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EDUCAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS O estudo da disciplina de movimentos sociais objetiva conhecer os principais movimentos sociais no Brasil e suas formas de atuação ao longo da história para compreensão de superação das demandas sociais. Na atualidade, o estudo dos movimentos sociais é compreendido por analistas como representações sociais através de ações mobilizadoras, de mudança social e de lutas de resistências. A presença dos movimentos sociais é uma constante na história política do país, mas ela é cheia de ciclos, com fluxos ascendentes e refluxos. Inicialmente, será de grande importância conhecer o conceito de movimentos sociais, estudar sobre as categorias teóricas utilizadas no Brasil dos anos 70 até os dias atuais. Ambientação à disciplina Sabemos que os movimentos sociais têm sido considerados por vários analistas organizações elementos inovação transformação social. Inicialmente, discutiremos nesse primeiro capítulo sobre o conceito de movimentos sociais nas ciências sociais e as primeiras abordagens entre os anos de 70 e 80 no Brasil. A perspectiva de estudo ajudará na compreensão do percurso histórico, das mudanças ocorridas no mundo e suas consequências sociais, políticas, econômicas e culturais. A proposta agora é estudar sobre o papel do educador social na perspectiva da educação popular como mecanismo de facilitação para os processos de transformações sociais individuais e coletivos. Movimentos Sociais. Problematizando Os movimentos sociais nascem no universo dos processos de interação social dentro da “teoria do conflito e mudança social”. O homem como ser social, através dos processos de interação social acaba por não se adaptarem as estruturas, e isso acaba gerando desajustes e conflitos. Os movimentos nasciam neste universo e eram vistos como elementos destrutivos a ordem social vigente. Conceito de movimento social na bibliografia geral das ciências sociais As doutrinas do interacionismo simbólico norteamericano viram os movimentos como problemas sociais, um fator de disfunção e ordem. Elas se preocupavam em entender o comportamento dos grupos sociais. Os movimentos nasciam neste universo, vistos como elementos destrutivos a ordem social vigente. Portanto, a temática dos movimentos sociais é uma área clássica de estudo da sociologia e da política, tendo lugar de destaque nas ciências sociais. Nos anos 50 e 60, abordavam os movimentos no contexto das religiosos seculares, reformistas revolucionários, violentos pacíficos. O principal sujeito desses movimentos era a classe trabalhadora, por isso a maioria dos estudos empíricos teve como objeto o movimento operário, os sindicatos e os partidos políticos. Na Europa, a onda dos chamados novos movimentos sociais , a investigação. Com enfoques metodológicos distintos, os pesquisadores criticaram as abordagens macroestruturais, que se detinham excessivamente na análise das classes sociais como categorias econômicas e criticaram os estudos clássicos marxistas, que só se preocupavam com as ações da classe operária e dos sindicatos deixando de lado as ações coletivas de outros atores sociais relevantes. É bom lembrar que muito antes da elaboração sistemática da teoria dos, no paradigma europeu, que surgiu no rastro da revisão das teorias marxistas, os movimentos sociais já tinham ganhado estatuto teórico de eixo temático na análise da realidade social na América. Chegamos então nos anos 80 com um panorama mundial das formas de manifestação de movimentos sociais bastante alterados. Unidos, pela estruturação dos movimentos feministas, pela revolta contra as guerras e armas nucleares. No Brasil, as mudanças advindas com a globalização da economia e a institucionalização dos processos gerados no período da redemocratização levaram ao surgimento de um novo ciclo de movimentos e lutas, menos centrados na questão dos direitos e mais nos mecanismos de exclusão social. O que são movimentos sociais: questões conceituais Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de rede sociais, locais, regionais, nacionais e internacionais, utilizando de novos meios de comunicação e informação, como a internet. Conforme a autora, citado por Touraine, assegurou que movimentos sociais são o coração, o pulsar da sociedade, eles expressam energias de resistência ao velho que os oprime e fontes revitalizadas para construção do novo. Energias sociais que antes dispersas são canalizadas e potencializadas por meios de suas práticas, o que Gohn chama de “Fazeres Propositivos”. Entretanto, não pudemos ignorar que existem tipos de movimentos conservadores, fundamentados muitas vezes, xenofobias nacionalistas, religiosas, raciais, etc. A autora afirma que esse tipo de movimento social não querem as mudanças sociais emancipatórias, mas impor as mudanças segundo seus interesses particularistas, pela força, utilizando a violência como estratégia principal em suas ações. Já os movimentos sociais progressistas atuam segundo uma agenda libertadora, realizam análises sobre a realidade social e constroem propostas. Eles constituem e desenvolvem capacidades e poder de atores da sociedade civil organizada, no momento que criam sujeitos sociais para a ação em rede. Elas se referem a um tipo de relação social e atuam segundo objetivos estratégicos, produzindo articulações com resultados relevantes para os movimentos sociais e para a sociedade civil em geral . A autora explica que existem redes de diferentes tipos são elas Redes de entidades afins, como as redes de . Nesse novo milênio, os movimentos sociais estão retornando à cena e à mídia. Exigência pela ética na política e cuidado sobre a ação estatal/ governamental. Os movimentos construíram uma compreensão sobre a questão da autonomia, diferente do que existia nos anos 80. Conforme Maria da Glória Gohn , atualmente, ter autonomia não é ser contra tudo e todos, ou estar isolado e de costas para o Estado, atuando no limite do instituído, e sim, ter autonomia é principalmente, ter planos estratégicos a partir de um projeto coletivo e pensar os interesses desse coletivo, envolvidos com uma autodeterminação. É termos metas e programas, com olhar crítico e com proposta de resolução para os problemas e conflitos envolvidos nas realidades, onde o grupo está inserido, com flexibilidade para provocar a inserção dos que ainda não participam e tem desejo de participar e de mudar as coisas da forma como estão. Por fim, ter autonomia é ter pessoas capacitadas para representar os movimentos e negociações nos fóruns de debates. Uma concepção democrática que visa fortalecer a sociedade civil apontando caminhos para a construção de uma nova realidade sem desigualdades e respeitando as diversas realidades culturais. Ainda nos anos 90, surgiram outros novos conceitos, gerados no interior de outros movimentos sociais, como a cidadania planetária, sustentabilidade democrática, participação cidadã, etc. . Vamos mostrar nesse momento, um mapeamento das produções bibliográficas brasileiras dos movimentos urbanos no final do século XX. Um dado muito importante que apontamos é que a maioria dos estudos realizados nos anos 80 e 90 houve declínio do interesse pelo estudo dos movimentos em geral e principalmente pelos populares. Mudanças substanciais na política em plena República no Brasil provocam contradições da sociedade e fazem com que os profissionais das áreas sociais tenham interesse pela temática. No final dos anos 70, no Brasil, os novos movimentos sociais, movimentos populares urbanos, ganham peso. A categoria trabalhada era autonomia como uma estratégia política por detrás dos movimentos populares. A abordagem do paradigma marxista enfatiza mais os aspectos estruturais e analisa questões de reprodução da força de trabalho, do consumo coletivo, da importância estratégica dos movimentos para mudanças no próprio estado capitalista. A relação dos movimentos com o Estado era vista em termos de incompatibilidade e aversão. Dos movimentos populares. No campo das práticas, iniciou-se o interesse por outros tiposde movimentos sociais, tais como o das mulheres, os ecológicos, os dos negros, índios, etc. eles ganharam expressão nesta época, embora já fossem lutas antigas. O novo passou a ser referência para movimentos que suas necessidades estavam pautadas no campo dos direitos sociais tradicionais , para a igualdade e liberdade. O denominador comum nas análises dos novos movimentos sociais no Brasil foi à abordagem culturalista, em sobrepondo a marxista, presente com maior força na análise dos movimentos populares. Conforme a autora, no inicio da década de 80, novos tipos de movimentos foram criados, fruto da conjuntura política econômica da época. Foram os movimentos dos desempregados e das diretas já, que se definiam no campo da ausência do trabalho e na luta pela mudança do regime político brasileiro, relativas ao plano moral, da ética na política. Abordagens nos anos 70 e 80 no Brasil até a atualidade No final da década de 70 e partir da década de 80, os movimentos sociais populares ficaram famosos e representaram articulações dos grupos de oposição ao regime militar, especificamente pelos movimentos de base cristã, sob a inspiração da Teologia da Libertação . Inicialmente, houve uma diminuição das manifestações nas ruas que eram visíveis aos movimentos populares nas cidades. É fato que nos anos 70 e 80, os movimentos cooperaram para as aquisições de novos direitos sociais, que foram inscritos em leis da Nova Constituição Brasileira de 1988. Moradia, pela Reforma Urbana, pela Participação Popular, etc. Esses fóruns colocaram a prática de encontros nacionais gerando diagnósticos dos problemas sociais e criando estratégias de resoluções. Outro fato que marcou os anos 90, em relação ao organizativo, foi à criação da Central dos Movimentos Populares, que estruturou vários movimentos populares em nível nacional, como exemplo, a luta pela moradia. Muitas ações apareceram como respostas às crises socioeconômicas, agindo mais nos grupos de pressão do que nos movimentos sociais estruturados. Os jovens geraram inúmeros movimentos culturais, especialmente na área da música, destacando temas de protesto. Enfatizamos três outros movimentos sociais importantes na década de Os movimentos contra a violência, nos centros urbanos, são mais focalizados, pois partem de grupos e ações localizadas, motivados por perdas de entes queridos, passam a criar redes e mobilizam as associações comunitárias dos bairros. Nos anos 90, eles criaram e desenvolveram redes com outros sujeitos sociais . Os movimentos populares criaram e fortaleceram a construção de redes sociais. Ocorreram alterações profundas no cotidiano da dinâmica interna dos movimentos populares. Saíram do nível das reivindicações para um nível mais operacional, propositivo, incorporando práticas. Como exemplo temos os Fóruns e a institucionalização de espaços públicos importantes, como os diferentes conselhos, criados nas esferas municipais, estaduais e nacional. A autora assinala que, Resulta desse processo uma identidade diferente, construída a partir da relação com o outro, e não centrada exclusivamente no campo dos atores populares. ONGs e a participação das políticas públicas . Ainda fazendo parte dos movimentos populares urbanos, a luta pela moradia continuou ter importância. Uma dela tornou-se institucionalizada, atuando no plano jurídico, obtendo resultados importantes como o estatuto da Cidade. A quarta categoria de luta pela moradia foi representada pelos moradores de rua, vivendo sob pontes, marquises, praças. Esses moradores aumentaram significativamente nos anos 90, em termos de número e locais de ocupação. Conforme Gohn , muitos desses moradores foram angariados pelo MST para fazer parte dos seus acampamentos e ocupações rurais. O MST é o mais famoso dentre os 20 movimentos sociais populares rurais do Brasil na atualidade. Os movimentos rurais tiveram, nos anos 90, mais visibilidade e importância política que os movimentos sociais populares urbanos. Ainda, existiram os movimentos dos transportes, das creches da educação, ambientalistas, dentre outros. A partir dos movimentos citados e analisados, observamos que o perfil dos movimentos sociais foi alterado pela própria mudança da conjuntura política, na qual se redefiniram em função das mudanças. Por esse motivo os movimentos dos anos 90, passaram a atuar em rede e em parceria com outros atores sociais dentro da institucionalidade redefinido suas relações para continuarem atuando em busca da igualdade e inclusão social. Foi sob a inspiração dos valores humanos fundamentais que ocorreram as revoluções burguesas, nos séculos XVII e XVIII, onde acreditaram que através da imposição de limitações ao poder pessoal dos governantes e a eliminação de privilégios da nobreza, dariam lugar a uma nova ordem social justa, uma sociedade de pessoas livres e iguais. A marca da sociedade do século XVIII foi à supremacia absoluta para a riqueza material, privilégios políticos e sociais para os detentores do poder e egoísmo em lugar de fraternidade e solidariedade, criando distâncias enormes entre o pobre e o rico. Dalmo Dallari afirma que, “é no contexto dos conflitos entre as diferenças econômicas, políticas e sociais, que nasce a necessidade de mudanças em uma determinada realidade de uma sociedade”. Só que a economia capitalista continuou forte e provocou um processo de conflitos, fazendo aparecer o Estado de bem-estar social. Estamos tentando explicar toda esta polêmica em torno da exclusão na contemporaneidade, baseada não numa visão conceitual ligada ao modismo que está sendo tão usado atualmente, mas numa visão mais realista, onde o conceito estará ligado à própria prática vivencial da humanidade, onde Demo citado por Paugam, explica esta polêmica da seguinte forma “o sucesso da noção de exclusão é , em parte, ligado à tomada de consciência coletiva de uma ameaça que pesa sobre franjas cada vez mais numerosas e mal protegidas da população” . A exclusão passa a ser um fenômeno típico da atual fase do capitalismo, onde o setor social não consegue se integrar no desenvolvimento capitalista. Na educação, o processo de exclusão também está presente, onde o capitalismo provoca a promoção da educação para a qualificação do trabalho. pobre, onde alguns teóricos da exclusão desenvolvem uma luta vazia em torno dos significados, sem raiz na prática dos que lutam pela vida, “uma ação que se reduz ao discurso que não se nutre do vivido”. Que a ideia de exclusão é pobre e insuficiente, onde se discute a exclusão e deixa de se discutir as formas de pobres, as formas indecentes de inclusão. Consequentemente, surge uma conceituação rotuladora, onde os militantes envolvidos na batalha pedagógica pela luta da igualdade social, através de seu idealismo, não derivam os conceitos da práxis, mas procuram fazer da práxis a realização dos conceitos, provocando uma “coisificação conceitual”. Para conceituar exclusão, o autor, tenta fazer uma leitura da realidade reflexiva, sem pré-julgamentos e sem arrogância. Adota uma linha de trabalho baseado numa perspectiva sociológica política, antieconomicista, onde provoca uma reflexão política entre sociedade e o Estado, defendendo que este é o âmbito de reivindicação de exigências dos direitos sociais, das vítimas da exclusão. Martins defende a fetichização da ideia de exclusão, onde todos os problemas sociais passam a ser atribuídos mecanicamente a exclusão. Implicam esta inclusão, que não são políticas de exclusão. Uma nova sociedade não mais gerada pelo aparecimento das classes sociais, pois resulta no fim das possibilidades de ascensão social. Esse momento da passagem de exclusão para o momento de inclusão está se transformando em um modo de vida e está criando uma grande massa de população sobrante. Sendo assim, a compreensão da realidade social exige das ciências sociais um esforço permanente de crítica dos conceitos utilizados nas análises da sociedade. Espera-se que, frente às alterações que estas realidades sociais vêm sofrendo ao longo do tempo, façam emergir novosconceitos que melhor se relacionem às mudanças, dando lugar à forma como os problemas sociais se manifestam ou nos fatores que os determinam. O papel do educador social na condução do processo de inclusão, integração e participação das comunidades. O contexto político-social e econômico do Brasil no final dos anos 80, influenciado pela política social europeia, impôs ao Brasil situações desconfortáveis e comprometedoras de seu processo de desenvolvimento social. É que o processo de globalização tem o poder de provocar diferentes situações de desigualdades sociais. Tal processo tem afetado as mobilizações e organizações sociais no cotidiano da realidade dos movimentos sociais, contribuindo para a ampliação das desigualdades e exclusões sociais, associadas à perda dos direitos sociais e trabalhistas. Entretanto, um significativo contingente de atores sociais tem se utilizado dessa realidade política e social, para desenvolver ações que favorecem poucas interferências na transformação da sociedade. Porém, muitas vezes, esses projetos sociais revelam interesses de classes, beneficiando aos grupos sociais favorecidos e negligenciam aos interesses comunitários. Nesta compreensão, o educador social engajado na luta pelas transformações da realidade concreta, exerce papel fundamental na construção de novos caminhos históricos, atuando sobre as causas que originam os problemas, buscando medidas preventivas, atentando para a elaboração de projetos sociais que respondam às necessidades do coletivo, a partir do comprometimento dos sujeitos sociais em busca de objetivos comuns que, ao longo do processo histórico, consiga erradicar as desigualdades e as exclusões sociais existentes. Logo, a atuação dos projetos sociais deve assumir a forma de uma atuação preventiva, e para tal, deve atuar sobre as causas. Pensando na atuação social com esta orientação, no sentido de prevenção e erradicação das desigualdades e desvantagens nas nossas sociedades, devemos ter bastante cuidado e estar atentos aos objetivos e instrumentos para a realização dos projetos sociais. Já no contexto educacional, dentro de uma perspectiva pedagógica de estruturação, mobilização conscientização comunidade torna-se fundamental, a presença do educador social. O educador social favorece ao desenvolvimento de uma consciência crítica de caráter intencional para a produção de impactos e iniciativas e sua ação deve ser permeada pelos valores humanistas. Desse modo, o ambiente social, político e cultural vai implicando na geração sempre mais, de processos educativos. Por fim, a análise dos fenômenos sociais deve ser consistentemente bem alicerçada num conjunto sólido de conceitos, acompanhada de reflexão crítica sobre adequação desses projetos sociais sob os fenômenos analisados, devendo este trabalho social ser reavaliado e reajustado a nossa realidade, de forma continuada, exigindo uma constante revisão de sua práxis para que possam proporcionar bons resultados. O êxito, neste sentido, será alcançado em face da possibilidade concreta de realizar mudança e transformação social. A Pedagogia Social está referenciada como uma política que atua numa formação para atuação na área social na intervenção, propiciando a criação de ações orientadas e intencionais. O objeto da Pedagogia Social é a própria intervenção na realidade social, numa análise da sociedade e do indivíduo. A expansão da ação da pedagoga social ocorre na educação não formal, é o conjunto de processos, meios e instituições específicas, organizadas em função de objetivos explícitos de formação e instrução que não estão diretamente vinculados à obtenção de graus próprios do sistema educativo formal. Então, se nos anos 1960 e 1970, os movimentos populares foram marcados pela luta de contestação ao sistema contra a concentração de riqueza, de poder, de injustiça, do autoritarismo, os anos 1980 trazem à cena agentes sociais com nova natureza, nova lógica. Já os anos 1990, caracterizaram-se pela exacerbação do eu, do desejo, da subjetividade, da descrença política, do recuo aos movimentos sociais, favorecendo surgimento liberalismo fortalecimento do capitalismo. Os processos educativos, sejam formais ou não formais, contribuem para o repensar das relações de trabalho, seja no processo de convivência social, seja na produção de sua sobrevivência e afirmação, seja na relação com a natureza ou com os demais seres humanos, o homem elabora conhecimento, processa educação, aprende e desenvolve capacidades. Diferença entre pedagogia e educação A pedagogia se ocupa do estudo sistemático da educação, ou seja, do ato educativo, da prática educativa. A educação informal são ações e influências exercidas pelo meio, pelo ambiente sociocultural, através das relações dos indivíduos e grupos que não estão ligadas a uma instituição, nem são intencionais e organizadas. Já a educação não formal, é realizada em instituições educativas fora dos marcos institucionais, mas com certo grau de sistematização e estruturação. A educação formal compreende as instituições de formação, escolares ou não, onde há objetivos explícitos, é sistematizada e intencional e organizada. A partir da complexidade em nossa sociedade e das diversas ações educativas o conceito de educação torna-se ampliado afetando a própria pedagogia. Numa visão funcionalista, a educação é compreendida como algo que se transmite que se repete e que é imutável, dando uma ideia que a educação será sempre a mesma para uma mesma sociedade. Mas a educação também é uma prática ligada à produção e reprodução da vida social, e o acontecer educativo corresponde à ação e ao resultado de um processo de formação de sujeitos a partir das exigências impostas num determinado contexto social. “Conforme Demo , citado por Dewey , a educação não é preparação para vida é a própria vida”. É representada como uma constante reconstrução de nossas experiências vividas. Para a concepção culturalista, a educação é uma atividade cultural dirigida para formação das pessoas a partir da transmissão de bens culturais, ou seja, um modo de ser subjetivo da cultura. Já a concepção ambientalista joga o meio externo como toda força de atuação sobre o indivíduo. Encontramos diversas formas de compreensão da educação, umas colocam o ideal educativo fora do indivíduo outras identificam com o desenvolvimento individual. Mas essas definições se movem em torno de uma visão individualista e liberal de educação. A educação está inserida no processo de desenvolvimento pessoal e de relação interpessoal, mas também, inserida no conjunto das relações sociais, econômicas, políticas, culturais numa determinada sociedade. Esse vínculo da prática educacional com prática social faz com que a educação fique subordinada aos interesses dos grupos sociais e daí tende a representar interesses dominantes e ser transmissora das ideologias que responde a esses interesses. Partindo da concepção crítico-social sobre a educação, é compreendida como um conjunto de processos formativos que acontecem no meio social, podendo ser intencional ou não, sistematizado ou não, institucionalizado ou não. Quando nos referimos à intencionalidade da educação estamos nos referindo a uma prática social para potencializar a atividade humana, tornandoa mais rica, produtiva, visando o desenvolvimento a partir dos processos de transmissão e apropriação dos conhecimentos, valores, habilidades, técnicas, organizadas para esse fim. A família, a escola, as instituições e grupos sociais fazem parte dessa educação intencional. A educação não formal e a construção da cidadania Em 1990, ela se destacou devido às mudanças na economia, na sociedade e no mundo do trabalho. Começou a dar importância aos processos de aprendizagem coletiva, aos valores culturais, exigindo de novas habilidades para além da sala de aula. Nesse cenário, o modelo desenhado pela Organização das Nações Unidas , adotado para área da educação, passou a vigorar com toda força. Os cursos entram para fazer parte do modelo econômico vigente, na nova sociedadeglobalizada, que priorizam o interesse do capital internacional em detrimento do desenvolvimento nacional. Uma educação que requer reciclagem, aperfeiçoamento, atualização e especialização emergindo mais nas áreas do terceiro setor que é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. É nesse sentido que a educação não formal ganha importância, porque envolve a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos. Ela capacita os indivíduos para o mundo do trabalho por meio da aprendizagem de habilidades e potencialidades. Existem dois campos de atuação da educação não formal, um que abrange a área da educação popular e educação de jovens e adultos destinados a transmitir conhecimentos diferentes dos planejados nas escolas e o outro que abrange a educação voltada para o processo de participação social não voltado para educação de conteúdos. Na educação não formal a cidadania é o objetivo principal, e se caracteriza seu caráter voluntário, promovem socialização, solidariedade, visa desenvolvimento humano, político, social e econômico, preocupa-se com a mudança social, favorecem a participação descentralizada, proporcionam projetos de intervenção e a aprendizagem se dá pela prática social através de vivências de situações problema. Ao estudarmos a educação não formal, desenvolvida nos grupos sociais organizados ou movimentos sociais devemos atentar para as questões metodológicas e os modos de funcionamento. Precisamos estar prontos para escutar as falas e também o silêncio que acompanha aquela fala. Dessa forma, se queremos pensar dialeticamente a educação temos que refletir sobre o homem como ser histórico e suas relações sociais, ou seja, considerar o homem como conjunto das relações sociais. Educar para solidariedade: o homem como problema ético Dessa forma, a luta pela justiça tem relação em muitos aspectos, com a educação para a cultura da solidariedade. Gostaria de inserir a ideia de educação como humanização, socialização e singularização. É imprescindível um impulso ético para a construção do bem comum. O objetivo da educação é formar pessoas adultas, solidárias e abertas para o mundo plural e a formação profissional deve vir depois de tudo isso. Os trabalhos em educação falam sobre eixos transversais, a transversalidade. Alguns compreendem que a transversalidade está no âmbito da ética, ou seja, dos valores básicos para a vida e a convivência – a educação de valores. Ter direito moral em face de alguém significa que há outro indivíduo que tem obrigação moral para comigo. Toda educação de valores deve estar em relação dinâmica com a realidade das pessoas. Muito acostumados a um sistema educativo que privilegia os conteúdos conceituais em detrimento dos procedimentos das atitudes, para se trabalhar na educação para solidariedade, será necessário articular o desenvolvimento de capacidades críticas e analíticas. Devemos entender a educação como um direito e não como instrumento de desenvolvimento econômico e social e nem é preparação para o mercado de trabalho, mesmo que possa contribuir para formação profissional. A educação é um instrumento importante para a luta pelo direito, pela paz, contra a discriminação, exploração e degradação do ser humano. Estes só podem ser conquistados por meio de lutas por uma sociedade e por um mundo solidário na educação, o processo de exclusão também está presente, onde o capitalismo provoca a promoção da educação para a qualificação do trabalho. A cartilha neoliberal indica a reorientação do modelo educacional, onde a educação passa a ser vista como um bem a ser consumido, baseada numa proposta de mercantilização da educação, comprometendo o desenvolvimento político ideológico da humanidade, promovendo a total ignorância e submissão. não devem ser somente beneficiados da educação, devem participar ativamente por meio do debate público. A exclusão está na realidade social de nosso país, onde a sociedade se coloca autoritária e hierarquizada em relação aos direitos do homem. Não basta falar dos Direitos Humanos, devemos ter disposição para respeitar e fazê-los respeitar. Através da educação para solidariedade e para os direitos humanos os excluídos adquirem consciência dos direitos e começam a lutar por eles. É respeitando o direito ao sentido que a educação contribuirá para construção de um mundo solidário. Explicando melhor com a pesquisa Este artigo tem como objetivo resgatar o reconhecimento histórico dos movimentos sociais e da participação popular como elementos fundamentais na conquista. Propomos também a leitura do artigo: Desafios dos movimentos sociais hoje no Brasil / Challenges of social movements in Brazil today. Saiba mais Nesta entrevista o professor Nildo Viana explica a relação que ele tem com seus estudos sobre o marxismo. Nesta entrevista Regina Weber aborda sobre o capitalista como uma elite que não se vê como responsável pela miséria da população e tende a perpetuar desigualdades e injustiças sociais. Vendo com os olhos de ver Neste vídeo os movimentos sociais trazem para o conjunto da sociedade uma noção de cidadania e participação popular. Movimentos Sociais no séc. Neste vídeo são abordados os desafios e as conquistas dos movimentos sociais no século XXI. Na Europa, a onda dos chamados novos movimentos sociais - NMS, a investigação. Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de rede sociais, locais, regionais, nacionais e internacionais, utilizando de novos meios de comunicação e informação, como a internet. Foi sob a inspiração dos valores humanos fundamentais que ocorreram as revoluções burguesas, nos séculos XVII e XVIII, onde acreditaram que através da imposição de limitações ao poder pessoal dos governantes e a eliminação de privilégios da nobreza, dariam lugar a uma nova ordem social justa, uma sociedade de pessoas livres e iguais. O que não aconteceu, pois houve uma tremenda distorção em relação à liberdade e igualdade dos direitos do cidadão. Aos direitos humanos. O FMI e o Banco Mundial realizam acordos todos Conforme o conteúdo estudado defina e diferencie pedagogia e educação.