Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 03 A Ética nas Relações Humanas Ana Lúcia Guimarães ÉTICA E CIDADANIA Ética e Cidadania Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor ANA LÚCIA GUIMARÃES Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá, meu nome é Ana Lúcia. Sou doutora em Ciências Humanas e pos- suo mais de vinte anos de atuação como professora na Educação Superior. Além disso, tenho doze anos de militância como dirigente sindical da causa dos professores, o que me agrega conhecimentos e experiências para loca- lizar-me como autora nesta disciplina. Portanto, atuar e defender a causa da educação, laica, democrática e de qualidade é mais que um princípio em mi- nha formação e trajetória profissional, é um compromisso de ofício. Por isso fui convidada pela Editora TELESAPIENS a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Autor ANA LÚCIA GUIMARÃES INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de apren- dizagem toda vez que: Sumário 1. A Ética nas Relações Humanas ..................................................................................... 8 1.1. Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e de Gênero ....................................8 1.2. Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica ..................................................15 1.3. A Intolerância, o Racismo e a Xenofobia ..............................................................18 1.4. O Ensino da Ética nas Instituições..............................................................................22 Iniciamos mais uma etapa para pensar a questão da ética nas relações humanas. Em nosso debate e aprendizado temos muitos temas para abor- dar, desde a diversidade cultural até a xenofobia. Falamos tanto em consi- derar o bem comum, em construir uma cidadania de liberdade e respeito ao outro e, agora, chegamos ao momento de saber se estamos entendendo so- bre como estão e como devemos considerar as relações humanas do ponto de vista moral. Será que ser de uma religião ou cultura diferente nos faz tratar nossos vizinhos, parentes e amigos de forma hostil ou segregadora? Vamos estudar e conhecer mais estas realidades e apostar no conceito de ética que nos trouxe até aqui. Vamos adiante! Introdução Olá. Meu nome é Andréa César. Sou responsável pela direção editorial deste livro didático e de todos os demais recursos relacionados com a sua trilha de aprendizagem. Você está iniciando a Disciplona Ética e Cidadania, e seja bem-vindo a nossa Unidade 3, e o nosso objetivo é auxiliar você para o desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Especificar os estudos sobre diversidade cultural, étnica, religiosa e de gênero; 2. Debater as questões éticas e a relação com os princípios de cidadania na sociedade tecnológica; 3. Discutir e conhecer questões vinculadas ao debate sobre intolerância, racismo e xenofobia; 4. Demonstrar a importância do ensino da ética nas instituições. Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Trilha de Aprendizagem Ética e Cidadania | 8 1.1. Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e de Gênero Nada mais oportuno do que entender cultura e diversidade cultural após termos debatido muito as demandas do conceito de ética. Assim, vamos iniciar tecendo a definição de cultura. Lembrando logo de início que cada um tem a sua e a vida segue rica e bem fecunda porque somos diferentes, mas podemos comunicar nossas diferenças e construir novas possibilida- des de viver. Geertz (1989) ao abordar os estudos sobre cultura refere que a atividade do antropólogo é interpretar, cada cultura pode ser entendida como um texto. Cada texto é uma interpretação. Para ele, a cultura constitui-se como formas de ações significativas, simbólicas. A cultura parece estar oculta na mente dos homens e se expressa em suas ações. Ele afirma que é possível enxergar a cultura de um povo porque ela está expressa em suas relações sociais. O autor mostra que a cultura se revela a partir de uma descrição densa, pois são as ações produzidas, percebidas e interpretadas que a definem. Geertz (1989) está, então, atrás da teia de significados de cada sociedade. Ele não defende a ideia de ter que “se tornar um nativo” para conhecer a fundo uma cultura, mas sim estar familiarizado com o grupo que se preten- de compreender. É importante o destaque trazido pelo antropólogo sobre a cultura ser com- preendida pela teia de significados, isso porque se as relações se traçam com interligações de valores e símbolos e tradições, tudo o que dá sentido dinâmico à cultura vemos com olhos de necessidade de compreensão do que vem a ser a diversidade cultural. O autor mostra que o ponto de vista do nativo é sempre uma construção cultural que se dá após a pesquisa. Cada cultura define o que é “ser huma- no”. O antropólogo só tem acesso a isso a partir desses símbolos. INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você deverá estar dominando a possibilidade de entender mais sobre diferenças culturais, étnicas e religiosas. Além de perceber que é possível convi- ver com a diferença de forma respeitosa e harmônica. Você conceberá a ética como um conceito chave para as rela- ções humanas. Vamos lá! Temos muito a aprender! 1. A Ética nas Relações Humanas Ética e Cidadania | 9 DEFINIÇÃO: CULTURA: É o conjunto de pensamentos, de sentimen- tos, de atitudes, trações, símbolos, hábitos e de valores, os quais pertencem a um grupo. Dão sentido a sua identidade cultural, sua marca como grupo. DIVERSIDADE CULTURAL: É o reconhecimento por todas as diferentes culturas para diferentes grupos sociais, tudo isso espalhado pelo Mundo. 1 - Figura: Cultura como “TEIA” de Significados. | Fonte: Pixabay® Para Geertz (1989), as situações universais são sempre descritas de forma singular, seu enfoque privilegia as situações particulares. Dessa forma, a cultura é única para cada grupo e singular em cada indi- víduo. No mundo existem milhares de trações culturais, símbolos, pensa- mentos, manifestações e identidades culturais, tal diversidade enriquece nosso mundo social. Para Cuche (2012), o conceito de identidade ganha destaque com o nasci- mento do multiculturalismo, o qual nos mostra a face de que os imigrantes e as diversas minorias buscam o direito da diferença, o direito de ter uma identidade própria digna de respeito. Por outro lado, os grupos maioritários colocam em debate tal pretensão, temendo, entre a expansão de múltiplas identidades que competiriam para enfraquecer e fragmentar a identidade nacional, a própria “sustentação” para o Estado. Ética e Cidadania | 10 Para Bergamaschi (2008),a diversidade cultural e a presença de inúmeros povos indígenas com suas tradições e línguas marcam nossa diversidade étnica e cultural. Alves e Barros (2009) definem que a diversidade cultural está relacionada aos aspectos distintivos de uma cultura para outra, uma riqueza dada pela capacidade dos humanos de criar e transformar o legado que receberam. As identidades culturais aparecem a partir das manifestações culturais. O debate sobre a questão da diversidade cultural, que abre para todo um feixe de outros debates importantíssimos, nos faz pensar que com a edu- cação podemos formar indivíduos que entendam que ser diferente é poder trazer algo novo na troca cultural. A fundamentação do respeito da ética está no bojo dessa compreensão. Em meio aos pensamentos sobre a diversidade, podemos pensar também a diversidade étnica, religiosa e de gênero. Quanto a diversidade étnica, temos muito a comemorar desde que supe- ramos a explicação da existência de diferentes culturas pelo conceito de raça, para o conceito de etnia. Uma vez que se concluiu que falar em raça é apontar diferenças puramente biológicas, físicas, sem considerar as ques- tões de fundo cultural para a compreensão dos diferentes povos. Com o conceito de etnia, vemos um alargar dessa possibilidade de entendimento do outro. Gomes (2004) mostra que o uso de etnia se ampliou para referências a po- vos diferentes como judeus, índios, negros, entre outros, enfatizando seus processos históricos e culturais. No Brasil, o termo relações étnico-raciais é muito utilizado para debater as questões de relações raciais e étnicas, que estão muito além da cor da pele e das origens culturais. Há um misto desses olhares na alocação e interpre- tação dos lugares sociais que os indivíduos ocupam na sociedade. Portan- to, falar de raça ou de etnia em nossa cultura vai trazer um apanhado de significações de quem fala, como fala e por que fala, o chamado “lugar de fala”. É também com estas construções que nascem conceitos e alocações culturais denominadas de racismo, preconceito e discriminação. Estes po- dem ser de raça ou etnia, mas tendem a ser explicados pela questão racial. Enquanto o preconceito é definido como uma percepção sobre as coisas, muitas vezes herdada por conta da socialização recebida, a discriminação é a própria prática do preconceito. Assim, o racismo trata-se de uma cons- trução ideológica de que existem raças diferentes e que estão submetidas a uma hierarquia de classificação como inferiores e superiores. Nesse caso, essa teoria sempre acaba por delegar aos negros os mais baixos graus de status social na sociedade. O racismo é uma teoria perversa, que separa e agride os indivíduos que pertencem ao grupo discriminado. Ética e Cidadania | 11 ACESSE: Veja a Lei n.º 7.716/1989 (Lei Ordinária), de 05/01/1989, pelo o link: https://bit.ly/19Z6EfM Vemos no Brasil, de forma muito clara, a existência de um preconceito ra- cial contra negros e mulatos. A igualdade de oportunidades é divulgada e tolerada. Temos lei contra o Racismo. SAIBA MAIS: Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto sobre a Di- versidade Étnico-Racial, Inclusão e Equidade para a Educa- ção Brasileira: Desafios, Políticas e Práticas, através do link: https://bit.ly/2G67izI A diversidade étnico-racial deve ser pensada por toda a comunidade escolar, pelos gestores educacionais que são importantes na formação dos indivíduos. Compreender que negros e brancos têm sua importância e valor cultural é colaborar para o entendimento da diversidade cultural e étnica. É importan- te saber que a cultura afro-brasileira compõe nossa trajetória de formação de nação. Não é possível falar de diversidade étnica sem considerar que o Brasil, após a abolição, atravessou grandes lutas pelo reconhecimento des- ta cultura que inclui lutas sociais, miscigenação, discriminação, sincretismo. 2 - Figura: Racismo e Preconceito. | Fonte: Pixabay® Ética e Cidadania | 12 3 - Figura: Diversidade Religiosa. | Fonte: Pixabay® A superação deste fenômeno de pejoração negativa das diferentes religi- ões só acontece quando os indivíduos estão disponíveis para conhecer a diversidade religiosa. Conhecer é importante para melhor conviver. Isto não significa converter-se. SAIBA MAIS: Para saber mais, leia a reportagem sobre Diversidade Reli- giosa, através do link: https://glo.bo/2PmBF6f Entretanto, ainda assim as ligações íntimas com pessoas de cor não são vistas com bons olhos. Os mulatos passam por menor discriminação que os negros, mas também são discriminados e sofrem preconceito. Constan- temente presenciamos discussões que envolvem o preconceito racial e a discriminação étnica dos indivíduos, com falas como: “você é negro”, “você é indígena”, “por isso não conseguiram obter êxito em nada…”. Por aí vai. A discriminação e o preconceito ocorrem também em relação as questões religiosas, normalmente há uma perseguição e preconceito com as reli- giões de matrizes africanas. Incrível que normalmente entendemos que a religião deve trazer coisas boas aos indivíduos, pois nelas os mesmos de- positam sua fé espiritual e dedicam-se professando. No entanto, por igno- rância, ou mesmo maldade, muitos indivíduos constroem guerras, matam e perseguem religiões diferentes das suas. O etnocentrismo predomina nesses casos e faz com que a religião de uma pessoa seja considerada a melhor ou a que tem mais pureza, etc. Ética e Cidadania | 13 Orientações Sexuais Definições Heterossexual Indivíduo que sente atração pelo sexo oposto. Homossexual Indivíduo que sente atração pelo mesmo sexo. Bissexual Indivíduo que sente atração pelos dois sexos. Assexual Indivíduo que não sente desejo sexual. Pansexual Indivíduo que aprecia todos os gêneros. 4 - Figura: Tabela: Sobre a Orientação Sexual. | Fonte: https://bit.ly/2SR1o9m DEFINIÇÃO: Orientação Sexual refere-se à atração sexual e à afetividade que um indivíduo sente por outro. Diversidade de Gênero refere-se ao gênero com o qual o indivíduo se identifica que pode ter, ou não, relação com seu sexo biológico. Quando estudamos um pouco, vemos que o catolicismo tradicional tam- bém teve influência africana no culto de santos de origem africana como: São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (San- to Antônio do Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto de santos tam- bém há aqueles que podem ser associados aos orixás africanos como São Cosme e Damião. O próprio São Jorge (Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bár- bara (Iansã), além daqueles oriundos da criação de santos populares como a Escrava Anastácia. É comum ver que igrejas pentecostais do Brasil, que são contra as religi- ões de origem africana, na realidade têm várias influências destas, como se nota em práticas como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas). O Cato- licismo nega a existência de orixás e guias, já as igrejas pentecostais os denominam como demônios. A ideia de sincretismo religioso, a transculturação das religiões, como ocor- re na umbanda, por exemplo, tem origem nos fatores histórico-culturais da história do Brasil. Por isso, é preciso compreender que a diversidade religio- sa existe e precisa ser respeitada. No cenário relativo a compreensão das relações de gênero e sua diversi- dade também não encontramos eco no respeito. Pois na atualidade vemos que a conceituação que acrescenta nessa polêmica é a de que orientação sexual e identidade de gênero são diferentes e precisam ser compreendidas. Ética e Cidadania | 14 SAIBA MAIS: Para saber mais leia o texto Educação, Relações de Gênero e Diversidade Sexual, no link: https://bit.ly/3126qmi E assista aos Vídeos sobre Diversidade de Gêneros, no link: https://bit.ly/2Kb5jcS, e também sobre Gênero e Diversidade, pelo link: https://bit.ly/2MrSkpY Esses conhecimentos são importantes pois levam ao combate de práticas de preconceito e discriminação, fundamentados em ideologias homofóbicase de violências de gênero. Diversidade de Gênero Definições Cisgênero Indivíduo que se identifica com seu sexo biológico. Masculino é homem. Feminino é mulher. Transgênero Indivíduo tem uma identidade diferente do seu sexo biológico. Transexuais: um homem que se enxerga como mulher ou uma mulher que se enxerga como homem. Transgênero: deve assumir definitivamente o corpo com o qual se identifica e, em muitos casos, pode desejar atravessar procedi- mentos de redesignação sexual ou terapias hormonais. Não Binário Indivíduo que oscila entre masculino e feminino. Por exemplo, uma mulher que se identifica com o gênero masculino, mas não realiza procedimentos de readequação física (apenas assume um comportamento condizente com seu gênero). 5 - Figura: Tabela: Sobre Diversidade de Gênero. | Fonte: https://bit.ly/2SR1o9m a sociedade Paresí, do grupo indígena denominado Aruak, localizado no Estado de Mato Grosso, constrói simbólica e culturalmente o dimorfismo sexual tendo como foco de análise sua mitologia e seu complexo ritual. Ele demonstra como a categoria diferença é algo construído, tal qual nos indica a ideia de gênero sobre os indivíduos na vida social. Em outros termos, ana- lisa-se a diferença e a construção de gênero como fenômeno englobado por um pensamento geral sobre o que significa a diferença no mundo. Assim, segundo o autor, a diferença de gênero informa ao mesmo tempo que produz e é produzida por esta ideia da diferença que não é universal e sim construída culturalmente. Dessa forma, são as posições culturais cons- truídas por homens e mulheres, a partir do olhar que eles têm do compro- misso com suas escolhas pautadas na orientação sexual e na diversidade de gênero, que dão sentido às suas histórias e lugares nessa discussão. É impor- tante entender como os indivíduos tem se referenciado, a partir desse olhar. Ética e Cidadania | 15 1.2. Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica Iniciaremos agora toda uma reflexão e conceituação sobre a relação ética e a sociedade tecnológica que estamos vivendo. Morin (2000) nos apresenta às demandas da educação e da sociedade do conhecimento em tempos atuais, mostrando que esta impõe aos indivíduos uma escola que lhes faça sentido, que lhes seja capaz de resgatar a forma- ção do ser completo. Em sua visão, a escola de hoje deve oferecer aos indivíduos além do ensino básico com cálculos, língua escrita e falada, precisa trazer também as in- terfaces com as ferramentas e inovações tecnológicas trazidas pela era da comunicação e informação. É importante marcar que o conhecimento e a informação estão no centro do mundo atual. O perfil de indivíduo que se exige, mediante estas demandas, é de quem consegue ser flexível, polivalente, empreendedor e altamente adaptável. Alguém que é criativo, inovador e está sempre sendo desafiado por questões profissionais e pessoais. Um mundo em que se fala o tempo todo a respeito de busca de soluções viáveis. Os próprios modelos educacionais voltam-se para esta perspectiva. Isto significa que o aluno a ser formado tem que ser preparado para enfrentar este aparato de necessidades impostas pela sociedade do conhecimento e da informação. Nesta sociedade digital, educar um indivíduo para desenvolver sua cidada- nia plena também envolve construir valores de respeito, responsabilidade e participação colaborativa com a comunidade. RESUMINDO: Neste tópico trabalhamos com o conhecimento e deba- te das diversidades cultural, étnica, religiosa e de gênero. Marcamos bem a questão da diferença entre discrimina- ção, preconceito e racismo. Vimos que existem várias religiões e que a pesquisa delas, o conhecimento e a forma de olhar fazem com que possa- mos conviver com elas, ainda que diferentes, de forma res- peitosa. Da mesma forma, apresentamos as conceituações inerentes a discussão sobre diversidade de gênero. Com estes saberes, esperamos que você possa ter apren- dido que ser diverso é rico e que o respeito em seu contex- to próprio é fundamental. Ética e Cidadania | 16 DEFINIÇÃO: Cibercultura: cultura que emerge com o advento das trocas comunicacionais advindas do computador. Conhecimen- tos, valores, informações e saberes que se constroem a partir do mundo virtual. Ciberespaço é o virtual, as redes de conexão. SAIBA MAIS: Para saber mais, assista ao vídeo Educação na Sociedade do Conhecimento, através do link: https://bit.ly/1H9cTkj 6 - Figura: Sociedade do Conhecimento. | Fonte: Pixabay® Assistimos a uma era em que a tecnologia está no bojo de todas as coisas que realizamos no mundo social. Levy (1999) traz à cena os conceitos de cibercultura e ciberespaço para mostrar a amplitude de nossas trocas de conhecimento e aprendizagem na era digital. Nesse sentido, o autor ainda produz associado ao pensa- mento de Kerckhove (1995), o conceito de inteligência coletiva, constituin- do-se em inteligências conectadas, isto é, o uso colaborativo das várias inteligências mediante processos de comunicação e tecnologias em rede. Este novo desenho pedagógico de formação dos indivíduos propõe uma revisão da forma tradicional de ensinar e aprender, a construção de saberes e as trocas comunicacionais ganham uma dimensão mais personalizada. Ética e Cidadania | 17 SAIBA MAIS: Para saber mais assista ao Vídeo de Renato Janine Ribeiro, Debate Ética, Política e os Desafios da Educação, pelo link: https://bit.ly/30XLv3C Para Dewey (1979) é a partir da reflexão que emerge a dúvida, a perplexida- de, o ato de pensar. Ela também envolve o ato de pesquisar, para resolver a dúvida e esclarecer a tal perplexidade. Dessa forma, o autor nos aponta o caminho para as nossas questões éticas e contemporâneas. Além dele, também Castoriadis (1979) diz que a reflexão deve sinalizar o conhecimento para investigar, explicitar e questionar os conteúdos sociais e culturais de nossas vidas. 7 - Figura: Ética e Tecnologia. | Fonte: Pixabay® O que precisamos entender é como funcionam, nesse caso, os princípios da ética e cidadania em um contexto de valorização da comunicação virtual. Com o exposto acima, focamos em mostrar que a ética passa a ser uma questão central no contexto das trocas e construções virtuais, tanto no âm- bito da vida pública como na vida privada. Nesse sentido, ser ético é pensar no que fazemos, na medida de nossas ações, considerando quem somos e com quem nos relacionamos. Além da ênfase na reflexão sobre o outro e o planeta em que habitamos. Ética e Cidadania | 18 Com tantas discussões no terreno da ética, é preciso focar que ser cidadão é estar situado na ordem social de forma participativa, mas considerando que apesar da evolução tecnológica é preciso pontuar nossas ações locais e globais, presenciais e virtuais, de forma eticamente responsável. 1.3. A Intolerância, o Racismo e a Xenofobia É muito comum, diante do que vimos até aqui, presenciarmos na socieda- de globalizada e tecnológica, sentimentos de exclusão social, violência e intolerância. No ano de 2001, realizou-se a Conferência Mundial contra o Racismo, Dis- criminação Racial, Xenofobia e Intolerância Conexa na cidade de Durban, África do Sul. Esta conferência foi um culminar das demandas mundiais para o enfrentamento de um cenário sociopolítico extremamente grave em nível mundial: o combate ao racismo e intolerância. Trata-se de compreender que indivíduos, povos e nações estavam cada vez mais praticando e incentivando realidades de exclusão e segregação social, que em muitos casos levam ao extermínio. Mesmo diante de outros instrumentos legais e históricos para esse fim, foi necessário organizar a Conferência de 2001. SAIBA MAIS: Para saber mais, leia a reportagem O Dilema Ético dos Bebês Geneticamente Modificados, no link: https://bit.ly/2Mnhu9i E assista ao Vídeo: A Engenharia Genética mudará Tudo para Sempre, no link: https://bit.ly/2aMbdzI Olivé (2000), em seus estudos, colabora com nossa reflexão sobre deveres morais do cientista e do tecnólogo emnossos tempos. Para ele, cientistas devem ter a consciência da responsabilidade e das consequências do tra- balho que realizam. Esta responsabilidade inclui informar a sociedade com precisão sobre seus experimentos e resultados. Também, os tecnólogos devem avaliar com cautela e seriedade as tecnologias produzidas e suas amplitudes. Avaliar não só a eficiência, mas sobretudo, os impactos no meio social e natural. O autor ainda ressalta que os cidadãos, a grosso modo, também têm res- ponsabilidade na avaliação das tecnologias e em sua aceitação e propaga- ção. Assim, eles devem buscar informações adequadas sobre a natureza da ciência e da tecnologia, que estão propagando bem como de seu uso e consequências. Ética e Cidadania | 19 Racismo: preconceito e discriminação de indivíduos e grupos fundamentados em percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre os povos. Xenofobia: sentimento de desconfiança, antipatia, receio de pessoas que não são familiares ao meio de quem julga, ou do país de quem julga. Intolerância: capacidade mental de não desejar reconhecer e respeitar dife- rentes valores, sentimentos, opiniões de grupos e pessoas que não pertencem a quem avalia. 8 - Figura: Intolerância Religiosa. | Fonte: Pixabay® Listamos aqui alguns dos instrumentos que foram implementados sob a égide das Nações Unidas com intuito de promover a igualdade e combater a intolerância: � Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948); � Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966); � Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966); � Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação con- tra as Mulheres (1979); � Convenção sobre os Direitos da Criança (1989). Apesar do aparato legal acima referido, os dados mundiais seguiram apon- tando que seres humanos ainda são vítimas de ideologias e tratamento ra- cista e segregacionista, principalmente com o surgimento de novas tecnolo- gias e o advento da globalização, que trouxeram próprios de seus campos. Para continuar, consideramos que é preciso definir o que vem a ser racismo, xenofobia e intolerância, objetos de nossa discussão. Ética e Cidadania | 20 9 - Figura: Ética na Sala de Aula (O Desafio da Moralidade e Respeito à Diversidade, em Sala de Aula). Fonte: Pixabay® Para seu melhor entendimento, vamos pensar a seguinte situação: em uma sala de aula de uma escola particular, com alunos brasileiros, encontramos um aluno muçulmano, que se veste tal qual sua cultura, um aluno com au- tismo e apenas duas crianças negras. Todos os dias as crianças negras são isoladas das brancas, mas a convivência se dá de forma regular. Ao observar essa situação, uma professora de Sociologia começou a in- centivar a integração desses alunos, crianças de 12 a 14 anos. Então, em conversa com uma do grupo de crianças brancas, a mesma falou que não gostaria de sentar com seus colegas negros para fazer trabalho de grupo porque seus pais disseram que os negros são menos competentes que os brancos. A professora teve que fazer toda uma explicação sobre a história dos negros no Brasil e as teorias racistas para seus alunos, pois estava dian- te de um caso de racismo. Mas não parou por aí, a professora ainda observou o tratamento de exclu- são que aquela turma dava ao aluno muçulmano, não satisfeita com aquela situação, chamou um grupo de alunos que praticavam a segregação do aluno muçulmano para uma conversa. Então, descobriu falas sobre a ideia de que os estrangeiros que vem do oriente médio podem ser homens bombas e, ainda, que “vem tirar onda aqui no nosso País”, fala de uma criança durante a conversa com a profes- sora. Nesse caso, a referida professora estava diante de xenofobismo, into- lerância. Assim, ela tratou de construir as suas próximas aulas baseadas em vídeos e textos que pudessem ensinar sobre a cultura oriental, a respeito de convivência e próprio respeito em si. Ética e Cidadania | 21 SAIBA MAIS: Para saber mais, leia o texto Combates à Xenofobia, ao Ra- cismo e à Intolerância, no link: https://bit.ly/30Uxjs6 E sobre a reportagem: A História por trás da Foto do Menino Sírio que Chocou o Mundo, acessado através do seguinte link: https://bbc.in/2SJPFcs Finalmente, não precisamos dizer que o aluno autista era ali um invisível, nenhum aluno preocupava-se com sua presença. Fato este que levou a mesma professora a organizar atividades em que ele pudesse ser incluído nas relações sociais daqueles alunos. Além disso, a professora escreveu um projeto e propôs à Escola a realização de oficinas e reuniões que inclu- íssem as temáticas apresentadas, com os pais. Diante de tal conceituação, podemos avaliar o peso negativo destas atitudes e práticas em nossa sociedade. Daí a necessidade de sabermos que impor- tantes decisões saíram da Conferência de Durban, que em linhas gerais foram: � Problemas enfrentados pelas vítimas de tais flagelos (com particular des- taque para as mulheres, pessoas de origem africana e asiática, povos indí- genas, migrantes, refugiados e minorias nacionais) e medidas específicas para aliviar o seu sofrimento; � Problema da discriminação múltipla; � Importância da educação e sensibilização pública no combate ao racismo; � Problemas particulares colocados pela globalização; � Aspectos positivos e negativos das novas tecnologias; � Importância da recolha de dados, da pesquisa e do desenvolvimento de indicadores no domínio da discriminação; � Previsão de medidas destinadas para garantir a igualdade nas áreas do emprego, da saúde e do ambiente; � Importância de garantir o acesso das vítimas às vias de recurso eficazes e de assegurar a sua reparação pelos danos sofridos; � Papel dos partidos políticos e da sociedade civil, nomeadamente ONG e juventude, na luta contra o racismo. Fonte: https://bit.ly/2F9oyC4 | Acesso em 01 de maio de 2019. Ainda temos muito a saber sobre os conceitos de racismo e xenofobia que são processados de forma estrutural, fundamentando guerras santas e ét- nicas, como ocorre no Oriente Médio na atualidade. Tal situação de desumanidade tem tirado a vida de muitas famílias, mulhe- res, homens, jovens e crianças. Ética e Cidadania | 22 Santos (2016) ao descrever motivos pelos quais se pratica o xenofobismo, mostra que o migrante é visto como “de fora” em um território que é domi- nado por alguém que acredita “ser seu”, o que leva a imputar ao migrante a aceitação de suas práticas e sua submissão a seu modo de vida. Caso isso não venha a ocorrer, ou seja, quando o migrante se percebe e busca estabelecer-se como um ser de direitos, o qual estando presente naquela comunidade sente o desejo de participar das decisões da vida política, social etc., o dominante começa a se sentir incomodado e busca nas práticas racistas e xenofóbicas uma forma de coação e reação a esse migrante. Fanon (2008), sobre o entendimento do racismo, colabora com a ideia de que uma sociedade tende a ser racista como um todo, pois, em seu olhar, não existem “meios racismos”. Pode ter, também, uma parte da sociedade mais racista que a outra. De fato, ainda existem muitas pessoas que pen- sam que o migrante que chega em outra terra, isso vale para o Brasil tam- bém, consiste em uma ameaça para o trabalhador no mundo do trabalho local, o que pode reforçar a xenofobia reproduzida pela população. De qualquer forma, é preciso que através da educação e da formação de valores morais e éticos, os indivíduos possam receber o antídoto para este mal do século XXI: a segregação de pessoas, que se redefine como uma realidade de afastamento, isolamento. 1.4. O Ensino da Ética nas Instituições Para que alcancemos a proposta que abordamos acima, uma formação educacional em nível local e global, que alcance a tolerância das diferenças culturais, das perspectivas de fluxo migratório, da liberdade de se exercer como ser humano portador de direitos em qualquer região do planeta,é importante consolidar matrizes curriculares que incluam conceitos e ensi- namentos sobre ética, sobretudo, abordagens práticas de vida que possibi- litem a reflexão com base na moral e na ética. Como mostramos na Unidade 1, Chauí (2004) destaca a importância de en- sinar ética por conta da convivência em espaços grupais. Para Carva- lho (1999), nas organizações ensinar e aprender sobre ética fundamenta a regulação e garante qualidade nas relações humanas, servindo também como indicativo do desenvolvimento organizacional. Olhando mais de perto a inserção da ética nos currículos da educação su- perior, vemos que nos anos 70, no Brasil, ela passa a fazer parte do cur- rículo de Administração e negócios, um momento em que se inicia uma ampla iniciativa social e educacional para discussão de responsabilidade social, trocas internacionais e desafios éticos regionais do ponto de vista de estratégias econômicas. Ética e Cidadania | 23 Em uma sociedade capitalista selvagem, em que muitos comportamentos não prezam as relações éticas, é muito comum ouvirmos várias reclamações de falta de ética na política e na sociedade como um todo. Nesse caso, a inclusão da ética nos currículos, sobretudo universitários, tor- na-se uma urgência acadêmica, para que continue a se constituir como um elemento fundamental nas relações humanas. Cuvillier (1947) marcou os seguintes pontos a serem observados na formação ética dos profissionais: A. Através da profissão o indivíduo se realiza plenamente, provando sua capacidade, habilidade, sabedoria, inteligência e formando sua perso- nalidade para vencer obstáculos; B. O nível moral dos homens é elevado pelo seu exercício profissional; C. Na profissão os homens mostram sua utilidade à comunidade. SAIBA MAIS: Para saber mais, leia o texto: A Ética como Disciplina de En- sino Fundamental para a Construção de uma Postura Profis- sional na Contemporaneidade, no link: https://bit.ly/2MpiOsj Assista também ao Vídeo de Mário Sérgio Cortella, que fala sobre a Educação, Convivência e a Ética, através do seguinte link: https://bit.ly/2x3uVTC Capra (2002) destaca que as instituições universitárias precisam reformular currículos que contemplem a formação ética pois, segundo ele, elas têm o papel de formar os novos profissionais. Já Sequeiros (2000), prima pelo ensino da ética da solidariedade na educa- ção como um todo, pois acredita que a criança desde cedo deve conhecer a consciência ética. No entanto, Vallaeys (2003) infere que os valores domi- nantes das universidades atuais são o individualismo, a posse, a competên- cia e a dominação. A partir da década de 90 e a massificação da educação superior, uma gran- de amplitude de oportunidades de Cursos e Disciplinas com ênfase merca- dológica, muitas Instituições viram a possibilidade de agregar à sua missão, através da propaganda, os valores de formação ética e responsabilidade social, conforme nos mostra Calderon (2005). SAIBA MAIS: Para saber mais leia o texto: Ética, Instituições e Desenvolvi- mento, no link: https://bit.ly/2yfLsE6 Ética e Cidadania | 24 Consideações Finais RESUMO: Neste tópico aprendemos muito sobre diversidade cultu- ral, racismo, intolerância e xenofobismo. Vimos que esses conceitos precisam ser absorvidos e entendidos para que as relações entre os seres humanos sejam mais respeito- sas, solidárias e colaborativas. A Sociedade Tecnológica e Global traz desafios de enfrentamento moral e ético, mas através da educação podemos fortalecer nossa capaci- dade de cuidar e zelar pela boa convivência social, desta forma estaremos sustentando um mundo viável para as gerações presentes e futuras. É preciso ter um ensino de ética do que precisa ser recusado, mas também do que precisa ser reforçado para a preservação social. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar nos temas desta aula? Recomenda- mos o acesso a fontes de consulta e de aprofundamento que serão passadas pelo seu professor. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM: Pronto para consolidar seus conhecimentos? Leia aten- tamente o enunciado de sua atividade de autoaprendiza- gem proposta para esta aula. Se você está fazendo o seu curso presencialmente, é só abrir o seu caderno de ativi- dades. Se você estiver cursando na modalidade de EAD (Educação a Distância), acesse a sua trilha de aprendiza- gem no seu ambiente virtual e realize a atividade de modo online. Você pode desenvolver esta atividade sozinho ou em parceria com seus colegas de turma. Dificuldades? Poste suas dúvidas no fórum de discussões em seu am- biente virtual de aprendizagem. Concluiu a sua atividade? Submeta o resultado em uma postagem diretamente em seu ambiente virtual de aprendizagem e boa sorte! Ética e Cidadania | 25 TESTANDO: Chegou a hora de você provar que aprendeu tudo o que foi abordado ao longo desta aula. Para isto, leia e resolva atentamente as questões do seu caderno de atividades. Se você estiver fazendo este curso a distância, acesse o QUIZ (Banco de Questões) em seu ambiente virtual de aprendizagem. REFERÊNCIAS: � BAUMAN, Zygmunt. Globalização: As Consequências Humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar CASTEL, Robert. As Metamorfoses do Trabalho. In: Fiori, José Luís e outros. Globalização: O Fato e o Mito. Rio de Janeiro. Ed. Uerj, 1998; � CORTINA, A.: Cidadãos do Mundo. Petrópolis; RJ: Vozes, 2005 SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. Ed. Rio de Janeiro: Record, 2003; � CHANLAT, Jean-François. Ciências Sociais e Management: Reconciliando o Econômico e o Social. São Paulo: Atlas, 1999; � FALEIROS, Vicente de Paula. Palestra proferida na ICSW 32, em Brasília, em 17 de julho de 2006; � FORRESTER, Viviane. O Horror Econômico. São Paulo. Ed. UNESP, 1997; � FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996; � HEEMANN, Ademar. Natureza e Ética. Curitiba: Editora da UFPR, 1993; � LISBOA, Lázaro Plácido et al.. Ética Geral e Profissional e Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997; � PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. São Paulo, Summus, 1994. PENNA, Antonio G. Introdução à filosofia da moral. Rio de Janeiro; � MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. Tradução de Cecília Wiltaker Bergamini, Roberto Coda: São Paulo: Atlas, 1996; � SÁ, A Lopes de. Ética profissional. 4ª. Ed.. São Paulo: Atlas, 2001 SILVEIRA, M.CAIO & REIS.COSTA.G. LILIANE. Expo Brasil Desenvolvimento Local. Ultra-Set Editora, 2005.
Compartilhar