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Constitucional

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Professor Mateus Silveira
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DA NACIONALIDADE
A nacionalidade pode ser adquirida de dois modos: Originária e
Derivada.
- Originária: Adquirida com o nascimento;
- Derivada ou Secundária: Adquirida por vontade posterior;
Nacionalidade originária pode se dar por dois critérios:
Ius soli – É nacional aquele que nascer no solo do país (compreendendo
extensões territoriais como navios de guerra e navios mercantes em alto
mar);
Ius sanguinis – É nacional aquele que for filho, ou seja, que tiver a FILIAÇÃO/
SANGUE de nacional do país;
No Brasil a regra é o ius soli – nasceu em solo brasileiro será brasileiro.
Contudo, temos exceções onde a Constituição adotou o ius sanguinis.
Art. 12. São brasileiros:
NACIONALIDADE ORIGINÁRIA OU PRIMÁRIA NO BRASIL
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;
ius soli + não ser filho de estrangeiros que esteja a serviço do seu país no
Brasil. É a Regra da nacionalidade no nosso país.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
ius sanguinis + o trabalho no exterior para o BR.
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;
1º Parte: ius sanguinis + registro no exterior na repartição pública competente
(em regra consulados); 2º Parte: nascimento no exterior + ius sanguinis + venha a
residir no Brasil + maioridade + opção pela nacionalidade.
A opção, em qualquer tempo (mas depois de atingida a
maioridade), pela nacionalidade brasileira. Assim, os filhos de
brasileiros nascidos no exterior que vierem a residir no Brasil e,
depois disso, alcançarem a maioridade, já poderão (de imediato)
ingressar em juízo (Justiça federal) a fim de exercer o direito de
opção pela nacionalidade brasileira. Nesse último caso,
manifestada a opção, o Estado não lhes pode negar o
reconhecimento da nacionalidade, pois aqui se está diante do que
se denomina nacionalidade potestativa, que é aquela em que o
efeito pretendido depende exclusivamente da vontade do
interessado.
Os que vierem a residir no Brasil enquanto menores
terão que aguardar a maioridade para o exercício do
direito de opção, ficando na condição de brasileiros natos
sub conditione (qual seja, a condição de opção pela
nacionalidade brasileira, em qualquer tempo, após
atingida a maioridade aos 18 anos). Aqui, tem-se que a
nacionalidade potestativa fica suspensa até alcançar-se a
maioridade de 18 anos.
Posição do STF:
"São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. A opção
pode ser feita a qualquer tempo, desde que venha o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
nascido no estrangeiro, a residir no Brasil. Essa opção somente pode ser manifestada depois de
alcançada a maioridade. É que a opção, por decorrer da vontade, tem caráter personalíssimo.
Exige-se, então, que o optante tenha capacidade plena para manifestar a sua vontade, capacidade
que se adquire com a maioridade. Vindo o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa
nacionalidade a manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a
maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-
se em condição suspensiva da nacionalidade brasileira." (RE 418.096, rel. min. Carlos Velloso,
julgamento em 22-3-2005, Segunda Turma, DJ de 22-4-2005.)
ATENÇÃO as mudanças do art. 12, I, “c” da CF que ocorreram com a EC
de revisão nº 3 de 1994 (tirou a possibilidade do registro em repartição
competente no exterior) e a EC nº 54/2007, pois as mesmas criaram uma
situação para os nascidos entre as duas revisões que está regulada no art. 95
do ADCT:
“Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação
desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser
registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de
registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 54, de 2007)”
NACIONALIDADE DERIVADA OU SECUNDÁRIA NO BRASIL
A nacionalidade derivada pode se dar por três motivos
diferentes: casamento, trabalho ou residência, a constituição
brasileira menciona somente a hipótese de residência como forma
de adquirir nacionalidade originária para estrangeiro.
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
1º Parte: poderão se naturalizar os estrangeiros que cumprirem os requisitos
constantes na lei (Lei nº 13.445/17 – Arts. 64 ao 72); 2º Parte: poderão se
naturalizar os indivíduos originários de países de língua portuguesa que
tenham residência ininterrupta de 1 ano no país e idoneidade moral.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Para o estrangeiro não originário de país com língua portuguesa as
exigências são a residência ininterrupta no território nacional por mais de 15
anos, ausência de condenação penal e requerimento de naturalização.
Da Lei nº 13.445/17 – Lei de Migração
DA NATURALIZAÇÃO NO BRASIL
Seção II
Das Condições da Naturalização
Art. 64. A naturalização pode ser:
I - ordinária;
II - extraordinária;
III - especial; ou
IV - provisória.
Da Lei nº 13.445/17 – Lei de Migração
Seção IV - Da Perda da Nacionalidade
Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de
condenação transitada em julgado por atividade nociva ao interesse
nacional, nos termos do inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição
Federal.
Parágrafo único. O risco de geração de situação de apatridia será levado
em consideração antes da efetivação da perda da nacionalidade.
DA QUASE NACIONALIDADE
Art. 12 da CF
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Parágrafo com
redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
O caso do presente parágrafo trata-se de uma quase nacionalidade ou
como a doutrina tem chamado brasileiros por equiparação. A reciprocidade
se evidencia no presente caso, com o Decreto nº 3.927/01 promulgou o
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do
Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de
2000.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
AS DISTINÇÕES CONSTITUCIONAIS ENTRE BRASILEIROS NATOS E
NATURALIZADOS
art. 5º, LI;
art. 12, 3º;
art. 12, § 4º, I;
art. 89, VII (Conselho da República – seis brasileiros natos);
art. 222 (propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão –
brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos).
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estadoda Defesa. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional
nº 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
Seção V
Da Reaquisição da Nacionalidade
Art. 76. O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4º
do art. 12 da Constituição Federal, houver perdido a
nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá readquiri-la ou ter
o ato que declarou a perda revogado, na forma definida pelo
órgão competente do Poder Executivo.
1) CESPE / CEBRASPE - 2011 - PC-ES - Perito em Telecomunicação -
Específicos
No que se refere aos direitos sociais, julgue o item seguinte.
Se um embaixador de país estrangeiro, em exercício no Brasil, e sua
esposa, também estrangeira, tiverem um filho nascido em território
brasileiro, esse filho será considerado brasileiro nato.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Errado
É a exceção do Art. 12, I, “a” da CF.
2) CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial - Direito
Julgue o próximo item, relativo à organização político-
administrativa do Estado.
A Constituição Federal de 1988 veda a criação de diferenciações
entre brasileiros e estrangeiros em relação à investidura em cargos,
empregos e funções públicas.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Errado
O Art. 12, § 3º da CF com os cargos privativos de
brasileiros natos.
3) CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal - Conhecimentos
Básicos - Todas as Áreas
Com relação aos direitos e às garantias fundamentais previstos na
Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir.
Ainda que, em regra, inexista distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, o cargo de oficial das Forças Armadas só poderá ser
exercido por brasileiro nato.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Certo
Art. 12, § 3º da CF.
4) CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal
Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos e garantias
fundamentais previstos na CF.
O estrangeiro condenado por autoridades estrangeiras pela
prática de crime político poderá ser extraditado do Brasil se houver
reciprocidade do país solicitante.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Errado
Ofende o Art. 5º, LII da CF.
5) CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal
Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos e garantias
fundamentais previstos na CF.
Consideram-se brasileiros naturalizados os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Errado
São brasileiros natos, Nacionalidade
Potestativa, do Art. 12, I, “c” da CF.
6) CESPE - 2012 - AGU - Advogado da União
Em relação à condição jurídica do estrangeiro e aos direitos de
nacionalidade, julgue os itens que se seguem.
É privativo de brasileiro nato o cargo de governador de
estado.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Errado
São privativos de brasileiros natos os cargos do
Art. 12, §3º da CF.
7) CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Criminal - Específicos
Em relação à nacionalidade e à cidadania, julgue os itens subsecutivos.
O ato de aquisição de outra nacionalidade não acarreta a perda da
nacionalidade do brasileiro nato ou naturalizado, residente em estado
estrangeiro, quando a norma estrangeira, por motivos profissionais ou
para o exercício de direitos civis, impor a sua naturalização como
condição para a permanência naquele país.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Certo
Art. 12, § 4º, II, “b” da CF.
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