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Paper de Introdução a Engenharia

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1 
 
GESTÃO DOS RESIDUOS EM OFICINAS AUTOMOTIVAS QUANTO 
AO SEU MANEJO E TRATAMENTO DO OLÉO LUBRIFICANTE1 
Andre Filipe Costa Moraes2 
Marcelo Caethano Souza Cabeça3 
 
RESUMO 
 
 Os óleos lubrificantes são de extrema importância para o bom funcionamento de 
qualquer máquina que para funcionar corretamente tenha peças em constante movimentação, 
pois sem ele, essas peças teriam seu tempo de vida útil comprometidos e consequentemente o 
bom funcionamento da máquina ou equipamento, assim afetando diretamente a produção, esse 
processo não é diferente nos veículos automotivos que necessitam dos óleos lubrificantes para 
manter suas partes moveis, constantemente lubrificadas, mantendo dessa forma o 
funcionamento correto do veículo. 
 Mas esse óleo lubrificante usado nos veículos tem um prazo curto de validade e precisam 
ser trocados constantemente para que eles não venham a prejudicar o veículo, contudo após a 
troca desse óleo restam rejeitos extremamente prejudiciais à saúde da pessoa que o manuseia e 
também ao meio ambiente e cabe as oficinas e empresas responsáveis e que se prestam a 
executar esse tipo de tarefa o descarte correto do óleo lubrificante usado e das embalagens e 
outros rejeitos. Sendo assim cabe a essas empresas encontrar a melhor maneira de descarte que 
não prejudique a empresa, o meio ambiente e os colaboradores envolvidos no processo. 
 
PALAVRAS CHAVE: Óleo Lubrificante contaminado; Preservação do meio ambiente; 
Saúde ocupacional; Processos; Reciclagem; Gestão Ambiental 
 
 
 
 
 
1 Paper apresentado a disciplina Introdução a Engenharia, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB. 
2 Aluno do 1° Período do Curso de Engenharia de Produção da UNDB. 
3 Professor; Orientador. 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Os procedimentos de troca de óleo lubrificante automotivo estão presentes na maior 
parte das atividades de manutenção preventiva que são realizadas em oficinas automotivas, 
postos combustíveis, garagens, serviços portuários, ferroviários e aeroportuários. Mas devido à 
falta de informações sobre como o descarte destes óleos de forma irregular, aliada aos elevados 
custos para coleta e transporte, especialmente no Brasil, pelas dimensões continentais, tornou-
se um fator preocupante, principalmente para as empresas de pequeno porte, que mediante isso 
acabam fazendo o descarte de forma incorreta ou não fazendo. 
No estado do Maranhão, as oficinas automotivas podem ser consideradas uma das 
maiores geradoras de óleos lubrificantes usados, isso se levarmos em consideração o aumento 
considerável dos veículos no estado e como consequência o crescimento do número de oficinas 
que executam essas tarefas e ao observar-se a forma como esse produto é manuseado e tratados 
nessas oficinas evidenciam a ausência de conhecimentos necessários para o manejos dos óleos 
lubrificantes. 
O desenvolvimento do tema pondera os aspectos tecnológicos, e ambientais das 
operações de troca de óleos lubrificantes automotivos, tendo em vista o estabelecimento de 
estratégias de prevenção, a fim de diminuir os impactos ambientais, despesas de gerenciamento, 
danos à saúde e ao meio ambiente, além de disponibilizar conhecimentos a respeito das formas 
de tratamento e acomodação adequada para esses resíduos. 
Os óleos lubrificantes são contaminados, durante sua utilização, com produtos orgânicos 
de oxidação e outros materiais, produto do desgaste dos metais e outros sólidos, reduzindo sua 
qualidade. Quando a quantidade desses contaminantes é excessiva, o lubrificante já não cumpre 
o seu papel e deve ser substituído, sem falar que o óleo tem um prazo pré-estabelecido para ser 
trocado. Esses são os chamados óleos lubrificantes usados ou contaminados e devem ter a 
destinação ambientalmente adequada a fim de evitar a contaminação e preservação os recursos 
naturais. 
No Brasil, segunda a Resolução nº 362/05 do CONAMA, diz que esses resíduos devem 
ser recolhidos para refino, pelas empresas responsáveis pela fabricação do óleo lubrificante, 
mas antes sendo alocados pelos usuários em local adequado para esperar o recolhimento pelo 
responsável e ter a destinação correta. 
3 
 
2 Operações de troca de óleo lubrificante automotivo, manuseio e descarte 
 
Nas oficinas por todo o país, onde é feita a troca de óleo, existe um complexo processo, 
que por fim resulta em rejeitos prejudiciais ao meio ambiente e causadores de doenças 
ocupacionais, mas antes disso existem diversas etapas, sendo assim antes de se saber como esse 
óleo lubrificante é descartado é notório se saber, para que ele é usado e quais são as funções 
que ele tem no veículo. 
 
2.1 Funções e propriedades do óleo lubrificante automotivo 
 
2.1.1 Funções e propriedades do Óleo lubrificante. 
 Óleo lubrificante automotivo tem como principal função evitar o contato direto entre 
superfícies metálicas, reduzindo o atrito e suas consequências como a geração de calor 
excessivo, o desgaste, ruídos e vibrações no cárter. 
As principais funções dos óleos lubrificantes automotivos são: 
 Lubrificar 
 Refrigerar 
 Limpar e manter limpo o motor 
 Proteger o motor contra corrosão, desgaste e formação de ácidos no interior do mesmo 
 Auxiliar na vedação da câmara de combustão 
As principais propriedades dos óleos lubrificantes automotivos são: 
 Viscosidade - mede a dificuldade com que o óleo lubrificante automotivo escorre 
(escoa), quanto mais viscoso for um lubrificante (mais grosso), mais difícil de escorrer, 
portanto, será maior a sua capacidade de manter-se entre duas peças móveis, fazendo a 
lubrificação das mesmas. A viscosidade dos lubrificantes não é constante, ela varia com 
a temperatura. Quando esta aumenta, a viscosidade diminui e o óleo lubrificante 
automotivo escoa com mais facilidade; 
4 
 
 Índice de viscosidade - mede a variação da viscosidade com a temperatura; 
 Densidade - indica o massa de um volume de óleo lubrificante automotivo a uma 
determinada temperatura. É importante para indicar se houve contaminação ou 
deterioração de um lubrificante. 
(Gestão de óleo lubrificante automotivo usado em oficinas automotivas) 
 
2.1.2 . Etapas do Processo de troca de óleo. 
 Fluxograma 
 
2.2 Principais causadores de rejeitos e o manuseio desses rejeitos. 
 
2.2.1 Principais responsáveis pela produção do óleo contaminado. 
 No Brasil, o local preferencial para a troca do óleo lubrificante automotivo muda de um 
estado para outro, segundo o hábito cultural de cada região. Os prestadores de serviços que, por 
sua atividade de manutenção de veículos, geram óleo lubrificante automotivo usado ou 
contaminado, são considerados geradores, uma vez que realizam a troca de óleo lubrificante 
automotivo. A manipulação inadequada e problemas de vazamento na armazenagem ou na 
Abertura do capô
Retirar tampa de 
Abastecimento de óleo e 
Vareta de nível
Retirar parafuso do 
carter
Escoar óleo usado Verificar nível do óleo 
Fechar tampa de 
abastecimento do 
óleo
Abastecer com óleo 
novo
Recolocar parafuso do 
carter
5 
 
movimentação dos óleos lubrificantes retirados dos veículos possuem elevado potencial de 
poluição. 
O gerador de óleo lubrificante automotivo usado ou contaminado é toda pessoa física 
ou jurídica que, em decorrência de sua atividade, gera óleo lubrificante automotivo usado ou 
contaminado. 
A maior geração de óleos lubrificantes automotivos usados ou contaminados, origina-
se em: 
 Oficinas automotivas; 
 Postos combustíveis; 
 Garagens; 
 Aeroportos; 
 Embarcações. 
Na maioria dos postos de combustíveis, onde há troca de óleo lubrificante automotivo, 
e oficinas automotivas autorizadas existem controles e procedimentos para a realização dessa 
atividade, com o objetivo de minimizar os impactos ambientais e à saúde ocupacional. 
(Gestão de óleo lubrificante automotivo usado em oficinas automotivas)2.2.2 Formas de manuseio mais empregadas nas oficinas visitadas. 
 Nas oficinas visitadas em São Luis – Ma, no bairro do São Cristovão não foi identificado 
um manuseio totalmente correto do óleo lubrificante usado, devido as oficinas serem pequenas, 
e não existir uma maior preocupação dos proprietários das oficinas quanto a este caso e também 
pela falta de fiscalização dos órgãos competentes, mesmo assim foi observado um certo 
empenho dos funcionários em manusear e reservar o óleo contaminado, afim de evitar a 
contaminação dos mesmos, pelos rejeitos e óleo lubrificante usado. 
 Na maioria das oficinas o uso de EPI’s é bem precária, já que os funcionários não 
usavam máscaras protetoras e luvas para fazer a troca de óleo contaminado, e nas que os EPI’s 
eram usados, já estavam em péssimo estado de conservação ou eram usados de forma 
esporádica. 
6 
 
 Generalizando, o manuseio nas oficinas visitadas é feita da seguinte forma: 
1. O óleo lubrificante contaminado é retirado do veículo e colocado em tambores 
identificados. 
2. O novo óleo lubrificante é colocado no veículo e a primeira etapa está concluída. 
3. As embalagens do óleo lubrificante utilizado, as estopas e panos utilizados para secar 
resquícios de óleo lubrificante e os EPI’s são armazenados em recipientes separados e 
apropriados. No entanto em algumas oficinas esses rejeitos são colocados todos juntos 
em um único recipiente. 
4. As embalagens do óleo lubrificante usado e o óleo lubrificante contaminado, em alguma 
das oficinas, é recolhido pelos revendedores. Contudo na grande maioria o restante de 
óleo lubrificante contaminado fica guardado por muito tempo nas oficinas e não teve 
seu destino informado. 
5. O óleo lubrificante contaminado coletado é levado para ser refinado e poder ser usado 
novamente, dessa forma preservando recursos e o meio ambiente. 
 
2.2.3 Novas técnicas empregadas no manuseio e tratamento do óleo lubrificante usado 
 As melhorias no desenvolvimento de novos produtos ainda são pouco significativos 
ponderando os efeitos agressivos ao meio ambiente. Os óleos lubrificantes não são inteiramente 
consumidos durante o seu uso, provocando a geração crescente do óleo lubrificante automotivo 
contaminado. Produtoras de aditivos e formuladores de óleos lubrificantes vêm trabalhando no 
incremento de produtos com maior vida útil, o que tende a reduzir a geração de óleos 
lubrificantes usados. 
No entanto, com o ampliação da aditivação e da vida útil do óleo lubrificante 
automotivo, crescem as dificuldades no procedimento de regeneração após o uso. Em alguns 
estados brasileiros, há um sistema de troca de óleo lubrificante automotivo chamado jet oil, 
onde o lubrificante fica guardado em tanques ou tonéis e é vendido a granel, evitando a geração 
de embalagens. 
Mas existem novas técnicas nas etapas no processo de manuseio do óleo que podem 
auxiliar na vida útil do óleo lubrificante, como verificar o nível de contaminação do óleo e 
aumentar o tempo de utilização dele pelo veículo. 
7 
 
 
 
3 Riscos ambientais e a saúde causados pelos óleos lubrificantes 
 A troca de óleo automotivo, gera resíduos com diversas impurezas que tem uma alta 
capacidade de agredir o meio ambiente se não descartados de forma correta e alta capacidade 
de causar intoxicação e outras doenças ocupacionais aos funcionários se não utilizarem os EPI’s 
e EPC’s de forma correta e não existir bastante atenção em seu manuseio. 
 
3.1 Riscos Ambientais 
 
3.1.1 Danos causados ao meio ambiente devido ao descarte incorreto. 
 Assim como causa danos à saúde das pessoas que têm contato direto com resíduo, o 
óleo lubrificante usado ou contaminado, quando dispersado no meio ambiente, causa grandes 
prejuízos, afetando grande número de pessoas, a fauna e a flora, principalmente quando 
associado com outros poluentes comuns nas áreas mais urbanizadas. 
Os óleos lubrificantes não se dissolvem na água, não são biodegradáveis, formam 
películas impermeáveis que impedem a passagem do oxigênio e destroem a vida, tanto na água 
como no solo, e espalham substâncias tóxicas que podem ser ingeridas pelos seres humanos de 
forma direta ou indireta. 
Apenas a título de exemplo, alguns dados ambientais relevantes sobre a má destinação 
desse resíduo: 
1. Quando vaza ou é jogado no solo, inutiliza o solo atingido, tanto para a 
agricultura, quanto para a edificação, matando a vegetação e os 
microorganismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área que pode 
se tornar uma fonte de vapores hidrocarbonetos. 
2. Além disso, quando jogado no solo o óleo lubrificante usado ou contaminado 
pode atingir o lençol freático, inutilizando os poços da região de entorno. 
8 
 
3. Se jogado no esgoto, o óleo lubrificante ira comprometer o funcionamento das 
estações de tratamento de esgoto, chegando em alguns casos a causar a 
interrupção do funcionamento desse serviço essencial. 
4. Quando queimados (o que é ilegal e constitui crime), os óleos lubrificantes 
usados ou contaminados geram grande quantidade de particulados (fuligem), 
produzindo precipitação de partículas que literalmente grudam na pele e 
penetram no sistema respiratório das pessoas. 
5. Os hidrocarbonetos saturados contidos nos óleos lubrificantes não são 
biodegradáveis. No mar, o tempo de eliminação de um hidrocarboneto pode ser 
de 10 a 15 anos. Apenas 1 litro de óleo lubrificante automotivo contamina 
1.000.000 de litros de água e 5 litros de óleo lubrificante automotivo, se for 
despejado sobre um lago por exemplo, seria suficiente para cobrir uma superfície 
de 5.000 m² com um filme oleoso, danificando gravemente o desenvolvimento 
da vida aquática, além da bioacumulação de metais pesados. 
6. O óleo lubrificante existente no cárter de um único carro, quando descartado 
indevidamente, é capaz de contaminar uma quantidade de agua que seria 
suficiente para abastecer uma família de quatro pessoas por ate de 15 anos. 
A melhor maneira do usuário de veículo automotivo evitar o desperdício e a poluição 
por óleo lubrificante automotivo, é fazer a troca em local especializado e licenciado para este 
fim, onde o óleo lubrificante automotivo usado deve ser adequadamente recolhido e 
encaminhado para o destino adequado, conforme legislação ambiental vigente. 
(Guia Básico- Gerenciamento de óleos lubrificantes usados ou contaminados) 
 
3.1.2 Principais resíduos gerados na troca de óleo lubrificante automotivo. 
 Além do óleo lubrificante automotivo usado, durante as operações de troca, é comum a 
geração de outros resíduos contaminados, uma vez que todo material contaminado com óleo 
lubrificante automotivo, adquire classificação de resíduo perigoso. 
Principais resíduos que podem ser gerados durante a troca de óleo lubrificante automotivo: 
• Óleo lubrificado automotivo usado e contaminado; 
• Embalagens contaminadas; 
9 
 
• Filtros usados e contaminados; 
• Panos, estopas, trapos, areia, serragem e EPIs contaminados com óleo. 
 
O óleo lubrificante automotivo usado é resultante da deterioração parcial do produto 
acabado, que se reflete na formação de compostos, tais como, ácidos orgânicos, compostos 
aromáticos polinucleares (potencialmente carcinogênicos), resinas e lacas, além de outros 
contaminantes, que potencializam o risco em relação ao produto acabado. 
(Gestão de óleo lubrificante automotivo usado em oficinas automotivas) 
 
3.2 Riscos à Saúde 
 
 Os compostos químicos existentes nos óleos lubrificantes usados, principalmente os 
metais pesados, produzem efeitos diretos sobre a saúde humana e vários deles são cancerígenos. 
O contato e a exposição aos óleos lubrificantes provocam lesões na pele. Estas infecções se 
devem à natureza irritante destes produtos, assim como ao caráter agressivo de muitas 
substâncias que integram a formulação dos mesmos, uma vez expostos aos efeitos nocivos da 
exposição aos óleos lubrificantes as doenças causadas podem acarretarproblemas mais sérios 
se não houver tratamento adequado. 
 
3.2.1 Riscos à saúde do colaborador 
 Apesar da sua importância estratégica econômica, é importante não esquecer que os 
óleos lubrificantes usados ou contaminados são resíduos perigosos e têm que ser corretamente 
manuseados, armazenados e destinados para que a saúde dos trabalhadores diretamente ligados 
à sua manipulação, a saúde da população e o meio ambiente não sofram danos. 
 Um óleo lubrificante novo é em si um produto com certo grau de perigo que aconselha 
uma manipulação cuidadosa porque, além de ser feito basicamente a partir do petróleo, 
geralmente contém diversos tipos de aditivos que em altas concentrações são tóxicos. 
 O óleo lubrificante usado ou contaminado, além de carregar essa carga original de 
perigo, recebe um reforço extra em sua toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem 
10 
 
degradação, geram compostos mais perigosos para a saúde e o ambiente, tais como dioxinas, 
ácidos orgânicos, cetonas e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. 
 Além disso, o óleo lubrificante usado ou contaminado contém diversos elementos 
tóxicos (por exemplo cromo, cádmio, chumbo e arsênio), oriundos da formula original e 
absorvidos do próprio motor ou equipamento. 
(Guia Básico – Gerenciamento de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados) 
 Esses contaminantes são em sua maioria bioacumulativos (ficam no organismo) e 
causam diversos problemas graves a saúde, como mostrado no quadro abaixo: 
Contaminante Efeitos no Organismo Humano 
 
 
 
 
 
Chumbo 
 Intoxicação aguda – dores abdominais; vômito; diarreia; oligúria; 
sensação de gosto metálico; colapso e coma. 
 Intoxicação crônica – perda de apetite; perda de peso; apatia; 
irritabilidade; anemia. Danos nos sistemas nervoso, respiratório, 
digestivo, sanguíneo e aos ossos. 
 Cancerígeno para rins e sistema linfático. 
 Teratogênico (malformações nos fetos, ossos, rins e sistema 
cardiovascular). 
 Acumula principalmente nos ossos. 
 
 
 
 
Cádmio 
 
 Intoxicação aguda – diarreia; dor de cabeça; dores musculares; 
dores no peito e nas pernas; salivação; sensação de gosto metálico; 
dores abdominais; tosse com saliva sangrenta; fraqueza; danos no 
fígado e falha renal. 
 Intoxicação crônica – perda de olfato; tosse; dispneia; perda de 
peso; irritabilidade; debilitação dos ossos; danos aos sistemas 
nervoso, respiratório, digestivo, sanguíneo e aos ossos. 
 Cancerígeno para pulmões e traqueia. 
 Acumula principalmente nos rins, ossos e fígado. 
 
 
 
 
 Intoxicação aguda – violenta gastroenterite; queimação no 
esôfago; diarreia sanguinolenta; vômitos; queda da pressão 
sanguínea; suor sangrento; dispneia; edema pulmonar; delírio; 
convulsões e coma. 
11 
 
Arsênio  Intoxicação crônica – dermatite; escurecimento da pele; edema; 
danos no sistema nervoso central, cardiovascular, respiratório, 
digestivo, sanguíneo e aos ossos; nefrite crônica; cirrose hepática; 
perda do olfato; tosse; dispneia; perda de peso; irritabilidade; 
debilitação dos ossos. 
 Cancerígeno para pele, pulmões e fígado. 
 
 
 
 
Cromo 
 O cromo hexavalente – Cr(VI) - é extremamente toxico 
diferentemente do cromo trivalente – Cr(III) – que é essencial na 
potencialização da insulina. O Cr(VI) é gerado em processos a 
partir do Cr(III). 
 Intoxicação aguda – vertigem; sede intensa; dor abdominais; 
vômito; oligúria e anúria. 
 Intoxicação crônica – dermatite; edema de pele; ulceração nasal; 
conjuntivite; náuseas; vomito; perda de apetite; rápido 
crescimento do fígado. 
 Cancerígeno para pele; pulmões e fígado. 
 
 
 
 
 
Dioxinas 
 São substancias organocloradas, persistentes na natureza, 
extremamente toxicas, carcinogênicas e teratogênicas. 
 Essas substancias agressivas são geradas quando da queima do 
óleo lubrificante usado ou contaminado, que é ilegal. 
 As várias dioxinas possuem, cada uma, diversos efeitos danosos à 
saúde humana. 
 Apesar da variedade de sintomas, a título ilustrativo, é possível 
generalizar destacando que todas elas são cancerígenas para o 
sistema respiratório e causam vomito, dores e fraqueza muscular, 
falhas na pressão sanguínea, distúrbios cardíacos. 
Hidrocarbonetos 
Policíclicos 
(Polinucleares) 
Aromáticos 
 Compostos caracterizados por possuírem dois ou mais anéis 
aromáticos (por exemplo benzeno) condensados. 
 Têm longa persistência no ambiente. 
 São cancerígenos. 
(Tabela retirada do Guia Básico - Gerenciamento de Óleos Lubrificantes Usados ou 
Contaminados) 
 
12 
 
4 CONCLUSÃO 
 
 É interessante observar como em uma aparente manutenção rotineira de um veículo 
automotivo onde se troca apenas o óleo lubrificante que já não atende as expectativas, por um 
novo, são envolvidas muitas etapas de um processo minucioso, que vai desde a troca até o 
manuseio e tratamento do óleo lubrificante usado e contaminado e do armazenamento e 
destinação correta de todos os rejeitos produzidos no processo, que se não feito adequadamente 
pode vir a ter consequências graves para os que praticam o serviço, o restante da população e 
para o meio ambiente. 
 Observou-se ainda como as oficinas na cidade de São Luis – Ma que executam esse tipo 
de atividade, fazem o manejo desses rejeitos que são nocivos à saúde dos colaboradores, 
notando que na maioria das vezes não são usados EPI’s, ou quando são usados estão em péssimo 
estado de conservação e ainda como essas oficinas executam o armazenamento desse óleo para 
ser entregue aos revendedores ou ter outra destinação que muitas vezes não atende as normas. 
 Em suma pode se enxergar que esse campo ainda precisa de constante melhoras, que 
devem vir desde a fabricação do próprio óleo lubrificante, até seu manejo, entrega e refino, para 
ficar em condição de reuso. Deve-se procurar novas maneiras de se fazer o manejo desse 
material ou outros tipos de produto que exerçam o mesmo efeito do óleo lubrificante, mas que 
não afetem o ser humano e o meio ambiente da mesma forma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
REFERÊNCIAS 
 
Almeida, Issac e Ferreira Nilson. Gestão de óleo lubrificante automotivo usado. Pernambuco, 
2008. 
FILHO, Vilson Trava Dutra. Gestão de resíduos sólidos em oficinas mecânicas gestão de 
resíduos sólidos em oficinas mecânicas. São Paulo: Artigos, 2008. 
Senai. Gestão de óleo lubrificante automotivo usado em oficinas automotivas. Rio de 
Janeiro, 2010. 
Gonçalves, Rodrigo Ansaloni de Oliveira. A Importância do Refino de Óleos Lubrificantes. 
São Paulo, 2010. 
Wikipédia. Óleos Lubrificantes. Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Òleo_lubrificante>. Acesso em19/04/2014. 
Canal do You Tube: Supercentrifugas. Centrifugas para Tratamento de Óleos Minerais. 
Disponível em:<http://www.youtube.vom/watch?v=5lZWBJ6B97w>. Acesso em 19/04/2014. 
AUTONOR. Mecânica Online. Disponível 
em:http://<www.mecanicaonline.com.br/especiais/autonor_2005.htm>. Acesso em 
01/05/2014. 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução n. 362, de 23 de junho de 2005. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 27 jun. 2005. Seção 1. p.128-130. Disponível em: 
http:/</www.mma.gov.br>. Acesso em: 03/05/2014. 
Grupo de monitoramento Permanente. Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados - 
Diretrizes para o licenciamento ambiental. Disponível em: 
http://www.sindirrefino.org.br/upload/manuaisetreinamentos/00001499.pdf. Acesso em: 
09/05/2014. 
 
http://www.youtube.vom/watch?v=5lZWBJ6B97w
http://www.mma.gov.br/
http://www.sindirrefino.org.br/upload/manuaisetreinamentos/00001499.pdf

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