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Profa. Ma. Suzana Curcino UNIDADE III Atenção à Saúde da Pessoa e Família em Situação de Risco O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome neurológica complexa envolvendo a anormalidade usualmente súbita do funcionamento encefálico decorrente de uma interrupção da circulação encefálica ou de hemorragia. AIT (não é AVE). AVEi. AVEh. AVE Suspeita. Manifestação clínica X tipos de AVE. Determinação da hora. CT. Confirmação do diagnóstico. Pontos importantes Fonte: autoria própria. Anamnese dirigida: instalação e evolução dos sintomas, sintomas relacionados, histórico de fatores de risco; histórico de doença cardiovascular e/ou cerebrovascular; escala de Cincinnatti. Exame neurológico. Exames de sangue: glicemia sérica, hemograma completo com plaquetas, eletrólitos, creatinina, coagulação. Exame de imagem do cérebro: CT. AIT; AVCi; AVCh. Tipos Ocorre a obstrução de um pequeno vaso seguida pela reperfusão espontânea. Sem morte neuronal. Tempo de manifestação dos sintomas: poucos minutos, melhora espontânea do quadro. AIT Obstrução do vaso (mesmo processo do IAM). Ocorre a morte neuronal. Paciente com sintomas focais “estáveis”. Tratamento clínico + reperfusão. Considerar risco X benefícios. AVCi Fonte: Adaptado de: SANARMED. AVC ISQUÊMICO - TROMBÓLISE < 3 H DO INÍCIO DOS SINTOMAS ATÉ 4,5 H DO INÍCIO DOS SINTOMAS TEMPO IDEAL TEMPO MÁX. IDADE > 18 ANOS DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO TC DE CRÂNIO SEM SINAIS DE SANGRAMENTOC R IT É R IO S D E IN C L U S Ã O Normalmente, por aneurisma ou MAV. Mais comum em jovens. Sintomas “progressivos” e difusos. Alta gravidade, mortalidade. Prognóstico ruim. Tratamento: suporte + tto da HIC. AVCh Paciente Lúcia, 58 anos, chega ao serviço de emergência com dificuldade de fala e a perda da motricidade de hemicorpo, há 40 minutos. Baseado no conhecimento adquirido na aula, que tipo de acidente vascular você suspeita que a paciente sofreu? Interatividade Paciente Lúcia, 58 anos, chega ao serviço de emergência com dificuldade de fala e a perda da motricidade de hemicorpo, há 40 minutos. Baseado no conhecimento adquirido na aula, que tipo de acidente vascular você suspeita que a paciente sofreu? AVEi. Resposta O TCE é qualquer lesão decorrente de um trauma externo, que tenha como consequência as alterações anatômicas do crânio (ex.: fratura ou laceração do couro cabeludo), o comprometimento funcional das meninges, do encéfalo ou dos seus vasos, resultando em alterações cerebrais, momentâneas ou permanentes, de natureza cognitiva ou funcional (MENON et al., 2010). Ao contrário do primeiro, no TCE deve existir, por definição, algum grau de alteração neurológica que caracterize o comprometimento de estruturas encefálicas. TCE 50%: acidentes automobilísticos (adolescentes e adultos jovens). 30%: quedas (idosos). 20%: causas “violentas”: ferimentos por projétil de arma de fogo e armas brancas. Causas Deficiência no atendimento inicial. Principais mecanismos de morte no trauma: 1º Comprometimento de vias aéreas; 2º Choque hipovolêmico; 3º Lesão SNC. Queda da mortalidade; melhor atendimento, uso de protocolos. Tendência a diminuição dos TCEs decorrentes de acidentes de trânsito; aumento por queda (idosos e uso de anticoagulantes). Pouco investimento em reabilitação (caro/demorado). Cenário atual Primárias: ocorrem no momento do acidente. Secundárias: ocorrem após o acidente. Neurônios hipersensíveis. Podem potencializar os danos primários. Podemos evitar/diminuir. Tipos de lesões Hipotensão Hipóxia Local do acidente Infecções Distúrbio hidroeletrolítico Distúrbios metabólicos Instabilidade hemodinâmica Hipertensão intracraniana Edema Alterações glicêmicas Febre Tardiamente Lesão encefálica História do acidente: costumam ser mais graves aqueles associados à grande energia cinética (por acidentes de trânsito e ferimentos penetrantes por projétil de arma de fogo). PA. NC. Avaliação do paciente Fonte: Adaptado de: Brock e Cerqueira Dias (2008). Tabela 1: Escala de Coma de Glasgow (ECG) Classificação do TCE ECG Mínima 15 (ausência de perda de consciência ou amnésia) Leve 14 ou 15 (breve perda de consciência ou amnésia transitória) Moderado 9 a 13 (perda de consciência maior do que 5 min. ou déficit neurológico focal) Grave 5 a 8 Crítico 3 a 4 Manter o fluxo sanguíneo cerebral fisiológico Manter a oxigenação cerebral adequada Reduzir os danos neurológicos secundários Cite dois cuidados de enfermagem para garantir o fluxo sanguíneo encefálico adequado: Interatividade Cite dois cuidados de enfermagem para garantir o fluxo sanguíneo encefálico adequado: Controle da PA; Controle da FC; Cabeceira elevada. Resposta Pressão intracraniana (PIC) é aquela encontrada no interior da caixa craniana. Elevação aguda, súbita igual ou acima de 22-22 mmHg e que perdura por mais de 5 minutos. Pressão intracraniana A PIC tem uma variação fisiológica de 3 a 22 mmHg Reflete a relação entre o conteúdo da caixa craniana (cérebro, líquido cefalorraquidiano e sangue) e o volume do crânio PIC < 10: normal. 10 < PIC < 20: observar. 20 < PIC < 40: moderadamente elevado. 40 < PIC < 60: gravemente elevado. PIC > 60: fatal. Fonte: autoria própria. Cefaleia (distensão da dura-máter) – melhora com a posição supina e decúbito elevado. Tríade de Cushing (hipertensão, bradicardia e alteração do ritmo respiratório). Alterações visuais. Náuseas e vômitos. Anisocoria. Alterações do sinais vitais (bulbo). Alterações comportamentais. Alterações visuais. Paresia. Fonte: autoria própria. Sangramentos Tumores Traumatismo Resposta inflamatória (AVEi, meningites, encefalopatia isquêmica e hepática) 1° LCR. 2° Sangue – vasoespasmo. 3° Tecido encefálico – herniação. Mecanismo compensatórios Lobo temporal Cérebro Sangramento Cerebelo Abertura tentorial Tronco Herniação Fonte: Adaptado de: MSD Manuals. Remoção da causa. Cabeceira elevada (30º). Alinhamento cervical. Controle da dor/desconforto. Aspiração cautelosa. Drenagem do liquor. Cuidados de enfermagem Cuidados de enfermagem: Sedação profunda; Relaxante neuromuscular; Manitol; Solução salina hipertônica; Hiperventilação moderada; Craniectomia descompressiva é indicada para os doentes com HIC refratária ao tratamento clínico. Tratamento Fonte: Adaptado de: RBCP. A B Supondo que o paciente estivesse com HIC, quais cuidados de enfermagem poderiam ser implementados? Interatividade Fonte: Correio Braziliense. Supondo que o paciente estivesse com HIC, quais cuidados de enfermagem poderiam ser implementados? 1. Elevação da cabeceira; 2. Alinhamento cervical. Resposta Fonte: Correio Braziliense. 1959: descrito com o coma dépaseé, por Mollaret e Goudon, que eram pacientes em coma sem resposta ao estímulo doloroso, sem reflexos do tronco cerebral e com eletroencefalograma isoelétrico. 1967: primeiro transplante cardíaco realizado na África do Sul. Surge a necessidade de estabelecer os critérios rígidos para a ME com o objetivo de identificar os potenciais doadores de órgãos. Atual: a ME é a constatação irremediável e irreversível da perda de função encefálica que significa morte, seja clínica, legal e/ou social. Morte encefálica – História Fonte: Adaptado de: Revista Médica de Minas Gerais. Tabela 1 – Evolução dos critérios para o diagnóstico de ME em adultos. Observa-se um nítido aumento das exigências e do rigor durante os anos Evolução dos critérios de ME – Adultos – 1968 a 1997 Critério Harvard 68 Royal College 76 AAN 95 CFM – Brasil 97 Pré-requisitos - Causa do coma conhecida - Causa do coma conhecida e documentada TC/RM/LCR Irreversível Causa do coma conhecida e documentadaTC/RM/LCR Irreversível Tax > 32 ºC Tax > 35 ºC Tax > 32 ºC Tax > 32 ºC Ausência de drogas Ausência de drogas Ausência de drogas intoxicação e alt. metabólica Ausência de drogas (24/48 h) intoxicação e alt. metabólica Bases clínicas de diagnóstico Coma sem resposta Coma sem resposta Coma sem resposta a estímulo na face Coma sem resposta a estímulo na face Apneia de 3 min. Um teste da apneia PCO2 > 60 mmHg Um teste da apneia PCO2 > 60 mmHg ou ↑ 20 mmHg Dois testes da apneia PCO2 > 55 mmHg Ausência de reflexos do tronco encefálico Mesencéfalo Pupilas fixas e dilatadas Pupilas fixas e dilatadas Pupilas médias ou dilatadas (4 a 9 mm) fixas Pupilas médias ou dilatadas (4 a 9 mm) fixas Ponte Corneano Corneano e óculo cefálico Corneano, vestíbulo calórico, óculo cefálico Corneano, vestíbulo calórico, óculo cefálico Bulbo Vômito Tosse Tosse Tosse Movimentos espontâneos Ausência Ausência Aceita Aceita Reflexos medulares Ausência Aceita Aceita Aceita Exame complementar Obrigatório Não necessário Não obrigatório Obrigatório EEG - Artério, TCD, EEG, cintilografia, SPECT, extração de O2 Artério, TCD, EEG, cintilografia, SPECT, PIC, extração de O2 Intervalo entre os exames Dois exames – 24 h Três exames – 6 h Dois exames – 6 h Dois exames – 6 h Nº de médicos Um médico Três médicos Um médico Dois médicos Respaldo legal Não Não Sim Sim Pacientes internados em UTI, em ventilação mecânica, com o diagnóstico de: AVC hemorrágico ou isquêmico; TCE; Outras situações que possam determinar a HIC (infecções do sistema nervoso central, tumores do sistema nervoso central); Encefalopatia hipóxica/anóxica após PCR. Causas Resolução CFM N. 2.173/2017: https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2017/2173 Causa conhecida. Sem sedação. Dois testes por médicos diferentes. Intervalo entre os testes. Aspectos legais Fonte: Adaptado de: Resolução CFM n. 2.173/2017. Tabela 1. Elementos do exame neurológico – Resultados 1º exame 2º exame Coma aperceptivo ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO Ausência de reflexos do tronco cerebral: Pupilas fixas e arreativas ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO Ausência de reflexo córneo-palpebral ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO Ausência de reflexos oculoencefálicos ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO Ausência de resposta à prova calórica ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO Ausência de reflexo de tosse ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO Apneia ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( ) NÃO Aspectos legais No momento em que o segundo teste de apneia é finalizado, declaramos a morte do paciente. Legalmente, a hora da morte é aquela do término do teste de apneia. A imaturidade do sistema nervoso central da criança determina os critérios mais rígidos para a determinação da ME. O diagnóstico só é possível após o sétimo dia de vida. Os testes devem ser realizados por profissionais diferentes e não vinculados à equipe de transplantes. Fonte: Adaptado de: Resolução CFM n. 2.173/2017. Intervalo mínimo entre as duas avaliações clínicas: De 7 dias a 2 meses incompletos – 48 horas; De 2 meses a 1 ano incompleto – 24 horas; De 1 ano a 2 anos incompletos – 12 horas; Acima de 2 anos – 6 horas. Intervalo mínimo entre as duas avaliações clínicas: De 7 dias a 2 meses incompletos – 24 horas; De 2 meses a 24 meses incompletos – 12 horas; Acima de 2 anos – 1 hora. A família deve autorizar a abertura do protocolo? Não, mas a família deve ser notificada e tem o direito que um médico de confiança acompanhe todo o procedimento. Caso queira, pode indicar um médico de confiança para acompanhar o processo de diagnóstico de ME. O protocolo só deve ser aberto caso o paciente possa ser um potencial doador de órgão? Não, todos os pacientes com suspeitas de ME devem ser avaliados de acordo com o protocolo. E se houver dúvidas quanto à realização dos exames? A dúvida indica o reinício do protocolo, a troca do examinador ou a classificação do paciente como impróprios para o diagnóstico de ME. Quais as chances de recuperação de um paciente com ME? Nunca foi demonstrado ou relatado um único caso de recuperação de qualquer função cortical e/ou do tronco cerebral após o diagnóstico de ME utilizando os critérios da AAN, de 1995. A família deve autorizar a retirada das medidas de suporte? Não, pois o paciente já tem o diagnóstico de morte. Mas a família deve ter a oportunidade de se despedir do paciente. A equipe deve abordar a família sobre a doação de órgãos? A entrevista sobre a doação de órgãos não deve ocorrer antes da conclusão do diagnóstico da morte. É recomendado que a entrevista familiar para a doação seja conduzida por um profissional com treinamento específico para esta atividade. Tema: AVE. Foi solicitado um atendimento móvel de urgência para um homem de 65 anos com história de perda da força em hemicorpo esquerdo, desvio da comissura labial e dificuldade de fala, às 15 h. A equipe da ambulância suspeitou que a vítima pudesse apresentar um acidente vascular encefálico isquêmico, e, após a avaliação e monitoração da vítima, realizou o transporte para um centro especializado, com a chegada ao hospital às 19:00. Há tempo para a realização da trombólise caso haja indicação? Justifique a sua resposta. Orientação para a atividade do chat MENON D. K. et al. Position Statement: Definition of Traumatic Brain Injury. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 91, n. 11, p. 1637-1640, 2010. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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