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Investimento em coligada e em empreendimento controlado em conjunto (ecc)

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1. INVESTIMENTO EM COLIGADA E EM EMPREENDIMENTO 
CONTROLADO EM CONJUNTO (ECC) 
 
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS, OBJETIVO E ALCANCE 
 
A contabilização de investimentos em coligadas e em empreendimentos controlados 
em conjunto (ECC) nas entidades do setor público devem observar a seguinte normatização 
contábil, que foi estabelecida com base na NBC TSP 18 – Investimento em Coligada e em 
Empreendimento Controlado em Conjunto, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
O objetivo do Manual sobre o presente tema é estabelecer critérios e determinar o 
tratamento contábil mais adequado para a apresentação e elaboração de demonstrações 
contábeis quando houver investimentos em coligadas e ECC. 
De forma geral, encontra-se sob o alcance desta norma sobre coligadas e ECC as 
entidades conceituadas na Parte Geral, Capítulo 5, deste Manual, bem como na NBC TSP 
Estrutura Conceitual, considerando-se, assim, em especial, mas de forma não exaustiva, tais 
entidades definidas neste Manual como entidades do setor público o objeto de alcance 
primário desta norma. 
Para fins específicos desta norma, considera-se sob seu alcance qualquer entidade 
vinculada ao setor público que elabora e apresenta demonstrações contábeis de acordo com 
o regime de competência, quando a entidade em análise se encontre na situação de 
investidora com controle em conjunto ou com influência significativa sobre uma investida, 
cujo investimento leve à manutenção de direito de propriedade quantificável, 
considerando-se ainda a necessidade do devido ajuste pelo método da equivalência 
patrimonial. 
Compreende-se por direito de propriedade o investimento em outras entidades 
(investidas) que confere à entidade (investidora) riscos e retornos específicos e 
proporcionais a esse tipo de direito. No entanto, o direito de propriedade deve ser 
quantificável, passível de registro contábil de acordo com as características qualitativas da 
informação contábil. Isso inclui direitos de propriedade oriundos de investimentos na 
estrutura de capital formal de outra entidade, que significa capital social ou uma forma 
equivalente de capital, tais como quotas de fundo de investimentos. 
Ressalte-se que está fora do alcance desta parte do Manual a situação em que a 
estrutura de capital da investida seja precariamente definida, deixando pouco provável a 
obtenção de medida confiável de direito de propriedade. Da mesma forma, contribuições 
realizadas por entidades do setor público que, por vezes, possam até ser denominadas 
“investimento”, mas que não originem direito de propriedade, encontrar-se-ão fora do 
alcance da normatização ora tratada. 
 
1.2 DEFINIÇÕES 
 
As seguintes definições devem ser utilizadas quando tratadas questões 
especificamente relativas à elaboração e apresentação de demonstrações contábeis com 
implicações decorrentes de investimentos em coligadas e empreendimentos controlados 
em conjunto.Os mesmos termos podem se repetir com significados diferentes em outros 
Capítulos desse Manual. 
 
1.2.1 Coligada 
 
É a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa. 
 
1.2.2 Influência Significativa 
 
 
 
É o poder de participar nas decisões de políticas financeiras e operacionais de outra 
entidade, mas sem controlar, individualmente ou conjuntamente, essas políticas. 
 
1.2.3 Acordo vinculante 
 
É aquele que confere direitos e obrigações executáveis às partes, prevalecendo a 
essência sobre a forma. Isso inclui direitos contratuais ou outros direitos legais, mesmo que 
sem a forma ordinária de contratos. 
 
1.2.4 Demonstrações contábeis consolidadas 
 
São as demonstrações contábeis de entidade econômica em que ativos, passivos, 
patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da entidade controladora e de suas 
controladas são apresentados na forma de uma única entidade econômica. 
 
1.2.5 Método da Equivalência Patrimonial 
 
É o método contábil por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo 
seu custo e ajustado, posteriormente, pela participação do investidor na variação do 
patrimônio líquido da coligada ou do empreendimento controlado em conjunto. O resultado 
do período do investidor inclui sua participação no resultado do período da investida. Já o 
patrimônio líquido do investidor inclui sua participação nas variações do patrimônio 
líquido da investida que não foram reconhecidas no resultado do período da investida. 
 
1.2.6 Acordo em Conjunto 
 
É o acordo pelo qual duas ou mais partes têm controle em conjunto. 
 
1.2.7 Controle em Conjunto 
 
É o compartilhamento do controle por meio de acordo vinculante, que existe apenas 
quando decisões sobre as atividades relevantes exigirem o consentimento unânime das 
partes que compartilham o controle. 
 
1.2.8 Empreendimento Controlado em Conjunto 
 
É o acordo por meio do qual as partes controlam em conjunto o empreendimento e 
possuem direitos em seus ativos líquidos. 
 
1.2.9 Empreendedor em Conjunto 
 
É a parte de empreendimento controlado em conjunto que compartilha o controle por 
meio de acordo vinculante que exige o consentimento unânime de ambas as partes do 
empreendimento. 
 
1.2.10 Entidade de Investimento 
 
É a entidade que: 
 
a. Obtém recursos de um ou mais investidores com o intuito de prestar a esses 
investidores serviços de gestão de investimentos; 
b. Tem o propósito de investir recursos exclusivamente para retornos de valorização 
de capital, receitas de investimento, ou ambos; e 
 
 
c. Mensura e avalia ao valor justo o desempenho de substancialmente todos os seus 
investimentos. 
 
Ressalte-se que a lista acima não é exaustiva, assim, outros termos podem ser 
utilizados nesta parte. Quando isso ocorrer, serão utilizados com o mesmo significado que 
tenha sido definido em outras partes do Manual. 
 
1.3. INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA 
 
A análise e conclusão sobre existência de influência significativa é uma questão de 
julgamento que cabe ao profissional da área contábil, o qual deve ser baseado: 
 
a. na natureza do relacionamento entre o ente/entidade investidor(a) e a entidade 
investida; 
b. na definição de influência significativa desta norma; 
c. na determinação de direito de propriedade quantificável da investidora sobre a 
investida; 
 
Esse direito de propriedade quantificável deve ser demonstrado, direta ou 
indiretamente, na forma de posse de ações ou outras estruturas de capital formais, ou outra 
forma na qual o direito da entidade investidora possa ser mensurado confiavelmente. 
Presume-se, assim, que a entidade tenha influência significativa se mantém direito de 
propriedade quantificável e detém, direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de 
controladas), vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, a menos que possa ser 
claramente demonstrado o contrário. 
Por outro lado, presume-se que ela não tenha influência significativa se detém, direta 
ou indiretamente (por exemplo, por meio de controladas), menos de vinte por cento do 
poder de voto da investida, a menos que essa influência possa ser claramente demonstrada. 
A propriedade substancial ou majoritária da investida por um segundo investidor (outra 
pessoa alheia à entidade investidora) não necessariamente impossibilita a entidade de ter 
influência significativa sobre a investida. 
A título exemplificativo, a existência de influência significativa pela entidade 
geralmente é evidenciada por uma ou mais das seguintes formas: 
 
a. Representação no conselho de administração ou órgão administrativo equivalente 
da investida; 
b. Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre 
dividendos ou distribuições similares; 
c. Transações materiais entre a entidade e sua investida; 
d. Intercâmbio de diretores ou gerentes; ou 
e. Fornecimento de informação técnica essencial. 
 
Com isso, percebe-se que o julgamento sobre a existência de influência significativa 
busca identificar se há capacidade por parte da investidora de influenciarde forma 
significativa as políticas operacionais e financeiras da investida. Assim, esse julgamento não 
deve se limitar aos itens supracitados. 
Adicionalmente, deve-se observar a existência de potenciais direitos de voto da 
investidora, como no caso de detectar que a investidora possua eventuais opções de compra 
de ações da investida, padronizadas ou não, bem como instrumentos de dívida ou 
patrimoniais conversíveis em ações ordinárias ou outros instrumentos similares que, se 
executados ou convertidos, possam proporcionar à investidora poder de voto adicional ou, 
por outro lado, a redução do poder de voto de outra parte (externa à investidora) sobre as 
políticas financeiras e operacionais da investida. Contudo, esses potenciais direitos devem 
ser correntemente exercíveis ou conversíveis, independentemente da vontade de terceiros, 
 
 
da própria administração da investidora ou da capacidade desta de exercê-los ou convertê-
los. 
Assim, a entidade deve ser capaz de demonstrar que possui, em essência, direito de 
propriedade vigente e mensurável como resultado de transação que, no momento corrente, 
proporcione a ela o acesso aos benefícios associados a esse direito, ou seja, de influenciar 
significativamente as decisões sobre políticas operacionais e financeiras da investida. Nesse 
sentido, todos os fatos e circunstâncias que possam afetar tais direitos potenciais devem ser 
considerados individualmente ou em conjunto quando da devida análise e julgamento 
profissional. 
Em sentido contrário, a entidade perde a influência significativa sobre a investida 
quando perde o poder de participar das decisões sobre as políticas financeiras e 
operacionais daquela investida. A perda de influência significativa pode ocorrer com ou sem 
mudança no nível de participação acionária absoluta ou relativa. Isso pode ocorrer, por 
exemplo, quando a coligada se torna sujeita ao controle de outro ente, entidade ou 
administrador externo ao setor público, além da possibilidade de decorrer de acordo 
vinculante que resulte em afastamento de sua influência. 
 
1.4. MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
 
A entidade (investidora) que verifique que possui controle em conjunto ou influência 
significativa sobre outra entidade (investida) deve contabilizar seu investimento em 
coligadas ou ECC com a utilização do método da equivalência patrimonial. Esse 
investimento deve ser inicialmente reconhecido pelo seu custo. Após, utilizando método da 
equivalência patrimonial, o seu valor contábil deve ser aumentado ou diminuído pelo 
reconhecimento da participação do investidor no resultado do período da investida em cada 
exercício. Assim, a participação do investidor no resultado do período da investida deve ser 
reconhecida no resultado do período do investidor. Distribuições recebidas da investida 
reduzem o valor contábil do investimento no ativo do investidor. 
O início da contabilização do investimento por meio do método da equivalência 
patrimonial deve se dar a partir da data em que tal investimento se qualifique como coligada 
ou empreendimento controlado em conjunto. 
Ajustes no valor contábil do investimento podem ser necessários pela mudança na 
participação proporcional do investidor em decorrência de variações do patrimônio líquido 
da investida que não foram reconhecidas no resultado do período desta. Tais variações 
incluem, por exemplo, aquelas decorrentes da reavaliação de ativos imobilizados e das 
diferenças de conversão em moeda estrangeira. Para esse tipo de situação, assim como 
contabilizado na investida, a participação do investidor nessas variações deve ser 
reconhecida diretamente no patrimônio líquido do investidor como Ajuste de Avaliação 
Patrimonial. 
Se o direito de propriedade da entidade em coligada ou em ECC for reduzido, mas o 
investimento continuar a ser classificado como coligada ou ECC, respectivamente, a 
entidade deve transferir diretamente para o resultado acumulado a proporção do ganho ou 
da perda que teria sido anteriormente reconhecida no patrimônio líquido, relacionada à 
redução do direito de propriedade, caso a transferência para o resultado acumulado desse 
ganho ou perda tivesse sido requerida pela alienação dos ativos ou passivos relacionados. 
Assim, o investimento em coligada ou em ECC contabilizado por meio do método da 
equivalência patrimonial deve ser classificado como ativo não circulante. 
 
1.5. APLICAÇÃO DO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
 
 Supondo um ente A que possui participação em duas empresas B e C sobre as quais 
tenha influência e que no período em questão tenham o resultado do período como única 
mutação de patrimônio líquido. 
 
 
 
 
Resultado 
Líquido 
Apurado 
% Participação 
no Capital 
Votante 
Equivalência 
Patrimonial 
Saldo 
Contábil 
Inicial 
Saldo 
Contábil 
Final 
Empresa B -170.000 40 -68.000 600.000 532.000 
 
Empresa C 800.000 25 200.000 900.000 1.100.000 
Total 1.500.000 1.632.000 
 
 
De acordo com as normas, pelo Método da Equivalência Patrimonial, cada mutação 
verificada no patrimônio líquido da coligada (ou controlada) corresponderá, no investidor, 
a um ajuste para mais ou menos no grupo de Investimentos, na conta relativa ao valor 
patrimonial do investimento. Assim, o respectivo grupo irá variar conforme as alterações 
no patrimônio líquido da investida. 
 
No Ente A: Método da Equivalência Patrimonial da Empresa B 
D 3.9.2.1.X.XX.XX Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial 
C 1.2.2.1.1.01.XX Participações avaliadas pelo MEP R$68.000 
 
No Ente A: Método da Equivalência Patrimonial da Empresa C 
D 1.2.2.1.1.01.XX Participações avaliadas pelo MEP 
C 4.9.2.1.X.XX.XX Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial R$ 200.000 
 
Conforme detalhado no texto, quando detectados, ganhos e perdas não realizados 
devem ser eliminados contra o investimento contabilizado pelo método da equivalência 
patrimonial e não devem ser apresentados como ganhos ou perdas diferidos no balanço 
patrimonial consolidado da entidade ou no balanço patrimonial da entidade na qual os 
investimentos são contabilizados pelo método da equivalência patrimonial. 
 
1.6. ASPECTOS ESPECÍFICOS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL 
 
1.6.1 No Reconhecimento Inicial 
 
No reconhecimento inicial de uma participação em uma coligada e/ou controlada, em 
regra, o valor a ser registrado no patrimônio do ente, será o resultante do percentual da 
participação em relação ao patrimônio da investida, desde que isso ocorra na integralização 
de capital. Entretanto, quanto a aquisição do investimento ocorre por valor superior ao 
valor patrimonial dessa participação, pode surgir: 
 
a. um ágio por “mais-valia de ativos líquidos” pela diferença positiva entre a parte do 
investidor no valor justo dos ativos líquidos e o valor patrimonial da participação adquirida 
e/ou 
b. um “ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)” pela diferença positiva 
entre o preço de aquisição pelo investidor (acrescido do valor justo de alguma participação 
preexistente, se houver) e a parte do investidor no valor justo dos ativos líquidos. 
 
Embora tais valores integrarem o saldo contábil do investimento, para fins de 
controle e transparência, o ente deve registrá-los em contas específicas que integrarão o 
Investimento (em Coligada, Controlada ou Controlada em Conjunto), ou seja: valor 
patrimonial do investimento, mais-valia de ativos líquidos e ágio por rentabilidade futura 
(goodwill). Ressalta-se, ainda, que é recomendável que as participações em cada sociedade 
sejam contabilizadas em contas separadamente. 
 
 
Para ilustrar o reconhecimento inicial, nas situações descritas acima. Segue o seguinte 
caso hipotético: 
Ente A adquire uma participação por $10 milhões, de 20% do patrimônio líquido da 
entidade X, cujo patrimônio líquido contábil era de $ 30 milhões na data dessa aquisição. 
O valor de aquisição em excedente ao valor patrimonial dessa participação foi de$4 
milhões, já que 20% x $30 milhões = $6 milhões. Esse valor “a maior” foi pago pelas razões 
expostas a seguir. 
Na data da aquisição, verificou-se no cálculo do valor justo dos ativos líquidos da 
investida que o valor justo do imobilizado da entidade X era $ 3 milhões maior que seu saldo 
contábil, bem como que existe um software, criado pela própria entidade e que, por isso, 
não estava contabilizado, mas que pode ser negociado normalmente no mercado por $ 2 
milhões. Assim, o patrimônio líquido da entidade X, considerando os valores justos dos 
ativos deduzidos dos valores justos dos passivos, é de $ 35 milhões. Logo, 20% dessa 
importância correspondem a $ 7 milhões; vê-se então que se pagou $ 1 milhão em 
decorrência da mais-valia dos ativos líquidos ($ 7 milhões – $ 6 milhões). 
O valor da entidade X está se mostrando maior do que o valor de $ 35 milhões que 
representam o que seria obtido na sua dissolução ordenada na data da aquisição da 
participação, já que, após negociações com a outra parte, o valor que o ente A se dispôs a 
pagar foi de $ 10 milhões. Portanto, a diferença de $ 3 milhões ($ 10 milhões – 20% × $ 35 
milhões) representa o quanto foi pago em excesso por expectativas de rentabilidade futura 
por conta de benefícios econômicos futuros esperados por existirem ativos que não 
puderam ser separadamente reconhecidos e, principalmente, pelo uso conjunto dos ativos 
no negócio, ou seja, caracterizando a existência de um goodwill. 
Assim, deve-se separar os registros do investimento (participações em coligadas) em 
contas específicas no reconhecimento inicial da seguinte forma: 
 
No Ente A: Reconhecimento Inicial Participação em Coligada na Entidade X 
a.1. Valor Patrimonial 
D 1.2.2.1.1.01.XX Participações avaliadas pelo MEP – Entidade X 
C 1.1.1.1.X.XX.XX Caixa e Equivalentes R$ 6.000.000 
a.2. Mais Valia 
D 1.2.2.1.1.01.04 Mais Valia sobre os Ativos das Investidas – Entidade X 
C 1.1.1.1.X.XX.XX Caixa e Equivalentes R$ 1.000.000 
a.3. Goodwill 
D 1.2.2.1.1.01.96 Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura – Entidade X 
C 1.1.1.1.X.XX.XX Caixa e Equivalentes R$ 3.000.000 
 
1.6.2 Distribuição de Lucros 
 
 No Método da Equivalência Patrimonial, as alterações no patrimônio da investida 
são refletidas nos saldos das contas de Investimento da investidora. Isso vale tanto para os 
casos de lucros na investida que refletem em acréscimos no ativo da investidora, quanto nos 
casos de prejuízos que impactam reduzindo o saldo da conta de investimento. É importante 
destacar que, em caso de lucro na investida, o registro da receita com equivalência 
patrimonial à débito da conta de investimento irá ocorrer desde que não haja a distribuição 
dos lucros, conforme demonstrado no item 1. Se houver distribuição de lucros, via 
dividendos, o lançamento a ser executado na Investidora será o seguinte: 
 
D 1.1.1.1.X.XX.XX Caixa e Equivalentes 
C 1.2.2.1.1.01.XX Participações avaliadas pelo MEP 
 
1.2.2.1.1.01.00 PARTICIPAÇÕES AVALIADAS PELO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
 
 
1.2.2.1.1.01.01 PARTICIPAÇÕES EM SOCIEDADES CONTROLADAS 
1.2.2.1.1.01.02 PARTICIPAÇÕES EM SOCIEDADES CONTROLADAS EM CONJUNTO 
1.2.2.1.1.01.03 PARTICIPAÇÕES EM SOCIEDADES COLIGADAS 
1.2.2.1.1.01.04 MAIS-VALIA SOBRE OS ATIVOS DAS INVESTIDAS 
1.2.2.1.1.01.05 ÁGIO SOBRE OS INVESTIMENTOS 
1.2.2.1.1.01.06 ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL 
1.2.2.1.1.01.07 PARTICIPAÇÃO EM CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
1.2.2.1.1.01.08 PARTICIPAÇÃO EM FUNDOS 
1.2.2.1.1.01.09 PARTICIPAÇÃO EM OUTRAS SOCIEDADES AVALIDAS POR EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
1.2.2.1.1.01.95 OUTRAS PARTICIPAÇÕES - MEP 
1.2.2.1.1.01.96 ÁGIO NA AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÕES AVALIADAS PELO MEP 
1.2.2.1.1.01.97 (-) AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO NA AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÕES AVALIADAS PELO MEP 
1.2.2.1.1.01.98 (-) DESAGIO NA AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÕES AVALIADAS PELO MEP 
1.2.2.1.1.01.99 AMORTIZAÇÃO DE DESAGIO NA AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÕES AVALIADAS PELO MEP 
 
1.7. EXCEÇÕES DA APLICAÇÃO DO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL 
 
Primeiramente, ressalta-se que a investidora não está obrigada a aplicar o método da 
equivalência patrimonial para seus investimentos em coligadas e em ECC se todos os itens 
seguintes se aplicarem: 
 
a. A entidade, em si, é entidade controlada e as necessidades de informação dos 
usuários são atendidas pelas demonstrações contábeis consolidadas de sua controladora e, 
no caso de controle parcial, todos os outros proprietários, inclusive aqueles sem direito a 
voto, foram informados e não fizeram objeção quanto à entidade não aplicar o método da 
equivalência patrimonial; 
b. Os instrumentos de dívida ou patrimoniais não são negociados em mercado aberto 
(bolsa de valores doméstica ou estrangeira, mercados de balcão, incluindo mercados locais 
e regionais); 
c. A entidade não arquivou ou não está em processo de arquivamento de suas 
demonstrações contábeis na comissão de valores mobiliários ou em outro órgão regulador, 
visando à emissão de qualquer classe de instrumentos em mercado aberto; 
d. A controladora final ou qualquer controladora intermediária da entidade elabora 
demonstrações contábeis, disponíveis ao público, em que as controladas são consolidadas 
ou mensuradas ao valor justo. 
 
Outro ponto a ser observado é em relação a parcelas de investimentos em coligadas 
ou ECC quando mantidas, direta ou indiretamente, por entidade que seja organização de 
capital de risco ou fundo mútuo, fundo de investimento e entidades similares, inclusive 
fundos de investimentos com produtos vinculados a seguros. Nesses casos, a entidade pode 
decidir mensurar os investimentos naquelas coligadas ou ECC ao valor justo por meio do 
resultado, independentemente de a organização de capital de risco ou fundo mútuo, fundo 
 
 
de investimentos e entidades similares, inclusive fundos de investimentos com produtos 
vinculados a seguros, ter influência significativa sobre a parcela do investimento pela qual 
seja responsável. 
As demais parcelas remanescentes de seu investimento em coligadas e ECC que não 
estiverem sendo mantidas por meio de organização de capital de risco ou fundo mútuo, 
fundo de investimentos e entidades similares, inclusive fundos de investimentos com 
produtos vinculados a seguros, deverão ser avaliadas pelo método da equivalência 
patrimonial. 
Se qualquer das entidades que sejam organização de capital de risco ou fundo mútuo, 
fundo de investimento e entidades similares, inclusive fundos de investimentos com 
produtos vinculados a seguros, enquadrar-se na definição de entidade de investimento, 
deve por definição adotar o critério de avaliação dos investimentos pelo valor justo por 
meio do resultado. Ao mesmo tempo, a entidade investidora que tiver investimento em 
coligada ou ECC do qual uma parcela é mantida indiretamente por meio de entidade de 
investimento também deve mensurar essa parcela do investimento ao valor justo por meio 
do resultado. 
 
1.8. DESCONTINUIDADE DO USO DO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA 
PATRIMONIAL 
 
A entidade deve descontinuar o uso do método da equivalência patrimonial a partir 
da data em que seu investimento deixar de se qualificar como coligada ou empreendimento 
controlado em conjunto, de acordo com o que segue: 
a. Se o investimento passar a se qualificar como em controlada, a entidade deve 
contabilizar seu investimento de acordo com as normas aplicáveis a investimentos em 
controladas, conforme capítulo X deste Manual; 
b. Se a participação remanescente no investimento, antes qualificado como em 
coligada ou em ECC, for considerada como ativo financeiro, a entidade deve mensurá-la ao 
valor justo. A participação remanescente que não tiver preço de mercado em mercado ativo 
não deve ser mensurada ao valor justo, se o intervalo de estimativas razoáveis do seu valor 
justo for significativo e as probabilidades das várias estimativas não puderem ser 
confiavelmente avaliadas. Nesse caso, a entidade deve mensurar a participação 
remanescente pelo valor contábildo investimento na data em que deixar de se qualificar 
como em coligada ou em ECC, e o valor contábil deve ser considerado como o custo no 
reconhecimento inicial tal qual um ativo financeiro. A entidade deve reconhecer no 
resultado do período qualquer diferença entre: 
i. O valor justo (ou, se relevante, valor contábil) de qualquer participação 
remanescente e qualquer receita da alienação parcial da participação na coligada ou no ECC; 
e 
ii. O valor contábil do investimento na data em que o método da equivalência 
patrimonial foi descontinuado; 
c. Quando a entidade descontinuar a utilização do método da equivalência 
patrimonial, deve contabilizar todos os valores anteriormente reconhecidos diretamente no 
patrimônio líquido da entidade referentes àquele investimento na mesma base que teria 
sido requerida, se a investida tivesse alienado diretamente os ativos ou os passivos 
relacionados. 
Se o investimento em coligada passar a se qualificar como ECC, ou o investimento em 
ECC passar a se qualificar como em coligada, a entidade deve continuar a aplicar o método 
da equivalência patrimonial e não deve remensurar a participação remanescente. 
 
1.9. PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS CONTÁBEIS 
 
 
 
Primeiramente, cabe destacar que muitos dos procedimentos que são adequados para 
a aplicação do método da equivalência patrimonial são similares àqueles de consolidação. 
Além disso, os conceitos que fundamentam os procedimentos utilizados para contabilizar a 
aquisição de controlada são também adotados para contabilizar a aquisição de investimento 
em coligada e em empreendimento controlado em conjunto. 
Considera-se investimento em coligadas ou ECC a soma das participações mantidas 
pela controladora e suas controladas em determinada coligada ou ECC. Assim, as 
participações mantidas por outras coligadas ou ECC do grupo devem ser ignoradas para 
essa finalidade. Disso resulta que, caso a coligada ou ECC possua investimentos em outras 
controladas, ou mesmo coligadas ou ECC, o resultado do período e os ativos líquidos que 
devem ser considerados na aplicação do método da equivalência patrimonial são aqueles 
reconhecidos nas demonstrações contábeis das coligadas ou dos ECC (incluindo a 
participação que lhe couber no resultado do período e nos ativos líquidos de suas coligadas 
e empreendimentos controlados em conjunto), após os ajustes necessários para 
uniformizar as políticas contábeis. 
Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) e descendentes 
(downstream) entre a entidade (incluindo suas controladas consolidadas) e sua coligada ou 
ECC devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis da entidade somente na 
extensão da participação de outros investidores sobre essa coligada ou ECC. As transações 
ascendentes são, por exemplo, vendas de ativos da coligada ou ECC para o investidor. As 
transações descendentes são, por exemplo, vendas ou contribuição na forma de ativos do 
investidor para sua coligada ou ECC. A participação do investidor no resultado decorrente 
dessas transações deve ser eliminada, como resultado do processo de equivalência 
patrimonial. 
Quando houver transação entre a investidora e a investida, se surgirem evidências de 
redução do valor realizável líquido dos ativos a serem vendidos/comprados ou objetos de 
contribuição, ou de perda por redução ao valor recuperável desses ativos, tais perdas devem 
ser reconhecidas da seguinte forma: se se tratar de transação ascendente, o investidor deve 
reconhecer apenas a sua participação em tais perdas; contudo, se se tratar de transação 
descendente, o investidor deve reconhecer integralmente tais perdas. 
Ressalte-se o cuidado especial que se deve ter em relação às transações descendentes 
que envolverem a contribuição de ativos não monetários da investidora à investida. Se essa 
transação possuir natureza comercial, deve ser contabilizada conforme preconizado no 
parágrafo anterior. Por outro lado, se não possuir natureza comercial, o ganho ou perda, a 
princípio, deve ser considerado como não realizado, a não ser que a investidora receba de 
volta da investida algo diferente de participação patrimonial. Neste caso, então, a 
investidora deve reconhecer integralmente no seu resultado do período a proporção do 
ganho ou da perda da contribuição relacionada aos ativos monetários ou não monetários 
recebidos. 
Quando detectados, ganhos e perdas não realizados devem ser eliminados contra o 
investimento contabilizado pelo método da equivalência patrimonial e não devem ser 
apresentados como ganhos ou perdas diferidos no balanço patrimonial consolidado da 
entidade ou no balanço patrimonial da entidade na qual os investimentos são contabilizados 
pelo método da equivalência patrimonial. 
Na aquisição do investimento, qualquer diferença entre o custo do investimento e a 
participação da entidade no valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis da 
investida deve ser contabilizada como segue: 
a. Diferença a maior do custo do investimento x participação na investida – o ágio por 
expectativa de rentabilidade futura (goodwill) relativo ao investimento em coligada ou em 
empreendimento controlado em conjunto deve ser incluído no valor contábil do 
investimento e sua amortização não é permitida. Esse ágio deve ser contabilizado no 
subgrupo de Ativos Intangíveis no balanço consolidado e no subgrupo de Investimentos no 
balanço individual; 
 
 
b. Diferença a menor do custo do investimento x participação na investida – qualquer 
excedente da participação da entidade no valor justo líquido dos ativos e dos passivos 
identificáveis da investida sobre o custo do investimento (ganho por compra vantajosa) 
deve ser incluído como receita na determinação da participação da entidade investidora no 
resultado do período da coligada ou do ECC, no período em que o investimento for 
adquirido. 
 
Ajustes apropriados devem ser efetuados após a aquisição, nos resultados da coligada 
ou ECC, por parte do investidor, para considerar, por exemplo, a depreciação de ativos com 
base nos respectivos valores justos da data da aquisição. Da mesma forma, retificações na 
participação do investidor nos resultados da coligada ou ECC devem ser feitas, após a 
aquisição, por conta de perdas reconhecidas pela coligada ou ECC em decorrência da 
redução ao valor recuperável de ativos, tais como, o ágio por expectativa de rentabilidade 
futura ou para o ativo imobilizado. As demonstrações contábeis mais recentes disponíveis 
da coligada ou do ECC devem ser utilizadas pela entidade para a aplicação do método da 
equivalência patrimonial. Quando o final do período das demonstrações contábeis da 
entidade investidora for diferente daquele da investida, a entidade investidora deve: 
 
a. Obter da investida, com a finalidade de aplicar o método da equivalência 
patrimonial, informação contábil adicional elaborada na mesma data das demonstrações 
contábeis da investidora; ou 
b. Usar as demonstrações contábeis mais recentes da investida ajustadas por 
transações ou eventos relevantes que ocorrerem entre a data dessas demonstrações e a das 
demonstrações contábeis da investidora. 
 
Deve-se assegurar que as demonstrações contábeis da entidade devem ser elaboradas 
com a utilização de políticas contábeis uniformes para transações e eventos de mesma 
natureza em circunstâncias semelhantes. Assim, se a coligada ou o ECC utilizar políticas 
contábeis diferentes daquelas da entidade para transações e eventos de mesma natureza 
em circunstâncias semelhantes, ajustes devem ser realizados para adequar as políticas 
contábeis da coligada ou do ECC àquelas da entidade quando da utilização de suas 
demonstrações contábeis para a aplicação do método da equivalência patrimonial. 
Todavia, se a entidade tem participação em coligada ou em ECC que seja enquadrado 
como entidade de investimento, a entidade deve, quando da aplicação do método da 
equivalência patrimonial, manter a mensuração ao valor justo aplicada por aquela entidadede investimento em suas participações em entidades controladas. 
Se a participação da entidade investidora no prejuízo do período da investida for igual 
ou maior do que a sua participação patrimonial, a entidade investidora deve descontinuar 
o reconhecimento de sua participação em déficits adicionais. A participação na coligada ou 
no ECC é o valor contábil do respectivo investimento, determinado com a utilização do 
método da equivalência patrimonial, juntamente com quaisquer participações de longo 
prazo que, em essência, constituem o investimento líquido da entidade na coligada ou no 
ECC. Por exemplo, um item, cuja liquidação/execução/alienação não está planejada, nem é 
provável que ocorra em futuro previsível é, em essência, uma extensão do investimento da 
entidade naquela coligada ou empreendimento controlado em conjunto. Tais itens podem 
incluir ações preferenciais e empréstimos ou recebíveis de longo prazo, porém não incluem 
itens como recebíveis ou exigíveis de natureza comercial ou quaisquer recebíveis de longo 
prazo para os quais existam garantias adequadas, tais como empréstimos com garantias. O 
déficit reconhecido pelo método da equivalência patrimonial que exceda o investimento em 
ações ordinárias da entidade deve ser aplicado aos demais itens que constituem a 
participação desta na coligada ou no ECC em ordem inversa de sua prioridade na liquidação. 
Caso a participação da entidade investidora na investida seja reduzida a zero, déficits 
adicionais somente devem ser considerados e o passivo reconhecido na medida em que a 
entidade tenha incorrido em obrigações legais ou construtivas ou realizado pagamentos em 
 
 
nome da coligada ou do ECC. Da mesma forma, se a coligada ou ECC, subsequentemente, 
reportar superávits, a entidade investidora somente deve retomar o reconhecimento de sua 
participação nesses superávits após sua participação nos superávits se igualarem aos 
déficits não reconhecidos. 
O investimento em coligada ou em ECC deve ser contabilizado nas demonstrações 
contábeis separadas da entidade.

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