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29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 1/20 Lição 02 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais Meio Ambiente, Sustentabilidade, E�ciência Energética e Energias Renováveis Começar a aula 1. Introdução Os problemas ambientais vêm se agravando em todo o mundo, se tornando cada vez mais perceptíveis para todos nós e polarizando os debates, sobretudo no que se refere ao aquecimento global. Uns defendem que a causa é antropogênica, outros defendem que ela é causa natural e outros defendem até mesmo a soma das duas. Tudo isso serve para mostrar o quanto a questão ambiental tem sido notada pela sociedade, que atua sobre os governos e as empresas. 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 2/20 Mas isso não foi sempre assim, já que a percepção dos problemas ambientais e a conscientização da sociedade em relação a eles vêm se desenvolvendo desde a década de 60, culminando, em 1972, com a primeira Conferência Mundial do Meio Ambiente. De lá para cá, outras conferências aconteceram. Alguns problemas foram resolvidos e outros foram agravados. Mas, se é assim, então, como está a discussão sobre as questões ambientais agora? Como está a participação dos países acerca dos principais temas? Isso é o que vamos ver! SAIBA + sobre: “Aquecimento Global: Antropogênico ou Natural?” Para isso, acesse. 2. Estocolmo 1972 – A 1ª conferência das nações unidas sobre meio ambiente humano (CNUMAH) e outros eventos ocorridos até a Rio-92 Os problemas ambientais têm se agravado em todo o mundo, deixando de serem tratados como problemas locais, regionais ou mesmo nacionais, para assumirem importância global. Mas isso nem sempre foi assim. Inicialmente, as questões ambientais eram tratadas de forma pontual, como se fossem problemas de cada país, e, ainda assim, eram tratadas de forma independente, sem relação com o desenvolvimento (BARBIEIRI, 2012). Entretanto, o agravamento de questões, como aquecimento global, destruição da camada de ozônio, perda da biodiversidade, desertificação e falta d’água, dentre outros, tem levado os países a se preocuparem mais com a questão, realizando conferências, elaborando e negociando tratados, acordos e documentos que deixaram de tratar apenas de questões comerciais para passar a tratar especificamente de problemas ambientais. Assim, a Organização das Nações Unidas (ONU) atuou a fim de promover a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (CNUMAD) em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Ela foi um marco e deu uma outra dimensão aos problemas ambientais, mostrando que, para resolvê-los, seria necessária uma participação global, pois as consequências da degradação do meio ambiente para o planeta não ficam confinadas a apenas um local ou país, podendo ter impacto no Planeta como um todo. https://singep.org.br/6singep/resultado/357.pdf 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 3/20 A Conferência foi marcada por antagonismo entre dois blocos: o dos países desenvolvidos, preocupados com a poluição, a superpopulação mundial e o esgotamento de recursos, e o dos países subdesenvolvidos, que defendiam seu direito de usar os recursos naturais para crescer e se desenvolver, alcançando melhores padrões de qualidade de vida e bem-estar (BARBIERI, 2012), dentre eles o Brasil, que “ [...] adotou uma postura cética diante da Declaração de Estocolmo. O país vivia um momento de desenvolvimento acelerado e defendia seu “direito” de poluir tanto quanto os países ricos já haviam feito. Porém, ao final do evento, a delegação do País não só assinou o documento como, ao retornar, um de seus membros, Henrique Brandão Cavalcanti, secretário-geral do Ministério do Interior, promoveu a elaboração do decreto que instituiu a Secretaria Especial do Meio Ambiente” Apesar disso, os resultados foram considerados positivos, já que compareceram à ‘Cimeira da Terra’ “representantes de 113 nações, de 250 organizações não governamentais e de organismos da ONU” (GOVERNO DO BRASIL, 2017, p. 1), os quais contribuíram para a elaboração da Declaração sobre o Meio Ambiente Humano. Este documento contém princípios de comportamento e responsabilidades para nortear as decisões sobre políticas ambientais dos países signatários, além de um Plano de Ação contendo 110 recomendações e uma maior participação da Organização das Nações Unidas (ONU) nas questões ambientais globais (BARBIERI, 2012), chamando os países para cooperar na busca de soluções para os problemas ambientais. A Declaração sobre o Meio Ambiente Humano que foi publicada em 1972, por sua vez, contém 26 princípios, que servem de orientação para os países desenvolverem suas legislações internas e orientarem seus esforços para as relações internacionais, destacando-se: Princípio 21 “Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de direito internacional, os Estados têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos em aplicação de sua própria política ambiental e a obrigação de assegurar-se de que as atividades que se levem a cabo, dentro de sua jurisdição, ou sob seu controle, não prejudiquem o meio ambiente de outros Estados ou de zonas situadas fora de toda jurisdição nacional” O Plano de Ação exigiu a construção de uma infraestrutura de suporte internacional. Assim, em dezembro de 1972, aconteceu a criação de um órgão da ONU exclusivo para essa finalidade: o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A Conferência de Estocolmo, portanto, despertou a atenção do mundo ao mostrar que alguns problemas exigem participação de todos para sua solução. Um desses problemas foi a alteração do clima. Assim, em 1979, em Genebra, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) promoveu e realizou a 1ª Conferência Mundial do Clima. Os debates contaram com a participação de cientistas e especialistas de 53 países e 24 organizações internacionais, que apontaram as consequências das alterações climáticas sobre agricultura, recursos hídricos, energia, biologia e economia, despertando a atenção do mundo para o problema (QUADROS, 2018). 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 4/20 Em 1983, preocupada com a importância da questão ambiental e seu lento andamento após a Conferência de Estocolmo, a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD). E, neste mesmo ano, a convite do Secretário-Geral da ONU, a ex- Primeira Ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland – médica e mestre em saúde pública - presidiu a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Em 1985, foi realizada, na Suíça, a Convenção de Viena, com objetivo de estabelecer um acordo ambiental multilateral. Ela destinava-se a reunir esforços para atuar em prol da proteção da camada de ozônio. Tais esforços resultaram no Protocolo de Montreal, que foi assinado em 1987 e entrou em vigor em 1989. Seu objetivo era erradicar gradualmente as substâncias nocivas à camada de ozônio, sobretudo os clorofluorcarbonos (CFCs) e hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMUMAD) desenvolveu seu trabalho na década de oitenta, até 1987, quando houve apublicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, também chamado de Relatório Brundtland por homenagem à autora, a ex-primeira- ministra da Noruega - Gro Harlem Brundtland (BRASIL, SENADO FEDERAL, 2012), que estabeleceu o conceito de desenvolvimento sustentável, que viria a embasar as discussões futuras. O relatório Nosso Futuro Comum foi fruto de uma ampla discussão e de audiências com líderes de governo e com público, em geral, de todo o mundo. Sua abordagem, no entanto, é crítica e aponta o modelo utilizado pelos países desenvolvidos, baseados na produção industrial como sendo insustentável. Além disso, ele destaca os riscos advindos desse modelo devido ao uso intensivo – e até excessivo - dos recursos naturais que são compreendidos em uma ótica instrumental do ambiente físico e biológico, desconsiderando a capacidade de suporte dos ecossistemas. Entretanto, o Relatório não afirma que deve abandonar a produção industrial ou estagnar a produção, mas aponta que é possível haver uma conciliação entre meio ambiente, economia e sociedade (BARBIEIRI, 2012). Além disso, o Relatório mostrou o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio como sendo perigos reais e alertou que a velocidade das alterações climáticas estava sendo tão grande, que seria difícil para cientistas conseguir avaliá-las e propor soluções (GOVERNO DO BRASIL, 2012). Dra. Gro Harlem Brundtland, que presidiu a Comissão do PNUMA e elaborou o relatório Nosso Futuro Comum. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/02/aula_meisus_top02_img01.jpg 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 5/20 O Relatório “Nosso Futuro Comum” recomendava a convocação da Eco-92 pela ONU, mas isso só aconteceu em dezembro de 1989. Mais que isso, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (da qual também fazia parte Maurice Strong, que mais tarde seria secretário- executivo da Rio-92) foi responsável pelos esboços dos documentos que viriam a ser aprovados em uma nova conferência mundial sobre o meio ambiente. Em Toronto (Canadá), em 1988, um grupo de cientistas e especialistas se reuniu para discutir a questão climática. Nesse mesmo ano, a ONU criou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para medir o risco de mudanças climáticas (UOL, 2015). A preocupação da formalização de um Protocolo para tratar a questão das mudanças climáticas veio somente mais tarde, em 1990, em Genebra (Suíça), na segunda Conferência Mundial do Clima. Esta teve a presença de cientistas e especialistas para avaliar objetivo o relatório que o IPCC havia produzido (QUADROS, 2017). No mesmo encontro, os cientistas também discutiram sobre necessidade de criação de um tratado internacional do clima. Para isso, criaram um Comitê Intergovernamental de Negociação para uma Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas, que viria a ser elaborado somente em 1992. Fique sabendo! Desenvolvimento sustentável: “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1987, p. 9). 3. Rio-92 – A 2º conferência mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento e outros eventos ocorridos até a Rio+20 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 6/20 A 2º Conferência Mundial sobre Meio Ambiente foi realizada no Brasil vinte anos depois da Conferência de Estocolmo, em 1992. A nova reunião convocada pela Assembleia Geral das Nações Unidas se chamou Rio-92 ou Eco-92 e reuniu líderes mundiais e entidades ambientais para analisar a evolução das políticas de proteção ambiental. Se a Conferência de Estocolmo foi um marco, a segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente foi ainda mais importante, porque, com ela, a questão ambiental alcançou o público, o que gerou uma grande mobilização popular, além de uma grande participação das organizações não governamentais (ONGs), que passaram a ser mais atuantes na difusão de informações para a sociedade e na cobrança aos governantes (BARRETO, 2009). Veja: “Cerca de 20 mil pessoas, pertencentes a mais de 9 mil organizações não-governamentais estiveram presentes nos dois principais eventos da Conferência: a Cúpula da Terra (reunião dos chefes de Estado) e o Fórum Global (evento paralelo, promovido pela sociedade) ” Este foi o quadro geral da Conferência: Conferência Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), Rio de Janeiro, 3-14 Junho 1992. Nome Informal Cimeira da Terra. Governo sede Brasil. Número de participantes de Governo 172, sendo, pelo menos, 108 chefes de Estado ou de Governo. Secretário Geral da Conferência Maurice F. Strong, Canadá. Conferência do Rio de Janeiro, 1992. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/02/aula_meisus_top02_img02-768x509.jpg 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 7/20 Organizadores Secretaria da UNCED. Temas Principais Meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Presença de ONGs Participaram 2.400 representantes de organizações não-governamentais e 17.000 pessoas no evento paralelo Fórum de ONG. Documentos resultantes Agenda 21, Declaração do Rio de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Declaração de Princípios Florestais, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica. Mecanismos de acompanhamento Comissão de Desenvolvimento Sustentável, Comitê Interagências para o Desenvolvimento Sustentável e Conselho Consultivo de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável. Conferência antecedente Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, Estocolmo (1972). Quadro geral da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Fonte: Nações Unidas (1997). Disponível em: <http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html> A Agenda 21 foi um dos documentos mais importantes da ECO-92, pois ela foi além das questões ambientais, estabelecendo um plano de ação local, nacional e global, para substituir o modelo insustentável de crescimento econômico vigente por outro baseado em atividades sustentáveis (NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2017). Coube a cada país a tarefa de elaborar sua própria agenda 21: Além da Agenda 21, uma série de convenções, acordos e protocolos foram firmados durante a ECO- 92. Agenda 21 Global. Agenda 21 Nacional. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/02/aula_meisus_top02_img03.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/02/aula_meisus_top02_img04.png 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 8/20 “Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – possui 27 princípios para guiar os países nas suas políticas de desenvolvimento sustentável. Convenção sobre Diversidade Biológica – seus objetivos são a conservação da biodiversidade,o uso sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa dos benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos. Convenção Quadro sobre Alterações Climáticas – seu objetivo é estabilizar a concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera, para evitar interferências no sistema climático. Os países com maiores emissões desses gases deveriam ter o maior índice de redução. A partir das negociações, foram elaborados importantes documentos, como o Protocolo de Kyoto, em 1997, que chegou a ficar mais conhecido do que a própria Convenção do Clima. Declaração de Princípios sobre Florestas – tem como objetivo contribuir para a gestão, conservação e desenvolvimento sustentável das florestas além de prover múltiplas funções e usos, levando em conta que as partes mantenham avaliações para garantir usos adequados das florestas e formando assim uma cooperação internacional de usos sustentáveis. Aplica-se para todos os tipos de florestas, naturais ou plantadas, de todas as regiões geográficas e zonas climáticas. Convenção sobre Combate à Desertificação – fruto de uma solicitação da Rio-92 à Assembleia Geral da ONU, entrou em vigor em dezembro de 1996 e lida com desafios de superação da pobreza nas regiões áridas e semiáridas e medidas de controle da desertificação”. Para monitorar e informar sobre a implementação dos acordos, foi criada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CSD) em dezembro de 1992. Além disso, também ficou acordado uma revisão da reunião para daí a cinco anos, em 1997, pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Em 1994, entrou em vigor a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), que já vinha sendo construída mesmo antes de 1992, em reuniões realizadas por cientistas e especialistas. A partir disso, os membros da UNFCCC passaram a se reunir anualmente nas Conferências das Partes, ou COPs, como ficaram conhecidas. Algumas, em particular, foram muito relevantes. Veja a seguir: Rio-92 em números. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/02/aula_meisus_top02_img05.jpg 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 9/20 COPs relevantes quanto à questão climática. Fonte: <https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/listas/onu-discute-aquecimento-do-planeta-ha-mais-de-40- anos.htm> Em 1992, foi iniciado o processo de criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), que entrou em vigor em 1994. A Convenção foi mais pragmática e atuou no sentido de definir papéis dos países no controle do aquecimento global, estabelecendo compromissos e não apenas recomendações, dentre eles o de se reunir anualmente para a Conferência das Organizações Partes (COP), como ficaram conhecidas (QUADROS, 2017). A 1ª COP foi realizada na Alemanha, em Berlim, onde ocorreram muitas negociações. Ela teve caráter deliberativo e buscou traçar resoluções a fim de fortalecer o compromisso dos países industrializados no controle das mudanças climáticas, estabelecendo, assim, um prazo de dois anos para a negociação de um acordo que definisse metas de redução de gases estufa (GOVERNO DO BRASIL, 2012). A 3ª COP ocorreu em 1997, em Quioto, no Japão. Ela teve uma grande importância, pois resultou no Protocolo de Quioto – um marco na questão do Clima, que definiu compromissos e um calendário para os países – sobretudo, os industrializados - para redução da emissão de gases de efeito estufa, principal causador do aquecimento global (GOVERNO DO BRASIL, 2012). 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 10/20 “O Protocolo de Quioto é um tratado internacional em que os países signatários se comprometeram a reduzir as suas respectivas emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Um acordo derivado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC), ele foi negociado e adotado pelas partes em Quioto, no Japão, em 11 de dezembro de 1997 e entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005, quando atingiu a meta de 50% de ratificações dentre os 84 signatários originais. O Protocolo tem por base as premissas comprovadas pela ciência de que o aquecimento global é fato real e que ele é causado pela ação humana. O Protocolo propõe um calendário pelo qual os participantes devem reduzir as emissões globais em, pelo menos, 5,2% abaixo dos níveis registrados em 1990, no período entre 2008 e 2012. Embora a meta de redução seja coletiva, foram atribuídas a cada país metas individuais mais altas ou mais baixas. Além disso, houve permissão para que alguns países considerados em desenvolvimento a época aumentassem suas emissões. Isto porque o tratado é baseado no princípio de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”: a obrigação de reduzir as emissões atuais em países desenvolvidos é maior uma vez que são historicamente responsáveis pelas concentrações atuais de gases de efeito estufa na atmosfera. Aliás, este é um dos pontos que tornam o acordo controverso. As metas nacionais variam de 8% de redução para a União Europeia, 7% para os EUA, de 6% para o Japão, 0% para a Rússia, e permitiram aumentos de 8% para a Austrália e 10% para a Islândia. Países em desenvolvimento, incluindo China e Índia, não foram obrigados a reduzir as emissões. Os Estados Unidos e Canada negaram-se a ratificar o Protocolo de Quioto, sob a alegação de que os compromissos acordados seriam negativos para as suas economias” “Para que pudesse começar a valer, seria necessária a ratificação de países que juntos correspondessem por pelo menos 55% das emissões globais de gases do efeito estufa. O Protocolo [de Quioto] entrou em vigor em fevereiro de 2005, mesmo sem adesão dos Estados Unidos, um dos principais países emissores de gás estufa” Além disso, “O Brasil ratificou o documento [Protocolo de Quioto] em 23 de agosto de 2002, tendo sua aprovação interna se dado por meio do Decreto Legislativo nº 144 de 2002. Entre os principais emissores de gases de efeito estufa, somente os Estados Unidos não ratificaram o Protocolo. No entanto, continuaram com responsabilidades e obrigações definidas pela Convenção” Em 2005, após ratificação da Rússia reunindo-se aos demais países para que, juntos, representassem 55% das emissões de gases estufa do mundo, o Protocolo de Quioto passou a vigorar. Ele estabelecia uma meta de redução de 5,2% do volume de emissões em relação a 1990 no período entre 2008 e 2012. Na prática, pode-se dizer que foi necessária a aceitação dos sumidouros de carbono e mecanismos de flexibilização – Comércio de Internacional de Emissões (CIE), Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e Mecanismos de Implementação Conjunta (IC) – para que o Protocolo fosse ratificado. Apesar de ter instituído um importante mercado – o de carbono – o MDL tem sido muito criticado. 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 11/20 Uma nova edição da Rio-92 foi a Rio + 10, ou a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2002, em Johanesburgo, na África do Sul (GOVERNO DO BRASIL, 2012). Leia um pouco sobre ela a seguir: “A Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável (também chamada de Rio+10 e Cúpula da Terra) foi realizada em Joanesburgo, de 26 de agosto a 4 de setembro de 2002, e teve como objetivos centrais: fortalecer o compromisso de todas as partes com os acordos aprovados anteriormente (especialmente em relação à Agenda 21, assinada em1992 na Conferência do Rio); e identificar as novas prioridades que emergiram desde 1992. Das reuniões oficiais da Cúpula da Terra, resultaram dois documentos principais: uma declaração política, que expressa os compromissos e os rumos para implementação do desenvolvimento sustentável; e um plano de ação, que estabelece metas e ações de forma a guiar a implementação dos compromissos assumidos pelos países” Em 2009, em clima de muita expectativa sobre o futuro do Protocolo de Quioto, ocorreu a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, em Copenhague, na Dinamarca. Afinal, a primeira etapa do Protocolo vigoraria somente até 2012 e era necessário estabelecer um novo protocolo para que não houvesse um vácuo por ausência de um acordo para substituí-lo no que se refere ao aquecimento global. Entretanto, Estados Unidos e China (que, assim como o Brasil e a Índia, apesar de não serem desenvolvidos, já haviam sido considerados importantes emissores de gases estufa durante a COP- 11), responsáveis por 40% das emissões de gases estufa, não aceitaram as metas propostas para a redução de emissões. Dessa forma, o documento final foi propositivo e não deliberativo, como era de se esperar, já que não continha metas de cortes de emissões, nem identificação de fontes de financiamento para ações de combate às mudanças climáticas, sobretudo no que se refere aos países menos desenvolvidos. O documento final da COP-15, ou seja, o Acordo de Copenhague, foi um documento de apenas 12 parágrafos, que não tinha um compromisso efetivo entre as nações para auxiliar o Planeta a voltar a respirar (GOVERNO DO BRASIL, 2012). Uma nova Conferência do Clima da ONU foi realizada em Durban, África do Sul, em 2011. O objetivo era decidir se haveria – ou não - renovação do Protocolo de Quioto, o que não aconteceu. Considerando que, sem a adoção do controle de emissões pelos Estados Unidos e China o Acordo não teria êxito, Canadá se retirou do Acordo. Um resultado da Conferência de Durban foi o lançamento das bases para redação de um futuro acordo de controle da poluição a ser aprovado até 2015, o que deixou um vácuo até o prazo estabelecido para que entrasse em vigor apenas a partir de 2020. Uma vitória, pelo menos, foi a criação do Fundo Verde do Clima, com aporte financeiro inicial de US$ 100 bilhões para financiar as iniciativas de combate às mudanças do clima mundial (GOVERNO DO BRASIL, 2012). Apesar dos avanços, alguns especialistas ponderam que a Agenda 21 ainda não conseguiu ser implementada, mostrando que os avanços foram poucos. Veja a seguir: 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 12/20 “Às vésperas da Rio + 20, podemos afirmar que não houve avanços significativos na implementação da Agenda 21 no Brasil. Seus objetivos não foram incorporados nas políticas públicas nacionais – que continuam fragmentadas e pouco afeitas ao paradigma do desenvolvimento sustentável. Uma evidência disso é que os programas do governo federal em voga no PPA [Plano Pluri Anual] raramente mencionam a Agenda 21 como elemento base para sua construção. Após o boom gerado pela publicação da Agenda 21 brasileira, o número de municípios que informaram ter iniciado o processo da Agenda 21 local caiu de 1.652 para 1.105 entre 2002 e 2009, uma redução de 33%. Isso mostra que a maior parte desses processos não obteve continuidade no longo prazo, sendo vulneráveis a mudanças políticas. Em pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente (2011), se percebe que os processos de locais são amplamente dependentes da vontade política dos governos. Há problemas de representatividade nos fóruns e déficits com relação à disponibilidade de recursos para execução de políticas de desenvolvimento sustentável. Pelo seu limitado alcance e sucesso, o programa Agenda 21 perdeu importância e chega desacreditado à Rio + 20. [...] No âmbito internacional, a política ambiental é conhecida por não contar com mecanismos de sanção ou incentivos necessários para garantir uma ação coletiva coordenada entre os entes nacionais. O dilema das mudanças climáticas e os déficits de implementação de acordos internacionais, como a Agenda 21, o protocolo de Quioto e a Convenção da Biodiversidade são ilustrativos da pouca efetividade em torno do tema. Corre-se o risco de repetirmos uma conferência que institucionaliza diversos conceitos e modelos politicamente corretos, sem que haja avanços concretos nos mecanismos que garantam a concretização dessa nova agenda da sustentabilidade” Entretanto, a RIO+20 ainda era tida como uma esperança por planejar abordar temas do tipo: “a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”. Então, vejamos o que aconteceu. 4. Rio+20 – A 3º conferência mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento e outros eventos ocorridos até os dias atuais Em 2012, 20 anos depois da Rio-92, houve a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, também no Rio de Janeiro. O objetivo era renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável, mas também com a ambição de inserir temas novos e emergentes, como a economia verde, a erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável (COMITÊ NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO RIO+20, 2011). 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 13/20 “Ainda assim, a Rio+20 traz grandes oportunidades. Além de ser apresentada pela ONU como uma conferência do mais alto nível, com importância reforçada pelo governo brasileiro e de diversos outros países, os temas centrais a serem debatidos na conferência agregam questões diversas e estruturais, tornando-a uma oportuna ocasião para a convergência de debates relacionados ao Desenvolvimento Sustentável. A Rio+20 abre ainda a possibilidade de se gerar decisões e encaminhamentos urgentes e estruturantes para o avanço rumo a um modelo de desenvolvimento verdadeiramente sustentável. [...] A Rio+20 é um evento que vai além da conferência em si. Está desencadeando junto à sociedade civil de todo o mundo uma série de processos conscientizadores e mobilizadores” Segundo o Portal Brasil (2011, p.1), a Conferência Rio+20, realizada entre os dias 13 a 22 de junho de 2012: “Reuniu mais de 45 mil participantes, entre chefes de governo e sociedade civil para discutir as evoluções do projeto de desenvolvimento sustentável para o mundo no futuro. No balanço final, os 188 Estados-Membros se comprometeram a investir US$ 513 bilhões em projetos, parcerias, programas e ações nos próximos 10 anos nas áreas de transporte, energia, economia verde, redução de desastres e proteção ambiental, desertificação, mudanças climáticas, entre outros assuntos, todos relacionados à sustentabilidade.“ A Conferência foi bastante criticada por cientistas e alguns representantes de governo por não estabelecer metas, mas apenas proposições. Um exemplo disso é o próprio documento final da conferência, que foi denominado de “O Futuro Que Queremos”. Entretanto, Ban Ki-moon – secretário da ONU – declarou: “A Rio+20 foi um sucesso”. O texto de “O Futuro Que Queremos” defendeu o fortalecimento do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), a criação de um órgão político para apoiar e coordenar ações internacionais para o desenvolvimento sustentável e a necessidade de combate à pobreza” (GOVERNO DO BRASIL, 2012). Além disso, durante os eventos oficiais e paralelos, ONGs, grupos da sociedade civil, universidades e empresas fecharam 705 compromissos voluntários visando o desenvolvimento sustentável. Entretanto, o Relatório final foi muito criticado por não refletir o conhecimentocientífico e por ser vago, sem resultados concretos, como pode-se notar pelas afirmações a seguir: 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 14/20 “De acordo com Carlos Alfredo Joly, coordenador do Programa BIOTA-FAPESP, a comunidade científica brasileira e internacional se mobilizou intensamente durante a RIO+20 e chegou à conferência preparada para fornecer subsídios capazes de influenciar a agenda de implementação do desenvolvimento sustentável. Nada disso se refletiu na declaração final. Chegou-se a um documento genérico, que não determina metas e prazos e não estabelece uma agenda de transição para uma economia mais verde ou uma sustentabilidade maior da economia”, disse Joly à Agência FAPESP. [...] O tema da biodiversidade, segundo Joly, recebeu muito pouca atenção no documento final da RIO+20, embora seja uma das áreas em que os limites planetários de segurança já foram extrapolados. Praticamente todas as referências a uma agenda para a biodiversidade foram cortadas do texto. O documento zero, que foi o ponto de partida para a declaração, tinha seis parágrafos sobre a biodiversidade nos oceanos, com metas e agenda, por exemplo. No texto final são 19 parágrafos, mas nenhum deles estabelece metas ou agenda”, afirmou Joly. Paulo Artaxo, membro da coordenação do PFPMCG, destacou que as menções à questão das mudanças climáticas também foram quase nulas. “O texto final da RIO+20 tem 53 páginas, divididas em 283 tópicos. Desse total, apenas três tópicos mencionam a questão do clima. Para se ter uma ideia, há seis tópicos sobre igualdade de gênero e dez sobre lixo químico – que são temas importantes, mas não envolvem a mesma escala e urgência do problema do clima”, disse. [...] Além da escassez, o conteúdo das menções à questão do clima é muito vago, segundo Artaxo. “O texto se limita a afirmar que as mudanças climáticas estão entre os maiores desafios do nosso tempo e que o tema gera preocupação, por exemplo”, disse” Ainda em 2012, preocupados com o aquecimento global, realizou-se, em Doha, uma rodada de negociação, propondo uma Emenda ao Protocolo de Quioto, a fim de estendê-lo para vigorar de 2013 a 2020. Não houve êxito. Isso aconteceu, porque o início das negociações para o Acordo de Paris desestimulou as adesões. O Acordo de Paris - firmado na COP 21 - desejava envolver mais países (desenvolvidos e não- desenvolvidos) e baseava-se em metas voluntárias, substituindo o Protocolo de Quioto, que definia metas obrigatórias aos países desenvolvidos para a redução das emissões de gases estufa (QUADROS, 2017). O objetivo do Acordo, formalizado em 2015, na Conferência do Clima (COP-21) realizada em Paris, era de frear as emissões, mas incentivando ações voluntárias, que seriam acompanhadas e destinadas a conter o aumento da temperatura global em até 2ºC em relação ao período pré- industrial (QUADROS, 2017). A meta de ratificações – pelo menos países que correspondam juntos a 55% das emissões mundiais - foi atingida e o Acordo entrou em vigor 30 dias depois da ratificação, em 2016. Entretanto, desde 2017, os Estados Unidos iniciaram um processo de abandono do Acordo de Paris, o que deverá ser concretizado apenas em 2020 (QUADROS, 2017). Porém, isso não fez parar os esforços da ONU em relação ao meio ambiente. Por isso, em setembro de 2015, ela resolveu realizar a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, na sua sede em Nova York, a fim de definir novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma espécie de agenda de 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 15/20 Desenvolvimento Sustentável que deve vigorar até 2030 (NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2017). Os esforços para se ter um mundo melhor, no entanto, não estão encerrados, afinal, a vida continua. Por isso, ainda em outubro de 2018, os Ministros do Meio Ambiente e representantes de países da América Latina e do Caribe se reuniram em Buenos Aires preocupados com os resultados do relatório especial recente do IPCC, que expôs as diferenças abismais entre os efeitos de um aquecimento global de 1,5°C ou de 2°C até o fim do século. Além disso, em 12 de outubro de 2018, fecharam um acordo para “intensificar os esforços para reduzir o lixo marinho, acelerar a ação climática, potencializar a cooperação para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas e transitar para produção e consumo sustentáveis” (NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2018). Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Saiba mais sobre todos os detalhes da Agenda 2030. Clique para acessar. 5. Conclusão Em 1972, a primeira conferência mundial sobre meio ambiente foi realizada em Estocolmo e envolveu uma discussão sobre crescimento econômico e poluição, apresentando os problemas de forma sistêmica. Já a segunda, foi a Rio-92, quando o conceito de desenvolvimento sustentável tornou-se princípio fundamental e parâmetro para a Agenda 21, estabelecendo uma série de metas e ampliando o debate – e o compromisso – para todas as esferas da sociedade, tais quais governo, cientistas, empresas e sociedade civil. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/02/aula_meisus_top02_img08-768x510.jpg https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 16/20 A terceira conferência mundial foi a Rio-12, que contou com a participação de grandes líderes de governo, cientistas e representantes da sociedade civil, como ONGs, o que resultou em um documento de cunho mais diplomático que pragmático. Assim, pôde-se perceber que ainda existem contradições inerentes ao termo sustentável e que, para o Desenvolvimento Sustentável virar realidade, ainda existem grandes desafios a serem enfrentados, que pressupõem uma nova definição de crescimento, desenvolvimento, riqueza natural; uma nova forma de medir a riqueza, aperfeiçoada sob a base de outros componentes, que a relacionam ao capital humano e ao capital social, passando a ser medida com indicadores mais amplos, como educação, longevidade e saúde, qualidade de vida e bem-estar. As empresas possuem grande responsabilidade nesse processo, mudando para uma abordagem sistêmica a fim de se adequar a uma nova realidade e até antecipar tendências, se quiserem permanecer no mercado, uma vez que os consumidores estão cada vez mais conscientes, exigentes e seletivos, assim como os clientes, e até o próprio governo, em virtude das demandas dos cidadãos. As grandes conferências ambientais, realizadas no mundo ao longo das décadas, serviram para mostrar ao mundo o tamanho do problema que estamos causando ao meio ambiente e que suas consequências cairão sobre nós mesmos. As grandes conferências ambientais propuseram debates e formalizaram acordos, protocolos e agendas, a fim de que as proposições se tornassem realidade. Mas, para que isso de fato aconteça, ainda é necessário criar e sustentar as instituições, para que se fortaleçam e possam assegurar um meio ambiente de qualidade e o desenvolvimento humano. 6. Referências BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. BARRETO, Pedro. Rio-92: mundo desperta para o meio ambiente. IPEA Desafios do Desenvolvimento. História - Rio-92. 2009. Ano 7. Edição 56 - 10/12/2009. Disponível em: < http://desafios.ipea.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=2303:catid=28&Itemid=23>. Acesso em: 26 set. 2018. 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Acesso em: 26 set. 2018. 29/05/2021 Principais Conferências Mundiais e Protocolos Internacionais https://cead.uvv.br/saladeaula/conteudo.php?aula=principais-conferencias-mundiais-e-protocolos-internacionais&dcp=meio-ambiente-sustentabilidade-eficiencia-energetica-e-energias-sustentaveis&topico=2 17/20 CASTRO, Fábio de. Cientistas fazem balanço dos resultados da RIO+20. Reportagem Especial da Agência FAPESP em 24/08/2012. São Paulo: Agência FAPESP, 2012. Disponível em: <//agencia.fapesp.br/16082>. Acesso em: 26 set. 2018. CENTRO DE ESTUDOS EM SUSTENTABILIDADE DA EAESP. Por dentro da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. EAESP/INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL/VITAE CIVILIS, 2011). Disponível em: <http://rio20.net/pt-br/documentos/por-dentro-da-conferencia-das-nacoes-unidas-sobre- desenvolvimento-sustentavel/>. Acesso em: 26 set. 2018. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1992. 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