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01 - Recurso Inominado - R SENTENÇA

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE 
DIREITO DA 10ª VSJE DO CONSUMIDOR DA COMARCA DE 
SALVADOR/BA 
 
 
 
CONTRATO DE TERCEIRO 
DESCONTO EM FOLHA – 
QUITAÇÃO TOTAL 
INEXISTÊNCIA DE VINCULO 
JURÍDICO – DANO MORAL 
CONFIGURADO. 
 
 
 
 
 
PROCESSO Nº: 0080416-05.2021.8.05.0001 
 
 
 
 
JOSEZITO GOMES DOS SANTOS, já devidamente qualificados, vem, 
nos autos da ação movida em favor de FUNDO DE INVESTIMENTO 
EM DIREITOS CREDITORIOS MULTSEGMENTOS NPL IPANEMA 
VI NAO PADRONIZADO, em irresignação à r. sentença pela qual 
julgou improcedente os pedidos do autor, interpor o presente 
recurso 
 
 
RECURSO INOMINADO 
 
 
em consonância com as anexas razões recursais, requerendo-se, 
destarte, a sua remessa à apreciação em segundo grau jurisdicional. 
 
Ab initio, requer-se que se destinem as futuras intimações ao Doutores, 
Adão Ipólito da Silva Júnior, OAB/BA sob o nº 57.041, e Dr. Wellington 
Ramos de Almeida, OAB/BA sob nº 57,478, com fulcro no art. 39 inciso 
I, do Codex processual civil. 
 
 
 
I. GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
 
https://projudi.tjba.jus.br/projudi/listagens/DadosProcesso?numeroProcesso=3220211700789
Requer a CONCESSÃO dos benefícios da gratuidade de justiça, nos 
termos da lei 1.060/50, uma vez que os Requerentes são pessoas 
pobres e de rendimentos modestos, não podendo arcar com as custas 
processuais sem o comprometimento de sua própria subsistência. 
 
 
Desta sorte, os autores se declaram pobres nos termos da lei, vez que 
não tem condições de arcar com o enorme custo do processo. 
 
 
 
 
 
Nestes termos 
Pede deferimento. 
Salvador, 17 de dezembro de 2021. 
 
 
 
 
 
ADÃO IPOLITO DA SILVA JÚNIOR 
OAB/BA 57.041 
 
WELLINGTON RAMOS DE ALMEIDA 
OAB/BA 57.478 
 
 
 
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS 
DO ESTADO DA BAHIA 
 
Recorrente: JOSEZITO GOMES DOS SANTOS 
Recorridos: FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITORIOS 
MULTSEGMENTOS NPL IPANEMA VI NAO PADRONIZADO 
 
Processo nº.: 0080416-05.2021.8.05.0001 
 
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Relator(a), Merece reforma o 
decisum! 
 
 
II. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
 
https://projudi.tjba.jus.br/projudi/listagens/DadosProcesso?numeroProcesso=3220211700789
Antes de adentrar as razões que ensejaram o manejo do presente 
recurso, cumpre tecer considerações acerca da plena possibilidade de 
seu conhecimento por esta turma. 
 
Pois bem, os Recorrentes são partes legítimas para recorrer da decisão 
ora vergastada, eis que prestada a tutela esta não lhe trouxe 
conformismo pelo valor irrisório do dano moral. 
 
Em sendo assim, tendo-se em vista o prazo de 10 (dez) dias para oferta 
da irresignação, tem-se que interposto hoje, é plenamente tempestiva 
a apresentação do presente recurso, devendo-se ser processado, 
admitido e provido. 
 
 
III. RAZÕES DO RECORRENTE/DANO MORAL 
 
No último dia 13/05/2021 ao tentar adquirir o cartão de crédito, fora 
surpreendido ao ser informado que seria impossível aquisição 
almejada, pelo motivo de seu nome encontrar-se inserido nos 
cadastros restritivos de crédito (SPC). 
 
Inconformado, desorientado e sem saber porque fora parar nos 
serviços de proteção ao crédito, A parte Autora por informação obtida 
junto ao cadastro do CDL, ficou perplexo ao verificar que seu nome 
havia sido NEGATIVADO pela empresa desde 11/12/2020, pelo 
inadimplemento de uma suposta dívida, com data de vencimento em 
28/03/2018 no valor de R$ 3.800,65 relativa ao contrato de nº 
1211004358-57, segundo comprova as Consultas impressas adunada. 
 
Ora excelência, a negligência dos serviços prestados pela Ré, causou, 
diversos transtornos de ordem, econômica e psicológica, uma vez que 
maculou sua imagem, gerada pelo abalo de crédito, vem lhe causando 
graves prejuízos, principalmente, no que tange a sua vida creditícia, já 
que, durante todo este período, está impossibilitado de pegar talões de 
cheques, obter financiamentos, abrir contas em Bancos, etc., 
 
Na tentativa de solucionar o problema, o Autor fez diversas ligações 
para a Requerida, sem que obtivesse qualquer êxito. Inconformado 
com o constrangimento infundado, vendo-se impedido de poder 
adquirir produtos no comércio, o Autor busca a imediata retirada da 
inscrição no cadastro de inadimplentes bem como a composição do 
dano moral sofrido por abalo de crédito. 
 
Eis a síntese necessária. 
 
IV. PRELIMINARMENTE 
 
V. GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
 
Requer a CONCESSÃO dos benefícios da gratuidade de justiça, nos 
termos da lei 1.060/50, uma vez que os Requerentes são pessoas 
pobres e de rendimentos modestos, não podendo arcar com as custas 
processuais sem o comprometimento de sua própria subsistência. 
 
Desta sorte, os autores se declaram pobres nos termos da lei, vez que 
não tem condições de arcar com o enorme custo do processo. 
 
 
VI. DO MÉRITO 
 
 
DA SENTENÇA RECORRIDA 
 
 
Exª, o suposto contrato de terceiro não possui o condão de validar a 
negativação do CPF arbitrariamente do recorrente, isso porque, não 
comprovou que que a parte recorrente possuía responsabilidade sobre 
a suposta dívida. 
Importa dizer que, NEGATIVAR CPF, sem a devida comprovação de que 
fora responsável por divida de terceiro recorrendo em negligência, 
jamais poderia o recorrido, inserir o CPF do recorrente nos dados de 
proteção e credito, sendo que, não houve a comprovação de que era 
responsável. 
Nesse sentindo, é impossível afirmar que o recorrente é devedor junto 
a empresa mencionada, CONTRATO DESCONTO EM FOLHA 
TOTALMENTE QUITADO, ASSINATURAS DIVERGENSTES, isto é, junta 
contrato, contudo não junta outros documentos que poderia validar a 
transação entre as partes, corroborando para a tese de 
inexistência de vinculo jurídico, como por exemplo áudios, histórico 
de dividas, ademais, afirma a parte recorrente que nunca pactuou 
contrato com terceira/desconhecido. 
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova que que será 
produzida no presente processo, a empresa ré ao inscrever 
indevidamente o recorrente no rol de inadimplentes, deixou de cumprir 
com sua obrigação primária de zelo e cuidado com as informações que 
gere, expondo o recorrente a um constrangimento ilegítimo, gerando 
o dever de indenizar. 
DOUTOS, o grau de responsabilidade deve ser comportado na mesma 
medida ao elevado sofrimento enfrentado pelo recorrente, idas e 
vindas, desnecessárias, visto que, seu nome encontrar-se inserido 
nos cadastros restritivos de crédito. Inconformado, desorientado e sem 
saber porque fora parar nos serviços de proteção ao crédito, a parte 
Autora por informação obtida junto ao cadastro do SERASA, ficou 
perplexo ao verificar que seu nome havia sido NEGATIVADO 
 
 
Importante dizer que, a parte autora, acreditou na empresa, e 
aguardou o quanto pôde a substituição do produto entregue 
erradamente, contudo, os dias foram se passando, e ao entrar em 
contato com a empresa sempre era lhe dado novo prazo, isso já 
ultrapassa mais de 90 (noventa) dias, e a empresa não providenciou a 
troca do produto ENTREGUE ERRADAMENTE, deixando o recorrente 
a mercê da própria sorte, isto é, o valor da condenação por dano 
moral, com todo respeito ao Juízo a quo, devendo reformar a 
sentença, por fim, ante a demonstração do dano ocasionado, não 
resta dúvida que merece reformar a sentença, assim, com a 
consequência condenação em Dano moral, no valor máximo desse 
juizado. 
 
 
SENTENÇA 
 
PROCESSO N.º: 0080416-05.2021.8.05.0001 
AUTORES: 
JOSEZITO GOMES DOS SANTOS 
RÉUS: 
FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS 
CREDITORIOS MULTSEGMENTOS NPL 
IPANEMA VI NAO PADRONIZADO 
 
 
 
SENTENÇA 
 
 
 
 
Vistos, etc. 
Dispensado o relatório pelo que dispõe o art. 38 
da Lei 9.099/95. 
O autor, devidamente qualificado nos autos, 
alega que constatou ter a ré promovido a 
inscrição indevida por débito que desconhece. 
Pugna pela exclusão da restrição ao crédito em 
seu nome; peladeclaração de inexistência dos 
débitos advindos desta ação; e, por indenização 
pelos danos morais sofridos. 
A ré contestou o feito com duas preliminares. 
Aduz que existem pendências financeiras junto 
a empresa. Nega conduta indevida e dever de 
indenizar. Roga pela improcedência total dos 
pedidos ventilados na exordial. 
Decido. 
No que concerne a impugnação à justiça 
gratuita, tal pretensão não encontra agasalho 
neste momento processual, haja vista que em 
primeiro grau não há custas nos Juizados. A 
questão será apreciada oportunamente. Não 
acolho tal preliminar. 
 
Ademais, quanto à preliminar de ausência de 
interesse processual, é de se notar que as 
alegações adentram no mérito da ação. Rejeito, 
pois, a preliminar em apreço. 
Passo ao mérito. 
O cerne da controvérsia cinge em saber se 
houve negativação indevida perpetrada pela 
acionada e se os efeitos daí decorrentes são 
aptos a ensejar os pleitos vindicados. 
Aponta-se que o caso sob apreço não é hipótese 
de aplicação da inversão do ônus da prova 
prevista no artigo 6º, VIII do Código de Defesa 
do Consumidor, pois não há hipossuficiência 
técnica da parte demandante. 
Cumpre destacar, ainda, que o autor aduziu, na 
peça iniciadora, tão somente não reconhecer o 
débito que acarretou a negativação, sem trazer 
ponderações pertinentes que pudessem 
corroborar com a tese ventilada. Nesta linha, em 
recente julgado proferido pela Egrégia Terceira 
Turma Recursal desta capital, ficou assentado 
que: 
"RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE 
EXCLUSÃO DE DÉBITO CUMULADA COM 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS . PARTE 
AUTORA QUE APENAS INFORMA NA 
EXORDIAL NÃO RECONHECER O DÉBITO 
JUNTO A EMPRESA RÉ SEM TECER 
QUAISQUER OUTROS DETALHES SOBRE A 
INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA 
ENTRE AS PARTES. IMPROCEDÊNCIA DOS 
PEDIDOS. RECURSO DESPROVIDO." 
(Recurso Inominado n. 0018672-
82.2016.8.05.0001. Terceira Turma Recursal da 
Bahia. Relatora Karla Kristiany Moreno de 
Oliveira. Julgado em 09 de maio de 2018). 
Nesta linha intelectiva deve-se ponderar que, 
em sede de Juizados Especiais incumbe à parte 
autora a prova de fato constitutivo de seu direito, 
conforme dispõe o art. 373. I do CPC. No caso, 
à luz dos elementos constantes no presente 
caderno processual, verifica-se que a mesma 
não se desincumbiu do ônus que lhe competia. 
Ainda que ultrapassado tal ponto, assevera o 
demandante que foi surpreendido com a 
negativação de seu nome, e que descobriu que 
se tratava de inscrição procedida pela ré em 
razão de débitos que possuía, que alega 
desconhecer, contudo junta documento que 
demonstra outras inscrições além da feita pela 
empresa ré. 
A demandada, por seu turno, sustenta que as 
negativações foram provenientes de débitos do 
autor junto ao BANCO AGIBANCK, a qual cedeu 
os referidos créditos, por meio do instituto da 
cessão de crédito, razão pela qual passou a ser 
a legítima credora. Ademais, juntou, no evento 
12.7 e 12.8 do PROJUDI, o contrato entre o 
autor e a empresa cedente, devidamente 
assinado, objeto ensejador da referida 
negativação. Portanto, percebe-se que, no afã 
de comprovar o quanto alegado, a acionada traz 
aos autos além do contrato assinado, 
documentos entregues no ato em que o pacto foi 
firmado com a cedente e comprovante de 
transferências de valores para a conta bancária 
do autor. 
Quanto a notificação do devedor deve-se 
ponderar que o Superior Tribunal de Justiça 
pacificou o entendimento no sentido de que: "a 
ausência de notificação da cessão de crédito 
não tem o condão de isentar o devedor do 
cumprimento da obrigação, tampouco de 
impedir o registro do seu nome, se inadimplente, 
em órgãos de restrição ao crédito" (STJ. AgRg 
nos EREsp 1482670/SP, Rel. Ministro RAUL 
ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 
26/08/2015, DJe 24/09/2015). 
É de se notar que eventual ilegalidade do termo 
de cessão deverá ser discutida em ação própria 
contra a cedente, já que a BANCO AGIBANCK 
não foi parte desta lide. 
Destarte, não se pode auferir qualquer ato ilícito 
perpetrado pela ré, razão pela qual não há que 
se falar em conduta indevida ou quiçá em falha 
na prestação do serviço. 
Neste contexto, considerando que não resta 
configurada qualquer ilicitude pela 
demandada, não vislumbro os danos morais 
vindicados, eis que ausente os requisitos 
ensejadores da responsabilidade civil (ato ilícito, 
dano e nexo de causalidade). 
Por tais razões e à míngua de prova objetiva e 
concreta em arrimo à tese autoral, pela não 
comprovação dos fatos que embasam a 
pretensão, improcede por completo o pedido 
formulado pela parte autora, de maneira que não 
há falar-se em dever de indenizar, sendo a 
improcedência solução que se impõe. 
Do exposto, considerando as razões 
supramencionadas, e por tudo que dos autos 
consta, julgo IMPROCEDENTES OS PEDIDOS 
FORMULADOS NA EXORDIAL. 
Não havendo recursos, arquivem-se os autos, 
observando o prazo legal. 
Sem custas e honorários, ante o que preceitua 
a Lei 9.099/95. 
 
 
VII. DO PEDIDO DE REFORMA 
 
Por todo exposto, atendidos os pressupostos recursais esposados, 
requer que o presente recurso seja conhecido e provido para que seja 
reformada a decisão guerreada, no sentido de: 
 
I – Condenar o recorrido, nos danos morais experimentados 
pela ora requerente, em valor não inferior a R$ 15.000,00 
(quinze mil reais); 
 
II – A concessão da justiça gratuita, por não ter condições de 
arcar com as custas do processo, sem prejuízo do próprio 
sustento e de sua família. 
 
 
Isto posto, requer a reforma do julgado, ora recorrido, por ser de 
inteira e cristalina justiça. 
 
 
 
 
Nestes termos, 
 
Requer provimento. 
 
Salvador, 17 de dezembro de 2021 
 
ADÃO IPOLITO DA SILVA JÚNIOR 
OAB/BA 57.041 
 
WELLINGTON RAMOS DE ALMEIDA 
OAB/BA 57.478

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