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TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Teoria e questões

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L il ia n F u r ta d o 
V in íc iu s Ca r v a l h o P ereira
TÉCNICAS DE 
REDAÇÃO PARA 
CONCURSOS
m * /~v jTeoria e Questões
Como vencer as provas discursivas 
aplicadas em concursos públicos
■S Dicas práticas para organizar a redação
Exercícios para treinar a estruturação 
de parágrafos
■s Temas cobrados em provas oficiais
* * *
n r *E D I T O R A
METODO
SAO PAULO
\n r \
Vicente
Marcelo
© ED ITO RA M ÉTODO
Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional
Rua Dona Brígida, 701, Vila Mariana ~ 04111-081 - São Paulo - SP 
Tel.: (11) 5080-0770 / {21) 3543-0770— Fax: (11) 5080-0714
Visite nosso site: www.editorametodo.com.br
metodo@grupogen. com. br
Capa: Rafael Moiotievschí 
Coordenação Editorial: Luís Gustavo Bezerra de Menezes
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
Furtado, Lilian
Técnicas de redação para concursos : teoria e questões / Lilian Furtado, Vinícius 
Carvalho Pereira. -1 . ed. [Reimpr.] - Rio de Janeiro : Forense ; São Paulo : MÉTODO, 2010.
Inclui bibliografia 
ISBN 978-85-309-3243-5
1. Língua portuguesa - Composição e exercícios. 2. Língua portuguesa - Problemas, 
questões, exercícios. 3. Serviço - Brasil - Concursos. I. Pereira, Vinícius Carvalho. II. TííuiO- 
III. Série.
10-2576. CDD: 469.8
CDU: 811.134.3'27
1.® ed., 1 * tir.: jun./2010; 2.3 f/r.: set./2010.
A Editora Método se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne 
à sua edição (impressão e apresentação a ftm de possibilitar ao consumidor 
bem manuseá-lo e lê-lo). Os vícios relacionados à atualização da obra, aos 
conceitos doutrinários, às concepções ideológicas e referências indevidas são 
de responsabilidade do autor e/ou atualizador.
Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, 
é proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, 
eietrónico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e 
gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor.
Impresso no Brasil 
Prínted in Brazil 
2010
http://www.editorametodo.com.br
,W5
A minha mãe e à minha irmã, minhas inseparáveis e melhores amigas,
sem vocês nada faria sentido.
Ao meu pa i (m memoriamj, que me ensinou o valor mais nobre
da sociedade: a palavra do homem.
A você, Fabiano, que me ensinou e me ensina a não ser 
tão exigente comigo e com a vida.
Aos meus queridos amigos, Rodrigo Purceti, 
Flávia Gonçalves e Juliana Machado.
Aos meus eternos alunos, que sempre me motivaram a fazer o livro,
eis o resultado de nossas aulas.
A Deus, que, com todo o seu amor, sempre sarou todas as minhas feridas.
Lilian Furtado
A minha querida mãe, amiga de todos os momentos, com quem aprendi a 
ler e a me inscrever no mundo da linguagem, que hoje habito com tanto gosto.
Ao meu avô (In memoriam) e à minha avó, os quais sempre me apoiaram 
na busca dos sonhos, acreditando neles junto comigo.
Ao Cristiano, que me ensina, a cada dia, a ver o mundo com olhos de
surpresa alegre e curiosidade inquieta.
Aos meus familiares e amigos, que vibram comigo a cada conquista e 
sempre perguntam: “Qual será a próxima? ”
Aos meus tão queridos alunos e ex-alunos, que sempre me acrescentam 
mais a cada encontro e me motivam a crescer como profissional.
A Deus, que todos os dias me dá forças para levantar e viver 
intensamente a aventura da existência.
Vinícius Carvalho Pereira
“A p a la v ra fa la d a é um fenôm eno natural; 
a p a la v ra escrita é um fenôm eno cu ltu ra l”.
F er n a n d o P esso a
AGRADECIMENTOS
Ao meu grande mestre, Marcelo Rosenthal, que, com o passar dos 
anos, tomou-se um grande amigo. Mestre, obrigada por um dia ter me 
dito: “Menina, vai fazer Letras!” Hoje eu sou essa pessoa extremamente 
feliz e realizada na prática de ensino de Língua Portuguesa.
Aos meus amigos, professores de concurso público, Alexandre Araújo, 
Alexander Ruas, Leandro Antunes, Luís Gustavo e Rodrigo Câmara.
Lilian Furtado
Aos meus professores, da pré-escola ao Doutorado ora em curso, os 
quais compartilharam e compartilham comigo um bem tão precioso quanto 
o conhecimento. Merece meu agradecimento cada um desses indivíduos 
que um dia lecionaram em uma aula na qual estive presente, contribuindo 
para minha formação como homem, cidadão e professor.
Aos amigos de profissão, com quem sempre compartilhei cafés, con­
versas nos corredores das instituições e muito aprendizado: Alexander 
Ruas, Luís Gustavo, Marcelo Rosenthal, Márcio Hilário, Manoel Afonso, 
Cristiane Brasileiro e Sebastião Votre.
Vinícius Carvalho Pereira
PREFÁCIO
O novo assusta, assusta por ser o novo, o desconhecido. O novo gera 
preconceito e medo. Mas os velhos se esquecem de que um dia foram 
novos e, consequentemente, geraram medo e preconceito nos velhos de 
outrora. Nós nos estabelecemos e agora vem uma nova geração que também 
está se estabelecendo. Vinícius e Lilian são dois ícones da nova geração, 
dois professores brilhantes, que hoje já têm mais para nos ensinar do que 
para aprender.
Lilian foi minha. parceira na produção dos meus livros e conheço 
bem a sua capacidade. Inteligentíssima, estudiosa e talentosa, é capaz de 
simplificar o estudo de Língua Portuguesa, transformando-a em algo fácil 
e agradável. Nunca vi uma aula de redação igual à dela. Trabalho efetivo 
de construção de texto, de organização de pensamento, de estruturação do 
desenvolvimento, de emprego de recursos argumentativos etc.
Já o Vinícius chamou a minha atenção nos momentos de conversas 
informais nas salas de professores. Jamais conheci uma pessoa com a idade 
dele com tanto conhecimento. E quantas vezes fiquei a ouvir embevecido 
os seus ensinamentos. E, posso dizer, ouvi com muita atenção, pois também 
ainda tenho muito a aprender.
Estou de fato impressionado com a obra deles. Nesses anos todos, 
praticamente só vi livros de redação que passavam ao largo do assunto. 
Eram Gramáticas disfarçadas de livros de redação. Passavam quase o tempo 
todo ensinando pontuação, emprego de acento grave, regência... Somente 
em uma pequena parte do livro falavam sobre tipologia textual, coesão e 
coerência, e mesmo assim com pouquíssimo aprofundamento. Aqui não, 
o candidato - a obra é objetivamente voltada para os concurseiros - terá 
efetivamente informações de como organizar a sua redação, como estruturar 
o parágrafo introdutório, que possibilidades ele tem para desenvolver a 
argumentação e quais tipos de fechamento são mais apropriados. A gra­
mática, sim, está aqui apenas como apoio, e não como base. A gramática 
só é visitada para que o candidato não cometa os erros mais corriqueiros.
I Q j TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira
O livro é de redação, de construção textual, e não de ensinamentos gra­
maticais. Perfeito para o que se propõe, e verdadeiro.
Enfim, é livro obrigatório na estante de quem pretende ingressar na 
carreira pública, sobretudo para aqueles que prestarão concursos com 
redação.
Marcelo Rosenthal
NOTA DOS AUTORES
Cada vez mais, os concursos públicos têm cobrado, além das tra­
dicionais questões de múltipla escolha, provas discursivas ou redações, 
que avaliam o conhecimento do candidato sobre determinado assunto e 
também sua capacidade de expressão e organização do pensamento. Tal 
fato deveria ser recebido com bons olhos pela população, pois garante que 
os futuros servidores sejam mais preparados para a comunicação escrita, 
tarefa rotineira na esfera profissional.
No entanto, muitos candidatos temem esse tipo de prova e, às vezes, 
até desistem do concurso por causa da redação. Veja, porém, que apren­
der a escrever um texto para uma prova discursiva ou uma dissertação 
de prova não é difícil Você é plenamente capaz de fazê-lo, precisando 
apenas se dedicar, estudar e praticar. Nesse sentido, este livro foi escrito 
para ajudá-lo na empreitada.
Assim, em primeiro lugar é importante saber que, para se sair bem 
em qualquer prova de redação, é essencial que o candidatotenha co­
nhecimento de mundo. Portanto, a leitura diária e geral é fundamental 
para a elaboração de um texto. Além disso, é necessário ler assuntos 
relacionados ao concurso para o qual se deseja fazer a prova, visto que 
muitas bancas aplicam propostas de redação cujo tema diz respeito à área 
de atuação do órgão para o qual os candidatos estão sendo selecionados. 
Isso quer dizer que, em concursos para tribunais, por exemplo, grandes 
são as chances de o tema da redação girar em torno da lei, da justiça 
ou da Constituição brasileira.
No entanto, lembre-se: dominar o conteúdo não é garantia de uma 
redação nota dez, pois é preciso também conhecer a estrutura de elabo­
ração do texto, fazer um bom planejamento, saber organizar as ideias e 
respeitar a norma culta. No que diz respeito às regras gramaticais, erros 
de acentuação, pontuação, concordância ou ortografia demonstram falta 
de conhecimento ou de cuidado com o texto, acarretando penalização 
na nota final.
£ Q | V - . TÉCNICAS DE. REDAÇÃO PARA CONCURSOS r lil ia n Fu/iado ç Vinícius Çarvalhp Peréim ]
Embora haja diversos tipos de texto, geralmente cobra-se em concursos 
o texto dissertativo, que se constitui como exposição ou defesa de ideias 
e possui uma estrutura a ser seguida: introdução, desenvolvimento e con­
clusão. Esse esquema geral ajuda o candidato a não se perder ao longo da 
tarefa, pois facilita sua organização e o próprio trabalho do corretor, que 
passa a ver aquela redação de forma mais “simpática”.
Toda redação é corrigida sob orientação de um “espelho” (uma espécie 
de roteiro) que traz os critérios cobrados pela banca examinadora, os quais 
justificarão a nota obtida. Isso garante que diferentes corretores, avaliando 
tantas redações em tão pouco tempo, sejam justos na correção, que se toma 
equânime graças aos critérios objetivos definidos no espelho.
Esta é apenas uma breve apresentação de tudo aquilo que detalharemos 
e aprofundaremos ao longo do livro, com vistas a capacitá-lo para escrever 
uma redação de sucesso. Esta obra, pois, tem o objetivo de proporcionar 
um melhor entendimento no que diz respeito à elaboração do texto dis­
sertativo, além de contemplar a elaboração de questões discursivas para 
concursos públicos.
Nota da Editora: Esta obra foi redigida e. revisada segundo o novo Acordo 
v Ortográfico. . ■ •
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL........................ 21
1. A definição de tipo textual .................................................... 21
1.1. Texto narrativo................................................................. 21
1.2. Texto descritivo................................................................ 22
1.3. Texto injuntivo................................................................. 23
1.4. Texto dialogai .................................................................. 24
1.5. Texto dissertativo............................................................. 25
2. Elaborando um texto dissertativo .......................................... 28
2.1. Detalhando a estrutura do texto dissertativo.................... 29
2.1.1. introdução........................................................... 30
2.1.2. Desenvolvimento ................................................ 31
2.1.3. Conclusão ........................................................... 31
3. Conhecendo a folha de redação ............................................ 32
- 4. Exercícios ................................................................................ 34
CAPÍTULO II
O PARÁGRAFO ............................................................................. 43
1. A divisão das idéias em parágrafos ...................................... 43
2. A estrutura do parágrafo ........................................................ 46
2.1. O tópico frasal.................................................................. 46
2.2. O desenvolvimento do tópico frasal ................................ 48
2.2.1. Apresentando uma adição ao que foi exposto
no tópico frasal................................................... 49
2.2.2. Apresentando uma causa do que foi exposto no
tópico frasal ........................................................ 49
TÉCNiCAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho.-Pereira
2.2.3. Apresentando uma conseqüência do que foi
exposto no tópico frasal..................................... 50
2.2.4. Apresentando um exemplo do que foi exposto
no tópico frasal................................................... 51
2.2.5., Apresentando uma oposição ao que foi exposto
no tópico frasal................................................... 51
3. Exercícios ................................................................................ 52
4. Atividade de produção textual ............................................... 63
CAPÍTULO III
O PARÁGRAFO DE INTRODUÇÃO........................................... 67
1. A estrutura geral do parágrafo de introdução ...................... 67
2. Técnicas para redigir um parágrafo de introdução ............... 70
2.1. Abordagem padrão........................................................... 70
2.2. Definição ...:...................................................................... 70
2.3. Questionamento(s)........................................................... 71
2.4. Citação ............................................................................. 72
2.5. Seqüência de frases nominais .......................................... 72
2.6. Exposição do ponto de vista oposto................................. 73
2.7. Analogia............. .............................................................. 73
2.8. Alusão histórica ............................................................... 74
3. A afirmação da tese e a impessoalização do discurso .......... 74
4. Exercícios ................................................................................ 77
5. Atividade de produção textual ............................................... 87
CAPÍTULO IV
O PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO.............................. 91
1. A estrutura geral do parágrafo de desenvolvimento ............ 91
1.1. Parágrafos expositivos ..................................................... 91
1.2. Parágrafos argumentativos............................................... 92
2. Tipos de argumento ................................................................ 95
2.1. Argumentação por causa/consequência ........................... 95
2.2. Argumentação por exemplificação................................... 97
2.3. Argumentação por dados estatísticos............................... 98
2.4. Argumentação por testemunho de autoridade.................. 99
11 .v.V̂ ;í "I : V -:; v:'V í'.--:'-/-̂ -í.' v:;V S
2.5. Argumentação por contra-argumentação......................... 100
3. Exercícios ................................................................................ 102
4. Atividade de produção textual ............................................... 108
CAPÍTULO V
O PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO............................. .■...... ....... 113
1. Considerações gerais sobre o parágrafo de conclusão ........ 113
2. Métodos de raciocínio .............................................i............. 114
2.1. Método dedutivo .............................................................. 114
2.2. Método indutivo............................................................... 116
2.3. Método dialético .............................................................. 117
3. Estrutura geral do parágrafo de conclusão ......................... 119
4. Exercícios ..................................................................... .......... 120
5. Atividade de produção textual ............................................... 128
CAPÍTULO VI
COESÃO TEXTUAL ...................................................................... 131
1. A definição de coesão textual ...............................................131
2. Coesão referencial .... ............................................................ 131
2.1. Coesão referencial pronominal........................................ 132
2.1.1. Referência exofórica ........... .............................. 133
2.1.2. Referência.endofórica ....................................... 136
2.2. Coesão referencial por elipse........................................... 139
2.3. Coesão referencial lexical................................................ 140
3. Coesão seqüencial .................................................... .............. 144
3.1. Classificação das conjunções segundo aNGB ................ 145
3.2. As conjunções e as relações semânticas e contextuais ..... 145
3.2.1. Relações de causa e conseqüência .................... 145
3.2.2. Relações de oposição ....................................... 147
3.2.3. Relação de condição ......................................... 150
3.2.4. Relação de finalidade ........................................ 152
3.2.5. Relação de adição ............................................. 152
3.2.6. Relação de conclusão .......... ............................. 153
4. Problemas gerais da construção do período ........................ 154
5. Exercícios ..................... .......................................................... 156
TÉCNICAS- DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Liiiaii Furtado e Vinícius, Carvalho Pereira
CAPÍTULO VII
COERÊNCIA TEXTUAL............................................................... 165
1. Introdução ................................................................................ 165
2. A identificação de informações implícitas ............................ 166
2.1. Pressuposição................................................................... 167
2.2. Inferência......................................................................... 168
3. Regras da coerência textual ............................................. ..... 169
3.1. Regra da repetição ........................................................... 169
3.2. Regra da progressão......................................................... 170
3.3. Regra da não contradição................................................. 171
3.4. Regra da relação .............................................................. 172
4. Exercícios ................................................................................ 173
CAPÍTULO VIII
REGRAS DA NORMA PADRÃO.................................................. 181
1. Introdução ................................................................................ 181
2. Ortografia ................................................................................. 181
2.1. Palavras que costumam gerar dúvidas............................. 181
2.1.1. acerca de/a cerca de/cerca de/há cerca de ........ 181
2.1.2. a fim/afim............................................................ 182
2.1.3. a princípio/em princípio ..................................... 182
2.1.4. ao encontro de/de encontro a ............................ 182
2.1.5. ao invés de/em vez de ....................................... 183
2.1.6. h á /a ...................................................................... 183
2.1.7. onde/aonde .......................... ................................ 183
2.1.8. se não/senão ........................................................ 184
2.1.9. tampouco/tão pouco ........................................... 184
2.1.10. porque/por que/por quê/porquê........................ 184
2.2. Reforma ortográfica......................................................... 186
2.2.1. Novo alfabeto ..................................................... 186
2.2.2. Mudanças nas regras de acentuação gráfica ..... 187
2.2.3. Mudanças nas regras do h ífen........................... 188
3. Concordância verbal ............................................................... 191
3.1. Sujeito composto anteposto ao verbo .............................. 191
: ; 7 : •• VSÜMÁRIO :
3.2. Sujeito composto posposto ao verbo ....... ....................... 191
3.3. Verbo ser ........................................................... .............. 191
3.4. Um e outro......... :............................................................ 192
3.5. Um dos q u e ................... ,................................................. 193
3.6. Quem..................................................................... .......... 193
3.7. Q ue............ ............................................................. ......... 193
3.8. Pronome de tratamento...................................... .............. 193
3.9. Nomes próprios no plural ............................................... 193
3.10. Expressões partitívas (um terço de, trinta por cento de, a 
metade de, a maior parte de, a menor parte de, uma parte
de, a maioria de, a minoria de etc.) ................................. 194
3.11. Sujeito oracional .... ....................................................... 194
3.12. Verbo haver .................................................................... 194
3.13. Verbo fazer..................................................................... 195
3.14 Verbos que indicam fenômenos da natureza.............. .... 195
3.15. Verbo + se ...................................................................... 195
4. Concordância nominal ................................... ........................ 196
4.1. Adjetivo junto ao verbo ser.............................................. 196
4.2. Bastante......... .................................................................. 196
4.3. M eio................................................................................. 197
4.4. S ó ........................ ............................................................ 197
4.5. Anexo, incluso, apenso...................... ............................. 197
4.6. Mesmo ............................................................................. 198
4.7. Possível............................................................................ 198
4.8. Haja vista ......................................................................... 198
4.9. Um adjetivo funcionando como adjunto adnominal de dois
ou mais substantivos ........................................................ 199
5. Regência ............... .................................................................. 199
5.1. Agradar ............................................................................ 199
5.2. Aspirar.............................................................................. 200
5.3. Assistir ..........*................................................................. 200
5.4. Avisar/alertar/informar etc................................................ 201
5.5. Chegar.............................................................................. 201
5.6. Custar............................................................................... 201
5.7. Implicar............................................................................ 201
■ .TÉCNICAS DÉ REDAÇÃO PARA CONÇÚRSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira
5.8. Lembrar e esquecer.......................................................... 202
5.9. Obedecer e desobedecer .................................................. 202
5.10. Preferir........................................................................... 202
5.11. Visar............................................................................... 203
6. Crase ..... ................................................................................... 203
6.1. Quando não utilizar acento grave .................................... 204
6.2. Casos especiais ................................................................ 206
7. Colocação pronominal ............................................................ 210
7.1. Não se inicia oração com pronome oblíquo átono............ 210
7.2. As conjunçõessubordinativas, os advérbios, os pronomes
interrogativos, os pronomes relativos e os pronomes inde­
finidos atraem o pronome oblíquo átono ......................... 210
7.3. No futuro do pretérito e no futuro do presente, ocorrerá a
mesóclise.......................................................................... 211
7.4. Há regras específicas para a colocação pronominal em
locuções verbais............................................ ................... 211
8. Pontuação ............... .................................................................. 213
8.1. Vírgula ............................................................................. 213
8.1.1. Quando não utilizar a vírgula............................ 213
8.1.2. Quando utilizar a vírgula ................................... 214
8.2. Ponto e vírgula................................................................. 216
8.3. Ponto-íinal........................................................................ 217
8.4. Dois-pontos...................................................................... 218
8.5. Parênteses ........................................................................ 218
8.6. Aspas................................................................................ 218
8.7. Travessão ......................................................................... 219
8.8. Ponto de interrogação ...................................................... 220
8.9. Ponto de exclamação ....................................................... 220
8.10. Reticências..................................................................... 220
9. Exercícios ................................................................................ 221
9.1. Ortografia......................................................................... 221
9.2. Concordância verbal .............. .......................................... 223
9.3. Concordância nominal.............................................. ....... 226
9.4. Regência .......................................................................... 228
9.5. Crase ................................................. ............................... 230
9.6. Colocação pronominal..................................................... 233
9.7. Pontuação......................................................................... 235
CAPÍTULO IX
TEMAS DE REDAÇÃO............ ........... ,........................................ 239
1. Temas CESPE/UnB ......................... ....................................... 239
2. Temas Fundação Carlos Chagas (FCC) ................................ 249
3. Temas Cesgranrio ....................................................... ............ 254
4. Temas Fundação Getúlio Vargas (FGV) ............................... 255
5. Temas Núcleo de Computação Eletrônica (NCE/UFRJ) .... 255
6. Temas FUNRIO ...................................................................... 258
CAPÍTULO X
QUESTÕES DISCURSIVAS .................................................. 261
1. Temas CESPE/UnB ................................................................. 261
2. Temas Fundação Carlos Chagas (FCC) ................................ 265
3. Temas Cesgranrio .................................................................... 266
4. Temas Fundação Getúlio Vargas (FGV) ............................... 271
5. Temas Núcleo de Computação Eletrônica (NCE/UFRJ) .... 275
6. Temas FUNRIO ...................................................................... 279
7. Temas Escola Superior de Administração Fazendaria
(ESAF) ....... r........................................................................... 279
CONCLUSÃO.................................................... ............................. 281
BIBLIOGRAFIA.............................................................................. 283
1 SUMÁRIO
NOÇÕES GERAIS 
DE TIPOLOGIA TEXTUAL
1. A DEFINIÇÃO DE TIPO TEXTUAL
Um tipo. textual (também chamado de modo textual) se caracteri­
za pela forma como o texto é organizado, ou seja, como é composto 
em relação aos aspectos lexicais, aos aspectos sintáticos, aos tempos 
verbais etc. Além desse critério mais estrutural, no entanto, a classifi­
cação txpológica dos textos também leva em consideração o caráter da 
informação a ser apresentada, o que quer dizer que uma narração diz 
coisas diferentes de uma descrição, empregando estruturas lingüísticas 
também distintas.
Os tipos textuais apresentados pela tradição lingüística teórica são três: 
o narrativo, o descritivo e o dissertativo (argumentativo ou expositivo). 
Porém, atualmente, novos estudiosos consideram também a existência de 
mais dois tipos de texto: o injuntivo e o dialogai. Nas próximas seções, 
analisaremos detidamente cada um desses tipos, acrescentando exemplos 
ilustrativos.
1.1. Texto narrativo
Levando em consideração que o teor da informação apresentada ajuda 
a caracterizar o tipo textual, pode-se dizer que uma narração pode ser 
definida como uma seqüência de ações (enredo), ordenadas ao longo do 
tempo. Isso quer dizer que, nesse tipo de texto, a progressão temporal 
é o que mantém a seqüência lógica do discurso.
Como conseqüência da importância dos fatos e acontecimentos para 
o texto narrativo, os verbos de ação são predominantes nesse tipo textual, 
designando o que fazem ou sofrem as personagens em determinado espaço 
e determinado tempo. Em outras palavras, a narração é uma forma de 
relato de um fato real ou imaginário, contado por um narrador.
TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - UHan Furtado q Vinícius Carvalho Pereira ■
Vale lembrar também que, nesse tipo de texto, predominam verbos no 
presente ou no pretérito perfeito, utilizados maj oritariamente para indicar 
ações que ocorreram pontualmente, isto é, percebidas como um evento 
passado encerrado.
Exemplo:
Como um filho querido
Tendo agradado ao marido nas primeiras semanas de casado, nunca 
mais quis ela se separar da receita daquele bolo. Assim, durante 40 
anos, a sobremesa louvada compôs sobre a mesa o almoço de domingo, 
e celebrou toda a data em que o júbilo se fizesse necessário.
Por fim, achando ser chegada a hora, convocou ela o marido para o 
conciliábulo apartado no quarto. E tendo decidido ambos, comovidos, 
pelo ato solene, foi a esposa mais uma vez à cozinha assar a massa 
açucarada, confeitar a superfície.
Pronto o bolo, saíram juntos para levá-lo ao tabelião, a fim de que 
se lavrasse ato de adoção, tomando-se ele legalmente incorporado à 
família, com direito ao prestigioso sobrenome Silva, e nome Hermó- 
genes, que havia sido do avô.
(Extraído da obra Contos de amor rasgados, de Marina Colasanti.)
1.2. Texto descritivo
O texto descritivo pode ser considerado uma seqüência de caracte­
rísticas. Assim, na descrição, há construção de um conhecimento que irá
detalhar um objeto, um indivíduo, um fato etc. Observa-se a predominân­
cia de verbos de situação, de adjetivos, de enumerações e de expressões 
qualificativas. O autor, na descrição, chama a atenção para o pormenor, 
tendo como objetivo a construção da imagem por meio da apresentação 
de características do ser. Além disso, nesse tipo textual costumam abundar 
verbos no presente e no pretérito imperfeito do indicativo.
Exemplo:
A casa materna
Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna.
As grades do portão têm uma velha ferrugem e o trinco se oculta
num lugar que só a mão filial conhece. O jardim pequeno parece
mais verde e úmido' que os demais, com suas plantas, tinhorões e 
samambaias que a mão filial, fiel a um gesto de infância, desfoiha 
ao longo da haste.
E sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando as 
mãos filiais se pousam sobre a mesa farta de almoço, repetindo uma 
antiga imagem. Há um tradicional silêncio em suas salas e um dorido 
repouso em suas poltronas. O assoalho encerado, sobre o qual ainda
. Cap I N O Ç Ò E S .GKRAÍS DE TIPOLOGIA TEXTUAL' :
escorrega o fantasma da cachorrinha preta, guarda as mesmas manchase o mesmo taco solto de outras primaveras. As coisas vivem como era 
prece, nos mesmos lugares onde as situaram as mãos maternas quando 
eram moças e lisas. Rostos irmãos se olham dos porta-retratos, a se 
amarem e compreenderem mudamente. O piano fechado, com uma 
longa tira de flanela sobre as teclas, repete ainda passadas valsas, de 
quando as mãos maternas careciam sonhar.
A casa materna é o espelho de outras, em pequenas coisas que 
o olhar filiai admirava ao tempo em que tudo era belo: o licoreiro 
magro, a bandeja triste, o absurdo bibelô. E tem um corredor à escuta 
de cujo teto à noite pende uma luz morta, com negras aberturas para 
quartos cheios de sombras. Na estante, junto à escada, há um' tesouro 
da juventude com o dorso puído de tato e de tempo. Foi ali que o 
olhar filial primeiro viu a forma gráfica de algo que passaria a ser 
para ele a forma suprema de beleza: o verso.
Na escada há o degrau que esíala e anuncia aos ouvidos matemos 
a presença dos passos filiais. Pois a casa materna se divide em dois 
mundos: o térreo, onde se processa a vida presente, e o de cima, onde 
vive a memória. Embaixo há sempre coisas fabulosas na geladeira e no 
armário da copa: roquefort amassado, ovos frescos, mangas espadas, 
untuosas compotas, bolos de chocolate, biscoito de araruta - pois 
não há lugar mais propício do que a casa materna para uma boa 
ceia noturna. E porque é uma casa velha, há sempre uma barata que 
aparece e é morta com uma repugnância que vem de longe. Em cima 
ficaram guardados antigos, os livros que lembram a ínfancía, o pequeno 
oratório em frente ao qual ninguém, a não ser a figura materna, sabe 
por que queima, às vezes, uma vela votiva. E a cama onde a figura 
paterna repousava de sua agitação diurna. Hoje, vazia.
A imagem patema persiste no interior da casa materna. Seu violão 
dorme encostado junto à vitrola. Seu corpo como se marca ainda na 
velha poltrona da sala e como se pode ouvir ainda o brando ronco 
de sua sesta dominical. Ausente para sempre da casa, a figura patema 
parece mergulhá-la docemente na eternidade, enquanto as mãos ma­
ternas se faziam mais lentas e mãos filiais mais unidas em tomo da 
grande mesa, onde já vibram também vozes infantis.
(Vínicius de Moraes)
A respeito desse texto, é importante fazer uma observação: embora 
se trate predominantemente de uma descrição, é possível reconhecer nele 
características narrativas, mesmo que em um plano secundário. É muito 
freqüente que mais de um tipo textual apareça associado, ainda que se 
possa identificar aquele que se sobressai em cada caso.
1.3. Texto injuntivo
O texto injuntivo é aquele em que o autor tem como objetivo fazer 
com que o leitor (ou ouvinte) tome determinadas atitudes ou pratique
TÉÇNjCÂS DÉ. RE.DÀÇÃÓ PARÁ ÇO|\1ÇURSOS ~ Lilidrí Fyriadó&VjrifduyCàirvalhôíptàiró.:•
certos atos, sendo marcado por uma seqüência de comandos. É possível 
observar, portanto, a predominância de verbos no imperativo e a ordenação 
seriada das informações, especialmente sob a forma de orações coordena­
das, justapostas ou absolutas.
Exemplo:
Limpe bem o peixe, corte-o em postas e deixe-o em uma vasilha 
cora suco de um limão. Conserve por uma hora. Coloque, em uma 
panela de barro, duas colheres de óleo, uma de azeite, cebola, coentro, 
tomate, pimenta e alho. Arrume as postas de peixe e repita a camada 
de temperos. Não adicione água ou sal. Cozinhe em fogo brando.
Quando abrir fervura, coloque gotas de limão, o leite de coco e um 
pouco de azeite de dendê. Tampe. Espere dez minutos. A moqueca 
está pronta!
(Receita de moqueca baiana)
1.4. Texto dialogai
Nesse tipo de texto, observa-se predominantemente uma seqüência de 
falas alternadas, formando um diálogo. E produzido por no mínimo dois 
locutores, cuja conversa pode ser composta por perguntas e respostas. 
Geralmente, esse tipo textual caracteriza o texto teatral e as entrevistas. 
Vale ressaltar, portanto, que, diferente da narrativa, o texto dialogai não 
apresenta narrador.
Exemplo:
Folha - Como é o seu processo de trabalho?
João Cabral - Eu demoro muito a escrever. Tem poemas meus 
que eu levei dez anos para escrever. Faço um esboço, trabalho sobre 
ele, depois deixo, depois retomo.
Não sou desses escritores de “suspiros poéticos e saudades”, título 
do livro daquele poeta romântico [Gonçalves de Magalhães], Para um 
sujeito desses, não ter a vista não é nenhum problema. Basta a ele 
cantar seus poemas (risos).
Folha - Saiu recentemente uma biografia do Carlos Drummond,
Os sapatos de Orfeu, de José Maria Cançado, que fala do afastamento 
entre ele e o sr. a partir de uma certa época...
João Cabral - Não houve afastamento nenhum. O que o pessoal 
ignora é que desde 47 eu vivi no estrangeiro. Eu era diplomata de 
carreira. De 47 a 87 eu vivi fora do Brasil. Não houve afastamento 
nenhum. Eu não sou de escrever carta, compreende, mas eu continuei 
amigo do Carlos até ele morrer. Aliás, eu estava no Porto quando ele 
morreu. De minha parte não houve afastamento. Se houve da dele,
não sei. Carlos Drummond nunca foi muito homem de receber visita. 
Em geral ele era encontrável na cidade. Minhas passagens pelo Rio 
eram rápidas, quando eu mudava de uni posto para outro, de forma 
que eu nem ia no centro da cidade.
(Trecho da entrevista da Folha Online, <http://wwwl.folha.uol.com.br/ 
folha/publifolha/ult!0037u35211 l.shtml>)
'' Cap..t - NOÇÕES GERAIS :DE TIPOLOGIA TEXTUAL . ^
1.5. Texto dissertativo
A dissertação consiste na elaboração de um textò em que se apresen­
tam fatos ou opiniões sobre determinado assunto. Há um encadeamento de 
hipóteses e conceitos que são direcionados para a apresentação de ideias 
ou para a defesa de uma tese/opinião. A depender de seu objetivo maior, 
o texto dissertativo pode ser expositivo (informativo) ou argumentativo. 
O primeiro não tem o propósito de convencer o leitor, havendo apenas 
uma apresentação, uma explicação, acerca de determinado assunto. No 
segundo, o autor tenta convencer o leitor a concordar com alguma ideia 
defendida e, para isso, emprega um raciocínio coerente baseado na evi- 
^dência de provas.
Para entender melhor essa diferença, observe os exemplos a seguir.
Exemplo de texto dissertativo expositivo:
O cérebro da nutrigenômica
O estudo das relações entre nutrientes e os genes levará à criação 
de dietas personalizadas.
A maioria dos problemas de saúde faz parte de uma complexa 
interação entre o que fazemos (alimentos preferidos, quantidade de 
atividade física) e os códigos genéticos que esses hábitos ativam ou 
suprimem. A nutrigenômica promete elucidar muitas dessas relações.
Quando comemos, damos às células toda a energia de que elas pre­
cisam para funcionar corretamente.
Mas nossos genes respondem aos nutrientes que consumimos.
Mutações podem afetar a orquestração entre os genes e o ambiente 
(alimentos). Se o equilíbrio é quebrado, surge a doença.
Não há programa perfeito para todo o mundo porque cada um de 
nós é geneticamente único. Mas, por enquanto, é inviável oferecer 
bilhões de programas nutricionais diferentes. Então é preciso agrupar 
as pessoas para simplificar o problema. Funciona como escolha de 
sapatos. Os pés de cada um têm suas particularidades, mas a maioria 
das pessoas não manda fazer sapatos sob medida. Elas escolhem pelo 
número e muitas vezes isso é suficiente para que se sintam confortá­
veis. Com as dietas ocorre o mesmo.
(Entrevista de José M. Ordovas, Época n.° 351, 07.02.2005,
com adaptações.)
http://wwwl.folha.uol.com.br/%e2%80%a8folha/publifolha/ult!0037u35211%20l.shtml
http://wwwl.folha.uol.com.br/%e2%80%a8folha/publifolha/ult!0037u35211%20l.shtml
Observe que o autor desse texto não tem por objetivo convencer o 
leitor acerca de algo, apenas informá-lo sobre o conceito de nutrigenômica 
e suas aplicações na vida humana. A abordagem do tema é imparcial e o 
autor não revela de forma explícita qualquer posicionamento pessoal em 
relação ao que apresenta em seu texto.
Veja agora um exemplo de texto dissertativo diferente.Exemplo de texto dissertativo argumentativo:
Reciclando ideias
Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da 
ciência, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as 
maneiras pelas quais se pode estimular, medir e gerir a inovação. Como 
e por que a inovação acontece? - perguntam. Por que existem lugares 
e momentos históricos mais favoráveis que outros à inovação?
Fiorença, durante o Renascimento, serve como exemplo; ou 
a Inglaterra nos estágios iniciais da Revolução Industrial, quando 
surgiram as máquinas têxteis e a locomotiva a vapor; ou o Vale do 
Silício (Califórnia, EUA), na década de 70, plataforma de tantos 
avanços na eletrônica e na informática... Algumas pessoas acreditam 
que a inovação possa ser encorajada por meio da criação de centros 
de pesquisa; outras, por meio da meditação, sessão de discussão ou 
até mesmo softwares que facilitariam a geração de idéias... Mas o 
que, exatamente, é inovação?
Suspeito que a visão da era do romantismo continue a prevalecer 
até hoje. De acordo com ela, a inovação é o trabalho de um gênio 
solitário, muitas vezes um professor distraído, que carrega uma ideia 
brilhante na cabeça - aquilo que meu tio, um físico que trabalhava 
no setor industrial, costumava chamar de “onda cerebral”. Caso de 
Isaac Newton, por exemplo, que supostamente descobriu a gravidade 
quando uma maçã caiu em sua cabeça. No entanto, existe uma visão 
alternativa da inovação, da qual compartilho. De acordo com essa 
visão, a inovação é gradual, em lugar de súbita, e coletiva, em vez 
de individual. Não existe uma oposição acentuada entre tradição e 
inovação. É possível até mesmo identificar tradições de inovação, 
sustentadas ao longo de décadas, como no caso do Vale do Silício, 
ou de séculos, como nos campos da pintura e da escultura durante a 
Renascença ftorentina. Por isso, em vez da metáfora da “onda cerebral”, 
talvez fosse mais esclarecedor usar como metáfora a reciclagem, o 
reaproveitamento ou o uso improvisado de materiais.
O caso da tecnologia serve como exemplo. Na metade do século 
XV, Gutenberg inventou a máquina de impressão. No entanto, prensas 
estavam em uso na produção de vinho havia muito tempo. A brilhante 
ideia de Gutenberg representou uma adaptação da prensa de vinho a 
uma nova função.
(Peter Burke, Folha de S. Paulo> 24.05.2009.
Tradução de Paulo Miglíacci, com adaptações.)
TÉCNICAS DE REDAÇÃO PÁRA CONCURSOS r Liiian Fúrtàdo e Vinícius Carvalho Pereira ■
Cap. I >-■ NOÇÕES GERAIS. DE TIPOLOGIA TEXTUAL
Este é um texto dissertativo nitidamente argumentativo, pois seu 
autor se posiciona de forma muito clara diante do tema “inovação”, 
querendo convencer o leitor sobre seu ponto de vista. Assim, sua tese 
fica nitidamente expressa em trechos como “Suspeito que a visão da era 
do romantismo continue a prevalecer até hoje” e “No entanto, existe 
uma visão alternativa da inovação, da qual compartilho. De acordo com 
essa visão, a inovação é gradual, em lugar de súbita, -e' coletiva, em 
vez de individual”. Para sustentar esse posicionamento, o autor lançou 
mão de uma série de argumentos, que envolvem exemplos célebres e 
convincentes.
Note, porém, que, como este é um artigo jornalístico de opinião, e 
não uma dissertação argumentativa para concursos, há aqui a presença da
l.a pessoa do singular, recurso discursivo que você deve evitar na hora da 
prova, a fim de garantir impessoalidade ao seu texto.
Importante!
Na grande maioria das provas de redação para concursos públicos, exige-se 
do candidato um texto dissertativo. Algumas bancas determinam com clareza, 
indusíve, se esperam um texto expositivo ou argumentativo, porém nem sempre 
isso acontece. Como tal informação é essencial para que o candidato possa escrever 
de acordo com as expectativas do corretor, é importante conhecer algumas dicas 
para identificar que tipo de dissertação a banca está pedindo, ainda que isso não 
esteja expiícíto no enunciado da prova.
Veja a proposta de redação a seguir, do concurso para Analista de Controle 
Externo do TCU (2006), elaborada pela ESAF:
Dissertar, sobre o âmbito de incidência do regime jurídico único, esta­
belecido na Lei n. 8.7 72/90, e quanto às normas constitucionais relativas 
aos servidores públicas, regidos por aquele diploma legal, suas garantias 
fundamentais e fiscalização específica estabelecida na Constituição expres­
samente para aferir a legalidade de determinados atos administrativos, 
concernentes a suas relações jurídico-funcionais.
Como você pode perceber, não há espaço nessa proposta para a opi­
nião do candidato. Ele deve apenas expor seus conhecimentos sobre o tema 
apresentado na prova, amparado pelo que aprendeu ao estudar as outras 
disciplinas. A banca não quer saber o ponto de vista particular do candidato 
sobre o regime jurídico único, mas sim seus conhecimentos objetivos acerca 
desse ponto do editai.
Por outro lado, observe outra proposta de redação, elaborada pelo CESPE, 
para o concurso para Analista Administrativo da ANATEL (2008):
TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira
O levantamento Mapa da Violência: os Jovens da América Latina
indicou que o Brasil ocupa o quinto lugar entre os países do continente 
com maior número de homicídios de jovens. A pesquisa indicou ainda 
que o Brasil também ostenta um dos mais altos índices de vitimizaçõo 
juvenil do mundo, o que significa que a taxa de homicídios entre os jovens 
é bem maior do que entre os não jovens. Nesse quesito, o país aparece 
em terceiro lugar no ranque, atrás apenas de Porto Rico e Venezuela. 
Traduzindo em números: entre 1994 e 2005, a taxa de homicídio total no 
Brasil passou de 20,2 para 25,2 mortes para cada 100 mil habitantes. No 
mesmo período, esse índice, apenas entre os jovens, subiu de 34,9 para 
51,6 homicídios.
(,Famíiia Cristã, fev. 2009, p. 19, com adaptações.)
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um 
texto dissertativo acerca do seguinte tema.
A TRAGÉDIA DA VIOLÊNCIA E OS JOVENS
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) violência como característica do mundo contemporâneo;
b) drogas ilícitas, álcool, trânsito e violência;
c) oportunidades educacionais, culturais e profissionais: caminho para reduzir a 
violência juvenil.
Embora a banca não tenha usado o termo "argumentação" em toda a pro­
posta, esse é um tema sobre o qual cabe opinar, uma vez que não diz respeito à 
mera reprodução de um conteúdo específico do edital. Nesse caso, o candidato 
deveria apresentar sua tese a respeito do tema, apresentando argumentos que a 
sustentassem.
2. ELABORANDO UM TEXTO DISSERTATIVO
Em um concurso público, não basta que o candidato escreva qualquer 
coisa sobre o tema proposto pela banca. Muitas vezes, pessoas desacostu­
madas à tarefa da escrita simplesmente leem o tema proposto e põem-se 
a escrever desordenadamente sobre ele, na ordem em que as ideias vêm à 
mente. Mesmo aqueles que julgam “escrever bem” caem nessa armadilha, 
acreditando que lançar as palavras à folha de resposta logo após a leitura 
do tema é uma forma de ganhar tempo.
Tal engano conduz muitas pessoas a se perderem ao longo do texto, 
desviando-se do foco central e enveredando por minúcias pouco relevantes. 
Há também aqueles que, por não se organizarem bem, dizem a mesma 
coisa várias vezes, repetindo-se à exaustão em paráfrases vazias.
: Cap. I - NOÇÕES ÇERÁiS DE TIPOLOGIA TEXTUAL' 29
Dessa forma, é importante ter em mente que todo texto dissertativo 
precisa apresentar na introdução uma tese sobre determinado assunto. Tal 
tese será discutida no desenvolvimento por meio de argumentos e encerrada 
na conclusão. Para isso, o texto precisará ser dividido em parágrafos, nos 
quais ocorrerá a apresentação de ideias básicas.
Veja, a seguir, um esquema básico da organização do texto dissertativo.
2*1. Detalhando a estrutura do texto dissertativo
Para a elaboração de uma redação, o ideal é que o candidato se habituea montar um planejamento (roteiro) sobre suas ideias a respeito do tema. De 
forma geral, uma boa redação deverá ser dividida em introdução, desenvol­
vimento e conclusão. Ou seja, é importante a montagem do planejamento, 
um esboço que abarque as ideias a serem discutidas no texto. Isso pode ser 
feito por meio de um “esqueleto redacional”, como vemos a seguir:
Na prova, o tema é sugerido pela banca examinadora. Dessa forma, ainda 
no planejamento, o candidato deverá traçar com poucas palavras os tópicos 
que julga mais importantes tratar, defender e discutir no decorrer de toda a 
redação. É interessante selecionar três tópicos, ou pelo menos dois, a fim de 
que haja uma abertura maior para a discussão. Cada ideia destacada ainda no
, TÍCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS H Lilian. Furtado; e Vinícius Carvalho Pçreira
planejamento deverá ser apresentada e fundamentada em seu próprio parágrafo 
de desenvolvimento. Em outras palavras, se partirmos de duas ideias, teremos 
um desenvolvimento com dois parágrafos; se partirmos de três ideias, teremos 
um desenvolvimento com três parágrafos; e assim por diante.
Na maioria das vezes, as provas de concursos limitam a redação en­
tre 25 e 30 linhas, o que faz com que seja melhor a elaboração de uma 
redação com no máximo três ideias principais, além da introdução e da 
conclusão. Entretanto, se a prova solicitar mais linhas para a elaboração 
da redação, o candidato poderá traçar mais tópicos ou fundamentar mais 
detalhadamente os já apresentados.
Assim, de forma resumida pode-se dizer que a redação deve conter cinco 
parágrafos e cada um deles terá cerca de cinco linhas, para corresponder 
ao que foi solicitado pela banca examinadora. É importante lembrar que 
isso é apenas uma média, pois os parágrafos podem ter mais ou menos 
linhas, embora seja interessante manter certa simetria entre eles.
A seguir, veja as principais características de cada uma das seções 
do texto dissertativo. Note, porém, que todas elas serão estudadas mais 
aprofundadamente nos próximos capítulos.
2.7.7. Introdução
Este parágrafo deve apresentar a ideia principal a ser desenvolvida 
e defendida no texto. Lembre-se: o leitor precisa saber de forma clara 
sobre o assunto central do texto, o que exige que o candidato apresente 
logo no primeiro parágrafo o recorte que julgou mais apropriado em 
relação ao tema. Quando nos referimos a recorte, queremos dizer que, 
de uma proposta muito ampla apresentada pela banca, o candidato deve 
delimitar um núcleo de informações sobre as quais vai escrever, deixando 
isso claro bem no início do texto. Além disso, na introdução também 
deve ser expressamente definida a tese do autor, caso se trate de um 
texto argumentativo.
Observe o esquema a seguir:
2.1.2. Desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto, era que o candidato 
deverá discutir o tema proposto por meio de argumentos, caso se trate de uma 
argumentação, ou apresentar imparcialmente os tópicos mais importantes de 
um dado tema, caso se trate de um texto expositivo. É nesse momento que 
o candidato apresenta seu conhecimento sobre o assunto e persuade <y leitor 
sobre a ideia defendida. Geralmente, o desenvolvimento é organizado em 
três parágrafos e cada um deles deve sustentar a ideia central apresentada 
na introdução de forma coesa e coerente com a totalidade do texto.
Observe o esquema a seguir.
>V Cap. I " NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL ^ £ j | £ |
2.13. Condusõo
A conclusão é a parte final do texto, em que há o fechamento das 
ideías discutidas, com a retomada do assunto principal ou da tese de 
forma finalizadora. É importante não esmorecer nesse último parágrafo, 
evitando conclusões simplistas ou utópicas. Caso queira, você pode ainda 
apresentar propostas de solução a problemas mencionados ao longo do 
texto, ou mesmo sintetizar os argumentos que foram trabalhados nos 
parágrafos anteriores.
Observe o esquema a seguir:
| Q | : ■ • TÉÇNÍÇAS-.DE REDAÇÃO PARA CONÇURSÇS V Liliprí Furtado è Vinícius: Çarvqíhó Pereira ■.
3. CONHECENDO A FOLHA DE REDAÇÃO
O candidato receberá duas folhas parecidas com o desenho a seguir. Em 
primeiro lugar, é fundamental que se respeitem as margens da esquerda e 
da direita da folha de redação. A primeira linha de cada parágrafo deverá 
começar com um distanciamento de um centímetro da margem esquerda 
da folha. Em relação à margem direita, as palavras deverão chegar até o 
fim da linha.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
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27
28
29
30
Cap. I - NOÇÓES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL
Por fira, se a última palavra de uma linha não couber inteiramente 
nela, deve-se separar o vocábulo por um traço translineador e o restante 
da palavra deverá continuar na linha seguinte, rente à margem esquerda 
(veja, no exemplo a seguir, as palavras “ciência” e “inovação”).
Exemplo:
01 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên­
02 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, iecionam e escrevem sobre as maneiras
03 pelas quais se pode estimular e mensurar a inovação. "Como epor-que a inova­
04 ção acontece?" perguntam. Por que existem iugares e momentos históricos mais
05 favoráveis que outros à inovação?
O candidato também não deverá pular linha de um parágrafo para 
outro, nem mesmo do título (caso exista) para o início da redação. A esse 
respeito, cabe destacar a grande polêmica que existe quanto à colocação 
ou não de título. Se a prova for explícita quanto à sua obrigatoriedade, o 
candidato deve obviamente adicioná-lo em seu texto; caso contrário, não 
haverá necessidade de acrescentá-lo à redação. Por fim, caso haja uma 
linha centralizada e sem número no início da folha, está subentendido que 
ali se deve escrever o título.
Vale lembrar também que, caso a banca peça que se dê um título ao 
texto, deve-se buscar aquilo que melhor resume a ideia centrai discutida 
na redação. Note ainda que alguns teóricos mais tradicionais recomendam 
que não se coloque verbo no título do texto.
Observe os exemplos abaixo:
- Exemplo:
Elabore um texto dissertativo argumentativo e adicione um título.
01 Reciclando ideias
02 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên­
03 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras
Exemplo:
Elabore um texto dissertativo argumentativo.
01 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên­
02 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras
;;;TÉGNIÇÀS '0E;REPÁÇÀD ^RA ÇÓNCÜRSQS - ÜÍ/ia/r;^^
Veja que, como o comando não solicitou título, o texto deverá iniciar 
já na linha um, embora não seja proibida a colocação do título.
Exemplo:
Elabore um texto dissertativo argumentativo e adicione um título.
Reciclando ideias
01 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên­
02 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras
Observe que, no último exemplo, há uma linha centralizada e sem 
número para a inserção do título; no segundo exemplo, como isso não 
acontece, o candidato deverá redigi-lo na primeira linha numerada.
4. EXERCÍCIOS
1. Relacione as colunas de acordo com a tipologia textual:
(1) Descrição (2) Narração (3) Dissertação
a) ( } Maria é baíxa e magra, como convém a alguém que sempre comeu muito 
pouco, e sua pele tem a coloração típica dos que tomam sol, chuva, mormaço, ou 
qualquer coisa que não se possa escolher ou evitar.
b) ( ) Há opiniões divergentes quando as autoridades discutem a eliminação das 
favelas existentes em vários pontos das grandes metrópoles.
c) ( ) Nas proximidades da Cidade de Campo Limpo, existe um pequeno sítio. Em sua 
parte mais baixa, há um milhara! que se estende até a casa de paredes brancas e 
janelas enormes.
d) { ) Carla matriculou-se em um famoso cursinho, desses que preparam os alunos 
para os exames vestibulares. Logo no primeiro dia de aula, depois de subir os seis 
lances de escadas que conduziam à sua classe, de duzentos e quarenta alunos, 
entrouna sala espantada com a quantidade de colegas.
e) { ) Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves 
problemas que preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa 
miséria, a paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, além do 
mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
f) ( ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina 
daquela rodovia, perguntou a um funcionário onde ficava a cidade mais próxima. 
Ele respondeu que era um vilarejo a dez quilômetros dali.
g} ( ) O céu, uniforme e pacífico, estende-se por sobre as numerosas ruas, avenidas. 
Espraia-se, entre os edifícios, a área sombreada.
h) ( ) É indiscutível o espantoso avanço conseguido pelos meios de comunicação ao 
longo dos tempo. O desenvolvimento tecnológico deste século garantiu a eficiência 
e a rapidez na comunicação, quer entre indivíduos, quer por meio dos meios ele-
Cap. I - NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL
trônicos, que fazem a informação chegar aos povos de qualquer parte do planeta 
em questão de segundos.
í) ( ) Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela 
rua mal iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados 
por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem 
queria, receosos de que se tratasse de um assaltante. Era, entretanto, somente um 
bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.
j) ( ) Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional brasi­
leiro. Argumentam alguns que eie deve ter por objetivo despertar no estudante a 
capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com 
a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos 
problemas socioeconômicos e que despertasse no alunó a curiosidade científica 
seria por demais desejávei.
k) ( } Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos tró­
picos. Os olhos negros e amendoados espelhavam a luz interior de sua alegria de 
viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia caima, 
que mais parecia uma pintura.
Leia o texto a seguir para responder à questão de número 2.
Brasil e África do Sul assinam acordo de cooperação
O Ministério da Educação do Brasil e o da África do Sul assinaram no 
início de julho um acordo de cooperação internacional na área da educação 
superior. Além de apoiar o ensino universitário e prever a promoção conjunta 
de eventos científicos e técnicos, o acordo contempla o intercâmbio de 
materiais educacionais e de pesquisa e o incentivo à mobilidade acadêmica 
e estudantil entre instituições de ensino superior, institutos de pesquisa e 
escolas técnicas. Para incentivar a mobilidade, além de projetos conjuntos 
de pesquisa, os dois países devem promover a implantação de programas 
de intercâmbio acadêmico, com a concessão de bolsas, tanto a brasileiros 
na África do Sul quanto a sul-africanos no Brasil, para professores e alunos 
de doutorado e pós-doutorado. Ainda nessa área, a cooperação também 
prevê a criação de um programa de fomento a publicações científicas 
associadas entre representantes dos dois países.
Segundo o ministro da Educação brasileiro, Fernando Haddad, as equipes 
de ambos os ministérios da Educação trabalham há tempos na construção 
de um acordo para incrementar a cooperação entre os dois países. "Brasil e 
África do Su! têm uma grande simwilaridade de pensamento, oportunidades 
e desafios. Esperávamos há tempos a formatação de um acordo sólido".
(<poftai.mec.gov.br>, com adaptações.)
Julgue o item a seguir quanto à compreensão do texto e à tipologia textuaí.
(CESPE) Quanto à tipologia, o texto caracteriza-se como informativo. 
Leia o texto a seguir para responder à questão de número 3.
Podem ser fios demais caídos no travesseiro. Ou fios de menos percebi­
dos na cabeça ao se olhar no espelho. No fim das contas, o resultado é o
. TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA.CONCURSOS - Lilian Furtado sVinícius Carvalho Pereira
mesmo: você está perdendo cabelo. E não está sozinho. "A calvície atinge 
50% da população masculina", diz o dermatologista Ademir Carvaiho Leite 
Jr. Se tanta companhia não vaie como consolo, a vantagem de ter muita 
gente sofrendo com o problema é que isso estimula as pesquisas cientí­
ficas. "Há equipes estudando o uso de céluias-tronco para tratamento da 
calvície" conta Leite Jr. Também já foi descoberto que são oito os pares 
de genes envolvidos no crescimento dos cabelos, segundo ele, o que abre 
possibilidades à pesquisa genética.
"Entre as perspectivas, está o desenvolvimento de testes genéticos 
para diagnóstico da aíopecia androgenética, ou seja, a ausência de ca­
belos provocada pela interação entre os genes herdados e os hormônios 
masculinos. O teste pode determinar o risco e os graus de calvície antes 
de sua manifestação, permitindo o tratamento precoce" diz Arthur Tyko- 
cinski, dermatologista da Santa Casa de São Paulo, que aponta ainda, 
entre as novidades na área, os estudos para uso de robôs no processo de 
transplante de cabelos.
(Iara Biderman, Folha de S.Pauio, 29.08.2008, com adaptações.)
Com relação às ideias, à organização e à tipologia do texto, juígue o item que se 
segue.
(CESPE) A linguagem empregada no texto permite caracterizá-lo como predo­
minantemente informativo.
Leia o texto a seguir para responder à questão de número 4.
Uma pesquisa realizada em 16 países mostrou que os jovens brasilei­
ros são os que colecionam o maior número de amigos virtuais. A média 
brasileira de contatos é mais do que o dobro da mundial, que tem como 
base países como Estados Unidos da América (EUA) e China. O levanta­
mento avaliou a participação da tecnologia na vida de 18 mil jovens de 
8 a 24 anos, com acesso fácil à Internet, telefones celulares e pelo menos 
dois outros aparelhos eletrônicos. Os brasileiros com idade entre 14 e 24 
anos têm em média 46 amigos virtuais, enquanto a média giobal é de 20.
No mundo, os jovens costumam ter cerca de 94 contatos guardados no 
celular, 78 na lista de programas de mensagem instantânea e 86 em sítios 
de relacionamento como o Orkut.
(Jornal do Brasil, 27.07.2007, p, A24, com adaptações.)
Tendo o texto acima como referência iniciai, julgue os itens que se seguem, 
tanto acerca de estruturas lingüísticas desse texto quanto do impacto do 
desenvolvimento científico-tecnoiógico nos mais diversos setores da vida con­
temporânea.
(CESPE) O texto entrelaça características de dissertação; de narração e de 
descrição.
Çap. I - NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL r a
Leia o texto a seguir para responder à questão de número 5.
Dentro de um mês tinha comigo vinte, aranhas; no mês seguinte cin­
qüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. Duas 
forças serviram principaimente à empresa de as congregar: o emprego 
da língua delas, desde que pude discerni-la um pouco, e o sentimento de 
terror que ihes infundi. A minha estatura, as vestes talares, o uso do mesmo 
idioma fizeram-lhes crer que eu era o deus das aranhas, e desde então 
adoraram-me. E vede o benefício desta ilusão. Como as acompanhasse com 
muita atenção e miudeza, lançando em um livro as observações que fazia, 
cuidaram que o livro era o registro dos seus pecados, e fortaleceram-se 
ainda mais nas práticas das virtudes. (...)
Não bastava associá-las; era preciso dar-lhes um governo idôneo. He­
sitei na escolha; muitos dos atuais pareciam-me bons, alguns excelentes, 
mas todos tinham contra sí o existirem. Explico-me. Uma forma vigente 
de governo ficava exposta a comparações que poderiam amesquinhá-la. 
Era-me preciso ou achar uma forma nova ou restaurar alguma outra aban­
donada. Naturalmente adotei o segundo alvitre, e nada me pareceu mais 
acertado do que uma república, à maneira de Veneza, o mesmo molde, e 
até o mesmo epíteto. Obsoleto, sem nenhuma analogia, em suas feições 
gerais, com qualquer outro governovivo, cabia-lhe ainda a vantagem de 
um mecanismo complicado, o que era meter à prova as aptidões políticas 
da jovem sociedade.
A proposta foi aceita. Sereníssima República pareceu-lhes um título 
magnífico, roçagante, expansivo, próprio a engrandecer a obra popular.
Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue 
tão cedo. Os meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas 
de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao 
cume das nações seculares. Nem o tempo é operário que ceda a outro a 
lima ou o alvíão; ele fará mais e melhor do que as teorias do papel, válidas 
no papel e mancas na prática.
(Machado de Assis. A Sereníssima República [conferência do cônego Var­
gas]. In Obra completa, vol. ii. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro:
José Aguilar, 1959, p. 337-8.)
No que se refere aos sentidos, à organização das ideias do texto e à tipologia 
textual, julgue os itens a seguir.
(CESPE) O autor do texto, por meio de narrativa alegórica, uma parábola, ex­
põe seu ponto de vista acerca do comportamento humano e da organização 
política e soctal.
Leia o texto a seguir para responder à questão de número 6.
Por intermédio da Bolsa de Mercadorias e Futuros, a Prefeitura de São 
Paulo colocou à venda 808.450 Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), 
que correspondem a 1,64 milhão de toneladas de gás metano, produzidas 
pelo Aterro Sanitário Bandeirantes, em Perus, que deixaram de ser lançadas 
na atmosfera.
TÉCNSCAS DE REDAÇÃO PARÁ CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius. Carvalho Pereira
O matéria! orgânico presente no fixo se decompõe ientamente, forman­
do biogás rico em metano, um dos mais nocivos ao meio ambiente por 
contribuir intensamente para a formação do efeito estufa. No Aterro Ban­
deirantes, foi instalada, no ano passado, a Usina Termelétrica Bandeirantes, 
uma parceria entre a prefeitura e a Biogás Energia Ambientai. Lá, 80% do 
biogás é usado como combustível para gerar 22 megawatts, energia elétrica 
suficiente para atender às necessidades de 300 mil famílias.
Em reiação às ideias e a aspectos morfossintáticos do texto acima, julgue os itens 
a seguir.
6. (CESPE) Trata-se de um texto dissertativo composto a partir de segmentos 
narrativos e descritivos.
Leia o texto a seguir para responder à questão de número 7. 
Tempo iivre
A questão do tempo livre - o que as pessoas fazem com ele, que chances 
eventualmente oferece o seu desenvolvimento - não pode ser formulada 
em generalidade abstrata. A expressão, de origem recente - aliás, antes 
se dizia ócio, e este era um privilégio de uma vida folgada e, portanto, 
algo qualitativamente distinto e muito mais grato -, opõe-se a outra: à 
de tempo não livre, aquele que é preenchido pelo trabalho e, poderíamos 
acrescentar, na verdade, determinado de fora.
O tempo livre é acorrentado ao seu oposto. Essa oposição, a relação em 
que ela se apresenta, imprime-lhe traços essenciais. Além do mais, muito 
mais fundamentalmente, o tempo livre dependerá da situação geral da 
sociedade. Mas esta, agora como antes, mantém as pessoas sob um fascí­
nio. Decerto, não se pode traçar uma divisão tão simpies entre as pessoas 
em si e seus papéis sociais. (...) Em uma época de integração sociaí sem 
precedentes, fica difícil estabelecer, deforma geral, o que resta nas pessoas, 
além do determinado pelas funções, isso pesa muito sobre a questão do 
tempo livre. Mesmo onde o encantamento se atenua e as pessoas estão 
ao menos subjetivamente convictas de que agem por vontade própria, isso 
ainda significa que essa vontade é modelada por aquilo de que desejam 
estar livres fora do horário de-trabalho.
A indagação adequada ao fenômeno do tempo livre seria, hoje, esta: 
"Com o aumento da produtividade no trabalho, mas persistindo as condi­
ções de não liberdade, isto é, sob relações de produção èm que as pessoas 
nascem inseridas e qMe, hoje como antes, ihes prescrevem as regras de 
sua existência, o que ocorre com o tempo livre?" (...) Se se cuidasse de 
responder à questão sem asserções ideológicas, tornar-se-ia imperiosa a 
suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária à de seu próprio 
conceito, tornando-se paródia deste. Nele se prolonga a não liberdade, tão 
desconhecida da maioria das pessoas não livres como a sua não liberdade 
em si mesma.
Podemos esclarecer isso de maneira simples por meio da ideologia 
do hobby. Na naturalidade da pergunta sobre qual hobby se tem, está 
subentendido que se deve ter um, provavelmente também já escolhido 
de acordo com a oferta do negócio do tempo livre. Liberdade organizada 
é coercitiva: "Ai de ti se não tens um hobby, se não tens ocupação para o 
tempo livre! Então tu és um pretensioso ou antiquado, um bicho raro, e 
cais em ridículo perante a sociedade, a qual te impinge o que deve ser o 
teu tempo livre." Tal coação não é, de nenhum modo, somente exterior.
Ela se Siga às necessidades das pessoas sob um sistema funcional. No 
camping ~ ho antigo movimento juvenil, gostava-se de acampar - havia 
protesto contra o tédio e o convencionalismo burgueses. O que os jovens 
queriam era sair, no duplo sentido da palavra. Passar-a-noite-a-céu-aberto 
eqüivalia a escapar da casa, da família. Essa necessidade, depois da morte 
do movimento juvenii, foi aproveitada e institucionalizada pela indústria 
do camping. Ela não poderia obrigar as pessoas a comprar barracas e 
motor homés, além de inúmeros utensílios auxiliares, se algo nas pessoas 
não ansiasse por isso; mas a própria necessidade de liberdade é funcio- 
nafizada e reproduzida pelo comércio; o que elas querem ihes é, mais 
uma vez, imposto. Por isso, a integração do tempo livre é alcançada sem 
maiores dificuldades; as pessoas não percebem o quanto não são livres lá 
onde mais livres se sentem, porque a regra de tal ausência de liberdade 
lhes foi abstraída.
(T. W. Adorno. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Tradução de Maria 
Helena Ruschel. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70-82, com adaptações.}
De acordo com a tipologia textual o texto classifica-se como descritivo-nar- 
rativo, visto que descreve como as pessoas se comportam na sociedade em 
relação ao tempo livre e narra como os jovens, no antigo movimento juvenil, 
protestavam contra o tédio e o convencionalismo burgueses.
.. Cap. í - I^OÇÓES 'GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL
Leia o texto a seguir para responder à questão de número 8.
Secretária
O teste definitivo para você saber se você está ou não integrado no 
mundo moderno é a secretária eletrônica. O que você faz quando liga para 
alguém e quem atende é uma máquina.
Tem gente que ném pensa nisso. Falam com a secretária eletrônica com 
a maior naturalidade, qual é o problema? É apenas um gravador estranho 
com uma função a mais. Mas aí é que está. Não é uma máquina como 
qualquer outra. É uma máquina de atender telefone. O telefone (que eu não 
sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue) pressupõe 
um contato com alguém e não com alguma coisa.
A secretária eletrônica abre um buraco nesta expectativa estabelecida. 
É desconcertante. Atendem - e é alguém dizendo que não está lá! Seguem 
instruções para esperar o bip e gravar a mensagem.
É aí que começa o teste. Como falar com ninguém no telefone? Um 
telefonema é como aqueies livros que a gente gosta de ier, que só tem
diálogos. É travessão você faia, travessão fala o outro. E de repente você 
está falando sozinho. Não é nem monólogo. Ê diálogo só de um.
- Ahn, sim, bom, mmm... olha, eu teiefono depois. Tchau. O "tchau" é 
para a máquina. Porque temos este absurdo medo de magoá-la. Medo de 
que a máquina nos telefone de volta e nos xingue, ou peio menos nos 
bipe com reprovação.
Sei de gente que muda a voz para falar com secretária eletrônica. Fica 
formal, cuida a construção da frase. Às vezes precisa resistir à tentação 
de ligar de novo para regravar a mensagem porque errou a colocação do 
pronome.
Outros não resistem. Ao saber que estão sendo gravados, limpam a 
garganta, esperam o bipe anunciam:
- De Augustín Lara...
E gravam um bolero.
Talvez seja a única atitude sensata.
8. (NCE) Considerando o texto como um todo, podemos classificá-lo predomi­
nantemente como:
TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARÁ CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira
a} narrativo;
b) descritivo;
c) expositivo;
d) argumentativo;
e) conversacional.
Leia o texto a seguir para responder às questões de números 9 e 10. 
Por que o Budismo encanta o Ocidente?
O budismo faz tanto sucesso no Ocidente porque possui características 
que correspondem às tendências da pós-modernsdade neoliberal. Num 
mundo em que muitas reiigiões se sustentam em estruturas autoritárias e 
apresentam desvios fundamenta listas, o budismo apresenta-se como uma 
não religião, uma filosofia devida que não possui hierarquias, estruturas nem 
códigos canônicos. No budismo não há a ideia de Deus, nem de pecado. 
Centrado no indivíduo e baseado na prática da yoga e da meditação, o 
budismo não exige compromissos sociais de seus adeptos, nem submissão 
a uma comunidade ou crença em verdades reveladas, Há, contudo, muitos 
budistas engajados em iutas sociais e políticas.
Nessa cultura do elixir da eterna juventude, em que o envelhecimento e 
morte são encarados, não como destinos, mas como fatalidades, o budismo 
oferece a crença na reencarnação.
Acreditar que será possível viver outras vidas além dessa é sempre 
consolo e esperança para quem se deixa seduzir pela ideia da imortalidade 
e não se sente plenamente realizado nessa existência.
Outro aspecto do budismo que o torna tão paiatávei no Ocidente é 
a sua adequação a qualquer tendência religiosa. Pode-se ser católico ou
Cap. I - NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL
protestante e abraçar o budismo como disciplina mental e espiritual, sem 
conflitos. Mesclar diferentes tradições religiosas é uma tendência crescente 
para quem respira a ideologia pós-moderna do individualismo exacerbado, 
segundo a qual cada um de nós pode ser seu próprio papa ou pastor, sem 
necessidade de referências objetivas.
Como método espiritual, o budismo é de grande riqueza, pois nos ensina 
a lidar, sem angústia, com o sofrimento; a iimpar a mente de inquietações; 
a adotar atitudes éticas; a esvaziar o coração de vaidades e ambições des­
medidas; a ir ao encontro do mais íntimo de nós mesmos, iá onde habita 
aquele Outro que funda a nossa verdadeira identidade.
A felicidade, que em si resultaria de um projeto temporal, reduz-se 
hoje ao mero prazer instantâneo derivado, de preferência, da dilatação do 
ego (poder, riqueza, projeção pessoal etc.) e dos "toques" sensitivos (ótico, 
epidérmico, gustativo etc.). A utopia é privatizada. Resume-se ao êxito 
pessoal. A vida já não se move por ideais nem se justifica pela nobreza 
das causas abraçadas. Basta ter acesso ao consumo que propicia excelente 
conforto: o apartamento de luxo, a casa na praia ou na montanha, o carro 
novo, o kft eletrônico de comunicações (telefone celular, computador etc.), 
as viagens de lazer. Uma ilha de prosperidade e paz imune às tributações 
circundantes de um mundo movido a violência. O Céu na Terra - prome­
tem a publicidade, o turismo, o novo equipamento eletrônico, o banco, o 
cartão de crédito etc.
(Frei Betto)
9. (NCE) Assinale a opção que está de acordo com a direção argumentativa do
texto.
a} O prazer instantâneo derivado da dilatação do ego é decorrente de um projeto 
temporal.
b} A felicidade para o mundo contemporâneo prescinde dos toques sensitivos.
c} Substitui-se, hoje, um projeto temporal, que envolveria causas e ideais nobres, pelo 
prazer instantâneo.
d) O êxito pessoa! resulta de uma utopia privatizada que é conseqüência de um projeto 
temporal.
e} Os ideais e a nobreza das causas levam ao consumo, à prosperidade e à paz, o que 
torna o ser humano imune à violência.
10. (NCE) Pela estrutura e conteúdo, a melhor definição para esse tipo de texto
é:
a) narrativo didático, pois ensina e mostra diferentes aspectos em ordem cronológi­
ca;
b) expositivo preditivo, pois antecipa situações futuras das relações entre as crenças;
c) argumentativo polêmico, pois apresenta ideias que defendem uma posição contra 
outras possíveis;
d) descritivo informativo, pois informa características novas sobre o budismo, que são 
de interesse geral;
e) dissertativo normativo, pois visa dar normas de conduta aos leitores.
TÉCNICAS pÉ. REDAÇÃO PARA'CONCURSOS - Lifián Furtado:è Vinícius Carvalho Pereira:
GABARITO
1 - a) 1 2 - C
b) 3 3 - C
C)1 4 - C
d) 2 5 ~ C
e) 3
f ) 2 
9)T
h) 3
i) 2
6 - C
7 - E
8 - D
9 ~ C
j>3 1 0 - C
k p
Capítulo ■ I
O PARÁGRAFO
1. A DIVISÃO DAS IDEIAS EM PARÁGRAFOS
No capítulo anterior, você estudou os diferentes tipos e gêneros tex­
tuais, aprofundando-se no texto dissertativo, uma vez que esse é o mais 
cobrado em provas de Redação de concursos públicos. No entanto, não 
basta apenas conhecer a macroestrutura desse tipo textual, isto é, sua or­
ganização em introdução, desenvolvimento e conclusão. É necessário que 
você saiba como agrupar em blocos lógicos as ideias de seu texto, a fim 
de garantir sua legibilidade, coesão e coerência. Para tanto, este capítulo 
se destina ao estudo do parágrafo, uma microestrutura textual cujo domínio 
é necessário para escrever bem.
A primeira coisa que tem de ficar clara para o candidato do concurso 
é a importância de dividir o texto em parágrafos. Escrever um longo bloco 
ininterrupto de frases toma o texto confuso e compromete sua apresenta­
ção, lio que diz respeito a aspectos de limpeza e legibilidade. As bancas 
descontam pontos referentes a esse critério quando o candidato faz rasuras 
demais, desrespeita as margens, tem caligrafia pouco legível ou não res­
peita a paragrafação. Lembre-se, pois, de que esses pontos podem ser 
cruciais para a sua aprovação.
Além disso, um único parágrafo excessivamente longo dificulta a 
apreensão das ideias do texto. Como veremos neste capítulo, cada pa­
rágrafo tende a apresentar uma única informação central, a respeito da 
qual se aprofunda. Se você escrever um bloco muito extenso de frases, 
acrescentando-lhe dados muito diversos, o leitor terá dificuldades de per­
ceber quais são as ideias centrais abordadas por você.
Assim, para não cometer esse erro, é preciso que você delimite 
claramente cada uma das ideias que julga mais relevante no seu texto, 
separando-as em parágrafos diferentes. Isso demonstra, inclusive, que você 
reconhece a hierarquia lógica das informações, agrupando as periféricas 
sempre em tomo de uma principal.
TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira
Nesse sentido, vale ressaltar que algumas bancas, como o CESPE/ 
TJnB, até costumam dizer, na prova, que pontos temáticos devem ser co­
bertos pelo autor da redação. Esses tópicos serão atentamente buscados 
pelo corretor quando este ler sua redação, sendo necessário delimitá-los 
de forma bem evidente no seu texto.
Para ficar mais claro como isso funciona, veja o exemplo a seguir 
de uma proposta de redação elaborada pelo CESPE/UnB para o cargo de 
Analista Judiciário do TRE-MA em 2009:
Prova discursiva
• Nesta prova, faça o que se pede, usando o espaço para rascunho indicado no 
presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a folha de texto definitivo 
da prova discursiva, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos 
de texto escritos em locais indevidos.
• Qualquer fragmento de texto além do limite máximo de linhas disponibilizado 
será desconsiderado.
• Na folha de texto, definitivo, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira 
página, pois não será avaliado texto que tenha qualquer assinatura ou marca 
identificadora fora do local apropriado.
"Torna-se essencial dotar o Estado de condições para que seus 
governos enfrentem com êxito as falhas do mercado. Para isso, é 
necessário dotar o Estado de mais governabilidade e governança; é 
preciso, além de garantir condições cada vez mais democráticas de 
governá-lo, torná-lo mais eficiente, de forma a

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