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(Ebook +IFMG) Ensino e aprendizagem - teorias, métodos e avaliação.pdf Ensino e Aprendizagem: Teorias, métodos e avaliação Derli Barbosa dos Santos Formação Inicial e Continuada + IFMG Derli Barbosa dos Santos Ensino e Aprendizagem: Teorias, métodos e avaliação 1ª Edição Belo Horizonte Instituto Federal de Minas Gerais 2021 FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Catalogação: Rejane Valéria Santos - CRB-6/2907 Índice para catálogo sistemático: 1. Aprendizagem 370.152.3 S237 Santos, Derli Barbosa dos. Ensino e aprendizagem: teorias, métodos e avaliação. [recurso eletrônico] / Derli Barbosa dos Santos. – Belo Horizonte : Instituto Federal de Minas Gerais, 2021. 48 p. : il. color. E-book, no formato PDF. Material didático para Formação Inicial e Continuada. ISBN 978-65-5876-137-2 1. Ensino. 2. Aprendizagem. 3. Método. I.Santos,Derli Barbosa dos. III. Título. CDD 370.152.3 Pró-reitor de Extensão Diretor de Programas de Extensão Coordenação do curso Arte gráfica Diagramação Carlos Bernardes Rosa Júnior Niltom Vieira Junior Derli Barbosa dos Santos Ângela Bacon Eduardo dos Santos Oliveira © 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do Instituto Federal de Minas Gerais. 2021 Direitos exclusivos cedidos à Instituto Federal de Minas Gerais Avenida Mário Werneck, 2590, CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG, Telefone: (31) 2513-5157 Sobre o material Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático, incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de forma autônoma e suficiente. Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR disponível no fim deste livro. Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para Correção do Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code a seguir: Para saber mais sobre a Plataforma +IFMG acesse https://mais.ifmg.edu.br Formulário de Sugestões http://forms.gle/b873EGYtkvK99Vaw7 https://mais.ifmg.edu.br/ Palavra do autor Olá, seja bem-vindo ao curso Ensino e Aprendizagem! Nos últimos anos, temos percebido mudanças bastante significativas nos espaços educacionais. O ensino tradicional vem sendo gradualmente substituído por um ensino mais moderno, no qual o aluno passa a se reconhecer como um sujeito ativo nos processos de ensino-aprendizagem. As mudanças no ambiente escolar, causadas também pelos avanços científicos e tecnológicos, são bastante perceptíveis e sentidas por todos os atores da educação. Os professores precisam buscar formas de inovar no ensino, utilizando metodologias atrativas e recursos tecnológicos que auxiliem a aprendizagem. O aluno, por sua vez, precisa reconhecer o seu protagonismo, buscando, no professor e nos recursos pedagógicos disponíveis, novos conhecimentos e aplicações para aquilo que aprende. Os recursos didáticos, elaborados por diversos profissionais da educação, precisam ser adaptados a essa nova realidade, oferecendo condições para que alunos, professores e demais pessoas envolvidas nos processos de ensino atuem de forma cooperativa em prol da aprendizagem. Algumas perguntas são recorrentes nesses novos modelos de educação: os professores estão preparados para inovar no ensino, utilizando métodos modernos e tecnologias educacionais? Os alunos estão preparados para serem protagonistas nos processos de ensino-aprendizagem? Os materiais didáticos estão sendo produzidos de forma a atender as demandas do ensino contemporâneo? Os métodos tradicionais de ensino precisam ser totalmente abandonados? Este curso foi proposto para auxiliar você a refletir sobre esses questionamentos, não exatamente dando as respostas para eles, mas permitindo que você chegue às suas próprias conclusões. Neste curso, você irá conhecer as principais teorias de aprendizagem desenvolvidas ao longo dos anos e verá alguns exemplos de métodos e estratégias de ensino relacionadas a estas teorias. Além disso, serão apresentadas algumas metodologias ativas de ensino. Por fim, será discutido o papel da tecnologia no ensino e como os processos avaliativos são importantes para verificar a eficácia de uma estratégia de ensino e o nível de aprendizagem do estudante. Este curso foi desenvolvido para professores em atuação, para professores em formação, para estudantes, enfim, para qualquer pessoa interessada em compreender os diversos fenômenos que envolvem a sala de aula e buscam alternativas de estudos que promovam maior interação e aprendizagem. Se você é um desses inquietos, que está sempre em busca de novos conhecimentos, veio ao lugar certo. Bons estudos! Apresentação do curso Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são apresentados, sucintamente, a seguir. SEMANA 1 Compreender aspectos gerais sobre ensino/aprendizagem e conhecer as principais teorias de aprendizagem desenvolvidas ao longo do tempo. SEMANA 2 Diferenciar teorias, métodos e estratégias de ensino e reconhecer a tecnologia como ferramenta essencial na educação contemporânea. SEMANA 3 Reconhecer a avaliação como mecanismo fundamental para verificar a aprendizagem e também a eficiência do método de ensino escolhido. Carga horária: 30 horas. Estudo proposto: 2h por dia em cinco dias por semana (10 horas semanais). Apresentação dos Ícones Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado: Atenção: indica pontos de maior importância no texto. Dica do professor: novas informações ou curiosidades relacionadas ao tema em estudo. Atividade: sugestão de tarefas e atividades para o desenvolvimento da aprendizagem. Mídia digital: sugestão de recursos audiovisuais para enriquecer a aprendizagem. Sumário Semana 1 – Teorias de Ensino/Aprendizagem .............................................. 15 1.1. A importância do assunto ................................................................... 15 1.2. Teorias de ensino/aprendizagem ....................................................... 17 1.2.1. Comportamentalismo ......................................................................... 18 1.2.2. Construtivismo ................................................................................... 20 1.2.3. Humanismo ........................................................................................ 22 Semana 2 – Metodologias de Ensino ............................................................ 25 2.1. Teoria, método, metodologia ou estratégia? ...................................... 25 2.2. Métodos de ensino ............................................................................. 26 2.3. Metodologias ativas de ensino ............................................................... 27 2.4. Alguns métodos ...................................................................................... 27 2.5. Tecnologias na educação ....................................................................... 29 Semana 3 – Avaliação do Ensino e da Aprendizagem .................................. 31 3.1. O que é avaliar? ................................................................................. 31 3.2. Avaliação somativa x avaliação formativa .......................................... 33 3.3. Instrumentos avaliativos ..................................................................... 34 Referências ................................................................................................... 37 Currículo do autor .......................................................................................... 39 Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 41 file:///C:/Users/IFMG2.DESKTOP-FM5BA63/Downloads/Ensino-e-aprendizagem_final.docx%23_Toc61623417 file:///C:/Users/IFMG2.DESKTOP-FM5BA63/Downloads/Ensino-e-aprendizagem_final.docx%23_Toc61623423 file:///C:/Users/IFMG2.DESKTOP-FM5BA63/Downloads/Ensino-e-aprendizagem_final.docx%23_Toc61623431 Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 15 Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”. 1.1. A importância do assunto Atividade: Para iniciar os seus estudos, vá até a sala virtual e faça o “Quiz de Introdução”. “O mundo mudou”. Uma pequena frase, simples e objetiva, muitas vezes repetida, e que diz bastante sobre o que vivenciamos atualmente. É verdade! O mundo mudou. E muda sempre. É um processo contínuo. As mudanças sociais, ambientais, econômicas, políticas, religiosas e várias outras ocorrem desde sempre. A diferença é que num curto intervalo de tempo, em poucos anos, o mundo mudou muito. E, por isso, essa frase se tornou tão significativa. Os avanços científicos e tecnológicos, atrelados a uma série de outros fatores, como êxodo rural, industrialização, globalização, urbanização e por aí vai, fizeram com que a sociedade apresentasse mudanças relevantes nas últimas décadas. A forma de se comunicar mudou, a produção de conhecimento aumentou, os meios de transporte são mais rápidos, as notícias chegam em segundos, enfim, as diferenças observadas entre o mundo contemporâneo e o antigo são muitas. As mudanças ocorridas no mundo são sentidas em todos os setores da sociedade, e nos espaços educacionais não poderia ser diferente. A inserção de tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem, a carga de conhecimento trazida pelos alunos, devido ao fácil e rápido acesso a informações, a rapidez na produção e divulgação de conhecimento a partir de pesquisas científicas, entre outras coisas, são responsáveis por uma educação mais moderna (e isso pode ser bom ou ruim dependendo do ponto de vista). Objetivos Compreender aspectos gerais sobre ensino/aprendizagem e conhecer as principais teorias de aprendizagem desenvolvidas ao longo do tempo. Semana 1 – Teorias de Ensino/Aprendizagem Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 16 Fato é que o aluno já não é mais o mesmo do passado. Aquele sujeito “cru”, sem experiência ou conhecimento algum, submisso ao professor, pronto para “ouvir, decorar e repetir” já não existe mais. A escola também não é igual. Um local com mesas, cadeiras, quadro, giz e um professor para “transmitir” conhecimento foi substituído por um local de interações humanas, vivências e experiências sociais e afetivas intensas. Os professores também não são os mesmos (ou pelo menos não deveriam ser). Aquele ser autoritário, detentor do conhecimento, de pouco afeto, deu espaço para uma pessoa que compartilha o que sabe, mas também aprende com o outro; para uma pessoa afetiva, que interage, que reconhece os méritos do seu aluno e compreende as necessidades do outro. Os fatos acima citados, além de inúmeros outros processos de mudanças sociais, levaram a novas relações nos processos de ensino e aprendizagem, facilmente perceptíveis por qualquer pessoa que esteja inserida num ambiente escolar. Basta ouvir relatos de professores que estão há mais tempo no exercício da docência, ou ouvir os avós falando sobre como era o ensino no passado, ou até mesmo fazendo uma breve leitura sobre o funcionamento de escolas no século XX, e chegamos à conclusão de que realmente muita coisa mudou quando se fala em ensino e aprendizagem. O modo de ensinar vem ganhando novas opções nesse novo mundo e aprender atualmente é algo que pode ocorrer de muitas maneiras. Mas, o que é ensinar e o que é aprender? Ensinar é o mesmo que passar para outras pessoas um conhecimento sobre algo, transmitir uma informação sobre um assunto. Aprender significa adquirir conhecimento sobre alguma coisa, adquirir habilidade, compreender ou dominar algum assunto. Veja que ensinar e aprender são ações complementares, são os opostos que se atraem. Quando alguém passa uma informação, um outro alguém recebe aquela informação. Quando um ensina, um outro aprende. Atente para o fato de que ensinar e aprender não são ações necessariamente executadas por pessoas. Porém, considerando o objetivo deste curso, de relacionar o ensino e a aprendizagem com os espaços educacionais, o foco aqui será nas relações de ensino e aprendizagem estabelecidas entre professores e alunos. Sempre que falamos em ensinar e aprender numa escola, devemos relacionar três elementos: o que ensina (normalmente o professor), o que aprende (em geral, o aluno) e o conhecimento (ou habilidade, aquilo que está sendo ensinado e aprendido). É a relação holística entre esses elementos que fundamenta tudo o que ocorre numa escola. O trabalho da gestão escolar, da pedagogia, da secretaria, das educadoras de apoio, da biblioteca e de vários outros departamentos escolares é dar o suporte necessário para que essa relação professor/aluno/conteúdo ocorra de maneira efetiva, enquanto que o papel do professor e do aluno é garantir que o ensino e a aprendizagem se concretizem. Ensinar e aprender são processos que dependem de ações efetivas de pessoas envolvidas com a educação. Mas como executar essas ações corretamente? Como utilizar estratégias de ensino adequadas para cada conteúdo? Como estudar de modo consistente? Sobretudo, como fazer todas essas coisas num mundo tão mudado, com pessoas diferentes, com conhecimentos novos a todo momento, com relações interpessoais intensas? Conhecer os mecanismos de aprendizagem, com origens no âmbito da psicologia, utilizar diferentes métodos de ensino e saber como avaliar a eficácia do método e o nível de aprendizagem dos alunos sempre foi importante, desde os primórdios da educação. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 17 Mas agora, além de saber tudo isso, é fundamental reconhecer que a tecnologia veio para ficar, e que esta é, e será, cada vez mais parte indissociável do ensino. É importante aceitar que alunos e professores não são mais os mesmos, e estimular um ensino ativo, que coloque todos os envolvidos na educação, sobretudo os alunos, como protagonistas dos processos de ensino/aprendizagem. Dica do Professor: Leia o artigo “Ensino- aprendizagem: uma interação entre dois Processos comportamentais” para ampliar os seus conhecimentos sobre o assunto (download). 1.2. Teorias de ensino/aprendizagem A forma como as pessoas aprendem é algo discutido desde a antiguidade. Sócrates, Platão e Aristóteles, por exemplo, ainda na Grécia Antiga, já elaboravam ideias de como as pessoas incorporam uma nova informação. Os primeiros pensamentos sobre aprendizagem estavam muito mais ligados à capacidade de as pessoas interagirem com o ambiente e com os outros, por meio da comunicação, da locomoção, das expressões etc. Portanto, aprender era sinônimo de desenvolver processos orgânicos e experiências pessoais e não necessariamente estudar para adquirir habilidades que pudessem contribuir para um desenvolvimento da sociedade. A ideia de aprendizagem como uma atividade social é algo mais recente. A necessidade de pessoas capacitadas, com amplos conhecimentos e habilidades, para o mercado de trabalho, para a realização de pesquisas e para o desenvolvimento científico e tecnológico, exige das pessoas, hoje, muito mais do que saber se comunicar, por exemplo. É necessário ir além. Aprender atualmente é compreendido como algo mais complexo, para além do desenvolvimento orgânico. Envolve a capacidade de compreender, interpretar, aplicar conhecimentos, solucionar problemas, elaborar e testar hipóteses. Por isso os processos de ensino e aprendizagem são cada vez mais amplos e exigem, cada vez mais, de professores e alunos, bem como de toda a sociedade. Nas últimas décadas, por conta das necessidades de aprendizagem, cada vez mais intricadas, os processos de ensino/aprendizagem e as relações professor x aluno vêm sendo amplamente discutidos e investigados. Há uma clara ruptura sobre o que o professor quer ou pretende ensinar, sobre o que o aluno quer ou espera aprender, e sobre o que a sociedade espera que o aluno aprenda. As reclamações de professores e alunos sobre as dificuldades enfrentadas no ensinar e no aprender são cada vez mais frequentes. Geralmente há uma troca de acusações sobre os problemas escolares (política, metodologias ultrapassadas e alunos desinteressados são alguns dos “culpados”) quando, na verdade, toda a sociedade mudou e, cada vez mais, se faz necessário entender os fatores relacionados ao processo ensino/aprendizagem, para que todos atuem de forma mais coerente com a realidade atual. http://drive.google.com/file/d/1uyi6vR7ndrltnkj1zDE8yFO2-nGIf0El/view Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 18 A maneira como as pessoas aprendem, isto é, as teorias de ensino/aprendizagem, estão entre um dos assuntos mais estudados quando se fala em pesquisas na área da educação. Talvez porque compreender como alguém incorpora o conhecimento seja um dos possíveis caminhos para tornar o ensino mais eficiente. A partir dessa compreensão é possível definir melhor as metodologias e as estratégias de ensino, bem como a forma de avaliar. Geralmente dividimos as teorias de ensino em três grandes grupos, a saber: comportamentalismo, construtivismo e humanismo. 1.2.1. Comportamentalismo O comportamentalismo ou behaviorismo (do inglês behavior = comportamento) é, resumidamente, uma área da psicologia que se preocupa em compreender as relações dos indivíduos com estímulos e as respostas dadas a esses estímulos. O que o indivíduo pensa, sente ou possui de conhecimentos e experiências pessoais não é levado em consideração para essa teoria de ensino/aprendizagem. Para os comportamentalistas, o objetivo é identificar quais estímulos provocam certos comportamentos. As ideias comportamentalistas tiveram início, de certa forma, por acaso, com os trabalhos realizados pelo fisiologista russo Ivan Pavlov, ainda na década de 1920. Ao estudar os processos digestivos de animais, Pavlov começou a perceber que determinadas ações (estímulos repetidos frequentemente) geravam respostas específicas das espécies estudadas. Por exemplo, durante pesquisas para analisar a produção de saliva em cães a partir de estímulos alimentares, o russo percebeu que após um período de experimentos os cachorros começaram a produzir saliva antes mesmo da entrega da comida, somente pela apresentação da tigela. Com isso, Pavlov elaborou a ideia de condicionamento clássico, que consiste em reforçar determinadas respostas dos indivíduos com a repetição de estímulos que levam àquela ação. Vejamos mais um exemplo: todas as vezes que Pavlov fornecia o alimento ao cão ele tocava um sino. Após um determinado tempo, bastava tocar o sino para que o cachorro começasse a salivar. Significa que a resposta “salivação” foi condicionada ou ficou conectada com o som do sino. Atenção: Pavlov não desenvolveu a psicologia do comportamento, tampouco criou o termo comportamentalismo. As pesquisas desse cientista foram no campo do condicionamento clássico e as ideias dele foram utilizadas posteriormente para dar início ao comportamentalismo. Pavlov, em geral, trabalhou com animais e, por isso, boa parte de suas pesquisas foram em relação ao comportamento animal. Entretanto, o russo também fez experimentos de condicionamento clássico com seres humanos e os resultados obtidos por ele representam o início de um trabalho na área de psicologia comportamental. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 19 John Broadus Watson, psicólogo dos Estados Unidos, bastante influenciado pelas ideias elaboradas por Pavlov sobre condicionamento clássico, que deu início ao movimento comportamentalista na psicologia, sendo considerado o “pai do comportamentalismo”. Watson buscava explicar que a aprendizagem, independentemente de ser animal ou humana, era promovida a partir de um condicionamento gerado pela relação estímulo-resposta. Portanto, o comportamento representa uma adaptação pessoal aos estímulos a que somos expostos. Pensando em termos educacionais, seria como adaptar o ambiente de ensino e o roteiro de estudos, criando estímulos que levassem a respostas (comportamento) positivas ou corretas por parte dos estudantes. Para isso era necessário conhecer qual comportamento era promovido por cada tipo de estímulo. Edwin Guthrie e Edward Thorndike, outros dois norte-americanos, assim como John Watson, que foram grandes influenciadores da psicologia do comportamento. Ambos aprofundaram estudos nessa área do conhecimento, contribuindo com diferentes pesquisas e informações, mas tendo como foco principal a relação estímulo-resposta. Burrhus Frederic Skinner, psicólogo, inventor e filósofo norte-americano, além de professor na Universidade Harvard, foi um dos grandes influenciadores do comportamentalismo na educação. Skinner não focalizou seus estudos no estímulo- resposta, mas no que vinha depois, na consequência dessa relação, naquilo que pode, ou não, reforçar aquela resposta. Esse psicólogo deu origem ao chamado condicionamento operante. Para Skinner, cada indivíduo pode emitir dois tipos de respostas frente aos estímulos, a respondente e a operante. Uma resposta respondente é aquela inata, involuntária, os chamados reflexos, como, por exemplo, a dilatação da pupila em casos de diminuição da luminosidade. Uma resposta operante seria aquela na qual o indivíduo modifica o mundo exterior, realiza alguma ação sobre o meio. Quando, por exemplo, em um dia frio, o sujeito veste um casaco. Diferentemente de respostas respondentes, a resposta operante pode, ou não, ser emitida, mesmo diante do mesmo estímulo. Skinner propôs que as respostas operantes poderiam ser condicionadas, ou seja, modificadas, dependendo do tipo de consequência que aquela resposta gerava. A consequência era chamada de reforço. Um reforço positivo aumentava a frequência daquela resposta diante daquele estímulo. Um reforço negativo diminui a frequência daquela resposta mediante certo estímulo. Dito isso, conclui-se que o importante nessa teoria é a relação resposta-reforço e não estímulo-resposta, como proposto pelos primeiros behavioristas. Vejamos um exemplo da teoria de Skinner no ambiente escolar. O professor ensina um conceito para o aluno. Após alguns dias é aplicada uma prova na qual o conhecimento sobre aquele conceito é exigido. Se o aluno repetir o conceito corretamente, de acordo com o professor ou com os livros utilizados, o aluno recebe uma nota alta (reforço positivo). Caso ele seja perguntado novamente, ele repetirá aquela resposta, tendo em vista que ela foi avaliada positivamente. Mas, se o estudante der uma resposta diferente do que está no livro didático, o professor dará a ele uma nota baixa (reforço negativo) e, com isso, aquela resposta não será repetida, considerando que ela foi mal avaliada. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 20 As ações dos alunos, respostas operantes, quando são boas do ponto de vista escolar, são reforçadas positivamente por meio de elogios, destaques, notas altas, prêmios (como ir a um passeio) e vários outros mecanismos. Já as ações ruins recebem reforço negativo, como castigo, nota baixa, ficar sem recreio e assim por diante. São os comportamentos sendo moldados (condicionados), levando a uma aprendizagem correta do ponto de vista social. Num primeiro momento, a abordagem comportamentalista no ambiente escolar não apresenta nada de errado. Reforçar positivamente atitudes corretas e negativamente ações incorretas é algo comum, até mesmo na educação dada pelos pais. Entretanto, quando se fala em aprendizagem num sentido mais moderno, isto é, adquirir conhecimento e ser capaz de aplicá-lo, e não somente replicá-lo ou saber se comportar, percebemos que o comportamentalismo pode ser ultrapassado, pois estimula o treinamento e a aprendizagem mecânica em detrimento de uma educação ampla. Dica do Professor: Explore a apostila “Subsídios teóricos para o professor pesquisador em ensino de ciências” para conhecer um pouco mais as principais teorias de ensino (download). 1.2.2. Construtivismo O construtivismo é uma teoria que considera a aprendizagem como um processo de construção do sujeito, relacionando suas experiências pessoais, sociais, afetivas e cognitivas. O aluno não é um sujeito passivo, que repete o que lhe foi explicado, mas um sujeito ativo, que interage com o meio, resolvendo problemas que criem conflitos mentais e levem a um desenvolvimento pessoal, criando avanços no pensamento, na argumentação e no raciocínio lógico. O professor construtivista é um mediador que cria situações que permitam ao aluno progredir mentalmente. Diferentemente do comportamentalismo, que cria estímulos para condicionar o aluno, sendo este um sujeito passivo, que responde aos estímulos, no construtivismo o aluno é estimulado a desenvolver sua aprendizagem à medida que se desenvolve enquanto cidadão, levando em consideração o que já sabe, ou seja, as experiências que já possui devido à sua interação com o meio. O que o sujeito sabe, juntamente com os novos estímulos promovidos pelo professor, levam a um nível mais avançado de interpretação, de conhecimento, de habilidades, de capacidade de resolver problemas. O pioneiro e mais conhecido autor construtivista é Jean Piaget. Entretanto, vários outros pesquisadores fizeram contribuições importantes com essa teoria da aprendizagem, com destaque para Lev Vygotsky e David Ausubel. Piaget propôs que a aprendizagem se dá pela interação entre fatores internos (mente, conhecimentos pessoais) e fatores externos (meio). A aprendizagem se dá por um processo chamado equilibração majorante. É através de etapas desse equilíbrio que o http://drive.google.com/file/d/1U7enmeQvqC6bkwIuFK0-SrVXypFdZY_a/view Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 21 conhecimento vai sendo construído. Segundo este autor, todo ser humano tende a organizar sua mente, formando estruturas psicológicas coerentes, isto é, a mente busca sempre interpretar o meio e se adaptar a ele. Todas as vezes que uma nova situação é vivenciada, o organismo (mente) busca uma reestruturação por meio de esquemas de assimilação, ou seja, o sujeito tende a assimilar aquela nova situação, interpretando-a e acomodando-a na sua estrutura cognitiva. Assim, o organismo estará adaptado àquela nova situação e sua estrutura psicológica ficará novamente organizada. Considerando a teoria piagetiana para o espaço educacional, fica evidente o papel de mediador do professor e de protagonista do aluno. O professor deve criar mecanismos que levem a um conflito cognitivo numa estrutura mental organizada do aluno. Simplificando, o docente precisa estimular o discente a vivenciar novas situações e este, por sua vez, deve interpretá-las e acomodá-las numa estrutura cognitiva, gerando aprendizagem e experiência. É o aluno que precisa buscar informações que o auxiliem a interpretar aquela situação e a construir o seu próprio conhecimento. Para Piaget, a forma como crianças, adultos e adolescentes chegam ao equilíbrio majorante é diferente. Isso por que cada um está em etapas de desenvolvimento cognitivo diferentes e se relaciona de maneiras distintas com o meio. É extremamente importante levar esse aspecto em consideração, uma vez que certas disciplinas ou conceitos poderão, ou não, ser compreendidos dependendo do nível cognitivo em que o aluno se encontra. Vygotsky considera que mais importante para a aprendizagem, que a interação com o meio de um modo geral, é o contexto social, cultural e histórico no qual o sujeito está imerso. O envolvimento de um indivíduo com a sociedade por meio da troca de significados é o que leva ao desenvolvimento cognitivo. Nessa teoria a aprendizagem sempre se dá pela relação com outras pessoas e nunca individualmente. Dois conceitos são fundamentais para se compreender a teoria de Vygotsky, o signo e o instrumento. Signos são coisas que possuem significado, como símbolos, palavras, ideias, ícones, gesto etc. Instrumentos são objetos utilizados para fazer algo, como um lápis. Cada sociedade possui, culturalmente e historicamente, signos e instrumentos diferentes. Ao interagir com a sociedade na qual está alocado, o organismo desenvolve significados semelhantes ao daquele lugar, sendo capaz de manusear aqueles instrumentos e se comunicar com aquelas pessoas de forma adequada. Vygotsky desenvolveu a ideia de zonas de desenvolvimento proximal. Essa teoria busca identificar qual o nível de conhecimento de uma pessoa e até onde esse indivíduo é capaz de ir numa próxima etapa de aprendizagem. Na interação com a sociedade, por exemplo, o sujeito analisa o que sabe e por meio da troca de significados, de experiências e de conhecimentos, é capaz de chegar num próximo estágio de desenvolvimento cognitivo. No fim desse processo, o indivíduo sai de uma zona de maturação intelectual para a próxima zona de cognição, mais complexa e com mais informações. Levando as ideias de Vygotsky para o contexto educacional, percebemos que a aprendizagem deve ser estimulada por meio da interação social, ou seja, um aprende com o outro. O professor, como mediador, e considerando que a sala de aula é um ambiente bastante heterogêneo, deve estimular a interação e a troca de significados. Além disso, o professor é uma pessoa que já internalizou significados socialmente aceitos em relação a Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 22 determinados conhecimentos (ou matérias) e ele deve passar esses signos para os alunos. Este, por sua vez, deve compreender esses signos e verificar se a forma como compreendeu está adequada para a área de conhecimento em questão. Ausubel contribuiu bastante com o construtivismo a partir da ideia de aprendizagem significativa. Para esse autor, o aspecto mais importante para a aprendizagem de alguém é aquilo que a pessoa já sabe. Esse conhecimento prévio é chamado de subsunçor e deve ser levado em consideração durante o ensino, sendo necessário, portanto, averiguá-lo. A aprendizagem significativa seria aquela que possui significado, isto é, aquela que se relaciona com algum conhecimento que já está presente na estrutura cognitiva do aprendiz e, por isso, faz sentido para ele. Nessa interação, do novo com o velho, o conhecimento é enriquecido e se torna mais elaborado. No construtivismo de Ausubel, o aluno precisa ter uma predisposição para aprender, o que significa que este precisa estar interessado em relacionar o que está sendo ensinado com aquilo que ele já conhece. O papel do professor também é fundamental, pois é necessário ensinar de acordo com o que o aluno tem de subsunçores. Para isso, o docente precisa identificar os conhecimentos prévios e apresentar situações novas que possam ser ancoradas a estes conhecimentos, modificando-os e aprimorando-os. 1.2.3. Humanismo O humanismo é uma teoria de ensino/aprendizagem que foca muito mais no professor e no aluno, enquanto pessoas (com sentimentos, conhecimentos, anseios, ideias e ações), que em técnicas ou métodos de ensino. O humanismo se concentra no crescimento pessoal, no professor como facilitador da aprendizagem e nas interações pessoais. O aluno tem liberdade para escolher quais atividades deseja realizar, pensando em seus interesses pessoais e nos do grupo. O objetivo da teoria, ou filosofia, humanista é fazer com que o sujeito “aprenda a aprender” e seja o autor de sua própria história. A metodologia escolhida para o ensino não é importante, desde que o objetivo final seja sempre formar pessoas independentes, com capacidade de argumentar, de propor ideias, de modificar a sua própria realidade e de se embasar teórica e cientificamente. Paulo Freire foi um dos grandes influenciadores do humanismo. Para ele a aprendizagem ocorre graças a utilização do contexto do aluno nos processos de ensino. Perceba que em outras teorias, o que o aluno já sabe é usado para relacionar com o novo. Na pedagogia freireana o que o aluno sabe é usado como técnica de ensino, ou seja, as experiências dos estudantes são levadas em consideração, de tal modo que os estudos façam sentido e o aluno desenvolva um senso crítico. A interação entre os pares é um outro aspecto fundamental das ideias de Paulo Freire. Todos devem interagir, compartilhar experiências, para que a aprendizagem alcance a todos, isto é, não existe hierarquia. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 23 Observe que todas as teorias citadas fazem sentido e, de alguma forma, parecem estar corretas. A visão de como se aprende está diretamente relacionada ao momento histórico e social, às experiências, observações e valores de cada ser. Portanto, não há uma teoria totalmente certa ou completamente errada. Há uma interação entre as diferentes teorias e, o conjunto delas, é basicamente o que leva uma pessoa a aprender. Se formo considerar o mundo atual, por exemplo, percebemos que as pessoas aprendem mais rápido, com maior facilidade. Isso se deve ao fato de a humanidade já ter avançado muito em termos de conhecimentos e experiências, em termos de tecnologias digitais de informação e comunicação, que facilitam o acesso ao conhecimento. Então podemos dizer que aprendemos por meio da conexão com a tecnologia, que amplia a obtenção de informações e a aplicação de conhecimento e desenvolvimento de habilidades. Já temos, assim, mais uma opção de como as pessoas aprendem. Aprender é um processo amplo, que envolve uma série de fatores e, por isso, não podemos delimitar a aprendizagem a uma única teoria, bem como, não podemos querer que as pessoas aprendam de uma única forma. Mas esse assunto será tratado na próxima semana. Atividade: Para concluir a primeira semana de estudos, vá até a sala virtual e faça o “Questionário da Semana 1”. Concluída essa semana de estudos é hora de uma pausa para reflexão. Faça a releitura de tudo que lhe foi sugerido, assista aos vídeos propostos e analise todas essas informações com base na sua experiência. Esse intervalo é importante para amadurecer as novas concepções que esta etapa lhe apresentou! Nos encontramos na próxima semana. Bons estudos! Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 24 Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 25 Mídia digital: Antes de iniciar os estudos dessa semana, vá até a sala virtual e assista ao vídeo “Metodologias de Ensino”. 2.1. Teoria, método, metodologia ou estratégia? No contexto do ensino e da aprendizagem, alguns termos são comumente utilizados e, muitas vezes, de forma equivocada. Diferenciar alguns conceitos é fundamental para compreendermos como se dá a análise educacional no que se refere ao ato de ensinar e aprender. Teoria se refere a um conjunto de conhecimentos sobre determinada área. É quando algo já foi minimamente estudado e há uma sistematização de informações sobre aquilo. Quando falamos em teorias de aprendizagem, nos referimos a pesquisas feitas nesse campo do conhecimento e às informações existentes sobre essa área do saber. Sendo assim, teorias de aprendizagem são as ideias principais, já estudadas e divulgadas, sobre como o ser humano aprende. É basicamente tudo aquilo que estudamos durante a primeira semana. Método é uma palavra de origem grega, que significa “caminho, via”. Método seria, antes de mais nada, a estruturação de um caminho para se chegar a um objetivo final. Métodos de ensino são maneiras lógicas, organizadas, sistematizadas, para se ensinar algo, para se alcançar um objetivo de ensino. Um método de ensino pode se basear em uma ou mais teorias de ensino. Sabendo como o sujeito aprende (teoria), pode-se criar um percurso formativo (método) para aplicar aquela teoria. Estratégia se refere aos meios que utilizamos para conseguir alguma coisa. Em termos de ensino, estratégias seriam as etapas de um método, ou seja, os mecanismos utilizados para se desenvolver um método de ensino. Metodologia é a junção da palavra “método” com o sufixo “logia” (que significa estudo de). Portanto, metodologia é o estudo das bases filosóficas e epistemológicas, do contexto no qual um método foi criado, das relações daquele método com as teorias de ensino e assim por diante. Veja um exemplo relacionando esses termos: um professor percebe que no seu contexto educacional a melhor forma para se aprender é por meio de relações Objetivos Diferenciar teorias, métodos e estratégias de ensino e reconhecer a tecnologia como ferramenta essencial na educação contemporânea. Semana 2 – Metodologias de Ensino Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 26 interpessoais (construtivismo de Vygotsky), com a troca de signos. Para possibilitar a aplicação dessa teoria (construtivismo), o professor resolve adotar como método de ensino “três momentos pedagógicos de Delizoicov”, que é dividido em três etapas: problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento. Para colocar esse método em andamento o professor precisa definir estratégias: como será feita a problematização inicial? Pode ser por meio de uma busca local para verificar problemas na comunidade, por meio da leitura de um texto, por meio de uma pesquisa na internet; como será organizado o conhecimento? Por meio de leituras de livros didáticos, por meio de aulas práticas; como será aplicado o conhecimento? Por meio da solução do problema inicialmente identificado, por meio de uma feira cultural com intercâmbio de conhecimentos. A metodologia aqui poderia ser a avaliação dos resultados obtidos com o método escolhido, a verificação do quanto os alunos aprenderam, do quanto o trabalho possibilitou construção de conhecimento. Essa seria a análise, o estudo do método. 2.2. Métodos de ensino É muito comum utilizarmos, no nosso dia a dia, os termos metodologias de ensino e métodos de ensino como se fossem sinônimos. Inclusive, fala-se mais em metodologias de ensino do que em métodos de ensino. Mas, como já vimos, quando falamos do conjunto de estratégias utilizadas para ensinar, nos referimos a método e, quando falamos do estudo de um método, das suas origens e eficácia, nos referimos a metodologias. Existem muitos métodos de ensino e estes são classificados e nomeados com base em diferentes critérios. Veja alguns exemplos: - Métodos nomeados a partir do idealizador: três momentos pedagógicos de Delizoicov, Método Waldorf, Método Keller, Método Montessori, Método Freire. - Métodos nomeados a partir da estratégia principal: aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem baseada em pesquisa, aprendizagem por projetos, método expositivo, aprendizagem por estudo de caso. - Métodos nomeados a partir da concepção filosófica que os embasa: método sociointeracionista, método construtivista, método comportamentalista, método humanista. Todos os métodos de ensino se baseiam em uma ou até mesmo em mais de uma teoria de aprendizagem. A adoção de um determinado método deve estar de acordo com o objetivo de ensino proposto pelo professor. Este deve ter em mente que cada aluno é um ser único, em formação e que aprende de maneira diferente dos demais, tanto em termos teóricos, quanto em termos de estratégias e métodos. Por isso, utilizar uma variedade de estratégias é fundamental para que todos tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 27 2.3. Metodologias ativas de ensino Metodologia ativa de ensino é o processo pelo qual os métodos ativos estão sendo estudados, gerando informações sobre como esses métodos são utilizados e com qual frequência, que resultados eles apresentam no contexto educacional e em que situações eles podem ser melhor aproveitados. Mas o que são esses métodos ativos? O ensino tradicional, comumente reconhecido como aquele no qual o professor é o detentor do conhecimento, controla os espaços de ensino/aprendizagem e transmite o que sabe para os alunos, vem sendo substituído por um ensino mais contemporâneo, no qual o aluno se reconhece como autor da sua própria história e assume um protagonismo maior, quando se trata de buscar conhecimento e progredir em sua própria aprendizagem. É aí que entram os métodos ativos. Os métodos ativos representam um conjunto de estratégias nas quais o objetivo principal é fazer com que o aluno aprenda de forma autônoma. O professor assume o papel de mediador, de sujeito que cria situações ou que apresenta problemas reais que estimulem os alunos a buscarem conhecimentos específicos para solucionarem tais problemas. O aluno precisa estar no centro das atenções, participando ativamente da construção do seu próprio conhecimento. Dica do Professor: Leia o artigo “Abandono da narrativa, ensino centrado no aluno e aprender a aprender criticamente” para ampliar seus conhecimentos sobre metodologias ativas de ensino (download). Os métodos ativos, em geral, mesclam várias teorias de aprendizagem, possibilitando que os alunos interajam com o meio e uns com os outros, utilizem conhecimentos que já possuem, desenvolvam senso crítico e, por isso, estão entre os métodos mais aceitos e adotados atualmente. Entre as vantagens dos métodos ativos podemos destacar: motivação dos envolvidos no processo, uso de tecnologias, maior abrangência de conteúdo, relação com teorias de aprendizagem modernas, participação efetiva do aluno e desenvolvimento da autonomia. 2.4. Alguns métodos A seguir, são descritos alguns métodos de ensino adotados nos espaços escolares. Muitos deles são utilizados rotineiramente e boa parte dos envolvidos no processo de ensinar e aprender, até mesmo o professor que o adotou, não tem conhecimento da nomenclatura e da origem teórica de tal método. http://drive.google.com/file/d/1d4liqXWjm18TP7QROLqhN3pvIFpJtUpi/view Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 28 - Expositivo: conhecido também como método tradicional, é aquele no qual o conhecimento é transmitido do professor para o aluno. Por transmissão, entende-se professor como “detentor do conhecimento” e o aluno como “indivíduo sem informação que recebe ou decora os dados que estão sendo transmitidos”. O foco desse método é o conteúdo, geralmente presente em um livro base, que precisa ser aprendido pelos estudantes. As estratégias mais comuns nesse método são a oralidade, o uso de quadro para anotação de informações, a leitura do livro didático e, devido à modernização das escolas, o uso de projetores digitais. A teoria base desse método é o comportamentalismo. - Três momentos pedagógicos de Delizoicov: é um método que envolve três etapas básicas de desenvolvimento: problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento. O professor é o mediador que apresenta uma problemática num primeiro momento. Em seguida, os alunos precisam buscar informações para compreenderem melhor o problema apresentado e para proporem soluções. Por fim, os alunos, juntamente com o professor, podem solucionar a questão e devem verificar em que outras situações aquele mesmo conhecimento pode ser aplicado. É um método que tem suas bases no humanismo. - Método Freire: metodologia baseada nos trabalhos de Paulo Freire, no qual o contexto de cada aluno é fundamental para a aprendizagem. O professor deve adotar estratégias que relacionem o que ele quer ensinar com aquilo que o aluno vivencia, fazendo com que o estudo tenha um sentido mais pessoal e humano. - PBL (Problem Based Learning): Aprendizagem Baseada em Problemas é um método ativo de ensino, baseado no construtivismo, no qual um problema é apresentado aos alunos e os mesmos precisam buscar conhecimentos para solucioná-lo. Apesar de a princípio ser parecido com o método de Delizoicov, o PBL é focado na prática e é mais comum em cursos de medicina. As turmas precisam ser pequenas com, no máximo, 10 a 12 alunos, e as discussões são bastante incentivadas, além de pesquisas individuais para aprofundamento no tema. - 5W1H: ou aprendizagem por projetos. Tem seu nome originado em palavras inglesas: what, why, who, when, where e how, que significam, respectivamente: o que, por que, quem, quando, onde e como. Esses termos são a base de construção de um projeto e, após a elaboração, o que foi proposto deve ser executado. O professor auxilia na produção e no desenvolvimento, mas são os alunos que propões o que querem fazer e como vão fazer. É um método centrado no estudante e, portanto, ativo. - IBL (Inquiry Based Learning): Aprendizagem Baseada em Investigação, é um método que busca solucionar problemas de maneira colaborativa por meio das etapas do método científico. É um método ativo e construtivista, no qual o professor é o mediador e o aluno é o protagonista. O conhecimento é construído de forma coletiva, por meio de experiências, pesquisas, trocas de informações, proposição e teste de hipóteses e divulgação de dados. - Mapa conceitual: também considerado uma estratégia e não um método, a construção de mapas conceituais estimula o relacionamento de conceitos ou ideias-chave dentro de um conteúdo geral. Tem suas origens na aprendizagem significativa de Ausubel. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 29 - Experimentos: podem ser utilizados como estratégia dentro de um método ou como método de ensino. Estimulam o aluno a propor hipóteses, a definir métodos de estudo e de aprendizagem, a fazer aulas práticas colaborativas e a desenvolver o senso argumentativo, por meio de apresentação e defesa de dados obtidos. - Flipped classroom: conhecido popularmente como Sala de Aula Invertida, transforma os espaços não formais de ensino como extensões da sala de aula. Em geral, o aluno tem acesso ao material de estudo antes da explicação e tem a responsabilidade de estudar, pesquisar, fazer atividades e desenvolver o conhecimento de forma autônoma. Na sala de aula o professor estaria à disposição para tirar dúvidas, acrescentar informações e mediar debates e trocas de informações que promovam um desenvolvimento coletivo. É um método ativo, baseado no construtivismo. - Webquest: são sequências didáticas, em geral, feitas com auxílio de tecnologias digitais de informação e comunicação, na qual o aluno tem acesso a um roteiro de estudo que inclui vídeos, textos para leitura, exercícios, jogos e outros instrumentos. A cada etapa concluída, um novo arquivo é liberado para o aluno ir avançando no conteúdo e aprofundando conhecimentos. São muitos os métodos existentes, cada um com suas particularidades e com suas origens filosóficas e históricas. Algumas outras formas de ensinar e aprender, comuns nos espaços educacionais, podem ter suas bases nas ideias de Vygotsky. Feiras ou exposições científicas e culturais, congressos, simpósios e outros tipos de eventos são feitos com o objetivo de haver intercâmbio científico e cultural. A troca de signos é intensa e a ampliação de conhecimentos fica evidente por parte das pessoas que participam desses acontecimentos. No fim, o mais importante não é o método escolhido, mas a certeza de que todos estejam desenvolvendo suas habilidades. Para isso, é importante que o professor questione, no momento que prepara as suas aulas: a atividade promove o pensamento? É colaborativa? Possibilita a construção de conhecimento? Está contextualizada? É problematizadora? Se sim para a maioria dessas perguntas, significa que é um método de qualidade. 2.5. Tecnologias na educação Como você deve ter percebido, boa parte dos métodos de ensino podem envolver estratégias que necessitem da utilização de tecnologias digitais de informação e comunicação. Além disso, a própria educação contemporânea envolve aquilo que frequentemente vem sendo chamado de ensino híbrido. O ensino híbrido é aquele que envolve momentos de estudos presenciais, com tópicos a serem aprendidos online. Esse ensino é uma tendência na educação do século XXI e cada vez mais professores e instituições adotam essa estratégia. Perceba que o ensino híbrido não é um método de ensino, mas sim uma estratégia que pode ser utilizada dentro de diferentes métodos. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 30 De certa forma, a tecnologia já está inserida no contexto educacional, não é mais uma escolha. O ensino híbrido já existe, até mesmo sem que o professor coloque isso no seu planejamento. Quando o aluno é solicitado a realizar uma “pesquisa”, ou tem uma tarefa de casa a fazer, é comum que ele busque informações na internet. Assim, ele estará aprendendo, ou melhor, estudando online. As tecnologias estão aí para facilitar os processos de ensino e aprendizagem. Por meio delas é possível aprimorar o ensino. Não se deve ter a tecnologia como substituta do papel do professor, tampouco como redutora da responsabilidade do aluno. Os instrumentos tecnológicos devem ser vistos como recursos educacionais que ampliem a comunicação, a troca de informações, o aprofundamento de conhecimentos, o desenvolvimento de métodos e assim por diante. Atividade: Para concluir a segunda semana de estudos, vá até a sala virtual e participe do Fórum “Metodologias de Ensino”. Inicie uma nova publicação, propondo, a partir do que aprendeu aqui e de suas experiências, uma maneira de estudar ou de ensinar que você considera eficaz para a educação contemporânea. Concluída essa segunda semana de estudos é hora de uma pausa para refletir sobre o assunto. Faça uma breve releitura de tudo que lhe foi sugerido, assista aos vídeos propostos e analise todas essas informações com base na sua experiência. Esse intervalo é importante para amadurecer as novas concepções que esta etapa lhe apresentou! Nos encontramos na próxima semana. Bons estudos! Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 31 Mídia digital: Antes de iniciar os estudos dessa semana, vá até a sala virtual e assista ao vídeo “Avaliação nos processos de Ensino/Aprendizagem”. 3.1. O que é avaliar? Avaliar, no sentido estrito da palavra, é o mesmo que dar valor a algo, classificar, quantificar. Avaliar, no âmbito educacional, seria, portanto, dar valor à aprendizagem de alguém, quantificar (dar notas) para o nível de conhecimento, classificar os alunos. Essa ideia de avaliação persiste, e é pouco discutida quando se fala em processos seletivos (concursos, vestibulares), mas no âmbito educacional ela é cada vez mais questionada. A forma tradicional de avaliar é muito parecida com a forma tradicional de ensinar, e tem relações diretas com a teoria comportamentalista de aprendizagem. Sendo assim, a avaliação consistia numa atribuição de notas maiores para alunos capazes de reproduzir, corretamente, o que tinham ouvido o professor explicando durante as aulas, ou o que tinham lido no livro didático. As habilidades desenvolvidas pelos alunos, a capacidade de aplicar o que aprendeu e os pequenos passos evolutivos na rotina escolar não eram levados em consideração e ainda não são em muitas instituições de ensino. O desenvolvimento de teorias construtivistas e humanistas de aprendizagem trouxe à tona discussões sobre como os professores avaliam os alunos. Ora, se a forma de aprender não é a mesma, se cada aluno é único em desenvolvimento e em especificidades, como avaliar todos por igual? Como aplicar provas e esperar que todos tenham o mesmo desempenho, decorando o conteúdo conforme esperado pelo professor? Teorias modernas de aprendizagem mostram que avaliar é reconhecer os méritos de cada um dentro de habilidades próprias, é compreender que o sujeito aprende de maneiras diferentes e utiliza o conhecimento de formas variadas. Por isso as avaliações devem ser de vários tipos e não apenas a que verifica a reprodução de conceitos, mas as que criam oportunidades para que os alunos demonstrem seus progressos. Howard Gardner, psicólogo e professor na Universidade Harvard, desenvolveu a chamada Teoria das Inteligências Múltiplas. Em suma, essa teoria afirma que a inteligência humana estaria dividida em nove tipos, sendo que o desenvolvimento de determinadas Objetivos Reconhecer a avaliação como mecanismo fundamental para verificar a aprendizagem e também a eficiência do método de ensino escolhido. Semana 3 – Avaliação do Ensino e da Aprendizagem Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 32 áreas do cérebro estaria relacionado com o desenvolvimento de cada uma dessas inteligências. Cada ser humano está propenso a desenvolver mais algumas do que outras inteligências. Veja a seguir: - Lógico-matemática: inteligência relacionada com a capacidade de resolver problemas matemáticos e lógicos, além da interpretação de assuntos abstratos. - Linguística: inteligência relacionada ao apreço pelas linguagens e palavras. - Musical: capacidade de desenvolver conhecimentos musicais, tocar instrumentos. - Corporal-cinestésica: relacionada àqueles que conseguem controlar movimentos do corpo, como dançarinos, atores e atletas. - Espacial: capacidade de se localizar geograficamente e compreender o mundo visualmente, podendo transformá-lo. É comum em arquitetos, engenheiros, geógrafos etc. - Intrapessoal: inteligência relacionada à capacidade de se conhecer, de ter autocontrole, de identificar fatores inconscientes e transformá-los em conscientes. - Interpessoal: capacidade de entender as ações e motivações dos outros, os interesses coletivos. Comum em professores, políticos e outros. - Naturalista: aqueles capazes de compreenderam fenômenos naturais, de classificarem organismos, de interpretarem padrões da natureza. - Existencial: característica de filósofos, espiritualistas, líderes religiosos. Pessoas com capacidade de discutir e apresentar questões sobre a existência humana. Atenção: A teoria das inteligências múltiplas mudou a forma como as pessoas enxergam a educação e a aprendizagem. A partir da teoria das inteligências múltiplas de Gardner, percebeu-se que, não é porque alguém sabe mais sobre algo, que um outro indivíduo seja menos inteligente que ele. Em outras áreas, aquele que sabia mais pode saber menos e vice-versa. Essa teoria fez com que educadores de todo o mundo começassem a refletir sobre a forma como ensinam e sobre a forma como avaliam. Para ensinar, seria preciso lançar mão de uma variedade de estratégias educacionais que atinjam e possibilitem o desenvolvimento de todas as inteligências. Para avaliar. seria preciso levar em consideração a habilidade de cada indivíduo, oportunizando que ele demonstre o que aprendeu dentro de sua capacidade cognitiva. Outro aspecto interessante sobre avaliação educacional nos tempos modernos é o fato de que o que precisa ser avaliado não é só o aluno, mas todo o contexto escolar. O aluno faz parte de um todo e qualquer aspecto negativo pode prejudicar a aprendizagem. É preciso criar mecanismos que possibilitem avaliar o método de ensino, se está sendo eficaz, se contribui com o desenvolvimento dos alunos; avaliar o espaço de ensino, se é Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 33 adequado para o que se pretende desenvolver; avaliar o professor, se cumpre o que planeja, se está comprometido com o aluno e com o desenvolvimento da educação; enfim, avaliar o contexto (político, social, econômico), se favorece o crescimento individual e coletivo. Dica do Professor: Leia o artigo “A avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer” e aumente seus conhecimentos sobre avaliação (download). 3.2. Avaliação somativa x avaliação formativa Voltando as atenções novamente para a avaliação da aprendizagem, podemos considerar dois tipos de mecanismos avaliativos: o somativo e o formativo. Uma avaliação somativa se preocupa em gerar dados de aprendizagem. É geralmente feita com a atribuição de notas em provas, testes, seminários, trabalhos e outros. Esse tipo de avaliação tem um peso histórico na educação, uma vez que é a partir dela que os alunos são aprovados ou reprovados para a série seguinte. As avaliações somativas, em si, não são um problema para a educação. É por meio dela e dos dados que ela apresenta (notas, aprovações, reprovações), que são desenvolvidas políticas públicas para a educação e que a instituição se organiza para oferecer o melhor para os alunos. O problema das avaliações somativas está no caráter punitivo que elas apresentam. A atribuição de notas, algo feito quase que exclusivamente pelo professor, é usado muitas vezes como instrumento para controlar o comportamento dos alunos (característica do comportamentalismo clássico). Em várias situações, o próprio aluno que obtém notas baixas pode se sentir desmotivado e desistir no meio do processo. Professores e alunos devem compreender que as avaliações somativas, apesar de atribuírem notas, são instrumentos para avaliar o trabalho como um todo. Elas dão respaldo para que uma metodologia seja utilizada, elas informam o quanto os alunos compreenderam sobre certo conceito, o quanto aquilo precisa ser reforçado e até que ponto se pode avançar no conteúdo. Avaliações somativas, por si só, não podem, ou não poderiam, ser utilizadas para aprovação e reprovação, elas precisam ser compreendidas como parte do processo, e não o final dele. As avaliações formativas, ou também avaliações processuais, são aquelas que ocorrem ao longo de todo o percurso metodológico. Elas envolvem um olhar diferenciado do professor, que deve ser capaz de perceber os pequenos avanços de cada aluno e os pontos nos quais há maior dificuldade. Uma avaliação formativa possibilita caminhar de mãos dadas, pois o professor está sempre auxiliando o aluno a superar os desafios e a resgatar conhecimentos que o ajudem a progredir. Nesse tipo de avaliação, todo o contexto é levado em consideração – os aspectos culturais, as origens do aluno, as http://drive.google.com/file/d/1yxYJOzwgo1L9KgFY6tjOke8zXdlHxKjH/view Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 34 interações sociais, a estrutura de ensino, os recursos disponíveis, a dedicação do estudante e assim por diante. Independente de qual forma de avaliação o professor escolha, ele deve ter como foco a aprendizagem, as habilidades e competências dos alunos. Verificar esses aspectos é essencial para a identificação de erros e acertos e para o planejamento ou replanejamento das próximas etapas do ensino. 3.3. Instrumentos avaliativos Instrumento avaliativo é a ferramenta que o professor, a instituição ou até mesmo o aluno adota para avaliar o desenvolvimento da aprendizagem. Cada instrumento avaliativo possibilita verificar o nível de desenvolvimento de aspectos específicos. Há avaliações que permitem analisar as habilidades, outras que ajudam a verificar a aplicação de conhecimentos, outras ainda que informam a capacidade interpretativa dos alunos, e aquelas, ainda, que identificam a argumentação. E não para por aí, há avaliação da oralidade, da capacidade de solucionar problemas, da compreensão de conceitos e muitas outras. Alguns exemplos de instrumentos avaliativos são: provas escritas, objetivas ou subjetivas, provas orais, seminários, trabalhos escritos, debates, produção textual, simulados, jogos, experimentos, teatro, desenho, maquete, portfólio, álbum, livretos, autoavaliação, avaliação diagnóstica, reuniões, visitas guiadas, exercícios e narrativa. Veja a quantidade de instrumentos citados e esses são apenas alguns exemplos, existem dezenas de outros. O professor, com a participação efetiva dos alunos, deve adotar instrumentos avaliativos que o ajudem a analisar o aspecto de interesse e ao mesmo tempo que oportunize aos diferentes alunos demonstrarem o seu desenvolvimento pessoal. O processo de ensino/aprendizagem é complexo e depende da interação efetiva e constante entre todos os atores da educação. São estes, atuando de forma conjunta, sem julgamentos ou críticas, mas com muita disposição e troca de experiências, que podem melhorar a cada dia o cenário educacional do nosso país, fazendo com que estudar se transforme em algo prazeroso. Mídia digital: Ao final dos estudos dessa semana, vá até a sala virtual e assista ao vídeo “Conclusões”. Concluída essa última semana de estudos, faça uma pequena pausa para refletir sobre o assunto estudado. Leia novamente e de forma breve o que foi sugerido, assista Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 35 aos vídeos propostos e analise todas essas informações com base na sua experiência. Esse momento ajuda a internalizar as novas ideias que esta etapa lhe apresentou! Atividade: Para concluir o curso e gerar o seu certificado, vá até a sala virtual e responda ao questionário “Avaliação geral”. Este teste é constituído por 10 perguntas de múltipla escolha, que se baseiam em todo o conteúdo estudado ao longo do curso. Dedique um tempo para revisar as informações apresentadas durante as semanas e só depois disso inicie o teste. Aqui se encerra esta nossa jornada sobre ensino/aprendizagem. O que você aprendeu aqui é apenas parte de um assunto bastante extenso e que ganha cada vez mais espaço nas discussões sobre educação. Espero que você tenha ampliado seus conhecimentos nessa área e, sobretudo, tenha se motivado a aprender cada vez mais sobre o tema e a melhorar os espaços educacionais com os quais você se relaciona. Por fim, sugiro que você explore a plataforma +IFMG. Nela você vai encontrar muitos outros cursos interessantes, que podem contribuir ainda mais com a sua formação e crescimento pessoal e profissional. Parabéns pela conclusão do curso. Foi um prazer tê-lo conosco! Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 36 37 Referências KRAEMER, M. E. P. A avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer. Revista da rede de avaliação institucional da educação superior, Campinas, v. 10, n. 2, p. 137-147, jun. 2005. KUBO, O. M.; BOTOMÉ, S. P. Ensino-aprendizagem: uma interação entre dois processos comportamentais. Revista Interação, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 133-171, jan.-dez. 2001. MOREIRA, M. A. Abandono da Narrativa, Ensino Centrado no Aluno e Aprender a Aprender Criticamente. In: VI Encontro Internacional e III Encontro Nacional de Aprendizagem Significativa, 2010, São Paulo-SP. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~moreira/Abandonoport.pdf> Acesso: 06/08/2020. ______. Subsídios teóricos para o professor pesquisador em ensino de ciências. Porto Alegre: Instituto de Física da UFRGS, 2016. 38 39 Currículo do autor Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão Derli Barbosa dos Santos 24/09/2020 Viviane Lima Martins 01/12/2020 1.0 Derli Barbosa dos Santos, possui Mestrado em Ensino de Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, Pós-Graduado em Educação Ambiental e Sustentabilidade pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER e Licenciado em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde. Atualmente é Professor efetivo do Instituto Federal de Minas Gerais - Campus São João Evangelista. Leciona Biologia para o ensino médio/técnico e disciplinas da área de ensino de ciências para o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Tem especial interesse em um ensino interdisciplinar, com foco numa educação que aproxime o aluno da realidade social. Busca um ensino, tal qual Paulo Freire, que parte das vivências e experiências do educando e o aproxima dos conteúdos científicos abordados. Preocupa-se com a construção no processo ensino/aprendizagem de uma consciência crítica sobre os valores socioeconômicos e ambientais presentes na sociedade moderna. Tem se dedicado a trabalhos que mostrem aos alunos a aplicabilidade do conhecimento adquirido no ambiente escolar e que socializem o conhecimento científico, possibilitando ao educando um entendimento de como se faz ciência e como esta pode ser utilizada em favor da economia, sociedade e meio ambiente. Além disso, procura utilizar metodologias ativas nos processos de ensino/aprendizagem, tornando o aluno protagonista na construção de seu próprio conhecimento. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0375367237313602 40 41 Glossário de códigos QR (Quick Response) Mídia digital Apresentação do curso. Dica do professor Ensino- aprendizagem: uma interação entre dois processos comportamentais. Dica do professor Subsídios teóricos para o professor pesquisador em ensino de ciências. Mídia digital Metodologias de ensino. Dica do professor Abandono da narrativa, ensino centrado no aluno e aprender a aprender criticamente. Mídia digital Avaliação nos processos de Ensino- Aprendizagem. Dica do professor A avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer. Mídia digital Conclusões. 42 Plataforma +IFMG Formação Inicial e Continuada EaD A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de 2020 concentrou seus esforços na criação do Programa +IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e cada vez mais acessível. Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe multidisciplinar, contando com especialistas em educação, web design, design instrucional, programação, revisão de texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais. Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos setores institucionais e também com a imprescindível contribuição de muitos servidores (professores e técnico- administrativos) que trabalharam como autores dos materiais didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de atuação. A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG. Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem, considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos. Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado. O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você! Professor Carlos Bernardes Rosa Jr. Pró-Reitor de Extensão do IFMG Características deste livro: Formato: A4 Tipologia: Arial e Capriola. E-book: 1ª. Edição Formato digital Portaria de autorização 121_2021.pdf MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS Campus São João Evangelista Avenida Primeiro de Junho - Bairro Centro - CEP 39705-000 - São João Evangelista - MG 3334122906 - www.ifmg.edu.br PORTARIA Nº 121 DE 23 DE ABRIL DE 2021 Dispõe sobre a aprovação e autorização de funcionamento do curso de formação continuada: Ensino e Aprendizagem do IFMG - Campus São João Evangelista. O DIRETOR-GERAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS – CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Portaria nº 1.175, de 20 de setembro de 2019, publicada no Diário Oficial da União de 23 de setembro de 2019, Seção 2, página 30, tendo em vista o Termo de Posse do dia 24 de outubro de 2019; e considerando a Portaria IFMG nº 475, de 06 de abril de 2016, publicada no DOU de 15 de abril de 2016, Seção 2, pág.17, retificada pela Portaria IFMG nº 805, de 04 de julho de 2016, publicada no DOU de 06 de julho de 2016, Seção 2, pág. 22, e pela Portaria IFMG nº 1078, de 27 de setembro de 2016, publicada no DOU de 04 de outubro de 2016, Seção 2, pág. 20, Considerando o Ofício nº 3/2021/SJR-CGESPE/SJR-DDE/SJR-DG/SJR/IFMG, Processo SEI 23214.001033/2020-19, Considerando o inciso I do Art. 12 da Resolução nº 15 de 02/04/2013 do Conselho Superior do IFMG, RESOLVE: Art. 1º. APROVAR e AUTORIZAR o funcionamento do curso de formação continuada: Ensino e Aprendizagem do IFMG - Campus São João Evangelista, na modalidade à distância, com carga horária de 30 horas. Art. 2º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Documento assinado eletronicamente por José Roberto de Paula, Diretor(a) Geral, em 23/04/2021, às 14:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site https://sei.ifmg.edu.br/consultadocs informando o código verificador 0819245 e o código CRC AF783ECA. 23214.001033/2020-19 0819245v1 Boletim de Serviço Eletrônico em 23/04/2021 Projeto Pedagógico do Curso - Ensino e Aprendizagem.pdf MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA ENSINO E APRENDIZAGEM: TEORIAS, MÉTODOS E AVALIAÇÃO1 Modalidade EaD São João Evangelista Junho/2020 1 Nomenclatura relacionada ao Código Brasileiro de Ocupações CBO 2394-15 (“Pedagogo”) e associada ao Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (“Técnico em Multimeios Didáticos”). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO Reitor: Kléber Gonçalves Glória Pró-Reitor de Extensão: Carlos Bernardes Rosa Júnior Diretor do campus: José Roberto de Paula Coordenador do curso: Derli Barbosa dos Santos PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA ENSINO E APRENDIZAGEM: TEORIAS, MÉTODOS E AVALIAÇÃO Modalidade EaD Projeto Pedagógico do curso “Ensino e Aprendizagem: Teorias, Métodos e Avaliação”, submetido à Unidade de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus São João Evangelista, como requisito parcial para a aprovação de Curso de Formação Continuada. São João Evangelista Junho/2020 Sumário 1. Dados Institucionais ............................................................................................................4 2. Dados Gerais do Curso .......................................................................................................4 3. Justificativa .........................................................................................................................5 4. Objetivos do curso ..............................................................................................................5 5. Público-alvo ........................................................................................................................6 6. Pré-requisitos e mecanismos de acesso ao curso ................................................................6 7. Matriz curricular .................................................................................................................6 8. Procedimentos didático-metodológicos ..............................................................................7 9. Descrição dos principais instrumentos de avaliação ..........................................................7 10. Definição dos mínimos de frequência e/ou aproveitamento da aprendizagem para fins de aprovação/certificação ........................................................................................................8 11. Infraestrutura física e equipamentos ................................................................................8 12. Referências .......................................................................................................................8 Anexo I – Plano de Ensino ....................................................................................................10 1. Dados Institucionais Razão Social Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais – IFMG CNPJ 10.626.896/0001-72 Esfera Administrativa Federal Endereço Avenida Primeiro de Junho, 1043, Centro São João Evangelista, MG | CEP: 39705-000 Telefone/Fax (33) 3412-2900 ou 3412-2906 Site da instituição www.ifmg.edu.br/saojoaoevangelista 2. Dados Gerais do Curso Nome do curso ENSINO E APRENDIZAGEM: Teorias, métodos e avaliação Número de vagas por turma À definir Periodicidade das aulas Semanal Carga horária 30 h Modalidade da oferta À distância Local das aulas Ambiente Virtual de Aprendizagem Coordenador do curso Derli Barbosa dos Santos derli.santos@ifmg.edu.br Professor de Biologia e de Práticas de Ensino no IFMG – Campus São João Evangelista. Possui licenciatura em Ciências Biológicas, especialização em Educação Ambiental e Sustentabilidade e Mestrado em Ensino de Ciências. 3. Justificativa Nos últimos anos a busca por diferentes metodologias de ensino vem aumentando (TEIXEIRA e MEGID NETO, 2012) para responder a um processo natural de modificações na relação professor/aluno, evidenciada sobretudo pelo avanço tecnológico e pela busca de estratégias centradas no estudante. Atualmente o professor reconhece o protagonismo do estudante, que, devido ao acesso instantâneo a informações, carrega consigo um amplo conhecimento. Este, por sua vez, sabe da responsabilidade que tem enquanto sujeito em formação, e busca no professor formas de aplicação adequada para os conhecimentos que já possui, além de informações adicionais que contribuam para seu aperfeiçoamento pessoal (SAUVÈ et al, 2009). Pensando nos aspectos supracitados, esse curso foi elaborado para auxiliar professores e alunos a compreenderem as diferentes teorias de ensino e aprendizagem e como estas influenciam a relação entre professor, aluno e conteúdo (PEREIRA, 2015). Além disso, o curso apresenta ideias gerais a respeito de metodologias ativas de ensino e mecanismos de avaliação da aprendizagem. Dessa forma, os atores do processo de aprendizagem podem buscar estratégias que melhor se adequam a cada situação educacional e avaliações que permitam verificar se a estratégia adotada está sendo efetiva para professor e aluno. O curso foi desenvolvido de forma que possa ser acessado tanto: 1. Por alunos: • que querem compreender como se dá a aprendizagem; • que pretendem melhorar suas estratégias de estudo; • que tentam compreender os métodos utilizados pelos professores; • que querem contribuir para um aperfeiçoamento da aprendizagem em parceria com os professores. 2. Quanto por professores atuantes ou em formação: • que pretendem atualizar ou mesmo ampliar suas estratégias de ensino; • que buscam métodos
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