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SOCIOLOGIA DO TRABALHO Sociologia 2º Ano Professora: Euli Marlene Necca Steffen (Tarsila do Amaral, 1933) TRABALHO TRABALHO: capacidade do ser humano em transformar a natureza para promover a sua subsistência Trabalho na história Degrada o homem Enaltece o homem Tripalium Instrumento de tortura Penoso Poema: “Perguntas de um trabalhador que lê” (Bertold Brecht) • Latim: tripalium – 3 paus aguçados com ponta de ferro para bater e quebrar, milho, trigo... Instrumento de tortura (tripaliare = torturar). Padecimento, cativeiro, esforço. Historicamente, o ser humano utiliza-se dos bens da natureza por intermédio do trabalho e, assim, produz os meios de sobrevivência e conhecimento. Posto a serviço de outrem, no entanto, nas formas sociais de dominação, o trabalho ganha um sentido ambivalente. É o caso das sociedades antigas e suas formas servis e escravistas, e das sociedades modernas e contemporâneas capitalistas. As palavras trabalho, labor (inglês), travail (francês), arbeit (alemão), ponos (grego) têm a mesma raiz de fadiga, pena, sofrimento, pobreza que ganham materialidade nas fábricas-conventos, fábricas-prisões, fábricas sem salário. A transformação moderna do significado da palavra deu-lhe o sentido de positividade, como argumenta John Locke que descobre o trabalho como fonte de propriedade; Adam Smith que o defende como fonte de toda a riqueza; e Karl Marx para quem o trabalho é fonte de toda a produtividade e expressão da humanidade do ser humano (De Decca, 1985). • Trabalho era para os escravos, servos, camponeses, funcionários... ORIGEM DO CONCEITO TRABALHO NOVAS DEFINIÇÕES DE TRABALHO O trabalho no pensamento cristão: - Instrumento de purificação e de salvação (embora servil) - Bíblia: como castigo, um meio de expiação do pecado original. - Reforma protestante – Lutero. Trabalho chave da vida. “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (Weber). Outras definições Como o trabalho consistia, inicialmente, apenas na transformação da natureza, a descoberta do fogo, da energia na substituição da força animal foi considerado um avanço. Assim como a passagem do trabalho manual para o trabalho artesanal (utensílios, ferramentas), depois, industrial (máquina). Hegel: trabalho seria o fator que faz a mediação entre o homem e a natureza. Outras definições Michel Le Vem: o trabalho constitui a base da vida humana. Marx: O trabalho é uma atividade humana que envolve o homem todo. Nela o homem se realiza, imprimindo seu rosto na natureza. Fazendo ele se faz. Transformando a natureza ele se cria como homem. Seu corpo, sua vontade, sua atenção, seu sentimento expressam suas forças físicas e espirituais. É este o sentido humano do trabalho. CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO NOS DIFERENTES MODOS DE PRODUÇÃO Sociologia do Trabalho (Livro p.134) Sociedade - Luta de classes Burgueses x proletários Alienação do trabalhador: - Não decide mais sobre o que produzir e o destino do produto; - Não participa mais de toda etapa de produção; -Trabalhadores concorrem entre si; - Exercícios repetitivos = sem pensar. Mais-valia: - Excedente que o burguês ganha as custas do trabalhador - Valor de uso x Valor de mercado Consciência coletiva: - Reconhecer sua condição de explorado - Engajamento social - Acabar com a luta de classes - revolução. KARL MARX EMILE DURKHEIM MAX WEBER - O advento da automação: coloca a possibilidade de uma humanidade liberta do fardo do trabalho. - O indivíduo moderno encontra dificuldade em dar sentido à sua vida se não for pelo trabalho (identidade). - Direito à Preguiça (Paul Lafargue – 1905 casado com a filha de Marx, Laura): trata-se de reivindicar mais tempo livre, o direito de viver além do trabalho. O PROCESSO DE TRABALHO Liberalismo: ◦ Adam Smith (1776) publica “Riqueza das Nações”. ◦ Estabelece normas da economia liberal em oposição ao protecionismo estatal (colonialismo/organização dos Estados Nacionais) ◦ Do egoísmo de cada um (busca lucro/vantagens) surgiriam o progresso e vantagens para toda sociedade. ◦ Laissez faire (deixa fazer), laissez passer (deixa passar): liberdade de produção. Poder do mercado. ◦ Livre concorrência. Lei da oferta e da procura. ◦ Promoveu a IªGuerra e a crise de 1929 resultado da super produção e sub consumo ◦ Adam Smith e David Ricardo (economistas). A eles se reconhece o mérito de haver enxergado no trabalho humano a fonte de toda riqueza social e de todo valor, mas eles viram o trabalho humano apenas por sua utilidade exterior e não por seu entrosamento com o homem. Modelo taylorista de produção •Taylor (1903) – engenheiro levado pela ânsia de economizar tempo e aumentar a produtividade, observa o corpo do trabalhador em movimento e analisa a resistência dos operários mais produtivos, estuda tempos e movimentos. • Rapidez e eficiência eram revertidos em salários. Aptidões e atitudes. • Separação entre quem planeja e quem executa. Gerência (detém os conhecimentos) e trabalhadores reduzidos a atividades simples – facilmente substituíveis). Modelo taylorista de produção Despreza escola, salários baixos e consumo reduzido. Modelo de expropriação do saber do trabalhador. A formação se dava pela observação do trabalho do outro. “É preciso cuidar do trabalhador para que ele se torne mais produtivo, não explorar suas forças físicas e espirituais até a exaustão dos limites fisiológicos, mas fazer do corpo e do espírito do trabalhador um mecanismo competente e inteligente, perfeitamente integrado aos objetivos de produtividade” (Michel Le Vem, p.16 Ex-padre Frances que morou no Brasil durante a ditadura – preso e expulso em 1979). Taylor não inventou propriamente uma nova máquina, mas um novo homem frente à máquina. • Aperfeiçoamento técnico do taylorismo realizado por Ford (pós-guerra 1945-73). • Linha de montagem: determina o tempo e o fluxo da produção e fixa trabalhador no seu posto. • Alienação do processo produtivo - “Não sei mais para quem se destina o fruto do meu esforço e habilidades”. • O fordismo inventa um novo tempo fabril, um trabalhador ao mesmo tempo produtor e consumidor. Modelo fordista de produção Modelo fordista de produção Trabalhadores como “massa”: na produção, no consumo dos bens industrializados e na reprodução da sociedade. Estrutura se complexifica: gerência, supervisores, trabalhadores se segmentam entre qualificados, semi qualificados e sem qualificação. Razões são tecnológicas – tipos de trabalho, grupos de produção por setor – cada setor só cumpre sua função, realiza tarefa e passa para outro setor. A crise do fordismo se deu a partir dos anos 70, causada pela capacidade dos trabalhadores de resistência e de organização no trabalho, principalmente na Itália; pelas mudanças tecnológicas decorrentes da micro-eletrônica; bem como pela instauração de um novo conceito de empresa. O Estado do Bem-Estar Social Intervenção do Estado decorrente da falência da política econômica liberal. Estado passa a atuar na regulamentação das relações de trabalho, salários, garantia de direitos, politicas sociais (saúde, educação, seguro desemprego, formação profissional....) Serviu de base para recuperação econômica de vários países, especialmente europeus. Crise do sistema capitalista da década de 70: queda nas taxas de lucro; a política de pleno emprego passa a ser vista como nociva. Um novo modelo de produção associado a um novo papel do Estado começa a surgir. O ESTADO NEO LIBERAL O Estado (Bem Estar Social) passa a ser visto como o responsável pela crise. Políticas sociais como despesa.... O mercado como o mais forte poder; Estado deve ser mínimo, não mais protege emprego e a renda (consequente redução do consumo); necessidade das privatizações; Globalização e os blocos econômicos; livre circulação de capitais internacionais e mercadorias, tecnologias e informações (abertura dos países periféricos às multinacionais com incentivo fiscais); Flexibilização das leis trabalhistas, permitindo a intensificação e a maior exploração do trabalho – terceirizações. Novas tecnologias e novos sistemas de produção (reestruturação industrial e produtiva) Toyotismo Modelo japonês de produtividade; Robotização, automação, informatização; Novas formas de organização do trabalho: “Just in Time” – justo no tempo; 5 Ss; Selos de qualidade (Isos 9000...); Trabalho em equipes; Competência (não importa mais os postos, mas a competência que cada um possui); Se expande para outros setores não mais só indústria com base na tecnologia (várias funções sendo expulsas Ex. contabilidade, bancários...). • Sociedade pós-industrial, pós- fordista (“fim do trabalho”, da classe operária, da história... - André Gorz – “Adeus ao proletariado”; Ricardo Antunes - “Adeus ao trabalho”)? • Consequências: - empobrecimento de imensas categorias profissionais; - desemprego em massa; - fim de muitas profissões; - expansão do setor de serviços. (ver livro pg. 147) Transformações que trouxeram as novas exigências de desempenho do trabalho - a inserção das economias nacionais em mercados modernos e globalizados; - as exigências crescentes de produtividade e competitividade; - o desenvolvimento e difusão crescente de novas tecnologias e conhecimentos aplicados em todos os níveis do setor produtivo. Razões para mudança na formação profissional Um aumento da lacuna entre a formação profissional e as tarefas de trabalho cotidianas, alteradas pelas inovações tecnológicas (polivalente) PEDAGOGIA DAS COMPETÊNCIAS Capacidade de interpretação do mundo; Voltado para o agir dinâmico e flexível Associado a situações concretas, resolução de problemas, tomada de microdecisões; Competências técnicas Competências subjetivas Competências sociais Saber fazer saber ser (atitudes, comportamento)
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