Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Indaial – 2020 Tecnologia da consTrução de edificações i Prof.ª Flavia Lamim de Arantes Soriano Prof.ª Vivian Figueiredo Pereira Almeida 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof.ª Flavia Lamim de Arantes Soriano Prof.ª Vivian Figueiredo P. Almeida Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S714t Soriano, Flavia Lamim de Arantes Tecnologia da construção de edificações I. / Flavia Lamim de Arantes Soriano; Vivian Figueiredo Pereira de Almeida. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 215 p.; il. ISBN 978-85-515-0440-6 1. Edificações. - Brasil. I. Almeida, Vivian Figueiredo Pereira de. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 690 III apresenTação Bem-vindo ao Livro Didático de Tecnologia da Construção de Edificações I, que tem por objetivo construir conhecimentos gerais sobre as tecnologias básicas utilizadas na construção de edifícios e na gestão de obras. Espero que você se aproxime do conteúdo desta disciplina, percebendo o quanto o seu estudo é indispensável para a formação e aprofundamento dos conceitos sobre variados aspectos que permeiam a construção civil. É com satisfação que apresentamos este livro, visando ao seu desenvolvimento pessoal e contribuindo para que se torne futuramente um profissional capaz de promover uma gestão eficiente de obras. Começaremos nossos estudos na Unidade 1, na qual serão apresentados canteiros e locação de obras. A unidade está dividida em quatro tópicos principais: aspectos gerais de canteiro, instalações em canteiros, aspectos gerais de locação e métodos executivos de locação. Na Unidade 2 serão apresentadas fundações e sistemas estruturais, dividida em quatro tópicos que explicam sobre: engenharia de fundações, processos usuais de reforço e prevenção de fissuras, sistemas construtivos e alvenaria estrutural e concreto. Por sua vez, a Unidade 3 trata da execução de estruturas de concretos, vedações verticais e coberturas, em que serão apresentados diversos tópicos explicativos sobre o sistema de formas, armação, concretagem, projeto de alvenaria de vedação, ligação entre estruturas e paredes de vedação, dentre outros. Espero que você, acadêmico, alcance ótimos resultados nesta disciplina e que este livro contribua com a construção do seu conhecimento. Aprofunde-se nas leituras indicadas, assista aos vídeos e faça suas próprias anotações. Dedique-se para se tornar um profissional diferenciado no mercado de trabalho. Vamos lá? Boa leitura e bons estudos! Prof.ª Flavia Lamim de Arantes Soriano Prof.ª Vivian Figueiredo P. Almeida IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE VII UNIDADE 1 – CANTEIRO E LOCAÇÃO .............................................................................................1 TÓPICO 1 – CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS ............................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................................................4 3 TIPOS E OS ELEMENTOS DE CANTEIROS ...................................................................................7 4 PLANEJAMENTO, ELABORAÇÃO E PADRONIZAÇÃO ............................................................8 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................16 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................17 TÓPICO 2 – INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS ..........................................................19 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................19 2 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS .......................................................................................................20 2.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS .......................................................................................................20 2.2 VESTIÁRIOS .....................................................................................................................................21 2.3 ALOJAMENTOS ..............................................................................................................................22 2.4 LOCAL PARA REFEIÇÕES E COZINHA ....................................................................................23 2.5 LAVANDERIA .................................................................................................................................25 2.6 AMBULATÓRIO .............................................................................................................................25 2.7 ÁREA DE LAZER ...........................................................................................................................25 3 MANUTENÇÃO E LIMPEZA ............................................................................................................27 4 ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ..................................................28 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................33 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................34 TÓPICO 3 – LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS........................................................37 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................372 DEFINIÇÕES BÁSICAS ......................................................................................................................37 3 REQUISITOS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS .................................................................40 4 TIPOS DE LOCAÇÃO ........................................................................................................................46 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................49 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................50 TÓPICO 4 – MÉTODOS EXECUTIVOS DE LOCAÇÃO ................................................................51 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................51 2 PROCESSO DE LOCAÇÃO POR CAVALETES .............................................................................51 3 PROCESSO DA TÁBUA CORRIDA (GABARITO) ......................................................................52 4 TRAÇADO E LOCAÇÃO AO LONGO DA CONSTRUÇÃO .....................................................54 4.1 EDIFÍCIOS EM CONCRETO ARMADO .....................................................................................57 4.2 EDIFÍCIOS EM CONCRETO PROTENDIDO ............................................................................58 4.3 EDIFÍCIOS COM ESTRUTURA METÁLICA .............................................................................59 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................60 RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................64 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................65 sumário VIII UNIDADE 2 – FUNDAÇÕES E SISTEMAS ESTRUTURAIS ........................................................67 TÓPICO 1 – ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ................................................................................69 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................69 2 ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO ................................................................................70 3 SONDAGEM .........................................................................................................................................71 4 CONCEITUAÇÃO GERAL .................................................................................................................73 5 ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ....................................................................................................74 5.1 TRANSMISSÃO DE FORÇA APLICADA AO SOLO ................................................................76 6 TIPOS DE FUNDAÇÕES ....................................................................................................................77 6.1 FUNDAÇÕES DIRETAS OU RASAS ............................................................................................78 6.2 FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS ...........................................................................80 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................85 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................86 TÓPICO 2 – PROCESSOS USUAIS DE REFORÇO E PREVENÇÃO DE FISSURAS 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................87 2 CONHECENDO E PREVENINDO FISSURAS ..............................................................................87 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................99 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................100 TÓPICO 3 – SISTEMAS CONSTRUTIVOS ....................................................................................103 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103 2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONVENCIONAIS ...................................................................104 2.1 CONCRETO ARMADO COM ALVENARIA DE VEDAÇÃO ................................................108 2.2 ESTRUTURA METÁLICA ............................................................................................................110 2.3 ESTRUTURA DE MADEIRA .......................................................................................................112 2.4 ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA ...................................................................................................113 3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS NÃO CONVENCIONAIS ........................................................115 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................119 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120 TÓPICO 4 – ALVENARIA ESTRUTURAL E CONCRETO ...........................................................121 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121 2 ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS ..............................................................................122 2.1 ALVENARIA NÃO ARMADA ....................................................................................................123 2.2 ALVENARIA ARMADA OU PARCIALMENTE ARMADA ...................................................124 2.3 ALVENARIA PROTENDIDA ......................................................................................................124 2.4 MODULAÇÃO DOS ELEMENTOS ............................................................................................125 2.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................................................129 3 ALVENARIA ESTRUTURAL DE CONCRETO ............................................................................130 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................134 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................137 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138 UNIDADE 3 – ESTRUTURAS DE CONCRETO, VEDAÇÕES VERTICAIS E COBERTURAS ............................................................................................................139 TÓPICO 1 – EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ...................................................141 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141 2 GENERALIDADES ............................................................................................................................142 2.1 COMPONENTES DO CONCRETO ............................................................................................142 IX 2.1.1 Cimento ..................................................................................................................................143 2.1.2 Agregados ..............................................................................................................................1452.1.3 Água .......................................................................................................................................145 3 SISTEMA DE FÔRMAS ....................................................................................................................146 4 ARMAÇÃO ..........................................................................................................................................149 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................154 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................155 TÓPICO 2 – CONCRETAGEM ...........................................................................................................157 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157 2 EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS...............................................................................158 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................167 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................168 TÓPICO 3 – PROJETO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO ............................................................169 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169 2 DEFINIÇÕES BÁSICAS ....................................................................................................................169 3 PROJETO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO .................................................................................173 4 LIGAÇÃO ENTRE ESTRUTURAS E PAREDES DE VEDAÇÃO .............................................178 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................184 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................185 TÓPICO 4 – COBERTURAS ................................................................................................................187 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................187 2 TIPOLOGIAS ......................................................................................................................................189 3 DESEMPENHO ...................................................................................................................................191 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................204 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................205 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................207 X 1 UNIDADE 1 CANTEIRO E LOCAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • reforçar os conceitos sobre modelagem na construção; • conhecer elementos e tipos de canteiros; • introduzir conceitos sobre planejamento, elaboração e implantação de um canteiro de obras; • compreender sobre locação de obras e seus métodos executivos. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará auto atividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS TÓPICO 2 – INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS TÓPICO 3 – LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS TÓPICO 4 – MÉTODOS EXECUTIVOS DE LOCAÇÃO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS 1 INTRODUÇÃO O planejamento de operações em projetos, cujas fases são diferenciadas, visam à obtenção de maior produtividade, segurança, menores custos e desperdícios. O dimensionamento adequado em termos espaciais deve ser realizado com base na modelagem da construção civil, que contribui para o desenho de fluxos de processos operacionais de modo otimizado. O sucesso de um canteiro de obras deve considerar diversos aspectos que vão desde o armazenamento, dimensionamento, transporte de materiais, equipamentos de segurança até as áreas de vivência garantidas por legislação específica. As áreas de vivência possuem como foco o trabalhador e suas condições de trabalho. Dizem respeito às condições físicas do ambiente de trabalho, políticas de organização, higiene e instalações como alojamento, refeitório, banheiros etc. As áreas operacionais dizem respeito aos espaços em que a obra é efetivamente realizada e, por isso, os canteiros que estão bem planejados contribuem para obtenção de melhores resultados em função da disposição de equipamentos, procedimentos operacionais de movimentação de materiais e segurança do trabalho. Para que tudo seja colocado em prática é estudado e desenhado um arranjo físico. No layout o planejamento das necessidades é adequado ao espaço físico existente considerando a quantidade de operários, cronogramas, orçamentos, movimentação de equipamentos e materiais. Assim, é importante que se tenha conhecimento dos processos produtivos, por quais áreas tais processos passam e como começam e terminam. Existem diversos tipos de combinações possíveis, devendo ser escolhida a que melhor se adéque à estratégia e ao escopo do projeto. Deve-se primar pelo balanceamento das tarefas de modo a maximizar a utilização dos recursos disponíveis, evitando tempos ociosos e desperdícios. UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 4 2 CONCEITOS BÁSICOS As operações relacionadas às obras de construção civil podem ser defi nidas como um conjunto de tarefas fundamentais à realização de um projeto. Segundo Larson e Gray (2016, p. 4-5): Um projeto é um empreendimento temporário que visa criar um produto, serviço ou resultado único [...]. As principais características são: 1. um objetivo estabelecido. 2. Um ciclo de vida defi nido, com início e fi m. 3. Geralmente, envolve diversos departamentos e profi ssionais. 4. Comumente, faz algo que nunca foi feito antes. 5. Requisitos específi cos de tempo, custo e desempenho. Na construção civil, tanto o conjunto de tarefas quanto os recursos necessários à execução de um projeto devem ser organizados de forma lógica na etapa de planejamento. A tecnologia da construção será defi nida a partir da escolha de equipamentos, recursos humanos e materiais, tarefas, prazos, ordem e procedimentos de execução. A hierarquização sequencial e lógica, estabelecida por meio de fl uxogramas, caracterizarão a estrutura do projeto construtivo. Para o desenvolvimento de um(a) modelo ou modelagem operacional, o profi ssional engenheiro deverá enumerar os recursos envolvidos no projeto e estabelecer o ordenamento das tarefas de forma otimizada, preferencialmente. A otimização se relaciona diretamente ao conceito de produtividade e ambos visam à qualidade, menores custos e tempos de execução. Na Construção Civil, a modelagem visa ao balanceamento entre recursos e parte disso é resultado da identifi cação dos processos que se repetem na linha do tempo. A modelagem (CYCLONE- CYCLic Operations NEtwork) para análise de estados de trabalho e fl uxo de entidades possui três formas básicas: FIGURA 1 – CYCLONE - CYCLIC OPERATIONS NETWORK FONTE: Adaptada de Halpin e Woodhead (1998) TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS:ASPECTOS GERAIS 5 O formato gráfico do CYCLONE considera alguns elementos básicos que, de acordo com Halpin e Woodhead (1998) são: NORMAL Usado para representar tarefas normais de trabalho, que não possuem restrições para iniciar. COMBI Tem por objetivo representar tarefas que possuem restrição, condição ou pré-requisito, no entanto, similar ao elemento NORMAL. Q node Visa representar “nós”, filas ou esperas para uso de estados passivos de recursos. Arrow Indicador de Fluxo direcional da entidade de recursos. FIGURA 2 – ELEMENTOS BÁSICOS DA MODELAGEM FONTE: Adaptada de Halpin e Woodhead (1998) Pode se dizer que as formas básicas são o quadrado e o círculo, cuja função na modelagem é representar esquematicamente a alternância entre os estados ativos ou ociosos na operação construtiva, utilizando-se setas (arrows) indicadoras de percurso (HALPIN; WOODHEAD, 1998). Para que haja uma operação de construção é necessário haver uma tarefa de trabalho nomeada ou descrita de forma clara, em seguida observar os recursos necessários a sua execução e, posteriormente, à definição dos estados (ociosos ou ativos). Se fôssemos considerar, como exemplo, a operação de movimentação de terra, de acordo com Halpin e Woodhead (1998) seria necessário: caminhões, carregador frontal e solo (recursos). Pensando no ciclo do caminhão apenas, a forma gráfica (Figura 3), já incluído o estado, seria: UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 6 Retorno do caminhão vazio Carregamento do caminhão Atividade de esvaziar Viagem do caminhão cheio Espera na fila FIGURA 3 – CICLO DO CAMINHÃO FONTE: Adaptada de Halpin e Woodhead (1998) Existem diversas formas de se modelar as estruturas operacionais de um projeto de construção e o modelista deve ser capaz de identificar, desenvolver, integrar e definir a inicialização das unidades de fluxo, ou seja, o desenho do ciclo de determinada atividade prevendo suas características lineares (exemplo: montagem de estruturas metálicas). Para aprender ou relembrar sobre modelagem das operações de construção, leia o Capítulo 11 do livro: HALPIN, Daniel W.; WOODHEAD, Ronald W. Administração da construção civil. Tradução Orlando Celso Longo e Vicente Custodio Moreira de Souza. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. DICAS Conhecer as operações e ciclos da obra permitem a elaboração assertiva de um canteiro de obras, cujo objeto principal serão as atividades administrativas, as destinadas ao uso dos funcionários e a armazenagem de materiais. As tarefas administrativas acompanharão o tamanho da obra, ou seja, quanto maior for, mais pessoas, processos e documentos estarão envolvidos. As áreas destinadas ao uso dos funcionários referem-se às instalações mínimas TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS 7 obrigatórias por leis vigentes e a armazenagem de materiais é o espaço destinado ao estoque seguro, evitando possíveis danos à saúde. Assim, pessoas e materiais deverão estar em ambientes diversos. 3 TIPOS E OS ELEMENTOS DE CANTEIROS De acordo com Illigworth (1993 apud SAURIN; FORMOSO, 2006, p. 19), os canteiros de obras e suas respectivas características constam no Quadro 1: Tipo Descrição Exemplo RESTRITO (Tipo mais comum) A construção ocupa o terreno completo ou uma alta porcentagem deste. Acessos restritos. Áreas delimitadas por meio de tapumes, muros e com um portão que dá acesso ao local. Construções em áreas centrais da cidade, ampliações e reformas. AMPLOS A construção ocupa somente uma parcela relativamente pequena do terreno. Há disponibilidade de acessos para veículos e de espaço para as áreas de armazenamento e acomodação de pessoal. Geralmente apresenta grandes máquinas e necessita interação com outras entidades (exemplo: prefeitura, polícia, stakeholders etc.). Construções de plantas industriais, conjuntos habitacionais horizontais e outras grandes obras como barragens ou usinas hidroelétricas. LONGOS E ESTREITOS ou Longitudinais Pode ter características do amplo e do restrito, a diferença é a complexidade da organização física. São restritos em apenas uma das dimensões, com possiblidade de acesso em poucos pontos do canteiro. Geralmente estreito, dificulta o fluxo adequado de pessoas, materiais e equipamentos. Trabalhos em estradas de ferro e rodagem, redes de gás e petróleo, obras pluviais e sanitárias urbanas. QUADRO 1 – TIPOS DE CANTEIROS FONTE: Adaptado de Illigworth (1993 apud SAURIN; FORMOSO, 2006, p. 19) UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 8 Observe que embora o canteiro de obra possua a característica “fi xa”, quando estamos falando de um canteiro do tipo longitudinal esse conceito merece atenção. Perceba que se a própria obra “anda”, o canteiro precisa acompanhar, como é o caso das obras rodoviárias. O planejamento adequado do ambiente do canteiro se relaciona diretamente ao desempenho e à produção da obra. Assim, o layout deve ser elaborado considerando-se vários elementos, dentre eles: Áreas de Vivência Áreas Operacionais • Vestiário • Instalações sanitárias • Refeitório • Cozinha • Área de lazer • Alojamento e lavanderia • Ambulatório • Escritório • Portaria • Depósitos • Almoxarifados • Central de concreto • Central de argamassa • Central de armação QUADRO 2 – ÁREAS OPERACIONAIS X ÁREAS DE VIVÊNCIA FONTE: A autora 4 PLANEJAMENTO, ELABORAÇÃO E PADRONIZAÇÃO O canteiro de obras é como uma “fábrica” com diversas linhas de produção. Seu objetivo é possibilitar o andamento da obra através das áreas de vivência, do armazenamento de materiais, processamento, fi scalização e gerenciamento (LIMMER, 2008). As macroetapas de implantação de um canteiro de obras são: FIGURA 4 – ETAPAS FONTE: A autora TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS 9 Quando se fala em planejamento de um canteiro, a compreensão deve ser de que estamos falando do planejamento do layout da obra, etapa em que é necessário realizar os seguintes passos de forma sistematizada: • Análise preliminar de coleta de dados: ᵒ Programa de necessidades do canteiro listando-se as instalações que deverão ser locadas. ᵒ Defi nição técnica da obra listando-se as principais tecnologias construtivas adotadas, a fi m de que se possa ter claro quais serão os espaços necessários para a circulação, estocagem de materiais e áreas operacionais de produção. ᵒ Cronograma de fases sequenciadas quanto aos eventos da execução da obra. Isso permite a alocação de recursos materiais no tempo certo e a estimativa das respectivas áreas de armazenagem. Nesse sentido, também poderão ser estimadas as quantidades de operários no início, pico máximo de pessoal e desmobilização do canteiro. FIGURA 5 – MODELO DE CRONOGRAMA DE FASES FONTE: A autora ᵒ Consulta do orçamento por etapas. • Preparar o arranjo físico detalhado geral para identifi car a localização de cada equipamento ou instalação no canteiro. • Detalhar as instalações contendo planejamento de funcionamento e estabelecendo padrões básicos da empresa (exemplo: armários dos vestiários, técnicas de armazenamento e cada material, tipo de pavimentação das vias de circulação de materiais e pessoas), local e forma de fi xação de plataformas de proteção. O planejamento de canteiros visa à obtenção da melhor utilização do espaço físico disponível, possibilitando a convivência segura e efi ciente entre homens e máquinas. Isso se dá por meio da minimização da movimentação de componentes, materiais e a própria mão de obra. Por ser um processo gerencial, inclui etapas conforme esquema apresentado a seguir: UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 10 FIGURA 6 – PROCESSOS GERENCIAIS FONTE: A autora Cada município brasileiro possui um Código de Obras e Edifi cações dispondo as regras gerais e específi cas para o licenciamento, execução, utilização e manutenção de obras e edifi cações considerando-se os limites dos imóveis. Tais especifi cações podem variar de um município para o outro, de acordo com Pinheiro e Crivelaro (2014a). Éimportante que o canteiro de obras seja um ambiente organizado e cumpra as exigências legais. Dentre essas exigências se destacam (PINHEIRO; CRIVELARO, 2014b): • Norma Regulamentadora – NR 18: sobre as condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. • PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção em estabelecimentos com 20 (vinte) ou mais trabalhadores. Acesse os vídeos para ter uma melhor compreenção dos principais tópicos e avanços da NR 18 e do PCMAT ao longo do tempo: • https://youtu.be/ATGBGiPYbh0?list=PLqFX82ErS1XjviaN--JgwaoG63s5206ji • https://youtu.be/DFMkypjglcU DICAS TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS 11 Um canteiro eficiente é aquele que atende plenamente à obra dentro dos prazos e custos do projeto. É resultante de um layout baseado no estudo prévio da modelagem e considerando aspectos que proporcionem um ambiente seguro, que possibilitem a padronização de tarefas, a minimização de distâncias, a adequada estocagem de materiais, a produtividade, a flexibilidade e áreas de vivências conforme legislação vigente (LIMMER, 2008). Avaliar o tamanho do terreno, a localização, as condições do solo, disponibilidade e acesso aos serviços públicos, estacionamentos e instalações temporárias também são fatores importantes (PEURIFOY et al., 2015). Note que ao desenhar um arranjo físico é preciso ter a visão do todo. De acordo com Salgado (2018) e Mendonça e Daibert (2014) é fundamental: • Verificar o entorno das obras para compatibilizar os horários com as atividades da vizinhança, se necessário. • Fazer registro fotográfico do entorno da obra, visando destacar eventuais problemas existentes na vizinhança. Como exemplo, veja a Figura 7 destacando a avaria no azulejo: FIGURA 7 – RELAÇÃO DE MEDIDA FONTE: A autora • Preparar o terreno retirando-se entulhos, obstáculos e realizando-se a limpeza de vegetação, com cuidado para não remover árvores indevidamente ou sem autorização. • Adequar o terreno para a implementação da obra após estudos topográficos. Observar possíveis desníveis de terreno entre ambos para proceder com a devida proteção. Essa adequação é chamada de movimentação de terra, realizada a partir do corte e/ou escavação por meio de equipamentos como retroescavadeira (Figura 8); caminhões basculantes (Figura 9) e pá carregadeira (Figura 10): UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 12 FIGURA 8 – RETROESCAVADEIRA FIGURA 9 – CAMINHÃO BASCULANTE FIGURA 10 – PÁ CARREGADEIRA FONTE: <https://funcionamientodemaquinas.fi les.wordpress.com/2017/09/c10782527. jpg?w=360&h=270>. Acesso em: 18 jul. 2019. FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSLzlGv9Bqsrvp6FY5v4xXSX QDlwtBT2JsKockE-VJtroF3-hYHLg>. Acesso em: 18 jul. 2019. FONTE: <http://www.avesco-cat.lv/fi leadmin/user_upload/226D.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2019. TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS 13 • Visando à segurança da obra, realizar fechamentos da área de construção. Habitualmente feito com tapumes e especificações de execução. • Certificar-se na prefeitura da cidade, onde a obra será realizada, se existe um cadastro completo das redes subterrâneas correspondentes à água, ao esgoto, às telecomunicações e ao gás. • Simplificar os acessos de entrada e saída de materiais e sua distribuição, considerando-se o fluxo de pedestres. • Prever drenagens. • Realizar as instalações básicas (água, luz, esgoto etc.). Embora existam técnicas modernas para o arranjo físico do canteiro de obras, utilizando-se programas computacionais com capacidade de distinção entre duas ou mais soluções, técnicas tradicionais serão exploradas mais adiante. O profissional deve ter uma planta mais detalhada e, no mínimo, com uma escala de 1:100 da área onde a obra será realizada. De acordo com Limmer (2008), é importante que se disponha da planta que contém o arranjo geral da área, a planta do pavimento ou qualquer outra com a extensão do terreno e suas características plana e altimétrica. É recomendado, a partir de então, o uso de uma das técnicas a seguir para avaliar os cenários possíveis: 1. Recobrir o desenho em escala com uma folha de plástico transparente, e usando-se lápis cera, desenhar na folha de plástico uma primeira alternativa de localização das diferentes unidades componentes da “fábrica móvel”. 2. Recortar, em cartolinas coloridas e em escala, os diferentes elementos que compõem o canteiro e, por tentativas, determinar o melhor arranjo para os mesmos. 3. Como atualmente a maioria dos projetos são desenvolvidos em CAD, sobre o desenho do arranjo geral da obra, criar uma camada (layer) e sobre esta desenhar os diversos componentes do canteiro, podendo- se usar uma camada para prédios, outra para equipamentos etc. todas em cores diferentes. Com isso, várias tentativas de arranjo de canteiro podem ser feitas, escolhendo-se, após cuidadosa análise, a que se mostrar mais conveniente (LIMMER, 2008, p. 179). A seguir, conheça um layout de canteiro de obras rodoviárias (Figura 11) e o canteiro de uma obra de construção de linha de transmissão de energia implantado e em funcionamento (Figuras 12 e 13): UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 14 FIGURA 11 – LAYOUT DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: DNIT (2016, p. 9) FIGURA 12 – VISTA DA ÁREA DE UM CANTEIRO DE OBRAS PARA CONSTRUÇÃO DE LINHA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA FONTE: A autora Desenhos 1 Escritório 10 Garagens 2 Seção Técnica 11 Ambulatório 3 Almoxarifado 12 Lavador 4 Depósito de Cimento 13 Equipe de Topografi a 5 Central de Armaduras 14 Posto de Combustível 6 Refeitório da Cozinha 15 Carpintaria 7 Alojamento 16 Área de Recreação 8 Banheiro e Vestiário 17 Guaritas 9 Ofi cina 18 Residências TÓPICO 1 | CANTEIRO DE OBRAS: ASPECTOS GERAIS 15 FIGURA 13 – VISTA DO PÁTIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS PARA CONSTRUÇÃO DE LINHA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA FONTE: A autora Embora estrategicamente a padronização de procedimentos, áreas e atividades se destaque como uma ferramenta gerencial, na construção civil é importante avaliar quais serviços ou procedimentos podem e devem ser padronizados em uma obra. Essa avaliação deve considerar fatores como custo, repetição e, ainda, a semelhança entre as suas operações. A padronização traz consigo algumas oportunidades de melhorias na obra, como: diminuição do desperdício de materiais pelo reaproveitamento, facilidade de planejamento para novos layouts, fortalece a imagem da empresa no mercado, conformidade com os requisitos legais. De acordo com Saurin e Formoso (2006), especificamente na instalação de canteiro, a padronização traz benefícios relativos à redução de perdas materiais por melhor reaproveitamento; facilidade para planejar o arranjo físico dos novos canteiros e ainda contribui para consolidação da imagem no mercado (o canteiro é visto como uma espécie de “cartão de visitas”), conformidade com requisitos legais e elaboração de modelo básico de PCMAT. As etapas de padronização dos canteiros variam, geralmente, até três meses e consideram uma espécie de PDCA (Planejamento, Desenvolvimento, Controle e Ação). Nesse sentido, primeiramente são levantadas todas as obras da empresa, analisadas as viabilidades técnicas e financeiras da organização, discutidos os padrões existentes e definidas as possibilidades de padronização. Discute-se, altera-se e elabora-se manuais e planos para posterior implementação e controle das ações. Para as áreas de vivência, não se esqueça que a NR 18 (BRASIL, 2008) é a norma que norteia o tema. 16 Neste tópico, você aprendeu que: • A modelagem na construção civil é uma das bases para a elaboração do canteiro de obras. • O sucesso de um canteiro depende do seu adequado planejamento e mensuração de diversos aspectos. • Um arranjo físico de canteiro de obras segue método específico para sua elaboração. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 “As transformações da rede urbana brasileira durante as décadas de 1940 e de 1950, bem como as dimensões físico-territoriaisdas cidades demandavam novos instrumentos urbanísticos que superassem a visão voltada unicamente para o controle de uso do solo urbano. A importância do Seminário da Habitação e da Reforma Urbana, em 1963, residia, portanto, no fato de assumir a questão habitacional não mais como uma política setorial urbana, mas como uma parte significativa do lócus da produção e da reprodução social de seus habitantes”. FONTE: QUINTO JÚNIOR, L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas. Revista Estudos Avançados. São Paulo, v. 17, n. 47, jan./abr. 2003. Disponível em http://www.scielo.br/ pdf/ea/v17n47/a11v1747.pdf. Acesso em: 19 set. 2019. Com base em nossos estudos e no trecho anterior, assinale a alternativa correta: a) ( ) O código de obras e edificações visa ao estabelecimento de condições de meio ambiente e de trabalho para os operários e engenheiros de campo. b) ( ) O código de obras e edificações é um número obtido nas prefeituras para identificação de uma construção e processamento do registro de imóveis. c) ( ) O código de obras e edificações visa ao ordenamento urbano por meio de regras e normas, estabelecendo procedimentos para uso e ocupação do solo. d) ( ) O código de obras e edificações se refere ao número de controle constante no documento de propriedade e hereditariedade de um terreno. e) ( ) O código de obras e edificações somente se aplica a construções de edifícios, havendo legislação específica para a construção de casas de um pavimento. 2 Sobre a modelagem CYCLONE – CYCLic Operations Network – é correto afirmar: a) ( ) Nesta técnica o objetivo é realizar análise de atividades repetitivas, ou seja, cíclicas, visando ao alcance de uma produção mais uniforme e eficiente. b) ( ) Trata-se de modelagem trabalhosa, pois cada elemento do modelo possui um conjunto de atributos associados, tornando-a difícil e demorada. c) ( ) A modelagem CYCLONE inicia-se com um tema central e evolui através de linhas ou “ramos” relacionando os subtópicos de construções industriais. d) ( ) É uma ferramenta que analisa as causas e efeitos de uma ação, servindo para verificação de uma ocorrência quando há problemas de segurança na obra. e) ( ) Visa analisar o espaço físico e suas características espaciais. O uso da técnica é recomendado apenas em canteiros longitudinais em função das restrições existentes. AUTOATIVIDADE http://www.scielo.br/pdf/ea/v17n47/a11v1747.pdf http://www.scielo.br/pdf/ea/v17n47/a11v1747.pdf 18 19 TÓPICO 2 INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A garantia de necessidades básicas quanto à higiene e segurança do trabalho se traduzem em um aumento da produtividade e queda de acidentes na construção civil. Com o advento da Norma Regulamentadora nº 18, as condições obrigatórias nos canteiros de obra trouxeram bons resultados. A NR nº 18 estabelece diretrizes administrativas, de planejamento e organização (BRASIL, 2008). Já o PCMAT é um programa de prevenção e riscos ambientais, que visa à redução ou eliminação de acidentes em uma obra. Um exemplo seria o cuidado com relação à boa iluminação em obras noturnas. Apesar de culturalmente ainda existirem profissionais da construção civil que desconsideram a importância da manutenção e limpeza no canteiro de obras, associada a essa dificuldade são desenvolvidos programas de educação, sinalização, premiação e conscientização dos benefícios da mudança de comportamento. Isso é fundamental não só nas áreas de vivências, mas no âmbito operacional. O cuidado na armazenagem e transporte dos materiais, a organização e limpeza do ambiente da obra podem evitar acidentes e traduzir-se em aumento da segurança do trabalho, redução de custo e tempo. Além dos recursos humanos existem preocupações também quanto ao uso de tecnologias e equipamentos. Para que se faça a escolha mais assertiva é importante reconhecer o portfólio existente, avaliar as experiências vivenciadas pela empresa, analisar o custo-benefício das escolhas baseando-se em cenários. Os cenários permitem compreender as implicações das escolhas e, a partir de incertezas, tomar as decisões que mais se adéquem ao tipo de obra, aos objetivos a que se destinam, aos investimentos necessários e aos riscos. De fato, certos acontecimentos podem não ser evitados, mas a tentativa de antevê-los propicia uma visão mais global do empreendimento. UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 20 2 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS As áreas de vivência, previstas na NR 18, são áreas destinadas ao uso dos funcionários da obra. Os canteiros devem dispor de: instalações sanitárias, vestiários, local para refeições, cozinha, ambulatório se houver mais de 50 operários e, ainda, para os funcionários residentes o alojamento, lavanderia, área de lazer. As respectivas áreas deverão ser constantemente conservadas, dedetizadas e limpas, assegurando os requisitos mínimos de conforto e higiene (BRASIL, 2008). A seguir serão desenvolvidos os conceitos de acordo com Yazigi (2009). 2.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS São as áreas destinadas ao asseio corporal e necessidades fisiológicas de excreção. Devem ser mantidas em pleno estado de conservação, desprovida de odores, especialmente durante a jornada laboral. Suas paredes devem ser resistentes e laváveis, assim como o piso também deve ser lavável e não escorregadio. Havendo homens e mulheres na obra, os banheiros devem ser independentes. A sua instalação não deve ligar-se a áreas destinadas às refeições e devem ser iluminados e arejados. As instalações elétricas devem ser protegidas e ter pé-direito conforme determinado no Código de Edificações do município da obra. Um único conjunto de lavatório, vaso sanitário e mictório (Figura 14) deve atender a cada grupo de 20 trabalhadores ou fração. Já os chuveiros (Figura 15), na proporção de um para cada grupo de 10 funcionários. FIGURA 14 – BANHEIRO E LAVATÓRIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: A autora TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS 21 FIGURA 15 – CHUVEIRO DO CANTEIRO DE OBRAS FONTE: A autora Os lavatórios (Figura 14) podem ser individuais ou coletivos, possuir torneira e estar a uma altura de 90 cm a contar do piso. Devem estar ligados à rede de esgotos, quando houver, e revestimento liso, impermeável e lavável. O gabinete sanitário deve ter área minima de 1 m2, ter trinco para fechamento da porta garantindo a invidualidade, ter lixeira com tampa e papel higiênico disponível. Os vasos devem ser do tipo bacia turca ou de assento, sifonados, com descarga. Os mictórios devem ficar na altura máxima de 50 cm do piso e ambos devem estar ligados à rede de esgotos ou fossa séptica, com interposição de sifões hidráulicos Os chuveiros devem estar instalados em uma área de 0,80 m2 com altura de 2,1 m do piso. Deve ter o escoamento para a rede de esgoto, não ter piso escorregadio, ter suporte para sabonete e cabide para toalhas. 2.2 VESTIÁRIOS Deverá ter um vestiário para troca de roupas dos trabalhadores não residentes em obras (Figura 16). O ambiente deve possuir paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente, cobertura, ser arejado e iluminado, ter armários individuais com dispositivo de cadeado e o pé-direito conforme determinado no Código de Edificações do município da obra. UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 22 FIGURA 16 – VESTIÁRIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: <https://www.grupovendap.com.br/images/modulo-para-vestiarios-01.jpg>. Acesso em: 20 set. 2019. 2.3 ALOJAMENTOS Os alojamentos do canteiro de obras devem ter paredes de alvenaria e piso cimentado ou materiais equivalentes. Possuir ventilação 1/20 da área do piso, iluminação, ter área mínima de 3 m2 por módulo cama/armário, pé-direito mínimo de 2,5 para camas simples ou 3 m para camas duplas. Não ser instalado em subsolos ou porões e instalações elétricas protegidas. Veja exemplos nas fi guras 17, 18 e 19: FIGURA 17 – VISÃO EXTERNA DO ALOJAMENTO DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: A autora TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROSDE OBRAS 23 FIGURA 18 – VISÃO INTERNA DO ALOJAMENTO DE UM CANTEIRO DE OBRAS (1) FIGURA 19 – VISÃO INTERNA DO ALOJAMENTO DE UM CANTEIRO DE OBRAS (2) FONTE: A autora FONTE: A autora 2.4 LOCAL PARA REFEIÇÕES E COZINHA O local para refeições precisa ser fechado e isolado da obra, possuir piso lavável e cobertura (Figura 20). Deve possuir capacidade para atender a todos os operários durante as refeições, ser arejado, iluminado e com lavatório próximo ou no interior. Assim como os alojamentos, não deve estar situado em subsolos ou porões. UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 24 FIGURA 20 – ÁREA INTERNA DO REFEITÓRIO DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: A autora Independentemente da existência de cozinha, todo canteiro terá um local específico para o aquecimento das refeições. Também deve estar garantido o fornecimento de água potável, filtrada e fresca (Figura 21). FIGURA 21 – BEBEDOUROS DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: A autora Havendo cozinha em um canteiro de obras, é preciso que haja ventilação para exaustão dos vapores, pé-direito conforme disposto no Código de Edificações, pia para lavar os alimentos e utensílios. Aos encarregados da cozinha devem ser asseguradas instalações sanitárias de uso exclusivo. Para a preservação dos alimentos, equipamentos de refrigeração. TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS 25 2.5 LAVANDERIA Deve ser um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal (Figura 22). O local deve conter tanques individuais ou coletivos em número adequado. FIGURA 22 – LAVANDERIA DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: A autora 2.6 AMBULATÓRIO Havendo 50 ou mais funcionários em uma obra, deverá ser habilitado um ambulatório com profi ssional e materiais de primeiros socorros. 2.7 ÁREA DE LAZER Local previsto para recreação dos trabalhadores, podendo ser usado o local de refeições para este fi m, conforme Figura 23: UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 26 FIGURA 23 –p ÁREA DE LAZER DE UM CANTEIRO DE OBRAS FONTE: A autora Sobre a tipologia das instalações provisórias é preciso avaliar sempre o custo de aquisição, implantação, manutenção, possibilidade de reaproveitamento, durabilidade, facilidade de montagem e desmontagem, isolamento térmico e impacto visual (SAURIN; FORMOSO, 2006). Pode ser em alvenaria, sistema racionalizado em chapas de compensado e o sistema de containers. A instalação provisória em alvenaria é mais interessante quando o ambiente pode ser aproveitado após a finalização da obra. Assim, dependendo da análise realizada, algumas obras optam por alugar espaços já prontos como pousadas e condomínios para a instalação dos funcionários durante a realização do projeto. De acordo com Saurin e Formoso (2006, p. 51), um sistema racionalizado em chapas de compensado representa: [...] um aperfeiçoamento dos barracos em chapa de compensado comumente utilizados, de forma a aumentar o seu reaproveitamento e facilitar a sua montagem e desmontagem. O sistema racionalizado constitui-se de módulos de chapa de compensado resinado, com espessura mínima de 14 mm, ligados entre si por qualquer dispositivo que facilite a montagem e a desmontagem, tais como parafusos, dobradiças ou encaixes. Os seguintes requisitos devem ser considerados na concepção do sistema: (a) Proteger as paredes do banheiro contra a umidade (requisito da NR-18), revestindo-as, por exemplo, com chapa galvanizada ou pintura impermeável. Com o mesmo objetivo, é recomendável que o piso dos banheiros seja feito em contrapiso cimentado, e não em madeira; (b) Prever módulos especiais para portas e janelas. As janelas preferencialmente devem ser basculantes, garantindo iluminação natural à instalação; (c) Fazer a cobertura dos barracos com telhas de zinco, as quais são mais resistentes ao impacto de materiais se comparadas às telhas de fibrocimento. Além de usar TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS 27 telhas de zinco, pode ser necessária a colocação de uma proteção adicional sobre os barracos, como, por exemplo, uma tela suspensa de arame de pequena abertura; (d) Pintar os módulos nas duas faces, assim como selar os topos das chapas de compensado, contribuindo para o aumento da durabilidade da madeira. (e) Prever opção de montagem em dois pavimentos, já que esta será uma alternativa bastante útil em canteiros restritos. Um problema que pode surgir ao planejar-se um sistema com dois pavimentos é a interferência com a plataforma principal de proteção. Nesse caso, uma solução que tem sido aceita pela fiscalização é o deslocamento da plataforma para a laje imediatamente superior, somente no trecho em que existe interferência. O mesmo sistema descrito poderia também ser feito com chapas metálicas galvanizadas, tomando-se o cuidado adicional, neste caso, de acrescentar algum tipo de isolamento térmico às paredes, como por exemplo, placas de isopor acopladas às mesmas. Deve-se estar atento ainda, para o fato de que o sistema apresentado pode ser aproveitado também em áreas cobertas. Nesse caso, os únicos componentes do sistema a serem usados são os módulos de parede. Em relação ao sistema de containers, Saurin e Formoso (2006, p. 53) consideram uma prática comum em países desenvolvidos e afirmam que: Mesmo possuindo um alto custo de utilização devido às dificuldades para manter um bom nível de conforto térmico o que exige a aquisição de uma grande quantidade de aparelhos de ar-condicionado os containers possuem diversas vantagens listadas abaixo: a) Rapidez no processo de montagem e desmontagem; b) Reaproveitamento total da estrutura; c) Possibilidade de diversos arranjos internos. Hoje em dia, o mercado para aquisição de container (aluguel e venda) é bastante grande e diversificado, o que facilita a sua negociação, modos de execução e de entrega como container já montado ou somente de entrega de seus componentes para montagem na obra. Tendo esta variedade de possibilidades de instalações (Tradicional racionalizada, containers e alvenaria), cabe ao responsável pelo planejamento determinar qual é a melhor opção para o canteiro em questão. Para a tomada da decisão, certos itens devem ser avaliados e compatibilizados visando ao melhor aproveitamento do canteiro em questão, como: a) Duração da obra; b) Pico máximo de funcionários que utilizaram as instalações; c) A vida útil dos materiais que podem ser utilizados para instalação; d) O custo dos materiais (compra/aluguel); e) Facilidade de montagem e reaproveitamento; f) Custo de instalação. Compatibilizando todos estes itens, considerando a experiência e vivência em obras do engenheiro responsável será possível determinar qual é a melhor alternativa para o canteiro em estudo. 3 MANUTENÇÃO E LIMPEZA Tanto a manutenção quanto a limpeza são fatores que contribuem para a saúde e a segurança dos trabalhadores da obra. Organizar o ambiente, sinalizá- lo e orientar a todos os envolvidos sobre a necessidade de se manter o local de trabalho deve ser tarefa constante. UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 28 Existe programa de manutenção da organização do canteiro, que estabelece rotinas de limpeza e organização com dias e horários marcados. Programas dessa natureza visam à redução do desperdício e maximização da eficiência quanto ao melhor uso do espaço disponível. Em algumas obras são utilizados os conceitos da teoria de 5S, que de acordo com o Slack (2018, p. 582) consiste: 1. Separe (seiri) – Elimine o que não é necessário e mantenha o necessário. 2. Organize (seiton) – Posicione as coisas de tal forma que sejam facilmente alcançadas sempre que necessário. 3. Limpe (seiso) – Mantenha tudo limpo e arrumado; nenhum lixo ou sujeira na área de trabalho. 4. Standardize (seiketsu) – Mantenha sempre a ordem e a limpeza – arrumação permanente. 5. Sustente (shitsuke) – Desenvolva comprometimento e orgulho em manter padrões. Embora ainda existam profissionais da construção civil que nãopriorizam esse tipo de ideia, em algumas obras a gestão do canteiro se mostra mais eficaz quando há treinamentos, metas, avaliações de desempenho e premiações. Todo esse movimento parece motivar os trabalhadores a manter o ambiente mais limpo e organizado. Acesse o canal do SESI no Youtube e assista ao vídeo sobre a importância da ordem e limpeza em uma obra, disponível no endereço: https://youtu.be/g-orDfcHI3E. Nele é relatado sobre como as práticas de proteção, ordem e higiene garantem a segurança e melhoram a qualidade dos serviços. DICAS 4 ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS De acordo com Arbache (2011), uma das atividades mais importantes, em qualquer que seja o negócio, é a gestão dos estoques. O local das instalações de armazenagem de materiais em canteiros de obras desempenha grande papel no processo logístico conforme pode ser observado nas operações básicas de funcionamento constantes na Figura 24: https://youtu.be/g-orDfcHI3E TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS 29 FIGURA 24 – OPERAÇÕES DE ARMAZENAGEM FONTE: Adaptado de Arbache (2011) Podemos listar várias funções do estoque de materiais, dentre elas, agilizar e manter ininterrupta as operações, garantir melhores preços de compra por riscos relacionados à infl ação, economia no valor do frete e possibilidade de desconto no valor unitário em compras por atacado. Os materiais em canteiros de obras podem ser classifi cados em perecíveis, especiais e de acabamento. Os materiais perecíveis, como cimento, cal e gesso devem ter depósitos específi cos, sem umidade, com ventilação e empilhados em piso elevado do solo. Os especiais, como as tintas, ferragens, fi ação etc. são caros e deterioram com facilidade. Já os materiais de acabamento, como exemplo as peças sanitárias e azulejos são armazenados posteriormente em local apropriado após os vedos. O atendimento da demanda em cada fase do canteiro deve ser realizado por meio do acompanhamento do cronograma da obra. Com antecedência devem ser defi nidas a disposição dos equipamentos fi xos e determinadas as áreas de estocagem. Por vezes, um lugar poderá armazenar materiais diferentes, em ocasiões diferentes. Veja alguns exemplos de áreas necessárias para a adequada estocagem de alguns insumos da construção no Quadro 3: UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 30 Material Quantidade Características do Estoque Área (m2) Cimento 200 sacos Pilhas com 10 sacos 8,4 Cal 200 sacos Pilhas com 15 sacos 4,8 Areia 10 m3 Altura média de 0,8 m 12,5 Bloco 14x19x39 1000 un. Altura média de 1,6 m 7,5 Argamassa Intermediária 1 m3 Altura média de 0,3 m 3,5 Chapas de Compensado 75 chapas Até 75 chapas 4,5 Argamassa industrial 100 sacos Pilhas com 10 sacos 4,2 Madeira Serrada 320 m linear Altura média de 0,6m 6 Azulejo/Cerâmica 100 m2 Altura média de 1,6m 4 QUADRO 3 – ÁREAS NECESSÁRIAS PARA ESTOQUE FONTE: Souza e Franco (1997, p. 12) Uma das questões que envolvem a movimentação dos materiais é a escolha da tecnologia mais adequada ao transporte na obra. Mas qual será a melhor? Como defini-la com exatidão? Bem, o ideal é que a empresa que precisa tomar essa decisão tenha um portfólio de equipamentos passíveis de utilização e o registro das suas experiências com tais tecnologias. O transporte de materiais pode ser horizontal, vertical e misto conforme alguns exemplos a seguir: Horizontal Vertical Misto – Vertical e Horizontal • Carrinho de mão • Jerica • Porta-palete • Bob-cat • Dumper • Talha • Guincho de coluna • Elevador (pessoas e materiais) • Balancim fachadeiro • Guindaste • Guindaste • Bomba de concreto • Grua QUADRO 4 – TRANSPORTES X ORIENTAÇÃO FONTE: Adaptado de Mendonça e Daibert (2014) Sabendo-se que existem diferenciadas opções de composição para o sistema de transporte de uma obra, para a definição devem ser analisadas questões como a capacidade, funcionalidade, o custo de instalação e geometria do canteiro. TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES EM CANTEIROS DE OBRAS 31 Para entender a diferença entre cada equipamentos de pequeno, médio e grande porte, leia: MENDONÇA, A. V.; DAIBERT, J. D. Equipamentos e instalações para construção civil. São Paulo: Érica, 2014. DICAS As datas de entrada, utilização e saída dos equipamentos devem estar bem defi nidas, principalmente quando este for alugado. Os acessos e o espaço para movimentação desimpedidos para que os equipamentos de guindar e transportar possam ser manuseados com segurança (YAZIGI, 2009). A seguir, apresentamos um indicador grosseiro da capacidade de uma grua para que você possa compreender alguns parâmetros de análise para escolha: Equipamento Duração de 1 ciclo Capacidade/ Ciclo FIGURA – GRUA FONTE: <https://www.casadaqualidade. com.br/wp-content/uploads/2018/10/ constru%C3%A7%C3%B5es-contemporaneas- 768x576.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2019. 5 minutos 0,5 m3 concreto 8 m2 de alvenaria 200 kg de aço QUADRO 5 – EQUIPAMENTO X CICLO X CAPACIDADE FONTE: Adaptado Souza e Franco (1997) No exemplo dado, observe que pelo porte do equipamento, aspectos geométricos do terreno, a distância das construções vizinhas e a agilidade nos transportes de materiais serão determinantes para sua escolha, tanto quanto a complexidade de montagem e desmontagem. UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO 32 Ao utilizar qualquer equipamento é importante que a capacidade máxima seja consultada junto ao fabricante. Todos os equipamentos de transportes devem ser dimensionados por profissional habilitado, bem como realizada vistoria prévia quanto à capacidade da carga real, altura de elevação e a conservação do equipamento (YAZIGI, 2009). Acesse os seguintes links do canal do SESI na plataforma Youtube para saber mais sobre a utilização e movimentação de gruas e transporte de cargas em geral na construção civil. Lá são apresentados exemplos, dicas e orientações: • https://youtu.be/pQ7oVUeKXIA - Gruas. • https://youtu.be/kyCCS-OJiZ4 - Movimentação de cargas e pessoas. • https://youtu.be/ELAZlDuPnyY - Transporte e levantamento de carga. • https://youtu.be/jiGS7EBx0k0 - Transporte manual de cargas. DICAS https://youtu.be/pQ7oVUeKXIA https://youtu.be/kyCCS-OJiZ4 https://youtu.be/ELAZlDuPnyY https://youtu.be/jiGS7EBx0k0 33 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Instalações provisórias são obrigatórias pela NR 18. • Manutenção e limpeza no canteiro de obras garantem a segurança e higiene no local de trabalho. • Gestão de estoque e transporte de materiais refletem em custo e tempo na obra, portanto, deve ser tratada com atenção. 34 1 “[...] Por mais elaborado que seja um programa de Segurança e Saúde no Trabalho e por melhores que sejam as ferramentas por ele disponibilizadas para o diagnóstico e a solução dos riscos do trabalho, se não houver disposição e participação compromissada de todos os envolvidos em suas ações, especialmente do corpo gerencial da empresa, os resultados por ele produzidos serão limitados, tanto do ponto de vista quantitativo, quanto qualitativo”. FONTE: OLIVEIRA, J. C. Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 17, n. 2, abr./jun. 2003. Disponível em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200002. Acesso em: 10 ago. 2019. Com base em nossos estudos e na reflexão apresentada sobre o PCMAT ou NR18 é correto afirmar que: a) ( ) A NR 18 estabelece direitos e obrigações dos operários, dentre elas, a conferência e adequação proativa do EPI ao serviço a ser executado. b) ( ) O PCMAT deve ser desenvolvido por profissional da área de Segurança do Trabalho quando a obra possuir 20 ou mais funcionários. c) ( ) A CIPA tem por objetivo prever acidentes e doenças em estabelecimentos com 10 funcionários. d) ( ) O PCMAT deve ser desenvolvido por qualquer engenheiro experiente em obras sem registros de sinistros e com qualquer quantidade de funcionários. e) ( ) A NR 18 dispõe que instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas,reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas por todos diariamente. 2 A armazenagem de materiais no canteiro de obras pode ser entendida como uma atividade de planejamento e organização das operações destinadas a manter e a abrigar adequadamente os itens de material, mantendo-os em condições de uso até o momento de sua demanda efetiva na construção. Sobre a armazenagem de materiais em obras, é correto afirmar que: a) ( ) Os materiais devem ser armazenados em local que não prejudique o trânsito de pessoas e nem obstrua acessos, podendo ir até o limite de altura do operário que realizar a armazenagem, desde que não ultrapasse 1,80 m. b) ( ) Os materiais devem ser armazenados em local que não prejudique o trânsito de pessoas e nem obstrua acessos, podendo o almoxarifado ter apenas uma divisória simples para separação dos materiais tóxicos dos não tóxicos. AUTOATIVIDADE http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200002 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200002 35 c) ( ) Receber e definir a posição dos materiais no canteiro é responsabilidade do operário de plantão no ato da entrega. Já o controle de cada material durante a obra é realizado pelo engenheiro civil presente diariamente no almoxarifado. d) ( ) Materiais de grande comprimento ou tamanhos devem ser arrumados empilhados na vertical se tiverem 60 cm e na horizontal em tamanhos maiores que 60 cm. Faz-se uma espécie de cinta para que não haja tombamentos. e) ( ) Os materiais devem ser armazenados em local que não prejudique o trânsito de pessoas e nem obstrua acessos, não podendo ser empilhados diretamente sobre piso instável, úmido ou desnivelado. 36 37 TÓPICO 3 LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Locar uma obra significa iniciar o processo de transferência de tudo o que foi projetado para a realidade. Esta é uma fase importante, considerada a base física das medidas correspondentes à edificação que será construída. Os trabalhos em terra somente poderão ser iniciados após autorização dos órgãos competentes, com documentos específicos, auxílio de equipamentos, ferramentas e profissionais especializados. Considera-se importante utilizar equipamentos eletrônicos como o nível a laser e estação total em obras mais complexas, pois, por meio da topografia, é possível obter resultados mais confiáveis e seguros. Erros de esquadro ou medidas na etapa de locação proporcionam marcações diferentes das especificadas em projeto, o que pode gerar perdas em função do retrabalho, desperdício de materiais, aumento de custo e até mesmo demolição, caso o erro não seja verificado antes da etapa construtiva. Os tipos de locação mais comuns são os de cavalete ou tábua corrida, sendo a primeira mais indicada para obras de menor porte por sua vulnerabilidade e custos menores, enquanto a segunda para obras maiores e que exigem precisão absoluta nas marcações. Neste tópico, você verá o fluxo de atividades comuns à locação de obras e aprenderá sobre termos rotineiramente utilizados durante a locação. Também poderá explorar as tecnologias atualmente utilizadas nesta fase da obra e uma breve introdução sobre os métodos de locação. 2 DEFINIÇÕES BÁSICAS A locação da obra é o processo de transferência das informações do projeto para o terreno. É nessa etapa que tudo é marcado com detalhamento e precisão, visto que quaisquer erros podem prejudicar o andamento das demais fases da obra. 38 UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO Na locação são marcados os recuos, a exata posição do prédio, fundações, alicerces, paredes, afastamentos, aberturas etc. Para que isso seja realizado adequadamente é preciso considerar dentre vários aspectos: as dimensões do terreno, o levantamento topográfico, a extensão da obra e a presença do arquiteto ou engenheiro responsável. Quaisquer erros na etapa de topografia, seja natural, instrumental ou humana no dimensionamento do projeto poderá ocasionar aumento de tempo e desperdício de materiais. Além disso, a locação é fundamental em etapas como, por exemplo: montagem de estruturas, marcação de alvenarias e passagem de instalações elétricas e tubulações. Erros na montagem da estrutura podem ocasionar patologias e até colapso em elementos estruturais, já na marcação de alvenaria afetar o uso de determinados cômodos. O terreno da construção de um edifício deve ser identificado, localizado e demarcado com perfeição, conforme limites estabelecidos na escritura pública de compra e venda. Respeitando-se o projeto de locação, é comum ter, como referência, aspectos como: alinhamento da rua, ponto devidamente sinalizado pelo topógrafo, edificações vizinhas e até o poste de alinhamento do passeio, uma lateral do terreno. Atendidos os requisitos legais junto aos órgãos competentes, parte-se para a etapa executiva em que é realizada a limpeza e escavação do terreno até a proximidade das cotas definidas. É importante que esta fase seja acompanhada por profissionais especializados em topografia, pois são necessários equipamentos adequados (estação total, nível a laser etc.) para fazer a definição da referência de nível (RN) e a conferência dos eixos, divisas, distâncias e alinhamento da rua. A escolha do tipo de locação deve ser analisada com base no empreendimento que se pretende construir. A locação, como etapa fundamental, promove uma qualidade na obra e auxilia o cumprimento do que foi orçado e planejado em termos de prazo. Se você considerar obras grandes, ou seja, acima de dois pavimentos ou mesmo com subsolo, é recomendado investir no serviço de locação topográfica, não só pelas marcações iniciais, mas também para acompanhar o decorrer da obra, através da locação dos elementos estruturais subsequentes e traduzindo- se em conformidade da edificação. Resumidamente, as etapas executivas para a locação de uma obra são: TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS 39 FIGURA 25 – FLUXO DA LOCAÇÃO DE OBRA FONTE: A autora Alguns termos são comumente usados na obra, são eles: Termo Signifi cado Cota de arrasamento ou de respaldo É a cota da face superior das estacas ou sapatas. Esquadros São gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40 e 50 cm, ou 60, 80 e 100 cm, ou ainda, 90, 120 e 150 cm. Para esquadros maiores pode-se usar trenas com lados de 3, 4 e 5 metros ou mais. Piquetes Pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de execução de um elemento estrutural. Pontalete Qualquer peça de madeira utilizada para apoio, escora. Pontos notáveis Pontos de referência iniciais, como, por exemplo, alinhamento de parede de edifi cação vizinha, alinhamento predial, marco topográfi co, árvore, poste etc. Testemunhos Marcos de concreto que geralmente marcam a existência de um piquete para realizar conferências no gabarito. Tolerância É o erro admitido em uma medida. Triangulação Verifi cação do esquadro com os triângulos retângulos. FONTE: A autora QUADRO 6 – TERMOS CORRIQUEIROS 40 UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO Erros graves de locação podem resultar na demolição de estruturas. IMPORTANT E 3 REQUISITOS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS Para executar cada uma das etapas da obra é preciso o uso de técnicas, parâmetros e orientações. Os documentos de referência para iniciar o procedimento de execução de trabalhos em terra são: projeto de prefeitura, levantamento planialtimétrico e projetos de fundação e arquitetônico executivo de implantação (YAZIGI, 2009). O projeto de prefeitura também é conhecido como Projeto Legal, Aprovação na Prefeitura, Alvará de Construção e Habite-se. Para conseguir sua aprovação, o importante é conter todas as informações suficientes para a efetiva construção. Em termos gerais, um projeto padrão deve conter minimamente a planta baixa, dois cortes, duas elevações, planta de locação, planta de cobertura e planta de situação (PINHEIRO, 2014b; NETTO, 2014). A planta baixa corresponde a um cortefeito por toda a edificação à meia altura, para que, a partir da visão vertical, seja possível a análise da distribuição das paredes, pisos e cerâmicas. Os cortes são desenhos que devem permitir entender o telhado e outros elementos estruturais como lajes, vigas, espessuras de parede, contrapiso até chegar na terra, detalhamentos cerâmicos em cozinhas e banheiros. As elevações se relacionam às fachadas, às vistas externas (NETTO, 2014). As plantas de coberturas mostram o tipo de cobertura da obra, os tipos de telhas, as direções das águas dos telhados e suas respectivas inclinações. A planta de locação mostra como a edificação está locada no terreno que será construído. Pode ser feito em conjunto com a planta de cobertura. A planta situação mostra como a obra está localizada em relação à vizinhança, como é o seu entorno, quais são as ruas que fazem frente, fundo e laterais e qual lote da quadra ela está localizada (NETTO, 2014). O importante é compreender que cada município brasileiro possui uma legislação que visa organizar as regras de uso e ocupação do solo da cidade e setores específicos para realização de trâmites legais. Essas regras normalmente estão dispostas em um plano diretor, código de obras, lei do uso e ocupação do solo e lei de zoneamento urbano. Cada termo desses pode variar, mas visam à regulamentação (BRASIL, 2001). TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS 41 No zoneamento urbano o objetivo é estabelecer quais áreas são dedicadas ao comércio, residências, uso misto, habitação de interesse social, áreas industriais etc. Com relação ao código de obras, você encontrará critérios da construção em si. Como exemplo, informações sobre iluminação necessária, ventilação, espessura mínima de paredes de divisa etc. (BRASIL, 20--). Com relação à lei de uso e ocupação do solo, já levando em consideração o zoneamento das cidades você vai entender qual percentual de área permeável mínima deve haver no projeto, área construída, taxa de ocupação máxima de construção no tal terreno, em outros. Essas serão informações que constarão na escritura do seu imóvel no Registro Geral de Imóveis e no IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano futuramente (SÃO PAULO, 2001). Para enviar à prefeitura para análise, o projeto deve conter o endereço completo da obra, zoneamento, destinação do uso da obra, quem são os proprietários, quem é o responsável técnico pelo projeto, a planta de situação e locação, tabela contendo área total construída, área total permeável e taxa de ocupação dessa obra em relação ao terreno (SÃO PAULO, 2001). Cumprindo todos os requisitos técnicos, junto aos desenhos e informações apresentadas à prefeitura, devem constar no kit os documentos comprobatórios de propriedade do terreno ou edificação existente, dos direitos de uso e dos proprietários. É realizado um requerimento no órgão competente que, aprovado, permite o início da etapa executiva (SÃO PAULO, 2001). Para que se tenha condições de iniciar os serviços de locação, o terreno deverá já estar terraplanado e limpo até as cotas de nível estabelecidas para a execução das fundações. Os profissionais envolvidos nessa etapa devem ser habilitados e capazes de utilizar instrumentos e métodos apropriados, partindo da RN – Referência de Nível (cota 0,0) para delimitação dos eixos (SALGADO, 2018). Além da RN é preciso definir outras referências que permitam a conferência da distância entre eixos e divisas como o alinhamento da rua, por exemplo. Os métodos de locação variam conforme o tipo do edifício. Quanto mais extensa a obra, ou mais precisão tenha sua estrutura, mais precisa terá que ser a locação (SALGADO, 2018). As locações podem ser realizadas a partir do uso de duas coordenadas planimétricas e uma altimétrica. A medição das distâncias, nesse caso, é realizada com trenas e a altura medida pela transferência de nível com nível de mangueira, fio de prumo e régua de referência. Recomenda-se o uso de instrumentos topográficos para definição com precisão da referência do lote no terreno, em seguida, locação dos alinhamentos e verificação do esquadro (TULER; SARAIVA; TEIXEIRA, 2017). 42 UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO FONTE: <https://fi les.construfacilrj.com.br/2013/12/locacao-de-obra.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2019. FIGURA 26 – REFERÊNCIA DO LOTE NO TERRENO FONTE: <https://fi les.construfacilrj.com.br/2013/12/locacao-de-obra-1.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2019. FIGURA 27 – LOCAÇÃO DOS ALINHAMENTOS TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS 43 FONTE: <https://fi les.construfacilrj.com.br/2013/12/locacao-de-obra-2.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2019. FIGURA 28 – VERIFICAÇÃO DO ESQUADRO Um canteiro de obras, dentre diversos materiais e equipamentos, deverá ter: • Brita 1. • Água limpa. • Nível de bolha com 35 cm. • Nível de mangueira ou aparelho de nível a laser. • Prumo de centro. • Areia média lavada. • Cimento Portland CP II. • Esquadro de alumínio. • Marreta de 5 kg. • Colher de pedreiro. • Linha de náilon. • Serrote. • Martelo. • Lápis de carpinteiro. • Enxada. • Trena de aço de 30 m. • Pá etc. Para a etapa especifi camente de locação é preciso ter: • Cavadeira. • Martelo. • Marreta. • Linha. • Sarrafos de 1’’ x 4’’ de 1ª qualidade. • Tábuas de 1’’ x 12’’ de 1ª qualidade. • Estacas de posição (piquetes). • Esquadro metálico de carpinteiro. 44 UNIDADE 1 | CANTEIRO E LOCAÇÃO • Tintas, principalmente preta, vermelha e branca. • Teodolito. • Pregos. • Arame recozido nº 18. Os acidentes referem-se a qualquer ocorrência que cause danos físicos ou à saúde de pessoas que estejam trabalhando ou transitando na obra. Podem ser de grande ou pequeno porte (MENDONÇA; DAIBERT, 2014). Por essa razão, além dos materiais que devem constar obrigatoriamente em um canteiro de obras, são necessários também: EPCs e EPIs (Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual), respectivamente. Com o desenvolvimento tecnológico, surgiram ao longo do tempo diversos equipamentos para medição de ângulos e distâncias. Isso não só proporcionou um grande avanço na forma de obtenção de dados no campo e seu processamento, quanto melhorou a precisão dessas informações (SOUZA, 2001). Um dispositivo medidor eletrônico de distância (MED), de acordo com McCormac, Sarasua e Davis (2019, p. 76), “[...] é um aparelho que transmite um sinal portador de energia eletromagnética de sua posição atual para um receptor localizado em outra posição. O sinal é devolvido do receptor para o instrumento de tal forma que a distância entre eles é medida duas vezes”. MEDs são classificados como instrumentos eletro-ópticos ou instrumentos de micro-ondas. A distinção entre eles é baseada no comprimento das ondas da energia eletromagnética que eles transmitem. Os instrumentos eletro-ópticos transmitem luz em ondas curtas de cerca de 0,4 a 1,2 µm. Essa luz é visível ou apenas pouco acima da faixa do visível no espectro. Instrumentos de micro- ondas transmitem ondas longas, algo em torno de 10 a 100 µm (MCCORMAC; SARASUA; DAVIS, 2019). Leia o Capítulo 5 sobre instrumentos medidores eletrônicos de distâncias em MCCORMAC, J.; SARASUA, W.; DAVIS, W. Topografia. Tradução Daniel Carneiro da Silva. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019. DICAS TÓPICO 3 | LOCAÇÃO DE OBRAS: CONCEITOS GERAIS 45 Para a medição de ângulos e direções com Estações totais, por muito tempo utilizou-se instrumentos que eram divididos em dois grupos: trânsitos e teodolitos. A distinção não era muito clara e ambos eram conhecidos por teodolitos e usados para medição de ângulos horizontais e verticais (MCCORMAC; SARASUA; DAVIS, 2019). Uma estação total combina três componentes básicos: um MED, um teodolito eletrônico e um microprocessador, formando um equipamento único (WOLF; BRINKER, 1994). De acordo com McCormac, Sarasua e Davis (2019), as estações totais podem ser: Estações Totais Convencionais - [...] são os instrumentos de levantamento mais utilizados para mapeamento, levantamento de propriedades e estaqueamento
Compartilhar