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CLEIDIANE LOPES PRIMEIROS SOCORROS TÉCNICO EM ENFERMAGEM Apostila 1. PRIMEIROS SOCORROS O QUE É ... É toda intervenção imediata e provisória, feita por pessoas sem conhecimento médico, ainda no local do fato, às vítimas de acidente, mal súbito ou enfermidades agudas e imprevistas até a chegada de recursos especializados, ou remoção da vítima para um Serviço Especializado. IMPORTÂNCIA Acidentes acontecem e a todo o momento estamos expostos a inúmeras situações de risco que poderiam ser evitadas se, no momento do acidente, a primeira pessoa a ter contato com o paciente soubesse proceder corretamente na aplicação dos primeiros socorros. Muitas vezes esse socorro é decisivo para o futuro e a sobrevivência da vítima. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA Baseia-se nos três ERRES: ✓ RAPIDEZ NO ATENDIMENTO ✓ RECONHECIMENTO DAS LESÕES ✓ REPARAÇÃO DAS LESÕES Função do SOCORRISTA: • Contatar o serviço de atendimento emergencial. • Fazer o que deve ser feito no momento certo, afim de: ✓ Salvar uma vida ✓ Prevenir danos maiores • Manter o acidentado vivo até a chegada deste atendimento. • Manter a calma e a serenidade frente a situação inspirando confiança. • Aplicar calmamente os procedimentos de primeiros socorros ao acidentado. • Impedir que testemunhas removam ou manuseiem o acidentado, afastando-as do local do acidente, evitando assim causar o chamado "segundo trauma", isto é, não ocasionar outras lesões ou agravar as já existentes. • Ser o elo das informações para o serviço de atendimento emergencial. • Agir somente até o ponto de seu conhecimento e técnica de atendimento. RECOMENDAÇÕES ✓ Procure sempre conhecer a história do acidente. ✓ Peça ou mande pedir um resgate especializado enquanto você realiza os procedimentos básicos. ✓ Sinalize e isole o local do acidente. ✓ Durante o atendimento utilize, de preferência, luvas e calçados impermeáveis. AVALIAÇÃO DO LOCAL • A avaliação prévia da cena é fundamental e importante, pois uma vez que através dessa medida é possível dimensionar os riscos existentes na cena, evitando até que a própria pessoa que presta o socorro acabe se tornando uma vítima. RISCOS POTENCIAIS • SEGURANÇA: É necessário verificar se a cena é segura para ser abordada, e assim procure tornar o ambiente adequado para o atendimento prévio. • CINEMÁTICA: Verificar como se deu o acidente ou mal sofrido pela vítima. • BIO-PROTEÇÃO: Deve-se procurar maneiras de evitar possíveis infecções através do contato direto com o sangue das vítimas, usando luvas cirúrgicas se possível, em situações adversas não deve-se abortar os procedimentos por falta de instrumentos. 2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO PACIENTE • X: HEMORRAGIAS EXSANGUINANTES • A: VIAS AÉREAS • B: RESPIRAÇÃO • C: CIRCULAÇÃO • D: ESTADO NEUROLÓGICO • E: EXPOSIÇÃO A (tratamento da via aérea e estabilização da coluna cervical) • Verificar a permeabilidade da via aérea e prever a possibilidade de obstrução. • Realizar a abertura das vias aéreas através de manobras manuais (elevação do mento ou tração da mandíbula em pacientes traumatizados), remoção de sangue e corpos estranhos e uso de dispositivos, se necessário (cânulas oro ou nasofarígea, turbo orotraqueal). • Realizar estabilização da coluna cervical. ABERTURA DE VIA AÉREA B (RESPIRAÇÃO) Verificar se a vítima está respirando. Observar se o tórax se eleva (INSPIRAÇÃO) e retorna a sua posição (EXPIRAÇÃO). Observar qualidade e frequência. C (CIRCULAÇÃO E HEMORRAGIA) Avaliação da circulação através da palpação de pulso central ou periférico. Controle da hemorragia utilizando manobras de pressão direta ou torniquete. • CONTROLE HEMORRAGIA Compressão de área onde há sangramento. D (ESTADO NEUROLÓGICO) • Observar se o paciente esta alerta (acordado). 3. PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA – PCR • Paralização abrupta das funções cardíaca, respiratória e cerebral, e alguns sinais que possibilitam a sua identificação é a inconsciência, ausência de pulso e a ausência de movimentos ventilatórios (apneia) ou dificuldade respiratória. • Considerado uma PRIORIDADE a cima de qualquer uma outra, já que o tempo de atendimento é crucial para o seu resultado e tendo em vista que, após 2 minutos, a pessoa que sofre uma parada cardiorrespiratória já começa a apresentar lesões cerebrais. • Em uma situação de parada cardiorrespiratória fora da Unidade de Saúde devemos utilizar o Suporte Básico de Vida através de seus passos chamados de “C-A-B-D primário.” • C: Checar se a vítima responde e se há respiração, Chamar por ajuda, Checar pulso, realizar Compressões (30 compressões); • A: Abertura de vias aéreas; • B: Boa ventilação (realizar 2 ventilações); • D: Desfibrilação. CONDUTA: 1. Checar a responsividade (tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta). 2. Se não responsivo, verificar a respiração e o pulso simultaneamente. ATENÇÃO: Checar pulso central (carotídeo) em até 10 segundos. 3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca. Se respiração ausente: • Pulso PRESENTE: abrir via aérea e aplicar uma insuflação a cada 5 a 6 segundos e verificar a presença de pulso a cada 2 minutos. • Pulso AUSENTE: iniciar ciclos de ressuscitação cardiopulmonar. INICIAR RCP PELAS COMPRESSÕES TORÁCICAS, MANTENDO CICLOS DE: • 30 compressões eficientes (na frequência de 100 a 120/min, deprimindo o tórax em 5 a 6 cm com completo retorno) • Duas insuflações eficientes (de 1 segundo cada e com visível elevação do tórax), inicialmente com bolsa valva-máscara com reservatório e oxigênio adicional. ✓ 30:2 Assim que o desfibrilador estiver disponível, posicionar as pás de adulto do desfibrilador no tórax desnudo e seco do paciente. COMPRESSÕES EFICIENTES • Mãos entrelaçadas; • Deprimir o tórax em no mínimo 5 cm e no máximo 6 cm e permitir o completo retorno entre as compressões; • Manter frequência de compressões de 100 a 120/min; • Alternar os profissionais que aplicam as compressões a cada 2 minutos; • Minimizar as interrupções das compressões INSUFLAÇÕES EFICIENTES E DE BOA QUALIDADE • Insuflação de 1 segundo cada • Visível elevação do tórax ATENÇÃO • Não interromper manobras de RCP para administrar drogas. • Manter os ciclos de RCP ininterruptamente até chegar apoio, chegar ao hospital, ou a vítima apresentar sinais de circulação (respiração, tosse e/ou movimento). DECISÃO DE NÃO RESSUSCITAÇÃO • Sinais de morte evidente: rigidez cadavérica, livor de hipóstase, decapitação, carbonização, segmentação do tronco. • Risco evidente de injúria ou de perigo para a equipe (cena insegura). • Presença de diretiva antecipada de não reanimação. 4. FRATURAS Fratura é a quebra de um osso. Pode ser completa (quando separa partes ósseas) ou incompleta (fissura). Classificação de fraturas: • FECHADAS: quando não há solução de continuidade entre a pele e o osso fraturado • ABERTAS: quando existe um ferimento no local da fratura, porém o osso não se expõe • EXPOSTAS: quando existe uma abertura na pele, por onde se expõe parte do osso fraturado Os cuidados de emergência das fraturas passam pela imobilização provisória, que deve ser o mais correta possível já que: ✓ Numa fratura não imobilizada as perdas hemorrágicas são mais acentuadas e há maior probabilidade de ocorrer lesão vascular e de tecidos adjacentes; ✓ A dor desencadeada pelo contato dos topos ósseos é extremamente severa. Fundamental: • Uma fratura ou suspeita de fratura deve ser sempre imobilizada independentemente da distância à unidade hospitalar; • Controlar a hemorragia por compressão manual direta desde que o local da hemorragia não corresponda ao local do foco de fratura. Nesta situação utilizar o garrote; • Nas fraturas dos ossos longos deve-se imobilizar sempre a articulaçãoacima e abaixo da fratura, assim como nas fraturas das regiões articulares os ossos longos acima e abaixo desta devem ficar imobilizados. Não tentar corrigir as deformações mas sim imobilizar e transportar; • A sequência de imobilização de uma fratura passa pela Tração prévia da mesma segundo o eixo em que se encontra o membro, seguida de Alinhamento e finalmente Imobilização; • A imobilização deve ser feita com talas de madeira almofadadas, tendo o cuidado de aliviar sempre ao estado circulatório do membro. • Após a imobilização vigiar a função circulatória e sensitiva do membro imobilizado, avaliando a cor, a temperatura, o pulso distal à fratura e a sensibilidade das extremidades no membro afetado. • Na presença de fraturas expostas a lavagem e desinfeção abundantes com soro fisiológico são fundamentais para minimizar o risco de infeção. Lavar as fraturas expostas abundantemente com SF antes de qualquer manobra de alinhamento do membro. No caso de fraturas com exposição óssea, com grande conspurcação dos tecidos, evitar a reentrada do osso durante as manobras de realinhamento do membro; Fratura exposta • Todas as lesões grosseiramente contaminadas precisam ser irrigadas com soro, cobertas com gazes ou compressas úmidas e envolvidas por uma tala. Após isso, deve-se obter imagens e solicitar a avaliação do traumatologista. 5. CONTROLE DE HEMORRAGIAS As hemorragias ou sangramento significam a mesma coisa, ou seja, sangue que escapa de vasos sanguíneos. A hemorragia poderá ser interna ou externa. ❑ HEMORRAGIA INTERNA: Geralmente não é visível, porém e bastante grave, pois pode provocar choque e levar a vítima a morte. ❑ HEMORRAGIA EXTERNA: Geralmente visível, ocorre devido a ferimentos abertos. Pode ser dos tipos arterial, venosa ou capilar. TIPOS DE HEMORRAGIAS EXTERNAS • Hemorragia arterial: Faz jorrar sangue pulsátil de coloração vermelho vivo. • Hemorragia venosa: O sangue sai lento e contínuo na cor vermelho escuro. • Hemorragia capilar: O sangue sai lentamente por vasos menores. A cor é menos viva que na hemorragia arterial. COMO ESTANCAR UM SAGRAMENTO ... • Compressão direta: É feita uma pressão direta sobre a ferida, usando um pano limpo ou curativo. Mantenha até que ocorra a coagulação. A interrupção precoce dessa manobra pode remover o coágulo recém-formado, reiniciando o sangramento. ATENÇÃO! • Torniquete: Aplicar torniquete somente quando existir amputação traumática do braço ou da perna: ✓ Com sangramento abundante e que não tenha respondido às técnicas anteriores; ✓ Se os centros médicos estiverem a mais de 30 minutos de distância. 6. EPISTAXE • Definido como um sangramento de origem na mucosa nasal e decorrente de uma falta de hemostasia normal do nariz. Nos casos de sangramento do nariz: • Sentar a vítima com a cabeça para frente para evitar que a mesma engula sangue, evitando náuseas e vômitos. • Pressionar as narinas com o seu dedo indicador e o polegar em forma de pinça durante 10 minutos. • Orientar a vítima para respirar pela boca. • Após cessar o sangramento, orientar a vítima para não assoar o nariz, evitar esforços e também evitar exposição ao calor. Nos casos de sangramentos da boca: • Utilizar técnica de compressão direta para sangramentos nos lábios. • Caso o sangramento seja nos dentes, o socorrista deverá visualizar o local do sangramento, preparar uma gaze, um chumaço de algodão ou pano limpo para colocar no local exato do sangramento e pedir à vítima para morder durante 10 minutos. 7. QUEIMADURAS “Lesão resultante da ação do calor direto ou indireto (radiante) sobre o corpo. Pode ser provocada por um agente aquecido, agentes químicos (lesões cáusticas semelhantes à lesão térmica) ou descarga elétrica. Podem ser ... • Térmicas: causadas por gases, líquidos ou sólidos quentes, revelam-se as queimaduras mais comuns. • Químicas: causadas por ácidos ou álcalis, podem ser graves; necessitam de um correto atendimento pré-hospitalar, pois o manejo inadequado pode agravar as lesões. • Por eletricidade: geralmente as lesões internas, no trajeto da corrente elétrica através do organismo, são extensas, enquanto as lesões das áreas de entrada e saída da corrente elétrica na superfície cutânea, pequenas. • Por radiação: causadas por raios ultravioleta (UV), por raios-X ou por radiações ionizantes. As lesões por raios UV são as bem-conhecidas queimaduras solares, geralmente superficiais e de pouca gravidade. As queimaduras por radiações ionizantes, como os raios gama, são lesões raras Classificação • PRIMEIRO GRAU (ESPESSURA SUPERFICIAL) – Afeta somente epiderme, sem formar bolhas. Vermelhidão, dor, edema, descamam 4-6 dias. • SEGUNDO GRAU (ESPESSURA PARCIAL- SUPERFICIAL E PROFUNDA) - Afeta epiderme e derme, com bolhas ou flictenas. Base da bolha rósea, úmida, dolorosa (superf.). Base da bolha branca, seca, indolor (profunda). Restauração das lesões entre 7 e 21 dias. • TERCEIRO GRAU (ESPESSURA TOTAL) - Indolor. Placa esbranquiçada ou enegrecida. Não reepitelizam, necessitam de enxertia de pele. Regra dos 9 – extensão das queimaduras Atendimento 1) Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas; 2) Remover a vítima do ambiente hostil; 3) Remover roupas que não estejam aderidas a seu corpo; 4) Promover o resfriamento da lesão e de fragmentos de roupas ou substâncias, como asfalto, aderidos ao corpo do queimado. Após interromper o processo de queimadura, proceder ao atendimento segundo o A-B-C-D-E. Importante! 8. Nas queimaduras de pequena extensão, podem ser utilizados curativos úmidos, frios, com soro fisiológico, para alívio da dor. O uso do soro fisiológico é recomendado para evitar a contaminação da ferida; na sua ausência, usar água limpa. 8. CONVULSÃO Uma convulsão ocorre quando há uma atividade elétrica anormal do cérebro. Essa atividade anormal pode passar despercebida ou, em casos mais graves, pode produzir uma alteração ou perda de consciência acompanhada de espasmos musculares involuntários - que é definido como crise convulsiva ou convulsão. Sintomas • Salivação excessiva e perda dos sentidos; • Relaxamento dos esfíncteres; • Queda inconsciente ao solo; • Respiração ruidosa. 9. ASFIXIA Dificuldade ou impossibilidade de respirar, que pode levar à anóxia; pode ser causada por estrangulamento, afogamento, inalação de gases tóxicos, obstruções mecânicas ou infecciosas das vias aéreas superiores etc. SINAIS E SINTOMAS Conforme a gravidade da asfixia, podem ir desde um estado de agitação, lividez, dilatação das pupilas (olhos), respiração ruidosa e tosse, a um estado de inconsciência com paragem respiratória e cianose da face e extremidades (tonalidade azulada). A situação é grave e deve-se intervir rapidamente! 10. FERIMENTOS • Qualquer rompimento anormal da pele ou superfície do corpo é chamado de ferimento. A maioria dessas lesões compromete os tecidos moles, a pele e os músculos. • Todo ferimento que ocorre logo causam dor, produzem sangramentos e podem causar infecções. • As roupas sobre um ferimento deverão ser sempre removidas para que o profissional de urgência possa melhor visualizar a área lesada. • Remova –as com um mínimo de movimento. È melhor cortá-las do que tentar retirá-las inteiras, porque a mobilização poderá ser muito dolorosa e causar lesão e contaminação dos tecidos. • O profissional que está atendendo não deverá tocar no ferimento se for provocada por um objeto sujo, deverá ser limpa com uso do soro fisiológico. Diminua a probabilidade de contaminação de uma ferida. • Todos os ferimentos devem ser cobertos por uma compressa, preparada com um pedaço de pano limpo ou gaze esterilizada. • Esta compressa deve ser posicionada sobre a ferida e fixada firmemente com uma atadura.• Deixe sempre as extremidades descobertas para observar a circulação e evite o uso de bandagens muito apertadas que dificultam a circulação sanguínea, ou ainda, as muitos frouxas, pois soltam. • Não devemos remover corpos estranhos (facas, lascas de madeira, pedaços de vidro ou ferragens) que estejam fixados em ferimentos. As tentativas de remoção do corpo estranho (objeto cravado) podem causar hemorragia grave ou lesar ainda mais nervos e músculos próximos a ele. FERIDA ABERTA • No tórax e, for possível perceber o ar entrando e saindo pelo orifício, o profissional deverá imediatamente providenciar seu tamponamento, para tal, deverá usar simplesmente a mão sobre a ferida ou fazer um curativo oclusivo com material plástico ou papel alumínio. • Após fechar o ferimento no tórax, conduza a vítima com urgência para o hospital. • Se o ferimento for na região abdominal da vítima e houver saída de órgãos ( evisceração abdominal), cobrir as vísceras com um curativo úmido e não tentar recolocá-las para dentro do abdome. • Fixe o curativo com esparadrapo ou com uma atadura não muito apertada. • Em seguida, transporte a vítima para um hospital. Não dê alimentos ou líquidos para o vitimado. • Não tentar recolocar as vísceras no interior do abdome • Cobrir as vísceras expostas • Usar plástico estéril ou compressas cirúrgicas umedecidas em soro fisiológico • Não introduzir compressas de gazes nas vísceras • Estar atento aos sinais e sintomas de choque hipovolêmico AMPUTAÇÃO • Em alguns casos, partes do corpo da vítima poderão ser parcialmente ou completamente amputadas. • Às vezes, é possível, por meio de técnicas microcirúrgicas, o reimplante de partes amputadas. Quando mais cedo a vítima, junto com sua parte amputada, chegar ao hospital melhor. • É considerada uma lesão de risco à vida pela presença de hemorragia e a hipovolemia. • Na amputação traumática ocorre a perda da extremidade, levando a sangramentos abundantes, onde a realização do torniquete pode beneficiar o paciente até o parecer e intervenção precoce do cirurgião Cuidados de enfermagem com o segmento amputado • A lavagem do segmento com solução isotônica (solução de ringer lactato ou soro fisiológico 0,9%) exaustivamente; • Envolvê-lo em gaze ou compressa estéril e transportar/manter em caixa de isopor contendo gelo.(Não deixe a parte amputada entrar em contato com o gelo. ) ESMAGAMENTO • Se a vítima ficar presa por qualquer período de tempo, duas complicações muito sérias poderão ocorrer. Primeiro, a compressão prolongada poderá causar grandes danos nos tecidos (especialmente nos músculos). • Logo que essa pressão deixa de ser exercida, a vítima poderá desenvolver um estado de choque, à medida que o fluido dos tecidos vá penetrando na área lesada. • Em segundo lugar, as substâncias tóxicas que se acumularam nos músculos são liberadas e entram na circulação, podendo causar um colapso nos rins ( podendo ser fatal). INCISÃO • Trata-se de lesão provocada por objeto cortante, por exemplo, faca ou vidro. De acordo com a sua profundidade poderá ocorrer intenso sangramento. LACERAÇÃO • O ferimento é irregular, dilacera a pele e outros tecidos moles. Ocorre por ação de força externa exercida sobre o corpo. A destruição tecidual pode ser acentuada, favorecendo a necrose e contaminação. LESÃO PUNTIFORME • Decorre da penetração de objeto pontiagudo na pele, como, por exemplo, prego ou projétil de fogo. O sangramento externo, geralmente, é pequeno, porém o dano interno pode ser grave. Quando profundo, o risco de tétano é maior. TRATAMENTO • Evite puxar a vítima tentando liberá-la. Solicite socorro especializado para proceder o resgate. • Controle sangramento externo; • Imobilize qualquer suspeita de fratura; • Trate o estado de choque e promova suporte emocional à vitima; • Conduza a vítima com urgência para o hospital. CUIDADOS GERAIS • Lavar a ferida para retirada de corpo estranho • Recobrir a área com gaze estéril • Aproximar e fixar as bordas com curativo compressivo • Controlar a hemorragia por compressão • Proteger os orifícios de entrada e saída em Ferimentos por Arma de Fogo – FAF • Lembrar do choque hemorrágico e deslocar-se com rapidez para o atendimento adequado. 11. TRANSPORTE DA VITIMA Ao tentar levantar a vítima, procure manter as costas retas, abaixando e dobrando os joelhos e mantendo o peso junto ao seu corpo. Se a vítima estiver consciente, use a técnica da “muleta humana”. Você fica ao lado lesado ou mais fraco da vítima e passa o braço da vítima em volta do seu pescoço. Seu outro braço passa ao redor da cintura da vítima, segurando no cinto ou cós da roupa. Dê passos pequenos e inicie a marcha com o pé do lado de dentro. Se for necessário o “arrasto” da vítima, coloque os braços dela sobre o peito. Agache- se atrás dela e segure-a pelas axilas. Agora puxe segurando os pulsos com firmeza. O transporte em “berço” consiste em agachar atrás da vítima, passando um de seus braços em volta do tronco, acima da cintura, e o outro por baixo das coxas. Quando a vítima é socorrida por duas pessoas, a técnica da “cadeirinha” é simples. Os dois agacham-se um de frente para o outro, um de cada lado da vítima, cruzando os braços atrás das costas e segurando na cintura. Debaixo das coxas da vítima, eles seguram firmemente as mãos. A técnica do transporte “longitudinal” consiste em um dos socorristas agachar atrás da vítima, passar seus braços por baixo das axilas e pegar firme pelo pulso. O auxiliar agacha- se ao lado da vítima e passa seus braços por baixo das coxas, segurando as pernas. Ambos levantam vagarosamente e procuram caminhar ao mesmo tempo. É muito importante saber que as técnicas do “berço”, “arrasto” e “longitudinal” são as melhores para vítimas inconscientes. Para pacientes conscientes e falando, a “muleta humana” com um ou dois socorristas é a melhor. Para pacientes conscientes e que não falam, o “arrasto”, a técnica da “cadeirinha” e “longitudinal” são as mais indicadas. A técnica do “berço” é ideal para crianças. A técnica do “arrasto” pode agravar lesões na cabeça e no pescoço. REFERÊNCIAS • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2a edição, 2016. • PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_acolhimento_classificaca o_risco.pdf> . Acesso em 10 Dez 2018. • PORTARIA nº 354, DE 10 DE MARÇO DE 2014. Disponível em: <http://bvsms.Saude.Gov.Br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0354_10_03_2014.Htm l>. Acesso em 10 dez 2018. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_acolhimento_classificaca http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0354_10_03_2014.Htm
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