) sugere alguns parâmetros para a compreensão e 
avaliação do SPS: 
• acessibilidade: em que medida é acessível para os que dele 
necessitam; 
• competência: em que medida apresenta soluções competentes; 
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• coordenação: uma estrutura única em vez de um conjunto de 
decisores isolados; 
• eficiência: em termos de economia, qualidade e oportunidade; 
• flexibilidade: capacidade de responder a diferenças individuais e 
• influência do utilizador: em que medida respeita a opinião dos 
utilizadores. 
O Brasil ainda não possui serviços de TA formal e sistematicamente 
estruturados. Os sistemas de concessão são vinculados a diferentes órgãos 
públicos, como o Ministério da Saúde, principalmente no que se refere a 
concessão de órteses e próteses, e o Ministério da Educação. Porém, também 
em relação a esses sistemas ainda são detectados sérios problemas. Quanto à 
concessão de órteses e próteses, por exemplo, estudo realizado na região 
Nordeste do país (MELLO, 2006) apontou os seguintes principais problemas, 
em relação à demanda existente: 
• Lista de opções de equipamentos reduzidas; 
• Inespecificidade da prescrição por parte dos profissionais clínicos; 
• Demora da entrega por parte das entidades provedoras; 
• Inexistência de programa de treinamento de usuário; 
• Inexistência de programa de seguimento de uso. 
Nos dias de hoje, é crescente a consciência da necessidade de uma 
participação cada vez maior do usuário final em todas as etapas e em todas as 
decisões relativas a implementação de Tecnologia Assistiva. Sem essa 
participação e diálogo entre todos os atores envolvidos, e uma escuta 
aprofundada desse usuário, com a superação dos preconceitos, aumenta em 
muito o risco de que uma determinada solução de TA seja abandonada com 
pouco tempo de uso, conforme tem sido sinalizado em diferentes estudos 
(EUSTAT, 1999a, 1999b; CORTELAZZO, 2006; BERSCH et al., 2008). Esses 
estudos enfatizam a necessidade de um progressivo “empoderamento” da 
pessoa com deficiência no processo de apropriação e implementação de 
soluções de TA, principalmente por meio da formação do usuário, que, 
conhecendo melhor sobre todos os aspectos que envolvem essa área, se torna 
20 
 
 
melhor instrumentalizado para assumir seu papel de sujeito ativo em todas as 
decisões desse processo. 
Essa nova consciência é um avanço recente em relação ao modelo 
médico de deficiência, que buscava abranger e controlar, até recentemente, 
todas as decisões relativas à pessoa com deficiência em qualquer área. 
Conforme pontua Costa (2001), “a cientificidade nas décadas de 60 e 70 fez 
com que predominasse o modelo médico e fosse instituído um diagnóstico 
padrão classificatório ao portador de distúrbios psico-motores e de 
aprendizagem”. Portanto, mesmo na área educacional e psicopedagógica essa 
visão era a hegemônica. Como mostra Scoz, 
 
Já o novo “modelo social” de deficiência (AMIRILIAN et
al., 2000) amplia 
a visão para diferentes aspectos e áreas envolvidas nessas realidades, e para 
os fatores sociais relativos às limitações decorrentes de cada deficiência. Em 
relação à TA, a prescrição deixou de ser atribuição exclusiva da área médica 
ou da área de saúde em geral, para passar para uma perspectiva interdisciplinar 
(CAT, 2007) incluindo a valorização da participação do usuário final em todas 
as decisões nessa área. Sobre os profissionais que atuam na área de TA, é 
importante a consciência de que 
 
Em relação à utilização da TA na escola, diferentes estudos (CORMIER, 
2001; LOUGHLIN, 2005; PARETTE, VANBIERVLIET e HOURCADE, 2008; 
CORTELAZZO, 2006) têm detectado fatores de sucesso e de insucesso para 
essa utilização. É frequente que seja dado um destaque na importância da 
21 
 
 
participação de todos os envolvidos no processo nas decisões sobre a 
implementação da TA, tanto do próprio aluno/usuário, como também dos seus 
professores e familiares. 
A funcionalidade de um determinado dispositivo ou equipamento, de 
forma alguma seria, segundo esses estudos, o único fator crítico para o sucesso 
no uso de um recurso de TA. Diversos outros fatores são também fundamentais 
para esse sucesso. Desde os fatores psicológicos e motivacionais, que levam 
em consideração o interesse do usuário no processo ou no objetivo a ser 
alcançado com a TA, passando pelos reflexos do uso da TA na sua auto- 
imagem, se este tem orgulho ou vergonha de utilizar o recurso, até fatores 
estéticos, sociais, ambientais, econômicos, etc. 
 
Para isso, todos os envolvidos, professores, familiares, usuários, devem 
contar com um suporte técnico em todas as etapas do processo, subsidiando 
os atores, em cada fase, com os conhecimentos necessários para as tomadas 
de decisão. Porém, é fundamental que o usuário seja destinatário principal 
desses conhecimentos. 
 
22 
 
 
Não é necessário, entretanto, que o usuário se torne um especialista em 
TA, função que caberia a outros profissionais, nem que sua 
informação/formação nessa área deva levá-lo a fazer tudo sozinho, mas, sim, 
ser protagonista, ator principal do processo (EUSTAT, 1999b). 
O suporte técnico que a escola deve dispor, não pode restringir-se 
apenas às fases de implementação da TA, mas deve ir além, alcançando 
também as fases posteriores de acompanhamento, ajustes, personalização e 
revisões. Esse seguimento do processo é fundamental para o sucesso da 
aplicação das soluções encontradas e para o não abandono da TA utilizada. 
Como alerta Bersch: 
 
As variáveis a serem levadas em consideração para o sucesso do 
processo, portanto, são muitas. As necessidades do aluno usuário podem 
alterar-se significativamente ao longo do tempo, os recursos e soluções 
tecnológicas também estão em permanente evolução. Esses recursos devem 
ser customizados e personalizados, levando em consideração essas alterações 
e também as diferenças de ambiente, mudanças nas atividades a serem 
realizadas, a evolução de fatores psicológicos, estéticos, sociais, econômicos, 
e uma infinidade de outras variáveis. Encontrar um suporte eficiente, que dê 
conta de todas essas necessidades, com freqüência é uma dificuldade concreta 
enfrentada pelas escolas na implementação de soluções de TA. 
Como ressalta Cormier (2001) “no melhor dos mundos cada distrito 
escolar teria uma equipe de profissionais para a avaliação de crianças em 
relação a Tecnologia Assistiva”. Porém, sabe-se que isso ainda está longe de 
ocorrer, principalmente na realidade brasileira. Uma possibilidade concreta de 
resposta efetiva a essa necessidade seria a criação de centros de referência 
regionais em TA e acessibilidade (GALVÃO FILHO, 2009). Esses centros de 
referência funcionariam como uma retaguarda técnica e social, para os 
23 
 
 
processos em andamento. Porém, também serviriam para a elaboração de 
novos projetos de TA e Acessibilidade, mais amplos, para redes educacionais, 
empresas e outros segmentos. 
 
O atendimento da Terapia Ocupacional e o uso de 
Tecnologia Assistiva 
 
A ação da Terapia Ocupacional no âmbito hospitalar tem se ampliado, 
levando à possibilidade de novas práticas, incluindo aquelas realizadas junto à 
população infantil. No hospital, o terapeuta ocupacional busca atuar junto a 
criança e sua família, tanto no processo de internação, quanto no momento do 
diagnóstico e nas implicações que isto acarretará ao cotidiano dos envolvidos. 
Ou seja, durante e após a internação, busca-se ajudar também, no processo de 
enfretamento da hospitalização. 
A TA é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que 
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que 
objetivam promover a funcionalidade relacionada à atividade e à participação de 
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. 
O terapeuta ocupacional que pretende utilizar um dispositivo de TA será 
responsável por: analisar o desempenho ocupacional; determinar a melhor 
postura funcional para uso da TA; avaliar a função sensório-motora relacionada 
ao uso do dispositivo; determinar as TAs a serem utilizadas e/ou produzi-las; 
realizar o treino no uso do dispositivo utilizado e avaliar a sua efetividade. 
Visando um atendimento global, evidenciando as potencialidades e as 
habilidades, o terapeuta ocupacional pode lançar mão do uso da TA, na busca 
por ampliar as capacidades e com intuito de resgatar a independência e a 
autonomia nas atividades de vida diária, prejudicadas por conta da 
hospitalização e do quadro clínico. 
A TA tem o objetivo primário de manter ou melhorar a funcionalidade e a 
independência do indivíduo, sendo também utilizada na prevenção de 
24 
 
 
deficiências e condições secundárias de saúde, promovendo assim, o bem-
estar. 
De acordo com Braccialli “O acesso à Tecnologia Assistiva permite 
maximizar as potencialidades desses indivíduos, melhorar a independência 
funcional, aumentar a interação social e, evidentemente, melhorar sua qualidade 
de vida e a das pessoas que os cercam.“ (p.105). 
Além disso, na prática clínica e/ou assistencial realizada com crianças 
com deficiência, a utilização dos dispositivos de TA é fundamental para apoiar 
as diferentes etapas do seu desenvolvimento neuropsicomotor, oferecer 
condições para sua participação social e auxiliar as famílias e profissionais nas 
ações de cuidado. 
A Terapia Ocupacional deve atuar de forma integrada à equipe de 
enfermagem, informando quanto ao uso dos dispositivos de TA prescritos para 
o paciente e quanto à importância do estímulo à sua independência. 
A TA auxilia de forma efetiva a o desenvolvimento da autonomia e 
independência de pessoas que, temporária ou definitivamente, estejam 
impossibilitadas de realizarem atividades variadas que sejam importantes e 
significativas em suas vidas. Para o terapeuta ocupacional que atua em 
contextos hospitalares, os dispositivos de TA são recursos que devem ser 
utilizados não apenas para a reabilitação, mas em todas as etapas do processo 
de tratamento. 
Ao considerar esses dispositivos enquanto recursos importantes 
utilizados pelos terapeutas ocupacionais com crianças hospitalizadas deve-se 
levar em consideração a condição clínica desses indivíduos, seu prognóstico, 
suas necessidades e vontades, além das condições disponíveis no espaço 
hospitalar. 
 
 
 
 
25 
 
 
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