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Aulas: Teoria das Relações Internacionais Prof. Dr. Thales Castro Manuel Castells, A Sociedade em Rede – “O Espaço de fluxos” Amartya Sem, Desenvolvimento como Liberdade – Prêmio Nobel de Economia Primeiras provocações teóricas: RELAÇÕES INTERNACIONAIS: O QUE SÃO E ONDE ESTÃO? COMUNIDADE E DIREITO INTERNACIONAL: O QUE SÃO E ONDE ESTÃO? A ONU NO SEU JUBILEU DE 75 ANOS: HÁ O QUE COMEMORAR? COMO AS TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NOS AJUDAM A COMPREENDER E PROCESSAR TODOS ESSES FATOS COMPLEXOS DA REALIDADE INTERNACIONAL? Metodologia Epistemologia das Relações Internacionais • O EMPIRISMO • O RACIONALISMO descrever explicar, prever prescrever GAR REALIDADE? TEORIA? • Palavras-chaves: modelo, ideia sistematizada; concepção ideal; tese científica; ferramenta de apoio para compreendermos a realidade; mentalização factível; modelo Ideias sistematizadas com rigor e método - Teoria Ideias... Narrativas... Divagações imprecisas... (não sistematizadas sob a ótica científica) IDEIA (sistematizada com rigor metodológico) TEORIA (Sistematização da ideia coesa por meio de Premissas - hipóteses e problematização) PARADIGMA (Ou “Escola de Pensamento”) (Maturação temporal e aceitação da teoria por uma comunidade acadêmica) LEI (Prova científica do paradigma por meio de modelo objetivo com ampla aceitação) As quatro grandes funções de uma teoria... Contextualizando as quatro grandes funções de uma teoria, segundo Castro (2016) Delacroix – A Liberdade Guiando o Povo (1830) Fenomenologia das Relações Internacionais Tudo aquilo que se apresenta e que deve ser estudado como objetos mentais ideais em si mesmo... Uma introdução ao estudo das RI – suas estruturas como se apresentam e se manifestam aos sujeitos cognoscentes. O Cartão de Visitas: O mundo • Unidades políticas reconhecidas (ONU): 193 Estados – 2019 • Área total: 149 milhões de km2 – 11% de terras aráveis • População:7,56 bilhões de habitantes • Crescimento populacional global: 1,08% • Principais línguas em porcentagem: 11.82% Mandarim, 11,82%; Espanhol, 5.77% ; Inglês, 4.67% Árabe, 3.3%; Hindi, 2.71%; Bengali, 2.69% Português, 2.83%; Russo, 2.33%; Japonês e 1.7 %; Alemão 1.09% • Maiores cidades do mundo: Tóquio (Japão) - 38,001,000; New Delhi (Índia) - 25,703,000; Shanghai (China) - 23,741,000; São Paulo (Brasil) - 21,066,000; Mumbai (Índia) - 21,043,000; Cidade do México (México) - 20,999,000; Beijing (China) - 20,384,000; Osaka (Japão) - 20,238,000; Cairo (Egito) - 18,772,000; New York-Newark (EUA) - 18,593,000 (2015) • Expectativa de vida: 68,7 anos (66 anos homens; 70,8 mulheres) • Taxa de alfabetização do mundo: 86,1% (89% homens; 82% mulheres_ • Religiões: 33,3 % cristãos; 21% islâmicos; 13% hinduístas; 5,8% budistas; 0,23% judeus • PIB Agregado: 127,8 trilhões de USD (PPC) – 81 trilhões de USD (nominal / câmbio) • Renda per capita (PPP): 17.500 USD • PEA: 3,56 bilhões de pessoas • Taxa de desemprego mundial (média – 2019): 8,5% • Produção mundial de petróleo: 84,2 milhões de bpd • Consumo mundial de petróleo: 83,2 milhões de bpd Fonte: CIA WORLD FACTBOOK 2019 Os Vários Cartões de Visitas: O mundo natural... (geofísico) O Mundo político (linhas demarcatórias: fronteiras, divisas e limites) O Mundo à noite (atividade e presença humana em grandes centros populacionais...) O Cartão de Visitas: É o mundo isonômico (igualitário) ou hierarquizado em parâmetros de poder (credenciais primárias de poder - CPP)? ÁREA FÍSICA ECONOMIA (PIB real / PPC) (Variável estática) (Variável dinâmica) POPULAÇÃO (Variável dinâmica) Fenomenologia e Posicionamento da Ciência das RI com outras ciências “Ciência é todo objeto de certeza apodítica” Kant ser humano vida gregária relações de poder Síntese multidisciplinar O macroambiente internacional – cenário, sistema, sociedade ou comunidade internacional? • Nominar • Cenário Internacional? Sistema Internacional? • Comunidade internacional? • Sociedade Internacional? A Politicidade das Relações Internacionais e os KFPI (Capitais de força-poder-interesse) Extirpando as visões românticas (românticas, idílicas, jusnaturalistas, principistas) sobre a natureza da política e do constitucionalismo... “Finis politica urbanum bonum est.” Santo Agostinho versus... “Política é a arte do possível, ciência do relativo.” Bismarck “Portanto, é preciso ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para aterrorizar os lobos. Os que se limitam, simplesmente, ao leão não governam...” Maquiavel, O Príncipe FORÇA PODER INTERESSE Consulta ao Dicionário de Política de Bobbio sobre esses termos: A Politicidade das RI – Entre Maquiavel (“Sein” – Realismo na forma de um cenário internacional anárquico) e Kant (“Sollen” – Idealismo de uma comunidade internacional) “O HOMEM É NATURALMENTE UM ANIMAL POLÍTICO” ARISTÓTELES “POLÍTICA É QUEM GANHA O QUE, QUANDO E COMO” HAROLD LASSWELL “SOMOS TODOS IGUAIS PERANTE O DEVER MORAL.” IMMANUEL KANT “POLÍTICA É GUERRA POR OUTROS MEIOS” MICHEL FOUCAULT “POLÍTICA É A ARTE DO POSSÍVEL, A CIÊNCIA DO RELATIVO” BISMARCK X - "Os homens ofendem mais aos que amam do que aos que temem." - "O desejo de conquista é algo natural e comum; aqueles que obtêm sucesso na conquista são sempre louvados, e jamais censurados; os que não têm condições de conquistar, mas querem fazê-lo a qualquer custo, cometem um erro que merece ser recriminado." - "Nada faz o homem morrer tão contente quanto o recordar-se de que nunca ofendeu ninguém, mas, antes, ajudou a todos." - "Quem do prazer se priva e vive entre tormentos e fadigas, do mundo não conhece os enganos." - "Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos." - "A ambição é uma paixão tão forte no coração do ser humano, que, mesmo que galguemos as mais altas posições, nunca nos sentimos satisfeitos." - “Age sempre de tal modo que o teu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei universal.” - “A inumanidade que se causa a um outro, destrói a humanidade em mim.” - “Quanto mais amor temos, tanto mais fácil fazemos a nossa passagem pelo mundo.” - “No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade.” “SEIN” “SOLLEN” Estatologia: Teoria do Estado nas Relações Internacionais O Estado (Leviatã) como o edifício estrutural de todos os processos e dinâmicas das Relações Internacionais, originado a partir do Tratado de Paz de Westphalia (1648). Sua origem, reconhecimento, taxonomia, sua burocracia, sua existência e elementos constitutivos. A diplomacia como braço do Estado de negociação internacional. • Estatologia: summa potestas 1648 com o Tratado de Paz de Westphalia ESTADO DE NATUREZA ESTADO POLÍTICO Hobbes, 1588, 1679 • Definição: • Tradicional • Carismática: • Racional-legal ou burocrática sociedade tradicional sociedade carismática sociedades burocráticas Max Weber, 1864-1920 • A primeira geração: Teoria formal do Estado • Elementos constitutivos do Estado: reconhecimento jus in bellum; jus tractuum e jus legationis. • Segunda geração – Teoria substancial do Estado: Os “failed states” e os “Quase-Estados” Instituições • forma de Estado (federal, confederação ou unitário); • forma de governo (república ou monarquia); • sistema de governo (parlamentarista, presidencialista ou semipresidencialista - sic) • regime político (democracia ou autocracia) • cameralismo (bicameral ou unicameral) • constitucionalidade (escrita ou consuetudinária) www.mre.gov.br www.un.org www.Itamaraty.gov.br • Andorra • Catalunha • Azerbaijão • Aruba • Québec • Groelândia • Quirguistão • Taiwan • Coreia do Norte (RDPC) • Belize • Tonga • Lapônia • Saara Ocidental • República Turcado Norte do Chipre • Geórgia • Mongólia • Timor Leste • Tasmânia • Nauru • Hutt River Principality • Suazilândia • Soberana Ordem Militar de Malta • Tibet • Antártica http://www.mre.gov.br/ http://www.un.org/ http://www.itamaraty.gov.br/ reconhecimento de Estado reconhecimento • Modalidades de reconhecimento: de facto, de jure; individual ou coletivo • Doutrina do governo efetivo das Nações Unidas (Artigo 4 da Carta da ONU) • Início e rompimento de Relações Diplomáticas e seus efeitos. O caso de Cuba-EUA • A importância das Relações Diplomáticas e Consulares. A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) e a Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963) • Morfocomposição do Estado clivagem: profundas divisões intrassociais de acordo com a relação entre Nação e Estado Separatismo; Irredentismo e Desmembracionismo o papel da diplomacia Os Ministério das Relações Exteriores arte, técnica e política “BID ME DISCOURSE AND I WILL ENCHANT THINE EAR ” William Shakespeare, Poema Venus and Adonis “THE BETTER PART OF VALOR IS DISCRETION ” William Shakespeare, Henrique IV – Parte I DIPLOMACIA COMO ARTE DE ENCANTAR OS OUVIDOS... COMO CORAGEM COM DISCRIÇÃO DIPLOMACIA COMO CONDUÇÃO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DOS ESTADOS POR MEIO DE DIPLOMATAS (BOBBIO) DIPLOMACIA COMO UM CONJUNTO DE ESTRATÉGIAS POLIDAS E EFICAZES DE NEGOCIAÇÃO PACÍFICA Cratologia: Teoria do Poder nas Relações Internacionais • O estudo do poder (Cratologia) e suas ramificações conceituais • Hegemonia • Polaridade • Lateralidade • Três grandes pressupostos do poder: • DINÂMICO • MENSURÁVEL • SITUACIONAL Liderança (âmbito subregional ou regional) Supremacia (âmbito parcial parcial ou regional) Hegemonia (âmbito global pleno; junção de axiologia e cratologia mundiais; soft e hard powers) PI = Ppd, Pef, Pc, Pm, Pgd A fórmula de Cline é representada pela seguinte equação: Pp = (C+E+M)(S+W) sendo, respectivamente, “Pp” o poder perceptível, “C” massa crítica, “E” capacidade econômica, “M” capacidade militar, “S” concepção estratégica, “W” vontade e meios efetivos para realizar a concepção estratégica. Cline afirma que as três primeiras variáveis são objetivas, enquanto que as duas últimas são de cunho subjetivo. •Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Mundo •Norte e Sul ou Países Industriais Desenvolvidos e em Desenvolvimento SUPERPOTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA MÉDIA POTÊNCIA MÉDIA SECUNDÁRIA ESTADOS MENORES (MICROESTADOS) • País Hegemônico País Desafiante Sucessor Hegemônico DEBATES – NA ATUALIDADE (cenário pós-11 de setembro de 2001) Ciclos Hegemônicos e Transição de Poder nas Relações Internacionais: Os Global Players Bons Estudos !