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Naturalismo e Parnasianismo (Trabalho de Língua Portuguesa) Tra Bims 3

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Trabalho bimestral de Língua Portuguesa: NATURALISMO E PARNASIANISMO
E. E PROFº AROLDO DE AZEVEDO
Trabalho bimestral de Língua Portuguesa: NATURALISMO E PARNASIANISMO
Trabalho apresentado como avaliação parcial
 da professora Telma Martins, de Língua Portuguesa
ALUNO (A): LARISSA SOUZA Nº: 26 TURMA: 2 ANO D
SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO	02
 NATURALISMO 	03
» Contexto geral	
» Contexto histórico e Naturalismo no Brasil 	
» Características 	
» Aluísio Azevedo	
» Obra “O Cortiço” 	
TEORIAS E CORRENTES	06
PARNASIANISMO	07
» Contexto geral	
» Contexto histórico	
» Contexto literário	
» Contexto cultural	
» Características	
» Representantes do Parnasianismo brasileiro	
CONCLUSÃO	12
REFERÊNCIAS	13
ANEXOS	14
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordará dois movimentos influentes no Brasil: O Naturalismo e o Parnasianismo; mais especificamente o contexto geral, literário, cultural e histórico de tais escolas literárias.
Esta produção tem como intuito explicar de forma objetiva os pontos principais e as mudanças da sociedade por conta dos valores do Naturalismo e Parnasianismo.
O trabalho está dividido em cinco partes. A primeira (bem como a quarta) contém vários subitens e abordará todos os contextos acerca do primeiro movimento citado, enquanto a segunda irá mostrar teorias e correntes que influenciaram em grande escala todo o pensamento naturalista. A quarta mostrará os contextos do Parnasianismo, com explanações servirão de complemento para a explicação do mesmo.
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NATURALISMO
· Contexto geral
Iniciado na Europa por conta da publicação da obra Germinal (Émile Zola, 1885),
o Naturalismo chegou ao Brasil no final do século XIX, influenciando escritores brasileiros com o ponto de vista dos europeus, e mostrando uma forte relação com o Realismo.
Desse movimento é possível destacar diversos fatores que o diferenciam das demais
escolas literárias, mas o principal é que os escritores passaram a enxergar a literatura não só como um divertimento da a classe média e elite brasileira, e sim como uma denúncia social, que foi retratada de diversas formas (Anexo, página 14, Van Gogh — Os Comedores de Batatas). Os escritores que aderiram ao movimento tinham como principal objetivo exemplificar o comportamento humano e social, se aproximando, até mesmo, das experiências de laboratório, mostrando a distanciação da perspectiva artística da literatura, que era, até então, presente.
Um conceito interessante do Naturalismo é o fato de que o século XIX teve
uma marcante e veloz transição da vida rural para a urbana.
Outro ponto de destaque, é que a lei naturalista teve forte influência das leis científicas, passando a tratar o homem, por meio de sua ficção, como um objeto a ser cientificamente estudado, mostrando, mais uma vez, como o romantismo foi abandonado, visto que toda a idéia do uso de metáforas e da subjetividade foi esquecida, dando espaço para que a realidade fosse retratada, e que a linguagem se aproximasse do jeito simples do coloquialismo, assim o leitor poderia entender de forma exata a mensagem passada pelo narrador, que por sua vez não adota a impessoalidade, ou seja, não se envolve, deixando que mais uma vez o assunto da literatura seja ligado ao homem, até mesmo assuntos que jamais foram abordados antes, como, por exemplo, a homossexualidade feminina, como será visto mais a frente.
· Contexto histórico e Naturalismo no Brasil
 O Naturalismo no Brasil tem como marco inicial a publicação do romance “O Mulato” (ALUÍSIO AZEVEDO, 1881). Os contextos envolvendo o Naturalismo são:
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● 2ª Revolução Industrial — capitalismo e produção industrial crescendo em grande escala (relação com o movimento operário);
● Segundo reinado (D. Pedro II) — no final da época imperial no Brasil;
● Capital: Rio de Janeiro — a capital imperial continua sendo o RJ; 
● Abolição da Escravatura (1888) — lei Áurea assinada por uma burguesa;
● Proclamação da República (1889).
· Características
● Objetividade;
● Verossimilhança — o mais próximo possível da realidade;
● Descritivismo — a partir da leitura a pessoa vai integrar junto a obra;
● Razão, observação, análise — os autores não são subjetivos. Eles observam determinada situação e descreve aquilo que está acontecendo;
● Universalismo — no Romantismo a subjetividade e individualismo era extremamente presente na literatura, já no Naturalismo as obras são universais, giram em torno de todos os indivíduos;
● Retrato fiel das personagens — relação com o descritivismo, pois o leitor terá noção de todas as características das personagens.
· Aluísio de Azevedo
Considerado o precursor do naturalismo no Brasil, Aluísio de Azevedo (Anexo, página 14, Aluísio de Azevedo) era, além de escritor, jornalista, romancista, contista, cronista, diplomata, desenhista, pintor e caricaturista.
Escreveu diversas obras, sendo considerado um importante abolicionista brasileiro. Isso porque criticou a escravidão no país, ressaltando o tema racial.
A despeito de apresentar uma obra de caráter notadamente naturalista, alguns estudiosos afirmam que sua produção literária, muitas vezes apresenta características românticas e realistas.
Suas obras de mais destaque: O Mulato (1881), Casa de Pensão (1884), O Cortiço (1890).
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Junto com o autor, aparecem mais cinco teses, sendo elas:
● Romance de tese e/ou experimental — serão criadas análises das ações onde os personagens estão inseridos;
● Instinto — o instinto, até mesmo o degradante, do homem vem à tona;
● Coletivo — a influencia do meio nas ações das personagens;
● Patologias — tudo o que for instintivo, orgânico, genético, como doenças, loucura e insanidade aparecem na literatura;
● Homossexualidade — pela primeira vez na história da literatura brasileira vai aparecer a homossexualidade (feminina).
· Obra “O Cortiço”
A obra mostra justamente um coletivo —também dá destaque para a parte física do ser humano—, como já citado anteriormente, onde as pessoas são influenciadas pelo meio. A partir daí entra o Determinismo de Taine: o meio, a raça, a história. E como resultado, todo ser humano é influenciado por esses três pilares.
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TEORIAS E CORRENTES
· O positivismo de Comte
O conhecimento verdadeiro só é possível por meio da observação e da aferição empírica do mundo;
· O socialismo de Marx
Ligação com o movimento operário. Os camponeses precisam ter espaço na sociedade;
· O evolucionismo de Darwin
O mais apto sobrevive: aquele que melhor se adapta a uma mudança circunstancial;
· O determinismo de Taine
Grande influencia nas obras naturalistas. O comportamento humano é definido pelo o meio, a raça, e a história.
· A psicanálise de Freud
O objeto de estudo da psicanálise é o inconsciente, o que quebra com a tradição da psicologia como ciência da consciência e da razão. Esta linha teórica ousou colocar “processos misteriosos” do psiquismo, as “regiões obscuras”, como é o caso das fantasias, dos sonhos, esquecimentos e outros problemas internos do homem, como problemas científicos.
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PARNASIANISMO
· Contexto geral
O Parnasianismo[footnoteRef:2] foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do século XIX e se desenvolveu na literatura européia, chegando ao Brasil. Esta escola literária foi uma espécie de seguimento do Realismo e oposição ao Romantismo, pois representou a valorização da ciência e do positivismo. [2: Parnasse (em português, parnaso e daí parnasianismo) origina-se de Parnassus (Anexo, página 15, O Monte Parnaso), região montanhosa da Grécia. Segundo a lenda, ali moravam os poetas.
] 
No Brasil, o movimento chegou à segunda metade do século XIX e teve força até o movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922).
Um dos pontos principais do Parnasianismo foi a abordagem de temas sociais e um tratamento objetivo da realidade do ser humano.
Além disso, possuía um forte caráter ideológico, marcado por uma linguagem política e de denúncia,como, por exemplo, a miséria, corrupção, exploração, entre outros.
· Contexto histórico
Grandes acontecimentos históricos marcaram a geração dos parnasianos brasileiros, e tem relação com as características do Naturalismo. A abolição da escravatura (1888), por exemplo, coincide com a estréia literária de Olavo Bilac. No ano seguinte houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República. 
A transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil um período de consolidação das novas instituições republicanas; fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração das finanças; impulso ao progresso material. 
Depois das agitações do início da República, o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade econômica. Um ano após a proclamação da República, instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia ao poder, sendo substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano Peixoto.
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· Contexto literário
Parnasianismo é uma estética literária de caráter exclusivamente poético, que reagiu contra os abusos sentimentais dos românticos.
A poesia parnasiana voltada para onde há o ideal da perfeição estética e a sublimação da "arte pela arte" (Anexo, página 15, Arte pela Arte). Teve como sua primeira obra “Fanfarras” (Teófilo Dias, 1882).
Alguns críticos chegaram a considerar o parnasianismo uma espécie de realismo na poesia. Tal aproximação é suspeita, pois as duas correntes apresentam visões de mundo distintas. O autor realista percebe a crise da ‘síntese burguesa’, já não acredita em nenhum dos valores da classe dominante e a fustiga social e moralmente. Em compensação o autor parnasiano mantém uma soberba indiferença frente aos dramas do cotidiano, isolando-se na "torre de marfim[footnoteRef:3]", onde elabora teorias formalistas de acordo com a inconseqüência e o hedonismo das frações burguesas vitoriosas. [3: A expressão Torre de Marfim designa um mundo ou atmosfera onde intelectuais se envolvem em questionamentos desvinculados das preocupações práticas do dia-a-dia.] 
· Contexto cultural
Em meados do século XIX, aconteceu a segunda fase da revolução industrial, na Inglaterra (1850), e a população mundial vivia em uma época de desenvolvimento e avanços de várias áreas da ciência que encaminharia um novo rumo para a história da humanidade (Inicio da Idade Moderna/Contemporânea).
· Características
● Objetividade;
● Impessoalidade — o pessoal dos autores terá pouco espaço na literatura;
● Descritivismo — o autor descreve cada instante daquilo que quer passar para o leitor;
● Culto à forma — principal característica do movimento. Os parnasianos tinham a preocupação de construir um poema impecável. A perfeição que buscavam ao fazer versos, rimas raras, na sonoridade perfeita, na métrica, era de certa forma, “uma deusa”.
● Preciosismo vocabular — os poetas tinham vocábulos nada usuais. 
● Arte pela arte — a arte por si só se complementa.
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· Representantes do Parnasianismo brasileiro
· Olavo Bilac[footnoteRef:4] [4: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formaram a chamada “Tríade Parnasiana” (Anexo, página 15, Tríade Parnasiana.)] 
Mesmo sem a subjetividade e romantismo, conseguiu fugir, um pouco, da “frieza” parnasiana.
· Temas característicos de suas obras
● Reflexão da existência;
● Temática da perfeição;
● Nacionalismo;
● Mitologia;
● Sensualismo.
· Principais obras
Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).
· Exemplo
"Profissão de Fé” ilustra a obsessão pela "deusa forma" dos parnasianos (trecho):
"Invejo ourives quando escrevo
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.(...)
Por isso, corre por servir-me
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel (...)
Torce, aprimora, alteia lima
A frase; e, enfim
No verso de ouro engasta a rima
Como um rubim
(...)
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· Alberto de Oliveira
Encontramos em suas obras poemas que reproduzem mecanicamente a natureza e objetos descritivos.
· Temas característicos de suas obras
● Rigidez formal;
● Precisão;
● Pobreza temática;
● Sem emoção;
● Descritivismo.
· Principais obras
Canções Românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e Poemas (1885); Versos e rimas (1895).
· Exemplo
"Vaso Grego” mostra o tipo poesia morta como os objetos descritos, típica de Alberto de Oliveira (trecho):
“Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de os deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.”
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· Raimundo Correia
Um pouco singular devido às características de suas obras.
· Temas característicos de suas obras
● Natureza;
● Melancolia;
● Pessimismo;
● Filosófico;
● Moralidade.
· Principais obras
Primeiros Sonhos (1879,) Sinfonias (1883,) Versos e Versões (1887,) Aleluias (1891).
· Exemplo
"Anoitecer” além do descritivismo de objetos e ações pode-se observar no poema um recurso poético extremante popular e utilizado por poetas deste estilo, a inversão de frases (trecho):
“Esbraseia o Ocidente na agonia 
O Sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de oiro e de púrpura raiados,
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...
 (...)
A natureza apática esmaece...
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua 
Surge trêmula... Anoitece.”
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CONCLUSÃO
Com a finalização deste trabalho foi possível concluir que o Naturalismo e Parnasianismo (ambos seguimentos do Realismo) tem idéias totalmente opostas ao tradicional Romantismo, pois propõe a observação do presente, bem como do mundo ou qualquer coisa ao redor das pessoas de uma forma mais objetiva e exata. Totalmente ao contrário da era romântica, as leis naturalistas a parnasianistas proporcionam textos impessoais, por vezes com linguagem mais culta (no caso do Parnasianismo), tendo como resultado textos de certa forma desinteressantes (com raras exceções de obras com um pouco mais de sentimento, sempre em pequena escala).
O fato de obras literárias passarem a servir não apenas de entretenimento para a elite, mas também para criticar e observar contextos sociais foi realmente um avanço para a época.
Temas importantes, jamais vistos antes na literatura, mas que deveriam estar em pauta, passaram a finalmente aparecer, o que provavelmente, pode ter contribuído para a mudança no pensamento de alguns.
Mesmo com certos defeitos, como no Parnasianismo onde havia muitas vezes uma supervalorização da linguagem e empobrecimento de conteúdo, e a impessoalidade e falta de assuntos cativantes do Naturalismo, é inegável a importância de tais movimentos, visto que a objetividade e o uso da literatura para observar as condições e problemas da sociedade foram benéficos para que diversos assuntos da realidade antes “escondida” no Romantismo viesse à tona.
Portanto, mais uma vez vemos que apesar de certos pontos, as escolas literárias serviram, e ainda podem servir como uma maneira de reflexão acerca de temas que geralmente não damos importância ou não nos atentamos, pois na construção deste trabalho foram muitas as mensagens entendidas que antes não estavam tão claras e que não haviam sido analisadas com atenção.
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REFERÊNCIAS
Aula De ● Literatura — Aula 9: Naturalismo/Impressionismo ● Disponível em 
< https://youtu.be/pJaoD1nelMs> Acesso em: 09 de Agosto de 2016
Aula De ● Literatura — Aula 10: Parnasianismo ● Disponível em 
< https://youtu.be/jXIujnBiuhw> Acesso em: 09 de Agosto de 2016
PEREZ ALVES, Luana Castro ● Naturalismo ● Disponível em 
< http://portugues.uol.com.br/literatura/naturalismo.html> Acesso em: 09 de Agosto de 2016
Toda Matéria ● Naturalismo no Brasil ● Disponível em 
< https://www.todamateria.com.br/naturalismo-no-brasil/> Acesso em: 09 de Agosto de 2016
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ANEXOSAluísio de Azevedo: autor brasileiro.
Van Gogh — Os Comedores de Batatas: Exemplo do Naturalismo na pintura: a obra Os comedores de batatas, de Van Gogh, retrata a miséria e a desesperança de uma família de camponeses.
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 (
Arte pela Arte:
Fiéis seguidores da Arte pela Arte de Theóphile Gauthier dariam a feição mais característica à poesia anti-romântica, pelo abandono do sentimentalismo e pela instauração de um novo estilo artístico.
)
 (
O monte Parnaso, ou Parnasso, é um dos parques nacionais da Grécia. Segundo a antiga mitologia grega, era uma das residências do deus Apolo e de suas nove musas.
) O Monte Parnasus: 
 
 (
Tríade Parnasiana
:
Respectivamente: Olavo Bilac,
 
Raimundo Correia e
 
Alberto de Oliveira.
)
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