Buscar

Quais as diferenças de ação clínica dos venenos das serpentes encontradas no país

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Quais as diferenças de ação clínica dos venenos das serpentes encontradas no país?
No Brasil, quatro tipos de acidente são considerados de interesse em saúde: botrópico, laquético, crotálico e elapídico, sendo classificados de acordo com suas atividades fisiopatológicas, cujos efeitos são observados em nível local (região da picada) e sistêmico.
ACIDENTE BOTRÓPICO: 
Manifestações locais – se evidenciam nas primeiras horas após a picada com a presença de edema, dor e equimose na região da picada, que progride ao longo do membro acometido. As marcas de picada nem sempre são visíveis, assim como o sangramento nos pontos de inoculação das presas. Bolhas com conteúdo seroso ou sero- hemorrágico podem surgir na evolução e dar origem à necrose cutânea. As principais complicações locais são decorrentes da necrose e da infecção secundária que podem levar à amputação e/ou déficit funcional do membro.
Manifestações sistêmicas – sangramentos em pele e mucosas são comuns (gengivorragia, equimoses à distância do local da picada); hematúria, hematêmese e hemorragia em outras cavidades podem determinar risco ao paciente. Hipotensão pode ser decorrente de sequestro de líquido no membro picado ou hipovolemia consequente a sangramentos, que podem contribuir para a instalação de insuficiência renal aguda
O veneno botrópico tem ação proteolítica, coagulante e hemorrágica e os acidentes podem ser classificados em:
ACIDENTES LEVES: edema discreto ou ausente e manifestações hemorrágicas leves ou ausentes. TC normal ou alterado. 
ACIDENTES MODERADOS: edema evidente e manifestações hemorrágicas discretas à distância (gengivorragia, epistaxe). TC normal ou alterado. 
ACIDENTES GRAVES: edema intenso ou muito extenso e manifestações sistêmicas como hemorragia franca, choque ou anúria. TC normal ou alterado.
Os acidentes botrópicos são os mais frequentes em todo o Brasil (80 a 90%) e em 40% das vezes levam a complicações no local da picada.
ACIDENTE LAQUÉTICO: As manifestações, tanto locais como sistêmicas, são indistinguíveis do quadro desencadeado pelo veneno botrópico. A diferenciação clínica se faz quando, nos acidentes laquéticos, estão presentes alterações vagais, como náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, hipotensão e choque. 
O veneno laquético tem ação proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurológica (vagal) e os acidentes (pequeno número de acidentes realmente documentados) podem ser classificados em:
ACIDENTES LEVES: edema discreto ou ausente e manifestações hemorrágicas leves ou ausentes. Ausência de manifestações vagais. TC normal ou alterado. 
ACIDENTES MODERADOS: edema evidente e manifestações hemorrágicas discretas à distância (gengivorragia, epistaxe). Ausência de manifestações vagais. TC normal ou alterado.
ACIDENTES GRAVES: edema intenso e manifestações sistêmicas como hemorragia franca. Presença de manifestações vagais (diarréia, bradicardia, hipotensão ou choque). TC normal ou alterado.
ACIDENTE CROTÁLICO:
Manifestações locais – não se evidenciam alterações significativas. A dor e o edema são usualmente discretos e restritos ao redor da picada; eritema e parestesia são comuns. o Manifestações sistêmicas – o aparecimento das manifestações neuroparalíticas tem progressão craniocaudal, iniciando-se por ptose palpebral, turvação visual e oftalmoplegia. Distúrbios de olfato e paladar, além de ptose mandibular e sialorreia podem ocorrer com o passar das horas. Raramente a musculatura da caixa torácica é acometida, o que ocasiona insuficiência respiratória aguda. Essas manifestações neurotóxicas regridem lentamente, porém são totalmente reversíveis. Pode haver gengivorragia e outros sangramentos discretos. Progressivamente, surgem mialgia generalizada e escurecimento da cor da urina (cor de “coca cola” ou “chá preto”). A insuficiência renal aguda é a principal complicação e causa de óbito.
ACIDENTE ELAPÍDICO: Todo acidente causado pelo gênero Micrurus (coral verdadeira) é considerado potencialmente grave (acidente elapídico). As manifestações clínicas suspeitas são:
· dor local discreta, algumas vezes com parestesia, 
· vômitos, o fraqueza muscular,
· ptose palpebral, 
· oftalmoplegia, o face miastênica, 
· dificuldade para manter a posição ereta, 
· mialgia localizada ou generalizada, 
· disfagia, o insuficiência respiratória aguda.
	Atividades 
	Venenos 
	Efeitos 
	
Inflamatorio aguda
	
Botrópico e laquético
	Lesão endotelial e necrose no local da picada liberação de mediadores inflamatorios 
	Coagulante 
	Botrópico e laquético e crotálico 
	
Incoagulabilidade sanguinea 
	Hemorragica 
	Botrópico e laquético
	Sangramentona região da picada (equimoose)e á distância gengivorragia,hematúria,etc)
	Neurotóxica 
	Crotálico e elapídico
	Bloqueio da junção neuromuscular (paralisia de grupos musculares)
	miotóxica
	crotálico
	Rabdomiolise(mialgia generalizada,mioglobinúria)
	“Neurotóxica”vagal
	Laquético
	Estimulação colinergica(vômitos,dor abdominal,diarreia,hipotensão,choqu)
 Algumas complicações são muito frequentes nos pacientes vitimados de acidente ofídico:
SÍNDROME COMPARTIMENTAL : observa-se intenso edema no local do acidente, comprometendo gradualmente a função circulatória arterial. Os sinais clássicos são diminuição da temperatura no membro acometido, palidez, ausência de pulso arterial, parestesia e dor intensa;
HEMORRAGIA INTENSA: quando há consumo significativo dos fatores de coagulação, o paciente pode apresentar hemorragia de tal monta a comprometer a hemodinâmica;
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA : esta é, felizmente, uma complicação mais rara; 
• INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA: complicação dos acidentes elapídicos; 
• INFECÇÃO SECUNDÁRIA : especialmente quando o paciente faz torniquete, coloca substâncias contaminadas no local da picada ou demora muito tempo para se submeter à soroterapia anti-ofídica, existe grande chance de infecção secundária, de etiologia muito similar à flora da cavidade oral da serpente e também da derme da vítima (por ordem de frequência, temos infecções por anaeróbios, Gram-negativos e Gram-positivos); costuma se manifestar clinicamente no mínimo 48 horas depois do acidente.
Referências:
Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ed.- Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001. 120 1. Zoonose. I. Fundação Nacional de Saúde.
 PARDAL, P. P. O.; YUKI, R. N. Acidentes por animais peçonhentos: manual de rotinas. Belém, Editora Universitária. 40 p., 2000 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica- Brasília: Ministério da saúde, 2008.

Continue navegando