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SIMULADO VII 
TJSP 
 
Bloco I 
 
DIREITO CIVIL 
 
1 - Assinale a alternativa correta: 
I- O legado em dinheiro vence juros desde a morte do de cujus. 
II- As despesas e os riscos da entrega do legado correm à conta do legatário, se não dispuser 
diversamente o testador. 
III- Se o legatário falecer antes do testador, os herdeiros daquele receberão o legado. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas II está correta. 
Gabarito: D 
I- Incorreta. Art. 1.925, CC: “O legado em dinheiro só vence juros desde o dia em que se constituir em 
mora a pessoa obrigada a prestá-lo.” 
II- Correta. Art. 1.936, CC. 
III- Incorreta. Art. 1.939, CC: “Caducará o legado: 
V - se o legatário falecer antes do testador.” 
 
2- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio geral 
ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou 
extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento 
da prestação. 
b) O condomínio, desde que haja previsão em regimento interno, pode proibir, em razão de 
inadimplência, condômino e seus familiares de usar áreas comuns destinadas apenas a lazer. 
c) Em ação de cobrança de cotas condominiais proposta somente contra o promissário comprador, não 
é possível a penhora do imóvel que gerou a dívida - de propriedade do promissário vendedor -, 
 
admitindo-se, no entanto, a constrição dos direitos aquisitivos decorrentes do compromisso de compra 
e venda. 
d) A realização de obras no condomínio depende, se voluptuárias, de voto de dois terços dos 
condôminos. 
Gabarito: B 
a) Correta. “Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o 
condomínio geral ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa 
condominial ordinária ou extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a contar do 
dia seguinte ao vencimento da prestação. A questão controvertida consiste em saber, na vigência do 
CC/2002, o prazo prescricional para a cobrança de dívidas condominiais ordinárias e extraordinárias. À 
luz do CC/2002, não cabe a aplicação do prazo geral e residual do art. 205, pois o art. 206, § 5º, I, ao 
dispor que prescreve em 5 (cinco) anos "a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento público ou particular", amolda-se ao caso. Nesse passo, o novo CPC, ao estabelecer, no art. 
784, X, que são títulos executivos extrajudiciais o crédito referente às contribuições ordinárias ou 
extraordinárias de condomínio, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, 
desde que documentalmente comprovadas, corrobora o entendimento firmado no âmbito do STJ de 
que se cuida de obrigação líquida. É dizer, conforme iterativos julgados das duas turmas de Direito 
Privado do STJ, "[a] pretensão de cobrança de cotas condominiais, por serem líquidas desde sua 
definição em assembleia geral de condôminos, bem como lastreadas em documentos físicos, adequa-se 
com perfeição à previsão do art. 206, § 5º, inc. I, do CC/02, razão pela qual se aplica o prazo 
prescricional quinquenal". (AgRg no REsp 1.454.743-PR, Quarta Turma, DJe 26/11/2014). Consoante os 
precedentes que se formaram nesta Corte Superior, o art. 206, § 5º, inc. I, do CC/02, com clareza, exige 
"apenas" que a dívida seja líquida, constante de instrumento particular ou público, que, pois, 
demonstre-a. E não, necessariamente, que tenha sido contraída em um desses instrumentos. O fato de 
o dever de pagar taxa condominial decorrer da lei, e não de negócio jurídico, é impertinente para a 
solução da questão, pois, como visto, o dispositivo não estabelece esse critério. A taxa condominial é 
débito previamente deliberado em assembleia geral - constante e definido, pois, na respectiva ata, que, 
consoante propugnam a doutrina e a jurisprudência, tem de instruir a exordial da ação para a 
comprovação do débito cobrado e a garantia do contraditório ao devedor. Ademais, o prazo para a 
perda da pretensão – tema de direito material – não deve ser definido pelo instrumento processual 
utilizado pelo condomínio. Por ocasião do julgamento do REsp 1.101.412-SP (sob o rito do art. 543-C do 
CPC/1973), sufragando a mesma tese consubstanciada na Súmula 503/STJ, foi expressamente 
 
ressalvado que é fora de dúvida que não é o tipo de ação – de conhecimento em sua pureza ou 
monitória – utilizada pelo credor, que define o prazo prescricional para a perda da pretensão. Nesse 
sentido, menciona-se recente precedente da Quarta Turma do STJ (AgInt no REsp 1.452.757-SP, Quarta 
Turma, DJe 18/10/2016).” REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado 
em 23/11/2016, DJe 1/2/2017. 
b) Incorreta. “O condomínio, independentemente de previsão em regimento interno, não pode 
proibir, em razão de inadimplência, condômino e seus familiares de usar áreas comuns, ainda que 
destinadas apenas a lazer. Isso porque a adoção de tal medida, a um só tempo, desnatura o instituto do 
condomínio, a comprometer o direito de propriedade afeto à própria unidade imobiliária, refoge das 
consequências legais especificamente previstas para a hipótese de inadimplemento das despesas 
condominiais e, em última análise, impõe ilegítimo constrangimento ao condômino (em mora) e aos 
seus familiares, em manifesto descompasso com o princípio da dignidade da pessoa humana. O direito 
do condômino ao uso das partes comuns, seja qual for a destinação a elas atribuída, não decorre da 
situação (circunstancial) de adimplência das despesas condominiais, mas sim do fato de que, por lei, a 
unidade imobiliária abrange, como inseparável, uma fração ideal no solo (representado pela própria 
unidade) bem como nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no 
instrumento de instituição do condomínio (§ 3º do art. 1.331 do CC). Ou seja, a propriedade da unidade 
imobiliária abrange a correspondente fração ideal de todas as partes comuns. Efetivamente, para a 
específica hipótese de descumprimento do dever de contribuição pelas despesas condominiais, o CC 
(arts. 1.336 e 1.337) impõe ao condômino inadimplente severas sanções de ordem pecuniária, na 
medida de sua recalcitrância. A partir do detalhamento das aludidas penalidades, verifica-se que a 
inadimplência das despesas condominiais enseja, num primeiro momento, o pagamento de juros 
moratórios de 1% ao mês, caso não convencionado outro percentual, e multa de até 2% sobre o débito 
(art. 1.336, § 1º, do CC). Sem prejuízo desta sanção, em havendo a deliberada reiteração do 
comportamento faltoso (o que não se confunde o simples inadimplemento involuntário de alguns 
débitos), instaurando-se permanente situação de inadimplência, o CC estabelece a possibilidade de o 
condomínio, mediante deliberação de ¾ (três quartos) dos condôminos restantes, impor ao devedor 
contumaz outras penalidades, também de caráter pecuniário, segundo gradação proporcional à 
gravidade e à repetição dessa conduta. Assim, segundo dispõe o art. 1.337, caput e parágrafo único, do 
CC, a descrita reiteração do descumprimento do dever de contribuição das despesas condominiais, 
poderá ensejar, primeiro, uma imposição de multa pecuniária correspondente ao quíntuplo do valor da 
respectiva cota condominial (500%) e, caso o comportamento do devedor contumaz evidencie, de fato, 
 
uma postura transgressora das regras impostas àquela coletividade (condômino antissocial), podendo, 
inclusive, comprometer a própria solvência financeira do condomínio, será possível impor-lhe, segundo 
o mencionado quórum, a multa pecuniária correspondente de até o décuplo do valor da correlata cota 
condominial (1.000%). Já o art. 1.334, IV, do CC apenas refere quais matérias devem ser tratadasna 
convenção condominial, entre as quais as sanções a serem impostas aos condôminos faltosos. E nos 
artigos subsequentes, estabeleceu-se, para a específica hipótese de descumprimento do dever de 
contribuição com as despesas condominiais, a imposição de sanções pecuniárias. Inexiste, assim, 
margem discricionária para outras sanções que não as pecuniárias, nos limites da lei, para o caso de 
inadimplência das cotas condominiais. Aliás, é de se indagar qual seria o efeito prático da medida 
imposta (restrição de acesso às áreas comuns), senão o de expor o condômino inadimplente e seus 
familiares a uma situação vexatória perante o meio social em que residem. Além das penalidades 
pecuniárias, é de se destacar, também, que a lei adjetiva civil, atenta à essencialidade do cumprimento 
do dever de contribuir com as despesas condominiais, estabelece a favor do condomínio efetivas 
condições de obter a satisfação de seu crédito, inclusive por meio de procedimento que privilegia a 
celeridade. Efetivamente, a Lei n. 8.009/1990 confere ao condomínio uma importante garantia à 
satisfação dos débitos condominiais: a própria unidade condominial pode ser objeto de constrição 
judicial, não sendo dado ao condômino devedor deduzir, como matéria de defesa, a impenhorabilidade 
do bem como sendo de família. E, em reconhecimento à premência da satisfação do crédito relativo às 
despesas condominiais, o CPC/1973 estabelecia o rito mais célere, o sumário, para a respectiva ação de 
cobrança. Na sistemática do novo CPC, as cotas condominiais passaram a ter natureza de título 
executivo extrajudicial (art. 784, VIII), a viabilizar, por conseguinte, o manejo de ação executiva, 
tornando ainda mais célere a satisfação do débito por meio da incursão no patrimônio do devedor 
(possivelmente sobre a própria unidade imobiliária). Ademais, além de refugir dos gravosos 
instrumentos postos à disposição do condomínio para a específica hipótese de inadimplemento das 
despesas condominiais, a vedação de acesso e de utilização de qualquer área comum pelo condômino e 
seus familiares, com o único e ilegítimo propósito de expor ostensivamente a condição de inadimplência 
perante o meio social em que residem, desborda dos ditames do princípio da dignidade humana.” REsp 
1.564.030-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 9/8/2016, DJe 19/8/2016. 
c) Correta. “Em ação de cobrança de cotas condominiais proposta somente contra o promissário 
comprador, não é possível a penhora do imóvel que gerou a dívida - de propriedade do promissário 
vendedor -, admitindo-se, no entanto, a constrição dos direitos aquisitivos decorrentes do compromisso 
de compra e venda. É certo que o adquirente de unidade condominial, após a imissão na posse e a 
 
ciência inequívoca do condomínio acerca da alienação, deve responder pelas cotas que recaem sobre o 
bem, ainda que não tenha sido averbado junto ao competente registro de imóveis (REsp 1.345.331-RS, 
Segunda Seção, DJe 20/4/2015). Além disso, o promitente vendedor detém legitimidade passiva 
concorrente para responder por eventual ação de cobrança de débitos condominiais, mesmo que 
posteriores à imissão na posse (REsp 1.442.840-PR, Terceira Turma, DJe 21/8/2015). Convém esclarecer 
que a promessa de compra e venda de imóvel faz nascer para o promissário comprador o direito à 
aquisição do bem, embora a propriedade continue sendo do promitente vendedor. Ao promissário 
comprador cabe, após o cumprimento das obrigações previstas no pacto preliminar (em regra, o 
adimplemento do preço), exigir a outorga da escritura definitiva, por vontade do promitente vendedor 
ou por decisão judicial. Somente a partir de então, com o registro deste título, é que passará o até então 
promissário comprador a ser o proprietário do bem. Assim, a transferência da propriedade, nos termos 
do art. 1.245 do CC, opera-se mediante registro do título translativo no Registro de Imóveis, e, enquanto 
não registrado, o alienante continuará a ser dono do imóvel. Nesse contexto, não se pode autorizar a 
penhora de unidade condominial sobre o qual o executado possui apenas direito aquisitivo e, portanto, 
não ostenta a condição de proprietário. Concretamente, é possível apenas e tão somente a constrição 
do direito do promissário comprador do imóvel, e não da propriedade em si. Admitir entendimento 
contrário equivaleria a aceitar que bem de terceiro (proprietário) responda por dívida em processo no 
qual ele não figurou como parte, circunstância que, inclusive, desafia o disposto nos arts. 568, I, e 591 
do CPC. Assim, aperfeiçoado o título executivo judicial, por sentença transitada em julgado, impossível a 
constrição de bem pertencente ao patrimônio de pessoa que não faz parte da demanda, restando 
possível apenas a penhora de bens e direitos que se encontrem dentro da esfera de disposição do 
executado, de modo que sejam respeitados os limites subjetivos da lide. Destaca-se, ainda, que a 
natureza propter rem, por si só, não autoriza a ampliação, sem título, dos bens do executado ou a 
penhora de bem de propriedade de terceiro. Isso porque, diferentemente dos ônus reais, em que a 
coisa responde pela dívida, na obrigação propter rem, o devedor é quem responde com todos os seus 
bens, pois, nessa espécie, é a pessoa que se encontra vinculada à coisa. Desse modo, não sendo o 
executado titular do domínio do imóvel que gerou o débito exequendo, afigura-se inviável a sua 
constrição. Todavia, tratando-se de meros detentores de direitos sobre o imóvel, é perfeitamente 
possível a incidência da penhora sobre eles, até porque possuem valor econômico, não havendo 
nenhum óbice à sua alienação judicial (art. 655, XI, do CPC).” REsp 1.273.313-SP, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, julgado em 3/11/2015, DJe 12/11/2015. 
d) Correta. Art. 1341, I, CC. 
 
 
3- Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
a) Nascidos até cento e oitenta dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, 
separação judicial, nulidade e anulação do casamento. 
b) Havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido, se houver, neste caso, sua 
autorização prévia. 
c) Havidos por inseminação artificial heteróloga, independentemente de prévia autorização do marido. 
d) Havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção 
artificial homóloga, ainda que sem autorização prévia do marido. 
Gabarito: D 
Art. 1.597, CC: “Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; 
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação 
judicial, nulidade e anulação do casamento; 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção 
artificial homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.” 
 
4- Assinale a alternativa correta: 
a) A paternidade socioafetiva, mesmo estando declarada em registro público, não impede o 
reconhecimento do vínculo de filiação baseado na origem biológica. 
b) O filho maior pode ser reconhecido independentemente do seu consentimento. 
c) Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris 
et de juri de paternidade. 
d) A declaração de nulidade do casamento importa preservação da filiação materna ou paterna, desde 
que presentes as condições do casamento putativo. 
Gabarito: A 
a) Correta. A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o 
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos 
jurídicos próprios. Ex: Lucas foi registrado e criado como filho por João; vários anos depois,Lucas 
descobre que seu pai biológico é Pedro; Lucas poderá buscar o reconhecimento da paternidade 
 
biológica de Pedro sem que tenha que perder a filiação socioafetiva que construiu com João; ele terá 
dois pais; será um caso de pluriparentalidade; o filho terá direitos decorrentes de ambos os vínculos, 
inclusive no campo sucessório. STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21 e 
22/09/2016 (Info 840). 
b) Incorreta. Art. 1.614, CC. “O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o 
menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à 
emancipação”. 
c) Incorreta. Súmula 301, STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame 
de DNA induz presunção juris tantum de paternidade 
d) Incorreta. Não podemos confundir efeitos do casamento com efeitos da filiação. Artigo 1617, CC. “A 
filiação materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condições 
do putativo”. 
 
5- Assinale a alternativa correta: 
a) Estão sujeitos a curatela aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para os atos da vida civil. 
b) A autoridade do curador não se estende à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado. 
c) Em caso de necessidade, a pessoa capaz, com deficiência, pode sujeitar-se à curatela relativamente 
aos atos patrimoniais e negociais. 
d) O Código Civil não traz a possibilidade de exercício de curatela compartilhada. 
Gabarito: C 
a) Incorreta. Esse dispositivo foi revogado e não está mais no CC. 
b) Incorreta. Art. 1.778, CC: “A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do 
curatelado, observado o art. 5o.” 
c) Correta. Lei 13. 146: “Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua 
capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. 
§ 1O Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. 
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e 
negocial.” 
d) Incorreta. Art. 1.775-A, CC: “Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá 
estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa.” 
 
 
6- Assinale a alternativa correta: 
I- O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito, curador do outro, 
quando interdito. 
II- Quando o curador do pródigo for o cônjuge e o regime de bens do casamento for de comunhão 
universal, não será obrigado à prestação de contas, salvo determinação judicial. 
III- Na tomada de decisão apoiada, em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo 
relevante, havendo divergência de opini es entre a pessoa apoiada e os dois apoiadores, deverá o juiz, 
ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. 
a) Todas as alternativas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
Gabarito: B 
I- Correta. Art. 1.775, CC. 
II- Correta. Art. 1.783, CC. 
III- Incorreta. Art. 1783-A, 6 , CC: “Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo 
relevante, havendo divergência de opini es entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, 
ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.” 
 
7- Assinale a alternativa incorreta: 
a) É ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da abertura da sucessão. 
b) A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz 
se valida com a superveniência da capacidade. 
c) Não pode ser nomeado herdeiros nem legatários o concubino do testador casado, salvo se este, sem 
culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos. 
d) O cego pode fazer testamento particular. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 1912, CC. 
b) Correta. Art. 1.861, CC: “A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o 
testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.” 
c) Correta. Art. 1.801, CC: “Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: 
 
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge 
há mais de cinco anos;”. 
d) Incorreta. Art. 1.867, CC: “Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz alta, 
duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas, 
designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada menção no testamento.” 
 
8- Assinale a alternativa incorreta, quanto aos direitos reais: 
a) O usufruto pode recair sobre bens fungíveis e consumíveis. 
b) A instituição do direito real de laje implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje. 
c) O usufruto é inalienável. 
d) Em regra, não há direito de acrescer no usufruto simultâneo. 
Gabarito: B 
a) Correta. É chamado de usufruto impróprio. 
b) Incorreta. Art. 1.510-A, 4 , CC: “A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração 
ideal de terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em áreas já edificadas.” 
c) Correta. Art. 1.393, CC: “Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode 
ceder-se por título gratuito ou oneroso.” 
d) Correta. Art. 1.411, CC: “Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a 
parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses 
couber ao sobrevivente.” 
 
SUPER DICA: 
Quais são os artigos que você não pode esquecer na matéria usufruto? 
Art. 1.393, CC: “Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por 
título gratuito ou oneroso.” 
Art. 1.411, CC: “Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em 
relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao 
sobrevivente.” 
 
 
9- Assinale a alternativa correta: 
 
a) João e José viveram em união estável por 5 anos. Com o término da união, João visa pedir alimentos a 
José. Com base nesses fatos, o pedido deverá ser julgado improcedente. 
b) João e Maria ficaram noivos em 15/12/2015, marcaram o casamento para 15/12/2017, começaram o 
morar juntos em 17/12/2017 e terminaram em 14/12/2017. Nesse contexto, João poderá pedir 
alimentos para Maria, caso necessite, com base na união estável estabelecida. 
c) Ainda que no regime de separação total de bens, o cônjuge não poderá gravar de ônus real seus bens 
imóveis sem autorização do outro. 
d) As dívidas contraídas por um dos cônjuges, decorrentes de empréstimo para aquisição de coisas 
necessárias à economia doméstica, obrigam solidariamente ambos os cônjuges, independentemente de 
autorização do outro. 
Gabarito: D 
a) Incorreta. “É juridicamente possível o pedido de alimentos decorrente do rompimento de união 
estável homoafetiva. De início, cabe ressaltar que, no STJ e no STF, são reiterados os julgados dando 
conta da viabilidade jurídica de uniões estáveis formadas por companheiros do mesmo sexo sob a égide 
do sistema constitucional inaugurado em 1988, que tem como caros os princípios da dignidade da 
pessoa humana, a igualdade e repúdio à discriminação de qualquer natureza (STF: ADPF 132, Tribunal 
Pleno, DJe 14/10/2011; e RE 477554 AgR, Segunda Turma, DJe 26/08/2011. STJ: REsp 827.962-RS, 
Quarta Turma, DJe 08/08/2011; e REsp 1.199.667-MT, Terceira Turma, DJe 04/08/2011). Destaque-se 
que STF explicitou que o julgamento da ADPF 132-RJ proclamou que "ninguém, absolutamente 
ninguém, pode ser privado de direitos nem sofrer quaisquer restrições de ordem jurídica por motivo de 
sua orientação sexual" (RE 477.554 AgR, Segunda Turma, DJe 26/8/2011). De fato, a igualdade e o 
tratamento isonômico supõem o direito a ser diferente, odireito a autoafirmação e a um projeto de 
vida independente de tradições e ortodoxias, sendo a base jurídica para a construção do direito à 
orientação sexual como direito personalíssimo, atributo inerente e inegável da pessoa humana. Em 
outras palavras, resumidamente: o direito à igualdade somente se realiza com plenitude se for 
garantido o direito à diferença. Conclusão diversa também não se mostra consentânea com o 
ordenamento constitucional, que prevê o princípio do livre planejamento familiar (§ 7º do art. 226), 
tendo como alicerce a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) somada à solidariedade social (art. 3º) e 
à igualdade substancial (arts. 3º e 5º). É importante ressaltar, ainda, que o planejamento familiar se faz 
presente tão logo haja a decisão de duas pessoas em se unirem, com escopo de constituírem família. 
Nesse momento, a Constituição lhes franqueia ampla proteção funcionalizada na dignidade de seus 
membros. Trilhando esse raciocínio é que o STF, no julgamento conjunto da ADPF 132-RJ e da ADI 4.277-
 
DF, conferiu interpretação conforme ao art. 1.723 do CC ("é reconhecida como entidade familiar a união 
estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e 
estabelecida com o objetivo de constituição de família") para afastar qualquer exegese que impeça o 
reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como "entidade 
familiar", entendida esta como sinônimo perfeito de família. Por conseguinte, "este reconhecimento é 
de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas conseqüências da união estável 
heteroafetiva". Portanto, a legislação que regula a união estável deve ser interpretada de forma 
expansiva e igualitária, permitindo que as uniões homoafetivas tenham o mesmo regime jurídico 
protetivo conferido aos casais heterossexuais, trazendo efetividade e concreção aos princípios da 
dignidade da pessoa humana, não discriminação, igualdade, liberdade, solidariedade, 
autodeterminação, proteção das minorias, busca da felicidade e ao direito fundamental e 
personalíssimo à orientação sexual. Nessa ordem de ideias, não há como afastar da relação de pessoas 
do mesmo sexo a obrigação de sustento e assistência técnica, protegendo-se, em última análise, a 
própria sobrevivência do mais vulnerável dos parceiros, uma vez que se trata de entidade familiar, 
vocacionalmente amorosa, parental e protetora dos respectivos membros, constituindo-se no espaço 
ideal das mais duradouras, afetivas, solidárias ou espiritualizadas relações humanas de índole privada, o 
que a credenciaria como base da sociedade (ADI 4.277-DF e ADPF 132-RJ). Ora, se a união homoafetiva é 
reconhecidamente uma família e se o fundamento da existência das normas de direito de família 
consiste precisamente em gerar proteção jurídica ao núcleo familiar, parece despropositado concluir 
que o elevado instrumento jurídico dos alimentos não pudesse alcançar os casais homoafetivos, relação 
também edificada na solidariedade familiar, com espeque no dever de cooperação, reciprocidade e 
assistência mútuos (art. 1.724 do CC). De fato, o direito a alimentos do companheiro que se encontra 
em situação precária e de vulnerabilidade assegura a máxima efetividade do interesse prevalente, a 
saber, o mínimo existencial, com a preservação da dignidade do indivíduo, conferindo a satisfação de 
necessidade humana básica. É por isso que a doutrina afirma que a proteção das pessoas "em situação 
de vulnerabilidade e necessitadas de auxílio material encontra suas requisições alimentícias na 
solidariedade familiar, edificada na cooperação, ajuda, contribuição, reciprocidade e na assistência dos 
demais indivíduos que compõem o seu núcleo familiar, pois é dentro das diferentes relações de família, 
sejam elas de origem biológica ou advindas de vínculos afetivos hétero ou homossexuais, que seus 
componentes materializam seus direitos e suas expectativas pessoais". Realmente, o projeto de vida 
advindo do afeto, nutrido pelo amor, solidariedade, companheirismo, sobeja obviamente no amparo 
material dos componentes da união, até porque os alimentos não podem ser negados a pretexto de 
 
uma preferência sexual diversa. O art. 1.694 do CC, ao prever que os parentes, os cônjuges ou 
companheiros podem pedir uns aos outros alimentos, na qualidade de sujeitos potencialmente ativos e 
passivos dessa obrigação recíproca, não exclui o casal homossexual dessa normatização. De fato, a 
conclusão que se extrai no cotejo de todo ordenamento é a de que a isonomia entre casais 
heteroafetivos e pares homoafetivos somente ganha plenitude de sentido se desembocar no igual 
direito subjetivo à formação de uma autonomizada família (ADI 4.277-DF e ADPF 132-RJ), incluindo-se aí 
o reconhecimento do direito à sobrevivência com dignidade por meio do pensionamento alimentar.” 
REsp 1.302.467-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 3/3/2015, DJe 25/3/2015, informativo 588. 
b) Incorreta. “O fato de namorados projetarem constituir família no futuro não caracteriza união 
estável, ainda que haja coabitação. Isso porque essas circunstâncias não bastam à verificação da affectio 
maritalis. O propósito de constituir família, alçado pela lei de regência como requisito essencial à 
constituição da união estável - a distinguir, inclusive, esta entidade familiar do denominado "namoro 
qualificado" -, não consubstancia mera proclamação, para o futuro, da intenção de constituir uma 
família. É mais abrangente. Deve se afigurar presente durante toda a convivência, a partir do efetivo 
compartilhamento de vidas, com irrestrito apoio moral e material entre os companheiros. É dizer: a 
família deve, de fato, estar constituída. Tampouco a coabitação, por si, evidencia a constituição de uma 
união estável (ainda que possa vir a constituir, no mais das vezes, um relevante indício). A coabitação 
entre namorados, a propósito, afigura-se absolutamente usual nos tempos atuais, impondo-se ao 
Direito, longe das críticas e dos estigmas, adequar-se à realidade social. Por oportuno, convém ressaltar 
que existe precedente do STJ no qual, a despeito da coabitação entre os namorados, por contingências 
da vida, inclusive com o consequente fortalecimento da relação, reconheceu-se inexistente a união 
estável, justamente em virtude da não configuração do animus maritalis (REsp 1.257.819-SP, Terceira 
Turma, DJe 15/12/2011).” REsp 1.454.643-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 3/3/2015, DJe 
10/3/2015, informativo 557. 
c) Incorreta. Art. 1.687, CC: “Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração 
exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.” 
d) Correta. Art. 1.643, CC. 
 
10- Assinale a alternativa correta: 
I- A evicção não pode decorrer da perda do bem em decorrência de apreensão por autoridade 
administrativa. 
 
II- Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não 
executar. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da 
sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum 
modo, venha a recair sobre os seus bens. 
III- Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter 
obrigado, faltar à prestação. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
Gabarito: C 
I- Incorreta. “A Turma entendeu que, na espécie, o adquirente do veículo importado ignorava a 
litigiosidade do bem - o veículo circulava no país por força de liminar em mandado de segurança, 
posteriormente cassada - pois os documentos públicos nada registravam, além de pagar o preço de 
mercado ante a omissão do vendedor em avisá-lo das pendências administrativas junto à Receita 
Federal, estando, assim,caracterizada sua boa-fé. Quanto ao exercício da evicção entendeu que a 
autoridade aduaneira que decretou o perdimento do bem, haja vista a circulação ilegal de veículo no 
país, equipara-se à autoridade policial, porquanto exerce o mesmo poder de apreensão. A 
caracterização da evicção se dá pela perda da propriedade e essa perda pode ser em decorrência da 
apreensão de autoridade administrativa, e não apenas por sentença judicial. 
 Precedentes citados: REsp 259.726-RJ, DJ 27/9/2004, e REsp 129.427-MG, DJ 15/6/1998.” REsp 
1.047.882-RJ, Rel. Min. Honildo de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ-AP), julgado em 
3/11/2009. 
II- Correta. Art. 439, CC. 
III- Correta. Art. 440, CC. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
11- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. O 
autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre 
 
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra 
nova. 
b) A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente 
para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. 
c) A priori, é competente o foro de domicílio do guardião de filho incapaz para a ação de divórcio, 
separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável. 
d) É competente o foro do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados ou 
destruídos. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 47, CPC. 
b) Correta. Art. 49, CPC. 
c) Correta. Art. 53, CPC. 
d) Incorreta. Diferentemente do CPC/73, o CPC/15 não possui tal disposição, assim, essa ação deverá ser 
proposta no foro do domicílio do réu. 
 
12- Assinale a alternativa correta: 
I- O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo 
a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. 
II- A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por 
juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação. 
III- Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: de noivos, nos 7 primeiros dias 
seguintes ao casamento. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II está correta. 
Gabarito: B 
I- Correta. Art. 239, §1º, CPC. 
II- Correta. Art. 240, §1º, CPC. 
III- Incorreta. Art. 244, CPC: “Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: 
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso; 
 
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta 
ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; 
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; 
IV - de doente, enquanto grave o seu estado.” 
 
13- Assinale a alternativa correta: 
a) O juiz poderá conhecer de ofício a incorreção do valor da causa, litispendência, convenção de 
arbitragem e coisa julgada. 
b) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito obsta ao 
prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
c) A reconvenção somente pode ser proposta contra o autor. 
d) Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do 
substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto 
processual. 
Gabarito: D 
a) Incorreta. Art. 337, 5 , CPC: “Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o 
juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.” 
b) Incorreta. Art. 343, 2 , CPC: “A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o 
exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
c) Incorreta. Art. 343, 3 , CPC: “A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.” 
d) Correta. Art. 343, § 5º, CPC. 
 
14- Assinale a alternativa correta: 
a) As empresas públicas e privadas, inclusive as micro e pequenas empresas, são obrigadas a manter 
cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e 
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. 
b) Quando, por 3 vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência 
sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua 
falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que 
designar. 
 
c) Serão publicados editais: na ação de usucapião de imóvel rural, apenas; na ação de recuperação ou 
substituição de título ao portador; em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a 
provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos. 
d) Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade 
a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil. Sob pena de 
nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o 
respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da 
sociedade de advogados. 
Gabarito: D 
a) Incorreta. Art. 246, 1 , CPC: “Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as 
empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos 
eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas 
preferencialmente por esse meio.” 
b) Incorreta. Art. 252, CPC: “Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando 
em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar 
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim 
de efetuar a citação, na hora que designar.” 
c) Incorreta. Art. 259, CPC: “Serão publicados editais: 
I - na ação de usucapião de imóvel; 
II - na ação de recuperação ou substituição de título ao portador; 
III - em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a provocação, para participação 
no processo, de interessados incertos ou desconhecidos.” 
d) Correta. Art. 272, CPC. 
 
15- Assinale a alternativa incorreta: 
a) A decisão que julga parcialmente o mérito é impugnável por apelação. 
b) Se considerar intempestiva a apelação contra sentença que indefere a petição inicial ou julga 
liminarmente improcedente o pedido, não pode o juízo a quo retratar-se. 
c) Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o 
juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. 
 
d) Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no 
foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente 
por meio eletrônico. 
Gabarito: A 
a) Incorreta. Art. 356, 5 , CPC: “A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de 
instrumento.” 
b) Correta. Enunciado 293, FPPC. 
c) Correta. Art. 338, CPC. 
d) Correta. Art. 340, CPC. 
 
 
16- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Preenchidos os demais pressupostos, a decisão interlocutória e a decisão unipessoal (monocrática) 
são suscetíveis de fazer coisa julgada. 
b) A coisa julgada sobre a questão prejudicial incidental se limita à existência, inexistência ou modo de 
ser de situação jurídica, e à autenticidade ou falsidade de documento. 
c) Considera-se omissa a decisão quenão justifica o objeto e os critérios de ponderação do conflito 
entre normas. 
d) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando ou beneficiando 
terceiros. 
Gabarito: D 
a) Correta. Enunciado 436, FPPC. 
b) Correta. Enunciado 437, FPPC. 
c) Correta. Enunciado 562, FPPC. 
d) Incorreta. Admite-se que a coisa julgada possa beneficiar terceiros, como no caso do art. 274, CC: “O 
julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável 
aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a 
qualquer deles”. 
 
17- Assinale a alternativa correta: 
I- Não fazem coisa julgada os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva da sentença. 
 
II- A liquidação será realizada por arbitramento, quando houver necessidade de alegar e provar fato 
novo. 
III- Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
Gabarito: D 
I- Correta. Art. 504, I, CPC. 
II- Incorreta. Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à 
sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: 
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela 
natureza do objeto da liquidação; 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.” 
III- Correta. Art. 509, §4º, CPC. 
 
18- Assinale a alternativa correta: 
a) A demarcação e a divisão de terras poderão ser realizadas por escritura pública, desde que maiores, 
capazes e concordes todos os interessados. 
b) No litígio coletivo pela posse de imóvel, a Defensoria Pública será sempre intimada. 
c) Na ação de demarcação de terras, não poderá o juiz determinar a restituição de área invadida, se não 
houver pedido expresso nesse sentido. 
d) No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial 
houver ocorrido há menos de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida 
liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias. 
Gabarito: A 
a) Correta. Art. 571, CPC. 
b) Incorreta. Art. 565, CPC: “No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação 
afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de 
concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) 
dias, que observará o disposto nos §§ 2o e 4o. 
 
§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de 
distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo. 
§ 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será 
intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.” 
c) Incorreta. Art. 581, Parágrafo único, CPC: “A sentença proferida na ação demarcatória determinará a 
restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do prejudicado, ou ambos.” 
d) Incorreta. Art. 565, CPC: “No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação 
afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de 
concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) 
dias, que observará o disposto nos 2o e 4o.” 
 
 
19- Assinale a alternativa correta: 
I- Na oferta dos Embargos à Execução, aplica-se o prazo em dobro no caso de litisconsortes com 
diferentes procuradores pertencentes à escritório de advocacia distintos. 
II- A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública não impede a adjudicação de 
um determinado bem ao credor que executa o devedor comum com substrato em título executivo 
judicial. 
III- No que concerne à proteção da pequena propriedade rural, incumbe ao executado comprovar que a 
área é qualificada como pequena, nos termos legais; e ao exequente demonstrar que não há exploração 
familiar da terra. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
Gabarito: D 
I- Incorreta. Art. 915, CPC: “Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, 
conforme o caso, na forma do art. 231. 
§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da 
juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando 
será contado a partir da juntada do último. 
 
§ 3o Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 
229.” 
II- Correta. “A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública não impede a 
adjudicação de um determinado bem ao credor que executa o devedor comum com substrato em 
título executivo judicial. Inicialmente, cumpre salientar que se o devedor não adimplir 
espontaneamente com as prestações a que se sujeitou, a atuação do Estado é necessária para compeli-
lo a satisfazer o direito de crédito de um determinado credor previsto em um título executivo. Nessa 
hipótese, a fim de evitar que essa atividade estatal seja infrutífera, o ordenamento jurídico prevê meios 
de remediar e precaver essa situação, evitando a gestão ruinosa do devedor sobre seu patrimônio por 
meio de determinadas medidas que atuam sobre seu poder de livremente dispor de seus bens. A 
indisponibilidade é uma dessas medidas destinadas à garantia da satisfação de uma dívida. Trata-se de 
cautelar inominada, deferida com substrato no poder geral de cautela do juiz, por meio da qual é 
resguardado o resultado prático de uma ação pela restrição ao direito do devedor de dispor sobre a 
integralidade do seu patrimônio, sem, contudo, privá-lo definitivamente do domínio. Diferentemente do 
que ocorre na indisponibilidade, no arresto, a perda do poder de disposição incide sobre um 
determinado ou determinados bens porque já se sabe quantos deles serão necessários à satisfação da 
dívida, o que é justificado pelo fato de que sua decretação depende da existência de prova literal da 
dívida líquida e certa. Além disso, o arresto “apenas importa na ineficácia da transmissão dominial” 
(REsp 819.217/RJ, Terceira Turma, DJe 06/11/2009; REsp 487.921/SP, Quarta Turma, DJe 2/5/2013), 
haja vista que a ineficácia se restringirá apenas a um negócio jurídico realizado sobre um bem 
específico, dada sua vinculação à dívida a ser executada. Ademais, diferentemente da indisponibilidade 
cautelar, a inalienabilidade e impenhorabilidade legal e a voluntária incidem somente sobre bens 
determinados, não sobre a integralidade do patrimônio do devedor. Já a expropriação é o ato final da 
execução por quantia certa, consistindo no ato da autoridade judicial por meio do qual se retira 
coativamente a propriedade ou posse de alguém com o objetivo de obter-se a prestação suficiente à 
satisfação do crédito exequendo. Por se tratar de atuação coativa do Estado, a adjudicação não pode ser 
impedida pela cautelar atípica de indisponibilidade de bens, a qual atua sobre o poder de o devedor 
dispor sobre todo seu patrimônio de acordo com sua vontade. Ademais, não havendo um direito de 
preferência especial de um outro credor sobre um bem determinado do devedor, a adjudicação não 
pode ser obstruída pela indisponibilidade, que não impõe a um bem específico a situação de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade, afastando sua sujeição à execução. Caso contrário, se a 
indisponibilidade impedisse a penhora ou a expropriação do bem do patrimônio do devedor, conformeasseverou o i. Min. Ruy Rosado de Aguiar, “o réu com bens indisponíveis receberia um bill de indenidade 
e, uma vez extinta a ação civil, teria conseguido manter o patrimônio livre de execuções, em prejuízo 
dos seus credores, que nenhuma relação têm com os atos que determinaram aquela iniciativa ” (REsp 
418.702/DF, Quarta Turma, DJ 07/10/2002).” REsp 1.493.067-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por 
unanimidade, julgado em 21/3/2017, DJe 24/3/2017, informativo 600. 
III- Correta. “No que concerne à proteção da pequena propriedade rural, incumbe ao executado 
comprovar que a área é qualificada como pequena, nos termos legais; e ao exequente demonstrar que 
não há exploração familiar da terra. A principal questão está em definir a quem pertence o ônus da 
prova em relação aos requisitos da pequena propriedade rural, para fins de impenhorabilidade. Com 
relação à impenhorabilidade da pequena propriedade rural, a proteção ganhou status Constitucional, 
tendo-se estabelecido, no capítulo voltado aos direitos fundamentais, que a referida propriedade, 
"assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento 
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento" (art. 5°, XXVI). A Lei n. 8.009/90 e o ordenamento processual pátrio (CPC/1973, art. 
649, VIII; e CPC/2015, art. 833, VIII), também trataram da questão. Nessa ordem de ideias, exige a 
norma constitucional e a infralegal dois requisitos para negar constrição à pequena propriedade rural: i) 
que a área seja qualificada como pequena, nos termos legais; e ii) que a propriedade seja trabalhada 
pela família. O STJ pacificou o entendimento, com relação ao ônus da prova e ao bem de família, que 
"cabe ao devedor o ônus da prova do preenchimento dos requisitos necessários, para enquadramento 
do imóvel penhorado na proteção concedida pela Lei n. 8.009/90 ao bem de família, quando sua 
configuração não se acha, de pronto, plenamente caracterizada nos autos". Em recente julgado da 
Quarta Turma, definiu-se que, para fins de proteção do bem de família previsto na Lei n. 8.009/90, basta 
o início de prova de que o imóvel é voltado para a família, sendo, depois disso, encargo do credor 
eventual descaracterização. De fato, para fins de hermenêutica, sempre se deve ter em mente que a 
impenhorabilidade do bem de família é irrenunciável, sendo princípio de ordem pública, com escopo de 
proteção da entidade familiar, à luz do direito fundamental à moradia. A regra é a impenhorabilidade, 
devendo suas exceções serem interpretadas restritivamente, haja vista que a norma é voltada para a 
proteção da família e não do patrimônio do devedor. Partindo dessa premissa, assim como ocorre na 
proteção do imóvel urbano, deve ser ônus do executado - agricultor - apenas a comprovação de que o 
seu imóvel se enquadra nas dimensões da pequena propriedade rural. No entanto, no tocante à 
exigência da prova de que a referida propriedade é trabalhada pela família, a melhor exegese parece ser 
a de conferir uma presunção de que esta, enquadrando-se como diminuta, nos termos da lei, será 
 
explorada pelo ente familiar, sendo decorrência natural do que normalmente se espera que aconteça no 
mundo real, inclusive, das regras de experiência (NCPC, art. 375). Isto porque o próprio microssistema 
de direito agrário (Estatuto da Terra; Lei n. 8.629/1993, entre outros diplomas) entrelaça os conceitos de 
pequena propriedade, módulo rural e propriedade familiar, havendo uma espécie de presunção de que 
o pequeno imóvel rural se destinará à exploração direta pelo agricultor e sua família, haja vista que será 
voltado para garantir sua subsistência. Ademais, não é razoável se exigir um minus do proprietário 
urbano (que tem proteção legal) - na qual basta o início de prova de que o imóvel é voltado para a 
residência -, em relação ao proprietário rural, hipossuficiente e vulnerável (com proteção 
constitucional), que, além da prova da pequena propriedade rural, teria um plus a demonstrar, ainda, 
que esta é trabalhada pela família.” REsp 1.408.152-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, 
julgado em 1/12/2016, DJe 2/2/2017, informativo 596. 
 
 
20- Assinale a alternativa correta: 
I- É cabível o ajuizamento de ações possessórias por parte de invasor de terra pública contra outros 
particulares. 
II- A citação, na ação de demarcação de terras, deverá ser realizada pessoalmente por oficial de justiça. 
III- Na ação de demarcação de terras, tratando-se de imóvel georreferenciado, com averbação no 
registro de imóveis, pode o juiz dispensar a realização de prova pericial. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
Gabarito: C 
I- Correta. “É cabível o ajuizamento de aç es possessórias por parte de invasor de terra pública contra 
outros particulares. Inicialmente, salienta-se que não se desconhece a jurisprudência do STJ no sentido 
de que a ocupação de área pública sem autorização expressa e legítima do titular do domínio constitui 
mera detenção (REsp 998.409-DF, Terceira Turma, DJe 3/11/2009). Contudo, vislumbra-se que, na 
verdade, isso revela questão relacionada à posse. Nessa ordem de ideias, ressalta-se o previsto no art. 
1.198 do CC, in verbis: "Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para 
com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas". Como 
se vê, para que se possa admitir a relação de dependência, a posse deve ser exercida em nome de 
 
outrem que ostente o jus possidendi ou o jus possessionis. Ora, aquele que invade terras públicas e nela 
constrói sua moradia jamais exercerá a posse em nome alheio, de modo que não há entre ele e o ente 
público uma relação de dependência ou de subordinação e, por isso, não há que se falar em mera 
detenção. De fato, o animus domini é evidente, a despeito de ele ser juridicamente infrutífero. Inclusive, 
o fato de as terras serem públicas e, dessa maneira, não serem passíveis de aquisição por usucapião, 
não altera esse quadro. Com frequência, o invasor sequer conhece essa característica do imóvel. 
Portanto, os interditos possessórios são adequados à discussão da melhor posse entre particulares, 
ainda que ela esteja relacionada a terras públicas.” REsp 1.484.304-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado 
em 10/3/2016, DJe 15/3/2016. 
II- Incorreta. Art. 576, CPC: “A citação dos réus será feita por correio, observado o disposto no art. 247.” 
III- Correta. Art. 573, CPC. 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
21- Assinale a alternativa correta: 
I- É imprescindível à Defensoria Pública a demonstração de pertinência temática ou de hipossuficiência 
econômica do grupo de eventuais beneficiados individuais. 
II- O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo fundamento seja a 
ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares. 
III- O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos 
pelas sociedades cooperativas. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
Gabarito: D 
I- Incorreta. “O Superior Tribunal de Justiça, ao interpretar os requisitos legais para a atuação coletiva da 
Defensoria Pública, encampa exegese ampliativa da condição jurídica de "necessitado", de modo a 
possibilitar sua atuação em relação aos necessitados jurídicos em geral, não apenas aos hipossuficientes 
sob o aspecto econômico”. 
 
(AgInt no REsp 1694547/ES, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
17/05/2018, DJe 23/05/2018) 
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE.SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES. CONCESSÃO DE AUXÍLIO 
TRANSPORTE.AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS OU INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. 
LEGITIMIDADE ATIVA DA DEFENSORIA PÚBLICA. EXISTÊNCIA. PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. CONCEITO DE NECESSITADO.CONCEPÇÃO AMPLIATIVA PARA ABRANGER OS 
HIPOSSUFICIENTES JURÍDICOS. PRECEDENTE DESTA CORTE. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA 
DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA”. 
(AgInt no REsp 1510999/RS, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
08/06/2017, DJe 19/06/2017) 
 
II- Correta. S 643, STF. 
III- Correta. S 602, STJ. 
 
22- Leia as assertivas abaixo e, ao final, assinale a opção correta: 
I — As vítimas dos acidentes de consumo são consumidoras por equiparação. 
 II — Existente vício redibitório, há casos nos quais os prazos decadenciais para a reclamação, no Código 
Civil, são melhores, para o consumidor, do que os da Lei 8.078 e, em tais hipóteses, aplicar-se-á o Codigo 
Civil. 
III — O prazo prescricional da pretensão à reparação de dano, no Código Civil, é de três anos, enquanto 
no Código de Defesa do Consumidor (CDC) o prazo é de cinco anos, iniciando-se a partir do 
conhecimento do dano e de sua autoria. 
IV - A disciplina da desconsideração da personalidade jurídica, no âmbito do CDC, abarca mais hipóteses 
do que as previstas no Código Civil e, em seu teor literal, poderá incidir sempre que a personalidade 
jurídica for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
a) Todas as assertivas estão corretas. 
b) Apenas a assertiva I é falsa. 
c) Apenas a assertiva II é falsa. 
d) Apenas a assertiva III é falsa. 
Gabarito: A 
 
I – Correto. CDC - Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas 
do evento. "Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço", trata da responsabilidade dos 
fornecedores quando a ocorrência de um acidente de consumo. 
II – Correto. CDC - Art. 26 § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento 
em que ficar evidenciado o defeito. 
III – Correto. CDC - Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por 
fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a 
partir do conhecimento do dano e de sua autoria. 
IV – Correto. CDC - Art. 28. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos 
consumidores. 
A teoria adotada pelo CDC é mais abrangente, chamada de Teoria Menor, que não precisa haver fraude 
ou abuso, aplicável ao Direito Ambiental e do Consumidor. 
 
23- Assinale a alternativa incorreta: 
I- Nos contratos de cartão de crédito, não é abusiva a previsão de cláusula-mandato que permita à 
operadora emitir título cambial contra o usuário do cartão. 
II- É abusiva qualquer cláusula contratual que tenha como consequência a vedação absoluta do custeio 
do serviço do tratamento domiciliar como alternativa de substituição à internação hospitalar. 
III- É abusiva a cláusula penal de contrato de pacote turístico que estabeleça, para a hipótese de 
desistência do consumidor, a perda integral dos valores pagos antecipadamente. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
Gabarito: C 
I- Incorreta. “Nos contratos de cartão de crédito, é abusiva a previsão de cláusula-mandato que 
permita à operadora emitir título cambial contra o usuário do cartão. Inicialmente, é imprescindível 
esclarecer que o instituto jurídico da cláusula-mandato em sentido amplo, inserida nos contratos de 
cartão de crédito, possui três sentidos distintos, que embora decorram da relação de representação 
existente entre os interessados, ensejam efeitos jurídicos e materiais totalmente diversos. O primeiro, 
inerente a todos os contratos de cartão de crédito (tenham eles sido estabelecidos com as instituições 
 
financeiras ou com as administradoras de cartão private label), é aquele por meio do qual a 
administradora/mandatária do cartão se compromete a honrar, mediante eventual anuidade e até o 
limite de crédito estipulado para aquele consumidor/mandante, o compromisso assumido por este 
perante comerciantes ou prestadores de serviços. O segundo, inerente aos contratos de cartão private 
label, refere-se à autorização dada pelo consumidor à administradora do cartão de crédito para que, em 
seu nome, obtenha recursos no mercado financeiro para saldar eventuais dívidas e financiamentos 
advindos do uso do cartão. O terceiro diz respeito à atribuição de poderes às 
administradoras/mandatárias do cartão de crédito para emissão de títulos de crédito em nome do 
consumidor/mandante. Com exceção dos cartões private label, a financeira emissora do cartão concede 
o financiamento, não havendo que se falar em cláusula-mandato para obter recursos no mercado, uma 
vez que a própria administradora de cartão/financeira já dispõe do numerário em caixa para saldar 
eventuais dívidas mediante o financiamento do débito. Já relativamente ao cartão do tipo private label, 
a administradora do cartão de crédito não é um banco, razão pela qual o mandato conferido pelos 
consumidores à operadora, a fim de que esta obtenha recursos no mercado, é elemento essencial para 
se viabilizar o bom andamento do sistema e do ajuste do contrato, porquanto a operadora, no modelo 
de operação ora em evidência, não é detentora de recursos próprios ou alheios, a possibilitar a 
cobertura da dívida contraída pelo usuário que não salda a fatura por completo. Assim, a tomada de 
empréstimo pela administradora em nome de seu cliente, para financiá-lo, é procedimento que 
atende ao interesse do usuário do cartão de crédito, haja vista que busca como intermediária, perante 
o mercado, os recursos necessários ao financiamento do consumidor/mandante. Nesse tipo de 
disposição contratual não se evidencia qualquer abuso de direito, pois a atuação da administradora 
de cartão se dá em favor e no interesse do cliente, que avaliará a conveniência de saldar desde logo o 
valor total cobrado ou efetuar o pagamento mínimo da fatura, parcelando o restante para os meses 
seguintes. Por esta razão, há inúmeros precedentes do STJ assentindo com a validade dessa cláusula-
mandato que possibilita ao mandatário a tomada de recursos perante instituições financeiras, quando 
inserida no bojo do contrato de cartão de crédito (AgRg no Ag 554.940-RS, Quarta Turma, DJ 
16/8/2004; e AgRg no REsp 545.569-RS, Terceira Turma, DJ 31/5/2004). Por outro lado, compreende-se 
por abusiva a cláusula-mandato que prevê a emissão de título de crédito por parte do mandatário 
contra o mandante, haja vista que tal procedimento expõe o outorgante à posição de extrema 
vulnerabilidade, a ponto de converter-se em prática ilegítima, visto que dela resulta um instrumento 
cambial apto a possibilitar a pronta invasão de seu patrimônio por meio da compensação bancária 
direta ou pela via executiva, reduzindo, inegavelmente, a sua capacidade defensiva, porquanto a 
 
expropriação estará lastrada em cártula que, em regra, por mera autorização contratual firmada em 
contrato de adesão, será sacada independentemente da intervenção do devedor/mandante. Sob este 
aspecto, há muito foi sedimentado o entendimento no âmbito do STJ acerca da ilegalidade da cláusula-
mandato destinada ao saque de títulos, consoante se extrai do enunciado da Súmula 60 do STJ, assim 
redigido: "É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no 
exclusivo interesse deste". Isso porque é característica marcante dos títulos de crédito a 
executoriedade, ou seja, a sua autossuficiência jurídica é assegurada tendo em vista os princípios da 
cartularidade, da literalidade e da autonomia. Assim, o valor nele contido é certo, e a transmissão de sua 
titularidade encontra amparo na imunidadedos vícios que não sejam incidentes sobre a própria cártula. 
Esses atributos facilitam, sobremaneira, a obtenção do valor inserido no título, por meio de 
procedimento executivo, que terá limitado campo de defesa, em razão das características intrínsecas ao 
documento executado. Ademais, o saque de título contra usuário de cartão de crédito por parte de sua 
operadora, mediante mandato, não evidencia benefício ao outorgante, pois resulta daí obrigação 
cambial a ser saldada, limitando-se o campo de defesa do titular do cartão quanto à existência da dívida 
ou do quantum devido, uma vez que, lançada a cártula, o questionamento do débito no processo 
executivo é extremamente restrito, face aos atributos e características intrínsecas ao título de crédito. 
Certamente, a supressão da fase cognitiva para a formação dos elementos obrigacionais cambiais 
assumidos em nome do cliente só interessa à operadora de cartão de crédito, porquanto possibilita a 
obtenção de seu crédito de forma mais célere, em detrimento dos princípios da ampla defesa e do 
contraditório. Ora, a regra no instituto do mandato é que o representante deve atuar em nome do 
representado, respeitando e agindo dentro dos interesses do mandante, a fim de que não haja um 
conflito de interesses, tal como o estabelecido quando o mandatário atua em seu próprio interesse, 
celebrando contrato consigo mesmo ou autocontrato. Assim, não pode o representante agir 
objetivando o seu próprio interesse concernente ao saneamento de eventual dívida, pois a cláusula-
mandato para o saque de título cambial, por somente beneficiar ao mandatário, é considerada abusiva. 
A propósito, o núcleo do conceito de abusividade presente no art. 51 do CDC está na existência de 
encargos que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada perante o fornecedor, ou seja, 
funda-se no desequilíbrio das posições contratuais. No caso, a nulidade da modalidade de cláusula-
mandato se verifica em razão de sua potestatividade, uma vez que deixa ao alvedrio do mandatário a 
expedição de cambial, sem que esteja presente a indicação prévia ao usuário do cartão do fator externo 
que concorreu para a emissão da cártula, dando ciência dos moldes segundo os quais fora concebida. 
Não é demasiado referir, também, a ocorrência de situação lesiva aos interesses do usuário do cartão, 
 
quando este for compelido a pagar dívida já quitada, pois, ocorrendo a circulação do título de crédito, o 
consumidor cujo débito perante a operadora do cartão já tiver sido saldado poderá, mesmo assim, ser 
demandado a cumprir a obrigação inserida na cártula por terceiro que dela portar, uma vez que a 
obrigação cambial é autônoma e independente da relação jurídica-base ensejadora da emissão do título. 
Assim, em virtude de a cláusula-mandato permissiva de emissão de título de crédito possibilitar a 
criação de obrigação cambial contra o próprio mandante, em real e efetivo interesse do mandatário, 
evidencia-se a abusividade nos poderes conferidos pelo mandato, mormente porque a atuação do 
mandatário deve ser no estrito benefício do cliente/consumidor/mandante, e não contra ele. Desse 
modo, a cláusula-mandato que possibilita ao mandatário a emissão de cambial contra o mandante, 
mesmo quando inserida nos contratos de cartão de crédito, é inegavelmente abusiva (art. 51, IV, do 
CDC). Cumpre destacar que a declaração de ilegalidade da cláusula-mandato permissiva de emissão de 
cambial, nos contratos de cartão de crédito, não representa risco para a continuidade desse modelo de 
pagamento, porquanto somente a maneira de se prestar a garantia é que sofrerá limitação, não sendo 
admitida a expedição de cártula contra o usuário/consumidor.” REsp 1.084.640-SP, Rel. Min. Marco 
Buzzi, julgado em 23/9/2015, DJe 29/9/2015. 
II- Correta. “Ainda que, em contrato de plano de saúde, exista cláusula que vede de forma absoluta o 
custeio do serviço de home care (tratamento domiciliar), a operadora do plano, diante da ausência de 
outras regras contratuais que disciplinem a utilização do serviço, será obrigada a custeá-lo em 
substituição à internação hospitalar contratualmente prevista, desde que haja: (i) condições 
estruturais da residência; (ii) real necessidade do atendimento domiciliar, com verificação do quadro 
clínico do paciente; (iii) indicação do médico assistente; (iv) solicitação da família; (v) concordância do 
paciente; e (vi) não afetação do equilíbrio contratual, como nas hipóteses em que o custo do 
atendimento domiciliar por dia não supera o custo diário em hospital. De fato, na Saúde Suplementar, 
o tratamento médico em domicílio não foi incluído no rol de procedimentos mínimos ou obrigatórios 
que devem ser oferecidos pelos planos de saúde. Efetivamente, o home care não consta das exigências 
mínimas para as coberturas de assistência médico-ambulatorial e de internação hospitalar previstas na 
Lei 9.656/1998. Ademais, tendo em vista a normatização feita pela Agência Nacional de Saúde 
Suplementar (ANS) sobre a questão (art. 3º, II, III e parágrafo único da Resolução Normativa 338/2013), 
verifica-se que a atenção domiciliar nos planos de saúde não foi vedada, tampouco se tornou 
obrigatória, devendo obedecer à previsão contratual ou à negociação entre as partes, respeitados os 
normativos da Anvisa no caso da internação domiciliar. Apesar disso, deve-se asseverar que, embora os 
planos e seguros privados de assistência à saúde sejam regidos pela Lei 9.656/1998, as operadoras da 
 
área que prestam serviços remunerados à população enquadram-se no conceito de fornecedor, 
existindo, portanto, relação de consumo, o que implica afirmar que as regras do CDC também devem ser 
aplicadas nesses tipos contratuais. Nesse sentido, incide a Súmula 469 do STJ, segundo a qual "Aplica-se 
o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde". Desse modo, ambos os 
instrumentos normativos incidem conjuntamente, sobretudo porque esses contratos, de longa duração, 
lidam com bens sensíveis, como a manutenção da vida. Nesse contexto, verifica-se que o serviço de 
saúde domiciliar não só se destaca por atenuar o atual modelo hospitalocêntrico, trazendo mais 
benefícios ao paciente - pois terá tratamento humanizado junto da família e no lar, aumentando as 
chances e o tempo de recuperação, sofrendo menores riscos de reinternações e de contrair infecções e 
doenças hospitalares -, mas também, em muitos casos, é mais vantajoso para o plano de saúde, já que 
há a otimização de leitos hospitalares e a redução de custos (diminuição de gastos com pessoal, 
alimentação, lavanderia, hospedagem/diárias e outros). Diante disso, será abusiva qualquer cláusula 
contratual que tenha como consequência a vedação absoluta do custeio do serviço do tratamento 
domiciliar como alternativa de substituição à internação hospitalar, visto que se revela incompatível 
com a equidade e a boa-fé, colocando o usuário (consumidor) em situação de desvantagem exagerada 
(art. 51, IV, do CDC). Cumpre ressaltar, entretanto, que o home care não pode ser concedido de forma 
automática, tampouco por livre disposição ou comodidade do paciente e de seus familiares. Nessa 
conjuntura, diante da ausência de regras contratuais que disciplinem a utilização do serviço, a 
internação domiciliar pode ser obtida, não como extensão da internação hospitalar, mas como 
conversão desta. Para tanto, há a necessidade de haver (i) condições estruturais da residência; (ii) real 
necessidade do atendimento domiciliar, com verificação do quadro clínico do paciente; (iii) indicação do 
médico assistente; (iv) solicitação da família; (v) concordância do paciente; e (vi) não afetação do 
equilíbrio contratual, como nas hipóteses em que o custo do atendimento domiciliar por dia não supera 
o custo diário em hospital. Isso porque, nesses casos, como os serviços de atenção domiciliar não foram 
considerados no cálculo atuarial do fundo mútuo, a concessão indiscriminada deles, quandomais 
onerosos que os procedimentos convencionais já cobertos e previstos, poderá causar, a longo prazo, 
desequilíbrio econômico-financeiro do plano de saúde, comprometendo a sustentabilidade das 
carteiras.” REsp 1.537.301-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/8/2015, DJe 
23/10/2015. 
III- Correta. “É abusiva a cláusula penal de contrato de pacote turístico que estabeleça, para a 
hipótese de desistência do consumidor, a perda integral dos valores pagos antecipadamente. De fato, 
não é possível falar em perda total dos valores pagos antecipadamente por pacote turístico, sob pena de 
 
se criar uma situação que, além de vantajosa para a empresa de turismo (fornecedora de serviços), 
mostra-se excessivamente desvantajosa para o consumidor, o que implica incidência do art. 413 do 
CC/2002, segundo o qual a penalidade deve obrigatoriamente (e não facultativamente) ser reduzida 
equitativamente pelo juiz se o seu montante for manifestamente excessivo. Ademais, o STJ tem o 
entendimento de que, em situação semelhante (nos contratos de promessa de compra e venda de 
imóvel), é cabível ao magistrado reduzir o percentual da cláusula penal com o objetivo de evitar o 
enriquecimento sem causa por qualquer uma das partes. Além disso, no que diz respeito à relação de 
consumo, evidencia-se, na hipótese, violação do art. 51, II e IV, do CDC, de acordo com o qual são nulas 
de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que subtraiam 
ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código, ou que 
estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem 
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. Nesse contexto, cabe ressaltar o 
disposto no art. 51, § 1º, III, do CDC: presume-se exagerada a vantagem que "se mostra excessivamente 
onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes 
e outras circunstâncias peculiares do caso". Por fim, cabe afirmar, também, que o cancelamento de 
pacote turístico contratado constitui risco do empreendimento desenvolvido por qualquer agência de 
turismo, não podendo esta pretender a transferência integral do ônus decorrente de sua atividade 
empresarial a eventuais consumidores.” REsp 1.321.655-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 22/10/2013. 
 
24- Assinale a alternativa incorreta: 
a) As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
b) A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. 
c) Em contrato de plano de assistência à saúde, é abusiva a cláusula que preveja o indeferimento de 
quaisquer procedimentos médico-hospitalares quando solicitados por médicos não cooperados. 
d) É abusiva a cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a 
comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de unidade autônoma em 
regime de incorporação imobiliária, ainda que previamente informado o preço total da aquisição da 
unidade autônoma e com o destaque do valor da comissão de corretagem. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 47, CDC. 
b) Correta. Art. 50, CDC. 
 
c) Correta. “Em contrato de plano de assistência à saúde, é abusiva a cláusula que preveja o 
indeferimento de quaisquer procedimentos médico-hospitalares quando solicitados por médicos não 
cooperados. O contrato de plano de saúde, além da nítida relação jurídica patrimonial que, por meio 
dele, se estabelece, reverbera também caráter existencial, intrinsecamente ligado à tutela do direito 
fundamental à saúde do usuário, o que coloca tal espécie contratual em uma perspectiva de grande 
relevância no sistema jurídico pátrio. No âmbito da legislação, a Lei n. 9.656/1998 - a qual versa sobre os 
planos e seguros privados de assistência à saúde - preconiza, logo no art. 1º, I, o seu escopo. É com 
clareza meridiana que se infere da legislação de regência a preponderância do zelo ao bem-estar do 
usuário em face do viés econômico da relação contratual. Até porque não se pode olvidar que há, nesse 
contexto, uma atenta e imperativa análise dos ditames constitucionais, que, por força hierárquica, 
estabelecem o direto à saúde como congênito. Assim está previsto na CF, especificamente em seu art. 
196. Consoante doutrina a respeito do tema, conquanto a Carta da República se refira, por excelência, 
ao Poder Público, sabe-se que a eficácia do direito fundamental à saúde ultrapassa o âmbito das 
relações travadas entre Estado e cidadãos - eficácia vertical -, para abarcar as relações jurídicas firmadas 
entre os cidadãos, limitando a autonomia das partes, com o intuito de se obter a máxima concretização 
do aspecto existencial, sem, contudo, eliminar os interesses materiais. Suscita-se, pois, a eficácia 
horizontal do direito fundamental à saúde, visualizando a incidência direta e imediata desse direito nos 
contratos de plano de saúde. Todavia, o que se nota, muitas vezes, no âmbito privado, é a colisão dos 
interesses das partes, ficando, de um lado, as operadoras do plano de saúde - de caráter 
eminentemente patrimonial - e, de outro, os usuários - com olhar voltado para sua subsistência. Assim, 
para dirimir os conflitos existentes no decorrer da execução contratual, há que se buscar, nesses casos, 
o diálogo das fontes, que permite a aplicação simultânea e complementar de normas distintas. Por isso, 
é salutar, nos contratos de plano de saúde, condensar a legislação especial (Lei n. 9.656/1998), 
especialmente com o CDC, pois, segundo o entendimento doutrinário, esse contrato configura-se como 
um "contrato cativo e de longa duração, a envolver por muitos anos um fornecedor e um consumidor, 
com uma finalidade em comum, que é assegurar para o usuário o tratamento e ajudá-lo a suportar os 
riscos futuros envolvendo a sua saúde". Assim, diante da concepção social do contrato, aquele que 
declara algo referente ao negócio que está prestes a concluir deve responder pela confiança que a outra 
parte nele depositou ao contratar. Isso porque o direito dos contratos assume a função de realizar a 
equitativa distribuição de direitos e deveres entre os contratantes, buscando atingir a justiça contratual, 
a qual se perfectibiliza, pois, na exata equivalência das prestações ou sacrifícios suportados pelas partes, 
bem como na proteção da confiança e da boa-fé de ambos os contratantes. Embora seja conduta 
 
embasada em cláusulas contratuais, nota-se que as práticas realizadas pela operadora do plano de 
saúde, sobretudo negar as solicitações feitas por médicos não cooperados, mostram-se contrárias ao 
permitido pela legislação consumerista. Naquela situação em que o usuário busca o médico de sua 
confiança, mas realiza os exames por ele solicitados em instalações da rede credenciada, não há prejuízo 
nenhum para a cooperativa, haja vista que o valor da consulta foi arcado exclusivamente pelo usuário, 
sem pedido de reembolso. Indeferir a solicitação de qualquer procedimento hospitalar requerido por 
médico não cooperado estaria afetando não mais o princípio do equilíbrio contratual, mas o da boa-fé 
objetiva. De fato, exames, internações e demais procedimentos hospitalares não podem ser obstados 
aos usuários cooperados exclusivamente pelo fato de terem sido solicitados por médico diverso 
daqueles que compõem o quadro da operadora, pois isso configura não apenas discriminação do 
galeno, mas também tolhe tanto o direito de usufruir do plano contratado como a liberdade de escolher 
o profissional que lhe aprouver. Com isso, não resta dúvida da desproporcionalidade da cláusula 
contratual que prevê o indeferimento de quaisquer procedimentos médico-hospitalares se estes forem 
solicitados por médicos não cooperados, devendo ser reconhecida como cláusula abusiva. A nulidade 
dessas cláusulas encontra previsão expressa

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