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L il ia n F u r ta d o V in íc iu s Ca r v a l h o P ereira TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS m * /~v jTeoria e Questões Como vencer as provas discursivas aplicadas em concursos públicos ■S Dicas práticas para organizar a redação Exercícios para treinar a estruturação de parágrafos ■s Temas cobrados em provas oficiais * * * n r *E D I T O R A METODO SAO PAULO \n r \ Vicente Marcelo © ED ITO RA M ÉTODO Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Rua Dona Brígida, 701, Vila Mariana ~ 04111-081 - São Paulo - SP Tel.: (11) 5080-0770 / {21) 3543-0770— Fax: (11) 5080-0714 Visite nosso site: www.editorametodo.com.br metodo@grupogen. com. br Capa: Rafael Moiotievschí Coordenação Editorial: Luís Gustavo Bezerra de Menezes CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ. Furtado, Lilian Técnicas de redação para concursos : teoria e questões / Lilian Furtado, Vinícius Carvalho Pereira. -1 . ed. [Reimpr.] - Rio de Janeiro : Forense ; São Paulo : MÉTODO, 2010. Inclui bibliografia ISBN 978-85-309-3243-5 1. Língua portuguesa - Composição e exercícios. 2. Língua portuguesa - Problemas, questões, exercícios. 3. Serviço - Brasil - Concursos. I. Pereira, Vinícius Carvalho. II. TííuiO- III. Série. 10-2576. CDD: 469.8 CDU: 811.134.3'27 1.® ed., 1 * tir.: jun./2010; 2.3 f/r.: set./2010. A Editora Método se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (impressão e apresentação a ftm de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). Os vícios relacionados à atualização da obra, aos conceitos doutrinários, às concepções ideológicas e referências indevidas são de responsabilidade do autor e/ou atualizador. Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eietrónico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. Impresso no Brasil Prínted in Brazil 2010 http://www.editorametodo.com.br ,W5 A minha mãe e à minha irmã, minhas inseparáveis e melhores amigas, sem vocês nada faria sentido. Ao meu pa i (m memoriamj, que me ensinou o valor mais nobre da sociedade: a palavra do homem. A você, Fabiano, que me ensinou e me ensina a não ser tão exigente comigo e com a vida. Aos meus queridos amigos, Rodrigo Purceti, Flávia Gonçalves e Juliana Machado. Aos meus eternos alunos, que sempre me motivaram a fazer o livro, eis o resultado de nossas aulas. A Deus, que, com todo o seu amor, sempre sarou todas as minhas feridas. Lilian Furtado A minha querida mãe, amiga de todos os momentos, com quem aprendi a ler e a me inscrever no mundo da linguagem, que hoje habito com tanto gosto. Ao meu avô (In memoriam) e à minha avó, os quais sempre me apoiaram na busca dos sonhos, acreditando neles junto comigo. Ao Cristiano, que me ensina, a cada dia, a ver o mundo com olhos de surpresa alegre e curiosidade inquieta. Aos meus familiares e amigos, que vibram comigo a cada conquista e sempre perguntam: “Qual será a próxima? ” Aos meus tão queridos alunos e ex-alunos, que sempre me acrescentam mais a cada encontro e me motivam a crescer como profissional. A Deus, que todos os dias me dá forças para levantar e viver intensamente a aventura da existência. Vinícius Carvalho Pereira “A p a la v ra fa la d a é um fenôm eno natural; a p a la v ra escrita é um fenôm eno cu ltu ra l”. F er n a n d o P esso a AGRADECIMENTOS Ao meu grande mestre, Marcelo Rosenthal, que, com o passar dos anos, tomou-se um grande amigo. Mestre, obrigada por um dia ter me dito: “Menina, vai fazer Letras!” Hoje eu sou essa pessoa extremamente feliz e realizada na prática de ensino de Língua Portuguesa. Aos meus amigos, professores de concurso público, Alexandre Araújo, Alexander Ruas, Leandro Antunes, Luís Gustavo e Rodrigo Câmara. Lilian Furtado Aos meus professores, da pré-escola ao Doutorado ora em curso, os quais compartilharam e compartilham comigo um bem tão precioso quanto o conhecimento. Merece meu agradecimento cada um desses indivíduos que um dia lecionaram em uma aula na qual estive presente, contribuindo para minha formação como homem, cidadão e professor. Aos amigos de profissão, com quem sempre compartilhei cafés, con versas nos corredores das instituições e muito aprendizado: Alexander Ruas, Luís Gustavo, Marcelo Rosenthal, Márcio Hilário, Manoel Afonso, Cristiane Brasileiro e Sebastião Votre. Vinícius Carvalho Pereira PREFÁCIO O novo assusta, assusta por ser o novo, o desconhecido. O novo gera preconceito e medo. Mas os velhos se esquecem de que um dia foram novos e, consequentemente, geraram medo e preconceito nos velhos de outrora. Nós nos estabelecemos e agora vem uma nova geração que também está se estabelecendo. Vinícius e Lilian são dois ícones da nova geração, dois professores brilhantes, que hoje já têm mais para nos ensinar do que para aprender. Lilian foi minha. parceira na produção dos meus livros e conheço bem a sua capacidade. Inteligentíssima, estudiosa e talentosa, é capaz de simplificar o estudo de Língua Portuguesa, transformando-a em algo fácil e agradável. Nunca vi uma aula de redação igual à dela. Trabalho efetivo de construção de texto, de organização de pensamento, de estruturação do desenvolvimento, de emprego de recursos argumentativos etc. Já o Vinícius chamou a minha atenção nos momentos de conversas informais nas salas de professores. Jamais conheci uma pessoa com a idade dele com tanto conhecimento. E quantas vezes fiquei a ouvir embevecido os seus ensinamentos. E, posso dizer, ouvi com muita atenção, pois também ainda tenho muito a aprender. Estou de fato impressionado com a obra deles. Nesses anos todos, praticamente só vi livros de redação que passavam ao largo do assunto. Eram Gramáticas disfarçadas de livros de redação. Passavam quase o tempo todo ensinando pontuação, emprego de acento grave, regência... Somente em uma pequena parte do livro falavam sobre tipologia textual, coesão e coerência, e mesmo assim com pouquíssimo aprofundamento. Aqui não, o candidato - a obra é objetivamente voltada para os concurseiros - terá efetivamente informações de como organizar a sua redação, como estruturar o parágrafo introdutório, que possibilidades ele tem para desenvolver a argumentação e quais tipos de fechamento são mais apropriados. A gra mática, sim, está aqui apenas como apoio, e não como base. A gramática só é visitada para que o candidato não cometa os erros mais corriqueiros. I Q j TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira O livro é de redação, de construção textual, e não de ensinamentos gra maticais. Perfeito para o que se propõe, e verdadeiro. Enfim, é livro obrigatório na estante de quem pretende ingressar na carreira pública, sobretudo para aqueles que prestarão concursos com redação. Marcelo Rosenthal NOTA DOS AUTORES Cada vez mais, os concursos públicos têm cobrado, além das tra dicionais questões de múltipla escolha, provas discursivas ou redações, que avaliam o conhecimento do candidato sobre determinado assunto e também sua capacidade de expressão e organização do pensamento. Tal fato deveria ser recebido com bons olhos pela população, pois garante que os futuros servidores sejam mais preparados para a comunicação escrita, tarefa rotineira na esfera profissional. No entanto, muitos candidatos temem esse tipo de prova e, às vezes, até desistem do concurso por causa da redação. Veja, porém, que apren der a escrever um texto para uma prova discursiva ou uma dissertação de prova não é difícil Você é plenamente capaz de fazê-lo, precisando apenas se dedicar, estudar e praticar. Nesse sentido, este livro foi escrito para ajudá-lo na empreitada. Assim, em primeiro lugar é importante saber que, para se sair bem em qualquer prova de redação, é essencial que o candidatotenha co nhecimento de mundo. Portanto, a leitura diária e geral é fundamental para a elaboração de um texto. Além disso, é necessário ler assuntos relacionados ao concurso para o qual se deseja fazer a prova, visto que muitas bancas aplicam propostas de redação cujo tema diz respeito à área de atuação do órgão para o qual os candidatos estão sendo selecionados. Isso quer dizer que, em concursos para tribunais, por exemplo, grandes são as chances de o tema da redação girar em torno da lei, da justiça ou da Constituição brasileira. No entanto, lembre-se: dominar o conteúdo não é garantia de uma redação nota dez, pois é preciso também conhecer a estrutura de elabo ração do texto, fazer um bom planejamento, saber organizar as ideias e respeitar a norma culta. No que diz respeito às regras gramaticais, erros de acentuação, pontuação, concordância ou ortografia demonstram falta de conhecimento ou de cuidado com o texto, acarretando penalização na nota final. £ Q | V - . TÉCNICAS DE. REDAÇÃO PARA CONCURSOS r lil ia n Fu/iado ç Vinícius Çarvalhp Peréim ] Embora haja diversos tipos de texto, geralmente cobra-se em concursos o texto dissertativo, que se constitui como exposição ou defesa de ideias e possui uma estrutura a ser seguida: introdução, desenvolvimento e con clusão. Esse esquema geral ajuda o candidato a não se perder ao longo da tarefa, pois facilita sua organização e o próprio trabalho do corretor, que passa a ver aquela redação de forma mais “simpática”. Toda redação é corrigida sob orientação de um “espelho” (uma espécie de roteiro) que traz os critérios cobrados pela banca examinadora, os quais justificarão a nota obtida. Isso garante que diferentes corretores, avaliando tantas redações em tão pouco tempo, sejam justos na correção, que se toma equânime graças aos critérios objetivos definidos no espelho. Esta é apenas uma breve apresentação de tudo aquilo que detalharemos e aprofundaremos ao longo do livro, com vistas a capacitá-lo para escrever uma redação de sucesso. Esta obra, pois, tem o objetivo de proporcionar um melhor entendimento no que diz respeito à elaboração do texto dis sertativo, além de contemplar a elaboração de questões discursivas para concursos públicos. Nota da Editora: Esta obra foi redigida e. revisada segundo o novo Acordo v Ortográfico. . ■ • SUMÁRIO CAPÍTULO I NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL........................ 21 1. A definição de tipo textual .................................................... 21 1.1. Texto narrativo................................................................. 21 1.2. Texto descritivo................................................................ 22 1.3. Texto injuntivo................................................................. 23 1.4. Texto dialogai .................................................................. 24 1.5. Texto dissertativo............................................................. 25 2. Elaborando um texto dissertativo .......................................... 28 2.1. Detalhando a estrutura do texto dissertativo.................... 29 2.1.1. introdução........................................................... 30 2.1.2. Desenvolvimento ................................................ 31 2.1.3. Conclusão ........................................................... 31 3. Conhecendo a folha de redação ............................................ 32 - 4. Exercícios ................................................................................ 34 CAPÍTULO II O PARÁGRAFO ............................................................................. 43 1. A divisão das idéias em parágrafos ...................................... 43 2. A estrutura do parágrafo ........................................................ 46 2.1. O tópico frasal.................................................................. 46 2.2. O desenvolvimento do tópico frasal ................................ 48 2.2.1. Apresentando uma adição ao que foi exposto no tópico frasal................................................... 49 2.2.2. Apresentando uma causa do que foi exposto no tópico frasal ........................................................ 49 TÉCNiCAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho.-Pereira 2.2.3. Apresentando uma conseqüência do que foi exposto no tópico frasal..................................... 50 2.2.4. Apresentando um exemplo do que foi exposto no tópico frasal................................................... 51 2.2.5., Apresentando uma oposição ao que foi exposto no tópico frasal................................................... 51 3. Exercícios ................................................................................ 52 4. Atividade de produção textual ............................................... 63 CAPÍTULO III O PARÁGRAFO DE INTRODUÇÃO........................................... 67 1. A estrutura geral do parágrafo de introdução ...................... 67 2. Técnicas para redigir um parágrafo de introdução ............... 70 2.1. Abordagem padrão........................................................... 70 2.2. Definição ...:...................................................................... 70 2.3. Questionamento(s)........................................................... 71 2.4. Citação ............................................................................. 72 2.5. Seqüência de frases nominais .......................................... 72 2.6. Exposição do ponto de vista oposto................................. 73 2.7. Analogia............. .............................................................. 73 2.8. Alusão histórica ............................................................... 74 3. A afirmação da tese e a impessoalização do discurso .......... 74 4. Exercícios ................................................................................ 77 5. Atividade de produção textual ............................................... 87 CAPÍTULO IV O PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO.............................. 91 1. A estrutura geral do parágrafo de desenvolvimento ............ 91 1.1. Parágrafos expositivos ..................................................... 91 1.2. Parágrafos argumentativos............................................... 92 2. Tipos de argumento ................................................................ 95 2.1. Argumentação por causa/consequência ........................... 95 2.2. Argumentação por exemplificação................................... 97 2.3. Argumentação por dados estatísticos............................... 98 2.4. Argumentação por testemunho de autoridade.................. 99 11 .v.V̂ ;í "I : V -:; v:'V í'.--:'-/-̂ -í.' v:;V S 2.5. Argumentação por contra-argumentação......................... 100 3. Exercícios ................................................................................ 102 4. Atividade de produção textual ............................................... 108 CAPÍTULO V O PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO............................. .■...... ....... 113 1. Considerações gerais sobre o parágrafo de conclusão ........ 113 2. Métodos de raciocínio .............................................i............. 114 2.1. Método dedutivo .............................................................. 114 2.2. Método indutivo............................................................... 116 2.3. Método dialético .............................................................. 117 3. Estrutura geral do parágrafo de conclusão ......................... 119 4. Exercícios ..................................................................... .......... 120 5. Atividade de produção textual ............................................... 128 CAPÍTULO VI COESÃO TEXTUAL ...................................................................... 131 1. A definição de coesão textual ...............................................131 2. Coesão referencial .... ............................................................ 131 2.1. Coesão referencial pronominal........................................ 132 2.1.1. Referência exofórica ........... .............................. 133 2.1.2. Referência.endofórica ....................................... 136 2.2. Coesão referencial por elipse........................................... 139 2.3. Coesão referencial lexical................................................ 140 3. Coesão seqüencial .................................................... .............. 144 3.1. Classificação das conjunções segundo aNGB ................ 145 3.2. As conjunções e as relações semânticas e contextuais ..... 145 3.2.1. Relações de causa e conseqüência .................... 145 3.2.2. Relações de oposição ....................................... 147 3.2.3. Relação de condição ......................................... 150 3.2.4. Relação de finalidade ........................................ 152 3.2.5. Relação de adição ............................................. 152 3.2.6. Relação de conclusão .......... ............................. 153 4. Problemas gerais da construção do período ........................ 154 5. Exercícios ..................... .......................................................... 156 TÉCNICAS- DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Liiiaii Furtado e Vinícius, Carvalho Pereira CAPÍTULO VII COERÊNCIA TEXTUAL............................................................... 165 1. Introdução ................................................................................ 165 2. A identificação de informações implícitas ............................ 166 2.1. Pressuposição................................................................... 167 2.2. Inferência......................................................................... 168 3. Regras da coerência textual ............................................. ..... 169 3.1. Regra da repetição ........................................................... 169 3.2. Regra da progressão......................................................... 170 3.3. Regra da não contradição................................................. 171 3.4. Regra da relação .............................................................. 172 4. Exercícios ................................................................................ 173 CAPÍTULO VIII REGRAS DA NORMA PADRÃO.................................................. 181 1. Introdução ................................................................................ 181 2. Ortografia ................................................................................. 181 2.1. Palavras que costumam gerar dúvidas............................. 181 2.1.1. acerca de/a cerca de/cerca de/há cerca de ........ 181 2.1.2. a fim/afim............................................................ 182 2.1.3. a princípio/em princípio ..................................... 182 2.1.4. ao encontro de/de encontro a ............................ 182 2.1.5. ao invés de/em vez de ....................................... 183 2.1.6. h á /a ...................................................................... 183 2.1.7. onde/aonde .......................... ................................ 183 2.1.8. se não/senão ........................................................ 184 2.1.9. tampouco/tão pouco ........................................... 184 2.1.10. porque/por que/por quê/porquê........................ 184 2.2. Reforma ortográfica......................................................... 186 2.2.1. Novo alfabeto ..................................................... 186 2.2.2. Mudanças nas regras de acentuação gráfica ..... 187 2.2.3. Mudanças nas regras do h ífen........................... 188 3. Concordância verbal ............................................................... 191 3.1. Sujeito composto anteposto ao verbo .............................. 191 : ; 7 : •• VSÜMÁRIO : 3.2. Sujeito composto posposto ao verbo ....... ....................... 191 3.3. Verbo ser ........................................................... .............. 191 3.4. Um e outro......... :............................................................ 192 3.5. Um dos q u e ................... ,................................................. 193 3.6. Quem..................................................................... .......... 193 3.7. Q ue............ ............................................................. ......... 193 3.8. Pronome de tratamento...................................... .............. 193 3.9. Nomes próprios no plural ............................................... 193 3.10. Expressões partitívas (um terço de, trinta por cento de, a metade de, a maior parte de, a menor parte de, uma parte de, a maioria de, a minoria de etc.) ................................. 194 3.11. Sujeito oracional .... ....................................................... 194 3.12. Verbo haver .................................................................... 194 3.13. Verbo fazer..................................................................... 195 3.14 Verbos que indicam fenômenos da natureza.............. .... 195 3.15. Verbo + se ...................................................................... 195 4. Concordância nominal ................................... ........................ 196 4.1. Adjetivo junto ao verbo ser.............................................. 196 4.2. Bastante......... .................................................................. 196 4.3. M eio................................................................................. 197 4.4. S ó ........................ ............................................................ 197 4.5. Anexo, incluso, apenso...................... ............................. 197 4.6. Mesmo ............................................................................. 198 4.7. Possível............................................................................ 198 4.8. Haja vista ......................................................................... 198 4.9. Um adjetivo funcionando como adjunto adnominal de dois ou mais substantivos ........................................................ 199 5. Regência ............... .................................................................. 199 5.1. Agradar ............................................................................ 199 5.2. Aspirar.............................................................................. 200 5.3. Assistir ..........*................................................................. 200 5.4. Avisar/alertar/informar etc................................................ 201 5.5. Chegar.............................................................................. 201 5.6. Custar............................................................................... 201 5.7. Implicar............................................................................ 201 ■ .TÉCNICAS DÉ REDAÇÃO PARA CONÇÚRSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira 5.8. Lembrar e esquecer.......................................................... 202 5.9. Obedecer e desobedecer .................................................. 202 5.10. Preferir........................................................................... 202 5.11. Visar............................................................................... 203 6. Crase ..... ................................................................................... 203 6.1. Quando não utilizar acento grave .................................... 204 6.2. Casos especiais ................................................................ 206 7. Colocação pronominal ............................................................ 210 7.1. Não se inicia oração com pronome oblíquo átono............ 210 7.2. As conjunçõessubordinativas, os advérbios, os pronomes interrogativos, os pronomes relativos e os pronomes inde finidos atraem o pronome oblíquo átono ......................... 210 7.3. No futuro do pretérito e no futuro do presente, ocorrerá a mesóclise.......................................................................... 211 7.4. Há regras específicas para a colocação pronominal em locuções verbais............................................ ................... 211 8. Pontuação ............... .................................................................. 213 8.1. Vírgula ............................................................................. 213 8.1.1. Quando não utilizar a vírgula............................ 213 8.1.2. Quando utilizar a vírgula ................................... 214 8.2. Ponto e vírgula................................................................. 216 8.3. Ponto-íinal........................................................................ 217 8.4. Dois-pontos...................................................................... 218 8.5. Parênteses ........................................................................ 218 8.6. Aspas................................................................................ 218 8.7. Travessão ......................................................................... 219 8.8. Ponto de interrogação ...................................................... 220 8.9. Ponto de exclamação ....................................................... 220 8.10. Reticências..................................................................... 220 9. Exercícios ................................................................................ 221 9.1. Ortografia......................................................................... 221 9.2. Concordância verbal .............. .......................................... 223 9.3. Concordância nominal.............................................. ....... 226 9.4. Regência .......................................................................... 228 9.5. Crase ................................................. ............................... 230 9.6. Colocação pronominal..................................................... 233 9.7. Pontuação......................................................................... 235 CAPÍTULO IX TEMAS DE REDAÇÃO............ ........... ,........................................ 239 1. Temas CESPE/UnB ......................... ....................................... 239 2. Temas Fundação Carlos Chagas (FCC) ................................ 249 3. Temas Cesgranrio ....................................................... ............ 254 4. Temas Fundação Getúlio Vargas (FGV) ............................... 255 5. Temas Núcleo de Computação Eletrônica (NCE/UFRJ) .... 255 6. Temas FUNRIO ...................................................................... 258 CAPÍTULO X QUESTÕES DISCURSIVAS .................................................. 261 1. Temas CESPE/UnB ................................................................. 261 2. Temas Fundação Carlos Chagas (FCC) ................................ 265 3. Temas Cesgranrio .................................................................... 266 4. Temas Fundação Getúlio Vargas (FGV) ............................... 271 5. Temas Núcleo de Computação Eletrônica (NCE/UFRJ) .... 275 6. Temas FUNRIO ...................................................................... 279 7. Temas Escola Superior de Administração Fazendaria (ESAF) ....... r........................................................................... 279 CONCLUSÃO.................................................... ............................. 281 BIBLIOGRAFIA.............................................................................. 283 1 SUMÁRIO NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL 1. A DEFINIÇÃO DE TIPO TEXTUAL Um tipo. textual (também chamado de modo textual) se caracteri za pela forma como o texto é organizado, ou seja, como é composto em relação aos aspectos lexicais, aos aspectos sintáticos, aos tempos verbais etc. Além desse critério mais estrutural, no entanto, a classifi cação txpológica dos textos também leva em consideração o caráter da informação a ser apresentada, o que quer dizer que uma narração diz coisas diferentes de uma descrição, empregando estruturas lingüísticas também distintas. Os tipos textuais apresentados pela tradição lingüística teórica são três: o narrativo, o descritivo e o dissertativo (argumentativo ou expositivo). Porém, atualmente, novos estudiosos consideram também a existência de mais dois tipos de texto: o injuntivo e o dialogai. Nas próximas seções, analisaremos detidamente cada um desses tipos, acrescentando exemplos ilustrativos. 1.1. Texto narrativo Levando em consideração que o teor da informação apresentada ajuda a caracterizar o tipo textual, pode-se dizer que uma narração pode ser definida como uma seqüência de ações (enredo), ordenadas ao longo do tempo. Isso quer dizer que, nesse tipo de texto, a progressão temporal é o que mantém a seqüência lógica do discurso. Como conseqüência da importância dos fatos e acontecimentos para o texto narrativo, os verbos de ação são predominantes nesse tipo textual, designando o que fazem ou sofrem as personagens em determinado espaço e determinado tempo. Em outras palavras, a narração é uma forma de relato de um fato real ou imaginário, contado por um narrador. TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - UHan Furtado q Vinícius Carvalho Pereira ■ Vale lembrar também que, nesse tipo de texto, predominam verbos no presente ou no pretérito perfeito, utilizados maj oritariamente para indicar ações que ocorreram pontualmente, isto é, percebidas como um evento passado encerrado. Exemplo: Como um filho querido Tendo agradado ao marido nas primeiras semanas de casado, nunca mais quis ela se separar da receita daquele bolo. Assim, durante 40 anos, a sobremesa louvada compôs sobre a mesa o almoço de domingo, e celebrou toda a data em que o júbilo se fizesse necessário. Por fim, achando ser chegada a hora, convocou ela o marido para o conciliábulo apartado no quarto. E tendo decidido ambos, comovidos, pelo ato solene, foi a esposa mais uma vez à cozinha assar a massa açucarada, confeitar a superfície. Pronto o bolo, saíram juntos para levá-lo ao tabelião, a fim de que se lavrasse ato de adoção, tomando-se ele legalmente incorporado à família, com direito ao prestigioso sobrenome Silva, e nome Hermó- genes, que havia sido do avô. (Extraído da obra Contos de amor rasgados, de Marina Colasanti.) 1.2. Texto descritivo O texto descritivo pode ser considerado uma seqüência de caracte rísticas. Assim, na descrição, há construção de um conhecimento que irá detalhar um objeto, um indivíduo, um fato etc. Observa-se a predominân cia de verbos de situação, de adjetivos, de enumerações e de expressões qualificativas. O autor, na descrição, chama a atenção para o pormenor, tendo como objetivo a construção da imagem por meio da apresentação de características do ser. Além disso, nesse tipo textual costumam abundar verbos no presente e no pretérito imperfeito do indicativo. Exemplo: A casa materna Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna. As grades do portão têm uma velha ferrugem e o trinco se oculta num lugar que só a mão filial conhece. O jardim pequeno parece mais verde e úmido' que os demais, com suas plantas, tinhorões e samambaias que a mão filial, fiel a um gesto de infância, desfoiha ao longo da haste. E sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando as mãos filiais se pousam sobre a mesa farta de almoço, repetindo uma antiga imagem. Há um tradicional silêncio em suas salas e um dorido repouso em suas poltronas. O assoalho encerado, sobre o qual ainda . Cap I N O Ç Ò E S .GKRAÍS DE TIPOLOGIA TEXTUAL' : escorrega o fantasma da cachorrinha preta, guarda as mesmas manchase o mesmo taco solto de outras primaveras. As coisas vivem como era prece, nos mesmos lugares onde as situaram as mãos maternas quando eram moças e lisas. Rostos irmãos se olham dos porta-retratos, a se amarem e compreenderem mudamente. O piano fechado, com uma longa tira de flanela sobre as teclas, repete ainda passadas valsas, de quando as mãos maternas careciam sonhar. A casa materna é o espelho de outras, em pequenas coisas que o olhar filiai admirava ao tempo em que tudo era belo: o licoreiro magro, a bandeja triste, o absurdo bibelô. E tem um corredor à escuta de cujo teto à noite pende uma luz morta, com negras aberturas para quartos cheios de sombras. Na estante, junto à escada, há um' tesouro da juventude com o dorso puído de tato e de tempo. Foi ali que o olhar filial primeiro viu a forma gráfica de algo que passaria a ser para ele a forma suprema de beleza: o verso. Na escada há o degrau que esíala e anuncia aos ouvidos matemos a presença dos passos filiais. Pois a casa materna se divide em dois mundos: o térreo, onde se processa a vida presente, e o de cima, onde vive a memória. Embaixo há sempre coisas fabulosas na geladeira e no armário da copa: roquefort amassado, ovos frescos, mangas espadas, untuosas compotas, bolos de chocolate, biscoito de araruta - pois não há lugar mais propício do que a casa materna para uma boa ceia noturna. E porque é uma casa velha, há sempre uma barata que aparece e é morta com uma repugnância que vem de longe. Em cima ficaram guardados antigos, os livros que lembram a ínfancía, o pequeno oratório em frente ao qual ninguém, a não ser a figura materna, sabe por que queima, às vezes, uma vela votiva. E a cama onde a figura paterna repousava de sua agitação diurna. Hoje, vazia. A imagem patema persiste no interior da casa materna. Seu violão dorme encostado junto à vitrola. Seu corpo como se marca ainda na velha poltrona da sala e como se pode ouvir ainda o brando ronco de sua sesta dominical. Ausente para sempre da casa, a figura patema parece mergulhá-la docemente na eternidade, enquanto as mãos ma ternas se faziam mais lentas e mãos filiais mais unidas em tomo da grande mesa, onde já vibram também vozes infantis. (Vínicius de Moraes) A respeito desse texto, é importante fazer uma observação: embora se trate predominantemente de uma descrição, é possível reconhecer nele características narrativas, mesmo que em um plano secundário. É muito freqüente que mais de um tipo textual apareça associado, ainda que se possa identificar aquele que se sobressai em cada caso. 1.3. Texto injuntivo O texto injuntivo é aquele em que o autor tem como objetivo fazer com que o leitor (ou ouvinte) tome determinadas atitudes ou pratique TÉÇNjCÂS DÉ. RE.DÀÇÃÓ PARÁ ÇO|\1ÇURSOS ~ Lilidrí Fyriadó&VjrifduyCàirvalhôíptàiró.:• certos atos, sendo marcado por uma seqüência de comandos. É possível observar, portanto, a predominância de verbos no imperativo e a ordenação seriada das informações, especialmente sob a forma de orações coordena das, justapostas ou absolutas. Exemplo: Limpe bem o peixe, corte-o em postas e deixe-o em uma vasilha cora suco de um limão. Conserve por uma hora. Coloque, em uma panela de barro, duas colheres de óleo, uma de azeite, cebola, coentro, tomate, pimenta e alho. Arrume as postas de peixe e repita a camada de temperos. Não adicione água ou sal. Cozinhe em fogo brando. Quando abrir fervura, coloque gotas de limão, o leite de coco e um pouco de azeite de dendê. Tampe. Espere dez minutos. A moqueca está pronta! (Receita de moqueca baiana) 1.4. Texto dialogai Nesse tipo de texto, observa-se predominantemente uma seqüência de falas alternadas, formando um diálogo. E produzido por no mínimo dois locutores, cuja conversa pode ser composta por perguntas e respostas. Geralmente, esse tipo textual caracteriza o texto teatral e as entrevistas. Vale ressaltar, portanto, que, diferente da narrativa, o texto dialogai não apresenta narrador. Exemplo: Folha - Como é o seu processo de trabalho? João Cabral - Eu demoro muito a escrever. Tem poemas meus que eu levei dez anos para escrever. Faço um esboço, trabalho sobre ele, depois deixo, depois retomo. Não sou desses escritores de “suspiros poéticos e saudades”, título do livro daquele poeta romântico [Gonçalves de Magalhães], Para um sujeito desses, não ter a vista não é nenhum problema. Basta a ele cantar seus poemas (risos). Folha - Saiu recentemente uma biografia do Carlos Drummond, Os sapatos de Orfeu, de José Maria Cançado, que fala do afastamento entre ele e o sr. a partir de uma certa época... João Cabral - Não houve afastamento nenhum. O que o pessoal ignora é que desde 47 eu vivi no estrangeiro. Eu era diplomata de carreira. De 47 a 87 eu vivi fora do Brasil. Não houve afastamento nenhum. Eu não sou de escrever carta, compreende, mas eu continuei amigo do Carlos até ele morrer. Aliás, eu estava no Porto quando ele morreu. De minha parte não houve afastamento. Se houve da dele, não sei. Carlos Drummond nunca foi muito homem de receber visita. Em geral ele era encontrável na cidade. Minhas passagens pelo Rio eram rápidas, quando eu mudava de uni posto para outro, de forma que eu nem ia no centro da cidade. (Trecho da entrevista da Folha Online, <http://wwwl.folha.uol.com.br/ folha/publifolha/ult!0037u35211 l.shtml>) '' Cap..t - NOÇÕES GERAIS :DE TIPOLOGIA TEXTUAL . ^ 1.5. Texto dissertativo A dissertação consiste na elaboração de um textò em que se apresen tam fatos ou opiniões sobre determinado assunto. Há um encadeamento de hipóteses e conceitos que são direcionados para a apresentação de ideias ou para a defesa de uma tese/opinião. A depender de seu objetivo maior, o texto dissertativo pode ser expositivo (informativo) ou argumentativo. O primeiro não tem o propósito de convencer o leitor, havendo apenas uma apresentação, uma explicação, acerca de determinado assunto. No segundo, o autor tenta convencer o leitor a concordar com alguma ideia defendida e, para isso, emprega um raciocínio coerente baseado na evi- ^dência de provas. Para entender melhor essa diferença, observe os exemplos a seguir. Exemplo de texto dissertativo expositivo: O cérebro da nutrigenômica O estudo das relações entre nutrientes e os genes levará à criação de dietas personalizadas. A maioria dos problemas de saúde faz parte de uma complexa interação entre o que fazemos (alimentos preferidos, quantidade de atividade física) e os códigos genéticos que esses hábitos ativam ou suprimem. A nutrigenômica promete elucidar muitas dessas relações. Quando comemos, damos às células toda a energia de que elas pre cisam para funcionar corretamente. Mas nossos genes respondem aos nutrientes que consumimos. Mutações podem afetar a orquestração entre os genes e o ambiente (alimentos). Se o equilíbrio é quebrado, surge a doença. Não há programa perfeito para todo o mundo porque cada um de nós é geneticamente único. Mas, por enquanto, é inviável oferecer bilhões de programas nutricionais diferentes. Então é preciso agrupar as pessoas para simplificar o problema. Funciona como escolha de sapatos. Os pés de cada um têm suas particularidades, mas a maioria das pessoas não manda fazer sapatos sob medida. Elas escolhem pelo número e muitas vezes isso é suficiente para que se sintam confortá veis. Com as dietas ocorre o mesmo. (Entrevista de José M. Ordovas, Época n.° 351, 07.02.2005, com adaptações.) http://wwwl.folha.uol.com.br/%e2%80%a8folha/publifolha/ult!0037u35211%20l.shtml http://wwwl.folha.uol.com.br/%e2%80%a8folha/publifolha/ult!0037u35211%20l.shtml Observe que o autor desse texto não tem por objetivo convencer o leitor acerca de algo, apenas informá-lo sobre o conceito de nutrigenômica e suas aplicações na vida humana. A abordagem do tema é imparcial e o autor não revela de forma explícita qualquer posicionamento pessoal em relação ao que apresenta em seu texto. Veja agora um exemplo de texto dissertativo diferente.Exemplo de texto dissertativo argumentativo: Reciclando ideias Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciência, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras pelas quais se pode estimular, medir e gerir a inovação. Como e por que a inovação acontece? - perguntam. Por que existem lugares e momentos históricos mais favoráveis que outros à inovação? Fiorença, durante o Renascimento, serve como exemplo; ou a Inglaterra nos estágios iniciais da Revolução Industrial, quando surgiram as máquinas têxteis e a locomotiva a vapor; ou o Vale do Silício (Califórnia, EUA), na década de 70, plataforma de tantos avanços na eletrônica e na informática... Algumas pessoas acreditam que a inovação possa ser encorajada por meio da criação de centros de pesquisa; outras, por meio da meditação, sessão de discussão ou até mesmo softwares que facilitariam a geração de idéias... Mas o que, exatamente, é inovação? Suspeito que a visão da era do romantismo continue a prevalecer até hoje. De acordo com ela, a inovação é o trabalho de um gênio solitário, muitas vezes um professor distraído, que carrega uma ideia brilhante na cabeça - aquilo que meu tio, um físico que trabalhava no setor industrial, costumava chamar de “onda cerebral”. Caso de Isaac Newton, por exemplo, que supostamente descobriu a gravidade quando uma maçã caiu em sua cabeça. No entanto, existe uma visão alternativa da inovação, da qual compartilho. De acordo com essa visão, a inovação é gradual, em lugar de súbita, e coletiva, em vez de individual. Não existe uma oposição acentuada entre tradição e inovação. É possível até mesmo identificar tradições de inovação, sustentadas ao longo de décadas, como no caso do Vale do Silício, ou de séculos, como nos campos da pintura e da escultura durante a Renascença ftorentina. Por isso, em vez da metáfora da “onda cerebral”, talvez fosse mais esclarecedor usar como metáfora a reciclagem, o reaproveitamento ou o uso improvisado de materiais. O caso da tecnologia serve como exemplo. Na metade do século XV, Gutenberg inventou a máquina de impressão. No entanto, prensas estavam em uso na produção de vinho havia muito tempo. A brilhante ideia de Gutenberg representou uma adaptação da prensa de vinho a uma nova função. (Peter Burke, Folha de S. Paulo> 24.05.2009. Tradução de Paulo Miglíacci, com adaptações.) TÉCNICAS DE REDAÇÃO PÁRA CONCURSOS r Liiian Fúrtàdo e Vinícius Carvalho Pereira ■ Cap. I >-■ NOÇÕES GERAIS. DE TIPOLOGIA TEXTUAL Este é um texto dissertativo nitidamente argumentativo, pois seu autor se posiciona de forma muito clara diante do tema “inovação”, querendo convencer o leitor sobre seu ponto de vista. Assim, sua tese fica nitidamente expressa em trechos como “Suspeito que a visão da era do romantismo continue a prevalecer até hoje” e “No entanto, existe uma visão alternativa da inovação, da qual compartilho. De acordo com essa visão, a inovação é gradual, em lugar de súbita, -e' coletiva, em vez de individual”. Para sustentar esse posicionamento, o autor lançou mão de uma série de argumentos, que envolvem exemplos célebres e convincentes. Note, porém, que, como este é um artigo jornalístico de opinião, e não uma dissertação argumentativa para concursos, há aqui a presença da l.a pessoa do singular, recurso discursivo que você deve evitar na hora da prova, a fim de garantir impessoalidade ao seu texto. Importante! Na grande maioria das provas de redação para concursos públicos, exige-se do candidato um texto dissertativo. Algumas bancas determinam com clareza, indusíve, se esperam um texto expositivo ou argumentativo, porém nem sempre isso acontece. Como tal informação é essencial para que o candidato possa escrever de acordo com as expectativas do corretor, é importante conhecer algumas dicas para identificar que tipo de dissertação a banca está pedindo, ainda que isso não esteja expiícíto no enunciado da prova. Veja a proposta de redação a seguir, do concurso para Analista de Controle Externo do TCU (2006), elaborada pela ESAF: Dissertar, sobre o âmbito de incidência do regime jurídico único, esta belecido na Lei n. 8.7 72/90, e quanto às normas constitucionais relativas aos servidores públicas, regidos por aquele diploma legal, suas garantias fundamentais e fiscalização específica estabelecida na Constituição expres samente para aferir a legalidade de determinados atos administrativos, concernentes a suas relações jurídico-funcionais. Como você pode perceber, não há espaço nessa proposta para a opi nião do candidato. Ele deve apenas expor seus conhecimentos sobre o tema apresentado na prova, amparado pelo que aprendeu ao estudar as outras disciplinas. A banca não quer saber o ponto de vista particular do candidato sobre o regime jurídico único, mas sim seus conhecimentos objetivos acerca desse ponto do editai. Por outro lado, observe outra proposta de redação, elaborada pelo CESPE, para o concurso para Analista Administrativo da ANATEL (2008): TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira O levantamento Mapa da Violência: os Jovens da América Latina indicou que o Brasil ocupa o quinto lugar entre os países do continente com maior número de homicídios de jovens. A pesquisa indicou ainda que o Brasil também ostenta um dos mais altos índices de vitimizaçõo juvenil do mundo, o que significa que a taxa de homicídios entre os jovens é bem maior do que entre os não jovens. Nesse quesito, o país aparece em terceiro lugar no ranque, atrás apenas de Porto Rico e Venezuela. Traduzindo em números: entre 1994 e 2005, a taxa de homicídio total no Brasil passou de 20,2 para 25,2 mortes para cada 100 mil habitantes. No mesmo período, esse índice, apenas entre os jovens, subiu de 34,9 para 51,6 homicídios. (,Famíiia Cristã, fev. 2009, p. 19, com adaptações.) Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. A TRAGÉDIA DA VIOLÊNCIA E OS JOVENS Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: a) violência como característica do mundo contemporâneo; b) drogas ilícitas, álcool, trânsito e violência; c) oportunidades educacionais, culturais e profissionais: caminho para reduzir a violência juvenil. Embora a banca não tenha usado o termo "argumentação" em toda a pro posta, esse é um tema sobre o qual cabe opinar, uma vez que não diz respeito à mera reprodução de um conteúdo específico do edital. Nesse caso, o candidato deveria apresentar sua tese a respeito do tema, apresentando argumentos que a sustentassem. 2. ELABORANDO UM TEXTO DISSERTATIVO Em um concurso público, não basta que o candidato escreva qualquer coisa sobre o tema proposto pela banca. Muitas vezes, pessoas desacostu madas à tarefa da escrita simplesmente leem o tema proposto e põem-se a escrever desordenadamente sobre ele, na ordem em que as ideias vêm à mente. Mesmo aqueles que julgam “escrever bem” caem nessa armadilha, acreditando que lançar as palavras à folha de resposta logo após a leitura do tema é uma forma de ganhar tempo. Tal engano conduz muitas pessoas a se perderem ao longo do texto, desviando-se do foco central e enveredando por minúcias pouco relevantes. Há também aqueles que, por não se organizarem bem, dizem a mesma coisa várias vezes, repetindo-se à exaustão em paráfrases vazias. : Cap. I - NOÇÕES ÇERÁiS DE TIPOLOGIA TEXTUAL' 29 Dessa forma, é importante ter em mente que todo texto dissertativo precisa apresentar na introdução uma tese sobre determinado assunto. Tal tese será discutida no desenvolvimento por meio de argumentos e encerrada na conclusão. Para isso, o texto precisará ser dividido em parágrafos, nos quais ocorrerá a apresentação de ideias básicas. Veja, a seguir, um esquema básico da organização do texto dissertativo. 2*1. Detalhando a estrutura do texto dissertativo Para a elaboração de uma redação, o ideal é que o candidato se habituea montar um planejamento (roteiro) sobre suas ideias a respeito do tema. De forma geral, uma boa redação deverá ser dividida em introdução, desenvol vimento e conclusão. Ou seja, é importante a montagem do planejamento, um esboço que abarque as ideias a serem discutidas no texto. Isso pode ser feito por meio de um “esqueleto redacional”, como vemos a seguir: Na prova, o tema é sugerido pela banca examinadora. Dessa forma, ainda no planejamento, o candidato deverá traçar com poucas palavras os tópicos que julga mais importantes tratar, defender e discutir no decorrer de toda a redação. É interessante selecionar três tópicos, ou pelo menos dois, a fim de que haja uma abertura maior para a discussão. Cada ideia destacada ainda no , TÍCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS H Lilian. Furtado; e Vinícius Carvalho Pçreira planejamento deverá ser apresentada e fundamentada em seu próprio parágrafo de desenvolvimento. Em outras palavras, se partirmos de duas ideias, teremos um desenvolvimento com dois parágrafos; se partirmos de três ideias, teremos um desenvolvimento com três parágrafos; e assim por diante. Na maioria das vezes, as provas de concursos limitam a redação en tre 25 e 30 linhas, o que faz com que seja melhor a elaboração de uma redação com no máximo três ideias principais, além da introdução e da conclusão. Entretanto, se a prova solicitar mais linhas para a elaboração da redação, o candidato poderá traçar mais tópicos ou fundamentar mais detalhadamente os já apresentados. Assim, de forma resumida pode-se dizer que a redação deve conter cinco parágrafos e cada um deles terá cerca de cinco linhas, para corresponder ao que foi solicitado pela banca examinadora. É importante lembrar que isso é apenas uma média, pois os parágrafos podem ter mais ou menos linhas, embora seja interessante manter certa simetria entre eles. A seguir, veja as principais características de cada uma das seções do texto dissertativo. Note, porém, que todas elas serão estudadas mais aprofundadamente nos próximos capítulos. 2.7.7. Introdução Este parágrafo deve apresentar a ideia principal a ser desenvolvida e defendida no texto. Lembre-se: o leitor precisa saber de forma clara sobre o assunto central do texto, o que exige que o candidato apresente logo no primeiro parágrafo o recorte que julgou mais apropriado em relação ao tema. Quando nos referimos a recorte, queremos dizer que, de uma proposta muito ampla apresentada pela banca, o candidato deve delimitar um núcleo de informações sobre as quais vai escrever, deixando isso claro bem no início do texto. Além disso, na introdução também deve ser expressamente definida a tese do autor, caso se trate de um texto argumentativo. Observe o esquema a seguir: 2.1.2. Desenvolvimento O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto, era que o candidato deverá discutir o tema proposto por meio de argumentos, caso se trate de uma argumentação, ou apresentar imparcialmente os tópicos mais importantes de um dado tema, caso se trate de um texto expositivo. É nesse momento que o candidato apresenta seu conhecimento sobre o assunto e persuade <y leitor sobre a ideia defendida. Geralmente, o desenvolvimento é organizado em três parágrafos e cada um deles deve sustentar a ideia central apresentada na introdução de forma coesa e coerente com a totalidade do texto. Observe o esquema a seguir. >V Cap. I " NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL ^ £ j | £ | 2.13. Condusõo A conclusão é a parte final do texto, em que há o fechamento das ideías discutidas, com a retomada do assunto principal ou da tese de forma finalizadora. É importante não esmorecer nesse último parágrafo, evitando conclusões simplistas ou utópicas. Caso queira, você pode ainda apresentar propostas de solução a problemas mencionados ao longo do texto, ou mesmo sintetizar os argumentos que foram trabalhados nos parágrafos anteriores. Observe o esquema a seguir: | Q | : ■ • TÉÇNÍÇAS-.DE REDAÇÃO PARA CONÇURSÇS V Liliprí Furtado è Vinícius: Çarvqíhó Pereira ■. 3. CONHECENDO A FOLHA DE REDAÇÃO O candidato receberá duas folhas parecidas com o desenho a seguir. Em primeiro lugar, é fundamental que se respeitem as margens da esquerda e da direita da folha de redação. A primeira linha de cada parágrafo deverá começar com um distanciamento de um centímetro da margem esquerda da folha. Em relação à margem direita, as palavras deverão chegar até o fim da linha. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Cap. I - NOÇÓES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL Por fira, se a última palavra de uma linha não couber inteiramente nela, deve-se separar o vocábulo por um traço translineador e o restante da palavra deverá continuar na linha seguinte, rente à margem esquerda (veja, no exemplo a seguir, as palavras “ciência” e “inovação”). Exemplo: 01 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên 02 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, iecionam e escrevem sobre as maneiras 03 pelas quais se pode estimular e mensurar a inovação. "Como epor-que a inova 04 ção acontece?" perguntam. Por que existem iugares e momentos históricos mais 05 favoráveis que outros à inovação? O candidato também não deverá pular linha de um parágrafo para outro, nem mesmo do título (caso exista) para o início da redação. A esse respeito, cabe destacar a grande polêmica que existe quanto à colocação ou não de título. Se a prova for explícita quanto à sua obrigatoriedade, o candidato deve obviamente adicioná-lo em seu texto; caso contrário, não haverá necessidade de acrescentá-lo à redação. Por fim, caso haja uma linha centralizada e sem número no início da folha, está subentendido que ali se deve escrever o título. Vale lembrar também que, caso a banca peça que se dê um título ao texto, deve-se buscar aquilo que melhor resume a ideia centrai discutida na redação. Note ainda que alguns teóricos mais tradicionais recomendam que não se coloque verbo no título do texto. Observe os exemplos abaixo: - Exemplo: Elabore um texto dissertativo argumentativo e adicione um título. 01 Reciclando ideias 02 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên 03 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras Exemplo: Elabore um texto dissertativo argumentativo. 01 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên 02 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras ;;;TÉGNIÇÀS '0E;REPÁÇÀD ^RA ÇÓNCÜRSQS - ÜÍ/ia/r;^^ Veja que, como o comando não solicitou título, o texto deverá iniciar já na linha um, embora não seja proibida a colocação do título. Exemplo: Elabore um texto dissertativo argumentativo e adicione um título. Reciclando ideias 01 Muitas pessoas, especialmente nos domínios dos negócios e da ciên 02 cia, dedicam-se à inovação. Pensam, lecionam e escrevem sobre as maneiras Observe que, no último exemplo, há uma linha centralizada e sem número para a inserção do título; no segundo exemplo, como isso não acontece, o candidato deverá redigi-lo na primeira linha numerada. 4. EXERCÍCIOS 1. Relacione as colunas de acordo com a tipologia textual: (1) Descrição (2) Narração (3) Dissertação a) ( } Maria é baíxa e magra, como convém a alguém que sempre comeu muito pouco, e sua pele tem a coloração típica dos que tomam sol, chuva, mormaço, ou qualquer coisa que não se possa escolher ou evitar. b) ( ) Há opiniões divergentes quando as autoridades discutem a eliminação das favelas existentes em vários pontos das grandes metrópoles. c) ( ) Nas proximidades da Cidade de Campo Limpo, existe um pequeno sítio. Em sua parte mais baixa, há um milhara! que se estende até a casa de paredes brancas e janelas enormes. d) { ) Carla matriculou-se em um famoso cursinho, desses que preparam os alunos para os exames vestibulares. Logo no primeiro dia de aula, depois de subir os seis lances de escadas que conduziam à sua classe, de duzentos e quarenta alunos, entrouna sala espantada com a quantidade de colegas. e) { ) Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. f) ( ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia, perguntou a um funcionário onde ficava a cidade mais próxima. Ele respondeu que era um vilarejo a dez quilômetros dali. g} ( ) O céu, uniforme e pacífico, estende-se por sobre as numerosas ruas, avenidas. Espraia-se, entre os edifícios, a área sombreada. h) ( ) É indiscutível o espantoso avanço conseguido pelos meios de comunicação ao longo dos tempo. O desenvolvimento tecnológico deste século garantiu a eficiência e a rapidez na comunicação, quer entre indivíduos, quer por meio dos meios ele- Cap. I - NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL trônicos, que fazem a informação chegar aos povos de qualquer parte do planeta em questão de segundos. í) ( ) Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assaltante. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa. j) ( ) Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional brasi leiro. Argumentam alguns que eie deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas socioeconômicos e que despertasse no alunó a curiosidade científica seria por demais desejávei. k) ( } Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos tró picos. Os olhos negros e amendoados espelhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia caima, que mais parecia uma pintura. Leia o texto a seguir para responder à questão de número 2. Brasil e África do Sul assinam acordo de cooperação O Ministério da Educação do Brasil e o da África do Sul assinaram no início de julho um acordo de cooperação internacional na área da educação superior. Além de apoiar o ensino universitário e prever a promoção conjunta de eventos científicos e técnicos, o acordo contempla o intercâmbio de materiais educacionais e de pesquisa e o incentivo à mobilidade acadêmica e estudantil entre instituições de ensino superior, institutos de pesquisa e escolas técnicas. Para incentivar a mobilidade, além de projetos conjuntos de pesquisa, os dois países devem promover a implantação de programas de intercâmbio acadêmico, com a concessão de bolsas, tanto a brasileiros na África do Sul quanto a sul-africanos no Brasil, para professores e alunos de doutorado e pós-doutorado. Ainda nessa área, a cooperação também prevê a criação de um programa de fomento a publicações científicas associadas entre representantes dos dois países. Segundo o ministro da Educação brasileiro, Fernando Haddad, as equipes de ambos os ministérios da Educação trabalham há tempos na construção de um acordo para incrementar a cooperação entre os dois países. "Brasil e África do Su! têm uma grande simwilaridade de pensamento, oportunidades e desafios. Esperávamos há tempos a formatação de um acordo sólido". (<poftai.mec.gov.br>, com adaptações.) Julgue o item a seguir quanto à compreensão do texto e à tipologia textuaí. (CESPE) Quanto à tipologia, o texto caracteriza-se como informativo. Leia o texto a seguir para responder à questão de número 3. Podem ser fios demais caídos no travesseiro. Ou fios de menos percebi dos na cabeça ao se olhar no espelho. No fim das contas, o resultado é o . TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA.CONCURSOS - Lilian Furtado sVinícius Carvalho Pereira mesmo: você está perdendo cabelo. E não está sozinho. "A calvície atinge 50% da população masculina", diz o dermatologista Ademir Carvaiho Leite Jr. Se tanta companhia não vaie como consolo, a vantagem de ter muita gente sofrendo com o problema é que isso estimula as pesquisas cientí ficas. "Há equipes estudando o uso de céluias-tronco para tratamento da calvície" conta Leite Jr. Também já foi descoberto que são oito os pares de genes envolvidos no crescimento dos cabelos, segundo ele, o que abre possibilidades à pesquisa genética. "Entre as perspectivas, está o desenvolvimento de testes genéticos para diagnóstico da aíopecia androgenética, ou seja, a ausência de ca belos provocada pela interação entre os genes herdados e os hormônios masculinos. O teste pode determinar o risco e os graus de calvície antes de sua manifestação, permitindo o tratamento precoce" diz Arthur Tyko- cinski, dermatologista da Santa Casa de São Paulo, que aponta ainda, entre as novidades na área, os estudos para uso de robôs no processo de transplante de cabelos. (Iara Biderman, Folha de S.Pauio, 29.08.2008, com adaptações.) Com relação às ideias, à organização e à tipologia do texto, juígue o item que se segue. (CESPE) A linguagem empregada no texto permite caracterizá-lo como predo minantemente informativo. Leia o texto a seguir para responder à questão de número 4. Uma pesquisa realizada em 16 países mostrou que os jovens brasilei ros são os que colecionam o maior número de amigos virtuais. A média brasileira de contatos é mais do que o dobro da mundial, que tem como base países como Estados Unidos da América (EUA) e China. O levanta mento avaliou a participação da tecnologia na vida de 18 mil jovens de 8 a 24 anos, com acesso fácil à Internet, telefones celulares e pelo menos dois outros aparelhos eletrônicos. Os brasileiros com idade entre 14 e 24 anos têm em média 46 amigos virtuais, enquanto a média giobal é de 20. No mundo, os jovens costumam ter cerca de 94 contatos guardados no celular, 78 na lista de programas de mensagem instantânea e 86 em sítios de relacionamento como o Orkut. (Jornal do Brasil, 27.07.2007, p, A24, com adaptações.) Tendo o texto acima como referência iniciai, julgue os itens que se seguem, tanto acerca de estruturas lingüísticas desse texto quanto do impacto do desenvolvimento científico-tecnoiógico nos mais diversos setores da vida con temporânea. (CESPE) O texto entrelaça características de dissertação; de narração e de descrição. Çap. I - NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL r a Leia o texto a seguir para responder à questão de número 5. Dentro de um mês tinha comigo vinte, aranhas; no mês seguinte cin qüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. Duas forças serviram principaimente à empresa de as congregar: o emprego da língua delas, desde que pude discerni-la um pouco, e o sentimento de terror que ihes infundi. A minha estatura, as vestes talares, o uso do mesmo idioma fizeram-lhes crer que eu era o deus das aranhas, e desde então adoraram-me. E vede o benefício desta ilusão. Como as acompanhasse com muita atenção e miudeza, lançando em um livro as observações que fazia, cuidaram que o livro era o registro dos seus pecados, e fortaleceram-se ainda mais nas práticas das virtudes. (...) Não bastava associá-las; era preciso dar-lhes um governo idôneo. He sitei na escolha; muitos dos atuais pareciam-me bons, alguns excelentes, mas todos tinham contra sí o existirem. Explico-me. Uma forma vigente de governo ficava exposta a comparações que poderiam amesquinhá-la. Era-me preciso ou achar uma forma nova ou restaurar alguma outra aban donada. Naturalmente adotei o segundo alvitre, e nada me pareceu mais acertado do que uma república, à maneira de Veneza, o mesmo molde, e até o mesmo epíteto. Obsoleto, sem nenhuma analogia, em suas feições gerais, com qualquer outro governovivo, cabia-lhe ainda a vantagem de um mecanismo complicado, o que era meter à prova as aptidões políticas da jovem sociedade. A proposta foi aceita. Sereníssima República pareceu-lhes um título magnífico, roçagante, expansivo, próprio a engrandecer a obra popular. Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue tão cedo. Os meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. Nem o tempo é operário que ceda a outro a lima ou o alvíão; ele fará mais e melhor do que as teorias do papel, válidas no papel e mancas na prática. (Machado de Assis. A Sereníssima República [conferência do cônego Var gas]. In Obra completa, vol. ii. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.) No que se refere aos sentidos, à organização das ideias do texto e à tipologia textual, julgue os itens a seguir. (CESPE) O autor do texto, por meio de narrativa alegórica, uma parábola, ex põe seu ponto de vista acerca do comportamento humano e da organização política e soctal. Leia o texto a seguir para responder à questão de número 6. Por intermédio da Bolsa de Mercadorias e Futuros, a Prefeitura de São Paulo colocou à venda 808.450 Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), que correspondem a 1,64 milhão de toneladas de gás metano, produzidas pelo Aterro Sanitário Bandeirantes, em Perus, que deixaram de ser lançadas na atmosfera. TÉCNSCAS DE REDAÇÃO PARÁ CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius. Carvalho Pereira O matéria! orgânico presente no fixo se decompõe ientamente, forman do biogás rico em metano, um dos mais nocivos ao meio ambiente por contribuir intensamente para a formação do efeito estufa. No Aterro Ban deirantes, foi instalada, no ano passado, a Usina Termelétrica Bandeirantes, uma parceria entre a prefeitura e a Biogás Energia Ambientai. Lá, 80% do biogás é usado como combustível para gerar 22 megawatts, energia elétrica suficiente para atender às necessidades de 300 mil famílias. Em reiação às ideias e a aspectos morfossintáticos do texto acima, julgue os itens a seguir. 6. (CESPE) Trata-se de um texto dissertativo composto a partir de segmentos narrativos e descritivos. Leia o texto a seguir para responder à questão de número 7. Tempo iivre A questão do tempo livre - o que as pessoas fazem com ele, que chances eventualmente oferece o seu desenvolvimento - não pode ser formulada em generalidade abstrata. A expressão, de origem recente - aliás, antes se dizia ócio, e este era um privilégio de uma vida folgada e, portanto, algo qualitativamente distinto e muito mais grato -, opõe-se a outra: à de tempo não livre, aquele que é preenchido pelo trabalho e, poderíamos acrescentar, na verdade, determinado de fora. O tempo livre é acorrentado ao seu oposto. Essa oposição, a relação em que ela se apresenta, imprime-lhe traços essenciais. Além do mais, muito mais fundamentalmente, o tempo livre dependerá da situação geral da sociedade. Mas esta, agora como antes, mantém as pessoas sob um fascí nio. Decerto, não se pode traçar uma divisão tão simpies entre as pessoas em si e seus papéis sociais. (...) Em uma época de integração sociaí sem precedentes, fica difícil estabelecer, deforma geral, o que resta nas pessoas, além do determinado pelas funções, isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. Mesmo onde o encantamento se atenua e as pessoas estão ao menos subjetivamente convictas de que agem por vontade própria, isso ainda significa que essa vontade é modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do horário de-trabalho. A indagação adequada ao fenômeno do tempo livre seria, hoje, esta: "Com o aumento da produtividade no trabalho, mas persistindo as condi ções de não liberdade, isto é, sob relações de produção èm que as pessoas nascem inseridas e qMe, hoje como antes, ihes prescrevem as regras de sua existência, o que ocorre com o tempo livre?" (...) Se se cuidasse de responder à questão sem asserções ideológicas, tornar-se-ia imperiosa a suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária à de seu próprio conceito, tornando-se paródia deste. Nele se prolonga a não liberdade, tão desconhecida da maioria das pessoas não livres como a sua não liberdade em si mesma. Podemos esclarecer isso de maneira simples por meio da ideologia do hobby. Na naturalidade da pergunta sobre qual hobby se tem, está subentendido que se deve ter um, provavelmente também já escolhido de acordo com a oferta do negócio do tempo livre. Liberdade organizada é coercitiva: "Ai de ti se não tens um hobby, se não tens ocupação para o tempo livre! Então tu és um pretensioso ou antiquado, um bicho raro, e cais em ridículo perante a sociedade, a qual te impinge o que deve ser o teu tempo livre." Tal coação não é, de nenhum modo, somente exterior. Ela se Siga às necessidades das pessoas sob um sistema funcional. No camping ~ ho antigo movimento juvenil, gostava-se de acampar - havia protesto contra o tédio e o convencionalismo burgueses. O que os jovens queriam era sair, no duplo sentido da palavra. Passar-a-noite-a-céu-aberto eqüivalia a escapar da casa, da família. Essa necessidade, depois da morte do movimento juvenii, foi aproveitada e institucionalizada pela indústria do camping. Ela não poderia obrigar as pessoas a comprar barracas e motor homés, além de inúmeros utensílios auxiliares, se algo nas pessoas não ansiasse por isso; mas a própria necessidade de liberdade é funcio- nafizada e reproduzida pelo comércio; o que elas querem ihes é, mais uma vez, imposto. Por isso, a integração do tempo livre é alcançada sem maiores dificuldades; as pessoas não percebem o quanto não são livres lá onde mais livres se sentem, porque a regra de tal ausência de liberdade lhes foi abstraída. (T. W. Adorno. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Tradução de Maria Helena Ruschel. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70-82, com adaptações.} De acordo com a tipologia textual o texto classifica-se como descritivo-nar- rativo, visto que descreve como as pessoas se comportam na sociedade em relação ao tempo livre e narra como os jovens, no antigo movimento juvenil, protestavam contra o tédio e o convencionalismo burgueses. .. Cap. í - I^OÇÓES 'GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL Leia o texto a seguir para responder à questão de número 8. Secretária O teste definitivo para você saber se você está ou não integrado no mundo moderno é a secretária eletrônica. O que você faz quando liga para alguém e quem atende é uma máquina. Tem gente que ném pensa nisso. Falam com a secretária eletrônica com a maior naturalidade, qual é o problema? É apenas um gravador estranho com uma função a mais. Mas aí é que está. Não é uma máquina como qualquer outra. É uma máquina de atender telefone. O telefone (que eu não sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue) pressupõe um contato com alguém e não com alguma coisa. A secretária eletrônica abre um buraco nesta expectativa estabelecida. É desconcertante. Atendem - e é alguém dizendo que não está lá! Seguem instruções para esperar o bip e gravar a mensagem. É aí que começa o teste. Como falar com ninguém no telefone? Um telefonema é como aqueies livros que a gente gosta de ier, que só tem diálogos. É travessão você faia, travessão fala o outro. E de repente você está falando sozinho. Não é nem monólogo. Ê diálogo só de um. - Ahn, sim, bom, mmm... olha, eu teiefono depois. Tchau. O "tchau" é para a máquina. Porque temos este absurdo medo de magoá-la. Medo de que a máquina nos telefone de volta e nos xingue, ou peio menos nos bipe com reprovação. Sei de gente que muda a voz para falar com secretária eletrônica. Fica formal, cuida a construção da frase. Às vezes precisa resistir à tentação de ligar de novo para regravar a mensagem porque errou a colocação do pronome. Outros não resistem. Ao saber que estão sendo gravados, limpam a garganta, esperam o bipe anunciam: - De Augustín Lara... E gravam um bolero. Talvez seja a única atitude sensata. 8. (NCE) Considerando o texto como um todo, podemos classificá-lo predomi nantemente como: TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARÁ CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira a} narrativo; b) descritivo; c) expositivo; d) argumentativo; e) conversacional. Leia o texto a seguir para responder às questões de números 9 e 10. Por que o Budismo encanta o Ocidente? O budismo faz tanto sucesso no Ocidente porque possui características que correspondem às tendências da pós-modernsdade neoliberal. Num mundo em que muitas reiigiões se sustentam em estruturas autoritárias e apresentam desvios fundamenta listas, o budismo apresenta-se como uma não religião, uma filosofia devida que não possui hierarquias, estruturas nem códigos canônicos. No budismo não há a ideia de Deus, nem de pecado. Centrado no indivíduo e baseado na prática da yoga e da meditação, o budismo não exige compromissos sociais de seus adeptos, nem submissão a uma comunidade ou crença em verdades reveladas, Há, contudo, muitos budistas engajados em iutas sociais e políticas. Nessa cultura do elixir da eterna juventude, em que o envelhecimento e morte são encarados, não como destinos, mas como fatalidades, o budismo oferece a crença na reencarnação. Acreditar que será possível viver outras vidas além dessa é sempre consolo e esperança para quem se deixa seduzir pela ideia da imortalidade e não se sente plenamente realizado nessa existência. Outro aspecto do budismo que o torna tão paiatávei no Ocidente é a sua adequação a qualquer tendência religiosa. Pode-se ser católico ou Cap. I - NOÇÕES GERAIS DE TIPOLOGIA TEXTUAL protestante e abraçar o budismo como disciplina mental e espiritual, sem conflitos. Mesclar diferentes tradições religiosas é uma tendência crescente para quem respira a ideologia pós-moderna do individualismo exacerbado, segundo a qual cada um de nós pode ser seu próprio papa ou pastor, sem necessidade de referências objetivas. Como método espiritual, o budismo é de grande riqueza, pois nos ensina a lidar, sem angústia, com o sofrimento; a iimpar a mente de inquietações; a adotar atitudes éticas; a esvaziar o coração de vaidades e ambições des medidas; a ir ao encontro do mais íntimo de nós mesmos, iá onde habita aquele Outro que funda a nossa verdadeira identidade. A felicidade, que em si resultaria de um projeto temporal, reduz-se hoje ao mero prazer instantâneo derivado, de preferência, da dilatação do ego (poder, riqueza, projeção pessoal etc.) e dos "toques" sensitivos (ótico, epidérmico, gustativo etc.). A utopia é privatizada. Resume-se ao êxito pessoal. A vida já não se move por ideais nem se justifica pela nobreza das causas abraçadas. Basta ter acesso ao consumo que propicia excelente conforto: o apartamento de luxo, a casa na praia ou na montanha, o carro novo, o kft eletrônico de comunicações (telefone celular, computador etc.), as viagens de lazer. Uma ilha de prosperidade e paz imune às tributações circundantes de um mundo movido a violência. O Céu na Terra - prome tem a publicidade, o turismo, o novo equipamento eletrônico, o banco, o cartão de crédito etc. (Frei Betto) 9. (NCE) Assinale a opção que está de acordo com a direção argumentativa do texto. a} O prazer instantâneo derivado da dilatação do ego é decorrente de um projeto temporal. b} A felicidade para o mundo contemporâneo prescinde dos toques sensitivos. c} Substitui-se, hoje, um projeto temporal, que envolveria causas e ideais nobres, pelo prazer instantâneo. d) O êxito pessoa! resulta de uma utopia privatizada que é conseqüência de um projeto temporal. e} Os ideais e a nobreza das causas levam ao consumo, à prosperidade e à paz, o que torna o ser humano imune à violência. 10. (NCE) Pela estrutura e conteúdo, a melhor definição para esse tipo de texto é: a) narrativo didático, pois ensina e mostra diferentes aspectos em ordem cronológi ca; b) expositivo preditivo, pois antecipa situações futuras das relações entre as crenças; c) argumentativo polêmico, pois apresenta ideias que defendem uma posição contra outras possíveis; d) descritivo informativo, pois informa características novas sobre o budismo, que são de interesse geral; e) dissertativo normativo, pois visa dar normas de conduta aos leitores. TÉCNICAS pÉ. REDAÇÃO PARA'CONCURSOS - Lifián Furtado:è Vinícius Carvalho Pereira: GABARITO 1 - a) 1 2 - C b) 3 3 - C C)1 4 - C d) 2 5 ~ C e) 3 f ) 2 9)T h) 3 i) 2 6 - C 7 - E 8 - D 9 ~ C j>3 1 0 - C k p Capítulo ■ I O PARÁGRAFO 1. A DIVISÃO DAS IDEIAS EM PARÁGRAFOS No capítulo anterior, você estudou os diferentes tipos e gêneros tex tuais, aprofundando-se no texto dissertativo, uma vez que esse é o mais cobrado em provas de Redação de concursos públicos. No entanto, não basta apenas conhecer a macroestrutura desse tipo textual, isto é, sua or ganização em introdução, desenvolvimento e conclusão. É necessário que você saiba como agrupar em blocos lógicos as ideias de seu texto, a fim de garantir sua legibilidade, coesão e coerência. Para tanto, este capítulo se destina ao estudo do parágrafo, uma microestrutura textual cujo domínio é necessário para escrever bem. A primeira coisa que tem de ficar clara para o candidato do concurso é a importância de dividir o texto em parágrafos. Escrever um longo bloco ininterrupto de frases toma o texto confuso e compromete sua apresenta ção, lio que diz respeito a aspectos de limpeza e legibilidade. As bancas descontam pontos referentes a esse critério quando o candidato faz rasuras demais, desrespeita as margens, tem caligrafia pouco legível ou não res peita a paragrafação. Lembre-se, pois, de que esses pontos podem ser cruciais para a sua aprovação. Além disso, um único parágrafo excessivamente longo dificulta a apreensão das ideias do texto. Como veremos neste capítulo, cada pa rágrafo tende a apresentar uma única informação central, a respeito da qual se aprofunda. Se você escrever um bloco muito extenso de frases, acrescentando-lhe dados muito diversos, o leitor terá dificuldades de per ceber quais são as ideias centrais abordadas por você. Assim, para não cometer esse erro, é preciso que você delimite claramente cada uma das ideias que julga mais relevante no seu texto, separando-as em parágrafos diferentes. Isso demonstra, inclusive, que você reconhece a hierarquia lógica das informações, agrupando as periféricas sempre em tomo de uma principal. TÉCNICAS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS - Lilian Furtado e Vinícius Carvalho Pereira Nesse sentido, vale ressaltar que algumas bancas, como o CESPE/ TJnB, até costumam dizer, na prova, que pontos temáticos devem ser co bertos pelo autor da redação. Esses tópicos serão atentamente buscados pelo corretor quando este ler sua redação, sendo necessário delimitá-los de forma bem evidente no seu texto. Para ficar mais claro como isso funciona, veja o exemplo a seguir de uma proposta de redação elaborada pelo CESPE/UnB para o cargo de Analista Judiciário do TRE-MA em 2009: Prova discursiva • Nesta prova, faça o que se pede, usando o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a folha de texto definitivo da prova discursiva, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos de texto escritos em locais indevidos. • Qualquer fragmento de texto além do limite máximo de linhas disponibilizado será desconsiderado. • Na folha de texto, definitivo, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha qualquer assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado. "Torna-se essencial dotar o Estado de condições para que seus governos enfrentem com êxito as falhas do mercado. Para isso, é necessário dotar o Estado de mais governabilidade e governança; é preciso, além de garantir condições cada vez mais democráticas de governá-lo, torná-lo mais eficiente, de forma a
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