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AI33 - IGP SC - Auxiliar Criminalistico - ebook (1)

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E D I T O R A
2022
Jonas Rodrigo Gonçalves • Márcio Wesley • Daniella Matos • Fabrício Wagner Silva • Racquel Barros
Edgard Antônio Lemos Alves • Rui Santos • Marcelo Andrade • Samantha Pozzer Kühleis • Carolina 
Rodrigues • Tatiani Carvalho
© 2022 Avançar Serviços Educacionais
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida 
a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da 
editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, repro-
gráficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração 
da obra, bem como às suas características gráficas.
IGP SC
Auxiliar Criminalístico – Nível Médio
Conhecimentos Gerais e Específicos
(AI33)
(De acordo com o Edital nº 001/2022)
Língua Portuguesa • Noções de Direito Constitucional • Noções de Direito Penal • Noções de Direito 
Processual Penal • Noções de Direito Administrativo • Raciocínio Lógico • Informática • Noções de 
Criminalística e Medicina Legal • Noções de Administração Geral • Legislação Específica
Autores:
Jonas Rodrigo Gonçalves • Márcio Wesley • Daniella Matos • Fabrício Wagner Silva
Racquel Barros • Edgard Antônio Lemos Alves • Rui Santos • Marcelo Andrade 
Samantha Pozzer Kühleis • Carolina Rodrigues • Tatiani Carvalho
GESTÃO DE CONTEÚDOS E PRODUÇÃO EDITORIAL
Tatiani Carvalho
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
Marcos Aurélio Pereira
E D I T O R A
www.editoraavancar.com.br
PARABÉNS. VOCÊ ACABA DE ADQUIRIR UM PRODUTO QUE SERÁ DECISIVO NA SUA 
APROVAÇÃO.
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não autorizada desses textos é considerada cópia ilegal.
• O projeto gráfico foi elaborado tendo como objetivo a leitura confortável e a rápida localização dos 
temas tratados.
Conheça, também, nosso catálogo completo de apostilas, nossos livros e cursos online no site 
www.editoraavancar.com.br
 Avançar Editora
 AvancarEditora
(61) 99870-4287
Ortografia oficial .................................................................................................................................................................. 14
Classes de palavras: flexões nominais e verbais ................................................................................................................. 23
Análise sintática: relações e sentidos entre orações, períodos e funções sintáticas dos termos ......................................51
Sintaxe de regência: verbos e sua predicação; regência verbal e nominal, crase ..............................................................78
Sintaxe de concordância: concordância nominal e verbal; concordância gramatical e ideológica (silepse) .....................71
Colocação de pronomes: próclise, mesóclise e ênclise ................................................................................................ 37/89
Significação das palavras: homônimos e parônimos ...................................................................................................... 8/91
Estilística: denotação e conotação; figuras de linguagem: metáfora, metonímia, prosopopeia, antítese e pleonasmo....3
Semântica: sinonímia e antonímia .................................................................................................................................. 8/91
Pontuação: vírgula, ponto-e-vírgula, dois pontos, ponto de exclamação, ponto de interrogação e ponto final ..............64
Redação oficial: formas de tratamento, correspondência oficial ....................................................................................... 92
Compreensão e interpretação de texto. ............................................................................................................................... 3
SUMÁRIO
Língua Portuguesa
IGP SC
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Língua Portuguesa
Jonas Rodrigo Gonçalves • Márcio Wesley
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Compreensão e Interpretação de Textos de 
Gêneros Variados
É difícil conceituar a manifestação artística chamada Lite-
ratura. Aristóteles (384 a.C. a 322 a.C.), na obra Arte Poética, 
definiu o que hoje é conhecido como gêneros literários. Logo, 
convém reparar que a história da teoria dos gêneros pode 
ser contada a partir da Antiguidade greco-romana, quando 
surgiram também as primeiras manifestações poéticas da 
cultura ocidental.
Gêneros literários se caracterizam como divisões feitas 
em obras literárias de acordo com características formais 
comuns, agrupando-as conforme critérios estruturais, con-
textuais e semânticos, entre outros. Os gêneros literários se 
constituem como categorias dos textos literários, classifica-
dos de acordo com a forma e com o conteúdo. Dessa forma, 
englobam o conjunto de características formais e temáticas 
das manifestações literárias. O termo “gênero” vem do latim 
( genus e eris) e significa origem e nascimento.
Nesse sentido, os gêneros literários reúnem um conjunto 
de obras que apresentam características análogas de forma 
e de conteúdo. Essa classificação pode ser feita de acordo 
com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, 
contextuais, entre outros. Eles se dividem em três categorias 
básicas: gêneros épico (“palavra narrada”), gênero lírico (“pa-
lavra cantada”) e gênero dramático (“palavra representada”). 
Convém salientar também que, na atualidade, os textos 
literários se organizam em três gêneros: gênero lírico; gênero 
narrativo; gênero dramático. Dentro de um determinado gê-
nero literário há o predomínio de uma estrutura típica, que 
não corresponde à estrutura de outro gênero literário, visto 
que cada um apresenta características próprias.
Gênero Lírico
O gênero lírico é escrito em verso, em primeira pessoa do 
discurso (eu); expressa sentimentos e emoções; exterioriza um 
mundo interior; apresenta um caráter subjetivo; usa palavras no 
seu sentido conotativo; recorre a muitas figuras de linguagem.
O gênero lírico apresenta textos em versos por inter-
médio de uma linguagem poética, de caráter sentimental 
com predominância da subjetividade do eu-lírico (primeira 
pessoa). O nome “lírico” surgiu de “lira” (latim), instrumento 
utilizado para acompanhar as poesias cantadas. Convém res-
saltar que o “eu-lírico” se distingue do(a) autor(a), ou seja, o 
eu-lírico pode ser masculino ou feminino, independente de 
sua autoria. Alguns exemplos de textos líricos são: Soneto; 
Poesia; Ode; Haicai; Hino; Sátira, Elegia; Idílio, Écloga; Epitalâ-
mio (também conhecidos como subgêneros do gênero lírico).
Os textos do gênero lírico, os quais expressam sentimen-
tos e emoções, são permeados pela função poética da lingua-
gem. Neles existe a predominância de pronomes e verbos na 
1ª pessoa, além da exploração da musicalidade das palavras. 
Gênero Épico ou Narrativo
No gênero épico ou narrativo existe a presença de um(a) 
narrador(a), responsável por contar uma história cujas persona-
gens atuam em um determinado espaço e tempo. Pertencem a 
esse gênero as seguintes modalidades: Épico; Fábula; Epopeia ou 
Poesia Épica; Novela; Conto; Crônica; Ensaio; Romance (também 
conhecidos como subgêneros do gênero narrativo).
O gênero narrativo é escrito majoritariamente em prosa; 
apresenta um(a) narrador(a) que conta a ação; narra uma 
sucessão de acontecimentos reais ou imaginários; apresenta 
a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclu-
são; desenrola-se numtempo e num espaço; utiliza discurso 
direto, indireto e/ou indireto livre.
O gênero épico representa a mais antiga das manifesta-
ções literárias e nele estão contidas as narrativas histórico-
-literárias de grandes acontecimentos, com presença de 
temas terrenos, mitológicos e lendários. Observe-se que 
o termo “épico” vem da palavra “epopeia”, que, do grego 
(épos), simboliza a narrativa em versos de fatos grandiosos 
centrados na figura de um herói ou de um povo.
Os elementos essenciais das narrativas épicas são: nar-
rador (quem narra a história), enredo (sucessão dos acon-
tecimentos), personagens (principais e secundárias), tempo 
(época dos fatos) e espaço (local dos episódios).
Gênero Dramático
O gênero dramático é feito para que haja a sua encena-
ção; está dividido em atos e cenas; conta a história através 
da fala das personagens; apresenta indicações cênicas as 
quais auxiliam a representação.
De acordo com a definição de Aristóteles em sua Arte Poé-
tica, os textos dramáticos são próprios para a representação e 
apreendem a obra literária em verso ou prosa passíveis de en-
cenação teatral. A voz narrativa está entregue às personagens, 
atores que contam uma história por intermédio de diálogos 
ou monólogos. Pertencem ao gênero dramático os seguintes 
textos: Auto; Comédia; Tragédia; Tragicomédia; Elegia; Farsa 
(também conhecidos como subgêneros do gênero dramático).
O gênero dramático envolve a literatura teatral em prosa ou 
em verso, aquela para ser apresentada e encenada. Do grego, 
a palavra “drama” significa “ação”. Por essa razão, o diálogo é 
um recurso muito utilizado, de modo que a tríade essencial dos 
textos literários dramáticos são: o autor, o texto e o público. 
A classificação de gêneros literários sofreu algumas altera-
ções ao longo dos anos. Atualmente, é entendida como algo 
flexível, sendo possível a mistura de gêneros e a subdivisão em 
vários subgêneros. Apesar da divisão em lírico, narrativo e dramá-
tico, há uma característica comum aos três gêneros: a literatura. 
Sendo gêneros literários, apresentam aspectos comuns 
que definem a literatura como uma expressão artística que 
possui funções recreativas, sociais e críticas. Assim, não só 
ocorre a manifestação de sentimentos e invenção de histórias 
por parte do autor, como também ocorre a crítica à sociedade 
e há referências a momentos históricos.
O texto literário, quer ocorra em verso ou em prosa, trans-
mite a noção artística do autor, que trabalha com a função 
conotativa da linguagem, que utiliza uma linguagem mais po-
ética e rebuscada, recorrendo ao uso de figuras de linguagem 
e que respeita estruturas no estilo e forma, como a métrica e 
a rima. O autor debruça-se sobre a seleção e combinação de 
palavras, para que transmitam o sentido pretendido, contri-
buindo para a concretização da intenção do autor.
Reconhecimento de Tipos e Gêneros Textuais
Tipologia Textual
Texto Dissertativo: denotativo, objetiva provar uma tese, um 
posicionamento, possui introdução, desenvolvimento e conclusão.
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Texto Argumentativo: usa argumentos e exemplos para 
comprovar algo.
Texto Narrativo: conta uma história (fato, tempo, lugar, 
personagens, detalhes etc.).
Texto Descritivo: descreve coisa, lugar ou pessoa, com 
muitos adjetivos. 
Esquema do texto dissertativo 
1º parágrafo (introdução): tema e o objetivo na primeira 
frase; citação dos argumentos na segunda frase.
2º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do 
argumento 1 em pelo menos duas frases.
3º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do 
argumento 2 em pelo menos duas frases.
4º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do 
argumento 3 em pelo menos duas frases.
5º parágrafo (conclusão): tema e o objetivo na primeira 
frase com outras palavras; soluções otimistas com verbos no 
infinitivo de preferência.
Exemplo de texto dissertativo
• Introdução 
Acredita-se que Brasília se firmará como provável polo 
turístico do século XXI. Mesmo concorrendo com belíssimas 
praias na costa brasileira e com a evidente exploração turísti-
ca nas cidades vizinhas, a capital federal encanta brasileiros 
e estrangeiros por seu patrimônio histórico-cultural, sua 
organização e segurança.
• 1º argumento = 2º parágrafo 
Impossível não conceber que o litoral é um forte concor-
rente da cidade-sede do Brasil, já que é disputado na alta e 
baixa temporada por turistas do mundo inteiro. Além disso, o 
cerrado constitui atração interessantíssima por suas riquezas 
naturais, como as cachoeiras e quedas d’água de várias cidades 
circunvizinhas (Pirenópolis e Alto Paraíso, por exemplo), as 
águas termais de Caldas Novas, bem como a beleza histórica 
de Goiás Velho. Tudo isso há poucos quilômetros de Brasília.
• 2º argumento = 3º parágrafo 
No entanto, em seu gigantismo de inigualável beleza 
arquitetônica, a cidade do poder, desenhada por Oscar 
Niemeyer, surge majestosa causando curiosidade latente 
aos turistas que a pretendem desvendar. Prova disso são os 
hotéis, com fluxo frequente de visitantes de várias origens 
e etnias, que aqui encontram empatia com este povo mes-
clado, migrante de todo o território nacional, construtor da 
diversidade cultural e culinária da jovem capital.
• 3º argumento = 4º parágrafo 
Ressalte-se, ainda, que ações, como a reforma do Centro 
de Convenções, bem como as construções da Terceira Pon-
te e do reservatório de água Corumbá IV, tornam-na rota 
certa. A segurança – também respaldada pela premiação 
da ONU como a melhor cidade para uma criança crescer, 
no quesito qualidade de vida – e a organização da capital 
federal, evidenciada pela exatidão dos endereços facilmente 
encontrados pelo sistema inteligente de transportes, dão ao 
visitante sensação única de conforto.
• Conclusão 
Nesse sentido, há que se propagar toda essa atração da 
capital do país, evidenciando-a como polo turístico do século 
XXI. Urge, entretanto, a garantia de condições favoráveis à 
execução plena de planejamentos turísticos.
Esquema Narrativo 
1º parágrafo: fato, tempo, lugar.
2º parágrafo: causa do fato, personagens.
3º parágrafo: detalhes do fato, discursos.
4º parágrafo: consequências do fato.
Discursos
• Discurso Direto Simples
 Ela disse:
 – Vamos ao cinema?
 Ele respondeu:
 – Claro!
• Discurso Direto com Travessão Explicativo
 – Vamos ao cinema? – disse ela.
 – Claro! – respondeu ele.
• Discurso Direto Livre
 Ela disse: “Vamos ao cinema?”
 Ele respondeu: “Claro!”
• Discurso Indireto Simples
 Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite.
• Discurso Indireto Livre
 Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite. 
“Tomara que ele realmente vá!”
Domínio dos Mecanismos de Coesão Textual
Ernani Terra e José de Nicola (2001, p. 226-227) explicam 
sobre a coesão textual:
Assim como um osso liga-se ao outro num esqueleto, 
as palavras, os termos da oração e as orações ligam-se 
para formar um texto. Essa ligação se dá pelo nexo 
estabelecido entre várias partes do texto, tornando-o 
coeso (nexo significa ‘ligação, vínculo’; daí expressões 
do tipo ‘Ficou falando coisas sem nexo’). A coesão é 
decorrente de relações de sentido que se operam 
entre elementos do texto. Muitas vezes a interpreta-
ção de um termo depende da interpretação de outro 
termo ao qual faz referência, ou seja, a significação 
de uma palavra vai pressupor a de outra.
A avaliação da capacidade de expressão na modalidade 
escrita tem como base a observação da norma culta padrão 
da Língua Portuguesa. O uso das normas do registro formal 
culto da Língua Portuguesa pressupõem o domínio das regras 
da gramática normativa. Já a clareza, a precisão, a consis-
tência e a concisão do texto produzido são qualidades que 
agregam uma boa escrita a textos dissertativos.
[...] clareza, que torna o texto inteligível e decorre: do 
uso de palavras e expressões em seu sentido comum, 
salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipó-
tese em que se empregarão a nomenclatura e termi-
nologia próprias da área;da construção de orações na 
ordem direta, evitando preciosismos, neologismos, in-
tercalações excessivas, jargão técnico, lugares-comuns, 
modismos e termos coloquiais; do uso do tempo verbal, 
de maneira uniforme, em todo o texto; do emprego 
dos sinais de pontuação de forma judiciosa, evitando 
os abusos estilísticos [...] (BRASIL, 1000, p. 9) 
Segundo o Dicionário Online de Língua Portuguesa 
(2012), precisão é “Substantivo Feminino. Qualidade do que 
é preciso, exato, rigoroso. Exatidão na execução. Nitidez ri-
gorosa no pensamento ou no estilo.” Ernani Terra e José de 
Nicola (2001, p.228-229) explicam sobre a coesão textual:
A coesão também é resultante da perfeita relação de 
sentido que deve haver entre as partes de um texto. 
Por isso, o uso adequado de conectivos (palavras 
que relacionam partes da oração ou orações de um 
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período) é importante para que haja coesão textual. 
Não há coesão em um texto quando, por exemplo, 
empregam-se de modo inadequado conjunções e 
pronomes, deixando palavras ou frases desconec-
tadas, quando a escolha vocabular é inadequada, 
quando há ambiguidades, regências incorretas, etc.
Conforme orienta Gonçalves (2015b, p.14) acerca da 
produção coesa e concisa: “Peque pela simplicidade, escre-
va um texto simples, claro e objetivo, sem contorcionismos 
sintáticos.” 
Primar pela clareza, precisão, consistência, concisão e 
aderência às normas do registro formal é fundamental. Deve-
-se escrever de forma clara e precisa, com consistência argu-
mentativa para conseguir convencer o leitor de determinado 
ponto de vista. A concisão, arte de dizer muito com poucas 
palavras, atentando ao padrão culto da língua colaborará 
positivamente para o texto.
Concisão: resultado. É o ato de dizer a mesma coisa 
com um menor número de palavras. Usa recursos 
coesivos para que esse objetivo seja atingido. Por 
exemplo: usa-se um menor número de palavras para 
dizer a mesma coisa. (GONÇALVES, 2008, p.98) 
Emprego de Elementos de Referenciação, 
Substituição e Repetição, de Conectores e de 
Outros Elementos de Sequenciação Textual
 Vários elementos de referenciação podem ser em-
pregados em um texto. No entanto, são os pronomes a classe 
de palavras recordista em questões de concursos públicos. 
Entendamos mais sobre o Pronome.
Macetes dos Pronomes Demonstrativos
Tempo
• este, esta, isto: presente
• esse, essa, isso: passado e futuro próximos
• aquele, aquela, aquilo: passado e futuro distantes
Espaço (distância)
Quando houver apenas 1 pronome demonstrativo no 
período:
• Quero isto: a paz. (certo = Catáfora)
• Quero isso: a paz (errado)
• Paz: é isto que eu quero. (errado)
• Paz: é isso que eu quero. (certo = Anáfora)
Quando houver mais de um pronome demonstrativo na 
mesma frase, usa-se: “regra de fluxo invertido de distribuição 
pronominal para alocação dos pronomes demonstrativos”.
• este, esta, isto: t=teu (grudado)
• esse, essa, isso: s=separado (próximo)
• aquele, aquela, aquilo: l=longe (distante)
Pronomes Relativos: 4 passos para substituir os invari-
áveis (que/quem) pelos variáveis: qual/quais; cujo(a,os,as).
• Veja se “qual/quais” concordam com substantivo que vem 
antes. Se forem seguidos de substantivos, exigem artigo.
• Veja se “cujo(a,os,as)” concordam com substantivo que 
vem depois, dando ideia de posse. Proíbem artigo.
• Se houver verbo entre o pronome e o substantivo que 
vem depois, o pronome atuará como sujeito e não po-
derá ser substituído por “cujo(a,os,as)”, já que o verbo 
estabelece uma barreira que impede a concordância 
com o substantivo posterior ao pronome.
• Veja a regência do que vem depois do pronome, para 
checar se a preposição que o antecede está certa.
Dicas
• Os pronomes pessoais eu e tu não podem vir antece-
didos de preposição, por isso devem ser substituídos 
pelos pronomes oblíquos mim e ti. Exemplos: O pro-
blema será resolvido por mim e ti. O papo será entre 
mim e ti. Isso não se resolveria sem mim e ti. O dinheiro 
será dado para mim e ti. Observação: usa-se eu e tu 
quando o pronome funcionar como sujeito. Exemplo: 
Traga água para eu beber.
• Os pronomes ele(s), ela(s), nós e vós serão oblíquos 
quando precedidos de preposição para complementar 
verbos. Exemplos: A aula foi dada por ele. Passeamos 
com ela. O convite será feito por vós.
• Pronomes reflexivos são os pronomes pessoais oblí-
quos que se referem ao sujeito da oração. Exemplos: 
Ela se machucou. Eu me vesti bem. Ele aproximou-se 
e levou consigo sua ira.
• Nos, vos e se atuam como pronomes recíprocos quando 
expressam ação mútua. Exemplos: Nós nos vestimos 
bem. Eles se amaram muito.
• Quando há ênclise em verbos terminados em -r, -s, 
-z, tais terminações saem e acrescenta-se l nos oblí-
quos o, a, os, as. Exemplos: O bolo, eu vou: comprar 
(comprá-lo); vender (vendê-lo); partir (parti-lo); com-
por (compô-lo). O bolo: nós compramos (compramo-
-lo); ela fez (fê-lo). Observação: quando seguido do 
pronome pessoal oblíquo nos (1ª pessoa do plural), sai 
o s e mantém-se o oblíquo. Exemplos: Afastamo-nos 
infelizmente. Sentamo-nos para conversar.
• Quando há ênclise em verbos terminados em -m, -ão, -õe, 
acrescenta-se n nos pronomes pessoais oblíquos enclíti-
cos o, a, os, as. Exemplo: Eles consideraram-no inocente. 
A dúvida, dão-na como perdida. Ele supõe-nos bandidos.
• As expressões com nós, com vós podem ser usadas 
quando seguidas de uma palavra de reforço (ambos, 
mesmos, dois, etc) Exemplos: A bagagem seguirá com 
nós dois. A bagagem seguirá conosco. Preciso falar com 
vós mesmos. Preciso falar convosco. (Sarmento, p. 185)
• O pronome oblíquo é sujeito dos seguintes verbos 
no infinitivo: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir e ver. 
Exemplo: Deixe-me ouvir esta música. (Deixe que eu 
ouça esta música.)
• Cuidado para não confundir o pronome possessivo 
seu com a redução do pronome de tratamento senhor. 
Exemplo: Seu João é honesto.
• Usa-se dele(s), dela(s) no lugar de seu(s), sua(s) para 
tirar a ambiguidade. Exemplos: Ela arrumou sua cama. 
Ela arrumou a cama dela.
• Usa-se esse(s), essa(s), isso em referência a algo que 
já foi dito ou a uma pessoa já mencionada num texto. 
Usa-se este(s), esta(s), isto em referência ao que vai 
ser dito. Exemplo: Leve esta mensagem ao seu rei: 
“Rendam-se ou serão aniquilados.” (Sarmento, p. 195)
• Pronomes indefinidos: a) algum: sentido positivo quan-
do colocado antes do substantivo e negativo quando 
depois. Exemplos: Algum aluno tomará posse. Aluno 
algum tomará posse. b) certo: será pronome indefinido 
quando vier antes do substantivo e será adjetivo quan-
do vier depois. Exemplos: Certas coisas são importantes 
(algumas). As coisas certas são importantes (corretas). 
c) todo: tem valor de advérbio quando substitui comple-
tamente. Exemplo: O pátio ficou todo alagado. d) todo 
e toda significam qualquer quando não são seguidos de 
artigo e inteiro quando seguidos de artigo. Exemplos: 
Todo cidadão deve votar. Todo o povo deve votar.
• Onde indica permanência em lugar, e aonde indica movi-
mento a determinado lugar. Exemplos: O hotel onde dormi 
fica em Praia Grande/SP. Não sei aonde passarei as férias.
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Ideia Central e Secundária
Identificando o tema de um texto
o tema é a ideia central do texto, a ideia principal. O 
texto se desenvolve com base nessa ideia central. Para fazer 
a identificação do tema de um texto, é essencial relacionar 
as diferentes informações de modo a construir o seu senti-
do global, isto é, você deve relacionar as várias partes que 
compõem um todo significativo, que é o texto.
Nossa proposta inicial é que você acompanhe um exer-
cício bem simples: reconhecer o seu tema. Leia o texto a 
seguir e identifique o tema.
Acredita-se que Brasília se firmará como provável 
polo turístico do século XXI. Mesmo concorrendo com 
belíssimas praias na costa brasileira e com a evidente 
exploração turística nas cidades vizinhas, a capital 
federal encanta brasileiros e estrangeiros por seu patri-mônio histórico-cultural, sua organização e segurança.
Impossível não conceber que o litoral é um forte con-
corrente da cidade-sede do Brasil, já que é disputado na 
alta e baixa temporada por turistas do mundo inteiro. 
Além disso, o cerrado constitui atração interessantís-
sima por suas riquezas naturais, como as cachoeiras e 
quedas d’água de várias cidades circunvizinhas (Pire-
nópolis e Alto Paraíso, por exemplo), as águas termais 
de Caldas Novas, bem como a beleza histórica de Goiás 
Velho. Tudo isso há poucos quilômetros de Brasília.
No entanto, em seu gigantismo de inigualável beleza 
arquitetônica, a cidade do poder, desenhada por Os-
car Niemeyer, surge majestosa causando curiosidade 
latente aos turistas que a pretendem desvendar. 
Prova disso são os hotéis, com fluxo frequente de 
visitantes de várias origens e etnias, que aqui encon-
tram empatia com este povo mesclado, migrante de 
todo o território nacional, construtor da diversidade 
cultural e culinária da jovem capital.
Ressalte-se, ainda, que ações, como a reforma do 
Centro de Convenções, bem como as construções da 
Terceira Ponte e do reservatório de água Corumbá IV, 
tornam-na rota certa. A segurança – também respal-
dada pela premiação da ONU como a melhor cidade 
para uma criança crescer, no quesito qualidade de 
vida – e a organização da capital federal, evidenciada 
pela exatidão dos endereços facilmente encontrados 
pelo sistema inteligente de transportes, dão ao visi-
tante sensação única de conforto.
Nesse sentido, há que se propagar toda essa atração 
da capital do país, evidenciando-a como polo turístico 
do século XXI. Urge, entretanto, a garantia de condi-
ções favoráveis à execução plena de planejamentos 
turísticos. (GONÇALVES, 2015, p. 154-155)
O tema do texto acima é “Brasília se firmará como pro-
vável polo turístico do século XXI”. Essa é, portanto, a ideia 
central. Para apoiar essa ideia central, o autor a sustenta 
em três linhas argumentativas: litoral e turismo do entor-
no; patrimônio histórico-cultural; organização e segurança. 
Repare que, na sequência, o texto trará um parágrafo para 
desenvolver cada argumento. E cada um desses argumentos 
é uma ideia secundária, usados para reforçar a ideia central.
Intertextualidade
A intertextualidade é a capacidade de relacionar um texto 
a outros textos e à realidade. Logo, constitui-se como uma 
questão intertextual o exercício cuja resolução dependa não 
só das informações explícitas naquele texto motivador, mas 
também da leitura de mundo e da capacidade de relacionar 
o tema principal desse texto a outros textos. Leia o texto a 
seguir para aprofundarmos a questão da intertextualidade.
Acredita-se que Brasília se firmará como provável 
polo turístico do século XXI. Mesmo concorrendo 
com belíssimas praias na costa brasileira e com a 
evidente exploração turística nas cidades vizinhas, a 
capital federal encanta brasileiros e estrangeiros por 
seu patrimônio histórico-cultural, sua organização e 
segurança.
Impossível não conceber que o litoral é um forte 
concorrente da cidade-sede do Brasil, já que é 
disputado na alta e baixa temporada por turistas 
do mundo inteiro. Além disso, o cerrado constitui 
atração interessantíssima por suas riquezas naturais, 
como as cachoeiras e quedas d’água de várias cidades 
circunvizinhas (Pirenópolis e Alto Paraíso, por exem-
plo), as águas termais de Caldas Novas, bem como a 
beleza histórica de Goiás Velho. Tudo isso há poucos 
quilômetros de Brasília.
No entanto, em seu gigantismo de inigualável beleza 
arquitetônica, a cidade do poder, desenhada por Os-
car Niemeyer, surge majestosa causando curiosidade 
latente aos turistas que a pretendem desvendar. 
Prova disso são os hotéis, com fluxo frequente de 
visitantes de várias origens e etnias, que aqui encon-
tram empatia com este povo mesclado, migrante de 
todo o território nacional, construtor da diversidade 
cultural e culinária da jovem capital.
Ressalte-se, ainda, que ações, como a reforma do 
Centro de Convenções, bem como as construções da 
Terceira Ponte e do reservatório de água Corumbá IV, 
tornam-na rota certa. A segurança – também respal-
dada pela premiação da ONU como a melhor cidade 
para uma criança crescer, no quesito qualidade de 
vida – e a organização da capital federal, evidenciada 
pela exatidão dos endereços facilmente encontrados 
pelo sistema inteligente de transportes, dão ao visi-
tante sensação única de conforto.
Nesse sentido, há que se propagar toda essa atração 
da capital do país, evidenciando-a como polo turístico 
do século XXI. Urge, entretanto, a garantia de condi-
ções favoráveis à execução plena de planejamentos 
turísticos. (GONÇALVES, 2015, p. 154-155)
O tema do texto acima é “Brasília se firmará como pro-
vável polo turístico do século XXI”. Essa é, portanto, a ideia 
central. Você observou que, para apoiar essa ideia central, 
o autor a sustenta em três linhas argumentativas: litoral e 
turismo do entorno; patrimônio histórico-cultural; organi-
zação e segurança. 
No entanto, o primeiro argumento é de oposição, pois foi 
utilizado o tipo de desenvolvimento por oposição, no qual 
o primeiro argumento é contrário ao objetivo e os outros 
dois argumentos são favoráveis ao tema. Com isso, o autor 
do texto pode confrontar ideias opostas sem ficar em cima 
do muro, ou seja, mostrando o posicionamento que uma 
dissertação pede.
Por que o argumento de oposição é o litoral brasileiro e 
o ecoturismo do entorno de Brasília? Porque é sabido que 
o turismo nacional e internacional prioriza monumentos 
históricos; praias em países tropicais; belezas da natureza 
(cachoeiras, rios, lagos etc.). Porém, isso que é sabido por 
todos não está escrito no texto, é, portanto, intertextual, 
pois depende de informações de outros textos ou da leitura 
de mundo acerca da realidade.
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Estratégias Argumentativas
Na composição de um texto, várias estratégias argu-
mentativas podem ser utilizadas. O termo “estratégias ar-
gumentativas” guarda relação direta com argumentos, ou 
argumentação. Logo, relaciona-se ao fenômeno dissertativo.
A dissertação engloba vários tipos textuais, dos quais se 
destacam o texto argumentativo e o texto expositivo. No texto 
argumentativo, numa prova discursiva, o(a) candidato(a) rece-
be o tema, mas não recebe os argumentos, os tópicos a serem 
desenvolvido, de forma que ele(a) terá de escolher argumentos 
que sustentem sua tese. Já no texto expositivo, a banca exa-
minadora oferece o tema e os tópicos a serem abordados na 
redação (argumentos), isto é, o(a) candidato(a) terá de argu-
mentar sobre aqueles tópicos escolhidos pelos examinadores.
Independentemente de se tratar de texto argumentativo 
ou de texto expositivo, o(a) candidado(a) a cargo público ou 
o(a) redator(a) terá de estabelecer estratégias argumentati-
vas, formas de convencer o(a) leitor(a) de seu ponto de vista.
Na organização da elaboração de um texto, há alguns tipos 
de desenvolvimento que podem ser utilizados como estraté-
gias argumentativas: tempo; espaço; tempo e espaço; defini-
ção; definição, semelhança; exemplos, citações, dados estatís-
ticos; enumeração; perguntas [GONÇALVES, 2015b, p.53-57].
Desses tipos de desenvolvimento do texto, dois são 
organizacionais: causa e consequência, e oposição. No de-
senvolvimento por causa e consequência, o(a) redator(a) 
desenvolve a dissertação com argumentos que são causas 
ou consequências do tema e/ou do assunto. Já no desenvol-
vimento por oposição, o(a) redator(a) apresenta dois pontos 
de vista antagônicos sobre o mesmo tema.
 
Informações Implícitas, Explícitas e Pressupostos
Informações implícitas são informações no campo da 
inferência. Já as informações explícitas estão contidas no 
texto e podem ser constatadas pela simples leitura. Os pres-
supostos tem um relação com a questão da coerência textual. 
Entendamos melhor acerca da coerência, conforme Gonçal-
ves e Silva (2017, p. 9-10).
O critério da Coerência Argumentativa avalia a ordenaçãoe a sequencialização de argumentos. 
Deve haver uma argumentação destinada a conduzir 
racionalmente a inteligência do leitor às conclusões 
sintetizadas no ponto de vista ou opinião do autor. 
Daí a organização do texto dissertativo em parágrafos 
coerentes. Cada parágrafo deve conter o seu desen-
volvimento (explicações, exemplificação, recursos 
retóricos destinados a persuadir, etc.). O tópico frasal 
pode estar no começo ou no final do parágrafo; pode 
também ficar implícito. (ANDRÉ, 1988, p. 77) 
Ainda sobre a questão da coerência, não se pode deixar 
de ressaltar a importância da sequência das ideias, concate-
nando os argumentos na construção dos parágrafos.
A coerência é outra qualidade do parágrafo. Enquanto 
a unidade seleciona as ideias, central e secundárias, es-
colhendo as mais importantes e cimentando-as através 
de um ponto comum, a coerência organiza a sequência 
dessas ideias (central e secundárias), de modo que o 
leitor perceba facilmente “como” elas são importantes 
para o desenvolvimento do parágrafo. Mesmo que 
todos os períodos do parágrafo estejam relacionados 
entre si, ou deem suporte à ideia principal, se faltar a 
organização dessas ideias, o parágrafo será confuso, 
sem coerência. (FIGUEIREDO, 1995, p. 34) 
Na análise da coerência, no âmbito da ordenação, cabe 
enfatizar que seguir uma ordem na apresentação das ideias 
garantirá compreensão rápida e lógica por parte do leitor. 
Selecionar ideias pertinentes constitui relevante estratégia 
de ordenação do texto dissertativo. 
[...] coerência, que implica a exposição de ideias bem 
elaboradas, que tratam do mesmo tema do início ao 
fim do texto em sequência lógica e ordenada. Isso 
significa que o texto deve conter apenas as ideias 
pertinentes ao assunto proposto [...] (BRASIL, 1999, 
p. 10) 
Entendida a questão da coerência, passemos a estudar a 
questão das informações explícitas e implícitas. Por exemplo, 
vamos supor que um texto fale de uma árvore com folhas 
verdes e frutas vermelhas. Se a questão perguntar a cor 
das frutas ou das folhas, essas informações estão explícitas, 
são constatáveis pela simples leitura do texto. Porém, se a 
questão cogitar a possibilidade de árvore ser uma macieira 
(árvore de maçãs), logo, tem-se uma questão no âmbito 
da inferência, que tem por pressupostos as informações 
implícitas, envolvendo, portanto, raciocínio e não mera 
constatação.
Níveis de Formalidade
Formal e Informal
Texto formal é informativo, segue o padrão culto da 
língua portuguesa. Já o texto informal tem a informalidade 
como característica, ou seja, é mais livre em relação à nor-
ma culta. Os contextos são distintos, por isso precisamos 
saber diferenciar essas duas variantes linguísticas, embora 
ambas possuam o objetivo de comunicar. Ao falar com 
familiares ou com amigos, usamos a linguagem informal. 
Porém, numa reunião onde trabalhamos, numa entrevista 
de emprego, ou na escrita de um texto, devemos usar a 
linguagem formal.
Observemos as ponderações de Daniela Viana (2018, p. 1-2):
Diferenças
Na tirinha acima podemos notar a presença da linguagem 
formal e informal
A linguagem formal, também chamada de “culta” está 
pautada no uso correto das normas gramaticais bem como 
na boa pronúncia das palavras. Já a linguagem informal ou 
coloquial representa a linguagem cotidiana, ou seja, trata-se 
de uma linguagem espontânea, regionalista e despreocupada 
com as normas gramaticais. 
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Texto Literário e não Literário, Verbal e não Verbal
Entre as diferenças do texto literário e do texto não lite-
rário estão a forma da linguagem (verbal ou não verbal) e a 
forma como se apresenta a informação. O texto literário se 
apresenta em uma linguagem pessoal, envolvida em emo-
ção, emprego de lirismo e valores do autor ou do ser (ou 
objeto) retratado.
Já o texto não literário possui como marca a linguagem 
referencial e, por isso, também é chamado de texto utilitário. 
Nesse sentido, o texto literário se destina à expressão, com 
a realidade que se demonstra de maneira poética, podendo 
haver ou não subjetividade.
O texto não literário, porém, é marcado pelo retrato da 
realidade desnuda e crua. É possível tratar sobre o mesmo 
assunto nas duas formas de texto e apontar o tema ao re-
ceptor sem prejuízo a informação.
Observemos as diferenças apresentadas por Daniela 
Diana (2018, p. 1)
Diferenças
Texto Literário Texto Não Literário
A linguagem empregada é de con-
teúdo pessoal, cheia de emoções 
e valores do emissor e há o em-
prego da subjetividade.
Uso da linguagem im-
pessoal, objetiva em 
linha reta.
Emprego da linguagem multidisci-
plinar e cheia de conotações. Linguagem denotativa.
Linguagem poética, lírica, expres-
sa com objetivos estéticos na re-
criação da realidade ou criação de 
uma realidade intangível, somen-
te literária.
Representação da reali-
dade tangível.
Primor da expressão. Atenção, prioridade à informação.
Variação Linguística
 
A variação linguística é um fenômeno natural o qual 
ocorre pela diversificação dos sistemas de uma língua com 
relação às possibilidades de mudança de seus elementos 
(vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe). Sua existência 
se dá pelo fato de as línguas possuírem a característica de 
serem dinâmicas e sensíveis a fatores como a região geográ-
fica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de 
formalidade do contexto da comunicação.
Convém ressaltar que toda variação linguística é ade-
quada para atender às necessidades comunicativas e cog-
nitivas do(a) falante. Nesse sentido, ao julgar determinada 
variedade como errada, estamos emitindo um juízo de valor 
sobre os seus falantes e, portanto, agindo com preconceito 
linguístico.
Existem alguns tipos de variedade linguística, segundo 
Mariana Rigonatto (2018, p. 1):
Variedades Regionais
São aquelas que demonstram a diferença entre as falas 
dos habitantes de diferentes regiões do país, diferentes es-
tado e cidades. Por exemplo, os falantes do Estado de Minas 
Gerais possuem uma forma diferente em relação à fala dos 
falantes do Rio de Janeiro.
Observe a abordagem de variação regional em um poema 
de Oswald de Andrade:
Vício da fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Agora, veja um quadro comparativo de algumas variações 
de expressões utilizadas nas regiões Nordeste, Norte e Sul:
Região Nordeste Região Sul Região Norte
Racha – pelada, 
jogo de futebol.
Campo Santo – 
cemitério.
Miudinho – pe-
queno.
Jerimum – abó-
bora.
Alçar a perna – 
montar a cavalo.
U m b o r i m b o -
ra? – Vamos em-
bora?
Sustança – energia 
dos alimentos.
Guacho – animal 
que foi criado 
sem mãe.
Levou o fare-
lo – morreu.
Variedades Sociais
São variedades que possuem diferenças em nível fono-
lógico ou morfossintático. Veja:
• Fonológicos: “prantar” em vez de “plantar”; “bão” 
em vez de “bom”; “pobrema” em vez de “problema”; 
“bicicreta” em vez de “bicicleta”.
• Morfossintáticos: “dez real” em vez de “dez reais”; “eu 
vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu truci” em vez de “eu 
trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.
Variedades estilísticas
São as mudanças da língua de acordo com o grau de for-
malidade, ou seja, a língua pode variar entre uma linguagem 
formal ou uma linguagem informal.
• Linguagem formal: é usada em situações comunicati-
vas formais, como uma palestra, um congresso, uma 
reunião empresarial etc. 
• Linguagem informal: é usada em situações comunicati-
vas informais, como reuniões familiares, encontro com 
amigos, etc. Nesses casos, há o uso da linguagem colo-
quial. .Gíria ou Jargão: é um tipo de linguagem utilizada 
por um determinado grupo social, fazendo com que 
se diferencie dos demais falantes da língua. A gíria é 
normalmente relacionada à linguagem de grupos de 
jovens (skatistas, surfistas, rappers etc.). O jargão é, em 
geral, relacionado à linguagem de grupos profissionais 
(professores, médicos, advogadosetc.)
Semântica 
Sentido e Emprego das Palavras
Em Linguística, a Semântica estuda o significado e a inter-
pretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma 
frase ou de uma expressão em um determinado contexto. 
Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de 
sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns 
fatores, tais como tempo e espaço geográfico.
Campos Semânticos
a semântica é o ramo da Linguística que estuda os sig-
nificados e/ou sentido dos vocábulos da língua. Do grego, a 
palavra semântica (semantiká) significa “sinal”.
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De acordo com duas vertentes, “sincrônica” e “diacrô-
nica”, a semântica é dividida em:
• Semântica Descritiva: denominada de semântica sin-
crônica, essa classificação indica o estudo da significa-
ção das palavras na atualidade.
• Semântica Histórica: denominada de semântica diacrô-
nica, se encarrega de estudar o significado das palavras 
em determinado espaço de tempo.
A fim de conhecer as palavras apropriadas para empregá-
-las em determinados discursos, recorremos à semântica, ou 
seja, a significação dos termos.
Para isso, alguns conceitos são basilares para o estudo 
das significações, a saber:
Monossemia, Polissemia e Ambiguidade
Monossemia
A monossemia (de monos = um; semia = significado) é a 
característica das palavras que têm um só significado. Isso 
dificilmente acontece, uma vez que o significado é passível 
de interpretações variadas. Os termos monossêmicos se en-
contram nos textos técnicos e científicos, porque neles se 
procura uma mensagem objetiva para ser entendida de modo 
igual por todos os leitores ou ouvintes.
Exemplo:
A porcelana foi criada pelos chineses.
A jarra é de porcelana. 
Outras palavras:
Logaritmo, Manganês, Decassílabo
Num texto literário, porém, qualquer palavra pode ga-
nhar outros significados.
Exemplos:
Ficaram todos de boca aberta.
a boca da garrafa está quebrada.
Observe que há relação de “abertura”, “orifício” da pala-
vra boca em ambas as frases. É isso que torna a polissemia 
diferente da homonímia.
Outros exemplos:
Ela me pediu para sair (ou ficar). (Sair e ficar podem ser 
denotativo ou uma gíria)
Doe nesta páscoa, ponha (ou bota) ovo em cima da 
mesa.
As frases acima apresentam a ambiguidade, ou seja, 
tem dois sentidos, e causam estranheza. Para não ocorrer 
esse problema, seria melhor trocar as palavras polissêmicas 
por outras palavras: sair = ir para fora; ficar = permanecer; 
por/botar = colocar.
Polissemia
a polissemia representa a multiplicidade de significados 
de uma palavra. Com o decorrer do tempo, determinado 
termo adquiriu um novo significado, entretanto, ainda se 
relaciona com o original, por exemplo:
O rapaz quebrou a perna no acidente.
a perna da cadeira é marrom.
Que letra ilegível!
a letra dessa canção é muito linda.
Ambiguidade 
A Ambiguidade também é considerada um vício de lin-
guagem. É também chamada de Anfibologia e ocorre quando 
existe a duplicidade de sentido em palavras ou expressões 
do texto.
Muitas vezes, certas orações não são constituídas com 
clareza. Isso ocorre quando alguns termos apresentam enten-
dimento ambíguo ou duvidoso, o que acontecer quando são 
usadas palavras ou expressões as quais não possibilitam uma 
interpretação precisa. Nesse caso, existe um entendimento 
duvidoso da sentença e a Ambiguidade se estabelece.
Apesar de ser uma alternativa linguística admissível den-
tro do contexto poético e também na linguagem literária, seu 
uso não é recomendado em casos de escrita mais objetiva, 
em textos informativos e em redação de cunho técnico.
Exemplos:
A garota disse à amiga que sua mãe havia chegado. (A 
oração deixa um entendimento duvidoso, pois não se sabe 
ao certo quem chegou. A mãe da garota ou a mãe da amiga).
O motociclista falou ao amigo caído no chão. (Não há 
como saber quem está caído. Se é o motociclista ou o amigo.)
Perseguiram o porco do meu primo. (Quem foi persegui-
do? O porco que é um animal, ou o primo que está sendo 
chamado de porco?)
Sinonímia e Antonímia
Os sinônimos designam as palavras que possuem signi-
ficados semelhantes, por exemplo:
andar e caminhar
usar e utilizar
fraco e frágil
Do grego, a palavra sinônimo significa “semelhante 
nome” sendo classificados de acordo com a semelhança 
que compartilham com o outro termo.
Os sinônimos perfeitos possuem significados idênticos 
(após e depois; léxico e vocabulário). Já os sinônimos im-
perfeitos possuem significados parecidos (gordo e obeso; 
córrego e riacho).
Os antônimos designam as palavras que possuem signi-
ficados contrários, por exemplo:
claro e escuro
triste e feliz
bom e mau
Do grego, a palavra “antônimo” significa “nome oposto, 
contrário”.
Homonímia e Paronímia
Homônimos são palavras que ora possuem a mesma 
pronúncia, (palavras homófonas), ora possuem a mesma 
grafia (palavras homógrafas), entretanto, possuem signifi-
cados diferentes.
São chamados de “homônimos perfeitos”, as palavras 
que possuem a mesma grafia e a mesma sonoridade na pro-
núncia, por exemplo:
o pelo do cachorro é curto.
Pelo caminho da vida.
Tenho que chegar cedo.
Cedo meu lugar aos idosos.
Parônimos são aquelas palavras que possuem significa-
dos diferentes, porém se assemelham na pronúncia e na 
escrita, por exemplo:
soar (produzir som) e suar (transpirar);
acento (sinal gráfico) e assento (local para sentar);
acender (dar luz) e ascender (subir).
Clareza
A clareza precisa ser a qualidade básica de todo texto 
escrito com base na norma culta padrão. Muitas vezes as 
pessoas pensam que ser escrever dentro do padrão culto da 
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Língua Portuguesa é escrever com vocabulário rebuscado, 
com uso de palavras difíceis de circulação restrita. Isso não 
procede. Ser culto é ser claro, e ser claro é escrever com 
simplicidade e objetividade.
Pode-se definir como claro o texto que possibilita com-
preensão imediata pelo(a) leitor(a). Entretanto, a clareza não 
é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das 
demais características da norma culta escrita:
• a impessoalidade, a qual evita a duplicidade de inter-
pretações que poderia decorrer de um tratamento 
personalista dado ao texto;
• o uso do padrão culto de linguagem inicialmente de 
entendimento geral e por definição avesso a vocábulos 
de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
• a formalidade e a padronização, as quais possibilitam 
a imprescindível uniformidade dos textos;
• a concisão, a qual faz desaparecer do texto os excessos 
linguísticos que nada lhe acrescentam.
Redige-se com clareza pela correta observação dessas 
características A ocorrência, em textos escritos, de trechos 
obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da 
falta da releitura que torna possível sua correção.
Na revisão de um texto, deve-se avaliar, ainda, se ele será 
de compreensão imediata por seu destinatário. O que parece 
óbvio a uns pode ser desconhecido por terceiros. O domínio 
adquirido sobre certos assuntos em decorrência de expe-
riência profissional muitas vezes faz com que os tomemos 
como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. 
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos 
técnicos, o significado das siglas abreviações e os 
conceitos específicos que não possam ser dispensa-
dos. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. 
A pressa com que são elaboradas certas comunica-
ções quase sempre compromete sua clareza. Não se 
deve proceder à redação de um texto que não seja 
seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, 
há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, 
o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. 
(MENDES, 2002, p. 6)
Barbarismo, Cacofonia, Eco, Estrangeirismo, 
Solecismo, Arcaísmo
Barbarismo
o Barbarismo se constitui como um vício de linguagem 
relacionado ao uso equivocado de uma palavra ou enunciado, 
seja na pronúncia, grafia ou morfologia. Convém ressaltar 
que o vício de linguagem é um desvio da gramática norma-
tivao qual pode ocorrer por descuido do falante ou mesmo 
pelo desconhecimento das normas da língua. O barbarismo 
ocorre em vários níveis da língua, isto é, fonético, morfoló-
gico e semântico.
• Silabada: também denominada de barbarismo pro-
sódico (ou simplesmente prosódia), indica os erros 
na pronúncia em relação à acentuação das palavras
 Exemplos: gratuíto ao invés de gratuito; rúbrica ao 
invés de rubrica.
• Cacoépia: também chamada de barbarismo ortoépi-
co, indica os erros cometidos pela pronúncia errada 
das palavras.
 Exemplos: bicicreta ao invés de bicicleta; decascar ao 
invés de descascar.
 Quando ocorre em nível semântico, isto é, na signi-
ficação das palavras, ele é chamado de barbarismo 
semântico.
 Exemplos: absolver (perdoar) e absorver (aspirar); 
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação).
• Cacografia: também chamada de barbarismo gráfico, 
indica os erros de grafia da palavra.
 Exemplos: adevogado ao invés de advogado; geito ao 
invés de jeito.
 No caso do barbarismo gramatical o erro ocorre na 
troca de termos ou expressão:
 Exemplos: “meio” no lugar de “meia” (São meio dia 
e meio); “ver” no lugar de “vir” (Quando eu te ver 
amanhã...).
 Por fim, o barbarismo morfológico implica no erro 
quanto ao uso da forma dos vocábulos:
 Exemplos: cidadões no lugar de cidadãos; mamãos no 
lugar de mamões.
Cacofonia
Cacofonia se constitui como um Vício de Linguagem e 
consiste em sons produzidos pela junção do final de um vocá-
bulo e começo de outro, que se encontra a seguir. Ecoam de 
maneira desagradável, causando tonalidades feias ou muitas 
vezes que levam à não distinção da mensagem.
A pronúncia emitida é, em alguns casos, engraçada, 
porém, existem também situações em que esta figura gera 
termos ofensivos ou inconvenientes.
Exemplos:
Ela deu um beijo na boca dela (ca + dela = cadela)
Não se preocupou, já que tinha terminado a prova. (ja + 
que+ tinha = jaquetinha)
Eu vi ela na igreja. (vi + ela= viela)
ela tinha uma bolsa de couro. (la + tinha= latinha)
A palavra Cacofonia tem origem etimológica em dois 
termos gregos. São eles: Kako e phóne, os quais unidos for-
mam o vocábulo kakophónía, que significa “algo que soa 
mal”. Convém notar que a Cacofonia não aparece somente 
na informalidade da fala ou em textos populares. Ela também 
está presente até mesmo na literatura clássica. Podemos en-
contrar este desvio de linguagem em grandes obras literárias.
Eco
Ocorre Eco quando existem palavras na frase com termi-
nações iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Por 
exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na 
população.
Estrangeirismo
o estrangeirismo corresponde ao uso de palavras es-
trangeiras que foram incorporadas ao vocabulário popular 
brasileiro.
Solecismo
Solecismo se constitui como desvio de sintaxe, podendo 
ocorrer nos seguintes níveis:
• Concordância: Haviam muitos alunos naquela sala. 
(Havia)
• Regência: Eu assisti o filme em casa. (ao)
• Colocação: Dancei tanto na festa que não aguentei-me 
em pé. (não me aguentei em pé)
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Arcaísmo
Arcaísmo é uma palavra ou uma expressão antiga a qual 
já caiu em desuso. Pode ser dividido em arcaísmos linguís-
ticos e em arcaísmos literários. O arcaísmo linguístico é en-
contrado no uso da língua em determinado local, em que 
existem traços fonéticos, morfológicos, sintáticos e léxicos 
os quais são conservadores e antigos na língua.
Já o arcaísmo literário é aquele encontrado nas obras 
literárias, usado frequentemente como um recurso de estilo 
para tornar o texto mais solene, culto, decadente etc. Eles 
consistem no uso de expressões típicas da época a que o 
texto literário se refere, mas que já não são mais usadas na 
no momento no qual o texto foi escrito. Quando se fala de 
um texto naturalmente antigo, logo, os arcaísmos encontra-
dos não são propositais, porque são expressões próprias da 
época em que o mesmo foi escrito.
Quando se fala em linguagem técnica ou científica, o 
arcaísmo consiste numa construção que já caiu em desuso, 
e que, portanto, prejudica a compreensão do texto. O cos-
tume de empregar no texto expressões antiquadas deve ser 
evitado, porque pode comprometer a clareza do texto para 
um(a) leitor(a) que não tenha os conhecimentos históricos 
necessários para recuperar o significado de tais termos.
Palavras que hoje são usuais para nós, no futuro fatal-
mente se tornarão arcaísmos, e os que hoje existem, anti-
gamente foram palavras usuais. Isso acontece naturalmente 
devido ao processo de evolução da língua, devido a ela ser 
modificada pelos próprios falantes ao longo do tempo. Pode-
-se facilmente perceber algumas palavras que hoje são ainda 
utilizadas, mas que devido ao seu uso estar diminuindo cada 
vez mais, são certamente futuros arcaísmos. São exemplos 
desse fenômeno:
• O pronome vós (2ª pessoa do plural), que está sendo 
substituído pelo pronome de tratamento vocês.
A mesóclise do pronome oblíquo (dar-se-á, dedicar-nos-
-emos).
O pretérito mais-que-perfeito (comprara, vendera, re-
duzira).
Vejamos outros exemplos de arcaísmos:
ceroula (cueca);
vosmecê (você);
outrossim (também);
quiçá (talvez);
à guisa de (à maneira de);
apalermado (bobo);
magote (grande quantidade).
Significação das Palavras
Substituição de Palavras ou de Trechos de Texto
o significado das palavras é estudado pela semântica, a 
parte da gramática que estuda não só o sentido das palavras 
como as relações de sentido que as palavras estabelecem 
entre si: relações de sinonímia, antonímia, paronímia, ho-
monímia etc.
Compreender essas relações nos proporciona o alarga-
mento do nosso universo semântico, contribuindo para uma 
maior diversidade vocabular e maior adequação aos diversos 
contextos e intenções comunicativas. 
Sinonímia e Antonímia
a sinonímia indica a capacidade de as palavras apresenta-
rem significados parecidos. A antonímia indica a capacidade 
de as palavras apresentarem significados opostos. Assim, por 
meio da sinonímia e da antonímia, as palavras estabelecem 
relações de proximidade e de contrariedade.
Exemplos de palavras sinônimas:
importante: significativo, considerável, prestigiado, in-
dispensável, fundamental.
necessário: essencial, fundamental, forçoso, obrigatório, 
imprescindível.
Exemplos de palavras antônimas:
dedicado: desinteressado, desapegado, faltoso, desapli-
cado, relapso.
pontual: atrasado, retardado, durável, genérico, irres-
ponsável.
Denotação e Conotação
a denotação indica a capacidade de as palavras apre-
sentarem um sentido literal e objetivo. A conotação indica a 
capacidade de as palavras apresentarem um sentido figurado 
e simbólico.
Exemplos de palavras com sentido denotativo:
O navio atracou no porto.
A anta é um mamífero.
Exemplos de palavras com sentido conotativo:
Você é o meu porto.
Pense pela sua própria cabeça, sua anta!
Reescrita de Textos de Diferentes Gêneros e Níveis de 
Formalidade
Os níveis de formalidade têm relação direta com a inten-
ção comunicativa, ou seja, com o objetivo do texto e o con-
texto em que a comunicação é veiculada. Quem é o emissor 
e para quem é dirigida a Comunicação? Por exemplo, se a fala 
de um juiz em um tribunal for endereçada a uma criança, ela 
não entenderá. A comunicação entendível é aquela que es-
colhe vocabulário adequado à compreensão do público-alvo. 
Nesse sentido, os níveis de linguagem levam em conta esses 
estratos (camadas sociais, econômicas, culturais, etárias, si-
tuacionais), a cujo contexto a linguagem deve se adaptar.
O que determinará o nível de linguagem empregado é o 
meio social no qual o indivíduo se encontra. Logo, para cada 
ambiente sociocultural existe uma medida de vocabulário, 
um modo de se falar, uma entonação empregada, uma forma 
de se fazer a combinação das palavras, e assim por diante.
A linguagem culta ou padrão é aquela que é ensinada nas 
escolas e serve de veículo às ciências nas quais se apresenta 
com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas 
das diferentes classessociais e caracteriza-se pela obediência 
às normas gramaticais. Mais comumente usada na lingua-
gem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É 
mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está 
presente em diversos gêneros textuais, como nas aulas, 
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações 
científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Jaqueline da Silva, BARBOSA, Ednir Melo. Descom-
plicando a redação. São Paulo: FTD, 2003.
ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação: técnicas de 
redação, produção de textos, temas de redação dos exames 
vestibulares. 5. ed. São Paulo: Moderna, 1998. 
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ARAÚJO, Ana Paula de. Arcaísmo. Acesso em 24 set. 2018. 
Disponível em <https://www.infoescola.com/linguistica/
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BARTHES, Roland. S/Z (1970). Acesso em 3 maio 2012. Dispo-
nível em: < http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_
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1988. 
BRASIL, Senado Federal. Manual de elaboração de textos. 
Apresentação de Dirceu Teixeira de Matos. Brasília: Senado 
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CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. 2. ed. 
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CASTRO, Luana. Gêneros literários. Acesso em 20 set. 2018. 
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FIGUEIREDO, Luiz Carlos. A redação pelo parágrafo. Brasília: 
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GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Gramática Didática e Interpreta-
ção de Textos: teoria e exercícios. 17. ed. Brasília: JRG, 2015. 
GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Redação em concursos públicos 
e vestibulares. 2. ed. Brasília: Vestcon, 2008.
GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Redação Oficial, Dissertação e 
Interpretação de Textos. 2. ed. Brasília: JRG, 2015b.
GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Redação Oficial, Dissertação e 
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GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. 3. ed. São 
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NORMA CULTA. Acesso em 26 set. 2018. Disponível em <ht-
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PORTUGUÊS RÁPIDO. Acesso em 26 set. 2018. Disponível 
em <https://portuguesrapido.com>.
RIGONATTO, Mariana. Variação linguística. Acesso em 29 set. 
2018. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-
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SOPORTUGUES. Acesso em 25 set. 2018. Disponível em <ht-
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TERRA, Ernani, NICOLA, José de. Práticas de linguagem: lei-
tura e produção de textos. São Paulo: Scipione, 2001. 
EXERCÍCIOS
Cebraspe/EMAP/Analista/2018
Texto CB1A1AAA
O Juca era da categoria das chamadas pessoas 
sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente 
lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer 
pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com 
o Juca a coisa não era assim tão simples. Primeiro 
fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste 
contrabalançado por um olhar heroicamente exultante, 
até que esse exame de consciência era cortado pela 
voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em 
outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... 
Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais 
egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino 
animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, 
o impasse continuava... E que impasse! 
Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando 
o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o 
pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus 
pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da 
morte, a Dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, 
aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de 
ridícula ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem 
“não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão 
compreensivo. Ou apressado. Despachou-o num átimo 
e absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu! 
E eu imagino o Juca a indagar, até hoje: 
— Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que 
ele poderia ter-me absolvido?
Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 
1978, p 65 (com adaptações)
Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto 
CB1A1AAA, julgue os itens a seguir.
1. O trecho “Que fosse amolar os anjos lá no Céu!” (l.24) 
expressa o que o padre havia dito no momento em que 
Juca morreu.
2. Caso seja suprimido o pronome “lhes” (l.2), a correção 
gramatical do texto será mantida, embora o trecho se 
torne menos enfático.
4. Caso o advérbio “heroicamente” (l.7) fosse deslocado 
para logo após “contrabalançado” (l.7), haveria altera-
ção de sentido do texto, embora fosse preservada sua 
correção gramatical.
5. É correto estabelecer a referência do pronome “que” 
(l.9) tanto com “voz do interlocutor” (l.8) quanto com 
“outras coisas” (l.10).
Ainda a respeito das estruturas linguísticas do texto CB1A-
1AAA, julgue os próximos itens.
7. No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi o 
Juca, o impasse continuava...” (l. 13 e 14), o elemento 
“Pois” introduz uma concessão.
8. Em “reanimando-a” (l.19), o pronome “a” refere-se a 
“Dúvida” (l.17).
9. Sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido 
do texto, o trecho “que ele poderia ter-me absolvido” 
(l. 26 e 27) poderia ser assim reescrito: que ele poderia 
ter absolvido-me.
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O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do nosso 
valor próprio; a vaidade é a consciência (certa ou errô-
nea) da evidência do nosso valor aos olhos dos outros. 
Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode 
ser a um tempo vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois 
tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. 
À primeira vista, é difícil compreender como podemos 
ter consciência da evidência do nosso valor no conceito 
dos outros sem a consciência do nosso valor em si. Se a 
natureza humana fosse racional, não haveria qualquer 
explicação. No entanto, o homem vive primeiro uma vida 
exterior, e depois uma vida interior; a noção do efeito 
precede, na evolução do espírito, a noção da causa inte-
rior desse mesmo efeito. O homem prefere ser tido em 
alta conta por aquilo que não é a ser tido em meia conta 
por aquilo que é. Assim opera a vaidade.
Walmir Ayala (Coord. e introd.) Fernando Pessoa Antologia 
de Estética. Teoria e Crítica Literária Rio de Janeiro: Ediouro, 
1988, p 88-9 (com adaptações)
Acerca dos aspectos linguísticos do texto precedente e das 
ideias nele contidas, julgue os próximos itens.
10. De acordo com os sentidos do texto, “a noção da causa 
interior” (l.12) refere-se à expressão “a consciência do 
nosso valor em si” (l. 8).
11. Infere-se do texto que, na evolução espiritual do ser 
humano, o processo de autoconhecimento provém da 
consciência das impressões alheias sobre o indivíduo.
12. Na linha 14, as expressões “por aquilo que não é” e 
“por aquilo que é” exprimem causa.
13. Na linha 15, a forma verbal “opera” foi empregada com 
o sentido de produz.
14. A correção gramatical e as informações do texto seriam 
preservadas caso o período “À primeira vista, (...) do 
nosso valor em si” (l. 6 a 8) fosse assim reescrito: Como 
é possível ser vaidoso sem ser orgulhoso, parece algo, 
à um primeiro olhar, difícil de se entender.
Serviço de tráfego de embarcações (Vessel Traffic Service – VTS)
O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com 
capacidade de monitorar ativamente o tráfego aquaviário, 
melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas 
em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco 
de acidente de grandes proporções. 
Internacionalmente, os sistemas de VTS são regula-mentados pela International Maritime Organization, sendo 
seus aspectos técnicos detalhados em recomendações da 
International Association of Maritime Aids to Navigation and 
Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, 
autoridade marítima do país, definir as normas de execução 
de VTS e autorizar a sua implantação e operação. 
Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um 
radar com capacidade de acompanhar o tráfego nas imedia-
ções do porto, um sistema de identificação de embarcações 
denominado automatic identification system, um sistema de 
comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores 
ambientais (meteorológicos e hidrológicos) e um sistema 
de gerenciamento e apresentação de dados. Todos esses 
sensores operam integrados em um centro de controle, ao 
qual cabe, na sua área de responsabilidade, identificar e 
monitorar o tráfego marítimo, adotar ações de combate à 
poluição, planejar a movimentação de embarcações e divul-
gar informações ao navegante. Adicionalmente, o Centro VTS 
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pode fornecer informações que contribuam para o aumento 
da eficiência das operações portuárias, como a atualização 
de horários de chegada e partida de embarcações.
Internet: <www defensea com br> (com adaptações)
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto 
apresentado, julgue os itens que seguem.
15. O primeiro parágrafo do texto apresenta uma definição.
16. Infere-se do texto que os elementos que compõem 
estruturas de VTS citados no período “Uma estrutura 
de VTS (...) e apresentação de dados” fazem parte das 
recomendações da International Association of Maritime 
Aids to Navigation and Lighthouse Authorities.
19. O sentido do texto seria preservado se o trecho “Todos 
esses sensores operam integrados em um centro de 
controle” fosse substituído por: Todos esses sensores 
integrados operam em um centro de controle. 
20. A correção gramatical e o sentido do texto seriam pre-
servados se as vírgulas empregadas logo após “maríti-
mo” e “poluição” e a conjunção “e” fossem substituídas 
por ponto e vírgula.
Cebraspe/Ebserh/Nível Superior/2018
Texto CB1A1AAA
Já houve quem dissesse por aí que o Rio de Janeiro é a 
cidade das explosões. Na verdade, não há semana em que 
os jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural.
 A ideia que se faz do Rio é a de que é ele um vasto paiol, 
e que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como se 
estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando 
uma fortaleza cheia de explosivos terríveis. 
Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego 
útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais, 
convinha que se averiguassem bem as causas das explosões, 
se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem remo-
vidas na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem 
dado e creio que até hoje não têm as autoridades chegado 
a resultados positivos. 
Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submetidas a 
dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido 
essa a explicação para uma série de acidentes bastante do-
lorosos, a começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem 
esquecer 19 também o do Aquidabã. 
Noticiam os jornais que o governo vende, quando ava-
riada, grande quantidade dessas pólvoras. 
Tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia 
ser não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que 
explodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas 
em constante perigo. 
Creio que o governo não é assim um negociante ganan-
cioso que vende gêneros que possam trazer a destruição de 
vidas preciosas; e creio que não é, porquanto anda sempre 
zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos 
suicidas. Há sempre no Estado curiosas contradições.
Lima Barreto Pólvora e cocaína 
In: Vida urbana, 5/1/1915 Internet: (com adaptações)
Com relação às ideias do texto CB1A1AAA, que data de 
janeiro de 1915, julgue os itens a seguir. 
21. Infere-se do texto que seu autor concorda com a ideia 
de que a cidade do Rio de Janeiro, à época, assemelha-
va-se a um vasto paiol.
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22. Conforme o texto, o governo vendia a particulares todo 
o excedente de explosivos não utilizados. 
23. Conclui-se do texto que as autoridades do estado do 
Rio de Janeiro eximiam-se de investigar as causas das 
explosões que ocorriam no estado. 
No que se refere às estruturas linguísticas do texto CB1A1A-
AA, julgue os itens seguintes.
24. Feitas as devidas alterações nas letras maiúsculas e 
minúsculas e retirada a vírgula após “Na verdade”, 
esta expressão poderia ser deslocada para o final do 
período, logo após “rural”, sem prejuízo para a correção 
gramatical e para os sentidos do texto.
25. O trecho “se são acidentais ou propositais” exprime uma 
condição sobre a ideia expressa na oração anterior. 
26. A inserção de caso fossem imediatamente antes 
do termo “submetidas” explicitaria o sentido con-
dicional do trecho “submetidas a dadas condições” 
 sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical 
do texto.
28. A correção gramatical do penúltimo parágrafo do texto 
seria preservada, embora seu sentido fosse alterado, 
caso o advérbio “não” fosse deslocado para imediata-
mente após “governo”.
GABARITO
1. e
2. C
4. C
5. C
6. e
8. e
9. e
10. C
11. e
12. C
13. e
14. e
15. C
16. C
19. e
20. C
21. C
22. e
23. e
24. e
25. e
26. e
28. C
ORTOGRAFIA OFICIAL 
O Alfabeto
Com a Nova Ortografia, o alfabeto passa a ter 26 letras. 
Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desapare-
cido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas 
em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km 
(quilômetro), kg (quilograma), w (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus 
derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, 
yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Emprego das Letras
• Ortho = Correta. 
 Graphia = Escrita.
• A Nova Ortografia, desde 2016, vigora como forma 
obrigatória.
Emprego do “S”
• O “s” intervocálico tem sempre o som de “z”:
 casa, mesa, acesa etc.
• O “s” em início de palavras tem sempre o som de “ss”:
 sílaba, sabonete, seno etc.
Usa-se o “S”
• Depois de ditongos:
 Neusa, Sousa, maisena, lousa, coisa, deusa, faisão, 
mausoléu etc.
• Adjetivos terminados pelos sufixos “oso”, “osa” (indi-
cadores de abundância):
 cheiroso, prazeroso, amoroso, ansioso etc.
• Palavras com os sufixos “es”, “esa” e “isa” (indicadores 
de títulos de nobreza, de origem, gentílicos ou pátrios, 
cargo ou profissão):
 duquesa, chinês, poetisa etc.
• Nas palavras em que haja “trans”:
 transigir, transação, transeunte etc.
• Nos substantivos não derivados de adjetivos:
 marquesa (de marquês), camponesa (de camponês), 
defesa (de defender).
• Nos derivados dos verbos “pôr” e “querer”:
 ela não quis; se quiséssemos; ela pôs o disco na estante; 
compus uma música; se ela quisesse; eu pus etc.
• Nos sufixos gregos “ese”, “ise”, “ose” (de aplicação 
científica, ou erudita – culta):
 trombose, análise, metamorfose, virose, exegese, os-
mose etc.
• Nos vocábulos derivados de outros primitivos que são 
escritos com “s”:
 análise – analisar, analisado
 atrás – atrasar, atrasado
 casa – casinha, casarão, casebre
 Porém há algumas exceções: 
 catequese – catequizar
 síntese – sintetizar
 batismo – batizar
• Nos diminutivos “inho”, “inha”, “ito”, “ita”:
 Obs.: Se a palavra primitiva já termina com “s”, basta 
acrescentar o sufixo de diminutivo adequado: 
 pires – piresinho
 casa – casinha, casita
 empresa – empresinha
• Usa-se o “s” nos substantivos cognatos (pertencentes 
à mesma família de formação) de verbos em “-dir” e 
“-ender”.
 dividir – divisão
 colidir – colisão
 aludir – alusão
 rescindir – rescisão
 iludir – ilusão
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EXERCÍCIOS
1. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli-
nhada esteja escrita incorretamente.a) Paula saiu da sala muito pesarosa.
b) Esta água possui muita impuresa.
c) Faça a gentileza de sair rapidamente.
d) A nossa amizade é muito sólida.
e) A buzina do meu carro disparou, o que faço?
2. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli-
nhada esteja escrita incorretamente.
a) O rapaz defendeu uma tese.
b) O teste será realizado amanhã.
c) Comerei, mais tarde, um sanduíche misto.
d) Deixe os parafusos em uma lata com querozene.
e) A usina de açúcar fica distante da fazenda.
3. O sufixo “isar” foi usado incorretamente na alternativa:
a) É necessário bisar muitas músicas.
b) De longe, não consigo divisar as coisas.
c) É necessário pesquisar incansavelmente.
d) É muito importante paralisar as obras, agora.
e) Não há erro em nenhuma alternativa.
4. Há palavra estranha em um dos grupos abaixo:
a) pesaroso – previsão – empresário.
b) querosene – gasolina – música.
c) celsa – virose – maisena.
d) quiser – puser – hipnotisar.
e) anestesia – dosagem – divisa.
5. Assinale a frase em que a palavra sublinhada esteja es-
crita incorretamente.
a) Eu não quero acusar ninguém.
b) Ela é uma mulher obesa.
c) Ela está com náusea, está grávida.
d) Ao dirigir, cuidado com os transeuntes.
e) Devemos suavisar o impacto.
GABARITO
1. b 2. d 3. e 4. d 5. e
Emprego do “Z”
Usa-se o “z”
• Nas palavras derivadas de uma primitiva já grafada 
com “z”:
 cruz – cruzamento – cruzeta – cruzeiro
 juiz – juízo – ajuizado – juizado
 desliza – deslizamento – deslizante
• Nos sufixos “ez/eza” formadores de substantivos abs-
tratos e adjetivos com o acréscimo dos sufixos citados:
 beleza – belo + eza
 gentileza – gentil + eza
 insensatez – insensato + ez
• Nos diminutivos “inho” e “inha”:
 Obs. 1: Se a palavra escrita primitiva já termina com “z”, 
basta acrescentar o sufixo de diminutivo adequado:
 juiz – juizinho
 raiz – raizinha
 xadrez – xadrezinho
 Obs. 2: Se a palavra primitiva não tiver “s” nem “z”; 
então se acrescenta: “zinho” ou “zinha”:
 sofá – sofazinho
 mãe – mãezinha
 pé – pezinho
EXERCÍCIOS
1. Em todas as alternativas abaixo as palavras são grafadas 
com “z”, exceto:
a) limpeza – beleza.
b) canalizar – utilizar.
c) avizar – improvizar.
d) catequizar – sintetizar.
e) batizar – hipnotizar.
2. Complete corretamente os espaços do período a seguir 
com uma das alternativas abaixo.
 “Nossa ______ não tem ______ para terminar, disse a 
______.”
a) amizade – praso – meretriz
b) amisade – prazo – meretris
c) amizade – prazo – meretris
d) amizade – prazo – meretriz
e) amisade – praso – meretriz
3. Há, nas alternativas abaixo, uma palavra diferente do 
grupo em relação à ortografia:
a) avidez, beleza. 
b) algoz, baliza.
c) defesa, limpeza. 
d) gozado, bazar.
e) miudeza, jeitoza.
4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação 
à ortografia, exceto:
a) utilizar. 
b) grandeza. 
c) certeza. 
d) orgulhoza. 
e) agonizar.
5. Complete os espaços do período abaixo com uma das 
alternativas que se seguem de forma correta e ordenada.
 “Ela era ______ de ______ e ______ o trabalho com 
______.”
a) incapaz – atualizar – finalizar – presteza
b) incapás – atualisar – finalisar – prestesa
c) incapas – atualizar – finalizar – presteza
d) incapaz – atualisar – finalisar – presteza
e) incapaz – atualizar – finalizar – prestesa
GABARITO
1. c 2. d 3. e 4. d 5. a
Emprego do “G”
• Nas palavras que representam o mesmo som de “j” 
quando for empregada antes das vogais “e” e “i”: 
 gente, girafa, urgente, gengiva, gelo, gengibre, giz etc.
 Obs.: apenas nesses casos, surgem dúvidas quanto ao 
uso. Nos demais casos, usa-se o “g”.
• Nas palavras derivadas de outras que já são escritas 
com “g”:
 ágio – agiota – agiotagem
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 gesso – engessado – engessar
 exigir – exigência – exigível
 afligir – afligem – afligido
• Nas terminações “agem”, “igem” e “ugem”:
 margem, coragem, vertigem, ferrugem, fuligem, 
garagem, origem etc.
 Exceção:
 pajem, lajem, lambujem.
 Note bem:
 O substantivo viagem escreve-se com “g”, mas viajem 
(forma verbal de viajar) escreve- se com “j”:
 Dica:
 Quando podemos escrever artigo antes (a, uma), temos 
o substantivo “viagem”, com “g”. 
 A viagem para Búzios foi maravilhosa.
 Quando podemos ter o sujeito e conjugar, então tere-
mos o verbo, escrito com “j”:
 Que eles viajem muito bem.
• Nas terminações “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio”, “úgio”, 
“ege”, “oge”:
 pedágio, relógio, litígio, colégio, subterfúgio, estágio, 
prodígio, egrégio, herege, doge etc.
• Nos verbos terminados em “ger” e “gir”:
 corrigir, fingir, fugir, mugir etc.
EXERCÍCIOS
1. Todas as palavras sublinhadas nas frases abaixo são es-
critas com “g”, exceto:
a) Joga esta geringonça no lixo.
b) A geada foi muito forte na região Sul do Brasil.
c) A giboia é uma serpente não venenosa.
d) Guarde a tigela no armário da sala.
e) Pessoas cultas não falam muita gíria.
2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas 
em relação à ortografia, exceto:
a) gengiva – Sergipe – evangelho.
b) trage – ogeriza – cangica.
c) giz – monge – sargento.
d) vagem – ogiva – tangerina.
e) gim – ogiva – sugestão.
3. Todas as palavras das alternativas abaixo estão incorretas 
em relação à ortografia, exceto:
a) ultrage – lage – berinjela.
b) cangerê – cafageste – magé.
c) refúgio – estágio – ferrugem.
d) geca – girau -cangica.
4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação 
à ortografia, exceto:
a) fuselagem. 
b) aflige. 
c) angina. 
d) grangear. 
e) fuligem.
5. Todas as palavras das alternativas abaixo são grafadas 
com “g”, exceto:
a) ceregeira. 
b) cingir. 
c) contágio. 
d) algema. 
e) página.
GABARITO
1. c 2. b 3. c 4. d 5. a
Emprego do “J”
Usa-se o “j”:
• Nos vocábulos de origem tupi:
 maracujá, caju, jenipapo, pajé, jerimum, Ubirajara etc.
 Exceção:
 Mogi das cruzes, Mogi-guaçu, Mogi-mirim, Sergipe.
• Nas palavras cuja origem latina assim o exijam:
 majestade, jeito, hoje, Jesus etc.
• Nas palavras de origem árabe:
 alforje, alfanje, berinjela.
• Nas palavras derivadas de outras já escritas com “j”:
 gorja – gorjeio, gorjeta, gorjear
 laranja – laranjinha, laranjeira, laranjeirinha
 loja – lojinha, lojista
 granja – granjear, granjinha, granjeiro 
• Nas palavras de uso um tanto e quanto discutíveis:
 manjerona, jerico, jia, jumbo etc.
• A terminação “aje” é sempre com “j”:
 ultraje, laje etc.
EXERCÍCIOS
1. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
a) pajem. 
b) varejo. 
c) gorjeta. 
d) ajiota. 
e) rijeza.
2. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
a) refújio. 
b) estájio. 
c) rijeza. 
d) pedájio. 
e) ferrujem.
3. Observe as frases que se seguem:
 I – Minha coragem é algo incontestável.
 II – O jiló é um fruto amargo, mas delicioso.
 III – A giboia é uma serpente brasileira.
 Agora, responda, em relação à ortografia das palavras 
sublinhadas.
a) Todas estão corretas.
b) Somente a III está correta.
c) Todas estão incorretas.
d) Somente a III está incorreta.
e) Somente a I está correta.
4. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
a) Jertrudes. 
b) jestão. 
c) jerimum. 
d) jesso. 
e) jerminar.
Lí
n
g
u
a
 P
o
r
tu
g
u
es
a
17
5. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
a) jereré. 
b) jeropiga. 
c) jenipapo. 
d) jequitibá. 
e) jervão.
GABARITO
1. d 2. c 3. d 4. c 5. e
Emprego do “ch”
O “ch” provém da evolução de grupos consonantais la-
tinos:
CI - clave / Ch – Chave
FI – Flagrae / Ch – Cheirar
PI – Plenu / Ch – Cheio
PI – Planu / Ch – Chão.
• Na palavra derivada de outra que já vem escrita com 
“ch”:
 charco / encharcar, encharcado
 chafurda / enchafurdar
 chocalho / enchocalhar
 chouriço / enchouriçar
 chumaço / enchumaçar 
 cheio / encher, enchimento 
 enchova / enchovinha
• Nas palavras após “re”:
 brecha, trecho, brechó
• Nas palavras aportuguesadas, oriundas de outros idio-
mas:
 salsicha / do itálico “salsíccia”
 sanduíche / do inglês “sandwich”
 chapéu / do francês “chapei”
 chope / do francês “chope” e do alemão “Schoppen”
• O “ch” provém, também, da

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