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2-Liga das Nações_009

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Liga das Nações: o que foi a 
Organização Internacional? 
Imagem: United Nations Archives in Geneva, League of Nations 
Pictures. 
No ano de 1919, ao final da Primeira Guerra Mundial, nasceu o 
projeto da primeira Organização Internacional de alcance global: 
a Liga das Nações ou Sociedade das Nações – ambos os nomes 
são oficiais. 
Altamente influenciada pelos resultados da guerra, seus objetivos 
eram a promoção da segurança coletiva de forma pacífica e a 
igualdade entre os Estados soberanos, permitindo que estes 
negociassem soluções para eventuais discordâncias/litígios. 
Vamos ver a seguir qual foi o contexto histórico da época, a 
estruturação da Liga e quais foram os legados e ensinamentos que 
ela deixou para outras Organizações Intergovernamentais! 
Leia mais: ONU: o que é a Organização das Nações Unidas? 
Qual foi o contexto que deu origem à Liga das 
Nações? 
A Conferência de Paz de Versalhes pôs fim à Primeira Guerra 
Mundial em 28 de abril de 1919 e desta Conferência surgiu a Liga 
das Nações. 
Foi a primeira vez que uma Organização de caráter geral (que 
todos os Estados poderiam participar dela) teve o objetivo de 
promoção da paz através de mecanismos jurídicos. 
Devido ao clima de hostilidade que a guerra tinha causado no 
sistema internacional, surgiu à necessidade de criar um coletivo 
organizado. 
A partir do sentimento de urgência para preservação de boas 
relações e cooperações entre os Estados, o presidente norte-
americano Woodrow Wilson fez um pronunciamento que 
elencou Quatorze Pontos para um mundo sem guerras. 
O último ponto indicava a necessidade da criação da Liga das 
Nações. 
O lado vitorioso da Primeira Guerra – França e Inglaterra – criou 
comitês de apoio à criação da Organização, no entanto, os dois 
países apresentavam divergências nas diretrizes. 
De um lado, a França propunha que a Liga se militarizasse e que 
pudesse reprimir ofensivas por parte dos países. Sua percepção 
era de que a paz viria de uma Alemanha mais fraca, na tentativa 
de exercer maior controle sobre o lado perdedor da guerra. 
Por outro lado, a proposta da Inglaterra (a qual os Estados Unidos 
apoiaram) apontava no sentido do desenvolvimento de uma 
mediação internacional, a fim de solucionar controvérsias por 
meio do entendimento e opinião dos Estados, um meio diplomático 
para buscar a paz entre as nações. 
Por fim, com apoio dos Estados Unidos, dos países 
da Commonwealth e da América Latina, a proposta britânica foi 
aceita. 
Em 1920 a Liga das Nações foi estabelecida em Genebra, na Suíça. 
Dotada do sentimento de cooperação entre os países como forma 
de conduta para que seus membros não recorressem à guerra e 
evitassem a mesma situação recém presenciada, seguindo 
diretrizes do direito internacional. 
Veja também nosso vídeo sobre organizações internacionais! 
Quais eram os Estados membros da Organização? 
À época de sua constituição, foram trinta e dois os Estados 
membros originários e outros 13 convidados. Em 1923 eram 54 
participantes. 
 Membros originais: EUA / Bélgica / Bolívia / Brasil / 
Império Britânico / Canadá / Austrália / África do Sul / Nova 
Zelândia / Índia / China / Cuba / Equador / França / Grécia / 
Guatemala / Haiti / Hejaz / Honduras / Itália / Japão / 
Libéria / Nicarágua / Panamá / Peru / Polônia / Portugal / 
Romênia / Estado dos Eslovenos-Croatas-Sérvios / Sião 
(Tailândia) / Checoslováquia / Uruguai. 
 Membros convidados: Argentina / Chile / Colômbia / 
Dinamarca / Espanha / Noruega / Paraguai / Holanda / 
Pérsia / El Salvador / Suécia / Suíça / Venezuela. 
EUA e a ratificação do tratado 
Apesar da determinação do presidente dos EUA, Woodrow Wilson 
em arquitetar suas ideias para pautar as relações internacionais 
dali em diante, sua atuação dividiu a opinião pública no país. 
O Congresso – de maioria Republicana – não ratificou o Tratado 
de Versalhes e os EUA não participaram da Liga das Nações. 
Tal ação tomada pelo Congresso é explicada pelo fato de que o tom 
isolacionista ditou o comportamento norte-americano, evitando o 
envolvimento em conflitos do outro lado do Atlântico. 
Apesar do não ingresso americano na Liga das Nações, houve a 
expectativa dos países europeus de que eles mudassem sua posição 
posteriormente, mas isso nunca ocorreu. 
A estrutura interna da instituição 
Com o nascimento da Liga das Nações, criou-se o modelo de 
separação entre Assembleia, Conselho e Secretariado. 
– Assembleia: servia como uma representação igualitária entre as 
Nações – cada Estado com direito a um voto, com reuniões 
ocorrendo a cada um ano podendo ser convocadas em caráter 
extraordinário. As decisões eram tomadas por unanimidade dos 
membros. 
– Conselho: a configuração inicial projetava nove membros, dos 
quais cinco seriam permanentes – EUA¹, França, Império Britânico, 
Itália e Japão², e o restante dos membros temporários eram eleitos 
anualmente pela Assembleia. 
Com o passar do tempo, o número de cadeiras foi expandido: a 
Alemanha ingressou na Organização em 1926 como membro 
permanente, mas a abandonou em 1933, quando Hitler chegou ao 
poder. 
Veja também nosso vídeo sobre nazismo! 
Ainda em 1926, o número de membros rotativos aumenta para 
nove, e estes são chamados de semipermanentes, com um mandato 
de três anos. 
As decisões no Conselho também eram tomadas de forma 
unânime. 
¹ apesar de o projeto inicial conter os EUA como membro 
permanente do Conselho, vale lembrar que o Congresso Nacional 
não ratificou o tratado da Liga das Nações e o país não ingressou 
formalmente, apesar dos interesses do presidente Woodrow Wilson. 
² Japão também deixou a Liga em 1933 devido a guerra contra 
Manchúria. 
* União Soviética adere ao Conselho em 1936, mas é expulsa da 
Organização em 1939 devido à guerra contra a Finlândia. 
– Secretariado: órgão organizado por um Secretário-Geral, com 
apoio administrativo e técnico. 
A Liga das Nações também formou a Corte Permanente de Justiça 
Internacional (CPJI) com sede em Haia, na Holanda, formada por 
quinze juízes independentes, eleitos pela Assembleia através de 
indicações do Conselho. 
Leia mais: Corte Internacional de Justiça: o que é e como 
funciona? 
Qual foi a participação do Brasil? 
O Brasil foi o único país da América Latina a participar 
da Primeira Guerra Mundial. Pela sua participação, o Brasil foi 
convidado a integrar as negociações do Tratado de Paz de 
Versalhes. 
Na Liga das Nações, o país fez parte do Conselho como membro 
não permanente. O objetivo era compor a estrutura como membro 
permanente, podendo representar o continente americano, haja 
vista que os EUA não ratificaram o acordo e não fizeram parte 
da Liga. Entretanto, tal argumento não obteve sucesso. 
Tratados de Locarno 
Em 1925, houve a assinatura dos Tratados de Locarno. Grã-
Bretanha, França, Alemanha, Itália, Bélgica, Checoslováquia e 
Polônia chegaram a um acordo pacífico de respeito às fronteiras. 
Tal acordo também indicava uma melhora nas relações França-
Alemanha, arrefecendo o sentimento de revanchismo do pós 
Primeira Guerra. 
Esse acontecimento tem ligação com a posição do Brasil na Liga 
das Nações, porque os Tratados de Locarno formalizavam o 
ingresso da Alemanha como membro permanente do Conselho, 
posição a qual o Brasil reivindicava. 
Posição brasileira na Assembleia Geral 
Na assembleia geral de 1926 houve a deliberação a respeito do 
ingresso da Alemanha como membro do Conselho. 
Importante lembrar que, diferente do desenho institucional 
da ONU, na Liga das Nações os membros temporários também 
tinham poder de veto e o Brasil compunha o Conselho no ano. Na 
ONU, o poder de veto fica concentrado apenas aos membros 
permanentes do Conselho de Segurança: China, EUA, França, 
Reino Unido e Rússia. 
Para os países europeus da Organização, era importante o aceite 
da Alemanha como uma forma de manutenção da paz por meios 
diplomáticos. Portanto, o pleito do Brasil de ingressar no 
Conselho de forma permanente ficou mais distante. 
O Brasil veta a entradada Alemanha na Liga das Nações e essa 
decisão o deixa em isolamento perante os outros membros. 
Em assembleias seguintes seriam rediscutidas as regras para 
aceite dos membros temporários do Conselho e, devido ao 
isolamento brasileiro, a possibilidade de deixar o Conselho existia. 
Além disso, participar como membro permanente também não 
pareceria uma opção viável dali em diante. 
Em 10 de julho de 1926 o Brasil se retirou da Liga das Nações. 
Exemplos de experiências de sucesso da Liga 
 administração do território de Sarre (hoje um estado na 
Alemanha) entre os anos de 1919 e 1935 que era reivindicado 
pela Alemanha e França. 
 proteção do território de Danzig – território na Polônia – 
para dar acesso ao Mar Báltico. 
 convenções foram realizadas para proteção de minorias 
raciais, étnicas e religiosas. 
 intervenção na controvérsia das Ilhas Aland que eram 
reivindicadas pela Suécia, mas pertencentes da Finlândia. 
Confirmou a posse da Finlândia. 
Quais motivos levaram ao fim da Liga das Nações? 
Inicialmente, as grandes potências da época – EUA, Japão, 
Alemanha e União Soviética – não participaram ou se retiraram da 
Organização, causando dificuldades no arranjo e articulações 
políticas nas relações internacionais no período. 
Segundo o Prof. Dr. Ricardo Seitenfus, também há um ponto de 
consideração importante a partir da forma que a Organização foi 
concebida: 
“o defeito do Pacto da Sociedade das Nações foi sua inclusão no 
interior do Pacto de Versalhes. A nova organização nascia, assim, 
fazendo uma nítida distinção entre vencidos e vencedores da 
Primeira Guerra. Para uma instituição que se propunha à 
universalidade e a operar com vistas à manutenção da paz, esta 
decisão significou um pecado original que auxiliará a colocar em 
xeque seus objetivos”. 
Estes “objetivos em xeque” se referem à idealização liberal para 
promoção da paz e a cooperação entre as nações, para que se 
evitassem novos confrontos bélicos. Essa era uma forma de tentar 
disciplinar o sistema internacional através de normas universais 
estabelecidas. 
Nesse sentido, a distinção entre vencedores e vencidos poderia 
prejudicar o equilíbrio de poder. A imposição da vontade dos 
vitoriosos europeus (influenciada pelo Tratado de Versalhes) 
transmitiria uma tentativa de gerência pelo lado vencedor, apesar 
das características que se procurava propagar de diplomacia 
aberta e ordem democrática. 
Após a Primeira Guerra Mundial, a atmosfera liberal ganhou força 
influenciada pelo fim da guerra. 
A intenção de cooperação e promoção da paz coletiva também é 
impulsionada pela assinatura do Pacto Briand-Kellogg em 1926, 
que marcava a posição dos Estados de renúncia à guerra, 
condenando tal ação como uma solução de controvérsia 
internacional. 
Este ambiente cooperativo permanece apenas no anos 1920. Com 
a Grande Depressão em 1929, o sistema capitalista entra em crise 
e as ações coletivas são pouco estimuladas. Ações nacionalistas se 
apresentam como possíveis saídas à recessão e o individualismo 
toma seu lugar na forma diplomacia secreta e nacionalismos. 
Condutas como o nazismo na Alemanha, o militarismo 
expansionista no Japão e o fascismo na Itália surgem e se chocam 
com os ideários da Liga das Nações, comprometendo seus pilares 
de cooperação pacífica entre os Estados. 
Em 1933, quando Hitler assume o poder na Alemanha, seu regime 
não aceitava o controle de seu poder bélico por parte da Liga. 
Portanto, a Alemanha se retira da Organização. Os esforços 
voltados à diplomacia aberta e à tentativa de trazer o país 
para negociações pacíficas pareciam fracassar e a Europa 
caminhava para uma nova guerra. 
Os esforços de coordenação internacional não foram suficientes e 
foi desencadeada a Segunda Guerra Mundial. 
Fim da Liga das Nações 
A instituição encerrou suas atividades em 18 de abril de 1946 e 
prestou contas até 31 de julho de 1947. 
A instituição foi criada com objetivos de criar uma coordenação 
diplomática, de forma aberta e transparente entre os Estados, 
mas a experiência jurídica não obteve sucesso em dar uma 
resposta pela manutenção da paz frente às grandes potências e 
seus interesses particulares. 
Mais adiante, após a Segunda Guerra Mundial, o modelo da Liga 
inspirou a criação da ONU e em junho de 1945 é assinada a Carta 
de São Francisco. 
E aí, conseguiu compreender a importância da Ligas das Nações e 
sua estrutura? Deixe suas dúvidas nos comentários! 
Referências: 
 Portal da Câmara dos Deputados, Legislação Decreto nº 
3.744. 
 Deutsche Welle – 1946: Fim da Liga das Nações. 
 JACKSON, Robert; SORENSEN, Georg. Introdução às Relações 
Internacionais. 2 ed. rev. e ampl – Rio de Janeiro. Zahar, 
2013. 
 RODRIGUES, Daniel Lago; MIALHE, Jorge Luís. A 
participação e retirada do Brasil da Liga das Nações. Revistas 
Unimep – Cadernos de Direito. v. 2 n. 4. 2003. 
 SARAIVA, José Flávio Sombra. História das Relações 
Internacionais Contemporâneas: da sociedade internacional 
do século XIX à era da globalização. 2ª edição revista e 
atualizada – São Paulo. Saraiva, 2007. 
 SEITENFUS, Ricardo. Manual das Organizações 
Internacionais. 4ª Edição Revista, atualizada e ampliada – 
Porto Alegre. Livraria do Advogado, 2005. 
 UN Geneva – The Covenant of the League of Nations.

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