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Indaial – 2020
Tecnologia da 
consTrução de 
edificações i
Prof.ª Flavia Lamim de Arantes Soriano
Prof.ª Vivian Figueiredo Pereira Almeida
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Flavia Lamim de Arantes Soriano
Prof.ª Vivian Figueiredo P. Almeida
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S714t
 Soriano, Flavia Lamim de Arantes
 Tecnologia da construção de edificações I. / Flavia Lamim de 
Arantes Soriano; Vivian Figueiredo Pereira de Almeida. – Indaial: UNIASSELVI, 
2020.
 215 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0440-6
1. Edificações. - Brasil. I. Almeida, Vivian Figueiredo Pereira de. 
II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 690
III
apresenTação
Bem-vindo ao Livro Didático de Tecnologia da Construção de 
Edificações I, que tem por objetivo construir conhecimentos gerais sobre as 
tecnologias básicas utilizadas na construção de edifícios e na gestão de obras. 
Espero que você se aproxime do conteúdo desta disciplina, percebendo 
o quanto o seu estudo é indispensável para a formação e aprofundamento 
dos conceitos sobre variados aspectos que permeiam a construção civil. 
É com satisfação que apresentamos este livro, visando ao seu 
desenvolvimento pessoal e contribuindo para que se torne futuramente um 
profissional capaz de promover uma gestão eficiente de obras.
Começaremos nossos estudos na Unidade 1, na qual serão 
apresentados canteiros e locação de obras. A unidade está dividida em quatro 
tópicos principais: aspectos gerais de canteiro, instalações em canteiros, 
aspectos gerais de locação e métodos executivos de locação.
Na Unidade 2 serão apresentadas fundações e sistemas estruturais, 
dividida em quatro tópicos que explicam sobre: engenharia de fundações, 
processos usuais de reforço e prevenção de fissuras, sistemas construtivos e 
alvenaria estrutural e concreto.
Por sua vez, a Unidade 3 trata da execução de estruturas de concretos, 
vedações verticais e coberturas, em que serão apresentados diversos tópicos 
explicativos sobre o sistema de formas, armação, concretagem, projeto de 
alvenaria de vedação, ligação entre estruturas e paredes de vedação, dentre 
outros.
Espero que você, acadêmico, alcance ótimos resultados nesta 
disciplina e que este livro contribua com a construção do seu conhecimento. 
Aprofunde-se nas leituras indicadas, assista aos vídeos e faça suas próprias 
anotações. Dedique-se para se tornar um profissional diferenciado no 
mercado de trabalho. Vamos lá? 
Boa leitura e bons estudos! 
Prof.ª Flavia Lamim de Arantes Soriano
Prof.ª Vivian Figueiredo P. Almeida
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – CANTEIRO E LOCAÇÃO .............................................................................................1
TÓPICO 1 – CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS ............................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................................................4
3 TIPOS E OS ELEMENTOS DE CANTEIROS ...................................................................................7
4 PLANEJAMENTO, ELABORAÇÃO E PADRONIZAÇÃO ............................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................16
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................17
TÓPICO 2 – INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS ..........................................................19
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................19
2 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS .......................................................................................................20
2.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS .......................................................................................................20
2.2 VESTIÁRIOS .....................................................................................................................................21
2.3 ALOJAMENTOS ..............................................................................................................................22
2.4 LOCAL PARA REFEIÇÕES E COZINHA ....................................................................................23
2.5 LAVANDERIA .................................................................................................................................25
2.6 AMBULATÓRIO .............................................................................................................................25
2.7 ÁREA DE LAZER ...........................................................................................................................25
3 MANUTENÇÃO E LIMPEZA ............................................................................................................27
4 ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ..................................................28
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................33
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................34
TÓPICO 3 – LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS........................................................37
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................372 DEFINIÇÕES BÁSICAS ......................................................................................................................37
3 REQUISITOS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS .................................................................40
4 TIPOS DE LOCAÇÃO ........................................................................................................................46
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................49
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................50
TÓPICO 4 – MÉTODOS EXECUTIVOS DE LOCAÇÃO ................................................................51
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................51
2 PROCESSO DE LOCAÇÃO POR CAVALETES .............................................................................51
3 PROCESSO DA TÁBUA CORRIDA (GABARITO) ......................................................................52
4 TRAÇADO E LOCAÇÃO AO LONGO DA CONSTRUÇÃO .....................................................54
4.1 EDIFÍCIOS EM CONCRETO ARMADO .....................................................................................57
4.2 EDIFÍCIOS EM CONCRETO PROTENDIDO ............................................................................58
4.3 EDIFÍCIOS COM ESTRUTURA METÁLICA .............................................................................59
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................60
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................64
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................65
sumário
VIII
UNIDADE 2 – FUNDAÇÕES E SISTEMAS ESTRUTURAIS ........................................................67
TÓPICO 1 – ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ................................................................................69
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................69
2 ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO ................................................................................70
3 SONDAGEM .........................................................................................................................................71
4 CONCEITUAÇÃO GERAL .................................................................................................................73
5 ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ....................................................................................................74
5.1 TRANSMISSÃO DE FORÇA APLICADA AO SOLO ................................................................76
6 TIPOS DE FUNDAÇÕES ....................................................................................................................77
6.1 FUNDAÇÕES DIRETAS OU RASAS ............................................................................................78
6.2 FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS ...........................................................................80
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................85
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................86
TÓPICO 2 – PROCESSOS USUAIS DE REFORÇO E PREVENÇÃO DE FISSURAS
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................87
2 CONHECENDO E PREVENINDO FISSURAS ..............................................................................87
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................99
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................100
TÓPICO 3 – SISTEMAS CONSTRUTIVOS ....................................................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONVENCIONAIS ...................................................................104
2.1 CONCRETO ARMADO COM ALVENARIA DE VEDAÇÃO ................................................108
2.2 ESTRUTURA METÁLICA ............................................................................................................110
2.3 ESTRUTURA DE MADEIRA .......................................................................................................112
2.4 ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA ...................................................................................................113
3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS NÃO CONVENCIONAIS ........................................................115
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................119
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
TÓPICO 4 – ALVENARIA ESTRUTURAL E CONCRETO ...........................................................121
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121
2 ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS ..............................................................................122
2.1 ALVENARIA NÃO ARMADA ....................................................................................................123
2.2 ALVENARIA ARMADA OU PARCIALMENTE ARMADA ...................................................124
2.3 ALVENARIA PROTENDIDA ......................................................................................................124
2.4 MODULAÇÃO DOS ELEMENTOS ............................................................................................125
2.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................................................129
3 ALVENARIA ESTRUTURAL DE CONCRETO ............................................................................130
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................134
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................137
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138
UNIDADE 3 – ESTRUTURAS DE CONCRETO, VEDAÇÕES VERTICAIS E 
 COBERTURAS ............................................................................................................139
TÓPICO 1 – EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ...................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 GENERALIDADES ............................................................................................................................142
2.1 COMPONENTES DO CONCRETO ............................................................................................142
IX
2.1.1 Cimento ..................................................................................................................................143
2.1.2 Agregados ..............................................................................................................................1452.1.3 Água .......................................................................................................................................145
3 SISTEMA DE FÔRMAS ....................................................................................................................146
4 ARMAÇÃO ..........................................................................................................................................149
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................154
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................155
TÓPICO 2 – CONCRETAGEM ...........................................................................................................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS...............................................................................158
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................167
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................168
TÓPICO 3 – PROJETO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO ............................................................169
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169
2 DEFINIÇÕES BÁSICAS ....................................................................................................................169
3 PROJETO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO .................................................................................173
4 LIGAÇÃO ENTRE ESTRUTURAS E PAREDES DE VEDAÇÃO .............................................178
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................184
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................185
TÓPICO 4 – COBERTURAS ................................................................................................................187
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................187
2 TIPOLOGIAS ......................................................................................................................................189
3 DESEMPENHO ...................................................................................................................................191
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................204
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................205
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................207
X
1
UNIDADE 1
CANTEIRO E LOCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• reforçar os conceitos sobre modelagem na construção;
• conhecer elementos e tipos de canteiros;
• introduzir conceitos sobre planejamento, elaboração e implantação de um 
canteiro de obras;
• compreender sobre locação de obras e seus métodos executivos.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará auto atividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS
TÓPICO 2 – INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS
TÓPICO 3 – LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS
TÓPICO 4 – MÉTODOS EXECUTIVOS DE LOCAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS
1 INTRODUÇÃO
O planejamento de operações em projetos, cujas fases são diferenciadas, 
visam à obtenção de maior produtividade, segurança, menores custos e 
desperdícios. O dimensionamento adequado em termos espaciais deve ser 
realizado com base na modelagem da construção civil, que contribui para o 
desenho de fluxos de processos operacionais de modo otimizado.
O sucesso de um canteiro de obras deve considerar diversos aspectos 
que vão desde o armazenamento, dimensionamento, transporte de materiais, 
equipamentos de segurança até as áreas de vivência garantidas por legislação 
específica. 
As áreas de vivência possuem como foco o trabalhador e suas condições 
de trabalho. Dizem respeito às condições físicas do ambiente de trabalho, políticas 
de organização, higiene e instalações como alojamento, refeitório, banheiros etc.
As áreas operacionais dizem respeito aos espaços em que a obra é 
efetivamente realizada e, por isso, os canteiros que estão bem planejados 
contribuem para obtenção de melhores resultados em função da disposição de 
equipamentos, procedimentos operacionais de movimentação de materiais e 
segurança do trabalho.
Para que tudo seja colocado em prática é estudado e desenhado um arranjo 
físico. No layout o planejamento das necessidades é adequado ao espaço físico 
existente considerando a quantidade de operários, cronogramas, orçamentos, 
movimentação de equipamentos e materiais. Assim, é importante que se tenha 
conhecimento dos processos produtivos, por quais áreas tais processos passam e 
como começam e terminam.
Existem diversos tipos de combinações possíveis, devendo ser escolhida 
a que melhor se adéque à estratégia e ao escopo do projeto. Deve-se primar 
pelo balanceamento das tarefas de modo a maximizar a utilização dos recursos 
disponíveis, evitando tempos ociosos e desperdícios. 
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
4
2 CONCEITOS BÁSICOS
As operações relacionadas às obras de construção civil podem ser 
defi nidas como um conjunto de tarefas fundamentais à realização de um projeto. 
Segundo Larson e Gray (2016, p. 4-5): 
Um projeto é um empreendimento temporário que visa criar um 
produto, serviço ou resultado único [...]. As principais características 
são: 1. um objetivo estabelecido. 2. Um ciclo de vida defi nido, com 
início e fi m. 3. Geralmente, envolve diversos departamentos e 
profi ssionais. 4. Comumente, faz algo que nunca foi feito antes. 5. 
Requisitos específi cos de tempo, custo e desempenho. 
Na construção civil, tanto o conjunto de tarefas quanto os recursos 
necessários à execução de um projeto devem ser organizados de forma lógica 
na etapa de planejamento. A tecnologia da construção será defi nida a partir da 
escolha de equipamentos, recursos humanos e materiais, tarefas, prazos, ordem e 
procedimentos de execução.
A hierarquização sequencial e lógica, estabelecida por meio de fl uxogramas, 
caracterizarão a estrutura do projeto construtivo. Para o desenvolvimento de 
um(a) modelo ou modelagem operacional, o profi ssional engenheiro deverá 
enumerar os recursos envolvidos no projeto e estabelecer o ordenamento das 
tarefas de forma otimizada, preferencialmente. 
A otimização se relaciona diretamente ao conceito de produtividade e 
ambos visam à qualidade, menores custos e tempos de execução. Na Construção 
Civil, a modelagem visa ao balanceamento entre recursos e parte disso é resultado 
da identifi cação dos processos que se repetem na linha do tempo. 
A modelagem (CYCLONE- CYCLic Operations NEtwork) para análise de 
estados de trabalho e fl uxo de entidades possui três formas básicas: 
FIGURA 1 – CYCLONE - CYCLIC OPERATIONS NETWORK
FONTE: Adaptada de Halpin e Woodhead (1998)
TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS:ASPECTOS GERAIS
5
O formato gráfico do CYCLONE considera alguns elementos básicos que, 
de acordo com Halpin e Woodhead (1998) são:
NORMAL Usado para representar tarefas normais de trabalho, que não possuem restrições para iniciar.
COMBI
Tem por objetivo representar tarefas que possuem 
restrição, condição ou pré-requisito, no entanto, 
similar ao elemento NORMAL.
Q node Visa representar “nós”, filas ou esperas para uso de estados passivos de recursos.
Arrow Indicador de Fluxo direcional da entidade de recursos.
FIGURA 2 – ELEMENTOS BÁSICOS DA MODELAGEM
FONTE: Adaptada de Halpin e Woodhead (1998)
Pode se dizer que as formas básicas são o quadrado e o círculo, cuja 
função na modelagem é representar esquematicamente a alternância entre os 
estados ativos ou ociosos na operação construtiva, utilizando-se setas (arrows) 
indicadoras de percurso (HALPIN; WOODHEAD, 1998). 
Para que haja uma operação de construção é necessário haver uma tarefa 
de trabalho nomeada ou descrita de forma clara, em seguida observar os recursos 
necessários a sua execução e, posteriormente, à definição dos estados (ociosos ou 
ativos).
Se fôssemos considerar, como exemplo, a operação de movimentação 
de terra, de acordo com Halpin e Woodhead (1998) seria necessário: caminhões, 
carregador frontal e solo (recursos). Pensando no ciclo do caminhão apenas, a 
forma gráfica (Figura 3), já incluído o estado, seria:
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
6
Retorno do 
caminhão 
vazio
Carregamento 
do caminhão
Atividade 
de esvaziar
Viagem do 
caminhão 
cheio
Espera 
na fila
FIGURA 3 – CICLO DO CAMINHÃO
FONTE: Adaptada de Halpin e Woodhead (1998)
Existem diversas formas de se modelar as estruturas operacionais de um 
projeto de construção e o modelista deve ser capaz de identificar, desenvolver, 
integrar e definir a inicialização das unidades de fluxo, ou seja, o desenho do 
ciclo de determinada atividade prevendo suas características lineares (exemplo: 
montagem de estruturas metálicas). 
Para aprender ou relembrar sobre modelagem das operações de construção, 
leia o Capítulo 11 do livro: HALPIN, Daniel W.; WOODHEAD, Ronald W. Administração da 
construção civil. Tradução Orlando Celso Longo e Vicente Custodio Moreira de Souza. 2. 
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
DICAS
Conhecer as operações e ciclos da obra permitem a elaboração assertiva de 
um canteiro de obras, cujo objeto principal serão as atividades administrativas, as 
destinadas ao uso dos funcionários e a armazenagem de materiais. 
As tarefas administrativas acompanharão o tamanho da obra, ou seja, 
quanto maior for, mais pessoas, processos e documentos estarão envolvidos. 
As áreas destinadas ao uso dos funcionários referem-se às instalações mínimas 
TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS
7
obrigatórias por leis vigentes e a armazenagem de materiais é o espaço destinado 
ao estoque seguro, evitando possíveis danos à saúde. Assim, pessoas e materiais 
deverão estar em ambientes diversos.
3 TIPOS E OS ELEMENTOS DE CANTEIROS
De acordo com Illigworth (1993 apud SAURIN; FORMOSO, 2006, p. 19), os 
canteiros de obras e suas respectivas características constam no Quadro 1: 
Tipo Descrição Exemplo
RESTRITO
(Tipo mais 
comum)
A construção ocupa o terreno completo 
ou uma alta porcentagem deste. Acessos 
restritos. Áreas delimitadas por meio de 
tapumes, muros e com um portão que dá 
acesso ao local.
Construções em 
áreas centrais da 
cidade, ampliações 
e reformas.
AMPLOS
A construção ocupa somente uma parcela 
relativamente pequena do terreno. 
Há disponibilidade de acessos para 
veículos e de espaço para as áreas de 
armazenamento e acomodação de pessoal. 
Geralmente apresenta grandes máquinas 
e necessita interação com outras entidades 
(exemplo: prefeitura, polícia, stakeholders 
etc.).
Construções de 
plantas industriais, 
conjuntos 
habitacionais 
horizontais e 
outras grandes 
obras como 
barragens 
ou usinas 
hidroelétricas.
LONGOS E 
ESTREITOS 
ou
Longitudinais
Pode ter características do amplo e do 
restrito, a diferença é a complexidade 
da organização física. São restritos 
em apenas uma das dimensões, com 
possiblidade de acesso em poucos pontos 
do canteiro. Geralmente estreito, dificulta 
o fluxo adequado de pessoas, materiais e 
equipamentos.
Trabalhos em 
estradas de ferro 
e rodagem, redes 
de gás e petróleo, 
obras pluviais e 
sanitárias urbanas.
QUADRO 1 – TIPOS DE CANTEIROS
FONTE: Adaptado de Illigworth (1993 apud SAURIN; FORMOSO, 2006, p. 19)
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
8
Observe que embora o canteiro de obra possua a característica “fi xa”, 
quando estamos falando de um canteiro do tipo longitudinal esse conceito merece 
atenção. Perceba que se a própria obra “anda”, o canteiro precisa acompanhar, 
como é o caso das obras rodoviárias.
O planejamento adequado do ambiente do canteiro se relaciona 
diretamente ao desempenho e à produção da obra. Assim, o layout deve ser 
elaborado considerando-se vários elementos, dentre eles:
Áreas de Vivência Áreas Operacionais
• Vestiário
• Instalações sanitárias
• Refeitório
• Cozinha
• Área de lazer
• Alojamento e lavanderia
• Ambulatório
• Escritório
• Portaria
• Depósitos
• Almoxarifados
• Central de concreto
• Central de argamassa
• Central de armação
QUADRO 2 – ÁREAS OPERACIONAIS X ÁREAS DE VIVÊNCIA
FONTE: A autora
4 PLANEJAMENTO, ELABORAÇÃO E PADRONIZAÇÃO
O canteiro de obras é como uma “fábrica” com diversas linhas de produção. 
Seu objetivo é possibilitar o andamento da obra através das áreas de vivência, 
do armazenamento de materiais, processamento, fi scalização e gerenciamento 
(LIMMER, 2008). As macroetapas de implantação de um canteiro de obras são:
FIGURA 4 – ETAPAS
FONTE: A autora
TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS
9
Quando se fala em planejamento de um canteiro, a compreensão deve 
ser de que estamos falando do planejamento do layout da obra, etapa em que é 
necessário realizar os seguintes passos de forma sistematizada:
• Análise preliminar de coleta de dados:
ᵒ Programa de necessidades do canteiro listando-se as instalações que deverão 
ser locadas.
ᵒ Defi nição técnica da obra listando-se as principais tecnologias construtivas 
adotadas, a fi m de que se possa ter claro quais serão os espaços necessários 
para a circulação, estocagem de materiais e áreas operacionais de produção.
ᵒ Cronograma de fases sequenciadas quanto aos eventos da execução da obra. 
Isso permite a alocação de recursos materiais no tempo certo e a estimativa 
das respectivas áreas de armazenagem. Nesse sentido, também poderão ser 
estimadas as quantidades de operários no início, pico máximo de pessoal e 
desmobilização do canteiro.
FIGURA 5 – MODELO DE CRONOGRAMA DE FASES
FONTE: A autora
ᵒ Consulta do orçamento por etapas. 
• Preparar o arranjo físico detalhado geral para identifi car a localização de cada 
equipamento ou instalação no canteiro.
• Detalhar as instalações contendo planejamento de funcionamento e estabelecendo 
padrões básicos da empresa (exemplo: armários dos vestiários, técnicas de 
armazenamento e cada material, tipo de pavimentação das vias de circulação de 
materiais e pessoas), local e forma de fi xação de plataformas de proteção. 
O planejamento de canteiros visa à obtenção da melhor utilização do 
espaço físico disponível, possibilitando a convivência segura e efi ciente entre 
homens e máquinas. Isso se dá por meio da minimização da movimentação de 
componentes, materiais e a própria mão de obra. Por ser um processo gerencial, 
 inclui etapas conforme esquema apresentado a seguir: 
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
10
FIGURA 6 – PROCESSOS GERENCIAIS
FONTE: A autora
Cada município brasileiro possui um Código de Obras e Edifi cações 
dispondo as regras gerais e específi cas para o licenciamento, execução, utilização 
e manutenção de obras e edifi cações considerando-se os limites dos imóveis. 
Tais especifi cações podem variar de um município para o outro, de acordo com 
Pinheiro e Crivelaro (2014a).
Éimportante que o canteiro de obras seja um ambiente organizado e 
cumpra as exigências legais. Dentre essas exigências se destacam (PINHEIRO; 
CRIVELARO, 2014b):
• Norma Regulamentadora – NR 18: sobre as condições e meio ambiente de 
trabalho na indústria da construção.
• PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
da Construção em estabelecimentos com 20 (vinte) ou mais trabalhadores.
Acesse os vídeos para ter uma melhor compreenção dos principais tópicos e 
avanços da NR 18 e do PCMAT ao longo do tempo:
• https://youtu.be/ATGBGiPYbh0?list=PLqFX82ErS1XjviaN--JgwaoG63s5206ji 
• https://youtu.be/DFMkypjglcU
DICAS
TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS
11
Um canteiro eficiente é aquele que atende plenamente à obra dentro 
dos prazos e custos do projeto. É resultante de um layout baseado no estudo 
prévio da modelagem e considerando aspectos que proporcionem um ambiente 
seguro, que possibilitem a padronização de tarefas, a minimização de distâncias, 
a adequada estocagem de materiais, a produtividade, a flexibilidade e áreas de 
vivências conforme legislação vigente (LIMMER, 2008).
Avaliar o tamanho do terreno, a localização, as condições do solo, 
disponibilidade e acesso aos serviços públicos, estacionamentos e instalações 
temporárias também são fatores importantes (PEURIFOY et al., 2015). 
Note que ao desenhar um arranjo físico é preciso ter a visão do todo. De 
acordo com Salgado (2018) e Mendonça e Daibert (2014) é fundamental:
• Verificar o entorno das obras para compatibilizar os horários com as atividades 
da vizinhança, se necessário.
• Fazer registro fotográfico do entorno da obra, visando destacar eventuais 
problemas existentes na vizinhança. Como exemplo, veja a Figura 7 destacando 
a avaria no azulejo:
FIGURA 7 – RELAÇÃO DE MEDIDA
FONTE: A autora
• Preparar o terreno retirando-se entulhos, obstáculos e realizando-se a limpeza 
de vegetação, com cuidado para não remover árvores indevidamente ou sem 
autorização.
• Adequar o terreno para a implementação da obra após estudos topográficos. 
Observar possíveis desníveis de terreno entre ambos para proceder com 
a devida proteção. Essa adequação é chamada de movimentação de terra, 
realizada a partir do corte e/ou escavação por meio de equipamentos como 
retroescavadeira (Figura 8); caminhões basculantes (Figura 9) e pá carregadeira 
(Figura 10):
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
12
FIGURA 8 – RETROESCAVADEIRA
FIGURA 9 – CAMINHÃO BASCULANTE
FIGURA 10 – PÁ CARREGADEIRA
FONTE: <https://funcionamientodemaquinas.fi les.wordpress.com/2017/09/c10782527.
jpg?w=360&h=270>. Acesso em: 18 jul. 2019.
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSLzlGv9Bqsrvp6FY5v4xXSX
QDlwtBT2JsKockE-VJtroF3-hYHLg>. Acesso em: 18 jul. 2019.
FONTE: <http://www.avesco-cat.lv/fi leadmin/user_upload/226D.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2019.
TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS
13
• Visando à segurança da obra, realizar fechamentos da área de construção. 
Habitualmente feito com tapumes e especificações de execução.
• Certificar-se na prefeitura da cidade, onde a obra será realizada, se existe um 
cadastro completo das redes subterrâneas correspondentes à água, ao esgoto, 
às telecomunicações e ao gás.
• Simplificar os acessos de entrada e saída de materiais e sua distribuição, 
considerando-se o fluxo de pedestres.
• Prever drenagens.
• Realizar as instalações básicas (água, luz, esgoto etc.).
Embora existam técnicas modernas para o arranjo físico do canteiro de 
obras, utilizando-se programas computacionais com capacidade de distinção 
entre duas ou mais soluções, técnicas tradicionais serão exploradas mais adiante. 
O profissional deve ter uma planta mais detalhada e, no mínimo, com 
uma escala de 1:100 da área onde a obra será realizada. 
De acordo com Limmer (2008), é importante que se disponha da planta 
que contém o arranjo geral da área, a planta do pavimento ou qualquer outra com 
a extensão do terreno e suas características plana e altimétrica. É recomendado, 
a partir de então, o uso de uma das técnicas a seguir para avaliar os cenários 
possíveis:
1. Recobrir o desenho em escala com uma folha de plástico transparente, 
e usando-se lápis cera, desenhar na folha de plástico uma primeira 
alternativa de localização das diferentes unidades componentes da 
“fábrica móvel”.
2. Recortar, em cartolinas coloridas e em escala, os diferentes elementos 
que compõem o canteiro e, por tentativas, determinar o melhor 
arranjo para os mesmos.
3. Como atualmente a maioria dos projetos são desenvolvidos em CAD, 
sobre o desenho do arranjo geral da obra, criar uma camada (layer) e 
sobre esta desenhar os diversos componentes do canteiro, podendo-
se usar uma camada para prédios, outra para equipamentos etc. 
todas em cores diferentes. Com isso, várias tentativas de arranjo de 
canteiro podem ser feitas, escolhendo-se, após cuidadosa análise, a 
que se mostrar mais conveniente (LIMMER, 2008, p. 179).
A seguir, conheça um layout de canteiro de obras rodoviárias (Figura 
11) e o canteiro de uma obra de construção de linha de transmissão de energia 
implantado e em funcionamento (Figuras 12 e 13): 
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
14
FIGURA 11 – LAYOUT DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: DNIT (2016, p. 9)
FIGURA 12 – VISTA DA ÁREA DE UM CANTEIRO DE OBRAS PARA CONSTRUÇÃO DE LINHA DE 
TRANSMISSÃO DE ENERGIA
FONTE: A autora
Desenhos
1 Escritório 10 Garagens
2 Seção Técnica 11 Ambulatório
3 Almoxarifado 12 Lavador
4 Depósito de Cimento 13 Equipe de Topografi a
5 Central de Armaduras 14 Posto de Combustível
6 Refeitório da Cozinha 15 Carpintaria
7 Alojamento 16 Área de Recreação
8 Banheiro e Vestiário 17 Guaritas
9 Ofi cina 18 Residências
TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS
15
FIGURA 13 – VISTA DO PÁTIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS PARA CONSTRUÇÃO DE LINHA DE 
TRANSMISSÃO DE ENERGIA
FONTE: A autora
Embora estrategicamente a padronização de procedimentos, áreas e 
atividades se destaque como uma ferramenta gerencial, na construção civil 
é importante avaliar quais serviços ou procedimentos podem e devem ser 
padronizados em uma obra. Essa avaliação deve considerar fatores como custo, 
repetição e, ainda, a semelhança entre as suas operações. 
A padronização traz consigo algumas oportunidades de melhorias na 
obra, como: diminuição do desperdício de materiais pelo reaproveitamento, 
facilidade de planejamento para novos layouts, fortalece a imagem da empresa 
no mercado, conformidade com os requisitos legais. 
De acordo com Saurin e Formoso (2006), especificamente na instalação de 
canteiro, a padronização traz benefícios relativos à redução de perdas materiais 
por melhor reaproveitamento; facilidade para planejar o arranjo físico dos novos 
canteiros e ainda contribui para consolidação da imagem no mercado (o canteiro 
é visto como uma espécie de “cartão de visitas”), conformidade com requisitos 
legais e elaboração de modelo básico de PCMAT.
As etapas de padronização dos canteiros variam, geralmente, até três meses 
e consideram uma espécie de PDCA (Planejamento, Desenvolvimento, Controle e 
Ação). Nesse sentido, primeiramente são levantadas todas as obras da empresa, 
analisadas as viabilidades técnicas e financeiras da organização, discutidos os 
padrões existentes e definidas as possibilidades de padronização. Discute-se, 
altera-se e elabora-se manuais e planos para posterior implementação e controle 
das ações. Para as áreas de vivência, não se esqueça que a NR 18 (BRASIL, 2008) 
é a norma que norteia o tema. 
16
Neste tópico, você aprendeu que:
• A modelagem na construção civil é uma das bases para a elaboração do canteiro 
de obras.
• O sucesso de um canteiro depende do seu adequado planejamento e mensuração 
de diversos aspectos. 
• Um arranjo físico de canteiro de obras segue método específico para sua 
elaboração.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 “As transformações da rede urbana brasileira durante as décadas de 1940 e 
de 1950, bem como as dimensões físico-territoriaisdas cidades demandavam 
novos instrumentos urbanísticos que superassem a visão voltada unicamente 
para o controle de uso do solo urbano. A importância do Seminário da 
Habitação e da Reforma Urbana, em 1963, residia, portanto, no fato de 
assumir a questão habitacional não mais como uma política setorial urbana, 
mas como uma parte significativa do lócus da produção e da reprodução 
social de seus habitantes”. 
FONTE: QUINTO JÚNIOR, L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas. Revista 
Estudos Avançados. São Paulo, v. 17, n. 47, jan./abr. 2003. Disponível em http://www.scielo.br/
pdf/ea/v17n47/a11v1747.pdf. Acesso em: 19 set. 2019.
Com base em nossos estudos e no trecho anterior, assinale a alternativa correta:
a) ( ) O código de obras e edificações visa ao estabelecimento de condições de 
meio ambiente e de trabalho para os operários e engenheiros de campo.
b) ( ) O código de obras e edificações é um número obtido nas prefeituras para 
identificação de uma construção e processamento do registro de imóveis.
c) ( ) O código de obras e edificações visa ao ordenamento urbano por meio 
de regras e normas, estabelecendo procedimentos para uso e ocupação do 
solo.
d) ( ) O código de obras e edificações se refere ao número de controle 
constante no documento de propriedade e hereditariedade de um terreno.
e) ( ) O código de obras e edificações somente se aplica a construções de 
edifícios, havendo legislação específica para a construção de casas de um 
pavimento.
2 Sobre a modelagem CYCLONE – CYCLic Operations Network – é correto 
afirmar:
a) ( ) Nesta técnica o objetivo é realizar análise de atividades repetitivas, ou 
seja, cíclicas, visando ao alcance de uma produção mais uniforme e eficiente.
b) ( ) Trata-se de modelagem trabalhosa, pois cada elemento do modelo 
possui um conjunto de atributos associados, tornando-a difícil e demorada.
c) ( ) A modelagem CYCLONE inicia-se com um tema central e evolui através 
de linhas ou “ramos” relacionando os subtópicos de construções industriais.
d) ( ) É uma ferramenta que analisa as causas e efeitos de uma ação, servindo 
para verificação de uma ocorrência quando há problemas de segurança na 
obra.
e) ( ) Visa analisar o espaço físico e suas características espaciais. O uso da 
técnica é recomendado apenas em canteiros longitudinais em função das 
restrições existentes.
AUTOATIVIDADE
http://www.scielo.br/pdf/ea/v17n47/a11v1747.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ea/v17n47/a11v1747.pdf
18
19
TÓPICO 2
INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A garantia de necessidades básicas quanto à higiene e segurança do 
trabalho se traduzem em um aumento da produtividade e queda de acidentes na 
construção civil. Com o advento da Norma Regulamentadora nº 18, as condições 
obrigatórias nos canteiros de obra trouxeram bons resultados.
A NR nº 18 estabelece diretrizes administrativas, de planejamento e 
organização (BRASIL, 2008). Já o PCMAT é um programa de prevenção e riscos 
ambientais, que visa à redução ou eliminação de acidentes em uma obra. Um 
exemplo seria o cuidado com relação à boa iluminação em obras noturnas.
Apesar de culturalmente ainda existirem profissionais da construção 
civil que desconsideram a importância da manutenção e limpeza no canteiro de 
obras, associada a essa dificuldade são desenvolvidos programas de educação, 
sinalização, premiação e conscientização dos benefícios da mudança de 
comportamento.
Isso é fundamental não só nas áreas de vivências, mas no âmbito 
operacional. O cuidado na armazenagem e transporte dos materiais, a organização 
e limpeza do ambiente da obra podem evitar acidentes e traduzir-se em aumento 
da segurança do trabalho, redução de custo e tempo.
Além dos recursos humanos existem preocupações também quanto ao 
uso de tecnologias e equipamentos. Para que se faça a escolha mais assertiva é 
importante reconhecer o portfólio existente, avaliar as experiências vivenciadas 
pela empresa, analisar o custo-benefício das escolhas baseando-se em cenários.
Os cenários permitem compreender as implicações das escolhas e, a 
partir de incertezas, tomar as decisões que mais se adéquem ao tipo de obra, 
aos objetivos a que se destinam, aos investimentos necessários e aos riscos. De 
fato, certos acontecimentos podem não ser evitados, mas a tentativa de antevê-los 
propicia uma visão mais global do empreendimento.
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
20
2 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS
As áreas de vivência, previstas na NR 18, são áreas destinadas ao uso 
dos funcionários da obra. Os canteiros devem dispor de: instalações sanitárias, 
vestiários, local para refeições, cozinha, ambulatório se houver mais de 50 
operários e, ainda, para os funcionários residentes o alojamento, lavanderia, 
área de lazer. As respectivas áreas deverão ser constantemente conservadas, 
dedetizadas e limpas, assegurando os requisitos mínimos de conforto e higiene 
(BRASIL, 2008). A seguir serão desenvolvidos os conceitos de acordo com Yazigi 
(2009). 
2.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
São as áreas destinadas ao asseio corporal e necessidades fisiológicas 
de excreção. Devem ser mantidas em pleno estado de conservação, desprovida 
de odores, especialmente durante a jornada laboral. Suas paredes devem 
ser resistentes e laváveis, assim como o piso também deve ser lavável e não 
escorregadio.
Havendo homens e mulheres na obra, os banheiros devem ser 
independentes. A sua instalação não deve ligar-se a áreas destinadas às refeições 
e devem ser iluminados e arejados. As instalações elétricas devem ser protegidas 
e ter pé-direito conforme determinado no Código de Edificações do município da 
obra.
Um único conjunto de lavatório, vaso sanitário e mictório (Figura 14) deve 
atender a cada grupo de 20 trabalhadores ou fração. Já os chuveiros (Figura 15), 
na proporção de um para cada grupo de 10 funcionários.
FIGURA 14 – BANHEIRO E LAVATÓRIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: A autora
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS
21
FIGURA 15 – CHUVEIRO DO CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: A autora
Os lavatórios (Figura 14) podem ser individuais ou coletivos, possuir 
torneira e estar a uma altura de 90 cm a contar do piso. Devem estar ligados à 
rede de esgotos, quando houver, e revestimento liso, impermeável e lavável. 
O gabinete sanitário deve ter área minima de 1 m2, ter trinco para 
fechamento da porta garantindo a invidualidade, ter lixeira com tampa e papel 
higiênico disponível. Os vasos devem ser do tipo bacia turca ou de assento, 
sifonados, com descarga. Os mictórios devem ficar na altura máxima de 50 cm 
do piso e ambos devem estar ligados à rede de esgotos ou fossa séptica, com 
interposição de sifões hidráulicos
Os chuveiros devem estar instalados em uma área de 0,80 m2 com altura 
de 2,1 m do piso. Deve ter o escoamento para a rede de esgoto, não ter piso 
escorregadio, ter suporte para sabonete e cabide para toalhas.
 
2.2 VESTIÁRIOS
Deverá ter um vestiário para troca de roupas dos trabalhadores não 
residentes em obras (Figura 16). O ambiente deve possuir paredes de alvenaria, 
madeira ou material equivalente, cobertura, ser arejado e iluminado, ter armários 
individuais com dispositivo de cadeado e o pé-direito conforme determinado no 
Código de Edificações do município da obra. 
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
22
FIGURA 16 – VESTIÁRIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: <https://www.grupovendap.com.br/images/modulo-para-vestiarios-01.jpg>. Acesso em: 
20 set. 2019.
2.3 ALOJAMENTOS
Os alojamentos do canteiro de obras devem ter paredes de alvenaria e 
piso cimentado ou materiais equivalentes. Possuir ventilação 1/20 da área do 
piso, iluminação, ter área mínima de 3 m2 por módulo cama/armário, pé-direito 
mínimo de 2,5 para camas simples ou 3 m para camas duplas. Não ser instalado 
em subsolos ou porões e instalações elétricas protegidas. Veja exemplos nas 
fi guras 17, 18 e 19:
FIGURA 17 – VISÃO EXTERNA DO ALOJAMENTO DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: A autora
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROSDE OBRAS
23
FIGURA 18 – VISÃO INTERNA DO ALOJAMENTO DE UM CANTEIRO DE OBRAS (1)
FIGURA 19 – VISÃO INTERNA DO ALOJAMENTO DE UM CANTEIRO DE OBRAS (2)
FONTE: A autora
FONTE: A autora
2.4 LOCAL PARA REFEIÇÕES E COZINHA
O local para refeições precisa ser fechado e isolado da obra, possuir piso 
lavável e cobertura (Figura 20). Deve possuir capacidade para atender a todos os 
operários durante as refeições, ser arejado, iluminado e com lavatório próximo 
ou no interior. Assim como os alojamentos, não deve estar situado em subsolos 
ou porões. 
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
24
FIGURA 20 – ÁREA INTERNA DO REFEITÓRIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: A autora
Independentemente da existência de cozinha, todo canteiro terá um local 
específico para o aquecimento das refeições. Também deve estar garantido o 
fornecimento de água potável, filtrada e fresca (Figura 21).
FIGURA 21 – BEBEDOUROS DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: A autora
Havendo cozinha em um canteiro de obras, é preciso que haja ventilação 
para exaustão dos vapores, pé-direito conforme disposto no Código de Edificações, 
pia para lavar os alimentos e utensílios. Aos encarregados da cozinha devem 
ser asseguradas instalações sanitárias de uso exclusivo. Para a preservação dos 
alimentos, equipamentos de refrigeração.
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS
25
2.5 LAVANDERIA 
Deve ser um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o 
trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal (Figura 
22). O local deve conter tanques individuais ou coletivos em número adequado.
FIGURA 22 – LAVANDERIA DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: A autora
2.6 AMBULATÓRIO 
Havendo 50 ou mais funcionários em uma obra, deverá ser habilitado um 
ambulatório com profi ssional e materiais de primeiros socorros.
2.7 ÁREA DE LAZER 
Local previsto para recreação dos trabalhadores, podendo ser usado o 
local de refeições para este fi m, conforme Figura 23:
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
26
FIGURA 23 –p ÁREA DE LAZER DE UM CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: A autora
Sobre a tipologia das instalações provisórias é preciso avaliar sempre o 
custo de aquisição, implantação, manutenção, possibilidade de reaproveitamento, 
durabilidade, facilidade de montagem e desmontagem, isolamento térmico 
e impacto visual (SAURIN; FORMOSO, 2006). Pode ser em alvenaria, sistema 
racionalizado em chapas de compensado e o sistema de containers.
A instalação provisória em alvenaria é mais interessante quando o 
ambiente pode ser aproveitado após a finalização da obra. Assim, dependendo 
da análise realizada, algumas obras optam por alugar espaços já prontos como 
pousadas e condomínios para a instalação dos funcionários durante a realização 
do projeto.
De acordo com Saurin e Formoso (2006, p. 51), um sistema racionalizado 
em chapas de compensado representa:
[...] um aperfeiçoamento dos barracos em chapa de compensado 
comumente utilizados, de forma a aumentar o seu reaproveitamento 
e facilitar a sua montagem e desmontagem. O sistema racionalizado 
constitui-se de módulos de chapa de compensado resinado, com 
espessura mínima de 14 mm, ligados entre si por qualquer dispositivo 
que facilite a montagem e a desmontagem, tais como parafusos, 
dobradiças ou encaixes. Os seguintes requisitos devem ser considerados 
na concepção do sistema: (a) Proteger as paredes do banheiro contra 
a umidade (requisito da NR-18), revestindo-as, por exemplo, com 
chapa galvanizada ou pintura impermeável. Com o mesmo objetivo, 
é recomendável que o piso dos banheiros seja feito em contrapiso 
cimentado, e não em madeira; (b) Prever módulos especiais para 
portas e janelas. As janelas preferencialmente devem ser basculantes, 
garantindo iluminação natural à instalação; (c) Fazer a cobertura dos 
barracos com telhas de zinco, as quais são mais resistentes ao impacto 
de materiais se comparadas às telhas de fibrocimento. Além de usar 
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS
27
telhas de zinco, pode ser necessária a colocação de uma proteção 
adicional sobre os barracos, como, por exemplo, uma tela suspensa 
de arame de pequena abertura; (d) Pintar os módulos nas duas faces, 
assim como selar os topos das chapas de compensado, contribuindo 
para o aumento da durabilidade da madeira. (e) Prever opção de 
montagem em dois pavimentos, já que esta será uma alternativa 
bastante útil em canteiros restritos. Um problema que pode surgir ao 
planejar-se um sistema com dois pavimentos é a interferência com a 
plataforma principal de proteção. Nesse caso, uma solução que tem 
sido aceita pela fiscalização é o deslocamento da plataforma para a laje 
imediatamente superior, somente no trecho em que existe interferência.
O mesmo sistema descrito poderia também ser feito com chapas 
metálicas galvanizadas, tomando-se o cuidado adicional, neste caso, 
de acrescentar algum tipo de isolamento térmico às paredes, como por 
exemplo, placas de isopor acopladas às mesmas. Deve-se estar atento 
ainda, para o fato de que o sistema apresentado pode ser aproveitado 
também em áreas cobertas. Nesse caso, os únicos componentes do 
sistema a serem usados são os módulos de parede.
Em relação ao sistema de containers, Saurin e Formoso (2006, p. 53) 
consideram uma prática comum em países desenvolvidos e afirmam que: 
Mesmo possuindo um alto custo de utilização devido às dificuldades 
para manter um bom nível de conforto térmico o que exige a aquisição 
de uma grande quantidade de aparelhos de ar-condicionado os 
containers possuem diversas vantagens listadas abaixo: a) Rapidez no 
processo de montagem e desmontagem; b) Reaproveitamento total da 
estrutura; c) Possibilidade de diversos arranjos internos. 
Hoje em dia, o mercado para aquisição de container (aluguel e venda) 
é bastante grande e diversificado, o que facilita a sua negociação, 
modos de execução e de entrega como container já montado ou 
somente de entrega de seus componentes para montagem na obra. 
Tendo esta variedade de possibilidades de instalações (Tradicional 
racionalizada, containers e alvenaria), cabe ao responsável pelo 
planejamento determinar qual é a melhor opção para o canteiro em 
questão. Para a tomada da decisão, certos itens devem ser avaliados e 
compatibilizados visando ao melhor aproveitamento do canteiro em 
questão, como: a) Duração da obra; b) Pico máximo de funcionários que 
utilizaram as instalações; c) A vida útil dos materiais que podem ser 
utilizados para instalação; d) O custo dos materiais (compra/aluguel); 
e) Facilidade de montagem e reaproveitamento; f) Custo de instalação. 
Compatibilizando todos estes itens, considerando a experiência e 
vivência em obras do engenheiro responsável será possível determinar 
qual é a melhor alternativa para o canteiro em estudo. 
 
3 MANUTENÇÃO E LIMPEZA
Tanto a manutenção quanto a limpeza são fatores que contribuem para a 
saúde e a segurança dos trabalhadores da obra. Organizar o ambiente, sinalizá-
lo e orientar a todos os envolvidos sobre a necessidade de se manter o local de 
trabalho deve ser tarefa constante.
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
28
Existe programa de manutenção da organização do canteiro, que estabelece 
rotinas de limpeza e organização com dias e horários marcados. Programas dessa 
natureza visam à redução do desperdício e maximização da eficiência quanto ao 
melhor uso do espaço disponível.
Em algumas obras são utilizados os conceitos da teoria de 5S, que de 
acordo com o Slack (2018, p. 582) consiste:
1. Separe (seiri) – Elimine o que não é necessário e mantenha o 
necessário. 
2. Organize (seiton) – Posicione as coisas de tal forma que sejam 
facilmente alcançadas sempre que necessário. 
3. Limpe (seiso) – Mantenha tudo limpo e arrumado; nenhum lixo ou 
sujeira na área de trabalho. 
4. Standardize (seiketsu) – Mantenha sempre a ordem e a limpeza – 
arrumação permanente.
 5. Sustente (shitsuke) – Desenvolva comprometimento e orgulho em 
manter padrões.
Embora ainda existam profissionais da construção civil que nãopriorizam 
esse tipo de ideia, em algumas obras a gestão do canteiro se mostra mais eficaz 
quando há treinamentos, metas, avaliações de desempenho e premiações. Todo 
esse movimento parece motivar os trabalhadores a manter o ambiente mais limpo 
e organizado.
Acesse o canal do SESI no Youtube e assista ao vídeo sobre a importância da 
ordem e limpeza em uma obra, disponível no endereço: https://youtu.be/g-orDfcHI3E. Nele 
é relatado sobre como as práticas de proteção, ordem e higiene garantem a segurança e 
melhoram a qualidade dos serviços.
DICAS
4 ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE 
MATERIAIS
De acordo com Arbache (2011), uma das atividades mais importantes, 
em qualquer que seja o negócio, é a gestão dos estoques. O local das instalações 
de armazenagem de materiais em canteiros de obras desempenha grande papel 
no processo logístico conforme pode ser observado nas operações básicas de 
funcionamento constantes na Figura 24:
https://youtu.be/g-orDfcHI3E
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS
29
FIGURA 24 – OPERAÇÕES DE ARMAZENAGEM
FONTE: Adaptado de Arbache (2011)
Podemos listar várias funções do estoque de materiais, dentre elas, 
agilizar e manter ininterrupta as operações, garantir melhores preços de compra 
por riscos relacionados à infl ação, economia no valor do frete e possibilidade de 
desconto no valor unitário em compras por atacado.
Os materiais em canteiros de obras podem ser classifi cados em perecíveis, 
especiais e de acabamento. Os materiais perecíveis, como cimento, cal e gesso 
devem ter depósitos específi cos, sem umidade, com ventilação e empilhados em 
piso elevado do solo. Os especiais, como as tintas, ferragens, fi ação etc. são caros 
e deterioram com facilidade. Já os materiais de acabamento, como exemplo as 
peças sanitárias e azulejos são armazenados posteriormente em local apropriado 
após os vedos.
O atendimento da demanda em cada fase do canteiro deve ser realizado 
por meio do acompanhamento do cronograma da obra. Com antecedência 
devem ser defi nidas a disposição dos equipamentos fi xos e determinadas as áreas 
de estocagem. Por vezes, um lugar poderá armazenar materiais diferentes, em 
ocasiões diferentes. Veja alguns exemplos de áreas necessárias para a adequada 
estocagem de alguns insumos da construção no Quadro 3: 
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
30
Material Quantidade Características do Estoque Área (m2)
Cimento 200 sacos Pilhas com 10 sacos 8,4
Cal 200 sacos Pilhas com 15 sacos 4,8
Areia 10 m3 Altura média de 0,8 m 12,5
Bloco 14x19x39 1000 un. Altura média de 1,6 m 7,5
Argamassa Intermediária 1 m3 Altura média de 0,3 m 3,5
Chapas de Compensado 75 chapas Até 75 chapas 4,5
Argamassa industrial 100 sacos Pilhas com 10 sacos 4,2
Madeira Serrada 320 m linear Altura média de 0,6m 6
Azulejo/Cerâmica 100 m2 Altura média de 1,6m 4
QUADRO 3 – ÁREAS NECESSÁRIAS PARA ESTOQUE
FONTE: Souza e Franco (1997, p. 12)
Uma das questões que envolvem a movimentação dos materiais é a 
escolha da tecnologia mais adequada ao transporte na obra. Mas qual será a 
melhor? Como defini-la com exatidão? Bem, o ideal é que a empresa que precisa 
tomar essa decisão tenha um portfólio de equipamentos passíveis de utilização e 
o registro das suas experiências com tais tecnologias.
O transporte de materiais pode ser horizontal, vertical e misto conforme 
alguns exemplos a seguir:
Horizontal Vertical Misto – Vertical e 
Horizontal
• Carrinho de mão
• Jerica
• Porta-palete
• Bob-cat
• Dumper
• Talha
• Guincho de coluna
• Elevador (pessoas e materiais)
• Balancim fachadeiro
• Guindaste
• Guindaste
• Bomba de concreto
• Grua
QUADRO 4 – TRANSPORTES X ORIENTAÇÃO
FONTE: Adaptado de Mendonça e Daibert (2014)
Sabendo-se que existem diferenciadas opções de composição para o 
sistema de transporte de uma obra, para a definição devem ser analisadas questões 
como a capacidade, funcionalidade, o custo de instalação e geometria do canteiro. 
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS
31
Para entender a diferença entre cada equipamentos de pequeno, médio e 
grande porte, leia: MENDONÇA, A. V.; DAIBERT, J. D. Equipamentos e instalações para 
construção civil. São Paulo: Érica, 2014.
DICAS
As datas de entrada, utilização e saída dos equipamentos devem estar 
bem defi nidas, principalmente quando este for alugado. Os acessos e o espaço 
para movimentação desimpedidos para que os equipamentos de guindar e 
transportar possam ser manuseados com segurança (YAZIGI, 2009). A seguir, 
apresentamos um indicador grosseiro da capacidade de uma grua para que você 
possa compreender alguns parâmetros de análise para escolha: 
Equipamento Duração de 1 
ciclo
Capacidade/
Ciclo
FIGURA – GRUA
FONTE: <https://www.casadaqualidade.
com.br/wp-content/uploads/2018/10/
constru%C3%A7%C3%B5es-contemporaneas-
768x576.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2019.
5 minutos
0,5 m3 concreto
8 m2 de 
alvenaria
200 kg de aço
QUADRO 5 – EQUIPAMENTO X CICLO X CAPACIDADE
FONTE: Adaptado Souza e Franco (1997)
No exemplo dado, observe que pelo porte do equipamento, aspectos 
geométricos do terreno, a distância das construções vizinhas e a agilidade nos 
transportes de materiais serão determinantes para sua escolha, tanto quanto a 
complexidade de montagem e desmontagem.
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
32
Ao utilizar qualquer equipamento é importante que a capacidade máxima 
seja consultada junto ao fabricante. Todos os equipamentos de transportes devem 
ser dimensionados por profissional habilitado, bem como realizada vistoria 
prévia quanto à capacidade da carga real, altura de elevação e a conservação do 
equipamento (YAZIGI, 2009).
Acesse os seguintes links do canal do SESI na plataforma Youtube para saber 
mais sobre a utilização e movimentação de gruas e transporte de cargas em geral na 
construção civil. Lá são apresentados exemplos, dicas e orientações:
• https://youtu.be/pQ7oVUeKXIA - Gruas.
• https://youtu.be/kyCCS-OJiZ4 - Movimentação de cargas e pessoas.
• https://youtu.be/ELAZlDuPnyY - Transporte e levantamento de carga.
• https://youtu.be/jiGS7EBx0k0 - Transporte manual de cargas.
DICAS
https://youtu.be/pQ7oVUeKXIA
https://youtu.be/kyCCS-OJiZ4
https://youtu.be/ELAZlDuPnyY
https://youtu.be/jiGS7EBx0k0
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Instalações provisórias são obrigatórias pela NR 18.
• Manutenção e limpeza no canteiro de obras garantem a segurança e higiene no 
local de trabalho.
• Gestão de estoque e transporte de materiais refletem em custo e tempo na obra, 
portanto, deve ser tratada com atenção.
34
1 “[...] Por mais elaborado que seja um programa de Segurança e Saúde no 
Trabalho e por melhores que sejam as ferramentas por ele disponibilizadas 
para o diagnóstico e a solução dos riscos do trabalho, se não houver 
disposição e participação compromissada de todos os envolvidos em suas 
ações, especialmente do corpo gerencial da empresa, os resultados por ele 
produzidos serão limitados, tanto do ponto de vista quantitativo, quanto 
qualitativo”.
FONTE: OLIVEIRA, J. C. Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida. 
São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 17, n. 2, abr./jun. 2003. Disponível em: http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200002. Acesso em: 10 
ago. 2019.
Com base em nossos estudos e na reflexão apresentada sobre o PCMAT ou 
NR18 é correto afirmar que:
a) ( ) A NR 18 estabelece direitos e obrigações dos operários, dentre elas, a 
conferência e adequação proativa do EPI ao serviço a ser executado.
b) ( ) O PCMAT deve ser desenvolvido por profissional da área de Segurança 
do Trabalho quando a obra possuir 20 ou mais funcionários.
c) ( ) A CIPA tem por objetivo prever acidentes e doenças em estabelecimentos 
com 10 funcionários. 
d) ( ) O PCMAT deve ser desenvolvido por qualquer engenheiro experiente 
em obras sem registros de sinistros e com qualquer quantidade de 
funcionários.
e) ( ) A NR 18 dispõe que instalações elétricas devem ser construídas, 
montadas, operadas,reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas 
por todos diariamente.
2 A armazenagem de materiais no canteiro de obras pode ser entendida como 
uma atividade de planejamento e organização das operações destinadas a 
manter e a abrigar adequadamente os itens de material, mantendo-os em 
condições de uso até o momento de sua demanda efetiva na construção. 
Sobre a armazenagem de materiais em obras, é correto afirmar que:
a) ( ) Os materiais devem ser armazenados em local que não prejudique o 
trânsito de pessoas e nem obstrua acessos, podendo ir até o limite de altura 
do operário que realizar a armazenagem, desde que não ultrapasse 1,80 m.
b) ( ) Os materiais devem ser armazenados em local que não prejudique 
o trânsito de pessoas e nem obstrua acessos, podendo o almoxarifado ter 
apenas uma divisória simples para separação dos materiais tóxicos dos não 
tóxicos.
AUTOATIVIDADE
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200002
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200002
35
c) ( ) Receber e definir a posição dos materiais no canteiro é responsabilidade 
do operário de plantão no ato da entrega. Já o controle de cada material 
durante a obra é realizado pelo engenheiro civil presente diariamente no 
almoxarifado.
d) ( ) Materiais de grande comprimento ou tamanhos devem ser arrumados 
empilhados na vertical se tiverem 60 cm e na horizontal em tamanhos maiores 
que 60 cm. Faz-se uma espécie de cinta para que não haja tombamentos.
e) ( ) Os materiais devem ser armazenados em local que não prejudique o 
trânsito de pessoas e nem obstrua acessos, não podendo ser empilhados 
diretamente sobre piso instável, úmido ou desnivelado.
36
37
TÓPICO 3
LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Locar uma obra significa iniciar o processo de transferência de tudo o que 
foi projetado para a realidade. Esta é uma fase importante, considerada a base 
física das medidas correspondentes à edificação que será construída.
Os trabalhos em terra somente poderão ser iniciados após autorização 
dos órgãos competentes, com documentos específicos, auxílio de equipamentos, 
ferramentas e profissionais especializados. 
Considera-se importante utilizar equipamentos eletrônicos como o nível 
a laser e estação total em obras mais complexas, pois, por meio da topografia, é 
possível obter resultados mais confiáveis e seguros. 
Erros de esquadro ou medidas na etapa de locação proporcionam 
marcações diferentes das especificadas em projeto, o que pode gerar perdas em 
função do retrabalho, desperdício de materiais, aumento de custo e até mesmo 
demolição, caso o erro não seja verificado antes da etapa construtiva. 
Os tipos de locação mais comuns são os de cavalete ou tábua corrida, sendo 
a primeira mais indicada para obras de menor porte por sua vulnerabilidade e 
custos menores, enquanto a segunda para obras maiores e que exigem precisão 
absoluta nas marcações.
Neste tópico, você verá o fluxo de atividades comuns à locação de obras 
e aprenderá sobre termos rotineiramente utilizados durante a locação. Também 
poderá explorar as tecnologias atualmente utilizadas nesta fase da obra e uma 
breve introdução sobre os métodos de locação.
 
2 DEFINIÇÕES BÁSICAS
A locação da obra é o processo de transferência das informações do projeto 
para o terreno. É nessa etapa que tudo é marcado com detalhamento e precisão, 
visto que quaisquer erros podem prejudicar o andamento das demais fases da 
obra.
38
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
Na locação são marcados os recuos, a exata posição do prédio, fundações, 
alicerces, paredes, afastamentos, aberturas etc. Para que isso seja realizado 
adequadamente é preciso considerar dentre vários aspectos: as dimensões do 
terreno, o levantamento topográfico, a extensão da obra e a presença do arquiteto 
ou engenheiro responsável.
Quaisquer erros na etapa de topografia, seja natural, instrumental ou 
humana no dimensionamento do projeto poderá ocasionar aumento de tempo e 
desperdício de materiais. Além disso, a locação é fundamental em etapas como, 
por exemplo: montagem de estruturas, marcação de alvenarias e passagem 
de instalações elétricas e tubulações. Erros na montagem da estrutura podem 
ocasionar patologias e até colapso em elementos estruturais, já na marcação de 
alvenaria afetar o uso de determinados cômodos.
O terreno da construção de um edifício deve ser identificado, localizado 
e demarcado com perfeição, conforme limites estabelecidos na escritura pública 
de compra e venda. Respeitando-se o projeto de locação, é comum ter, como 
referência, aspectos como: alinhamento da rua, ponto devidamente sinalizado 
pelo topógrafo, edificações vizinhas e até o poste de alinhamento do passeio, uma 
lateral do terreno.
Atendidos os requisitos legais junto aos órgãos competentes, parte-se 
para a etapa executiva em que é realizada a limpeza e escavação do terreno até a 
proximidade das cotas definidas. É importante que esta fase seja acompanhada 
por profissionais especializados em topografia, pois são necessários equipamentos 
adequados (estação total, nível a laser etc.) para fazer a definição da referência de 
nível (RN) e a conferência dos eixos, divisas, distâncias e alinhamento da rua.
A escolha do tipo de locação deve ser analisada com base no 
empreendimento que se pretende construir. A locação, como etapa fundamental, 
promove uma qualidade na obra e auxilia o cumprimento do que foi orçado e 
planejado em termos de prazo.
Se você considerar obras grandes, ou seja, acima de dois pavimentos ou 
mesmo com subsolo, é recomendado investir no serviço de locação topográfica, 
não só pelas marcações iniciais, mas também para acompanhar o decorrer da 
obra, através da locação dos elementos estruturais subsequentes e traduzindo-
se em conformidade da edificação. Resumidamente, as etapas executivas para a 
locação de uma obra são:
TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS
39
FIGURA 25 – FLUXO DA LOCAÇÃO DE OBRA
FONTE: A autora
Alguns termos são comumente usados na obra, são eles:
Termo Signifi cado
Cota de 
arrasamento ou 
de respaldo
 É a cota da face superior das estacas ou sapatas.
Esquadros
São gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40 
e 50 cm, ou 60, 80 e 100 cm, ou ainda, 90, 120 e 150 cm. Para 
esquadros maiores pode-se usar trenas com lados de 3, 4 e 5 
metros ou mais.
Piquetes Pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de execução de um elemento estrutural.
Pontalete Qualquer peça de madeira utilizada para apoio, escora. 
Pontos notáveis
Pontos de referência iniciais, como, por exemplo, alinhamento 
de parede de edifi cação vizinha, alinhamento predial, marco 
topográfi co, árvore, poste etc.
Testemunhos Marcos de concreto que geralmente marcam a existência de um piquete para realizar conferências no gabarito.
Tolerância É o erro admitido em uma medida.
Triangulação Verifi cação do esquadro com os triângulos retângulos.
FONTE: A autora
QUADRO 6 – TERMOS CORRIQUEIROS
40
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
Erros graves de locação podem resultar na demolição de estruturas.
IMPORTANT
E
3 REQUISITOS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS
Para executar cada uma das etapas da obra é preciso o uso de técnicas, 
parâmetros e orientações. Os documentos de referência para iniciar o procedimento 
de execução de trabalhos em terra são: projeto de prefeitura, levantamento 
planialtimétrico e projetos de fundação e arquitetônico executivo de implantação 
(YAZIGI, 2009).
O projeto de prefeitura também é conhecido como Projeto Legal, 
Aprovação na Prefeitura, Alvará de Construção e Habite-se. Para conseguir sua 
aprovação, o importante é conter todas as informações suficientes para a efetiva 
construção. Em termos gerais, um projeto padrão deve conter minimamente a 
planta baixa, dois cortes, duas elevações, planta de locação, planta de cobertura e 
planta de situação (PINHEIRO, 2014b; NETTO, 2014). 
A planta baixa corresponde a um cortefeito por toda a edificação à meia 
altura, para que, a partir da visão vertical, seja possível a análise da distribuição 
das paredes, pisos e cerâmicas. Os cortes são desenhos que devem permitir 
entender o telhado e outros elementos estruturais como lajes, vigas, espessuras 
de parede, contrapiso até chegar na terra, detalhamentos cerâmicos em cozinhas 
e banheiros. As elevações se relacionam às fachadas, às vistas externas (NETTO, 
2014). 
As plantas de coberturas mostram o tipo de cobertura da obra, os tipos de 
telhas, as direções das águas dos telhados e suas respectivas inclinações. A planta 
de locação mostra como a edificação está locada no terreno que será construído. 
Pode ser feito em conjunto com a planta de cobertura. A planta situação mostra 
como a obra está localizada em relação à vizinhança, como é o seu entorno, 
quais são as ruas que fazem frente, fundo e laterais e qual lote da quadra ela está 
localizada (NETTO, 2014). 
O importante é compreender que cada município brasileiro possui uma 
legislação que visa organizar as regras de uso e ocupação do solo da cidade e 
setores específicos para realização de trâmites legais. Essas regras normalmente 
estão dispostas em um plano diretor, código de obras, lei do uso e ocupação do 
solo e lei de zoneamento urbano. Cada termo desses pode variar, mas visam à 
regulamentação (BRASIL, 2001).
TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS
41
No zoneamento urbano o objetivo é estabelecer quais áreas são dedicadas 
ao comércio, residências, uso misto, habitação de interesse social, áreas industriais 
etc. Com relação ao código de obras, você encontrará critérios da construção em si. 
Como exemplo, informações sobre iluminação necessária, ventilação, espessura 
mínima de paredes de divisa etc. (BRASIL, 20--). 
Com relação à lei de uso e ocupação do solo, já levando em consideração 
o zoneamento das cidades você vai entender qual percentual de área permeável 
mínima deve haver no projeto, área construída, taxa de ocupação máxima de 
construção no tal terreno, em outros. Essas serão informações que constarão na 
escritura do seu imóvel no Registro Geral de Imóveis e no IPTU – Imposto Predial 
Territorial Urbano futuramente (SÃO PAULO, 2001).
Para enviar à prefeitura para análise, o projeto deve conter o endereço 
completo da obra, zoneamento, destinação do uso da obra, quem são os 
proprietários, quem é o responsável técnico pelo projeto, a planta de situação 
e locação, tabela contendo área total construída, área total permeável e taxa de 
ocupação dessa obra em relação ao terreno (SÃO PAULO, 2001).
Cumprindo todos os requisitos técnicos, junto aos desenhos e informações 
apresentadas à prefeitura, devem constar no kit os documentos comprobatórios 
de propriedade do terreno ou edificação existente, dos direitos de uso e dos 
proprietários. É realizado um requerimento no órgão competente que, aprovado, 
permite o início da etapa executiva (SÃO PAULO, 2001).
Para que se tenha condições de iniciar os serviços de locação, o terreno 
deverá já estar terraplanado e limpo até as cotas de nível estabelecidas para a 
execução das fundações. Os profissionais envolvidos nessa etapa devem ser 
habilitados e capazes de utilizar instrumentos e métodos apropriados, partindo 
da RN – Referência de Nível (cota 0,0) para delimitação dos eixos (SALGADO, 
2018).
Além da RN é preciso definir outras referências que permitam a conferência 
da distância entre eixos e divisas como o alinhamento da rua, por exemplo. Os 
métodos de locação variam conforme o tipo do edifício. Quanto mais extensa a 
obra, ou mais precisão tenha sua estrutura, mais precisa terá que ser a locação 
(SALGADO, 2018).
As locações podem ser realizadas a partir do uso de duas coordenadas 
planimétricas e uma altimétrica. A medição das distâncias, nesse caso, é realizada 
com trenas e a altura medida pela transferência de nível com nível de mangueira, 
fio de prumo e régua de referência. Recomenda-se o uso de instrumentos 
topográficos para definição com precisão da referência do lote no terreno, em 
seguida, locação dos alinhamentos e verificação do esquadro (TULER; SARAIVA; 
TEIXEIRA, 2017). 
42
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
FONTE: <https://fi les.construfacilrj.com.br/2013/12/locacao-de-obra.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2019.
FIGURA 26 – REFERÊNCIA DO LOTE NO TERRENO
FONTE: <https://fi les.construfacilrj.com.br/2013/12/locacao-de-obra-1.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2019.
FIGURA 27 – LOCAÇÃO DOS ALINHAMENTOS
TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS
43
FONTE: <https://fi les.construfacilrj.com.br/2013/12/locacao-de-obra-2.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2019.
FIGURA 28 – VERIFICAÇÃO DO ESQUADRO
Um canteiro de obras, dentre diversos materiais e equipamentos, deverá 
ter:
• Brita 1.
• Água limpa.
• Nível de bolha com 35 cm.
• Nível de mangueira ou aparelho de nível a laser.
• Prumo de centro.
• Areia média lavada.
• Cimento Portland CP II.
• Esquadro de alumínio. 
• Marreta de 5 kg.
• Colher de pedreiro.
• Linha de náilon.
• Serrote.
• Martelo.
• Lápis de carpinteiro.
• Enxada.
• Trena de aço de 30 m. 
• Pá etc.
Para a etapa especifi camente de locação é preciso ter:
• Cavadeira.
• Martelo.
• Marreta.
• Linha.
• Sarrafos de 1’’ x 4’’ de 1ª qualidade.
• Tábuas de 1’’ x 12’’ de 1ª qualidade.
• Estacas de posição (piquetes).
• Esquadro metálico de carpinteiro.
44
UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO
• Tintas, principalmente preta, vermelha e branca.
• Teodolito.
• Pregos.
• Arame recozido nº 18.
Os acidentes referem-se a qualquer ocorrência que cause danos físicos ou 
à saúde de pessoas que estejam trabalhando ou transitando na obra. Podem ser 
de grande ou pequeno porte (MENDONÇA; DAIBERT, 2014). Por essa razão, 
além dos materiais que devem constar obrigatoriamente em um canteiro de 
obras, são necessários também: EPCs e EPIs (Equipamentos de Proteção Coletiva 
e Individual), respectivamente. 
Com o desenvolvimento tecnológico, surgiram ao longo do tempo diversos 
equipamentos para medição de ângulos e distâncias. Isso não só proporcionou um 
grande avanço na forma de obtenção de dados no campo e seu processamento, 
quanto melhorou a precisão dessas informações (SOUZA, 2001). 
Um dispositivo medidor eletrônico de distância (MED), de acordo com 
McCormac, Sarasua e Davis (2019, p. 76), “[...] é um aparelho que transmite um 
sinal portador de energia eletromagnética de sua posição atual para um receptor 
localizado em outra posição. O sinal é devolvido do receptor para o instrumento 
de tal forma que a distância entre eles é medida duas vezes”.
MEDs são classificados como instrumentos eletro-ópticos ou instrumentos 
de micro-ondas. A distinção entre eles é baseada no comprimento das ondas da 
energia eletromagnética que eles transmitem. Os instrumentos eletro-ópticos 
transmitem luz em ondas curtas de cerca de 0,4 a 1,2 µm. Essa luz é visível ou 
apenas pouco acima da faixa do visível no espectro. Instrumentos de micro-
ondas transmitem ondas longas, algo em torno de 10 a 100 µm (MCCORMAC; 
SARASUA; DAVIS, 2019).
Leia o Capítulo 5 sobre instrumentos medidores eletrônicos de distâncias em 
MCCORMAC, J.; SARASUA, W.; DAVIS, W. Topografia. Tradução Daniel Carneiro da Silva. 6. 
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
DICAS
TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS
45
Para a medição de ângulos e direções com Estações totais, por muito tempo 
utilizou-se instrumentos que eram divididos em dois grupos: trânsitos e teodolitos. 
A distinção não era muito clara e ambos eram conhecidos por teodolitos e usados 
para medição de ângulos horizontais e verticais (MCCORMAC; SARASUA; 
DAVIS, 2019). Uma estação total combina três componentes básicos: um MED, 
um teodolito eletrônico e um microprocessador, formando um equipamento 
único (WOLF; BRINKER, 1994).
De acordo com McCormac, Sarasua e Davis (2019), as estações totais 
podem ser:
Estações Totais Convencionais - [...] são os instrumentos de 
levantamento mais utilizados para mapeamento, levantamento de 
propriedades e estaqueamento

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