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Lista e gabarito 7 1. A curva de demanda de trigo do país Local é: D = 100 – 20P. Sua curva de oferta é: S = 20 + 20P. Determine o preço do trigo na ausência de comércio. 2. Na questão anterior, considere o país Estrangeiro com a curva de demanda dada por: D* = 80 – 20P e a curva de oferta S* = 40 + 20P. Determine o preço do trigo na ausência de comércio no país Estrangeiro. Agora, considere o custo de transporte nulo e que os países adotam o livre comércio. Qual é o preço mundial? Qual é o volume de comércio? 3. O país Local impõe uma tarifa específica de 0,5 sobre as importações de trigo. a) determine o preço do trigo em cada país; a quantidade ofertada e demandada de trigo em cada país; o volume de trocas; b) calcule o impacto da tarifa sobre o bem-estar dos produtores, dos consumidores e do governo no país Local; c) mostre graficamente o ganho nos termos de troca, a perda de eficiência e o efeito total da tarifa sobre o bem-estar. 4. A indústria aeronáutica na Europa recebe auxílio de diversos governos, de acordo com algumas estimativas correspondente a 20% do preço de compra de cada aeronave. Por exemplo, um avião vendido por US$ 50 milhões deve ter custado US$ 60 milhões para ser produzido, com a diferença assumida pelos governos europeus. Ao mesmo tempo, aproximadamente metade do preço de compra de uma aeronave “europeia” representa o custo dos componentes comprados de outros países (incluindo os Estados Unidos). Se essas estimativas estão corretas, qual é a taxa efetiva de proteção recebida pelos produtores europeus de aeronaves? 5. Acirema é um país “pequeno” e não pode afetar os preços mundiais. Ele importa amendoim ao preço de US$ 10 o saco. A curva de demanda é D = 400 – 10P e a curva de oferta é S = 50 +5P. Calcule o equilíbrio de livre comércio. Calcule os seguintes efeitos de uma cota de importação de 50 sacos sobre: 2 a) o aumento no preço local; b) a renda da cota; c) a perda pela distorção no consumo; e d) a perda pela distorção na produção. 6. Um país pequeno pode importar carro ao preço internacional de R$ 10. A curva de oferta doméstica é dada por: QO = 50 + 5P e a curva de demanda doméstica por QD = 400 – 10P; a) calcule o efeito total sobre o bem-estar devido a um imposto de importação de R$ 5 por unidade; b) calcule o efeito total sobre o bem-estar devido a um subsídio à produção de R$ 5 por unidade; c) por que os dois resultados anteriores são diferentes? d) se cada unidade produzida gera um benefício social de R$ 5, qual seria ser o melhor instrumento: tarifa ou subsídio à produção? Explique. e) se o objetivo reduzir as importações, qual seria ser o melhor instrumento: tarifa ou subsídio à produção? Explique. 7. Se o governo opta por aumentar a proteção à indústria nacional, quais as limitações no manejo dos instrumentos de política comercial? 8. “Não faz a menor diferença para o país importador se os bens são mais baratos por causa da vantagem comparativa natural ou por que são exportados a preços de dumping. Também não tem a menor importância se o dumping é causado pelas condições monopolistas, por subsídios às exportações dados pelo governo do país exportador ou por alguma outra razão. Nenhuma das circunstâncias afeta o argumento fundamental do livre-comércio”. (Haberler, 1937, p. 314). Verdade ou falsa. Justifique. 9. Define os seguintes conceitos: a) dumping recíproco; b) direito compensatório; c) subsídio à exportação não-acionável; d) tarifa efetiva; 3 e) tarifa consolidada na OMC. 10. Explique intuitivamente e graficamente como um país grande pode obter ganho de bem-estar impondo uma tarifa sobre as importações. 11. Suponha que as firmas importadoras recorrem a “lobistas” para assegurar o direito de importação em um bem cujas compras externas estão limitadas por quota, isto é, as firmas conseguem se apropriar destas quotas. Quanto as firmas como um grupo estarão dispostas a pagar aos “lobistas”? Gabarito 1. País local Sem comércio S = D 20 + 20P = 100 – 20P P = 2 2. país estrangeiro Sem comércio S* = D* 40 + 20P = 80 – 20P P = 1 Com comércio Demanda de importações no país local M = D – S = 100 – 20P – 20 – 20P = 80 – 40P Oferta de exportações no país estrangeiro X* = S* - D* = 40 + 20P – 80 + 20P = - 40 + 40P X* = M - 40 + 40P = 80 – 40P P = 1,5 se P = 1,5 X* = M = 20 3. a) país local fixa uma tarifa específica T = 0,5 M = 80 – 40(P + T) = 80 – 40(P + 0,5) = 60 – 40P Portanto, X* = - 40 + 40P = M = 60 – 40P P = 1,25 No país local, temos PL = P + 0,5 = 1,25 + 0,5 = 1,75 4 Se PL = 1,75 S = 20 + 20(1,75) = 55 Se PL = 1,75 M = 80 - 40(1,75) = 10 No país estrangeiro, temos P* = 1,25 Se P* = 1,25 S* = 20 + 20(1,25) = 45 Se P* = 1,25 X = - 40 + 40(1,25) = 10 b) Área a = 13,125 (ganho dos produtores) Áreas a + b + c + d = 16,875 (perda dos consumidores) Área c + e = 5 (ganho de receita do governo) c) Área d = perda de eficiência no consumo Área b = perda de eficiência na produção Área e = ganho nos termos de troca Áreas = e - b - d = ganho de bem estar, se positivo e perda de bem estar, se negativo 4. Sem subsídio VA = P – CT = 50 – 0,5(60) = 20 1,75 1,50 1,25 50 55 65 70 a b c d e O D P Q 5 Com subsídio VAD = PS – 30 = 30 Proteção efetiva = VA VAVAD = 20 2030 = 0,5 5. Se P1 = 10 D1 = 400 – 10(10) = 300 Se P1 = 10 S1 = 50 + 5(10) = 100 Portanto, M1 = D1 – S1 = 300 – 100 = 200 a) se M2 = 50 M2 = D2 – S2 50 = 400 – 10P2 - 50 – 5P2 P2 = 20 P = 10 b) ganho extraordinário proporcionado pela cota é (20 – 10)50 = 500 c) se P2 = 20 D2 = 400 – 10(20) = 200 D = 100 Distorção no consumo = 100 2 10 = 500 d) se P2 = 20 S2 = 50 + 5(20) = 150 S = 50 Distorção na produção = 50 2 10 = 250 6. Sem imposto: P* = 10 QO1 = 50 + 5(10) QO1 = 100 QD1 = 400 - 10(10) QD1 = 300 Com imposto: P = P* + T = 10 + 5 = 15 QO2 = 50 + 5(15) QO2 = 125 QD2 = 400 - 10(15) QD2 = 250 a) efeito bem-estar de uma tarifa Variação no excedente dos produtores: A Variação no excedente dos consumidores: – A – B – C – D Receita tributária do governo: C 6 Variação do bem-estar (VBE): – B – D VBE = B + D = 2 255 + 2 505 VBE = 187,5 b) efeito bem-estar de um subsídio à produção No caso de um subsídio à produção equivalente à tarifa de R$ 5, a curva de oferta (custo marginal) se desloca verticalmente para baixo em cinco reais (medido no eixo vertical) e o preço ao consumidor permanece constante. P P P* 100 125 300 250 QO QD Q A B C D P P + S P* 100 125 300 QO QD Q A B QO + S 7 VBE = B = 2 255 VBE = 62,5 c) por que o subsídio à produção não altera o preço ao consumidor. Portanto, só há perda na produção; d) se há benefício social de R$ 5 (externalidade positiva), o melhor instrumento é o subsídio à produção devido a menor perda de bem-estar; e) se o objetivo é a redução das importações, o melhor instrumento é a tarifa que aumenta a produção e diminui o consumo enquanto o subsídio à produção eleva apenas a produção mantendo a demanda constante. 7. As limitações para o manuseio da política de importação devem-se aos acordos internacionais assinados: a) Mercosul: as tarifas aduaneiras são decididas pelos quatro países. O Brasil terá que pedir autorização a seus sócios para alterar a tarifa externa comum. b) OMC: tarifas de produtos industrializados consolidadas ao nível de 35%. Fixação de tarifas acima desse nível poderá requer “compensações equivalentes” por parte dos países exportadores prejudicados. c) OMC: possibilidade de aplicação dos “novos instrumentos” – direito anti-dumping, direito compensatório e medida de salvaguarda, sujeito às regras específicas de cada instrumento. 8. Sob o argumento econômico, nãohá diferença entre importações a preços baixos em razão da prática de dumping ou da descoberta de nova tecnologia por parte do país fornecedor. O efeito- produto, o efeito-consumo e o efeito total são equivalentes. Portanto, não há razões para aplicar medidas contra importações. 9. a) caso de dois monopolistas domésticos que procuram vender em outro mercado, gerando uma competição tipo Cournot. O resultado é um preço menor, mas idêntico, nos dois mercados e cada monopolista vende no seu mercado e no do seu concorrente. Como há custo de transporte para vender no mercado do outro país, o preço efetivamente recebido é menor do que na venda do seu mercado, caracterizando a prática de dumping. Por isso se chama dumping recíproco; 8 b) tributação adicional permitida pela OMC sobre as exportações favorecidas com subsídios no país de origem; c) as regras da OMC permitem o subsídio nas despesas de pesquisa e desenvolvimento (externalidades positivas) e para fins de desenvolvimento regional. Portanto, nestes casos, não é possível a aplicação do direito compensatório; d) aumento no valor adicionado de uma atividade proporcionado pela estrutura tarifária. Considera a tarifa incidente sobre o produto que favorece o produtor e as tarifas incidentes sobre os insumos que prejudica (aumenta os custos) o produtor. Grosseiramente é uma tarifa líquida ou proteção líquida; e) tarifa máxima compromissada pelo país na OMC via rodadas multilaterais. Se o país praticar uma tarifa acima do nível consolidado terá que oferecer compensações equivalentes (reduções de tarifas em outros produtos para manter o volume de importação constante) aos países exportadores que se considerem prejudicados ou estará sujeito a retaliações comerciais. 10. Um país grande absorve uma grande parcela da demanda mundial de um determinado produto. Se o país aplica uma tarifa sobre este produto, a demanda mundial cai substancialmente provocando uma queda no preço. Esta queda no preço gera uma melhora nos termos de troca aumentando o bem-estar do país. No entanto, a tarifa provoca uma perda de eficiência na produção e no consumo, o que reduz o bem-estar. Portanto, um país grande pode se beneficiar da aplicação de uma tarifa se o ganho obtido com os termos de troca mais favoráveis é superior as perdas de eficiência na produção e no consumo. No gráfico seguinte, o ganho líquido de bem-estar é positivo se as áreas a > (b + C) 9 Antes da tarifa, o preço internacional é P1. A fixação de uma tarifa reduz o preço para P2 e aumenta o preço interno para P3 = P2(1+ t), aumentando a produção doméstica de Q1 para Q2 e diminuindo o consumo de C1 para C2. A área a representa o ganho nos termos de troca e as áreas b e c representam, respectivamente, as perdas na produção e no consumo. 11. No caso de quota em concorrência perfeita, o governo deixa de arrecadar o imposto de importação cujo montante é apropriado pelas firmas que recebem as cotas. Assim, as firmas estariam dispostas a pagar no máximo o ganho extraordinário decorrente da obtenção das cotas. Ganho do detentor da cota P1 P2 Q1 C1 Cota O D1 D2 a c b P1 P2 P3 = P2(1 + t) Q2 Q1 C1 C2
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