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Universidade Estácio de Sá 
 
 
 
 
 
MORCEGOS BRASILEIROS 
Ecologia, conservação e biodiversidade 
 
 
Curso: Medicina Veterinária 
Nome: Mirela Campos 
Campus: VARGEM PEQUENA 
RJ- Rio de Janeiro, 2022. 
 
 
Introdução 
Quem são os morcegos? 
No Brasil, poucas pessoas sabem que os morcegos recebem os nomes andirá, guandira ou guandiruçu na língua tupi. 
O desconhecimento sobre esses animais não se restringe a esses nomes, mas à diversidade de espécies, complexidade 
biológica e importância ecológica. Os morcegos são mamíferos pertencentes à ordem Chiroptera (cheir=mão; 
pteron=asa / grego) 
Quais famílias de morcegos ocorrem no Brasil? 
Os morcegos do nosso país são todos Yangochiroptera e pertencem a 9 famílias. O último levantamento oficial dos 
morcegos no Brasil registrou 174 espécies. Entretanto, agora já há pelo menos, 68 gêneros, 181 espécies registradas 
no país. Abaixo estão as fichas biológicas sobre cada uma dessas famílias, além de fotos de representantes típicos 
delas. 
IDENTIFICAÇÃO DE MORCEGOS 
Família Emballonuridae 
São morcegos com sacos nas asas. Família amplamente distribuída nas regiões 
tropicais e subtropicais do Mundo. Tem a face e os lábios lisos, orelhas unidas no topo 
da cabeça. Muitas espécies têm glândulas na membrana das asas que fica entre o 
ombro e as mãos (protopatágio). Sua habilidade de escalar superfícies inclinadas é 
notável. Costumam habitar fendas de rochas, cavernas, ruínas, casas, árvores. 
Alimentam-se de insetos. 
Família Phyllostomidae 
É a maior família de morcegos neotropicais. Distribui-se do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. No Rio 
Grande do Sul ocorrem 13 espécies de filostomídeos. Alimentam-se principalmente de frutos, néctar e pólen. Porém 
há espécies que se alimentam de insetos, pequenos vertebrados e até 
mesmo sangue. A característica mais marcante da Família Phyllostomidae 
é a folha nasal, uma estrutura facial utilizada na emissão de ultrassons. 
Apesar de existirem apenas 3 espécies de morcegos hematófagos 
(morcegos que se alimentam de sangue), todas ocorrem no Brasil, porém 
apenas o Desmodusrotundus e o Diaemus youngii ocorrem no RS. Os 
morcegos dessa família caracterizam- -se por apresentar uma estrutura 
membranosa na extremidade do focinho, denominada folha nasal. A 
família está subdividida em cinco subfamílias: Desmodontinae, 
Glossophaginae, Phyllostominae, Carolliinae e Stenodermatinae. 
Família Molossidae 
Os morcegos desta família caracterizam-se por apresentar “cauda espessa e 
livre”, isto é, a cauda ultrapassa a borda distal do uropatágio (membrana 
interfemural) e projeta-se livremente em pelo menos um terço de seu 
comprimento total. As asas são longas e estreitas, o que permite voo rápido e 
manobrável. O focinho é largo e 60 de aspecto truncado. As orelhas são largas, 
mas variáveis em tamanho e forma. Em molossídeos, geralmente, há 
dimorfismo sexual em relação ao tamanho do corpo, como os machos maiores 
que as fêmeas. São morcegos exclusivamente insetívoros. 
 
Família Mormoopidae 
A família Mormoopidae é composta pelos gêneros Mormoops e Pteronotus. 
Duas espécies do primeiro e seis do segundo são encontradas apenas na região 
neotropical, distribuindo se do sul do México ao nordeste do Brasil. Só o gênero 
Pteronotus ocorre em território brasileiro. Os morcegos dessa família eram 
classificados em uma subfamília de Phyllostomidae, denominada de 
Chilonycterinae, mas, recentemente, pesquisas envolvendo estrutura de 
cromossomos, aspectos morfológicos e características bioquímicas 
promoveram a elevação do grupo à categoria de família. Os mormopídeos não 
possuem folha nasal, têm olhos pequenos e lábios expandidos e ornados com 
abas e dobras, que formam um funil quando a boca está aberta; além disso, 
apresentam pelos espessos em torno do lábio superior, o que dá uma aparência de bigode. Insetívora, sua dieta 
consiste, principalmente, de Coleoptera e Lepidoptera. Ocupa uma variedade de habitats, de florestas úmidas a 
ambientes secos e abertos. 
Família Noctilionidae 
Esta família inclui um único gênero Noctilio e duas espécies simpátricas N. albiventris 
e N. leporinus. Possuem como características diagnósticas que os distinguem das 
outras famílias de morcegos Neotropicais, lábio superior leporino, três falanges no 
terceiro dedo, garras dos pés e calcâneo desenvolvidos. No Brasil, a espécie distribui-
se tanto em áreas litorâneas quanto continentais, ocorrendo nos Estados do AC, AM, 
AP, BA, CE, MG, MS, MT, PA, PI, PR, RR e SP. A espécie possui a pelagem bem curta, 
com a coloração bem variável. O dorso é mais escuro, variando em escala de marrom 
acinzentado, claro, ou dourado, a cabeça e os ombros são avermelhados e o ventre é 
mais claro, variando do cinza ao laranja. Sua dieta, se encontra algumas espécies de 
peixes, além de insetos, crustáceos e aracnídeos, que complementam sua 
alimentação, conforme a disponibilidade de recursos durante as estações. 
 Família Furipteridae 
É considerada uma família pequena, composta por dois gêneros 
monoespecíficos, sendo que no Brasil há registro apenas para o gênero 
Furipterus. Esta família encontra-se distribuída do sul da Costa Rica até o 
sul do Brasil e norte do Chile e em Trindad, sendo endêmica da região 
Neotropical. Estes morcegos são também conhecidos como “smoky bats” 
por apresentarem uma pelagem acinzentada. São pequenos e de aparência 
delicada, assemelhando-se, em muitas características, aos Natalidae e 
Thyropteridae. Os furipterídeos apresentam polegar reduzido e não 
possuem apêndice nasal. Abrigam-se em cavernas, ocos de árvore e dentro 
ou sob árvores caídas em vários estágios de decomposição, dando 
preferência às áreas próximas a riachos e áreas úmidas no interior da 
floresta. Alimentam-se exclusivamente de insetos aéreos. No Brasil, foi observada nos estados do PA, AM, PI, CE, PE, 
BA, DF, MG, RJ, SP e SC. 
Família Vespertilionidae 
É a família com maior distribuição geográfica e com maior diversidade de 
espécies. Das 405 espécies conhecidas, 24 ocorrem no Brasil e destas, 13 
no RS. A família está subdividida em duas subfamílias: Vespertilioninae e 
Myotinae. Caracterizam-se por apresentar cauda longa, contida no 
uropatágio, raramente ultrapassando sua borda distal em uma vértebra, 
formando um “V” bem definido. Não apresentam folha nasal. Todos os 
vespertilionídeos alimentam-se de insetos, em geral capturados em voo. 
 
Família Thyropteridae 
A família Thyropteridae é monotípica e endêmica da Região 
Neotropical sendo representada pelo gênero Thyroptera. Os 
morcegos desta família são pequenos e delicados, 
apresentam discos adesivos na base dos polegares e nos pés. 
As quatro espécies atualmente reconhecidas são: Thyroptera 
devivoi, Thyroptera discifera, Thyroptera lavali, Thyroptera 
tricolor, todas ocorrendo no Brasil. Podem ser encontrados 
em florestas primárias, próximos a riachos, utilizando como 
abrigo folhas de palmeiras; dieta de insetos capturados próximos, pequenos besouros e moscas constituem a dieta 
principal desses morcegos, que podem em uma única noite consumir cerca de 25% do seu peso em insetos (1 g). 
Família Natalidae 
A família Natalidae é hoje dividida nos gêneros Natalus, com seis espécies, 
Chilonatalus, com duas espécies, e Nyctiellus, monoespecífico. Essa família é 
restrita à região neotropical, distribuindo-se pelo México, América Central 
(incluindo as Antilhas) e América do Sul. Os morcegos da família Natalidae 
são pequenos, com cauda e membros longos, orelhas em forma de funil com 
um trago, sem folha nasal, grande uropatágio envolvendo toda a cauda e 
pelagem longa e macia. Apresentam como apomorfia o órgão natalídeo, uma 
estrutura glandular localizada no dorso do focinho de machos adultos. Entre 
os representantes dessa família, apenas a espécie Natalus stramineus Gray, com a ocorrência, possivelmente, de 
duas subespécies: N. stramineus natalensisGoodwin, com indivíduos menores, que habitam o nordeste, e N. 
stramineus espiritosantensis com indivíduos maiores, que se distribuem pelas regiões norte, leste e central; é 
insetívoro, capturando apenas presas muito pequenas, um hábito talvez correlacionado com a alta frequência de sua 
emissão ultrassônica. 
Família Molossidae 
Os morcegos desta família caracterizam-se por apresentar “cauda espessa e livre”, isto 
é, a cauda ultrapassa a borda distal do uropatágio (membrana interfemural) e projeta-
se livremente em pelo menos um terço de seu comprimento total. Apresentam asas 
longas e estreitas; Esta característica morfológica corresponde a adaptação ao vôo 
rápido e manobrável. Apresentam pelo curto, com aspecto aveludado, com coloração 
que varia de diversas tonalidades de castanho ao enegrecido. O focinho é largo e de 
aspecto truncado. Os lábios podem apresentar pregas ou sulcos diminutos em algumas 
espécies. As orelhas são largas, mas variáveis em tamanho e forma. Há cerca de 13 
espécies registradas de morcegos desta família que ocorrem no Rio Grande do Sul. 
Alimentam-se de diversos tipos de insetos aéreos, especialmente besouros e mariposas. 
Possuem uma glândula na região do pescoço que lhes confere um forte odor almiscarado. Outros morcegos 
pertencentes a Família Molossidae que ocorrem no Rio Grande do Sul: Eumops patagonicus; Molossops neglectus; 
Nyctinomops macrotis; Promops centralis. 
 
 
Biologia e Conservação de Morcegos no Brasil 
Os morcegos desempenham um papel fundamental para a saúde dos ecossistemas terrestres. Para se ter uma ideia 
de sua importância, eles são os maiores reflorestadores naturais do planeta, além de predadores de um vasto 
número de pragas agrícolas e vetores de doenças. 
 Os morcegos compõem o segundo grupos mais diversos em riqueza de espécies da classe mammalia e o primeiro 
em termos funcionais. Desta forma, configuram um grupo animal que podem ser modelos para uma ampla gama de 
questões ecológicas relativas à tomada de decisões em conservação. Adicionalmente morcegos também são 
importantes quando planejamos monitoramento ambiental. E isto se torna ainda mais evidente frente ao crucial 
papel que morcegos tem em termos de serviços ecossistêmicos, com destaque para os serviços relacionados à 
produção agrícola. Por conta da dieta baseada principalmente em frutas e por seus voos noturnos, os morcegos são 
importantes polinizadores e dispersores de sementes. Cumprem esse papel de forma mais eficiente que as aves. Isso 
é essencial para garantir a saúde e a diversidade da flora e da fauna. Diversas espécies com as quais os morcegos 
interagem têm importância econômica e, de graça, prestam serviços ambientais que, se cobrados, custariam uma 
fortuna. Durante os voos, ao defecar sementes ingeridas, ajudam a plantar uma floresta. Numa única noite, algumas 
espécies podem dispersar mais de 60 mil grãos; São as sementes dispersadas por eles que ajudam no processo de 
recuperação de áreas desmatadas ou na regeneração da vegetação de morros e encostas. Outro serviço prestado é o 
controle de pragas e insetos transmissores de doenças. 
Os morcegos são conhecidos por consumir até o dobro do seu peso corporal em insetos durante uma noite. Isso os 
torna controladores naturais desses bichos, muitos dos quais pragas causadoras de danos à silvicultura e à 
agricultura; com a presença do morcego, a necessidade de utilizar pesticidas é significativamente reduzida, além da 
diminuição de mosquitos. 
Eles são os únicos mamíferos que voam. Além disso, eles representam quase um quarto das espécies de mamíferos 
do mundo. Além disso um quinto das populações está criticamente em perigo. As maiores ameaças são provocadas 
pela ação dos homens, como o desmatamento de florestas fragmentadas, que geram perda de hábitats naturais e 
áreas de alimentação. Injustamente, os morcegos são acusados de serem pragas, de provocarem a morte de quem 
os toca, ou mesmo de trazerem azar, e são perseguidos e mortos indiscriminadamente. Uma das justificativas para a 
caça indiscriminada é a transmissão da raiva. 
Cerca de 170 espécies descritas, o Brasil ocupa o segundo lugar em riqueza de morcegos no mundo, ficando atrás 
apenas da Colômbia. No entanto, sabe-se muito pouco dos animais que habitam o país. Menos de 10% da área total 
do Brasil foi bem estudada e 60% ainda não têm sequer um único registro científico de uma espécie. Isso demonstra 
que é cada vez mais clara a importância da manutenção da biodiversidade, tanto para o bem-estar humano quanto 
para o clima do planeta; O papel ecológico e funcional que os morcegos desempenham mostra-se essencial para a 
manutenção da qualidade do ambiente em que vivemos. 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia: 
https://www.sbeq.net/conservar 
https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/mamiferos/ordem-chiroptera/ 
https://morcegosdobrasil.blogspot.com/ 
https://www.ecoregistros.org/site_br/clase.php?id=2 
https://casadosmorcegos.wordpress.com/ecologia/diversidade/ 
Morcegos do Brasil Nelio R. dos Reis Adriano L. Peracchi Wagner A. Pedro Isaac P. de Lima (Editores) 
Guia de Manejo e Controle de Morcegos Técnicas de identificação, captura e coleta Porto Alegre, 2012 
História Natural dos Morcegos Brasileiros. Chave de Identificação de Espécies Capa comum por Adriano Lúcio 
Peracchi (Autor), Nelio Roberto dos Reis (Autor), Carolina Blefari Batista (Autor), Isaac Passos de Lima (Autor), Alan 
Deivid Pereira (Autor)

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