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Organizações internacionais e integração - Aula 3

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Organizações Internacionais e Integração: Direito 
e História
Guerra e paz e proteção internacional dos Direitos 
Humanos
Douglas Nascimento Santana
Organizações internacionais e integração
Aula 1: Multilateralismo e 
organizações internacionais
Aula 2: A legitimidade das 
organizações internacionais
Aula 3: Guerra e paz e 
proteção internacional dos 
Direitos Humanos
Aula 4: Regulação e 
integração econômica, saúde, 
meio ambiente e outros 
domínios
A segurança coletiva onusiana
➢ A partir da Sociedade das Nações, houve 
delegação de competências dos Estados às OIs
nos temas de guerra, paz e segurança 
internacional.
➢ A participação da ONU na gestão de conflitos 
internacionais é, no entanto, subótima
(Capítulos VI e VII da Carta das Nações 
Unidas):
✓ Art. 43: Todos os Estados deverão proporcionar ao 
CSNU forças armadas, assistência e facilidades
✓ Art. 47: Criação de uma “Comissão de Estado-
Maior”, composta pelos chefes de estado-maior 
dos membros permanentes do CSNU, encarregada 
do comando das forças colocadas à sua 
disposição
Imobilismo na Guerra Fria
➢ Durante a Guerra Fria, a ONU foi claramente 
marginalizada das decisões importantes: 
✓ Guerra do Vietnã (1960-1975): meio milhão de soldados 
americanos mobilizados sem aval do CSNU
✓ Crise dos Mísseis de Cuba (1962): negociação bilateral 
entre Kennedy e Khrushchov
✓ O “imobilismo do CSNU” pelo veto soviético: Bloqueio 
de Berlim (1948), Insurreição Húngara (1956), Primavera 
de Praga (1968), Guerra do Afeganistão (1979-1988)
✓ Exceção: Guerra da Coreia (1950-1953) – “política 
cadeira vazia” da URSS no CSNU
➢ Inovação institucional: As operações de paz (militares e 
humanitárias), por meio das quais a ONU delega o uso 
da força a um Estado, coalizão ou OI regional
Papel de legitimação coletiva do uso da força sobrepõe-se à 
atuação operacional direta na gestão de conflitos
Reativação do CSNU após a Guerra Fria
➢ Menos de 2 vetos por ano após 1990 (entre 1945 e 
1955, a URSS interpôs sozinha cerca de 80 vetos)
➢ Aumento no número de resoluções: de uma média 
de 10/ano para cerca de 60/ano
➢ Ampliação do escopo de atuação do CSNU:
✓ Atuação em conflitos armados intraestatais
✓ Atuação em novos temas: armas de destruição em 
massa, sanções, terrorismo, justiça penal 
internacional, proteção dos civis em conflitos 
armados, tráfico de recursos em conflitos armados 
(petróleo, armas, diamantes, etc.)
➢ Protagonismo: Intervenção americana no Iraque 
em 1991 (Operação “Tempestade no Deserto”)
➢ Fracassos: Guerra na Somália (1993), genocídio em 
Ruanda (1994) e “limpeza étnica” na Bósnia (1992-
1995)
Limitações
➢ Responsabilidade de proteger (2005): legitimação 
das intervenções internacionais decididas pelo 
CSNU para proteger populações ameaçadas de 
crimes de massa
➢ Aplicação limitada do princípio:
✓ Intervenção violenta na Líbia de Kadhafi
✓ Rússia opõe-se à aplicação do princípio na Guerra da 
Síria ( 16 vetos entre 2011 e 2020)
✓ Não recurso ao princípio no caso do extermínio da 
minoria muçulmana Rohingya em Mianmar
➢ Deslegitimação do CSNU na “Guerra ao Terror” 
(Iraque 2003)
➢ Limitações dos “casques bleus”
Arranjos de OIs na gestão de conflitos
➢ Integração de organizações 
regionais às missões de paz da 
ONU: União Europeia, União 
Africana
➢ Organização do Tratado do 
Atlântico Norte (OTAN): um 
interessante paradoxo
➢ Agência Internacional para a 
Energia Atômica (AIEA): uma 
expertise internacionalmente 
reconhecida
Proteção internacional dos Direitos Humanos
➢ O guarda-chuva institucional da ONU
✓ Assembleia Geral da ONU: Declaração Universal 
dos DH (1948) + Convenções de 1966 (direitos 
civis e políticos e direitos econômicos, sociais e 
culturais)
✓ Conselho de Direitos Humanos (2006)
✓ Alto Comissariado para os Direitos Humanos 
(1993)
✓ Alto Comissariado para os Refugiados (1951)
➢ Tribunal Penal Internacional (Estatuto de Roma 
de 1998): crimes de genocídio, contra a 
humanidade, de guerra e agressão
➢ ONGs: Anistia Internacional, Humans Right
Watch, Federação Internacional pelos Direitos 
Humanos (FIDH)
Sistemas regionais de proteção dos DH
➢ Corte europeia de Direitos Humanos (1959)
✓ Vinculação ao Conselho da Europa (mais amplo que a 
União Europeia)
✓ Possibilidade de acionamento por indivíduos
✓ Resistência dos Estados signatários: Reino Unido, Rússia 
e Turquia
✓ Ganho gradual de legitimidade pela eficiência 
normativa: Ex.: abolição da pena de morte
✓ Vítima do próprio sucesso: avalanche de processos (50 
mil por ano) prejudica a performance atual
➢ Sistema Interamericano de Direitos Humanos: 
Comissão + Corte
➢ Sistema Africano de Direitos Humanos: Comissão + 
Corte
Bons Estudos !

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