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1 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico PORTUGUÊS LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS O QUE É INTERPRETAR TEXTOS? DE ONDE VEM A IMPORTÂNCIA DE INTERPRETAR TEXTOS? Há muito tempo se discute sobre “analfabetismo”, e os seus níveis. Logo se chegou a conclusão de que “ alfabetizado” é aquele que consegue escrever, ler e interpretar textos; identificando entre estes, os modelos de comparação, paráfrases, paródias, entre outros. Assim, hoje, a leitura e interpretação além de ser um dos indicadores mais importantes nas provas de concursos, elas atestam o seu grau de instrução e competência leitora. Para interpretar textos com sucesso, é preciso: 1 LER E CONHECER DIVERSOS TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS: Diferenciando textos: VERBAIS, NÃO-VERBAIS E MITOS: A leitura e interpretação de texto ainda assustam muitos estudantes e concurseiros. Tão temida quanto a matemática, essa área pode comprometer o resultado de uma seleção, a aprovação no vestibular, e até mesmo no concurso! Mas afinal, por que essa dificuldade para interpretar um texto? A dificuldade para interpretar textos é resultado de uma leitura menos atenta e de pouco conhecimento na língua portuguesa. E por mais que algo seja dito, para interpretar é preciso ler mais, essa é e continua sendo uma premissa importante para interpretar o texto para quem tem dificuldade de compreensão. De forma resumida, podemos dizer que interpretação de texto é: “O que podemos concluir sobre ele, depois de estabelecer conexões entre o que está escrito e a realidade. São as conclusões que podemos tirar com base nas ideias do autor”. E neste artigo, preparamos um manual fácil para lhe ajudar a interpretar textos sem medo. Continue lendo! TUDO SOBRE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Você já leu um texto e teve a sensação de que não entendeu nada? Releu novamente e parece que ficou até com nó na cabeça? Confuso e perdido sobre a ideia do texto? Não se assuste. Isso é comum de acontecer com quem dificuldade de interpretação de texto. Só que é preciso buscar maneiras de melhorar o seu desempenho nessa área. Justamente porque não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. Entenda que a leitura mecânica é bem diferente da leitura interpretativa. Você deve se perguntar com que maneira tem lido um texto. A dificuldade de interpretação é geral e, com certeza, oriunda da falta de treinamento. Segundo a Hermenêutica, ramo da filosofia que estuda a teoria da interpretação, a leitura de um texto é composta de três fases: –Pré-compreensão: é importante ler o texto tendo uma ideia do que ele vai trazer. Por exemplo, se você é estudante de jornalismo do primeiro ano e ler um texto que é do terceiro ano, talvez vá ter sim mais dificuldade para ler o texto; -Compreensão: aqui o leitor se depara com ideias novas, ou algo que já conhece. É comum ler, mas não entender o que leu, porém ter uma compreensão do que o texto está abordando. -Interpretação: depois de ter a pré-compreensão sobre o texto, e posteriormente a compreensão, é hora da interpretação. O leitor dá um sentido ao texto. Ele amplia o seu horizonte de conhecimento. Mas antes de você saber como interpretar um texto é fundamental conhecer os tipos textuais de texto. Saiba quais são: Texto narrativo: romances: contos, fábulas, depoimentos, relatos… Texto descritivo: folhetos turísticos, cardápios de restaurantes, classificados; Texto dissertativo (expositivo e argumentativo) Exemplos de texto dissertativo-expositivo: enciclopédias; resumos escolares; jornais; verbetes de dicionário; … Exemplos de texto dissertativo-argumentativo: artigos de opinião; abaixo-assinados; manifestos; sermões; Texto explicativo (injuntivo e prescritivo). Exemplos de texto explicativo injuntivo: receitas culinárias; manuais de instruções; bula de remédio. Exemplos de texto explicativo prescritivo: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos. 2 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico REGRAS GERAIS DE LEITURA Para melhorar a interpretação de texto uma dica é ler mais. E não precisa ser apenas livro. Leia textos na internet que você se interessa, revistas, gibis, manuais, livros do seu interessa. O importante é que o hábito da leitura faça parte da sua rotina. Fique atento as seguintes dicas na hora de ler: Não tenha preguiça: se você quer melhorar o seu desempenho na interpretação de texto, é importante ler algumas vezes. Pode ser necessário retornar alguns parágrafos a fim de retomar certa ideia ou rever o comportamento, a fala de uma personagem. Estabeleça um duplo diálogo: com o autor e com você mesmo. Isso quer dizer que você pode ter a sua ideia em relação ao assunto, mas que respeita o posicionamento do autor, ou seja, quando for realizar a interpretação tem-se um duplo diálogo. Concordando e, também, discordando das ideias expostas: não é porque o assunto seja contrário a sua ideia que você vai concordar. Coloque-se no papel de defensor e de opositor. Depois, forme seu próprio julgamento. O bom leitor nunca é ingênuo: por mais que o texto seja incrível, o leitor precisa se posicionar, compreender bem as entrelinhas. Ás vezes o texto pode ter um posicionamento mais persuasivo. Sobre a leitura de forma resumida: leia o texto com calma, duas ou três vezes. Ler mais vezes o texto não é perda de tempo. E quando tiver dúvida em alguma questão, não deixe de retornar o texto. E muita atenção ao enunciado da questão, pois, muitas vezes, ele exigirá que você leia não só o trecho citado, mas um ou mais Dicas para uma boa interpretação de texto Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores. E não é uma dica que vai melhorar a sua interpretação. Algumas dicas sempre são bem-vindas para quem fará uma prova que envolva este assunto e quer um resultado positivo como a aprovação. Interpretar x Compreender As pessoas têm pouca disposição de mergulhar no texto. Isso é fato. Elas acham que ler uma vez é o suficiente e que uma segunda leitura é perda de tempo. Ai é que estão enganadas. Com apenas uma leitura, não consegue se aprofundar bem a leitura a leitura, e consequentemente não é possível extrair do texto aquelas informações que uma leitura superficial, apressada, não permite. Confira algumas dicas: 01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura; 03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes; 04) Inferir; 05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 09) O autor defende ideias e você deve percebê-las. COMO LER E ENTENDER BEM UM TEXTO Sempre releia o texto pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes. E lembre-se: jamais será perda de tempo; Retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor; Quem lê com cuidado certamente corre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional; São fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc; Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura; Basicamente, deve-se alcançar a dois níveisde leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. Técnicas para interpretação de texto com exercício Vamos trazer um exercício para colocar em pratica as dicas. Mas certifique-se de que sempre que for ler, ou fazer exercícios de interpretação de texto, procure um lugar calmo. Isso porque a falta de concentração prejudica muito, porque pode ser o principal motivo da dificuldade na interpretação e compreensão de texto. Sempre que for lei esteja atento e se concentre em cada frase. Quando se faz uma leitura sem estar totalmente envolvido e concentrado, as ideias começam a dispersar. Mantenha o foco no que está lendo – caso se perca, retorne e recomece. Abaixo há dois textos simples e curto que temos de exemplo. O gabarito também se encontra disponível. Leia com atenção! TEXTO I “RIO – Com dois gols de um iluminado Robinho, que entrou na segunda etapa, o Real Madrid derrotou o Recreativo por 3 a 2, fora de casa, em partida da 26ª rodada do INTERPRETAR é COMPREENDER é Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, inferir. APARECE ASSIM NA PROVA • Através do texto, infere-se que... • É possível deduzir que... • O autor permite concluir que • Qual é a intenção do autor ao afirmar que Intelecção, entendimento, percepção do que está escrito. APARECE ASSIM NA PROVA • é sugerido pelo autor que • De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação • O narrador afirma 3 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico Campeonato Espanhol. Raúl fez o outro gol do time de Madri, com Cáceres e Martins marcando para os anfitriões. O Real vinha de duas derrotas consecutivas na competição, justamente as partidas em que o craque brasileiro, machucado, esteve fora.” (O Globo on line – 02/03/08) 1) Qual é o interlocutor preferencial e as informações que permitem você identificar o interlocutor preferencial do texto? Gabarito: Leitores que gostem de futebol. A linguagem peculiar desse tipo de texto: partida, fora de casa, campeonato, rodada etc. Além dos nomes de times e o conhecimento sobre a estrutura de um campeonato. TEXTO II “O cantor Jerry Adriani interpreta sucessos do disco Forza Sempre, além de versões em italiano de canções do grupo Legião Urbana e do cantor Raul Seixas. O show acontece hoje no palco da Sala Baden Powell.” (O Globo on line – 02/03/08) 1) Qual é o interlocutor preferencial e as informações que permitem você identificar o interlocutor preferencial do texto? Gabarito: Fãs do cantor Jerry Adriani. Ao interlocutor é necessário o conhecimento da carreira do cantor. De forma resumida para fazer uma boa interpretação de texto, atente a essas dicas: Leia, leia e leia; Leia o texto completo; Destaque as palavras desconhecidas; Entenda as ideias do autor; Volte ao texto quantas vezes for preciso; Interpretar um texto não é um bicho de sete cabeças. Leia, concentra-se na hora da leitura. Seguindo este manual terá mais facilidade na hora de interpretar um texto. Dicas de livro Redação de textos dissertativos – Concursos, vestibulares e Enem Luiz Ricardo Leitão (Org.), Manoel de Carvalho Almeida, Manuel Ferreira da Costa Editora Ferreira Como melhorar a interpretação de texto no concurso? Confira algumas dicas de como encontrar e melhorar a sua compreensão sobre um texto nas questões dos concursos: Aprenda a identificar o ponto mais importante do enunciado. Todo texto costuma ter um assunto ou questão principal, que perpassa a discussão. Procure identificar esse tema para compreender melhor o que está sendo discutido, depois, fica mais fácil responder as questões. Antes de responder uma questão, volte para o enunciado e confira novamente o que realmente foi pedido. Depois identifique a resposta correta para, então, certificar-se que realmente que aquela é a resposta solicitada na questão. Se possível leia mais de uma vez cada questão, pois, na primeira leitura, percebemos informações gerais e, somente na segunda vez que lemos a pergunta, é que conseguimos identificar perguntas mais específicas, cobradas nas provas. É importante saber que tipo de texto está sendo apresentado na questão, se é um narrativo, descritivo, argumentativo ou de injunção, por exemplo. Confira o gênero textual do texto e também a fonte. É comum as pessoas se esgotarem e perderem o rendimento no decorrer das provas, principalmente quando se trata de leitura e interpretação. É muito importante prestar atenção em cada questão, porque às vezes as questões de enunciado longo têm essa finalidade mesmo, deixar os candidatos cansados e, assim, destacam-se os que têm melhor foco no contexto. Em muitas questões de concursos ou mesmo de vestibulares, a resposta está dentro da própria pergunta, ou seja, do enunciado. Então, leia a questão mais de uma vez, focalize nas informações já anunciadas e responda com precisão. Mantenha-se bem atualizado em relação aos temas e assuntos que andam circulando atualmente na sociedade. Pois muitas questões são retiradas de temas atuais oriundos de revistas, jornais e da internet. É fundamental ler bastante, assim, se aprende uma maior quantidade de palavras, facilitando na hora de interpretar um texto ou uma questão. Refletir e captar ideias é a chave da interpretação de texto. Pense a respeito do que você leu antes de responder ou tirar alguma conclusão. Leio o texto quantas vezes for necessária até ter certeza das respostas. Como dissemos, a maioria das questões são baseadas em textos e suas respostas sempre estará presente neles. Coloque-se na posição de examinador, aquele que elaborou a questão e busque a verdadeira resposta daquela pergunta. Assim, não tem como errar na interpretação de texto. O segredo de uma boa análise de um texto é a própria leitura. Treine bastante, leia outras redações, textos e até mesmo provas de concursos passados. Ao seguir essas dicas, não tem erro. 4 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico GÊNEROS TEXTUAIS – São incontáveis os gêneros textuais e, o tempo todo, escolhemos diversos deles para diversas práticas sociais, seguindo sempre a necessidade temática, a relação entre os interlocutores e a vontade enunciativa. Enquadram- se nesse rol de práticas comunicativas: diálogo face-a-face, bilhete, carta (pessoal, comercial etc), receita culinária, horóscopo, artigo, romance, conto, novela, cardápio de restaurante, lista de compras, aula virtual, piada, resenha, inquérito policial, ofício, requerimento, ata, relatório etc. Hoje, com a “cultura eletrônica”, surgem novos gêneros textuais e novas formas de comunicação (oral ou escrita) como o bate-papo on-line (MSN), blog, twitter (micro blog), Orkut, Facebook, mensagens SMS (celular) etc. Toda essa dinâmica é confirmada quando Marcuschi diz: “(…) os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social”. TIPOS TEXTUAIS – – os tipos textuais são limitados em número, são construções textuais teóricas com aspectos sintáticos, lexicais, gramaticais, e com atenção especial aos tempos verbais, uso de advérbios etc. Narrativo-Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Ex: Era meia-noite quando o policial percebeu dois homens entrarem na casa. Descritivo – Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. Ex: O garoto, com bastante medo, tremia e suava frio. A casa onde ele se escondia era bastante velha e grande e estava às escuras. Expositivo – Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias; explica, avalia, reflete. (analisa ideias). Ex: A história do celular é recente, mas remonta ao passado – e às telas de cinema. Injuntivo– Indica como realizar uma ação Argumentativo – é o texto em que defendemos uma ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela. 2.TEXTO E CONTEXTO: ANALISAR, COMPARAR, INFERIR, DEDUZIR, CONCLUIR, INTERPRETAR Vamos treinar: 1) Antigamente Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtísica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas (…) Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar, p.1.184. O texto acima está escrito em linguagem de uma época passada. Observe uma outra versão, em linguagem atual. Antigamente Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a tuberculose, feia era a sífilis. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, vermes (…) Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve mudanças relativas a: (A) vocabulário. (B) construções sintáticas. (C) pontuação. (D) fonética. (E) regência verbal. 2) Leia os textos abaixo: I – A situação de um trabalhador Paulo Henrique de Jesus está há quatro meses desempregado. Com o Ensino Médio completo, ou seja, 11 anos de estudo, ele perdeu a vaga que preenchia há oito anos de encarregado numa transportadora de valores, ganhando R$800,00. Desde então, e com 50 currículos já distribuídos, só encontra oferta para ganhar R$300,00, um salário mínimo. Ele aceitou trabalhar por esse valor, sem carteira assinada, como garçom numa casa de festas para fazer frente às despesas. (O Globo, 20/07/2005.) II – Uma interpretação sobre o acesso ao mercado de trabalho Atualmente, a baixa qualificação da mão-de-obra é um dos responsáveis pelo desemprego no Brasil. A relação que se estabelece entre a situação (I) e a interpretação (II) e a razão para essa relação aparece em: (A) II explica I – Nos níveis de escolaridade mais baixos há dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. (B) I reforça II – Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial garantem somente o acesso ao trabalho para aqueles de formação em nível superior. (C) I desmente II – O mundo globalizado promoveu desemprego especialmente para pessoas entre 10 e 15 anos de estudo. (D) II justifica I – O desemprego estrutural leva a exclusão de trabalhadores com escolaridade de nível médio incompleto. (E) II complementa I – O longo período de baixo crescimento econômico acirrou a competição, e pessoas de maior escolaridade passam a aceitar funções que não correspondem a sua formação. Resposta Letra (A) 3) Álcool, crescimento e pobreza O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana 5 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de aguentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país. Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações) 1. ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que: A) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola. B) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si. C) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico. D) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de- açúcar no setor sucroalcooleiro. E) o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza. TIPOS DE GÊNEROS TEXTUAIS Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo- argumentativo, expositivo e injuntivo. Texto Narrativo Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos: Romance Novela Crônica Contos de Fada Fábula Lendas Texto Descritivo Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos: Diário Relatos (viagens, históricos, etc.) Biografia e autobiografia Notícia Currículo Lista de compras Cardápio Anúncios de classificados Texto Dissertativo-Argumentativo Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos: Editorial Jornalístico Carta de opinião Resenha Artigo Ensaio Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado Veja também: Texto Dissertativo. Texto Expositivo Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação, informação, descrição e comparação. Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos: Seminários Palestras Conferências Entrevistas Trabalhos acadêmicos Enciclopédia Verbetes de dicionários Texto Injuntivo O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo que o 6 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos: Propaganda Receita culinária Bula de remédio Manual de instruções Regulamento Textos prescritivos COMPREENSÃO DE TEXTO A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está realmente escrito nele, das frases e ideias ali presentes. A informação está presente no texto. Atenção ao que realmente esta escrito. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. Trabalha com a objetividade, com as frases e palavras queestão escritas no texto. As expressões que geralmente se relacionam com a compreensão são: Segundo o texto…; De acordo com o autor…; No texto…; O texto informa que… O autor sugere… Leia muito Leia várias vezes o texto, a primeira impressão pode ser a errada Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral do texto. Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles. Tenha cuidado com as vírgulas Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original). A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas. a) substituição de locuções por palavras; b) uso de sinônimos c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; d) converter a voz ativa para a passiva; e) emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = portugueses). Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores. Explicações: a) Certos alunos = qualquer aluno b) Alunos certos = aluno correto c) Alunos determinados = alunos decididos d) Determinados alunos = qualquer aluno Três erros comuns na análise de texto 1 – Extrapolação É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Deve-se ater somente ao que está relatado. 2 – Redução É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele. 3 – Contradição É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc. Questões de interpretação de texto 1 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: NOTÍCIA SOBRE LIXO RECICLADO O shopping na Suécia que só vende produtos reciclados Um centro comercial dedicado exclusivamente à venda de produtos reciclados, com uma área de 5 mil metros quadrados, o shopping center futurista ReTuna Återbruksgalleria é, há dois anos, um êxito na cidade de Eskilstuna, a cerca de 100 quilômetros da capital sueca, Estocolmo. A Suécia é um dos países que mais reciclam no mundo: 99% do lixo residencial é reaproveitado, sendo metade incinerada para produzir energia. “Seu lixo é o tesouro de outra pessoa”, diz o lema desse shopping center sustentável, onde os suecos podem deixar brinquedos, móveis e outros itens usados em um depósito para que nada seja desperdiçado. A fim de facilitar a entrega de itens usados para reciclagem, como máquinas de lavar e computadores, o acesso ao depósito do shopping sustentável* funciona no esquema “drive thru” ─ basta entrar ali com o veículo, descarregar os itens e sair rapidamente. Depois de uma seleção dos produtos, eles são distribuídos em diferentes seções do shopping para serem reaproveitados. (Adaptado de http://www.bbc.com/portuguese/internacional- 41956852) *sustentável – que não envolve riscos ambientais. 7 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico 1. O texto que acabamos de ler trata-se de: a) um texto ficcional, ou seja, inverídico. b) um depoimento do dono do Shopping na Suécia. c) um texto jornalístico. d) um conto infantil. e) uma história contada em um noticiário da televisão. 2. Em relação à primeira linha do texto, qual alternativa abaixo sustenta que o shopping vende somente produtos reciclados e não outros tipos? a) exclusivamente. b) um centro. c) venda. d) produtos reciclados. e) comercial. 3. A palavra “futurista” (linha 2), no contexto em que aparece, traz o sentido de: a) turista. b) moderno. c) turista do futuro. d) antigo. e) verídico. 4. A partir da leitura do texto, é incorreto afirmar que: a) o shopping fica na Suécia. b) 99% do lixo residencial é reaproveitado. c) metade do lixo reciclado é queimada para produção energética. d) a Suécia é um dos primeiros países a reciclar lixo no mundo. e) brinquedos também podem ser reaproveitados. 5. No último parágrafo, após o travessão, entende-se que há: a) uma introdução da fala de um personagem. b) uma justificativa para se utilizar uma expressão estrangeira. c) a resposta do diretor do shopping para a entrevista. d) uma explicação a respeito do termo escrito anteriormente. e) um diálogo no texto entre personagens. 6. No último parágrafo, após o travessão, entende-se que há: a) uma introdução da fala de um personagem. b) uma justificativa para se utilizar uma expressão estrangeira. c) a resposta do diretor do shopping para uma entrevista. d) uma explicação a respeito do termo anterior. e) um diálogo no texto entre personagens. 7. Podemos concluir a partir da leitura do texto que: a) todo o lixo na Suécia é reaproveitado. b) o shopping não tem muitos visitantes. c) o preço dos produtos reciclados é muito caro. d) é um depoimento escrita em primeira pessoa. e) o shopping é muito bem-sucedido na cidade de Eskilstuna. 2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: COMO FUNCIONA O TERMÔMETRO Como funciona o termômetro? Um dia, você acorda se sentindo meio quente, com o corpo mole, sem vontade de fazer nada. Põe a mão na testa e se pergunta: será que estou com febre? Para saber a resposta, só tem um jeito: usar o termômetro. Mas, como será que ele funciona? Ao colocarmos o termômetro embaixo do braço, ocorre uma troca de calor entre o nosso corpo e esse instrumento. A nossa temperatura não muda, mas o termômetro, ao contrário, vai esquentando e acaba ficando com a mesma temperatura da gente. Em geral, quando algum material esquenta, ele se expande, ou seja, ocupa mais espaço. Esse é o caso do mercúrio, que vai subindo pelo tubo quando a temperatura aumenta. [...] FIGUEIRA, Mara. CHC, Rio de Janeiro, n. 165, jan./fev. 2006. Questão 1 – Qual é a finalidade do texto? Questão 2 – Identifique os referentes dos termos sublinhados a seguir: a) “[...] uma troca de calor entre o nosso corpo e esse instrumento.”: b) “[...] esquenta, ele se expande, ou seja, ocupa mais espaço.”: Questão 3 – “Um dia, você acorda se sentindo meio quente [...]”. Assinale a alternativa em que a concordância nominal foi feita de forma incorreta, segundo a norma culta: a) Naquele dia, a temperatura de seu corpo estava meio alta. b) Não sentia ânimo para nada, pois o seu corpo estava meio mole. c) Estava com febre. Por isso, ela se sentia meia indisposta. d) Não consegui aferir a temperatura de meu filho, visto que o termômetro está meio desregulado. Questão 4 – “Em geral, quando algum material esquenta, ele se expande, ou seja, ocupa mais espaço.”. Aponte outros termos que poderiam substituir o verbo destacado no contexto acima: 3 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: MANGUEZAIS Manguezais Os manguezais estão em áreas de transição entre o ambiente terrestre e o marinho. São comuns em estuários (lugares onde rios encontram o mar), enseadas e em lagunas de água salgada. Eles estão presentes em cerca de 30% da costa brasileira. O solo dos manguezais é lodoso, negro e profundo e fica constantemente inundado. Nele está uma rica camada de matéria orgânica, que é decomposta por micro-organismos e, assim, pode voltar ao meio na forma de nutrientes. Uma vegetação densa e intrincada caracteriza os manguezais. Normalmente são árvores de raízes aéreas, isto é, que se desenvolvem a partir do caule. No casodas árvores dos manguezais, são do tipo respiratórias, pois possuem pequenos furinhos (pneumatódios) que permitem a aeração. Em geral, a vegetação é denominada Mangue e inclui os tipos vermelhos, brancos, botões e siriúbas. Também podem ser vistas algas, liquens, orquídeas, bromélias e samambaias no mangue. Como é um ambiente inundado, o manguezal é morada de muitos peixes, moluscos e crustáceos. São sardinhas, garoupas e tainhas. Mariscos e ostras. O ambiente funciona como berçário. Lá algumas espécies nascem e permanecem até a fase adulta. Em galerias escavadas no solo, escondem-se os caranguejos durante a maré baixa. Quando a maré está alta, esses habitantes dos manguezais sobem nos troncos e nas árvores. 8 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico Aves marinhas também fazem parte desse ecossistema: se você for a um manguezal, pode ver garças e colhereiros. E também pode se deparar com alguns mamíferos que lá buscam refúgio, como as lontras e o mão-pelada. Denise Moraes. Disponível em: <http://www.invivo.fiocruz.br>. Questão 1 – Releia: “(lugares onde rios encontram o mar)” Nesse fragmento do texto, a autora define: a) “Os manguezais” b) “estuários” c) “enseadas” d) “lagunas de água salgada” Questão 2 – Em “O solo dos manguezais é lodoso, negro e profundo […]”, os termos grifados: a) elogiam o solo dos manguezais. b) criticam o solo dos manguezais. c) explicam o solo dos manguezais. d) caracterizam o solo dos manguezais. Questão 3 – No trecho “Normalmente são árvores de raízes aéreas […]”, a palavra sublinhada: a) indica um fato habitual. b) indica um fato efêmero. c) indica um fato repentino. d) indica um fato esporádico. Questão 4 – Na passagem […] são do tipo respiratórias, pois possuem pequenos furinhos […], o vocábulo “pois” poderia ser substituído por: a) e b) mas c) porque d) por isso Questão 5 – Na parte “Como é um ambiente inundado, o manguezal é […]”, a autora do texto: a) cita uma condição. b) apresenta uma causa. c) introduz uma conclusão. d) estabelece uma comparação. Questão 6 – No segmento “Quando a maré está alta, esses habitantes dos manguezais sobem nos troncos e nas árvores.”, a que habitantes dos manguezais o texto se refere? a) aos peixes. b) aos moluscos. c) aos crustáceos. d) aos caranguejos. Questão 7 – Na frase “[…] se você for a um manguezal, pode ver garças […]”, a autora: a) faz um convite ao leitor. b) emite um alerta ao leitor. c) expõe um desejo ao leitor. d) expressa uma ordem ao leitor. RESPOSTAS 1 Texto - NOTÍCIA SOBRE LIXO RECICLADO 1 – C 2 – A 3 – B 4 – D 5 – D 6 – D 7 – E 2 Texto - COMO FUNCIONA O TERMÔMETRO 1 - Como sugere o próprio título, o texto objetiva explicar como funciona o termômetro utilizado para aferir a temperatura de nosso corpo. 2 a) “o termômetro”. b) “algum material”. 3 – C 4 dilata, estende, alarga, difunde... 3 Texto - MANGUEZAIS 1 – B 2 – D 3 – A 4 – C 5 – B 6 – D 7 – A ORTOGRAFIA Você sabe como separar as sílabas corretamente? Para fazer isso é preciso saber algumas regras da língua portuguesa. É preciso, portanto, saber as regras de divisão silábica e assim conseguir escrever dentro da norma culta da língua portuguesa. Veja a seguir essas normas e aplique- as em seu cotidiano. Para realizar uma divisão correta, é preciso ter em mente, a princípio, que em todas as sílabas deve haver pelo menos uma vogal, sem exceções. Por essa razão, essa norma se torna geral. Conheça agora as regras práticas. Não se separam Ditongos e tritongos Palavras que possuem, respectivamente, duas e três vogais juntas. Na separação silábica elas pertencem a uma mesma sílaba. Exemplos: cau-le, ân-sia, di-nhei-ro, trei-no, des-mai-a-do, U-ru-guai, sa-guão, Pa-ra-guai, a-ve-ri-guou, quais-quer, etc. Dígrafos São encontros consonantais, isto é, duas consoantes juntas, que possuem um mesmo som. Alguns devem ser separados, mas outros não. Esse é o caso do: ch, lh, nh, gu e qu. Exemplos: chu-va, fa-cha-da, es-ta-nho, fro-nha, a-que-la, co-lhei-ta, fi-lha, ni-nho, quei-jo, etc. Encontros consonantais com L e R 9 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico Quando duas consoantes estão juntas na palavra e a segunda é l ou r, não há a separação delas. Observe: Exemplos: fla-gran-te, gló-ria, pla-no, cla-va, a-pre-sen-tar, a-brir, re-tra-to, re-gra, a-bran-dar, dra-gão, tra-ve, etc. Nessa regra há uma exceção, lembrem-se dela: ab-rup-to. Encontros consonantais iniciais Se a palavra tiver duas sílabas juntas no início, elas não são separáveis. Entenda. Exemplos: gnós-ti-co, pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co, gno- mo, psi-có-lo-go, pneu-mo-ni-a, etc. Palavra terminada em consoante Em nenhuma hipótese uma palavra que termine com consoante terá uma divisão silábica em que a consoante fique isolada no final. Nesse sentido, a última letra se une à anterior. Exemplos: sub-lin-gual, su-ben-ten-der, en-xá-guam, a- guen-tar, etc. Separam-se Ditongo decrescente + vogal São palavras formadas por três vogais, mas não é a mesma coisa que o tritongo. Nessas palavras, a formação é feita com uma vogal (a, e, o) + semivogal (i,u) + uma outra vogal (a,e,o). Preste atenção! Exemplos: prai–a, tei–a, joi–a, sa-bo-rei–e, es-tei–o, ar-roi– o, etc. OBS: A formação do tritongo é diferente, sendo semivogal + vogal + semivogal: Paraguai (“u” e “i” são semi e “a” é vogal). Hiatos Quando há um encontro de duas vogais. Diferem-se do ditongo pela forma que são pronunciadas. Exemplos: sa–ú-de, Sa–a-ra, ca–o-olho, du–e-lo, etc. Outros dígrafos Como já dito, dígrafo ocorre quando duas consoantes juntas forma um único som. Nos casos de: rr, ss, sc, sç, xs, e xc eles devem ser separados. Exemplos: bar-ro, as-sun-to, guer–ra, sos–se-go, des–çam, cres–ço, etc. Encontros consonantais Com exceção dos casos já citados, onde a segunda consoante é L ou R, nos outros casos a separação ocorre. Exemplos: de-cep–ção, ab–do-me, sub–ma-ri-no, ap–ti- dão, con-vic-ção, as-tu-to, ap-to, cír-cu-lo, rit–mo, etc. Vogais idênticas aa, ee, ii, oo, uu e os grupos consonantais cc, cç, também são separados. Exemplos: Sa–a-ra, com-pre–en-do, xi–i-ta, vo–o, pa-ra-cu- u-ba; oc–ci-pi-tal, in-fec–cão, etc. ACENTUAÇÃO GRÁFICA A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que, sobrepostos às vogais, indicam a pronúncia correta das palavras no que respeita à sílaba tônica e no que respeita à modulação aberta ou fechada das vogais. Os sinais diacríticos, que englobam os acentos gráficos e os sinais gráficos auxiliares, permitem a correta representação da linguagem falada na linguagem escrita, possibilitando também uma mais fácil leitura e compreensão do conteúdo escrito. Regras de acentuação das palavras oxítonas As palavras são oxítonas quando a última sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: jacaré, cipó, cantar, anzol,… São naturalmente oxítonas as palavras terminadas em -r, -l, -z, -x, -i, -u, -im, -um e -om, não necessitando de acentuação gráfica. Palavras oxítonas acentuadas graficamente Oxítonas terminadas em vogais tônicas: sofá; dominó; purê; crochê; Oxítonas terminadas no ditongo nasal -em ou -ens: mantém; porém; também; harém; … Oxítonas terminadas nos ditongos abertos -ói, -éu, -éi: chapéu; papéis; heróis; corrói; Regras de acentuação das palavras paroxítonas As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: adorável, órgão, perfume, mesa,… As palavras paroxítonas não são geralmente acentuadas e representam a maioria das palavras da língua portuguesa. Palavras paroxítonas acentuadas graficamente Paroxítonas terminadas em -r: ímpar; cadáver; caráter; Paroxítonas terminadas em -l: fóssil; réptil; têxtil; Paroxítonas terminadas em -n: hífen; 10 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico éden; dólmen; Paroxítonas terminadas em -x: córtex; tórax; fênix; Paroxítonas terminadas em -ps: bíceps; fórceps; Paroxítonas terminadas em -ã, -ãs, -ão, -ãos: órfã; órgão; sótão; Paroxítonas terminadas em -um, -uns, -om, -ons: álbum; fórum; prótons; Paroxítonas terminadas em -us: vírus; húmus; bônus; Paroxítonas terminadas em -i, -is: júri; íris; tênis; Paroxítonas terminadas em -ei, -eis: jóquei; hóquei; fizésseis; ACENTUAÇÃO DAS PAROXÍTONAS E O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO Com a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, alguns acentos foram abolidos nas palavras paroxítonas: acento agudo nos ditongos abertos oi e ei; acento agudo na vogal i e na vogal u quando precedidas de ditongos; acento circunflexo nos ditongos oo e ee. Escrita depois do acordo ortográfico Palavras com oi: jiboia (antes: jibóia); boia (antes: bóia); paranoia (antes: paranóia); heroico (antes: heróico); joia (antes: jóia); Palavras com ei: ideia (antes: idéia); europeia (antes: européia); alcateia (antes: alcatéia); geleia (antes: geléia); plateia (antes: platéia); Palavras com i ou u: baiuca (antes: baiúca); feiura (antes: feiúra); Palavras com oo: abençoo (antes: abençôo); perdoo (antes: perdoo); voo (antes: vôo); magoo (antes: magôo); enjoo (antes: enjôo); Palavras com ee: eles deem (antes: eles dêem); eles creem (antes: eles crêem); eles leem (antes: eles lêem); eles veem (antes: eles vêem); Regra de acentuação das palavras proparoxítonas As palavras são proparoxítonas quando a antepenúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: pássaro, cantássemos, gráfico, pêssego,… Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente. Acento diferencial Com a entrada do Novo Acordo Ortográfico, alguns acentos diferenciais foram abolidos, outros se mantiveram inalterados. O acento foi abolido nas palavras pára, pólo, pêlo e pêra, ficando para, polo, pelo e pera. Exemplos: Para onde ele foi? Para de fazer isso, por favor! O acento mantém-se nas palavras pôr, pôde, têm e vêm, diferenciando as mesmas de por, pode, tem e vem. Exemplos: Você vai pôr a caixa aqui? Por onde ele foi? Acentos gráficos e sinais gráficos auxiliares Acento agudo (´) É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal deve ser pronunciada de forma aberta, como em: pé; máquina; música; revólver; … Acento circunflexo (^) É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal deve ser pronunciada de forma fechada ou nasalada: antônimo; estômago; lâmpada; pêssego; Acento grave (`) É um acento gráfico colocado apenas sobre a vogal a, indicando que há crase, ou seja, a contração da preposição a com outra palavra. É usado em poucas palavras: à; àquele; àquela; àquilo; Til (~) É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado na vogal a e na vogal o para indicar nasalização. Nem sempre indica a tonicidade da sílaba: manhã; coração; 11 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico põe; órgão; órfão; bênção; Trema (¨) É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado, desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, apenas em substantivos próprios estrangeiros e palavras derivadas destes: Müller; mülleriano; … Apóstrofo (') É um sinal gráfico auxiliar de escrita que indica a supressão de fonemas em palavras: copo-d'água; pau-d'óleo; Escrever sem acento Sem acentuação gráfica, as palavras da língua portuguesa são naturalmente paroxítonas, ou seja, acentuadas prosodicamente na penúltima sílaba, como: casa, felicidade, pobreza,… Através da acentuação gráfica, é possível a identificação de palavras que não se encaixam nesse padrão, sendo oxítonas ou proparoxítonas, bem como a distinção entre palavras com grafia igual, mas sílabas tônicas diferentes e significados diferentes, como: análise e analise; privilégio e privilegio; negligência e negligencia; Emprego do sinal indicativo de crase A ortografia oficial de uma língua é o conjunto de regras e padrões que definem a forma correta de escrita das palavras (emprego das letras), bem como o uso correto dos sinais de acentuação, emprego do sinal indicativo de crase e dos sinais de pontuação. GAZETA DO POVO. São Paulo: Francisco Camargo, 2012. CRASE: é uma palavra de origem grega e significa “mistura”, “fusão”. Nos estudos de Língua Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras “a” em uma só. A crase é indicada pelo acento grave (`) sobre o “a”. Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno (junção a + a = à) representado através do acento grave. A crase pode ser a fusão da preposição a com: 1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas. 2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei às (lojas) do centro. 3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato. 4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é possível enviar correspondência. Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas vogais “a” (preposição+ artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático. REGRAS PRÁTICAS 1 – Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a combinação ao, é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino: Amanhã iremos ao colégio / à escola. Prefiro o futebol ao voleibol / à natação. Resolvi o problema / a questão. Vou ao campo / à praia. Eles foram ao parque / à praça. 2 – Substitua o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente (de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase: Refiro-me a você. (sem crase) – Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você. Refiro-me à menina. (com crase) – Gosto da menina / Penso na menina / Apaixonei-me pela menina. Começou a gritar. (sem crase) – Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar. 3 – Substitua verbos que transmitem a idéia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar. Ocorrendo a preposição “de”, NÃOhaverá crase. E se ocorrer a preposição “da”, HAVERÁ crase: Vou a Roma. / Voltei de Roma. Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares. Voltarei a Paris e à Suiça. / Voltarei de Paris e da Suiça. Ocorrendo a preposição “de”, NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição “da”, HAVERÁ crase: Vou a Roma. / Voltei de Roma. Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares. Voltarei a Paris e à Suiça. / Voltarei de Paris e da Suiça. 4 – A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma só idéia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então haverá crase: Gente à toa. Vire à direita. Tudo às claras. Hoje à noite. Navio à deriva. Tudo às avessas. https://www.gazetadopovo.com.br/blogs/rolmops-e-catchup/author/babbocamargo/ 12 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico No caso da locução “à moda de”, a expressão “moda de” pode vir subentendida, deixando apenas o “à” expresso, como nos exemplos que seguem: Sapatos à Luiz XV. Relógios à Santos Dummont. Filé à milanesa. Churrasco à gaúcha. No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas ocorrerá a crase: À meia-noite.À uma hora. À duas horas. Às três e quarenta. ESTRUTURA E PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS INTRODUÇÃO Primeiramente será estudada a estrutura da palavra, ou seja, como ela é formada. Em seguida o processo de formação das palavras. ESTRUTURA DAS PALAVRAS A palavra é subdivida em partes menores, chamadas de elementos mórficos. Exemplo: gatinho – gat + inho Infelizmente – in + feliz + mente ELEMENTOS MÓRFICOS Os elementos mórficos são: Radical; Vogal temática; Tema; Desinência; Afixo; Vogais e consoantes de ligação. RADICAL O significado básico da palavra está contido nesse elemento; a ele são acrescentados outros elementos. Exemplo: pedra, pedreiro, pedrinha. VOGAL TEMÁTICA Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências e também indicar a conjugação a que o verbo pertence. Exemplo: cantar, vender, partir. OBSERVAÇÃO: Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática. Exemplo: parto (radical + desinência) TEMA É o radical com a presença da vogal temática. Exemplo: choro, canta. DESINÊNCIAS São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São subdivididas em: DESINÊNCIAS NOMINAIS; DESINÊNCIAS VERBAIS. DESINÊNCIAS NOMINAIS – indicam o gênero e número. As desinências de gênero são a e o; as desinências de número são o s para o plural e o singular não tem desinência própria. Exemplo: gat o Radical desinência nominal de gênero Gat o s Radical d.n.g d.n.n d.n.g » desinência nominal de gênero d.n.n » desinência nominal de número DESINÊNCIAS VERBAIS – indicam o modo, número, pessoa e tempo dos verbos. Exemplo: cant á va mos Radical v.t d.m.t d.n.p v.t » vogal temática d.m.t » desinência modo-temporal d.n.p » desinência número-pessoal AFIXOS São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos podem ser: PREFIXOS – quando colocado antes do radical; SUFIXOS – quando colocado depois do radical Exemplo: Pedrada. Inviável. Infelizmente VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia, ou seja, para facilitar a pronúncia de certas palavras. Exemplo: silvícola, paulada, cafeicultura. PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Inicialmente observemos alguns conceitos sobre palavras primitivas e derivadas e palavras simples e compostas: PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que não são formadas a partir de outras. Exemplo: pedra, casa, paz, etc. PALAVRASDERIVADAS – palavras que são formadas a partir de outras já existentes. Exemplo: pedrada (derivada de pedra), ferreiro (derivada de ferro). PALAVRASSIMPLES – são aquelas que possuem apenas um radical. Exemplo: cidade, casa, pedra. 13 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico PALAVRASCOMPOSTAS – são palavras que apresentam dois ou mais radicais. Exemplo: pé-de-moleque, pernilongo, guarda-chuva. Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas palavras: derivação ecomposição. DERIVAÇÃO É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem (primitivas). Podem ocorrer das seguintes maneiras: Prefixal; Sufixal; Parassintética; Regressiva; Imprópria. PREFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical. Exemplo: desfazer, inúti PREFIXO PREFIXO SIGNIFICADO EXEMPLOS LATINO GREGO PREF. PREF. LATINO. GREGO Ab-, abs- Apo- Afastamento Abs ter Apogeu Ambi- Anfi- Duplicidade Ambí guo Anfí bio Bi- di- Dois Bí pede Dí grafo Ex- Ex- Para fora Ex ternar Êx odo Supra Epi- Acima de Supra citar Epi táfio SUFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical. Exemplo: carrinho, livraria. Vejamos alguns sufixos latinos e alguns gregos: SUFIXO EXEMPLO SUFIXO EXEMPLO LATINO GREGO -ada Paulada -ia Geologia -eria Selvageria -ismo Catolicismo -ável Amável -ose Micose PARASSINTÉTICA – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo simultaneamente ao radical. Exemplo: anoitecer, pernoitar. OBSERVAÇÃO : Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessários que o prefixo e o sufixo juntem- se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta retirar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintética. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por derivação prefixal e sufixal. REGRESSIVA – processo de derivação em que são formados substantivos a partir de verbos. Exemplo: Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar) O debate foi longo. (do verbo debater) IMPRÓPRIA – processo de derivação que consiste na mudança de classe gramatical da palavra sem que sua forma se altere. Exemplo: O jantar estava ótimo COMPOSIÇÃO É o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de dois ou mais radicais. A composição pode ocorrer de duas formas: JUSTAPOSIÇÃO e AGLUTINAÇÃO. JUSTAPOSIÇÃO – quando não há alteração nas palavras e continua a serem faladas (escritas) da mesma forma como eram antes da composição. Exemplo: girassol (gira + sol), pé-de-moleque (pé + de + moleque) AGLUTINAÇÃO – quando há alteração em pelo menos uma das palavras seja na grafia ou na pronúncia. Exemplo: planalto (plano + alto) Além da derivação e da composição existem outros tipos de formação de palavras que são hibridismo, abreviação e onomatopéia. ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO É a forma reduzida apresentada por algumas palavras: Exemplo: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motoci cleta). HIBRIDISMO É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes. Exemplo: automóvel (auto – grego + móvel – latim), burocracia (buro – francês + cracia – grego). ONOMATOPÉIA Consiste na criação de palavras através da tentativa de imitar vozes ou sons da natureza. Exemplo: fonfom, cocoricó, tique-taque, boom!. Finda-se mais um tutorial onde pudemos observar o seguinte: A estrutura das palavras contém o radical (elemento estrutural básico), afixos (elementos que se juntam ao radical para formação de novas palavras – PREFIXO e SUFIXO), as desinências (nominais – indicam gênero e número e verbais – indicam pessoa, modo, tempo e número dos verbos), a vogal temática (que indicam a conjugação do verbo – a, e, i) e o tema que é a junção do radical com a vogal temática. 14 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico Já no processo de formação das palavras temos a derivação, subdividida em prefixal, sufixal, parassíntese, regressiva e imprópria e a composição que se subdivide em justaposição e aglutinação. Além desses dois processos temos o hibridismo, a onomatopeia e a abreviação como processos secundários na formação das palavras. CLASSES DE PALAVRAS As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio. Essas categorias são divididas em palavras variáveis (aquelas que variam em gênero, número ou grau) e palavras invariáveis (as que não variam). Palavras Variáveise Flexões Substantivo É a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros. Exemplos: Ana, Brasil, beleza. Flexões: Gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo). Verbo É a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza. Exemplos: existir, sou, chovendo. Flexões: Pessoa (primeira, segunda e terceira), número (singular e plural), tempo (presente, passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva). Adjetivo É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos. Exemplos: feliz, superinteressante, amável. Flexões: Gênero (uniforme e biforme), número (simples e composto) e grau (comparativo e superlativo). Pronome É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso. Exemplos: eu, contigo, aquele. Flexões: Gênero, número e pessoa. Artigo É a palavra que antecede o substantivo. Exemplos: o, as, uns, uma. Flexões: Gênero e número. Numeral É a palavra que indica a posição ou o número de elementos. Exemplos: um, primeiro, dezena. Flexões: Gênero, número e grau. Palavras Invariáveis Preposição É a palavra que liga dois elementos da oração. Exemplos: a, após, para. Conjunção É a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical. Exemplos: mas, portanto, conforme. Interjeição É a palavra que exprime emoções e sentimentos. Exemplos: Olá!, Viva! Psiu! Advérbio É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros. Exemplos: melhor, demais, ali. Embora seja considerado invariável porque não sofre flexão de gênero e número, os advérbios apresentam flexões de grau: comparativo e superlativo. SINTAXE Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura transmitir um significado completo e compreensível. Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações. Frase Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: - ideias - emoções - ordens - apelos A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada. Exemplos: https://www.todamateria.com.br/substantivos/ https://www.todamateria.com.br/o-que-e-verbo/ https://www.todamateria.com.br/adjetivos/ https://www.todamateria.com.br/pronomes/ https://www.todamateria.com.br/artigo-definido-e-indefinido/ https://www.todamateria.com.br/numeral/ https://www.todamateria.com.br/preposicao/ https://www.todamateria.com.br/conjuncao/ https://www.todamateria.com.br/interjeicao/ https://www.todamateria.com.br/adverbio/ 15 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico O Brasil possui um grande potencial turístico. Espantoso! Não vá embora. Silêncio! O telefone está tocando. Observação: a frase que não possui verbo denomina-se Frase Nominal. Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu início e seu fim. A entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pela situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que frequentemente surjam frases muito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe: Rua! Ai! Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são suficientes para satisfazer suas necessidades expressivas. Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que: As meninas estavam alegres. constitui uma frase, enquanto: Alegres meninas estavam as. não é considerada uma frase da língua portuguesa. Tipos de Frases Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz. A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como definidores do sentido das frases. Veja: Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com o sentido que transmitem. São elas: a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta. Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta) Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta) b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas. Faça-o entrar no carro! (Afirmativa) Não faça isso. (Negativa) Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa) c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligeiramente prolongada. Exemplo: Que prova difícil! É uma delícia esse bolo! d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas. Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa) Ela não está em casa. (Negativa) e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo. Exemplo: Deus te acompanhe! Bons ventos o levem! De acordo com a construção, as frases classificam-se em: Frase Nominal: é a frase construída sem verbos. Exemplos: Fogo! Cuidado! Belo serviço o seu! Trabalho digno desse feirante. Frase Verbal: é a frase construída com verbo. Exemplo: O sol ilumina a cidade e aquece os dias. Os casais saíram para jantar. A bola rolou escada abaixo. Oração Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário: - que o enunciado tenha sentido completo; - que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal). 16 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico Exemplo: Camila terminou a leitura do livro. Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração desempenha uma função sintática. Atenção: Nem toda frase é oração. Por Exemplo: Que dia lindo! Esse enunciado é frase, pois tem sentido. Esse enunciado não é oração, pois não possui verbo. Assim, não possuem estrutura sintática, portanto não são orações, frases como: Socorro!- Com Licença! - Que rapaz ignorante! A frase pode conter uma ou mais orações. Veja: Brinquei no parque. (uma oração) Entrei na casa e sentei-me. (duas orações) Cheguei, vi, venci. (três orações) Termos da oração No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis palavras. Cada uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração. Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser: 1) Essenciais Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo sujeito e predicado nas orações. 2) Integrantes Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por: complemento verbal - objeto direto e indireto; complemento nominal; agente da passiva. 3) Acessórios Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São representados por: adjunto adnominal; adjunto adverbial; aposto. Obs.: O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração. Concordância Nominal Concordância nominal é a relação que se estabelece entre as classes de palavras (nomes). É o que faz com que substantivos concordem com pronomes, numerais e adjetivos, entre outros. Exemplo: Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca. Neste caso, pronome, numeral e adjetivo concordam com o substantivo "obras". "Estas" e não "estes" obras, pronome que está no plural, já que a oração refere que são três e não apenas uma obra maravilhosa. E por que "maravilhosas" e não "maravilhoso"? Porque o substantivo está no plural e e feminino, ou seja, tudo muito bem combinado. Regras 1. Adjetivo e um substantivo O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Que pintura bonita! 1.1. Quando há mais do um substantivo, o adjetivo deve concordar com aquele que está mais próximo. Exemplo: Que bonita pintura e poema! 1.2. Quando há mais do um substantivo, e o adjetivo vem depois dos substantivos, deve concordar com aquele que está mais próximo ou com todos eles. Exemplos: Que pintura e poema bonito! Que poema e pintura bonita! Que pintura e poema bonitos! Que poema e pintura bonitos! 2. Substantivo e mais do que um adjetivo Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a concordância pode ser feita das seguintes formas: 2.1. Colocando o artigo antes do último adjetivo. Exemplo: Adoro a comida italiana e a chinesa. 2.2. Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural. Exemplo: Adoro as comidas italiana e chinesa. 3. Números ordinais 3.1. Nos casos em que há número ordinais antes do substantivo, o substantivo pode ser usado tanto no singular como no plural. Exemplos: A segunda e a terceira casa. A segunda e a terceira casas. 17 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico 3.2. Nos casos em que há número ordinais depois do substantivo, o substantivo deve ser usado no plural. Exemplo: As casas segunda e terceira. 4. Verbo ser e adjetivo 4.1. Quando o verbo "ser" vem acompanhado de um adjetivo, esse adjetivo deve ser usado sempre no masculino. Exemplo: Paciência é necessário. 4.2. Mas, se o substantivo vem acompanhado de um artigo ou outra palavra que o modifique, o adjetivo deve concordar com esse modificador. Exemplo: A paciência é necessária. 5. Um e outro, Nem um nem outro 5.1. Quando um substantivo é antecedido pelas expressões "um e outro", "nem um nem outro", o substantivo fica no singular. Exemplo: Nem um nem outro problema foi resolvido. Mas, se o substantivo estiver acompanhado de adjetivo, esse sim vai para o plural. Exemplo: Nem um nem outro problema difíceis foram resolvidos. Exercícios de Vestibular com Gabarito 1. (Cesgranrio) Há concordância nominal inadequada em: a) clima e terras desconhecidas b) clima e terra desconhecidos c) terras e clima desconhecidas d) terras e clima desconhecido e) terras e clima desconhecidos 2. (Acafe-SC) Assinale a alternativa que completa corretamente os espaços: A entrada para o cinema foi _____, mas o filme e o desenho _____ compensaram, pois saímos todos _____ . a) caro – apresentado – alegre b) cara – apresentado – alegre c) caro – apresentados – alegres d) cara – apresentados – alegres e) cara – apresentados – alegre. 3. (UFF) Assinale a opção em que ocorre ERRO de concordância nominal: a) Parecia meio aborrecida a mulher de mestre Amaro. b) Pagando cem mil‑réis, ele estaria quites com o velho. c) O seleiro sentiu o papel e a nota novos no bolso. d) Floridos montes e várzeas se sucediam na paisagem. e) Os partidos de cana mostravam tonalidades verde- -esmeralda. Respostas Alternativa c: terras e clima desconhecidas. Alternativa d: cara – apresentados – alegres. Alternativa b: Pagando cem mil‑réis, ele estaria quites com o velho. SEMÂNTICA A semântica, palavra derivada do grego, é o estudo do significado, do sentido e da interpretação do significado de uma palavra, signo, frase ou de uma expressão. Neste campo de estudo da Linguística, também são analisadas as mudanças de sentido que podem ocorrer nas formas linguísticas devido a alguns fatores, como, por exemplo, o tempo e o espaço geográfico. As atribuições da Semântica Na Língua Portuguesa, o significado das palavras leva em consideração os conceitos descritos a seguir: Sinonímia Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso – caridoso; distante – afastado; cômico – engraçado. Antonímia Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados diferentes, contrários, ou seja, os antônimos. Exemplos: bondoso – maldoso; bom – ruim; economizar – gastar. Homonímia Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, embora possuam significados diferentes, apresentam a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos. Os homônimos subdividem-se em palavras homógrafas, homófonas e perfeitas: Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do presente indicativo) / conserto (substantivo) – conserto (1ª pessoa do singular do presente indicativo); Homófonas – São as palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) – sessão (substantivo); Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia como na escrita. Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); cedo (verbo) – cedo (advérbio). Paronímia 18 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, porém são muito semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar; cavaleiro – cavalheiro; comprimento – cumprimento. Conotação e Denotação Sentido Conotativo e Sentido Denotativo Sentido conotativo é a linguagem em que a palavra é utilizada em sentido figurado, subjetivo ou expressivo. Ele depende do contexto em que é empregado, sendo muito utilizado na literatura. Isso porque, no meio literário, muitas palavras tem forte carga de sensações e sentimentos. Sentido denotativo é a linguagem em que a palavra é utilizada em seu sentido próprio, literal, original, real, objetivo. 1) Aquele homem é um cachorro. (linguagem conotativa, sentido figurado) 2) O cachorro da vizinha fugiu essa manhã. (linguagem denotativa, sentido próprio) Nesse exemplo, podemos notar que a palavra cachorro é utilizada em doissentidos diferentes: conotativo e denotativo. Na primeira frase o termo refere-se ao caráter do homem "cachorro", numa linguagem conotativa que indica que o homem é mulherengo ou infiel. Na segunda frase o termo está empregado de forma denotativa, ou seja, no sentido real e original da palavra cachorro: animal doméstico. O sentido denotativo é muito vezes caracterizado como o sentido do dicionário, ou seja, o primeira acepção da palavra. Contudo, depois da acepção denotativa há uma abreviação, normalmente entre parênteses (fig), que indica o sentido figurado da palavra, ou seja, o sentido conotativo. Segundo o dicionário online de português (dicio.com.br), a palavra cachorro significa: "Significado de Cachorro. s.m. Cão novo. Cria da loba, da leoa e de outros animais parecidos com o cão. Bras. Qualquer cão. Construção. Peça saliente de madeira ou pedra para sustentação de cimalha ou sacada; modilhão. Escora de navio em estaleiro. Fig. Pop. Homem desaforado, de mau caráter ou mau gênio; indivíduo desprezível, canalha." Exercícios 1. (Enem 2005) O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em a) “(....) É de laço e de nó De gibeira o jiló Dessa vida, cumprida a sol (....)” (Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.) b) “Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais.” (Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.) c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.” (Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.) d) e) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.” Reposta Alternativa c: “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”. Figuras de linguagem As figuras de linguagem dividem-se em figuras de som, de pensamento (ideias) e das próprias palavras, As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras. Figuras de som a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. “Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais” (Luan Farigotini) b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa) c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. “Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias” (Padre António Vieira) 19 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico Figuras de construção a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como) c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. “Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!” com calma sem sofrer” (Olavo Bilac) d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. “Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores” (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro) e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: • silepse de gênero Vossa Excelência está preocupado. • silepse de número Os Lusíadas glorificou nossa literatura. • silepse de pessoa “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. “O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto” (Carlos Drummond de Andrade) . g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa) h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. “ Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer” (Camões) Figuras de pensamento a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. “Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza) b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu) d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. Estava morrendo de fome. (em vez de estava com muita fome) e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. “Devagar as janelas olham…” (Carlos Drummond de Andrade) f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) “O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac) g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Ó Leonor, não caias!” Figuras de palavras a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. “Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa) b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno). c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. O pé da mesa estava quebrado. d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade: O Rei do Futebol (em vez de Pelé) e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. “Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin) FONOLOGIA A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono ("som, voz") e log, logia("estudo", "conhecimento"). Significa literalmente "estudo dos sons" ou "estudo dos sons da voz". 20 Apostila Concurso Prefeitura de Imperatriz Concurso Publico O homem, ao falar, emite sons. Cada
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