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Histologia do Sistema Tegumentar, Disgestório e Urinário

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Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
Histologia dos sistemas tegumentar, digestório e urinário. Aspectos gerais, aspectos histológicos,
composição e funcionalidade dos órgãos.
PROPÓSITO
Compreender a estrutura, aspectos gerais, histológicos e funcionais dos tecidos que compõem o
tegumento e os sistemas digestório e urinário é importante para a compreensão do funcionamento dos
órgãos e sistemas que compõe o corpo humano, do funcionamento geral do organismo, bem como da
patologia que compreende o estudo das doenças.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever as características gerais e histológicas do sistema tegumentar
MÓDULO 2
Reconhecer as características gerais e histológicas do sistema digestório
MÓDULO 3
Apontar os aspectos morfológicos e funcionais do sistema urinário
INTRODUÇÃO
Ao longo deste conteúdo, vamos abordar os aspectos morfofuncionais dos tecidos que compõe o
tegumento (nossa pele) e dos órgãos que compõem os sistemas digestório e urinário.
Você conhecerá a pele, o maior órgão do nosso organismo, que desempenha inúmeras funções, e
entenderá como a camada mais externa da pele (epiderme) atua como uma barreira contra o atrito, a
desidratação, bem como é a primeira linha de defesa contra os microrganismos. Além disso, entenderá
como a arquitetura e a composição dos tecidos tegumentares ajudam a manter a temperatura corpórea.
Você verá, também, que no intestino delgado existem enormes microvilosidades que aumentam a
superfície de contato com os alimentos e a taxa de absorção dos nutrientes, e que a organização
histológica dos néfrons e túbulos renais é essencial para o rim reabsorver proteínas e constituintes
essenciais para o funcionamento do organismo e eliminar as toxinas na urina, funcionando como um
filtro.
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE
MEDIDA.
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões
de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o
javascript:void(0)
número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você
devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
MÓDULO 1
 Descrever as características gerais e histológicas do sistema tegumentar
VISÃO GERAL DO TEGUMENTO
 
Foto: shutterstock.com
Como você já sabe, o organismo humano é uma matriz complexa de vários sistemas e órgãos,
composta por diferentes combinações de quatro tipos básicos de tecidos:
EPITELIAL
CONJUNTIVO
MUSCULAR
NERVOSO
Esses tecidos diferenciam-se um do outro por características morfofuncionais (de forma e função).
Podemos citar como os principais parâmetros de identificação dos tipos de tecido:
tipo de células presente;
quantidade e composição da matriz extracelular;
suas principais funções.
Cada tecido possui funções específicas e cada sítio anatômico é composto em diferentes proporções
pelos tipos de tecido. Podemos pontuar como as principais funções dos 4 tipos básicos de tecidos:
1
 
Imagem: shutterstock.com
TECIDO NERVOSO
É responsável pela transmissão dos impulsos nervosos.
TECIDO EPITELIAL
Reveste o corpo externamente e dentro de suas cavidades.
 
Imagem: shutterstock.com
2
3
 
Imagem: shutterstock.com
TECIDO MUSCULAR
É aquele que proporciona o movimento.
TECIDO CONJUNTIVO
Possui a função de apoio e proteção dos demais tecidos.
 
Imagem: shutterstock.com
4
Os quatro tipos básicos de tecido.
Tecido nervoso
Tecido
epitelial
Tecido
muscular
Tecido
conjuntivo
Células Prolongamentos
Poliédricas
justapostas
Contráteis Migratórias
Matriz
extracelular
Ausente Pouca Moderada Abundante
Funções
Transmissão dos
impulsos nervosos
Revestimento Movimento
Apoio e
proteção
 Quadro: Elaborado por Vinícius Tadeu Martins Guerra Campos.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O sistema tegumentar é formado por uma porção composta de tecido epitelial de origem ectodérmica
e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Abaixo da derme encontra-se a hipoderme
ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas a une aos órgãos subjacentes. O
tegumento também apresenta estruturas anexas, são elas:
pelos;
unhas; e
glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias.
A pele e seus derivados constituem um órgão complexo composto de numerosos tipos diferentes de
células. A diversidade dessas células e a sua capacidade de trabalhar em conjunto proporcionam muitas
funções que possibilitam ao indivíduo lidar com o ambiente externo.
ATIVIDADE
barreira
endócrinas
glândulas
microrganismos
nervoso
temperatura
As principais funções da pele incluem
as seguintes:
atua como que protege
contra agentes físicos, químicos
e biológicos no ambiente externo;
é a principal e primeira barreira
contra os , sendo um
dos principais componentes da
resposta imune inata;
participa na homeostasia ao
regular a corporal e a
perda de água;
transmite a informação sensorial
do ambiente externo para o
sistema ;
desempenha funções 
por meio da secreção de
hormônios, citocinas e fatores de
crescimento, e converte
moléculas precursoras em
hormônios ativos, como, por
exemplo, a vitamina D3;
funciona na excreção por meio da
secreção exócrina das 
sudoríparas, sebáceas e
apócrinas.
RESPOSTA
A sequência correta é:
As principais funções da pele incluem as seguintes:
atua como barreira que protege contra agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente externo;
é a principal e primeira barreira contra os microrganismos, sendo um dos principais componentes
da resposta imune inata;
participa na homeostasia ao regular a temperatura corporal e a perda de água;
transmite a informação sensorial do ambiente externo para o sistema nervoso;
desempenha funções endócrinas por meio da secreção de hormônios, citocinas e fatores de
crescimento, e converte moléculas precursoras em hormônios ativos, como, por exemplo, a
vitamina D3;
funciona na excreção por meio da secreção exócrina das glândulas sudoríparas, sebáceas e
apócrinas.
 SAIBA MAIS
Algumas substâncias lipofílicas, como nicotina e hormônios esteroides (por exemplo, a testosterona),
são administradas na pele, pois ela apresenta a capacidade de absorver algumas delas.
Antes de conhecer a morfologia de cada uma dessas estruturas que compõem o tegumento, relembre
alguns aspectos histológicos importantes do tecido epitelial que serão essenciais para a compreensão
do órgão como um todo.
Como você já aprendeu, o tecido epitelial é constituído por células poliédricas justapostas com pouca
matriz extracelular entre elas, que se aderem firmemente umas às outras a fim de estruturar folhetos
que revestem a superfície externa e as cavidades do corpo. As principais funções dos epitélios são,
entre outras:
REVESTIMENTO DA SUPERFÍCIE
Como a pele
ABSORÇÃO DE MOLÉCULAS
Como nos intestinos
SECREÇÃO
Como nas glândulas
PERCEPÇÃO DE ESTÍMULOS
Como os epitélios gustativos e olfativos
A forma das células epiteliais varia bastante, desde colunares (altas, em formato de coluna) até
células pavimentosas (achatadas). Consequentemente, o formato dos núcleos também varia de acordo
com o formato da célula a qual ele pertence.
Na imagem a seguir podemos relembrar os tipos de tecido epitelial simples:
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
Em sua maioria, as células epiteliais encontram-se apoiadas sobre a lâmina basal, uma superfície de
contato entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo, composta principalmente de colágenos do tipo
IV, e de glicoproteínas, sobretudo lamininas e proteoglicanos.
As lâminas basais possuem diversas funções. Podemos citar como as principais:
papel estrutural no tecido;
filtração de moléculas;
regulação de diferenciação e proliferação celulares;
servir de caminho para migração celular;
promover interações célula-célulaetc.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Lâmina basal (LB) representada pelas setas.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Membranas basais (setas pretas).
A designação membrana basal é utilizada para denominar uma camada situada abaixo dos epitélios
que é visível ao microscópio óptico quando corada. Geralmente é composta pela fusão de duas lâminas
basais, sendo mais espessa que uma lâmina basal isolada.
Como já sabemos, a formação efetiva e funcional dos tecidos depende da coesão e comunicação entre
as células que o compõem. As junções celulares são especializações da membrana celular essenciais
para a estrutura e função dos tecidos, uma vez que são capazes de promover a adesão, vedação e
comunicação entre as células; podemos ter ainda mais de um tipo de junção em sequência no mesmo
epitélio.
Elas estão presentes em todos os tipos de tecidos, porém são muito mais abundantes no tecido
epitelial e são classificadas como:
junções de adesão;
junções impermeáveis; e
junções de comunicação.
Para o tegumento podemos atribuir como principais funções das junções intercelulares:
Adesão entre as células adjacente dos tecidos
Vedação que previne o fluxo no espaço intercelular
Comunicação entre células adjacentes
A coesão entre as células varia de acordo com o tipo de epitélio, sendo especialmente mais
desenvolvida nos epitélios mais sujeitos a fortes trações ou pressões, como na pele, particularmente
das mãos e dos pés.
Agora, vamos relembrar sobre os tipos de junções:
JUNÇÕES IMPERMEÁVEIS
As junções impermeáveis são classificadas como zônulas de oclusão (ou junções estreitas), que
costumam ser as junções mais apicais da interação célula-célula compostas por um cinturão que
circunda a célula com fusão das membranas que veda o espaço intercelular.
JUNÇÕES DE ADESÃO
Mais abaixo, na membrana lateral das células, temos junções de adesão, as zônulas de adesão,
caracterizadas pela inserção de numerosos filamentos de actina, contribuindo para a adesão entre
células vizinhas.
Os desmossomos são o último tipo de junções de adesão. São estruturas em forma de disco formadas
por uma matriz complexa de proteínas de adesão. Na região citoplasmática de cada célula ligada pelo
desmossomo há uma placa de ancoragem, uma estrutura circular composta por aproximadamente 12
proteínas que se ancora em filamentos intermediários de queratina, que conferem adesão firme entre
as células.
Em algumas células epiteliais encontram-se estruturas de ligação à lâmina basal que são conhecidas
como hemidesmossomos, cujas placas de ancoragem são compostas por integrinas que podem,
inclusive, funcionar como receptores de moléculas de matriz extracelular, como o colágeno tipo IV.
JUNÇÕES DE COMUNICAÇÃO
As junções de comunicação, também conhecidas como junções comunicantes ou junções gap, são
caracterizadas pela presença de proteínas denominadas conexinas, que se agrupam para formar
canais de comunicação, os conexons.
Os conexons de células vizinhas se alinham formando canais de comunicação que permitem o
intercâmbio de moléculas como íons e alguns hormônios, além de moléculas sinalizadoras (moléculas
capazes de transmitir sinais que estimulam a geração de respostas específicas), permitindo que as
células trabalhem de forma coordenada, em vez de individualmente.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Junções celulares presentes no tecido epitelial
Algumas células epiteliais possuem especializações em sua superfície livre, que constituem
estruturas funcionais que aumentam a superfície de contato do tecido com seu lúmen, ou ainda,
podem auxiliar na movimentação de partículas.
Algumas das especializações mais importantes são:
MICROVILOS
ESTEROCÍLIOS
CÍLIOS
FLAGELOS
Pode ser observado na imagem a seguir o enterócito mostrando especialização de membrana do tipo
microvilos:
 
Imagem: shutterstock.com
 Enterócito mostrando especialização de membrana do tipo microvilos.
Didaticamente, os epitélios são classificados em epitélios de revestimento e epitélios glandulares,
que possuem respectivamente as funções de revestir o corpo e de secreção glandular. Os epitélios,
entretanto, podem também exercer as duas funções como no caso do estômago, onde o epitélio de
revestimento realiza secreção, ou ainda na traqueia ou intestino delgado, onde há células secretoras
entre as células de revestimento.
Agora que revemos esses conceitos vamos entender como é a histologia do sistema tegumentar
CAMADAS DA PELE E SEUS ASPECTOS
HISTOLÓGICOS
 
Imagem: shutterstock.com
A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, revestindo toda a sua superfície. Dividimos a pele
em três camadas, são elas:
 
Imagem: shutterstock.com, adaptado por Angelo Souza.
 Anatomia da pele.
Epiderme
 
Imagem: shutterstock.com, adaptado por Angelo Souza.
 Anatomia da pele.
Derme
 
Imagem: shutterstock.com, adaptado por Angelo Souza.
 Hipoderme: localizada abaixo da derme, essa camada não faz parte da pele, apenas une à pele aos
órgãos subjacentes. Mas didaticamente pode ser apontada como uma das camadas da pele.
Hipoderme
Cada uma das suas camadas possui características morfofuncionais próprias que você verá a seguir.
EPIDERME
A epiderme é constituída por um epitélio estratificado (que possui várias camadas de células)
pavimentoso (células “achatadas”) queratinizado (que contém queratina na superfície externa). As
células mais abundantes na epiderme são os queratinócitos, responsáveis pela síntese da queratina,
que forma uma camada protetora. Estão presentes ainda três outros tipos de células:
Melanócitos (produtores de melanina, composto fotoprotetor)
Células de Langerhans (relacionadas ao sistema de defesa do corpo)
Células de Merkel (relacionadas ao sentido de tato)
Na camada basal que separa a epiderme da derme está presente uma camada germinativa, que é rica
em células tronco com alta atividade mitótica, capazes de promover a constante renovação da
epiderme. A estrutura e a espessura da epiderme variam de acordo com o sítio anatômico, sendo mais
espessa e sem pelos nas mãos, nos pés e em algumas articulações, regiões com maior atrito e mais
finas em outras regiões do corpo, como no rosto.
Como mostra a imagem a seguir, a epiderme pode ser dividida nas seguintes camadas:
 
Imagem: Shutterstock.com
 Camadas da epiderme.
BASAL
ESPINHOSA
GRANULOSA
LÚCIDA
CÓRNEA
BASAL
A camada basal é constituída por células prismáticas ou cuboides, além de ser rica em células-tronco,
portanto também é denominada de camada germinativa. Possui intensa atividade mitótica e a sua
principal função é a constante regeneração do tecido.
ESPINHOSA
A camada espinhosa é formada por células cuboides e achatadas que possuem expansões curtas
formadas por filamentos de queratina (tonofilamentos). Esses, por sua vez, se mantêm em contato com
as expansões das células adjacentes por meio de desmossomos, conferindo aspecto espinhoso e
função de coesão entre as células da epiderme e de resistência ao atrito. Nessa camada ainda
existem células-tronco dos queratinócitos e as mitoses ocorrem na membrana basal.
GRANULOSA
A camada granulosa é formada por 3 a 5 fileiras de células poligonais achatadas com núcleo central
e carregadas de grânulos citoplasmáticos , dentre os quais podemos destacar os grânulos lamelares
que são capazes de se fundir com a membrana celular e liberar seu conteúdo lipídico para o meio
extracelular. Esse conteúdo lipídico contribui para a impermeabilização da pele e para evitar a sua
desidratação.
LÚCIDA
A camada lúcida é formada por células achatadas e translúcidas que constituem uma camada
delgada cujas organelas e núcleos foram digeridos por enzimas dos lisossomas. Há a presença de
numerososfilamentos de queratina e desmossomos. Essa camada é visualizada apenas nas peles
espessas.
CÓRNEA
Temos ainda a camada córnea, formada por células achatadas, mortas e sem núcleos, cujos
citoplasmas encontram-se cobertos por queratina. Essa camada descama continuamente e apresenta
espessura variável.
A camada basal e a espinhosa, pela intensa atividade mitótica, são responsáveis pela renovação da
pele, que, acredita-se, ocorre a cada 15-30 dias, embora dependa da idade da pessoa e do local do
corpo em que a pele se encontra.
A reposição epidérmica é realizada por vários processos, que incluem a divisão das células basais, a
diferenciação e morte celular à medida que as células migram para o estrato córneo, e a perda das
células pela esfoliação celular.
 SAIBA MAIS
A queratina apresenta peso molecular entre 40 a 70KDa. À medida que os queratinócitos se
diferenciam, ou seja, chegam mais próximos às camadas superficiais da epiderme, os queratinócitos
sintetizam proteínas de maior peso molecular em comparação à queratina produzida pelas células na
camada basal.
Como visto, além dos queratinócitos estão presentes outros tipos celulares na epiderme, os quais são:
os melanócitos;
as células de Langerhans;
as células de Merkel.
Os melanócitos são células dendríticas dispersas entre as células basais da camada basal que se
originam das cristas neurais do embrião. Essas células apresentam um citoplasma globoso, de onde
partem prolongamentos que penetram entre as células da camada basal e espinhosa e transferem seus
pigmentos de melanina para as células dessas camadas. Os melanócitos não formam desmossomos
com os queratinócitos, mas se prendem à membrana basal por meio de hemidesmossomos.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Desenho esquemático de um melanócito.
As células de Langerhans são muito ramificadas. Estão dispostas entre os queratinócitos em toda a
epiderme, porém são mais frequentes na camada espinhosa. Essas células são responsáveis por
capturar antígenos e apresentá-los aos linfócitos T.
Já as células de Merkel estão localizadas na parte profunda da epiderme, apoiadas na membrana basal
e presas aos queratinócitos por meio de desmossomos. Elas estão mais distribuídas nas peles espessas
da palma das mãos e da sola dos pés, apresentam grânulos citoplasmáticos elétron-densos e funcionam
como mecanorreceptores (sensibilidade tátil).
 
Imagem: shutterstock.com
 Camadas da epiderme. Lembre-se que a camada lúcida apenas está presente em peles espessas.
DERME
A derme é o tecido conjuntivo que liga a epiderme ao tecido subcutâneo (hipoderme). Possui
reentrâncias em sua superfície denominadas de papilas dérmicas. As cristas epidérmicas são
depressões da epiderme, dispostas entre as papilas dérmicas, que são mais profundas e frequentes na
pele grossa, e possuem funções como aumentar o atrito, a sensibilidade tátil e a adesão da junção
dermoepidérmica.
CORTE DA PELE ESPESSA DA PLANTA DO PÉ
Note as papilas dérmicas e as camadas da epiderme.
 
Imagem: Extraído de J JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
CORTE HISTOLÓGICO DA PELE DO ABDOME
Note que a epiderme é menos espessa, e a interface entre derme e epiderme é mais regular.
 
Imagem: Extraído de J JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
É INTERESSANTE RESSALTAR QUE EM PELES MAIS FINAS
AS PAPILAS DÉRMICAS SÃO MAIS CURTAS.
A derme é composta por duas camadas de limites pouco definidos:
Camada papilar;
Camada reticular.
A camada papilar é a camada mais superficial, composta por tecido conjuntivo frouxo que forma as
papilas dérmicas com presença de fibrilas de colágeno do tipo I e III, que se inserem na membrana
basal para fixação. Possui, ainda, vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição da epiderme.
Já a camada reticular é mais espessa e constituída por tecido conjuntivo denso, com presença de
fibras elásticas mais densas que conferem elasticidade à pele e fibras irregulares de colágeno do
tipo I. Os grandes feixes de fibras colágenas e elásticas formam padrões ao longo da pele, demarcando
as linhas de tensão ou linhas de clivagem.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Camada reticular da derme.
Além disso, a camada reticular possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, bem como estruturas
derivadas da derme, como glândulas e folículos pilosos. Apresenta também funções essenciais na
nutrição e excreção da epiderme.
HIPODERME
A hipoderme é formada por tecido conjuntivo frouxo, sendo responsável pelo deslizamento da pele
sobre as estruturas nas quais se apoia. Ela pode formar depósitos de tamanho variável de tecido
adiposo, denominados de panículo adiposo, que modela o corpo, serve de reserva de energia,
amortece choques e é responsável pela termorregulação, pois a gordura funciona como isolante térmico.
POR ISSO PESSOAS OBESAS SENTEM MENOS FRIO QUE
AS MAGRAS, POIS AS CÉLULAS ADIPOSAS APRESENTAM
UMA MAIOR QUANTIDADE DE GORDURA (CÉLULAS FICAM
HIPERTROFIADAS).
Nas imagens a seguir temos o esquema da pele humana e o corte histológico da hipoderme. Note os
numerosos adipócitos (círculos brancos):
 
Imagem: shutterstock.com
 Esquema da pele humana à esquerda e Corte histológico da hipoderme à direita.
 SAIBA MAIS
Na pele, os vasos arteriais formam dois plexos, um entre o limite da derme com a hipoderme e o outro
entre as camadas reticular e papilar. Desse último saem os vasos sanguíneos em direção às papilas
dérmicas. Das papilas dérmicas também partem vasos do sistema linfático.
ANEXOS EPIDÉRMICOS DA PELE
 
Foto: shutterstock.com
Os anexos ao tegumento são os pelos, as glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas e as unhas. A
seguir você pode ver um esquema que mostra essas estruturas:
 
Imagem: Extraído de Junqueira & Carneiro, 2013, p. 383
 Anexos epidérmicos.
Agora você conhecerá de forma mais detalhada cada uma dessas estruturas.
PELOS
Os pelos são estruturas queratinizadas delgadas que se desenvolvem a partir de invaginações da
epiderme. As características dos pelos de certas regiões como a face e a região pubiana são
influenciadas por hormônios, em especial os hormônios sexuais como a testosterona. Cada pelo se
origina da dilatação do bulbo de um folículo piloso, que se origina das papilas dérmicas. As células
que recobrem essas papilas dérmicas formam a raiz do pelo.
 
Imagem: Extraído de Junqueira & Carneiro, 2013, p. 382.
 Estrutura do folículo piloso.
A cor do pelo depende dos melanócitos localizados entre a papila e o epitélio da raiz do pelo, pois são
essas células que fornecem melanina às células do córtex e da medula do pelo.
ATIVIDADE
VOCÊ SABE O PORQUÊ DO PROCESSO DE
QUERATINIZAÇÃO ENTRE A PELE E OS PELOS,
APESAR DE SEMELHANTES, SÃO DIFERENTES?
RESPOSTA
Os pelos apresentam uma estrutura compacta repleta de queratina mais dura em relação à epiderme da pele
que produz uma camada superficial de queratina mais mole. A queratinização e diferenciação dos
queratinócitos ocorrem no interior do bulbo piloso e da epiderme ao longo de suas camadas. As células
epiteliais da raiz do pelo diferenciam-se em múltiplos tipos celulares, cada qual com sua ultraestrutura,
histoquímica e funções características, e na epiderme ocorre a diferenciação de forma uniforme.
UNHAS
As unhas são placas de células queratinizadas, formando escamas córneas localizadas na superfície
das falanges terminais dos dedos.
A porção proximal das unhas é denominada de raiz da unha e a sua camada córnea é a cutícula da
unha. As unhas crescem sobre a lâmina ungueal, que tem estrutura típica de pele.
 
Imagem: shutterstock.com
 Histologia da unha.
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GLÂNDULAS
As glândulas sebáceas localizam-se naderme, mas seus ductos, que são revestidos de epitélio
estratificado (com várias camadas de células), desembocam geralmente nos folículos pilosos ou
diretamente na superfície da pele.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Glândulas sebáceas associadas a um folículo piloso
Sua secreção é mais fortemente estimulada pelos hormônios sexuais como a testosterona durante a
puberdade, secretando uma mistura complexa de lipídeos (“sebo”) que inclui colesterol e ácidos
graxos livres e resulta na morte da célula (processo conhecido como secreção holócrina).
Já as glândulas sudoríparas são tubulosas, simples e enoveladas. Estão presentes em praticamente
toda a superfície da pele, suas células secretoras são piramidais e sua secreção é liberada com a
ajuda das células mioepiteliais que a circundam.
 
Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
 Histologia das glândulas sudoríparas.
O suor secretado por essas glândulas é uma solução extremamente diluída, que contém pouquíssima
proteína, além de sódio, potássio, cloreto, ureia, amônia e ácido úrico. Os catabólitos encontrados no
suor mostram que as glândulas sudoríparas participam da excreção de substâncias inúteis para o
organismo.
ENVELHECIMENTO E ALTERAÇÕES DO
TEGUMENTO
Neste vídeo, o especialista Vinícius Tadeu Martins Guerra Campos explica como o tegumento é
impactado pelo envelhecimento e patologias associadas a ele.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VIMOS QUE O TEGUMENTO É O MAIOR ÓRGÃO DO ORGANISMO HUMANO E
APRESENTA UMA ESTRUTURA HISTOLÓGICA QUE COMBINA DOIS TIPOS DE
TECIDO DIFERENTES, ALÉM DE ANEXOS, COMO PELOS, UNHAS E
GLÂNDULAS. SOBRE O TEGUMENTO, ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: 
 
I. PARA O TEGUMENTO, AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS JUNÇÕES CELULARES
SÃO ADESÃO, VEDAÇÃO E COMUNICAÇÃO ENTRE AS CÉLULAS
ADJACENTES. 
II. O SISTEMA TEGUMENTAR É FORMADO POR UMA PORÇÃO COMPOSTA DE
TECIDO EPITELIAL E PELO TECIDO CONJUNTIVO, QUE É DIVIDO EM DERME E
HIPODERME. 
III. A PELE ATUA COMO BARREIRA QUE PROTEGE O ORGANISMO CONTRA
AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS. 
 
 
É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.
2. A EPIDERME É UMA DAS CAMADAS QUE CONSTITUI A PELE E É
SUBDIVIDIDA EM CAMADAS DE ACORDO COM SUA HISTOLOGIA E
FUNCIONAMENTO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE MOSTRA EM QUAL DAS
CAMADAS LOCALIZAM-SE AS CÉLULAS QUE PROMOVEM A CONSTANTE
REGENERAÇÃO DESTE TECIDO:
A) Camada basal.
B) Camada espinhosa.
C) Camada córnea.
D) Camada mediana.
E) Camada granulosa.
GABARITO
1. Vimos que o tegumento é o maior órgão do organismo humano e apresenta uma estrutura
histológica que combina dois tipos de tecido diferentes, além de anexos, como pelos, unhas e
glândulas. Sobre o tegumento, analise as afirmativas a seguir: 
 
I. Para o tegumento, as principais funções das junções celulares são adesão, vedação e
comunicação entre as células adjacentes. 
II. O sistema tegumentar é formado por uma porção composta de tecido epitelial e pelo tecido
conjuntivo, que é divido em derme e hipoderme. 
III. A pele atua como barreira que protege o organismo contra agentes físicos, químicos e
biológicos. 
 
 
É correto o que se afirma em:
A alternativa "E " está correta.
 
O tegumento é formado pelo tecido epitelial de origem ectodérmica e uma porção conjuntiva de origem
mesodérmica, a derme. Em continuidade à derme, encontra-se a hipoderme ou tecido celular
subcutâneo, que não faz parte do tegumento, mas que liga a pele aos órgãos adjacentes. Além disso, o
tecido epitelial do tegumento apresenta células justapostas com diferentes junções celulares que têm
função de adesão, vedação e comunicação entre células adjacentes. A pele apresenta diferentes
funções, dentre elas atua como barreira que protege contra agentes físicos, químicos e biológicos.
2. A epiderme é uma das camadas que constitui a pele e é subdividida em camadas de acordo
com sua histologia e funcionamento. Assinale a alternativa que mostra em qual das camadas
localizam-se as células que promovem a constante regeneração deste tecido:
A alternativa "A " está correta.
 
A camada basal é constituída por células prismáticas ou cuboides e é rica em células-tronco, que possui
intensa atividade mitótica, e a sua principal função é a constante regeneração do tecido.
MÓDULO 2
 Reconhecer as características gerais e histológicas do sistema digestório
VISÃO GERAL DO SISTEMA DIGESTÓRIO
 
Foto: shutterstock.com
O sistema digestório consiste no trato digestório, composto por:
Cavidade oral
Faringe
Esôfago
Estômago
Intestino delgado
Intestino grosso
Temos ainda as glândulas associadas, as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. Estruturalmente,
o sistema digestório é formado por um tubo oco composto por um lúmen e circundado por quatro
camadas distintas:
A mucosa.
A submucosa.
A muscular.
A serosa.
A principal função do sistema digestório é realizar o processo de digestão, que quebra as grandes
moléculas em moléculas menores, transformando os alimentos em seus componentes básicos que
são absorvíveis pelo organismo.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Camadas do trato digestório.
A camada mucosa (ou membrana mucosa) é composta por um revestimento epitelial, uma lâmina
própria formanda de tecido conjuntivo frouxo, rica em vasos sanguíneos e linfáticos, e uma camada
muscular da mucosa composta por duas camadas delgadas de células musculares lisas que separam
a mucosa da submucosa.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Camadas do trato digestório.
A camada submucosa é composta de tecido conjuntivo não modelado, ricamente irrigado por vasos
sanguíneos e linfáticos, além do plexo nervoso submucoso. A camada submucosa pode conter
ainda glândulas e tecidos linfoides.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Camadas do trato digestório.
A camada muscular do sistema digestório é composta por células musculares lisas orientadas em
espiral, composta de duas subcamadas. Entre as duas subcamadas localiza-se o plexo nervoso
mioentérico juntamente com o tecido conjuntivo e vasos sanguíneos e linfáticos.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Camadas do trato digestório.
Temos ainda a camada serosa, uma camada fina de tecido conjuntivo frouxo rica em vasos
sanguíneos e linfáticos, além de tecido adiposo. O revestimento da camada serosa é um epitélio
pavimentoso (“achatado”) e simples (apenas uma camada de células), denominado de mesotélio. Há
um conjunto de camadas serosas que revestem diversas estruturas, como o peritônio visceral que
envolve os órgãos internos, o mesentério que reveste os intestinos e o peritônio parietal que reveste a
parede da cavidade abdominal.
A imagem a seguir mostra as camadas do estômago, note as diferentes camadas do tubo digestório.
 
Imagem: Shutterstock.com
 As camadas do estômago.
ATIVIDADE DE REFLEXÃO
Absorver
barreira
digestão
hormônios
muco
As principais funções do
revestimento epitelial no sistema
digestório são:
Formar uma com
permeabilidade seletiva entre o
lúmen e o os tecidos
Auxiliar no transporte e 
dos alimentos
os produtos da digestão
Produzir regulatórios
além da produção de 
para lubrificação
RESPOSTA
A sequência correta é:
As principais funções do revestimento epitelial no sistema digestório são:
Formar uma barreira com permeabilidade seletiva entre o lúmen e o os tecidos
Auxiliar no transporte e digestão dos alimentos
Absorver os produtos da digestão
Produzir hormônios regulatóriosalém da produção de muco para lubrificação
Existem nódulos linfoides na lâmina própria da camada mucosa, que atuam na proteção destes
tecidos, que, em sua maioria, são revestidos por epitélios simples. Macrófagos e linfócitos produtores
de anticorpos são ativos para combater infecções. Temos de forma abundante a secreção da
imunoglobulina A (IgA) conhecida como “anticorpo das mucosas”.
Agora você conhecerá um pouco mais da histologia dos órgãos que compõem o sistema digestivo.
ASPECTOS HISTOLÓGICOS DO TRATO
GASTROINTESTINAL
CAVIDADE ORAL
 
Imagem: shutterstock.com
A cavidade oral é revestida por um epitélio pavimentoso (“células achatadas”) estratificado (com
múltiplas camadas de células) e que pode ser queratinizado ou não, dependendo da região anatômica.
As camadas queratinizadas protegem a cavidade de danos mecânicos durante a mastigação, como
na gengiva e no palato duro.

Já as camadas não queratinizadas compõem os lábios, o palato mole e bochechas.
Destacam-se na cavidade oral algumas estruturas que serão vistas com mais detalhes: a língua, os
dentes e as glândulas salivares.
LÍNGUA
A língua é uma massa de músculo estriado esquelético revestida por uma camada mucosa de
estrutura variada e que está fortemente aderida ao músculo, porque o tecido conjuntivo da lâmina
própria penetra os espaços entre os feixes musculares.
A superfície dorsal da língua possui um conjunto de eminências estruturais denominadas de papilas,
que são elevações do epitélio oral e da lâmina própria que assumem diversas formas e funções,
podendo assim ser classificadas em filiformes, fungiformes, foliadas e circunvaladas.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema ilustrando a superfície da língua.
Nas papilas concentram-se os botões gustativos, responsáveis pela percepção dos cinco sabores:
Salgado
Azedo
Doce
Amargo
Umami
Os botões gustativos, histologicamente, lembram cebolas, e são compostos por várias células (50-100
células) que repousam sobre uma lâmina basal. Na porção apical, as células gustativas têm
microvilosidades que se projetam por uma abertura denominada poro gustativo.
 
Imagem: à esquerda extraído de Junqueira & Carneiro, 2013, p. 282; à direita extraída de JUNQUEIRA,
L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Ilustração do corte histológico da língua mostrando os botões gustativos à esquerda e imagem do
corte histológico da língua mostrando os botões gustativos à direita.
DENTE
Um indivíduo humano adulto possui 32 dentes permanentes, dispostos em 2 arcos simétricos nos
ossos na maxila e da mandíbula. Possuímos quatro tipos de dentes: 1) os incisivos, 2) os caninos, 3)
os molares e 4) os pré-molares. Com exceção dos molares, os demais dentes são precedidos por
dentes decíduos (“dentes de leite”).
Os dentes são compostos pela coroa (região que se projeta acima da gengiva), que são recobertas pelo
esmalte (tecido mineralizado extremamente duro). As raízes dos dentes os ligam fortemente aos seus
alojamentos ósseos conhecidos como alvéolos e são recobertas por tecido mineralizado, o cemento.
A maior parte do dente é recoberta por outro tecido mineralizado, a dentina, que é composta
principalmente por fibrilas de colágeno tipo 1, glicosaminoglicanos, fosfoproteínas, fosfolipídios e sais de
cálcio na forma de cristais de hidroxiapatita. A dentina recobre uma região chamada de cavidade pulpar,
preenchida por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado, a polpa dental.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Anatomia do dente.
HISTOLOGIA DO DENTE
Neste vídeo, o especialista Vinícius Tadeu Martins Guerra Campos fala sobre a histologia do dente e
algumas patologias dos dentes que alteram sua histologia.
GLÂNDULAS SALIVARES/SALIVA
A saliva é uma parte importante das primeiras fases da digestão, além de possuir funções lubrificantes e
protetoras, atua ainda na digestão de carboidratos pelas amilases salivares (enzimas que quebram o
amido).
A saliva é a secreção de glândulas exócrinas denominadas de glândulas salivares, que podem ser
classificas de acordo com a sua posição anatômica em:
 
Imagem: shutterstock.com
Sublinqual
 
Imagem: shutterstock.com
Submandibular
 
Imagem: shutterstock.com
Parótida
As glândulas salivares maiores são envolvidas por uma cápsula de tecido conjuntivo repleta de fibras de
colágeno, e o seu parênquima (“região funcional”) possui um sistema de ductos ramificados cujas
terminações são células secretoras que podem ser serosas ou mucosas.
As células serosas são, em geral, piramidais (“forma de pirâmide”), e são secretoras de proteínas. As
células mucosas com morfologia cuboides (“em forma de cubo”) ou colunares (alongadas como colunas)
secretam muco.
 
Imagem: shutterstock.com
 Glândulas salivares.
 ATENÇÃO
A faringe, uma região de transição entre a cavidade oral e os sistemas digestivo e respiratório, forma
uma área de comunicação entre a região nasal e a laringe. Ela é revestida por epitélio pavimentoso
estratificado não queratinizado na região contínua ao esôfago e por epitélio pseudoestratificado cilíndrico
ciliado contendo células caliciformes nas regiões próximas à cavidade nasal.
A mucosa da faringe também possui muitas glândulas salivares menores de secreção mucosa em sua
lâmina própria, composta de tecido conjuntivo. Os músculos constritores e longitudinais da faringe estão
localizados mais externamente a esta camada.
Após a mastigação na cavidade oral, o próximo passo do processo de digestão é a deglutição. Deglutir
significa engolir o alimento, o qual, após o processamento mecânico, é transportado da cavidade oral até
o estômago, passando pelo esôfago.
 
Imagem: shutterstock.com
ESÔFAGO
O esôfago é um tubo muscular composto das mesmas camadas das demais partes do tubo digestório,
sendo a mucosa esofágica revestida por um epitélio pavimentoso (“células achatadas”) estratificado
(possui várias camadas de células) não queratinizado (sem queratina).
Na lâmina própria do esôfago estão localizadas as glândulas esofágicas da cárdia, e, em sua
submucosa, as glândulas esofágicas; ambas têm função de secreção de muco. O muco tem papel
importante no transporte do alimento ao longo do tubo digestório e na proteção da mucosa.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Histologia do esôfago.
É importante ressaltar que apenas a porção do esôfago que se encontra na cavidade abdominal é
recoberta pela membrana serosa (aquela camada mais externa), o restante é recoberto com uma
camada adventícia. Além disso, a camada muscular apresenta diferenças ao longo do esôfago. Na
região mais proximal do esôfago, a camada muscular consiste exclusivamente em fibras estriadas
esqueléticas, importantes para a deglutição. Na porção média há uma mistura de musculatura lisa e
esquelética, e na distal há apenas musculatura esquelética.
ESTÔMAGO
Após passar pelo esôfago, o alimento é encaminhado para o estômago, que consiste em uma
dilatação do tudo digestório cuja função primordial é transformar o alimento ingerido em uma massa
viscosa denominada de quimo, por meio da atividade muscular e química.
A digestão química é mediada pelo fluído gástrico que contém ácido clorídrico (HCl). Além das
proteases (enzimas que digerem proteínas) como a pepsina, temos ainda a digestão parcial dos
lipídeos pelas lipases gástricas.
O estômago é dividido em quatro regiões:
Cárdia
Fundo
Corpo
Piloro 
(ou antro)
A mucosa gástrica é formada por epitélio glandular, cujas unidades secretoras são tubulares e
ramificadas e desembocam na superfície em estruturas denominadas de fossetas gástricas, que,
quando vistas ao microscópio possuem aspectos de invaginaçõesdo epitélio estomacal.
O epitélio que reveste as fossetas é colunar (“forma de coluna”) e simples (apenas uma camada de
células), todas as suas células secretam muco alcalino composto majoritariamente de água, mas
também de glicoproteínas e lipídeos. As células epiteliais secretam também o bicarbonato, capaz de
formar um gradiente de pH variando de 1 (extremamente ácido na porção do muco que está em contato
com o alimento) até 7 (neutro, na porção do muco que está em contato com a superfície da célula).
O MUCO SECRETADO EM ASSOCIAÇÃO COM AS JUNÇÕES
DE OCLUSÃO FUNCIONAM COMO BARREIRAS DE
PROTEÇÃO PARA A MUCOSA GÁSTRICA, UMA VEZ QUE O
ÁCIDO CLORÍDRICO E AS PROTEASES PODEM AGIR COMO
AGENTES AGRESSORES ENDÓGENOS NA MUCOSA
GÁSTRICA.
Todo o epitélio gástrico está em contato com o tecido conjuntivo frouxo (lâmina própria), que contém
células musculares lisas e células linfoides.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Visão geral da histologia do estômago.
Separando a camada mucosa da submucosa temos uma camada de músculo liso, a muscular da
mucosa.
Camada submucosa
É composta por tecido conjuntivo moderadamente denso, que contém vasos sanguíneos e linfáticos,
além das células em geral encontradas no tecido conjuntivo.

Camada muscular
É composta por fibras musculares lisas, e a camada serosa é delgada.
Como visto, o estômago apresenta quatro regiões, mas histologicamente ele é divido em três, pois a
cárdia e o fundo apresentam o mesmo padrão morfológico. Além disso, em cada região, as glândulas
apresentam morfologia características.
A cárdia localiza-se entre o esôfago e o estômago, sua mucosa possui glândulas tubulares (“em
forma de tubo”) simples ou ramificadas, as glândulas da cárdia. O epitélio dessa região possui células
secretoras de muco e de lisozima (enzima que destrói as paredes de bactérias).
Já o fundo e o corpo do estômago possuem seus epitélios preenchidos por glândulas tubulares que
se abrem em cada fosseta gástrica.
As glândulas possuem três regiões distintas:
ISTMO
COLO
BASE
ISTMO
No istmo localizam-se células mucosas em diferenciação com elevadas taxas de mitose e que
substituirão as células da fosseta e as superficiais, células-tronco e células produtoras de ácido
clorídrico do suco gástrico, conhecidas como parietais ou oxínticas.
COLO
O colo contém células-tronco, mucosas do colo e parietais.
BASE
A base das glândulas contém células parietais, além das zimogênicas (principais), que produzem o
pepsinogênio, precursor que rapidamente é convertido em pepsina no ambiente ácido. A distribuição dos
diferentes tipos celulares epiteliais nas glândulas gástricas não é uniforme.
Na figura a seguir, temos a morfologia das diferentes células que compõem a mucosa gástrica.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Células da mucosa gástrica.
Em seguida, na sequência de regiões anatômicas do tubo digestório temos o piloro (do grego, que
significa “porteiro”) é a região terminal do estômago. Comparado à região da cárdia, possui fossetas
mais longas com glândulas mais curtas, essas glândulas são tubulosas (“forma de tubo”), simples
ou ramificadas, sendo denominadas de glândulas pilóricas.
A imagem mostra o corte histológico do antro pilórico do estômago, note as fossetas maiores [F] com
glândulas mais curtas [G].
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Corte histológico do antro pilórico do estômago.
Destacam-se também nessa região as células G, que quando recebem estímulos do sistema nervoso
induzem a produção do hormônio gastrina, que estimula as células parietais a produzirem HCl.
 VOCÊ SABIA
A úlcera gástrica pode ser causada por diversos fatores exógenos, tais como o fumo, o estresse
emocional, o alcoolismo; por fatores psicossociais, pelo uso de certos fármacos e pela ação de
microrganismos. O principal microrganismo relacionado à gastrite na região pilórica é a bactéria
Helicobacter pylori, que em sua fase mais ativa produz amônia e posteriormente realiza a invasão pela
camada de muco, aderindo-se à membrana da célula, onde ocorre sua nutrição e replicação que
ocasionam a morte da camada celular. A morte das células superficiais leva à ulceração hemorrágica.
INTESTINO DELGADO
Após o início da digestão no estômago, a substância pastosa pré-digerida é levada ao intestino
delgado, o sítio terminal da digestão, onde ocorre absorção de nutrientes, além de secreção
endócrina. Ele é subdivido em três partes: 1) duodeno, 2) jejuno e 3) íleo, possuindo aproximadamente
cinco metros de comprimento, o tamanho desse órgão é essencial para a absorção dos nutrientes
devido à maior superfície de contato.
Na camada mucosa existe no epitélio de revestimento uma sequência de projeções alongadas formadas
pelo epitélio e as lâminas próprias, chamadas de microvilosidades ou vilos, que aumentam ainda mais
a superfície de contato com o alimento e a absorção de nutrientes que dele provêm.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema ilustrando o intestino delgado (A), as criptas intestinais que são revestidas por epitélio
intestinal com células caliciformes, células de Paneth, células-tronco e células enteroendócrinas (B) e o
diagrama da vilosidade (C).
O epitélio do vilo é do tipo cilíndrico simples, mas com diferenças nas distintas porções do intestino. No
íleo tem formato de dedos e no duodeno apresenta formato de folhas. Esse epitélio é formado pelas:
Células absortivas
Absorvem nutrientes

Células caliciformes
Produtoras de muco em formato de cálice
As criptas na mucosa apresentam um formato tubular, representam o compartimento de proliferação do
intestino e são formadas pelas:
CÉLULAS ABSORTIVAS
Absorvem nutrientes.
CÉLULAS CALICIFORMES
Produtoras de muco em formato de cálice.
CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS
Liberam hormônios.
CÉLULAS DE PANETH
Produzem e secretam defensinas, lisozimas e fosfolipases A2 que combatem bactérias.
CÉLULAS-TRONCO
Com alto índice mitótico, responsáveis pela regeneração tecidual.
A lâmina própria é composta por tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e linfáticos (placas de
Peyer), fibras nervosas e fibras musculares lisas.
A submucosa contém, na porção inicial do duodeno, grupos de glândulas tubulares enoveladas
ramificadas que se abrem nas glândulas intestinais. Essas glândulas secretam muco alcalino (pH 8,1 a
9,3), que protege a mucosa duodenal contra os efeitos da acidez do suco gástrico e neutraliza o pH do
quimo, aproximando-o do pH ótimo para ação das enzimas pancreáticas. A camada muscular é
composta de uma túnica circular interna e outra externa com fibras musculares de forma longitudinal.
A imagem mostra o esquema do intestino: Note o suprimento sanguíneo, linfático e nervoso, a túnica
muscular interna e externa.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema do intestino: suprimento sanguíneo, linfático e nervoso.
INTESTINO GROSSO
O próximo órgão pelo qual o alimento passa é o intestino grosso que se subdivide em:
ceco;
cólon;
reto;
ânus.
As suas células absortivas são colunares com microvilosidades curtas e irregulares. As principais
funções desse órgão são:
1
Absorção de água
Fermentação
2
3
Formação da massa fecal
Produção de muco
4
A absorção de água é passiva, seguindo o transporte ativo de sódio pela superfície basal das células
epiteliais.
A lâmina própria é rica em células linfoides e em nódulos que frequentemente se estendem até a
submucosa. O tecido linfoide tem também função essencial da defesa do organismo, a denominada “
imunidade de mucosas”.
NO INTESTINOGROSSO EXISTE UMA POPULAÇÃO
BACTERIANA ABUNDANTE CONHECIDA COMO
MICROBIOTA INTESTINAL, QUE EXERCE FUNÇÃO
SIMBIÓTICA COM O ORGANISMO.
O intestino grosso, diferentemente do intestino delgado, não possui vilosidades em sua camada
mucosa. Sua camada muscular também apresenta peculiaridades em relação ao intestino
delgado: fibras da camada longitudinal externa se unem para formar três bandas longitudinais
espessas denominadas tênias do cólon; além disso, há a presença de protuberâncias formadas
por tecido adiposo denominadas de apêndices epiploicos.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Intestino grosso.
 SAIBA MAIS
Na região anal, a camada mucosa forma uma série de dobras longitudinais, as colunas retais.
Cerca de 2cm acima da abertura anal a mucosa intestinal é substituída por epitélio pavimentoso
estratificado. Nesta região, a lâmina própria contém um plexo de veias grandes.
ÓRGÃOS ANEXOS AO SISTEMA DIGESTIVO
 
Foto: shutterstock.com
FÍGADO
O fígado é um órgão abdominal localizado abaixo do diafragma, com múltiplas funções. São elas:
Processar e armazenar os nutrientes absorvidos durante a digestão
Transformar e acumular metabólitos
Neutralizar substâncias tóxicas, funcionando como interface entre o sistema digestório e o
sangue
O fígado é revestido por uma cápsula delgada composta de tecido conjuntivo denso que se torna
progressivamente mais espessa no hilo, local por onde passam os vasos sanguíneos e linfáticos.
Ele é um órgão altamente vascularizado pela artéria hepática (sangue arterial proveniente da
aorta) e pela veia aorta, que traz o sangue venoso proveniente do intestino, baço e pâncreas.
Os vasos sanguíneos são circundados por tecido conjuntivo até seu término (ou origem). Dentro
do fígado, os vasos sanguíneos formam uma rede vascular, chamada de capilares sinusoides
que terminam na vênula hepática terminal.
Os hepatócitos, componentes estruturais do fígado, são células poliédricas com abundância de
mitocôndrias, unidos fortemente por junções de oclusão, mas estão presentes também as
junções comunicantes ou junções gap, essenciais para a comunicação intercelular. Eles se
comunicam com os canalículos biliares e com a rede vascular, e compreendem 80% da massa
celular do fígado.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema ilustrando um hepatócito.
Essas células estão organizadas em placas de camada única, que se dispõem de forma radial e
em formato hexagonal. Essa organização é chamada de lóbulo hepático.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema do lóbulo hepático à esquerda (organização de um lóbulo) e esquema do lóbulo
hepático (organização radial das placas de hepatócitos) à direita.
Entre os capilares sinusoides e os hepatócitos temos o espaço de Disse, formado por fibras
reticulares e alguns tipos celulares, com destaque para as células de Ito (função de
armazenamento de gordura) e as células de Kupffer (células de defesa, macrófagos).
A imagem mostra a biópsia do fígado: capilares sinusoides com suas células endoteliais
próximas dos hepatócitos
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Biópsia do fígado: capilares sinusoides com suas células endoteliais próximas dos
hepatócitos.
Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular conhecido como
canalículo biliar, com tamanho entre 1 a 2µm de diâmetro. Os canalículos biliares formam uma
rede complexa que se anastomosa (Anastomosa = comunicam.) progressivamente, ao longo
das placas do lóbulo hepático, terminando na região do espaço porta.
Eles se unem para formar o ducto biliar, formado por um epitélio cuboide simples e uma bainha
de tecido conjuntivo, por onde flui a bile, secreção hepática importante para a digestão de
lipídeos. Os ductos biliares gradualmente aumentam para formar o ducto hepático que leva a bile
para fora do fígado.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Canalículos biliares e a formação do ducto biliar.
VESÍCULA BILIAR
Associada ao fígado, temos a vesícula biliar, um órgão oco e em formato de pera que pode
armazenar até 50mL de bile.
A BILE É UMA SECREÇÃO PRODUZIDA PELOS
HEPATÓCITOS, CAPAZ DE EMULSIONAR LIPÍDEOS,
FACILITANDO A AÇÃO DAS LIPASES.
A parede da vesícula é formada por uma camada mucosa composta de epitélio colunar simples
(também conhecido como cilíndrico ou prismático), uma lâmina própria, uma camada de músculo
liso, uma camada de tecido conjuntivo perimuscular e uma membrana serosa. A camada mucosa
contém numerosas pregas, que são mais evidentes quando a vesícula está vazia e todas as suas
células são capazes de produzir muco.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Histologia da vesícula biliar.
PÂNCREAS
O pâncreas é um órgão também associado ao trato digestório e que exerce função dupla,
produzindo:
Enzimas
Função exócrina

Hormônios
Função endócrina
PORTANTO, É UMA GLÂNDULA MISTA
Histologicamente o pâncreas é composto por uma cápsula de tecido conjuntivo denso na região
externa; internamente temos tecidos glandulares secretores. Você estudará melhor a histologia
desse órgão em outro momento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O ÁCIDO CLORÍDRICO (HCL) É UMA DAS SUBSTÂNCIAS QUE AUXILIA NA
DIGESTÃO. ELE É SECRETADO NO ESTÔMAGO, COMPONDO O SUCO
GÁSTRICO. O ESTÔMAGO POSSUI MECANISMOS PARA SE PROTEGER DA
AÇÃO DESSA SUBSTÂNCIA QUE É POTENCIALMENTE DANOSA AOS TECIDOS,
PORÉM ALTERAÇÕES NA HOMEOSTASIA DO ORGANISMO, COMO ESTRESSE
EMOCIONAL E ALCOOLISMO, PODEM PROVOCAR INFLAMAÇÕES NO
ESTÔMAGO EM DECORRÊNCIA DA AÇÃO DO HCL, QUE PODEM CAUSAR
PROCESSOS HEMORRÁGICOS E INFLAMAÇÃO CRÔNICOS. 
 
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRELACIONA RESPECTIVAMENTE A
CÉLULA QUE SECRETA O ÁCIDO CLORÍDRICO, UM DOS MECANISMOS DE
DEFESA DA MUCOSA ESTOMACAL CONTRA O PH ÁCIDO DO HCL, E O NOME
DADO À DOENÇA INFLAMATÓRIA DO ESTÔMAGO:
A) Célula Paneth, vômito e otite.
B) Célula parietal, secreção de muco e gastrite.
C) Hepatócito, presença de queratina e colicistite.
D) Célula-tronco, presença de células ciliadas e gastrite.
E) Célula parietal, vômito e nefrite.
2. A CAVIDADE BUCAL É REVESTIDA POR UM TIPO DE TECIDO EPITELIAL
FORMADO POR CÉLULAS ACHATADAS, PODENDO HAVER OU NÃO A
PRESENÇA DE QUERATINA, O QUE IRÁ DEPENDER DA REGIÃO DA CAVIDADE
ESTUDADA. AS REGIÕES MAIS PROPENSAS A DANOS MECÂNICOS SÃO AS
QUERATINIZADAS. DITO ISSO, ASSINALE QUAL DAS ALTERNATIVAS
APRESENTA RESPECTIVAMENTE O NOME CORRETO DO TECIDO EPITELIAL
COM CÉLULAS ACHATADAS E UM SÍTIO ANATÔMICO DA CAVIDADE BUCAL
CUJO TECIDO É QUERATINIZADO.
A) Tecido cuboide e lábios.
B) Tecido prismático e dentes.
C) Tecido pavimentoso e gengiva.
D) Tecido colunar e bochechas.
E) Tecido pavimentoso e palato mole.
GABARITO
1. O ácido clorídrico (HCl) é uma das substâncias que auxilia na digestão. Ele é secretado no
estômago, compondo o suco gástrico. O estômago possui mecanismos para se proteger da ação
dessa substância que é potencialmente danosa aos tecidos, porém alterações na homeostasia do
organismo, como estresse emocional e alcoolismo, podem provocar inflamações no estômago
em decorrência da ação do HCl, que podem causar processos hemorrágicos e inflamação
crônicos. 
 
Assinale a alternativa que correlaciona respectivamente a célula que secreta o ácido clorídrico,
um dos mecanismos de defesa da mucosa estomacal contra o pH ácido do HCl, e o nome dado à
doença inflamatória do estômago:
A alternativa "B " está correta.
 
O ácido clorídrico é secretado pelas células parietais.O principal mecanismo de defesa contra
danos teciduais associados a esse ácido é a secreção de muco rico em biomoléculas, que
recobre a camada celular do epitélio do estômago. A inflamação da mucosa gástrica é conhecida
como gastrite (gastro = estômago + ite= inflamação).
2. A cavidade bucal é revestida por um tipo de tecido epitelial formado por células achatadas,
podendo haver ou não a presença de queratina, o que irá depender da região da cavidade
estudada. As regiões mais propensas a danos mecânicos são as queratinizadas. Dito isso,
assinale qual das alternativas apresenta respectivamente o nome correto do tecido epitelial com
células achatadas e um sítio anatômico da cavidade bucal cujo tecido é queratinizado.
A alternativa "C " está correta.
 
O tecido epitelial pavimentoso apresenta células com morfologia “achatada”. Na cavidade bucal,
temos a presença de epitélios queratinizados ou não. Os sítios da cavidade bucal que possuem
tecidos queratinizados são principalmente gengiva e o palato duro.
MÓDULO 3
 Apontar os aspectos morfológicos e funcionais do sistema urinário
VISÃO GERAL DO SISTEMA URINÁRIO
 
Foto: shutterstock.com
O aparelho urinário é composto por:
 
Imagem: shutterstock.com
 Visão geral do sistema urinário.
Dois rins
 
Imagem: shutterstock.com
 Visão geral do sistema urinário.
Dois ureteres
 
Imagem: shutterstock.com
 Visão geral do sistema urinário.
Uma bexiga
 
Imagem: shutterstock.com
 Visão geral do sistema urinário.
Uma uretra
As principais funções do aparelho urinário são:
regulação da composição do meio interno por meio da produção da urina;
excreção da urina e secreção de hormônios.
A urina é formada nos rins e passa pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada até ser
excretada para o meio externo pela uretra. A formação do volume urinário é efetivamente
realizada nos túbulos uriníferos dos rins em um processo complexo que inclui várias fases:
1
FILTRAÇÃO
REABSORÇÃO
2
3
SECREÇÃO
SECREÇÃO
4
Os rins ainda participam da secreção de hormônios, como a renina, que regula a pressão
sanguínea, e a eritropoetina, que induz a formação de hemácias. Associados ao fígado e à pele,
os rins também participam da ativação da vitamina D.
ASPECTO HISTOLÓGICO DO RIM
 
Imagem: shutterstock.com
O rim é um órgão com formato de grão de feijão, que possui um hilo pelo qual entram e saem os
vasos que promovem a circulação sanguínea renal, entram os nervos e saem ureteres. Ainda no
hilo renal podemos observar tecido adiposo (gordura) e alguns cálices renais que se juntam,
formando a pélvis renal, uma região dilatada do ureter.
Estruturalmente, o órgão é dividido em um envoltório de tecido conjuntivo denso denominado de
cápsula, além da zona cortical e da zona medular. Internamente, o rim é revestido principalmente
pelo epitélio simples cúbico.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Corte histológico do rim: cápsula (de tecido conjuntivo denso), corpúsculos renais
distribuídos no córtex e medula externa e interna.
Os túbulos uriníferos dos rins são compostos por duas partes que são funcionais e
embriologicamente distintas, os néfrons e os túbulos coletores.
Cada rim é formado por até oitocentas mil subunidades filtradoras, os néfrons, por sua vez são
compostos por uma porção dilatada denominada de corpúsculo renal, além do túbulo contorcido
proximal, pela alça de Henle e pelo túbulo contornado distal.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Corte esquematizado do rim (1 e 2). Topografia geral do rim (A). Os esquemas B e C mostram
com detalhes a localização cortical e medular dos componentes do túbulo urinífero.
A seguir, você estudará essas estruturas de forma mais individual.
O corpúsculo renal é formado pelo glomérulo, um conjunto de vasos sanguíneos capilares,
envolvidos pela cápsula de Bowman . Dividimos o corpúsculo renal em um polo vascular no qual
se inserem as entradas e saídas dos vasos sanguíneos, e polo urinário, onde se inicia o túbulo
contorcido proximal.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Estrutura do corpúsculo renal à esquerda e corte histológico do corpúsculo renal à direita.
CÁPSULA DE BOWMAN
A cápsula de Bowman é dividida em um folheto externo ou parietal, formado por um epitélio
simples (apenas uma camada de células) pavimentoso apoiado em uma lâmina basal, repleto de
fibras reticulares.
Já o folheto interno ou visceral é formado por células especializadas chamadas de podócitos,
compostas por um corpo celular com prolongamentos primários que dão origem a
prolongamentos secundários, entre os quais encontram-se as fendas de filtração. A fusão entre
as membranas dos podócitos e do endotélio forma a barreira de filtração glomerular.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema do folheto visceral da cápsula de Bowman.
Além das células endoteliais e podócitos existem também as células mesangiais, células com
características contráteis e que controlam a capacidade de filtração glomerular. Essas células
estão localizadas na membrana basal, entre os capilares.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Células que constituem o glomérulo renal.
POLO URINÁRIO
No polo urinário do corpúsculo renal, o folheto parietal da cápsula de Bowman continua com um
epitélio cuboide (em forma de cubo) ou colunar (em forma de coluna) baixo que forma o túbulo
contorcido proximal.
O túbulo contorcido proximal é formado por células repletas de mitocôndrias alongadas que em
seu citoplasma apical possuem uma estrutura característica que apresenta microvilos, formando
a orla em escova que possibilita um aumento da absorção de macromoléculas pelas células dos
túbulos proximais. O lúmen do túbulo é recoberto por capilares sanguíneos.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema das orlas em escova no epitélio do túbulo contorcido proximal.
A alça de Henle é uma estrutura em forma de U, composta de um segmento delgado interposto
por dois segmentos espessos. O lúmen da alça de Henle é largo, pois é formado por epitélio
simples (apenas uma camada de células) pavimentoso (células achatadas).
As funções da alça de Henle incluem a formação de urina hipertônica que facilita a retenção de
água no organismo. A parte espessa da alça de Henle assume uma configuração tortuosa e
passa a ser chamada de túbulo contorcido distal, revestido de epitélio cúbico simples.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Corte de zona medular externa do rim.
PODEMOS DISTINGUIR ESSA ESTRUTURA DO TÚBULO
CONTORCIDO PROXIMAL, POIS SUAS CÉLULAS SÃO
MENORES E SEM ORLA EM ESCOVA.
As células dessas regiões possuem mitocôndrias abundantes na região basal, além de
prolongamentos laterais que permitem a interação com células adjacentes (junções
comunicantes ou junções gap). Nessas membranas basolaterais localizam-se as bombas de
sódio e potássio ou Na+/K+ ATPases, responsáveis pela absorção de íons que estão no filtrado
glomerular e precisam retornar para o plasma sanguíneo a fim de não serem excretados pela
urina.
A urina formada passa do túbulo contorcido distal para os túbulos coletores que se fundem para
formar canais maiores, os ductos coletores. Os túbulos coletores mais delgados são formados
por um epitélio cúbico de aproximadamente 4µm de diâmetro, à medida que suas células se
fundem, ficam mais altas passando para um epitélio cilíndricocom diâmetro maior (até 200µm).
Em toda a sua extensão, os tubos coletores são formados por células com citoplasma, cujos
limites intercelulares são nítidos.
ESSA PORÇÃO DO NÉFRON (TÚBULOS E DUCTOS
COLETORES) APRESENTA MECANISMOS IMPORTANTES
DE REGULAÇÃO HÍDRICA, CAPAZES DE ELIMINAR OU
ABSORVER A ÁGUA, RESPONDENDO A ESTÍMULOS
HORMONAIS E SENDO ESSENCIAL PARA O BALANÇO
HÍDRICO DO ORGANISMO.
No esquema a seguir, você verá um comparativo das células epiteliais encontradas nos túbulos e
néfron.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Esquema demonstrativo dos tipos celulares presentes nos túbulos do néfron.
ASPECTOS HISTOLÓGICOS DA BEXIGA E DAS
VIAS URINÁRIAS
 
Foto: shutterstock.com
URETER
Os ureteres são tubos revestidos por epitélio de transição (epitélio capaz de alterar sua
morfologia celular dependendo do estado de contração ou relaxamento do órgão. Você verá mais
informações adiante, quando falarmos sobre a bexiga) apoiado sobre uma lâmina própria e
envolvido por várias camadas de fibras musculares lisas.
A imagem mostra o corte histológico do ureter, note os principais componentes histológicos
encontrados.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Corte transversal de ureter.
BEXIGA
A bexiga armazena a urina produzida pelos rins antes da sua excreção, sendo compostas por um
epitélio de transição e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo. O epitélio de transição
caracteriza-se pela alteração da sua morfologia: suas células possuem morfologia globosa
quando a bexiga está vazia (relaxada) e morfologia pavimentosa (achatada) quando a bexiga está
cheia (distendida).
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 O epitélio de transição da bexiga. Na primeira imagem a bexiga está vazia, na segunda
imagem a bexiga está cheia.
Nessas células, a membrana plasmática em contato com a urina é especializada, apresentando
placas espessas separadas por faixas de membrana mais delgada. Quando a bexiga se esvazia, a
membrana se dobra nas regiões delgadas, e as placas espessas se invaginam e se enrolam,
formando vesículas fusiformes, que permanecem próximas à superfície celular.
 
Imagem: Extraído de Junqueira & Carneiro, 2013, p. 384.
 Histologia da bexiga vazia (A) à esquerda e cheia (B) à direita (note a diferença entre o epitélio
nas duas situações).
Na parte final do sistema urinário, encontramos a uretra, um tubo que transporta a urina para fora
do corpo. Verificamos diferenças morfofuncionais entre a uretra masculina e a uretra feminina.
URETRA MASCULINA
URETRA FEMININA
URETRA MASCULINA
No homem, a uretra é maior, pois é compartilhada entre o sistema excretor, para o ato da micção
com liberação da urina, e também com o aparelho reprodutor masculino, transportando o sêmen
durante a ejaculação.
A uretra masculina é dividida em:
prostática;
membranosa; e
cavernosa ou peniana (de acordo com a posição anatômica que se localiza).
A uretra prostática é revestida por epitélio de transição. A maior parte da uretra peniana é
revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, que na glande se transforma em estratificado
pavimentoso.
 
Imagem: Henry Vandyke Carter e mais um autor - Henry Gray (1918) Anatomy of the Human Body
(See "Livro" section below) Bartleby.com: Gray's Anatomy, Plate 1142/ Wikimedia Commons /
Dominio Público.
 Estrutura da uretra masculina.
URETRA FEMININA
No caso da uretra feminina o revestimento é de epitélio plano estratificado, mas com áreas de
epitélio pseudoestratificado (com apenas uma camada de células, mas com núcleos dispersos
que passam a falsa impressão de mais de uma camada de células) colunar (células alongadas
como colunas).
O epitélio da mucosa vaginal de uma mulher adulta é estratificado pavimentoso apoiado sobre
uma lâmina própria composta de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas. A partir da
ação dos hormônios estrógenos, o epitélio vaginal sintetiza e acumula grandes quantidades de
glicogênio, que é metabolizado pelas bactérias residentes na microbiota vaginal, produzindo
ácido lático, responsável pelo pH ácido da vagina.
 
Imagem: Extraído de JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
 Histologia vaginal.
Em ambos os casos, ao final da uretra temos o seu esfíncter externo.
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Neste vídeo, o especialista Vinícius Tadeu Martins Guerra Campos fala sobre a histologia do
sistema reprodutor feminino.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. EM DETERMINADA REGIÃO ANATÔMICA DO SISTEMA URINÁRIO
VERIFICAMOS A PRESENÇA DE CÉLULAS COM MICROVILOS EM SUA
SUPERFÍCIE APICAL, FORMANDO A ORLA EM ESCOVA. ESSA ADAPTAÇÃO É
IMPORTANTE PARA AUMENTAR A SUPERFÍCIE DE ABSORÇÃO DE
BIOMOLÉCULAS JUNTAMENTE AO LÚMEN AMPLO DESSA REGIÃO. SEGUNDO
A DESCRIÇÃO MORFOFUNCIONAL CITADA, A QUE REGIÃO DO TRATO
URINÁRIO ESTAMOS NOS REFERINDO?
A) Alça de Henle
B) Néfron
C) Túbulo contorcido distal
D) Túbulo contorcido proximal
E) Corpúsculo renal
2. ALGUNS ÓRGÃOS DO SISTEMA URINÁRIO POSSUEM CAPACIDADE DE
ALTERAÇÃO MORFOLÓGICA DAS SUAS CÉLULAS EPITELIAIS DE ACORDO
COM A SUA DISTENSÃO OU RELAXAMENTO, A EXEMPLO DA BEXIGA E PARTE
DAS VIAS URINÁRIAS. O TIPO DE EPITÉLIO PRESENTE NESSAS ESTRUTURAS
QUE PERMITE TAL ALTERAÇÃO É CLASSIFICADO HISTOLOGICAMENTE COMO:
A) Epitélio pavimentoso simples
B) Epitélio pseudoestratificado queratinizado
C) Epitélio cúbico composto
D) Epitélio colunar simples
E) Epitélio de transição
GABARITO
1. Em determinada região anatômica do sistema urinário verificamos a presença de células com
microvilos em sua superfície apical, formando a orla em escova. Essa adaptação é importante
para aumentar a superfície de absorção de biomoléculas juntamente ao lúmen amplo dessa
região. Segundo a descrição morfofuncional citada, a que região do trato urinário estamos nos
referindo?
A alternativa "D " está correta.
 
A orla em escova é uma adaptação morfofuncional presente no túbulo contorcido proximal,
sendo inclusive um critério de diferenciação histológico em relação ao túbulo contorcido distal.
2. Alguns órgãos do sistema urinário possuem capacidade de alteração morfológica das suas
células epiteliais de acordo com a sua distensão ou relaxamento, a exemplo da bexiga e parte
das vias urinárias. O tipo de epitélio presente nessas estruturas que permite tal alteração é
classificado histologicamente como:
A alternativa "E " está correta.
 
A bexiga e as vias urinárias possuem a capacidade de distensão e relaxamento de acordo com o
armazenamento, passagem ou excreção da urina. Quando a bexiga está vazia as células
assumem uma morfologia mais globosa, e quando a bexiga está cheia de urina, as células se
distendem e aumentam a área de armazenamento interno, tornando-se mais achatadas.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, você aprendeu as características gerais e histológicas do tegumento, do trato
digestório e urinário. Estudou os principais tecidos, as células, as especializações e
particularidades de cada órgão desses sistemas.
Você viu que algumas das especializações encontradas são importantes para a função daquele
tecido, como, por exemplo, as células da mucosa gástrica, que são especializadas em produzir
muco para evitar lesões no tecido gástrico, e as microvilosidades intestinais, que são
importantes para aumentar a superfície de contato com os alimentos.
Você deve ter percebido que uma vez compreendendo o padrão histológico de um órgão fica bem
mais fácil entender seu funcionamento normal (sua fisiologia) e as alterações teciduais que
causam as patologias e o mal funcionamento do órgão. Assim é essencial estudarmos a
histologia dos tecidos, pois ela funciona como uma base para outras disciplinasque você
encontrará durante a sua graduação, como fisiologia e a patologia.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. [S. l.]: Guanabara Koogan, 2004.
JUNQUEIRA, L.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013.
ROSS, M. H.; PAWLINA, W.; BARNASH, T. A. Histologia: texto e atlas. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
EXPLORE+
Para estudar um pouco mais sobre os tecidos e sua morfologia e funcionalidade, acesse o
site Histology Guide, onde terá acesso a fotos, esquemas e descrições destes tecidos.
Para conhecer mais sobre a histologia dos sistemas, busque o guia prático Histologia dos
sistemas, de Rheingantz e colaboradores (2019), publicado pela UFPel.
Visite o site de Histologia online da USP, lá você analisa as diferentes estruturas teciduais
de forma interativa.
CONTEUDISTA
Vinícius Tadeu Martins Guerra Campos
 CURRÍCULO LATTES
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